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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

KAREM LOHANA MIRANDA SOUZA

LUCAS DE SANTANA SUZENA

AVALIAÇÃO DAS FISSURAS EM UM EDIFÍCIO RESIDENCIAL


EM ALVENARIA ESTRUTURAL: UM ESTUDO DE CASO

JUAZEIRO – BA

2018
KAREM LOHANA MIRANDA SOUZA
LUCAS DE SANTANA SUZENA

AVALIAÇÃO DAS FISSURAS EM UM EDIFÍCIO RESIDENCIAL


EM ALVENARIA ESTRUTURAL: UM ESTUDO DE CASO

Trabalho apresentado à
Universidade Federal do Vale do
São Francisco – UNIVASF, Campus
Juazeiro, como requisito de
aprovação na disciplina de TCC II.

Orientador: Prof. Me. Wagner


Carvalho Santiago

JUAZEIRO – BA

2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

FOLHA DE APROVAÇÃO

KAREM LOHANA MIRANDA SOUZA


LUCAS DE SANTANA SUZENA

AVALIAÇÃO DAS FISSURAS EM UM EDIFÍCIO RESIDENCIAL


EM ALVENARIA ESTRUTURAL: UM ESTUDO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como requisito parcial
para aprovação na disciplina de TCC
II à Universidade Federal do Vale do
São Francisco.

Aprovado em: ___ de _______________ de _______.

Banca Examinadora

Prof. Wagner Carvalho Santiago (orientador), Me.


Universidade Federal do Vale do São Francisco, Campus Juazeiro - UNIVASF

Prof. Lucas de Souza Conceição


Universidade Federal do Vale do São Francisco, Campus Juazeiro - UNIVASF

Engenheiro Civil Hugo Damião Barbosa Torres


Lista de Tabelas

Tabela 1 – Classificação de uma abertura em alvenaria .................................. 28


Tabela 2 – Apresentação dos resultados - Ficha de anomaliaErro! Indicador
não definido.
Lista de Figuras

Figura 1 Recalque produzido por movimentação das fundações


(BAUER,2007 E THOMAZ, 2001 apud SAMPAIO,2010) ................................. 30
Figura 2 Exemplos de fissuras causadas por recalque (GRIMM,1998) ........... 31
Figura 3 Fissuras verticais induzidas por sobrecargas (DUARTE, 1998) ......... 32
Figura 4 Fissura horizontal por sobrecarga (DUARTE, 1998) .......................... 33
Figura 5 Fissuração teórica em torno de abertura em parede submetida a
sobrecarga (THOMAZ, 1989) ........................................................................... 34
Figura 6 Fissuração real em torno de aberturas em parede submetida a
sobrecarga (THOMAZ, 1989) ........................................................................... 34
Figura 7 Tipologia da fissuração originada pela sobrecarga localizada (BAUER,
2007) ................................................................................................................ 34
Figura 8 Fissura horizontal na interface entre a laje e a parede por
movimentação térmica da laje (DUARTE, 1998) .............................................. 35
Figura 9 Fissura horizontal com componentes inclinados (escamas) por
movimentação térmica da laje (VERÇOZA, 1991) ........................................... 36
Figura 10 Fissura horizontal na parede de fachada por movimentação térmica
da laje (DUARTE, 1998) ................................................................................... 36
Figura 11 Fissuras inclinadas no canto da edificação por movimentação térmica
da laje (VERÇOZA, 1991) ................................................................................ 37
Figura 12 Fissura inclinada em parede transversal por movimentação térmica
da laje (DUARTE, 1998) ................................................................................... 37
Figura 13 Fissura vertical por movimentação térmica da laje (DUARTE, 1998)
......................................................................................................................... 38
Figura 14 Fissuras verticais por movimentação térmica da alvenaria em
platibandas (VERÇOSA, 1991) ........................................................................ 39
Figura 15 Fissura horizontal provocada pela expansão da alvenaria gerada pela
absorção de umidade (DUARTE, 1998)) .......................................................... 40
Figura 16 Fissura vertical no canto do edifício por expansão da alvenaria
(THOMAZ, 1989) .............................................................................................. 41
Figura 17 Fissuras provocadas pela expansão da argamassa de assentamento
(DUARTE, 1998) .............................................................................................. 44
Figura 3 – Fluxograma do procedimento .......................................................... 56
RESUMO

A estrutura é o principal elemento responsável por conferir segurança a uma


construção. Dessa forma, a alvenaria estrutural é um sistema onde as
solicitações decorrentes do carregamento e peso próprio devem ser suportadas
pelas paredes que constituem a edificação. Apesar da evolução desse sistema
construtivo, ainda hoje, problemas gerados durante as fases de projeto,
execução e utilização podem ser responsáveis por manifestações patológicas
que comprometem a segurança e o desempenho da construção. Apesar de
indesejado, é comum que edificações construídas em alvenarias estruturais
apresentem problemas com o passar do tempo, sendo a fissura um dos mais
comuns. Esse tipo de manifestação patológica costuma causar desconforto e
insegurança para as pessoas que utilizam a edificação, e em alguns casos
pode ser responsável por acidentes e colapso da estrutura. Neste contexto,
esse trabalho surge com o objetivo de avaliar as principais fissuras existentes
em um condomínio localizado na cidade de Juazeiro-BA e, quando possível,
indicar suas causas e apontar alternativas de soluções.

Palavras-chave: Patologia das construções. Fissura. Alvenaria estrutural.


ABSTRACT

The structure is the main element responsible for providing safety to a building.
In this way, structural masonry is a system where the demands arising from the
load and its own weight must be supported by the walls that constitute the
building. Despite the evolution of this constructive system, problems generated
during the design, execution and use phases may still be responsible for
pathological manifestations that compromise safety and construction
performance. Although undesirable, it is common for buildings built on structural
masonry to present problems over time, with fissure being one of the most
common. This type of pathological manifestation usually causes discomfort and
insecurity for those who use the building, and in some cases may be
responsible for accidents and collapse of the structure. In this context, this work
arose with the objective of evaluating the main fissures existing in a
condominium located in the city of Juazeiro-BA and, when possible, indicating
its causes and pointing out alternative solutions.

Keywords: Pathology of buildings. Fissure. Structural masonry.


Sumário

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 12

1.1. Justificativa .......................................................................................... 12

1.2. Objetivos gerais .................................................................................. 13

1.3. Objetivos específicos .......................................................................... 13

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................... 14

2.1. Histórico .............................................................................................. 14

2.2. O elemento alvenaria .......................................................................... 16

2.3. Alvenaria de vedação .......................................................................... 16

2.4. Alvenaria Estrutural ............................................................................. 16

2.4.1. Classificações da alvenaria estrutural .......................................... 17

2.4.1.1. Alvenaria estrutural não armada ............................................ 17

2.4.1.2. Alvenaria estrutural armada ou parcialmente armada ............ 18

2.4.1.3. Alvenaria contra ventada ou protendida ................................. 18

2.4.2. Componentes da alvenaria estrutural ........................................... 19

2.4.2.1. Blocos e tijolos ....................................................................... 19

2.4.2.2. Argamassa ............................................................................. 20

2.4.2.3. Graute .................................................................................... 21

2.4.2.4. Armadura ............................................................................... 21

2.4.2.5. Junta de dilatação .................................................................. 22

2.4.2.6. Vergas e contra vergas .......................................................... 23

2.5. Patologias das construções ................................................................ 23

2.6. Principais origens das manifestações patológicas .............................. 24

2.6.1. Manifestações na fase de planejamento e concepção do projeto 25

2.6.2. Manifestações durante a construção ............................................ 26

2.6.3. Manifestações durante a utilização............................................... 26


2.7. Fissuras na alvenaria estrutural .......................................................... 27

2.7.1. Definição ....................................................................................... 27

2.7.2. Classificação................................................................................. 27

2.8. Causas da fissuração na alvenaria estrutural ..................................... 29

2.8.1. Fissuras causadas por recalque de fundação .............................. 29

2.8.2. Fissuras causadas pela atuação de sobrecargas ......................... 31

2.8.3. Fissuras por movimentações térmicas ......................................... 35

2.8.4. Fissuras por movimentações higroscópicas ................................. 39

2.8.5. Fissuras causadas pela retração de produtos à base de cimento 41

2.8.6. Fissuras por reações químicas ..................................................... 43

2.9. Técnicas de reparação ........................................................................ 44

2.9.1. Sistemas corretivos ...................................................................... 44

3. METODOLOGIA ....................................................................................... 53

3.1. Revisão bibliográfica ........................................................................... 53

3.2. O estudo de caso ................................................................................ 54

3.3. Anamnese ........................................................................................... 55

3.4. Análise dos dados ............................................................................... 56

3.5. Interpretação dos resultados ............................................................... 57

4. RESULTADOS .......................................................................................... 61

5. CONCLUSÕES ......................................................................................... 87

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 87


1. INTRODUÇÃO

Neste capítulo serão apresentadas as justificativas para escolha do tema deste


trabalho, bem como os objetivos a serem alcançados ao final da sua
realização.

1.1. Justificativa

A construção civil está em constante evolução, de maneira que uma técnica


construtiva pode ser a mais usual em um determinado momento histórico e se
tornar obsoleta com o passar dos anos. A busca por melhoria é motivada
principalmente pela necessidade de redução das ocorrências de problemas
durante a fase de utilização da edificação. Desta forma, estudos técnicos e
científicos são realizados com a intenção de descobrir as causas e apontar
soluções para eventuais manifestações patológicas existentes nas
construções.

Patologia das construções, segundo Thomaz (1990), pode ser entendida como
a ciência que estuda os defeitos dos materiais, dos componentes e dos
elementos de uma edificação, compreendendo uma apreciação dos motivos de
causa, e das possibilidades de manutenção, prevenção e recuperação.

Embora toda edificação tenha sua construção balizada em critérios de


durabilidade e vida útil, não é incomum a ocorrência de manifestações
patológicas, seja pela má execução de um processo construtivo, emprego
inadequado de algum material, interferências externas naturais ou até mesmo
desgastes naturais dos materiais que compõem a estrutura.

As patologias de uma construção costumam ser percebidas de forma visual.


Podendo se apresentar através de fissuras, deformações, manchas,
descolamentos e outros. Normalmente acontecem de forma sintomática,
sinalizando que algo de incomum pode estar afetando a edificação.

Quando patologias como aquelas citadas anteriormente se manifestam em


sistemas de alvenaria, podem gerar apenas um incomodo ou desconforto aos

12
usuários da edificação, assim como comprometer a segurança e a estabilidade
da estrutura.

Alvenaria, segundo Azeredo (1977), é um elemento construtivo vertical que


pode possuir tanto a função de vedar e separar ambientes e espaços, como
também apresentar função estrutural. Quanto ao segundo tipo de alvenaria
citada, essa é responsável por suportar principalmente os esforços de
compressão de uma estrutura, conferindo rigidez e estabilidade.

Patologias, portanto, são manifestações indesejáveis em uma construção,


principalmente quando essas se apresentam em elementos estruturais, que
são os principais responsáveis pela sua segurança. Devido à importância
acerca desse tema, este trabalho surge da oportunidade em realizar uma
investigação das fissuras manifestadas em prédios de um conjunto habitacional
da cidade Juazeiro-Ba.

1.2. Objetivos gerais

Analisar a condição geral de edifícios residenciais em alvenaria estrutural de


um condomínio situado na cidade de Juazeiro/BA, identificando, no processo,
as fissuras mais frequentes e suas causas, bem como as alternativas de
correções.

1.3. Objetivos específicos

a) Catalogar as principais fissuras existentes na edificação em estudo;

b) Analisar as possíveis causas, origens e mecanismo de ocorrência;

c) Propor alternativas de sistemas corretivos;

13
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Histórico

A alvenaria estrutural é um sistema construtivo utilizado desde o início da


atividade humana na realização de estruturas para as mais variadas
finalidades. Com a simples utilização de blocos de argila ou pedra, por
exemplo, e sem muita propriedade teórica, foram construídas edificações que
desafiaram o tempo e existem até os dias atuais, comprovando a eficiência
desse processo construtivo (RAMALHO; CORRÊA, 2008).

O seu surgimento aconteceu de forma empírica, através das experiências dos


construtores que, por meio de tentativas, visavam garantir rigidez e estabilidade
estrutural para as suas construções (MOHAMAD, 2015).

O empilhamento de tijolos ou blocos, de forma que estes cumpram a função de


suportar a construção, foi o princípio que originou as alvenarias estruturais.
Desta forma, vãos até poderiam ser criados, porém, através de peças
auxiliares como vigas de madeira ou pedra. As tentativas de vãos criados
através da própria alvenaria estrutural quase sempre traziam consigo a
deficiência de serem obrigatoriamente executados com dimensões
relativamente pequenas (RAMALHO; CORRÊA, 2008).

Segundo Mohamad (2015), o processo de modernização das alvenarias


estruturais teve início no começo do século XX. Um marco desse período foi a
construção do prédio “Monadnock” em Illinois, Estados Unidos. Essa obra foi
importante por apresentar 16 pavimentos e possuir 65 metros de altura. Por
outro lado, as paredes do térreo apresentavam espessuras com 1,80 metros,
evidenciando uma deficiência do método construtivo que gerava dificuldades
de racionalização do processo executivo e limitações de organização espacial,
tornando o sistema lento e caro.

Para Kalil (2005), a utilização da alvenaria como material estrutural


predominava no final no século XIX, contudo, devido à falta de estudos na
área, esta técnica não era utilizada de forma racionalizada.

14
As teorias de cálculo ainda eram utilizadas de forma empírica, o que não
proporcionava uma garantia de segurança.

A partir de 1950 começaram a surgir na Europa e América do Norte códigos de


obras e normas que regularizavam os procedimentos de cálculo, acarretando
em um crescimento marcante da alvenaria estrutural em diversos outros
países, após um período de baixa utilização.

Mohamad (2015) considera que no ano de 1951 a modernização da alvenaria


estrutural atingiu o seu auge, através dos estudos realizados pelo professor
Paul Haller, na Suíça. Devido à escassez do concreto e do aço, ocasionada
pela Segunda Guerra Mundial, conduziu-se uma série de testes em paredes de
alvenaria. Mais de 1.600 paredes de tijolos foram testadas, até que o resultado
das pesquisas servissem de base para a construção de um prédio de 18
pavimentos que revolucionou o processo construtivo existente.

Segundo Kalil (2005), o ápice da alvenaria estrutural no Brasil aconteceu na


década de 80 impulsionado pela construção de conjuntos habitacionais para
pessoas de baixa renda, proposto por construtoras e produtores de blocos que
enxergaram um grande potencial em redução de custos, principal vantagem
associada a esta técnica construtiva.

Segundo Kalil (2005), a falta de experiência por parte da mão de obra


contrapôs as vantagens promovidas pela utilização da alvenaria como
elemento estrutural, isso porque muitas manifestações patológicas começaram
a surgir, fazendo com que o emprego dessa técnica no Brasil desacelerasse
novamente. Entretanto, as vantagens econômicas desse sistema em relação
ao convencional motivaram as construtoras a continuarem apostando na
técnica e investindo em pesquisas para solucionar os problemas que eram
causados pela má execução.

Mohamad (2015) destaca a evolução do conhecimento técnico e científico em


torno do comportamento global das edificações e do elemento parede,
proporcionando um progresso na fabricação de materiais e no comportamento
e interação entre os componentes presentes na execução da alvenaria
estrutural, tornando esse sistema eficiente em termos de celeridade, economia,
e capacidade de suportar as cargas.

15
2.2. O elemento alvenaria

Segurança estrutural, estanqueidade a água, durabilidade e confortos térmico e


acústico são os principais requisitos que devem ser garantidos em uma
edificação, segundo Caporrino (2015). Estes requisitos costumam estar ligados
intrinsecamente à função da alvenaria em uma construção.

Alvenaria, para Azeredo (1997), é um elemento construtivo constituído de


pedras naturais, tijolos ou blocos, ligadas entre si pela combinação de juntas,
podendo haver ou não interposição de argamassa.

Para Tauil e Nese (2010), a alvenaria é um elemento vertical coeso, formado


pelo conjunto de peças justapostas em sua superfície e fixadas por uma
argamassa apropriada. Esse conjunto serve para vedar espaços, isolar e
proteger acusticamente os ambientes, promover conforto térmico, resistir a
cargas oriundas da gravidade e da ação do fogo, além de impedir a entrada de
vento e chuva no interior da construção.

2.3. Alvenaria de vedação

As alvenarias de vedação, segundo Kalil (2005), são as que resistem apenas


ao seu peso próprio e possuem a função de separar ambientes ou promover o
fechamento externo, não conferindo segurança estrutural à construção.
Quando utilizadas costumam estar associadas à vigas e pilares, responsáveis
por resistir aos esforços solicitantes da edificação.

2.4. Alvenaria Estrutural

Em alvenarias estruturais não são utilizados pilares e vigas, pois, as paredes,


chamadas de portantes, compõem a estrutura da edificação e são
responsáveis por transferir as cargas uniformemente até as fundações (TAUIL;
NESE, 2010).

16
O principal conceito ligado à utilização da alvenaria estrutural é o da
transmissão de ações através de tensões de compressão nas paredes. Há
também a possibilidade de tensões tracionarias, entretanto, é interessante que
estas estejam restringidas a pontos específicos da estrutura e não apresente
valores muito elevados, caso contrário, por mais que tecnicamente a estrutura
continue sendo viável, dificilmente será economicamente atrativa (RAMALHO;
CORRÊA, 2008).

As alvenarias estruturais recebem esforços verticais de lajes e coberturas e


podem receber também esforços horizontais, como por exemplo, o empuxo de
terra e esforço do vento (BASTOS, 2011).

Para uma perfeita execução da alvenaria estrutural, é necessário que algumas


paredes sejam paginadas. Kalil (2005) define paginação como plantas que
complementam a execução da primeira e segunda fiada permitindo que os
detalhes das alvenarias possam ser visualizados, a exemplo do
posicionamento da descida de prumadas de água e luz, da amarração entre as
paredes, do grauteamento, da presença de armaduras nos interiores dos
blocos, entre outros. Recomenda-se que a paginação seja feita principalmente
para as paredes que possuam aberturas, passagem de instalações
complementares ou algum outro detalhe relevante para o projeto.

2.4.1. Classificações da alvenaria estrutural

Para Camacho (2006), a alvenaria estrutural pode ser classificada quanto ao


processo construtivo empregado, quanto ao tipo de unidades ou quanto ao
material utilizado.

2.4.1.1. Alvenaria estrutural não armada

17
Nesse tipo de alvenaria estrutural não há presença de graute, e os reforços de
aço, através de barras, fios e telas, constam apenas em vergas, contra vergas,
e outros elementos que possibilitam aberturas (TAUIL; NESE, 2010). Sendo
assim, as armaduras agem apenas como elementos de finalidades
construtivas, com o objetivo de prevenir problemas patológicos como fissuras e
concentração de tensões (CAMACHO, 2006).

Para Kalil (2005), esse sistema é melhor indicado para residências, edificações
de pequeno porte e prédios com até 8 pavimentos. Nesse tipo de alvenaria a
análise estrutural não deve acusar esforços de tração, pois a estrutura não está
projetada para esse tipo de solicitação.

2.4.1.2. Alvenaria estrutural armada ou parcialmente armada

Segundo Tauil e Nesse (2010), esse tipo de alvenaria estrutural recebe


armadura em seus elementos resistentes, desta forma, são utilizadas
armaduras passivas de fios, telas, e barras de aço dentro dos vazios existentes
nos blocos, que são posteriormente grauteados.

A alvenaria estrutural armada pode ser empregada em edificações com até


mais de 20 pavimentos. A sua execução pode ser feita com blocos vazados de
concreto ou cerâmicos e necessita de uma paginação para cada uma das
paredes da edificação (KALIL, 2005).

2.4.1.3. Alvenaria contra ventada ou protendida

Alvenaria estrutural protendida é o processo construtivo em que existe uma


armadura ativa de aço contida no interior do elemento resistente. Esse tipo de
alvenaria é reforçado por uma armadura pré-tensionada, que aplica na
alvenaria esforços de compressão. O elevado custo para os materiais,
dispositivos de execução, e mão de obra desse sistema o torna pouco viável
dentro padrão construtivo brasileiro (TAUIL; NESE, 2010).

18
2.4.2. Componentes da alvenaria estrutural

Segundo Camacho (2006), os principais elementos utilizados para a execução


de construções em alvenaria estrutural são as unidades (blocos e tijolos),
argamassa, graute e armadura (construtiva ou de cálculo). É comum também
haver a presença de elementos pré-fabricados como vergas, contra vergas e
acessórios.

2.4.2.1. Blocos e tijolos

Os tijolos ou blocos que compõem a alvenaria estrutural desempenham um


papel fundamental para a sua resistência, uma vez que estes são os principais
elementos que suportam os esforços de compressão e determinam como
acontecerá a modulação no projeto (TAUIL; NESE, 2010).

É comum associar a execução da alvenaria estrutural diretamente à utilização


de blocos ou tijolos de concreto, porém esta técnica não se restringe apenas a
esse tipo de material. Na verdade os blocos e tijolos da alvenaria estrutural
também podem ser material cerâmico ou sílico calcário (ROMAN; MUTI;
ARAÚJO, 1999).

Para Kalil (2005), é indicado que os blocos possuam furos dispostos na direção
vertical, justificado pela diferença no mecanismo de ruptura nas duas
situações. No caso de sobrecargas da estrutura, os blocos com furos verticais
apresentam indícios antes de uma situação de colapso, enquanto os blocos
com furos na horizontal não.

Segundo Kalil (2005), as propriedades desejadas através da utilização de


tijolos e blocos estruturais são:

 Resistencia à compressão adequada;


 Capacidade de aderir à argamassa tornando homogênea a parede;

19
 Possuir durabilidade frente aos agentes agressivos (umidade, variação
de temperatura e ataque por agentes químicos);
 Dimensões uniformes;
 Resistência ao fogo.

2.4.2.2. Argamassa

A argamassa é o elemento responsável pela interligação das unidades da


alvenaria em uma estrutura, evitando pontos de concentração de tensões,
sendo normalmente constituída por cimento, agregado miúdo, água, podendo
apresentar ainda adições que visem melhorar determinadas propriedades
(CAMACHO, 2006).

Segundo Kalil (2005), as principais funções da argamassa em uma alvenaria


estrutural é promover a solidariedade das unidades, distribuindo de forma
uniforme as cargas atuantes na parede; absorver eventuais deformações;
compensar irregularidades dimensionais que a alvenaria possa apresentar e
selar as juntas para evitar a entrada de água e vento no interior das
edificações.

Segundo Ramalho e Corrêa (2008), a espessura da junta ao qual a argamassa


estará presente deverá ser estreita, porém, esse limite não deve ser pequeno a
ponto de permitir que pontos dos blocos acabem se tocando. Esta situação
provocaria uma concentração de tensões que afetaria a resistência da parede.
Por outro lado, a resistência da parede decresce com o aumento da espessura
da junta horizontal.

A NBR 10837, Cálculo de alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto,


fixa o valor de 1 cm para a espessura da junta horizontal entre os blocos, a
menos que a adoção de um outro valor seja justificado tecnicamente.

Quanto à resistência da argamassa aos esforços de compressão, segundo


Ramalho e Corrêa (2008), é indicado um valor entre 70% e 100% da própria
resistência dos blocos. Entretanto, uma argamassa que tenha até 50% da

20
resistência dos blocos dificilmente implicará em um resultado muito prejudicial
à estrutura.

2.4.2.3. Graute

O graute é uma espécie de concreto, podendo também ser chamado de micro


concreto na literatura. Formado por cimento, agregado miúdo, agregado graúdo
com dimensão inferior a 9,5 mm e água, este material deve apresentar alta
fluidez, de modo que consiga preencher os vazios dos blocos com eficiência
(CAMACHO; CORRÊA, 2008).

Segundo Kalil (2005), a utilização do graute em blocos vazados é indicada por


dois motivos. O primeiro deles é proporcionar a integração entre a armadura e
alvenaria, no caso de a alvenaria estrutural ser armada ou no caso da
armadura possuir apenas características construtivas. O segundo é aumentar a
resistência na parede, promovida pela inserção do graute, sem que haja a
necessidade de se aumentar a resistência da unidade através da mudança do
bloco a ser utilizado.

Segundo Roman, Muti e Araújo (1999) para o graute deve ser usado cimento
do tipo Portland de moderada resistência a sulfatos. A cal pode ser utilizada em
alguns casos para se diminuir a rigidez do produto final, em uma porção de
1/10 do volume utilizado de cimento. É recomentado que a areia utilizada tenha
um módulo de finura de 2,3 a 3,1, pois essas dependem de menos cimento e
isso faz com que o graute acabe apresentando uma maior resistência à
compressão além de apresentar menos retração no processo de
endurecimento.

2.4.2.4. Armadura

Segundo Camacho (2006), as armaduras utilizadas na alvenaria estrutural são


as mesmas utilizadas no concreto armado, e podem ser classificadas como
armadura construtiva ou de cálculo. Sua principal função na estrutura é

21
absorver os esforços de tração e/ou compressão, além de suprir eventuais
necessidades construtivas.

De acordo com Ramalho e Corrêa (2008), a armadura pode ser utilizada para
suprir esforços de compressão também, porém, essa capacidade é muito
pouco aproveitada nas alvenarias estruturais, isso porque a resistência dos
outros materiais constituintes da parede representa um valor muito mais
significativo para a solicitação desses esforços do que o aço. Sendo assim,
usualmente não é interessante utilizar esse material para o aumento de
resistência à compressão da parede, este é melhor indicado quando for
necessário conferir ductilidade à edificação, assim como aumentar o limite de
esbeltez quando for preciso um acréscimo localizado de resistência na
estrutural.

2.4.2.5. Junta de dilatação

As juntas de dilatação e controle são de grande importância para o bom


funcionamento da alvenaria estrutural principalmente como forma de se evitar
futuras patologias. Isso porque, segundo Tauil e Nesse (2010), elas permitem a
contração e expansão de elementos que constituem a edificação, sejam esses
causados por variações térmicas, variações higroscópicas, ou até mesmo cura
do concreto, e desta forma evitam os surgimentos de fissuras e trincas na
alvenaria.

Segundo Kalil (2005), as juntas devem possuir o espaçamento de 12 a 15


metros, para se evitar a possibilidade de surgimentos de fissuras na alvenaria
causadas pela expansão dos tijolos devido a incorporação de umidade ou
variação de temperatura.

Camacho (2006) justifica a utilização de juntas de ligação para locais onde a


altura ou carga das alvenarias variam bruscamente, em pontos onde pode
haver uma mudança de espessura da parede, ou em chanfros, cortes, pilares e
fixações.

22
2.4.2.6. Vergas e contra vergas

Verga é um elemento estrutural colocado sobre os vãos de portas, janelas ou


aberturas, com a finalidade de se transferir esforços verticais para paredes
adjacentes (CAMACHO, 2006).

A verga, segundo Kalil (2005), deve ser posicionada na primeira fiada acima da
abertura. Ela está sujeita a incidência de momento fletor causado pela carga
suportada que se concentra acima dela, sendo a sua função absorver e
transferir as reações para as paredes. Essas peças costumam ser pré-
fabricadas de concreto ou então feitas em loco, com a utilização de blocos
canaletas, e devem possuir o seu comprimento prolongado 19 cm (medida
aproximada de um bloco canaleta) em caso de portas, ou 38 cm em caso de
janelas, para ambos os lados.

As contra vergas, de acordo com Camacho (2006), são elementos estruturais


que são colocados em vãos com a finalidade de absorver tensões de tração
nos cantos, aplicadas em aberturas de janela. Segundo Kalil (2005), ela deverá
ser posicionada na última fiada, de cima para baixo, anterior a abertura, e
geralmente é executada com a utilização de bloco canaleta, devendo ter o seu
comprimento prolongado para no mínimo a medida de dois blocos canaleta, em
ambos os lados do vão.

2.5. Patologias das construções

Segundo a definição de Thomaz (1990), a área de patologia das construções


pode ser entendida como aquela que procura, através de métodos específicos,
estudar os defeitos dos materiais, dos componentes e dos elementos da
edificação, diagnosticando suas causas, estabelecendo seus mecanismos,
formas de manutenção, medidas de prevenção e de recuperação.

Existe uma diferença entre patologia e manifestação patológica. A última é a


expressão resultante de um mecanismo de degradação, enquanto a primeira

23
serve para explicar o mecanismo e a causa da ocorrência de determinada
manifestação patológica (OLIVEIRA, 2012).

A área da patologia das alvenarias envolve o estudo sistemático dos defeitos


que podem vir a ocorrer nas paredes das edificações, desde fissuras, rupturas,
deformações, manchas, descolamentos entre outros (BEZERRA, 2016).

Entre as manifestações patológicas que mais ocorrem em alvenaria estrutural,


ganham destaque a fissuração, as manchas de umidade, a formação de
eflorescência e deslocamento de revestimentos cerâmicos, sendo a fissuração
a mais recorrente.

2.6. Principais origens das manifestações patológicas

A concepção de uma edificação se processa em diferentes fases, que juntas


devem atender ao resultado final desejado e à sua determinada função. O
processo de construção e uso pode ser dividido em cinco grandes etapas:
planejamento; projeto; fabricação de materiais e componentes fora do canteiro;
execução e uso. As quatro primeiras etapas envolvem um período de tempo
relativamente curto, diferentemente do uso que envolve períodos longos
(HELENE, 2003).

Para Cremonini (1988), os defeitos podem ocorrer das mais variadas formas e
ter origem em qualquer etapa do processo conceptivo, estando a sua
incidência relacionada com o nível de controle de qualidade executado nas
diversas etapas. As causas das patologias da construção civil podem ser
externas, que decorrem de agentes nocivos do meio ambientes, ou internas,
que possuem origem durante o processo construtivo e podem ser subdivididas
em três tipos:

 Congênitas: originadas na fase de planejamento e projeto, ocorrem


pela falta de observação das Normas Técnicas, também por falhas e
descuidos dos profissionais;

24
 Construtivas: originadas na etapa de construção, ocorrem pela falta
de qualidade de materiais ou mão de obra qualificada, e pela
ausência de metodologia para execução dos serviços;
 Uso: decorrentes do uso inadequado da estrutura projetada e da falta
de realização de manutenção.

2.6.1. Manifestações na fase de planejamento e concepção do projeto

Pode-se dizer que a edificação é gerada durante a fase de concepção, sendo a


base para todo o restante do processo construtivo, uma das etapas mais
importantes à contribuição do não surgimento de problemas patológicos. Na
fase de concepção são definidas as características esperadas dos produtos
empregados na construção, as condições de exposição previstas para o
ambiente exterior, o comportamento em uso projetado do edifício e a
viabilidade da construção (PINA, 2013).

A etapa de idealização do edifício engloba dois sub processos: o planejamento


e o projeto. Na etapa de planejamento é definida a função da edificação a partir
das necessidades determinadas pelo usuário, já na etapa de projeto, a função
e o desempenho da edificação são relacionados com a área técnica, sendo
realizada nesta a escolha dos métodos e materiais a serem utilizados, bem
como o projeto da estrutura e gerenciamento do processo construtivo
(HELENE, 2003).

Falhas no estudo preliminar, no anteprojeto e no projeto final de engenharia


podem levar a escolha de elementos de projeto inadequados e na geração de
problemas alterando o desempenho, durabilidade e até mesmo a vida útil da
edificação.

Estudos mostram que um elevado percentual das manifestações patológicas


nas edificações é originado nas fases de planejamento e projeto, sendo
geralmente mais graves que as relacionadas à qualidade dos materiais e aos
métodos construtivos (HELENE, 2003).

25
Antunes (2010) defende que um projeto bem elaborado é crucial para o
sucesso de uma edificação construída em alvenaria estrutural. A qualidade do
projeto é importantíssima, mas se os profissionais que o desenvolverem não
conhecerem e nem possuírem o domínio do processo de execução da
alvenaria estrutural, a qualidade da edificação certamente será afetada.

2.6.2. Manifestações durante a construção

Iniciada a construção, podem ocorrer falhas das mais diversas naturezas,


associadas a causas tão diversas como falta de condições locais de trabalho,
de mão de obra capacitada, de controle de qualidade de execução, bem como
problemas nas propriedades de materiais e componentes (OLIVEIRA, 2013).

Nesta etapa também estão relacionados os problemas referentes à escolha do


material, que deve estar em concordância com o projeto, objetivando atender
as necessidades dos usuários além de garantir a manutenção de suas
propriedades. É importante ressaltar também que a escolha do material não
pode estar associada ao custo, uma vez que, produtos com baixo custo podem
apresentar uma qualidade inferior (OLIVEIRA, 2013).

2.6.3. Manifestações durante a utilização

As manifestações patológicas que surgem durante a fase de uso da edificação


costumam ser provocadas pela má utilização e falta de manutenção da
edificação por parte do usuário, fato que se deve, também, à falta de
formulação de manuais de uso e manutenção das edificações por parte dos
empreendedores e responsáveis técnicos pela estrutura, fator que auxilia o
surgimento de problemas (DAL MOLIN, 1988).

Durante a fase de utilização surgem muitas patologias originadas pelos


usuários, através de diversos fatores como sobrecargas não previstas no
projeto, alterações estruturais indevidas em função de reformas, utilização de
produtos químicos com agentes agressivos, falta de programações de

26
manutenção adequada, falta de inspeções periódicas, danificação de
elementos estruturais por impactos, erosão por abrasão, retração do cimento,
excesso de deformação das armaduras (PINA, 2013).

2.7. Fissuras na alvenaria estrutural

Dentre inúmeros problemas patológicos que afetam os edifícios executados


com alvenaria estrutural é particularmente importante o problema das fissuras,
estando elas ligadas a três aspectos fundamentais: o aviso de um eventual
estado perigoso para a estrutura, o comprometimento do desempenho da obra
em serviço (estanqueidade à água, durabilidade, isolação acústica etc.), e o
constrangimento psicológico que a fissuração do edifício exerce sobre seus
usuários (THOMAZ, 1989).

A fissuração pode ser considerada como a causa mais frequente de falha de


desempenho da alvenaria, segundo Grimm (1988), entretanto, na maioria dos
casos as fissuras não estão relacionadas com danos estruturais, mas
prejudicam o atendimento às condições de serviços.

2.7.1. Definição

Eldridge (1982) define fissura como o resultado de solicitações maiores do que


aquelas que o edifício ou parte dele pode suportar, podendo ser uma ou várias
solicitações, resultante de uma ou várias causas, externas ou internas ao
edifício ou aos seus materiais.

Moraes (1982) a apresenta como a manifestação patológica do alívio das


tensões que se desenvolvem na parede, caracterizada pela ruptura entre as
partes de um mesmo elemento ou entre dois elementos conectados.

2.7.2. Classificação

27
Essas fissuras podem ser classificadas tendo como orientação alguns critérios,
seguindo como exemplo: a abertura, a atividade, a direção, as tensões
envolvidas, as causas e o tipo (RICHTER, 2007).

Oliveira (2012) classifica abertura na alvenaria (Tabela 1) em:

 Fissura: abertura em forma de linha, com espessura de até 0,5 mm;


 Trinca: abertura em forma de linha, com espessura de 0,5 mm até 1,5
mm;
 Rachadura: abertura expressiva, proveniente de acentuada ruptura de
massa, cuja espessura varia de 1,5 mm a 5,0 mm;
 Fenda: abertura excessiva, que causa divisão da parede, e sua
espessura varia de 5,0 mm a 10 mm;
 Brecha: acima de 10 mm.

Tabela 1 – Classificação de uma abertura em alvenaria

ANOMALIAS ABERTURAS (mm)

Fissura Até 0,5

Trinca De 0,5 a 1,5

Rachadura De 1,5 a 5,0

Fenda De 5,0 a 10,0

Brecha Acima de 10,0


Fonte: Oliveira (2012)

De acordo com sua atividade:

 Ativas: fissuras que ainda se movimentam, alterando suas dimensões ao


longo do tempo;
 Passivas: as fissuras já estabilizadas, em que não se observam
alterações dimensionais, tanto na largura quanto na abertura ou forma.

Com base nas suas causas, as fissuras em alvenarias podem ser classificadas
em basicamente três tipos, como apresentados por Grimm (1988) e Thomaz
(1989):

28
 Efeitos externos: compreendem principalmente a atuação das cargas
variáveis e movimentação das fundações;
 Mudanças volumétricas dos materiais: refere-se às mudanças
volumétricas, provocadas por retração, mudanças de temperatura e de
umidade e etc.;
 Interação da alvenaria com outros elementos estruturais: causa fissuras,
quando, por exemplo, tais elementos retraem-se ou se dilatam ou
quando induzem a deformações excessivas na alvenaria.

2.8. Causas da fissuração na alvenaria estrutural

2.8.1. Fissuras causadas por recalque de fundação

De acordo com Velloso e Lopes (2004), toda fundação sofre deslocamentos


verticais (recalques), horizontais ou rotacionais, conforme a solicitação a que
está submetida. Esses deslocamentos dependem da interação solo-estrutura.
Quando os valores desses deslocamentos ultrapassam certos limites, pode
resultar no colapso da estrutura devido ao surgimento de esforços os quais ela
não está dimensionada.

Os recalques nas estruturas podem ser gerados por diversos motivos, por
exemplo, acomodação de fundação em cortes e aterro, influência das tensões
de fundações vizinhas, assentamento devido à heterogeneidade do solo,
compactação diferenciada de aterros, rebaixamento de lençol freático, falhas
de projeto, entre outros, ilustrados na figura 1 (THOMAZ, 2001 apud SAMPAIO,
2010).

29
Figura 1 Recalque produzido por movimentação das fundações
(BAUER,2007 E THOMAZ, 2001 apud SAMPAIO,2010)

Especialmente nos casos de recalques, as alvenarias estruturais apresentam


fissuras geralmente inclinadas ou verticais, confundindo-se às vezes com as
fissuras provocadas por deflexão de componentes estruturais, com variação de
abertura ao longo do seu comprimento. E costumam se localizar próximas ao
primeiro pavimento da edificação inclinando-se em direção ao ponto onde
ocorreu o maior recalque. A fissuração poderá se prolongar através dos
pavimentos, de forma tão intensa quanto no primeiro. Quando o recalque
ocorre de forma intensa, as tensões de cisalhamento resultantes podem
provocar esmagamentos localizados e em forma de escamas. As diversas
configurações dessas fissuras são ilustradas na figura 2 (SAMPAIO, 2010 e
JÂCOME E MARTINS, 2005):

30
Figura 2 Exemplos de fissuras causadas por recalque (GRIMM,1998)

2.8.2. Fissuras causadas pela atuação de sobrecargas

Quando a estrutura de alvenaria é subdimensionada, ou seja, quando é


solicitada por cargas superiores às previstas em projeto, a resposta da
estrutura é usualmente caracterizada pelo surgimento de fissuras, mesmo sem
atingir as cargas-limite de ruptura (SAMPAIO, 2010).

Diversos fatores intervêm na fissuração e na resistência fina de uma parede a


esforços axiais de compressão, tais como: resistência mecânica dos
componentes de alvenaria e da argamassa de assentamento, módulos de
deformação longitudinal e transversal dos componentes de alvenaria, poder de
aderência, retenção de água, elasticidade e retração da argamassa,
espessura, regularidade e tipo de junta de assentamento, e finalmente,
esbeltes da parede produzida (THOMAZ, 1989).

As fissuras que se manifestam nas alvenarias, decorrentes de sobre


carregamentos, são geralmente verticais originando-se da deformação

31
transversal da argamassa de assentamento e dos próprios componentes de
alvenaria. Em casos muitos específicos, contudo, podem aparecer fissuras
horizontais em ocorrência do esmagamento da argamassa de assentamento
ou em ocorrência da ruptura dos próprios componentes de alvenaria (JÂCOME
E MARTINS 2005).

a) Fissuras verticais por sobrecarga

O mecanismo de ruptura de paredes de alvenaria solicitadas por


carregamentos verticais de compressão consiste no surgimento de fissuras
verticais, como apresentado na figura 3, decorrentes de esforços de tração
induzidos nas duas direções de plano horizontal dos tijolos, pela deformação
transversal da argamassa de assentamento. Também são responsáveis pelas
formações de fissuras verticais às solicitações locais de flexão nas alvenarias
constituídas por tijolos maciços, devido a sua heterogeneidade e a diferença de
comportamento entre tijolos e argamassa de assentamento (BAUER, 2005;
THOMAZ, 1989; DUARTE, 1998).

Figura 3 Fissuras verticais induzidas por sobrecargas (DUARTE, 1998)

b) Fissuras horizontais por sobrecarga

As fissuras horizontais por sobrecarga ocorrem pela ruptura por compressão


dos componentes, da junta da argamassa ou dos septos dos tijolos e blocos de
furos horizontais, em função de excessivo carregamento de compressão na

32
parede ou por possíveis solicitações de flexo compressão (SAHLIN, 1971;
THOMAZ 1989).

Ainda podem surgir fissuras, provenientes de sobrecarga, na orientação


horizontal das alvenarias, como a ilustrada na figura 4, constituídas por blocos
cerâmicos estruturais com furos dispostos verticalmente, pela deformação
transversal da argamassa de assentamento podendo provocar a ruptura por
tração de nervuras internas dos blocos (THOMAZ, 1989).

Figura 4 Fissura horizontal por sobrecarga (DUARTE, 1998)

A atuação de cargas concentradas nas alvenarias, sem o emprego de


dispositivos adequados para redistribuição das tensões, pode provocar o
esmagamento localizado ou a manifestação de fissuras inclinadas a partir do
ponto de aplicação da carga (JÂCOME E MARTINS 2005).

c) Fissuras por sobrecargas em torno de aberturas

Um fator de primordial importância no fissuramento de alvenarias é a presença


de aberturas de portas e janelas, em cujos vértices ocorrem acentuadas
concentrações de tensões, figura 5. Na prática, procura-se combater essa
concentração de tensões através da construção de vergas e contra vergas
(JÂCOME E MARTINS 2005).
As fissuras por sobrecargas em torno de aberturas, como as mostradas na
figura 6, ocorrem em paredes de alvenaria descontinuas, com uma ou mais

33
aberturas, submetidas a carregamentos de compressão excessivos e tem
como características a formação de fissuras a partir dos vértices das aberturas.

Nessas regiões onde há concentração de tensões, devido à sobrecarga, pode


haver o esmagamento em pontos específicos, produzindo a ruptura dos
componentes da alvenaria, com formação de fissuras se manifestando de
forma vertical ou inclinada, como a mostrada na figura 7, iniciando a partir do
ponto de sobre carregamento (SAMPAIO, 2010).

Figura 5 Fissuração teórica em torno de abertura em parede submetida a sobrecarga (THOMAZ, 1989)

Figura 6 Fissuração real em torno de aberturas em parede submetidas a sobrecarga (THOMAZ, 1989)

Figura 7 Tipologia da fissuração originada pela sobrecarga localizada (BAUER, 2007)

34
2.8.3. Fissuras por movimentações térmicas

A exposição dos materiais a certas temperaturas pode gerar transformações na


sua microestrutura, consequentemente, modificando suas propriedades. Esta
modificação muitas vezes é observada através do ganho de volume do
material, em decorrência da dilatação térmica. As movimentações térmicas de
um material estão relacionadas com as propriedades físicas do mesmo, tais
como, coeficiente de dilatação térmica, massa especifica, coeficiente de
condutibilidade térmica e absorbância, e com a intensidade da variação da
temperatura (BERTOLINI, 2010); (THOMAZ, 1989).

a) Fissuras horizontais por movimentação térmica da laje

Devido a movimentação térmica da laje ocorrem fissuras em paredes de


alvenaria que sustentam lajes de concreto armado exportas as variações de
temperatura, especialmente as lajes de cobertura. As coberturas planas são
mais suscetíveis à exposição solar do que as paredes das edificações,
proporcionando movimentos diferenciados entre estes elementos que podem
gerar fissuras como as demonstradas na figura 8. Além disso, o coeficiente de
dilatação térmica do concreto é, em média, duas vezes maior que o das
alvenarias, considerando tijolos e juntas (VERÇOZA, 1991).

Figura 8 Fissura horizontal na interface entre a laje e a parede por movimentação térmica da laje
(DUARTE, 1998)

35
A configuração destas fissuras é tipicamente horizontal, na interface entre a
parede de alvenaria e a laje de concreto armado, onde ambas são submetidas
a tensões ou mais abaixo, em uma linha paralela à laje, como apresentada na
figura 9. A formação destas tensões oriundas da variação de temperatura
possuem basicamente dois efeitos: curvatura da superfície da laje e variação
dimensional do plano da laje, os quais são responsáveis por transmitir tensões
de tração e cisalhamento para a alvenaria, como na figura 10, completando seu
mecanismo de ruptura (BASSO, RAMALHO e CORRÊA, 1997).

Figura 9 Fissura horizontal com componentes inclinados (escamas) por movimentação térmica da laje
(VERÇOZA, 1991)

Figura 10 Fissura horizontal na parede de fachada por movimentação térmica da laje (DUARTE, 1998)

b) Fissuras inclinadas por movimentação térmica da laje

As fissuras inclinadas geradas por movimentação térmica da laje ocorrem nos


cantos das paredes de alvenaria das edificações em função das dimensões da
laje, dos vínculos exercidos pelas paredes, sua constituição e pela eventual

36
presença de aberturas nas paredes, obtendo como característica principal
inclinação aproximada de 45°, figura 11, em direção a laje (THOMAZ, 1989).

Figura 11 Fissuras inclinadas no canto da edificação por movimentação térmica da laje (VERÇOZA, 1991)

c) Fissuras inclinadas em paredes transversais por movimentação


térmica da laje

Ao movimentarem-se, por ação das variações térmicas, as lajes de concreto


armado geram tensões que podem resultar em fissuras nas paredes de
alvenaria que as sustentam. Em paredes transversais, as fissuras inclinadas
por movimentação térmica da laje de cobertura aparecem nas paredes de
alvenaria que tenham orientação paralela ao sentido predominante de dilatação
e contração da laje, ou seja, perpendiculares às fachadas (BASSO et al., 1997;
DUARTE, 1998). Possuem inclinação aproximada de 45 ° em direção à laje de
teto (figura 12), costumam ocorrer em associação às outras fissuras
características de movimentação térmica da laje.

Figura 12 Fissura inclinada em parede transversal por movimentação térmica da laje (DUARTE, 1998).

37
Em função da fraca aderência entre os componentes da alvenaria e as juntas
de argamassa, estas fissuras podem manifestar-se de forma escalonada (figura
13), acompanhando as juntas verticais e horizontais dos componentes ou ainda
sob forma de linha horizontal sob a laje, em função da fraca vinculação entre
laje e parede, segundo Basso et al. (1997).

Figura 13 - Fissura escalonada, no sentido da argamassa de assentamento (Thomaz 1989).

d) Fissuras verticais por movimentação térmica da laje

Nas paredes paralelas ao sentido predominante de dilatação e contração


térmica da laje de cobertura, podem ocorrer também fissuras verticais por
movimentação térmica da laje (figura14). Neste caso, a dilatação da laje gera
tensões horizontais de tração, provocando a fissura vertical na parede de
alvenaria (DUARTE, 1998).

No topo da parede, junto à laje, a fissura tende a apresentar maior abertura, e


é mais comum em paredes de alvenaria com tijolos de furos verticais, que
apresentam baixa resistência à tração na direção horizontal.

Figura 14 Fissura vertical por movimentação térmica da laje (DUARTE, 1998)

38
e) Fissuras verticais por movimentação térmica da alvenaria

As fissuras verticais por movimentação térmica da alvenaria são provocadas


pela dilatação e contração térmica das paredes, gerando fissuras verticais
regularmente espaçadas (THOMAZ, 1989; VERÇOZA, 1991). Tem ocorrência
típica em paredes onde não foram previstas juntas de dilatação (TRILL;
BOWYER, 1982).

Outro fato importante é que existe uma maior tendência de fissuração das
paredes que chegam de topo na fachada (Figura 15). Essas paredes sofrem
variações de temperatura muito diferentes das que ocorrem na laje, enquanto
as paredes de fachada estão submetidas a variações de temperaturas
semelhantes às da laje de cobertura.

Em paredes com aberturas podem ocorrer variações inclinadas destas fissuras


pela movimentação térmica da alvenaria, quase sempre junto ao topo de portas
e janelas (BRICK INDUSTRY ASSOCIATION, 1991).

Em cantos de paredes também podem ocorrer fissuras verticais por


movimentação térmica da alvenaria. Paredes perpendiculares dilatam em
direção ao canto, causando-lhe uma rotação e consequente fissura vertical
neste vértice. Saliências e reentrâncias de alvenaria geram cantos sujeitos ao
mesmo fenômeno (BRICK INDUSTRY ASSOCIATION, 1991).

Figura 15 Fissuras verticais por movimentação térmica da alvenaria em platibandas (VERÇOSA, 1991)

2.8.4. Fissuras por movimentações higroscópicas

As mudanças higroscópicas provocam variações nas dimensões nos materiais


porosos que constituem os elementos e componentes da construção; a

39
absorção de umidade provoca movimentação higroscópica de expansão,
enquanto a diminuição desse teor provoca uma contração. Devido à existência
de vínculos que impedem ou restringem essas movimentações, poderão
ocorrer fissuras nos elementos e componentes construtivos, como a mostrada
a figura 16 (THOMAZ, 1989; DUARTE,1998).

Figura 16 Fissura horizontal provocada pela expansão da alvenaria gerada pela absorção de umidade
(DUARTE, 1998).

Segundo Verçoza (1991), a umidade não é apenas uma causa de patologias,


ela age também como um meio necessário para que grande parte das
patologias em construções ocorra.

De acordo com, Thomaz (1989) as fissuras provocadas pela variação de


umidade são análogas às provocadas pelas variações de temperatura, sendo
que as intensidades das mesmas podem variar em função da variação da
temperatura, da umidade e das propriedades higrotérmicas dos materiais.
Podem se manifestar de diversas formas:

No encontro de paredes onde os componentes da alvenaria foram assentados


com juntas aprumadas, ocorreram movimentações higroscópicas que poderão
provocar o destacamento entre as paredes.

As fissuras normalmente se desenvolvem na direção horizontal na base da


alvenaria, onde a impermeabilização foi mal executada. Os componentes de
alvenaria, em contato direto com o solo, absorvem sua umidade apresentando
movimentações diferenciadas em relação às fiadas superiores que estão
sujeitas à perda de água por evaporação, fazendo com que essas fissuras
apresentem-se principalmente nas juntas entre as primeiras e segundas fiadas
(CAPORRINO, 2015; THOMAZ, 1989).

40
Segundo Eldridge (1982), fissuras verticais por expansão da alvenaria se
manifestam em cantos e reentrâncias (figura 17), semelhantemente
representadas pelas fissuras verticais por movimentação térmica da alvenaria.
Este tipo de manifestação patológica ocorre em cantos salientes devido à
expansão das paredes que são consequência da umidade absorvida por elas
(THOMAZ, 1989).

Figura 17 Fissura vertical no canto do edifício por expansão da alvenaria (THOMAZ, 1989)

2.8.5. Fissuras causadas pela retração de produtos à base de cimento

As fissuras originadas por retração podem ser provocadas em paredes de


alvenaria pela retração de materiais à base de cimento, como blocos de
concreto ou juntas de argamassa, ou ainda, pela retração de outros elementos
construtivos, como lajes e vigas de concreto armado, por exemplo, causando
fissuras nas paredes adjacentes a estes elementos (THOMAZ, 1989;
MAGALHÃES, 2004).

a) Retração de lajes de concreto armado

Para Duarte (1998), a maior parcela da retração é causada pela perda de água
que não está quimicamente associada no interior do concreto. Esta perda
d’água provoca uma contração dos elementos de concreto do prédio não

41
acompanhada pelas paredes de alvenaria, como exemplo a retração de lajes
de concreto armado.

O efeito mais nocivo da retração de lajes de concreto armado, de acordo com


Eichler (1973), será a fissuração de paredes solidárias à laje. Essa retração
pode gerar a formação de fissuras devido à rotação nas fiadas de blocos
próximos a laje causada por seu encurtamento. Por esse motivo, a
configuração mais comum de fissuras causadas por retração são as fissuras
horizontais que se localizam logo abaixo das lajes e também poderão aparecer
em paredes de andares intermediários, de edifícios constituídos por alvenaria
estrutural (SAMPAIO, 2010).

b) Retração de argamassas de revestimento

Além da fissuração desenvolvida pela retração das lajes existem as fissuras


mapeadas, que são fissuras de retração no revestimento em argamassa. Os
principais fatores que influenciam no aparecimento desse tipo de fissura são:
consumo de aglomerante, porcentagem de finos existentes na mistura e teor
de água de amassamento. Além da má aderência entre a argamassa e a base,
a espessura das camadas, o tempo de aplicação entre uma e outra, a rápida
perda de água durante o endurecimento devido a vento ou insolação também
influenciam em seu aparecimento. (Thomaz, 1988 apud Richter, 2007)

As fissuras devido a retração das argamassas de revestimento apresentam


distribuição uniforme, com linhas mapeadas que se cruzam formando ângulos
bastante próximos de 90°. Segundo Joisel (1965), se duas fissuras se
cruzarem com ângulos muito distintos de 90°, pelo menos uma delas não terá
sido causada por retração.

c) Retração de paredes e muros

Segundo DUARTE (1998), a retração pode ocorrer na argamassa de


assentamento embora sendo restringida devido ao confinamento que os tijolos

42
estão submetidos. Também afirma que o mesmo não ocorre com elementos
cerâmicos (tijolos, blocos, etc.), que por serem cozidos em fornos a alta
temperatura, perdem toda a umidade. Assim estando sujeito à efeito inverso,
ou seja, absorção de umidade e expansão.

Entre alvenaria e argamassa de assentamento, a retração ocorre de maneira


diferenciada, provocando fissuras e destacamentos idênticos aos verificados
para contrações provocadas por variações de temperatura e umidade.

A retração de alvenarias induzirá a formação de fissuras no próprio corpo da


parede, podendo ocorrer nos encontros entre paredes, no terço médio de
paredes muito extensas, em regiões onde ocorra uma brusca mudança na
altura ou na largura da parede ou mesmo em seções enfraquecidas pela
presença de tubulações.

2.8.6. Fissuras por reações químicas

Algumas alterações químicas indesejáveis podem ocorrer nos materiais de


construção contribuindo para o surgimento de manifestações patológicas do
tipo fissuras (THOMAZ, 1989). As reações químicas, principalmente com a
presença de umidade, podem promover a hidratação dos sais presentes que
tendem a aumentar seu volume provocando fissuras na alvenaria.

Segundo Duarte (1998) certas reações químicas que acontecem na argamassa


de assentamento podem gerar a expansão da mesma, sendo responsável pelo
aparecimento de fissuras horizontais que acompanham as juntas de
assentamento da alvenaria (figura 18).

43
Figura 18 Fissuras provocadas pela expansão da argamassa de assentamento (DUARTE, 1998)

2.9. Técnicas de reparação

O termo “técnica construtiva”, no que se refere ao reparo de fissuras, é definido


como sendo o conjunto de operações que visam recuperar o desempenho de
uma alvenaria degradada. Já o temo “método construtivo”, por sua vez,
destina-se ao conjunto dessas técnicas realizadas de forma ordenada
(Sabbatini, 1989 apud Lordsleem, 1997).

2.9.1. Sistemas corretivos

A solução para as manifestações patológicas de uma construção deve


acontecer através de uma abordagem sistêmica. Nesse trabalho será utilizado
o termo “sistema” para definir os diferentes tipos de técnicas ou métodos que
resultam na recuperação ou melhoria do desempenho de uma construção,
frente às fissuras que podem vir a acontecer em alvenarias.

Quanto à recuperação de fissuras, Lordsleem (1997) recomenda considerá-las


na maioria das vezes como ativas, pois, ainda que haja correções nas causas
que as originaram, pequenas mudanças em sua abertura continuam a
acontecer em função de variações térmicas e higroscópicas da alvenaria e
revestimento, desta forma, os sistemas de recuperação propostos devem
prever essas movimentações para garantir uma boa qualidade no reparo.

44
a) Sistema 1: Membranas acrílicas.

Sahade (2005) propõe esse tipo de técnica pra o reparo de fissuras


geométricas ou mapeadas em que o movimento não seja muito pronunciado.
Ela pode ser feita com a utilização de uma pintura a base de tintas
impermeabilizantes ou tinta elástica a base de resinas 100% acrílicas que não
possuam estirenos em sua composição, e estruturada com telas de poliéster,
chamadas de membranas acrílicas.

Para o procedimento dessa técnica recomenda-se a remoção da película de


pintura até que se atinja o reboco ou emboço, com abertura entre 10 a 20 cm
com centro localizado na superfície fissurada.

Sahade (2005) completa indicando que seja feita a limpeza do substrato,


seguida da aplicação de uma demão de resina 100% acrílica, com um período
médio de três horas de secagem.

Com a tela de poliéster embebida em resina acrílica, com tamanho


proporcional a abertura feita anteriormente, reforça-se a região da fissura.

Aplica-se então entre seis a oito demãos de resina acrílica até que tela esteja
completamente coberta, esse processo é similar ao indicado para
impermeabilizações de superfícies com telas de poliéster (figura 19). Finaliza-
se então com o mesmo acabamento do restante da alvenaria para que o reparo
seja imperceptível.

Figura 19 Aplicação da tela de poliéster em uma superfície de vedação.


(http://mettapiracicaba.com.br/site/wp-content/uploads/2015/01/Metta-coloca%C3%A7%C3%A3o-da-tela-
de-poliester.jpg , acessado em 09/2018)

45
b) Sistema 2: Recuperação com Bandagem de Dessolidarização.

A utilização de uma bandagem que propicie a dessolidarização entre o


revestimento e a parede na região referente à fissura, e indicada para dois
tipos de casos, segundo Thomaz (1989). Em casos de fissuras provocadas por
movimentações acentuadas, cuja origem seja vinculada à movimentação
higroscópica ou térmica da própria parede, ou então ao enfraquecimento
localizado da alvenaria devido à presença de aberturas ou inserção de
tubulações.

Essa bandagem, segundo Thomaz (1989), pode ser feita de saco de estopa,
esparadrapo, fita crepe, plástico, ou até mesmo comprada na forma
autoadesiva, encontrada em lojas de materiais especializados.

O autor ainda propõe a substituição de bandagem por telas metálicas. Essa


situação, porém, se aplica melhor a uma estrutura de concreto armado
convencional, onde poderia ocorrer o destacamento entre a estrutura e a
alvenaria.

Segundo o autor, o principio da recuperação através dessa técnica consiste na


absorção da movimentação da fissura por uma faixa de revestimento
relativamente larga, não aderente à base. Sendo assim, quanto melhor a
dessolidarização promovida pela bandagem e quanto maior a sua largura,
menor será as tensões promovidas pela variação de abertura da fissura no
revestimento, e consequentemente, menor a possibilidade de um retorno futuro
da fissura na superfície reparada.

Para a realização da técnica, indica-se a remoção do revestimento da parede


compreendendo uma faixa de largura entre 10 e 15 centímetros com centro
localizado na fissura (figura 20-a). Aplica-se a bandagem com distribuição
regular na abertura (figura 20-b) e, em seguida, aplica-se um chapisco sobre a
bandagem (figura 20-c), finalizando com a recomposição do revestimento
utilizando-se uma argamassa de baixo módulo de deformação (traço 1:2:9 em
volume).

46
Figura 20 Processo de recuperação da alvenaria através de bandagem. (Sahade 2005)

c) Sistema 3: Papel de parede ou pintura elástica

Esse tipo de técnica é indicado apenas para fissurações superficiais e


pequenas como uma alternativa de solução mais barata para o incomodo visual
gerado por esse tipo de manifestação patológica, visto que tratar fissuras e
repintar as paredes pode gerar um custo e transtorno bem maior, segundo
Sahade (2005).

A manifestação da fissura no interior ou exterior dos ambientes, além da


relação custo benefício, são os fatores que indicam a utilização de um papel de
parede ou pintura elástica para o reparo de fissuras superficiais.

d) Sistema 4: Substituição do revestimento

Segundo Sahade (2005), esse sistema visa recuperar fissuras que se


apresentam nas formas mapeadas ou geométricas, passivas, e que não
atinjam os elementos estruturais da alvenaria. Essa técnica contempla fissuras
que podem ter sido originadas por retração do concreto devido ao excesso de
aglomerantes, hidratação retardada da cal, presença de argilo-minerais na
areia, ou ataque de sulfatos (TOKAZI et.al., 1990).

47
Consiste basicamente na retirada de todo o revestimento de argamassa onde
se apresenta fissuras, com cuidado para que não se interfira na estabilidade
dos blocos, até a exposição da superfície da alvenaria. Esse processo deve ser
realizado parcialmente caso verifique-se a possibilidade de danos localizados.

O método continua com a limpeza do substrato, saturação da superfície com


água, e com a aplicação de um chapisco de cimento e areia grossa numa
proporção de 1:3 em volume, com período de cura de 24 horas.

Após esse período, aplica-se uma argamassa de emboço com traço de 1:1:6
de cimento, cal hidratada e areia média peneirada. Sahade (2005) destaca que
essa argamassa deve apresentar consistência firme o suficiente para ser
pressionado ao substrato com a desempenadeira, de modo a evitar o
surgimento de eventuais fissuras de retração.

Para que seja garantida uma adequada hidratação da cal indica-se que esta
seja pré-misturada com a areia e água, ficando em repouso por 24 horas até
poder ser incorporado o cimento, no momento da aplicação.

Logo após essa etapa executa-se a cura úmida da argamassa, molhando a


superfície por um período de três dias. Indica-se que o período total de cura
seja de no mínimo sete dias para que não haja formação de fissuras de
retração na etapa de reboco.

Antes do acabamento final, Sahade (2005), indica que, caso seja necessário,
aplique-se uma argamassa de reboco ou uma massa fina com um baixo
módulo de deformação e traço 1:2:9 de cimento, cal hidratada e areia fina
peneirada, em volume.

Para o acabamento será utilizada uma desempenadeira de madeira e espuma,


evitando a utilização de água para atingir uma melhor uniformidade da
superfície.

e) Sistema 5: Recuperação com Grampos de Fixação

Atualmente é uma das técnicas mais utilizadas para o reparo de grandes


fissuras em alvenaria, Duarte (1998), porém, destaca que esta é uma forma

48
corretiva questionável, visto que seria indicada apenas para fissuras
completamente estáveis. A utilização desta técnica em fissuras ativas implica
no aparecimento futuro de novas manifestações em outras regiões da
alvenaria.

O procedimento para a utilização desse sistema, segundo Thomaz (1989), se


inicia com a remoção do revestimento danificado ao longo da fissura até expor
o elemento estrutural da alvenaria. Após essa etapa inicia-se a disposição dos
grampos de forma alternada ao longo da fissura, seguido pela ancoragem
desses grampos através da perfuração da extremidade desses na parede
(figura 21), e colagem com um adesivo estrutural. Por ultimo, finaliza-se esta
técnica com a substituição do revestimento de acordo com a metodologia do
sistema 3, caracterizado anteriormente.

Figura 21 Grampeamento da alvenaria. (Thomaz 1989)

f) Sistema 6: Armadura disposta nas fiadas horizontais;

Segundo Thomaz (1989) o sistema consiste na remoção parcial da superfície


fissurada expondo o elemento estrutural da alvenaria, com abertura de 50cm
com centro na fissura tratada (figura 22). Após a limpeza escarifica-se a junta
horizontal de assentamento em 2 ou 3 cm, introduzindo fios de aço de 4 a 5
mm de diâmetro no interior das aberturas, fixando essas armaduras com

49
adesivo estrutural e finalizando com a substituição do revestimento, de acordo
com a metodologia explicitada no sistema 3.

Figura 22 Armação nas fiadas horizontas, perpendiculares ao sentido da fissura. (Thomaz 1989)

Quando este sistema se mostrar necessário em ambas às faces da parede,


recomenda-se que cada face seja reparada em períodos diferentes, de modo
que a estabilidade dessa não seja prejudicada.

g) Sistema 7: Selagem

De acordo com Thomaz (1989) e Tokazi et al. (1990), o reparo de fissuras


ativas e isoladas poderá ser feito através da utilização de selantes flexíveis
aplicados em uma abertura previamente cortada com disco, podendo assumir o
formato de “v” quando a movimentação for medianamente pronunciada, ou em
formato de “u” quando for pronunciada (figura 23).

Figura 23 Ilustração da abertura em “v” e em “u” para selagem, corte horizontal. (Sahade 2005)

50
h) Sistema 8: Junta de movimentação ou de controle

Segundo Sahade (2005), esse sistema pode ser utilizado para o reparo de
fissuras originadas por movimentações térmicas, sendo aplicada também no
encontro entre a alvenaria e a estrutura.

Consiste na abertura de uma secção retangular no sentido da fissura, seguido


pela limpeza do substrato com o auxílio de uma lixa ou escova de aço, de
modo que a superfície esteja seca e as bordas lisas, para uma melhor
aderência do selante as bordas. Após essa etapa instala-se o corpo de apoio
no interior da junta, que pode ser de neoprene (figura24), pressionando-o.
Indica-se que as bordas adjacentes à junta estejam cobertas com fita crepe
antes da aplicação do selante, para que essa possa ser retirada
posteriormente, permitindo um melhor acabamento.

Figura 24 Vedação de fendas de grande espessura através de juntas de dilatação. (Thomaz 1989)

Na etapa de acabamento indica-se a utilização de uma espátula côncava que


pressione o selante para interior na junta.

Recomenda-se também que não se misture materiais industrializados de


diferentes marcas, mesmo que estes possuam funções construtivas similares,
visto que suas composições não necessariamente serão iguais e a junção
poderá acarretar em reações químicas que prejudiquem o desempenho da
construção.

51
i) Sistema 9: Argamassa armada

Essa técnica, segundo Sahade (2005), é indicada para paredes


excessivamente fissuradas em ambas as faces, com fissuras direcionais e
passivas. Além de promover o reparo, esse sistema implica um aumento de
resistência aos esforços da alvenaria como um todo.

Sua metodologia, segundo Duarte (1998) consiste na retirada da superfície que


apresenta as fissuras após o escoramento da estrutura, seguida da aplicação
de uma tela metálica fixada na parede com cravos ou furos (figura 25), e, logo
após, executa-se a aplicação de uma argamassa de cimento modificada com
polímeros ou micro concreto, também conhecido como graute.

Figura 25 Fixação de tela soldada galvanizada e projeção de argamassa (Adaptada de DUARTE 1998)

j) Sistema 10: Encunhamento

Segundo Duarte (1998), essa é uma técnica muito utilizada e consiste na


obtenção da abertura máxima de uma fissura através da aplicação de cunhas,
seguida do preenchimento da fissura com argamassa. O autor destaca que a
retração da argamassa aplicada possa resultar no aparecimento de fissuras de
espessura menor que a original, ou ainda, que possa haver a expulsão parcial
da argamassa de enchimento ocasionada por movimentações na parede.

52
3. METODOLOGIA

A ideia do trabalho surgiu através do conhecimento de manifestações


patológicas que assolam uma construção localizada na cidade de Juazeiro-BA,
e geram desconforto e insegurança para as pessoas que habitam no local. A
partir do relato de um dos moradores tomou-se ciência do fato e,
consequentemente, interesse em se estudar essas eventualidades e, se
possível, propor soluções que, caso sejam adotadas, melhorem as condições
de habitação das pessoas que moram no condomínio.

O tipo de pesquisa que será realizada caracteriza-se como qualitativa, visto


que pretende-se interpretar as informações coletadas e atribuir soluções a
estas, processo que é considerado a base para esse tipo de estudo. Além
disso, esse trabalho também se caracteriza como teórico, pois, através de uma
revisão bibliográfica feita previamente, espera-se associar as situações
investigadas na bibliografia com as do estudo de caso, de forma comparativa,
com a intenção de se obter resultados quanto a causas e possíveis soluções
dos problemas analisados.

A pesquisa está dividida em quatro etapas interdependentes, a saber: revisão


bibliográfica, anamnese, análise dos dados e interpretação dos resultados.

3.1. Revisão bibliográfica

Esta etapa representa as pesquisas que foram realizadas através de livros,


relatórios técnicos, publicações, dissertações, artigos e teses que abordam
temas relacionados a alvenaria estrutural, materiais da construção, e
manifestações patológicas, buscando-se entender a técnica construtiva e o
funcionamento dos materiais que compõem a área de estudo da edificação, e
identificar as principais fissuras incidentes na edificação em estudo.

53
3.2. O estudo de caso

O Estudo de caso é referente à análise das fissuras observadas em blocos


residenciais localizado em um condomínio da cidade de Juazeiro, Bahia. O
condomínio em questão possui mais de 60 anos construído, totalizando 16
blocos, sendo cada um desses constituídos por 16 apartamentos (figura 26).

Figura 26 Objeto de estudo (Autores)

Para o trabalho proposto, analisaram-se inicialmente vários prédios do


condomínio até que se chegasse à escolha dos dois que apresentaram
manifestações patológicas mais relevantes para a abordagem do estudo.

A inspeção dos blocos ocorreu com o auxílio de moradores e representantes


do condomínio, para que através de relatos fossem colhidas informações
pertinentes ao trabalho.

54
Figura 27 Planta baixa do bloco analisado (Autores)

Todos os blocos possuem o mesmo layout (figura 27) e foram construídos


através de alvenaria estrutural. As manifestações patológicas são recorrentes
em várias localizações no condomínio e gera desconforto e insegurança aos
morados que habitam no local, sendo este um dos maiores motivadores para
as análises que serão feitas ao longo do trabalho.

3.3. Anamnese

Esta etapa consiste em uma investigação prévia do estudo de caso. Envolve o


recolhimento de informações através de uma vistoria, conversa com moradores
e responsáveis pelo condomínio avaliado e levantamento histórico das
patologias que serão analisadas.

55
Na vistoria do local, pretende-se registrar através de fotos as principais fissuras
que serão estudadas, com a devida descrição e localização.

O levantamento de dados através de projetos estruturais, memoriais


descritivos, histórico da mão de obra e métodos construtivos não serão
utilizados como fontes de informação devido à construção ser relativamente
antiga e a consequente inviabilidade de se obter essas informações.

3.4. Análise dos dados

Essa etapa visa explicar o procedimento que será utilizado para a análise dos
dados que serão pesquisados no estudo de caso, evidenciado na Figura 3:

Figura 28 – Fluxograma do procedimento

Fonte: os autores

 Inspeção visual: visita ao local de estudo com o objetivo de se conhecer


melhor o cenário e visualizar as manifestações patológicas;
 Levantamento de dados: acontecerá através da retirada de fotos do local
estudado, registro de comentários por parte dos proprietários e
responsáveis pelo condomínio, localização das manifestações
patológicas ao longo da construção e descrição do ambiente;

56
 Identificação de causas para as fissuras: nessa etapa ocorrerá a
identificação dos agentes causadores das fissuras, sejam eles os
causadores diretos ou indiretos, além da descrição dos mecanismos de
ocorrência;
 Conclusões: é a etapa final onde se deseja propor soluções com base
em análises e comparações do estudo de caso. Para essa etapa será
utilizada a revisão bibliográfica, com o objetivo de solucionar cada
patologia identificada de forma específica.

3.5. Interpretação dos resultados

A partir dos dados coletados e análises feitas pretende-se elaborar hipóteses


que justifiquem os motivos causadores das fissuras encontradas no estudo de
caso. Associado a essas hipóteses e com base no conhecimento que se tem
acerca de patologias em alvenaria estrutural, pretende-se criar uma tabela
como a exemplificada na figura 29:

Figura 29 Tabela de resultados - Ficha de anomalia (Autores)

57
a) Identificação da patologia:

Segundo Duarte (1998), as fissuras podem ser classificadas da seguinte forma


quando a atividade ou a forma.

 Quanto à atividade:

o Ativas: Fissuras que apresentam variações de abertura durante


algum período de tempo, podendo ser sazonais e apresentarem
alternâncias de fechamento e abertura periodicamente, ou que
podem apresentar aberturas ainda crescentes. Enquadram-se
nessa classificação fissuras originadas por variações térmicas,
recalques diferenciais de fundações não estabilizadas.
o Estabilizadas ou inativas: Fissuras causadas por solicitações
externas que não apresentam variações sejam de intensidade ou
sentido ao longo do temo. Enquadram-se nessa classificação
fissuras originadas pela atuação de carregamentos excessivos,
sedimentos de escoramento ou fundações já estabilizadas.

 Quanto à forma:

o Isoladas ou direcionadas: São fissuras que seguem uma fiada


horizontal ou vertical, acompanhando o assentamento entre os
blocos, podendo assumir forma de zig-zag entre os tijolos.

o Disseminadas ou mapeadas: Apresentam-se na forma de rede de


fissuras e geralmente são superficiais. Possuem como causa
mais frequente a retração do revestimento.

b) Causas prováveis

Diagnosticado de acordo com o tópico 2.8 - Causas da fissuração na alvenaria


estrutural.

58
c) Consequências possíveis:

Observações analisadas no local de estudo e implicações da patologia no


desempenho e uso da construção para os habitantes.

d) Sistemas corretivos propostos:

A metodologia utilizada para a proposta de um sistema corretivo será uma


adaptação da técnica explicitada por Duarte (1998), que se baseia na obtenção
das possíveis causas e consequências da fissura e a necessidade ou não de
reforços que visem devolver a resistência e rigidez original da estrutura. Essas
informações serão necessárias para a obtenção de uma proposta corretiva
através do gráfico abaixo, similar ao proposto por Jhonson (1973), adaptado
para casos de fissuras em alvenaria estrutural.

Figura 30Alternativas para a escolha de um método corretivo. (Autores)

Sistema corretivo:

1- Membrana acrílica
2- Recuperação com bandagem de dessolidarização
3- Papel de parede ou pintura elástica
4- Substituição do revestimento

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5- Recuperação com grampos de fixação
6- Armadura disposta nas fiadas horizontais
7- Selagem
8- Juntas de dilatação ou controle
9- Argamassa armada
10- Encunhamento

60
4. RESULTADOS

Através da inspeção realizada nos blocos analisados foram selecionadas


25 fissuras distribuídas de forma aleatórias ao longo dos prédios. O resultado
referente à análise dessas patologias será registrado nos quadros a seguir:

61
FICHA DE ANOMALIA N° 01
Identificação:
Fissuração ativa e disseminada na face exterior da alvenaria.

Figura 02 Figura 02 Figura 03


Descrição/Observações:
Fissurações mapeadas caracterizadas pela irregularidade de orientação e de
largura, partindo do canto inferior da janela.

Largura variável ao longo da extensão da fissura.

Maior espessura observada: 2 mm.

Causas prováveis:
 Concentração de tensões devido à abertura na alvenaria.
 Ausência de verga e contra verga.

Consequências possíveis:
Desconforto visual; Exposição à umidade.

Alternativas de solução:
Sistema 1, 7, 8 ,10

62
FICHA DE ANOMALIA N° 02
Identificação:
Fissuração ativa e direcionada na face exterior da alvenaria.

Figura 02 Figura 02 Figura 03


Descrição/Observações:
Largura de fissuração variando de 0,70 mm a 1 mm, com cerca de 1,50 m de
comprimento, partindo do canto inferior da abertura até o chão;

Acompanhada do descolamento do reboco em alguns trechos.

Causas prováveis:
 Concentração de tensões devido à abertura na alvenaria.
 Ausência de verga e contra verga.

Consequências possíveis:
Descolamento do reboco; Desconforto visual; Exposição à umidade.

Alternativas de solução:
Sistema 1, 7, 8, 10

63
FICHA DE ANOMALIA N° 03
Identificação:
Fissuração ativa e direcionada na face exterior da alvenaria.

Figura 02 Figura 02 Figura 03


Descrição/Observações:
Fissuração vertical no encontro das paredes entre dois blocos (junta de
dilatação).

Extensão correspondendo ao comprimento da fachada do bloco analisado.

Com variação de abertura ao longo da extensão da fissura.

Acompanhada do descolamento do reboco em alguns trechos.

Causas prováveis:
 Realização de juntas de dilatação entre as alvenarias de forma
inapropriada.
 Utilização de material não deformável nas juntas de dilatação.

Consequências possíveis:
Exposição à umidade; Desconforto visual; Descolamento do reboco.

Alternativas de solução:
Sistema 1, 7, 8, 10.

64
FICHA DE ANOMALIA N° 04
Identificação:
Fissuração ativa e direcionada na face exterior da alvenaria.

Figura 02 Figura 02
Figura 03
Descrição/Observações:
Fissuração horizontal, localizada na parte inferior da parede, com cerca de
2,00m de extensão.

Atingindo até 1mm de abertura em alguns trechos.

Com surgimento de pequenas ramificações verticais ao longo da extensão da


fissura.

Acompanhada de manchas de umidade.

Causas prováveis:
 Movimentações higroscópicas.

Consequências possíveis:
Descolamento do reboco; Desconforto visual.

Alternativas de solução:
Sistema 1, 7, 8, 10.

65
FICHA DE ANOMALIA N° 05
Identificação:
Fissuração inativa e direcionada na face exterior da alvenaria.

Figura 02 Figura 02
Figura 03
Descrição/Observações:
Fissuração horizontal, localizada na parte inferior da parede.

Na junção entre a laje e parede de alvenaria.

Causas prováveis:
 Expansão da laje, originada por variação térmica no concreto.
 Retração da laje, originada por reações químicas que promovem a perda
de água e encurtamento dos materiais.

Consequências possíveis:
Desconforto visual.

Alternativas de solução:
Sistema 1, 5, 6, 9.

66
FICHA DE ANOMALIA N° 06
Identificação:
Fissuração inativa e direcionada na face exterior da alvenaria.

Figura 02 Figura 02
Descrição/Observações:
Fissuração horizontal, localizada na parte inferior da parede, na junção entre
a laje e parede de alvenaria.

Ao longo de toda a base da fachada do apartamento 301.

Causas prováveis:
 Expansão da laje, causada por variação térmica.
 Retração da laje, originada por reações químicas que promovem a perda
de água e encurtamento dos materiais.

Consequências possíveis:
Desconforto visual.

Alternativas de solução:
Sistema 2, 7, 4.

67
FICHA DE ANOMALIA N° 07
Identificação:
Fissuração ativa e direcionada na face exterior da alvenaria.

Figura 02 Figura 02
Descrição/Observações:
Fissuração horizontal, localizada na parte inferior das paredes. Na junção
entre a parede e o piso;

Acompanhada de manchas de umidade e descolamento do reboco em


alguns trechos.

Causas prováveis:
 Movimentações higroscópicas.

Consequências possíveis:
Descolamento do reboco; Desconforto visual.

Alternativas de solução:
Sistema 1, 7, 8, 10.

68
FICHA DE ANOMALIA N° 08
Identificação:
Fissuração inativa e disseminada na face exterior da alvenaria.

Figura 02 Figura 02
Descrição/Observações:
Fissurações mapeadas caracterizadas pela irregularidade de orientação, de
definição e de largura;

Acompanhadas de manchas de umidade e do destacamento da película de


pintura;

Local da ocorrência próximo a tubulações de água, externas à parede da


área de serviço.

Causas prováveis:
 Movimentação higroscópica.
 Deficiência do material usado na argamassa de revestimento.

Consequências possíveis:
Desconforto visual; Descolamento do reboco.

Alternativas de solução:
Sistema 3, 4.

69
FICHA DE ANOMALIA N° 09
Identificação:
Fissuração ativa e direcionada na face exterior da alvenaria.

Figura 02 Figura 02 Figura 03


Descrição/Observações:
Fissuração inclinada a 45°, iniciada no encontro entre laje e alvenaria, se
estendendo ao longo de toda a parede;

Pouca variação de abertura com espessura predominante 3 mm, chegando a


4 mm em alguns trechos;

Acompanhada do descolamento do reboco em alguns trechos.

Causas prováveis:
 Recalque diferencial da fundação por falta de homogeneidade do solo ou
rebaixamento do lençol freático.
 Sobrecargas originadas de reformas irregulares no interior dos
apartamentos.

Consequências possíveis:
Desconforto visual; Redução da capacidade resistente da estrutura;
Descolamento do reboco; Exposição à umidade.

Alternativas de solução:
Sistema 1 e 9.

70
FICHA DE ANOMALIA N° 10
Identificação:
Fissuração ativa e direcionada na face exterior da alvenaria.

Figura 02 Figura 02 Figura 03


Descrição/Observações:
Fissuração inclinada a 45°, iniciada na parte inferior da alvenaria do
apartamento 103 (1° andar), se estendendo ao longo dos demais pavimentos
superiores;

No apartamento 103 a fissura ultrapassa a alvenaria, podendo ser


visualizada na parte externa e interna da parede; Localizada no encontro de
paredes perpendiculares.

Causas prováveis:
 Recalque diferencial da fundação por falta de homogeneidade do solo ou
rebaixamento do lençol freático;
 Sobrecargas originadas de reformas irregulares no interior dos
apartamentos.

Consequências possíveis:
Desconforto visual; Redução da capacidade resistente da estrutura;
Descolamento do reboco; Exposição à umidade.

Alternativas de solução:
Descrição 1

71
FICHA DE ANOMALIA N° 11
Identificação:
Fissuração ativa e direcionada na face exterior da alvenaria.

Figura 02 Figura 02 Figura 03


Descrição/Observações:
Fissuração vertical no encontro das paredes entre dois blocos (junta de
dilatação).

Extensão compreende toda a altura do bloco analisado;

Com variação de abertura ao longo do comprimento da fissura;

Acompanhada do descolamento do reboco em alguns trechos;

Causas prováveis:
 Realização de juntas de dilatação entre as alvenarias de forma
inapropriada.
 Utilização de material não deformável nas juntas de dilatação.

Consequências possíveis:
Exposição à umidade; Desconforto visual; Descolamento do reboco.

Alternativas de solução:
Descrição 2

72
FICHA DE ANOMALIA N° 12
Identificação:
Fissuração inativa e direcionada na face exterior da alvenaria.

Figura 02 Figura 02
Descrição/Observações:
Fissuração inicialmente horizontal, com modificações de direção ao longo de
sua extensão;

Iniciada ao lado da janela seguindo até a base da outra parede


perpendicular;

Apresentando reparo com pasta de gesso, executado por morador.

Causas prováveis:
 Recalque diferencial da fundação por falta de homogeneidade do solo ou
rebaixamento do lençol freático;
 Sobrecarga originada de reformas irregulares no interior dos
apartamentos.

Consequências possíveis:
Desconforto visual; Redução da capacidade resistente da estrutura.

Alternativas de solução:
Descrição 1

Descrição 2

73
FICHA DE ANOMALIA N° 13
Identificação:
Fissuração inativa e disseminada na face exterior da alvenaria.

Figura 02 Figura 02 Figura 03


Descrição/Observações:
Fissurações mapeadas caracterizadas pela irregularidade de orientação, de
definição e de largura;

Superficiais, apresentam-se nas juntas de assentamento; Contornando


blocos da alvenaria.

Causas prováveis:
 Expansão da argamassa de assentamento originada por movimentações
térmicas.
 Retração da argamassa de assentamento originada por reações
químicas.

Consequências possíveis:
Desconforto visual.

Alternativas de solução:
Descrição 1

Descrição 2

Descrição 3

74
FICHA DE ANOMALIA N° 14
Identificação:
Fissuração ativa e direcionada na face exterior da alvenaria.

Figura 02 Figura 02
Descrição/Observações:
Fissuração horizontal com aproximadamente 1,10 m de comprimento;

Localizada na base da parede, pavimento térreo;

Acompanhada de destacamento da película de pintura.

Causas prováveis:
Movimentações higroscópicas.

Consequências possíveis:
Descolamento do reboco; Desconforto visual; Exposição a umidade.

Alternativas de solução:
Descrição 1

Descrição 2

Descrição 3

75
FICHA DE ANOMALIA N° 15
Identificação:
Fissuração inativa e direcionada na face exterior da alvenaria.

Figura 02 Figura 02 Figura 03


Descrição/Observações:
Fissurações escalonadas;

Fissuras superficiais apresentam-se nos locais de juntas de assentamento;

Contornando blocos da alvenaria.

Causas prováveis:
 Expansão da argamassa de assentamento originada por movimentações
térmicas.
 Retração da argamassa de assentamento originada por reações
químicas.

Consequências possíveis:
Desconforto visual.

Alternativas de solução:
Descrição 1

Descrição 2

Descrição 3

76
FICHA DE ANOMALIA N° 16
Identificação:
Fissuração inativa e direcionada na face exterior da alvenaria.

Figura 02 Figura 02
Descrição/Observações:
Fissuração predominantemente horizontal, localizada na base da parede;

Abertura ultrapassando a alvenaria, sendo observada na parte externa e


interna da edificação;

Reparo realizado por morador.

Causas prováveis:
 Recalque diferencial da fundação por falta de homogeneidade do solo ou
rebaixamento do lençol freático;
 Sobrecargas originadas de reformas irregulares no interior dos
apartamentos.

Consequências possíveis:
Desconforto visual; Redução da capacidade resistente da estrutura.

Alternativas de solução:
Descrição

77
FICHA DE ANOMALIA N° 17
Identificação:
Fissuração inativa e direcionada na face exterior da alvenaria.

Figura 02 Figura 02
Descrição/Observações:
Fissuração predominantemente horizontal estende-se entre duas paredes
perpendiculares;

Composta pela fissura iniciada no canto inferior da janela e fissura localizada


na base da parede;

Acompanhada de destacamento da película de pintura.

Causas prováveis:
 Expansão da laje, originada por variação térmica no concreto;
 Retração da laje, originada por reações químicas que promovem a perda
de água e encurtamento dos materiais.

Consequências possíveis:
Descolamento do reboco; Desconforto visual.

Alternativas de solução:
Descrição 1

Descrição 2

78
FICHA DE ANOMALIA N° 18
Identificação:
Fissuração ativa e disseminada na face exterior da alvenaria.

Figura 02 Figura 02 Figura 03


Descrição/Observações:
Fissurações mapeadas caracterizadas pela irregularidade de orientação, de
definição e de largura;

Fissuras superficiais, acompanhadas de manchas de umidade e do


empolamento e destacamento da película de pintura.

Causas prováveis:
 Movimentação higroscópica.

Consequências possíveis:
Descolamento do reboco; Desconforto visual.

Alternativas de solução:
Descrição 1

Descrição 2

Descrição 3

79
FICHA DE ANOMALIA N° 19
Identificação:
Fissuração inativa e direcionada na face exterior da alvenaria.

Figura 02 Figura 02 Figura 03


Descrição/Observações:
Fissurações inclinadas, localizadas no canto inferior da janela;

Acompanhada do descolamento do reboco em alguns trechos.

Causas prováveis:
 Sobrecarga em torno da abertura;
 Ausência de verga e contra verga na janela.

Consequências possíveis:
Desconforto visual; Descolamento do reboco; Exposição à umidade.

Alternativas de solução:
Descrição 1

Descrição 2

Descrição 3

80
FICHA DE ANOMALIA N° 20
Identificação:
Fissuração ativa e disseminada na face exterior da alvenaria.

Figura 02 Figura 02 Figura 03


Descrição/Observações:
Fissurações mapeadas caracterizadas pela irregularidade de orientação,
localizadas na parte inferior da janela;

Trecho de maior abertura 1 mm, com 0,14 m de extensão vertical;

Acompanhada do descolamento do reboco.

Causas prováveis:
 Sobrecarga em torno da abertura;
 Ausência de verga e contra verga na janela.

Consequências possíveis:
Desconforto visual; Descolamento do reboco; Exposição à umidade.

Alternativas de solução:
Descrição 1

Descrição 2

Descrição 3

81
FICHA DE ANOMALIA N° 21
Identificação:
Fissuração ativa e direcionada na face exterior da alvenaria.

Figura 02 Figura 02 Figura 03


Descrição/Observações:
Fissuração inclinada a 45°, localizada no canto inferior da janela;

Trecho de maior abertura variando de 1mm a 3mm;

Acompanhada do descolamento do reboco.

Causas prováveis:
 Sobrecarga em torno da abertura;
 Ausência de verga e contra verga na janela.

Consequências possíveis:
Desconforto visual; Descolamento do reboco; Exposição à umidade.

Alternativas de solução:
Descrição 1

Descrição 2

Descrição 3

82
FICHA DE ANOMALIA N° 22
Identificação:
Fissuração inativa e direcionada na face interior da alvenaria.

Figura 02 Figura 02 Figura 03


Descrição/Observações:
Fissurações inclinadas, pouco acentuadas, localizadas próximas a uma
abertura.

Causas prováveis:
 Sobrecarga em torno da abertura;
 Ausência de verga.

Consequências possíveis:
Desconforto visual; Descolamento do reboco.

Alternativas de solução:
Descrição 1

Descrição 2

Descrição 3

83
FICHA DE ANOMALIA N° 23
Identificação:
Fissuração ativa e direcionada na face interior da alvenaria.

Figura 02 Figura 02 Figura 03


Descrição/Observações:
Fissuração inclinada entre as junções de paredes internas.

Acompanhada de destacamento da película de pintura.

Causas prováveis:
 Recalque diferencial da fundação por falta de homogeneidade do solo ou
rebaixamento do lençol freático;

Consequências possíveis:
Descolamento da argamassa; Desconforto visual;

Alternativas de solução:
Descrição 1

Descrição 2

Descrição 3

84
FICHA DE ANOMALIA N° 24
Identificação:
Fissuração inativa e disseminada na face interior da alvenaria.

Figura 02 Figura 02 Figura 03


Descrição/Observações:
Fissuração aproximadamente vertical no canto inferior da janela;

Acompanhada de destacamento da película de pintura;

Causas prováveis:
 Sobrecarga em torno da abertura;
 Ausência de verga e contra verga na janela.

Consequências possíveis:
Desconforto visual; Descolamento do reboco;

Alternativas de solução:
Descrição 1

Descrição 2

Descrição 3

85
FICHA DE ANOMALIA N° 25
Identificação:
Fissuração inativa e direcionada na face interior da alvenaria e teto.

Figura 02 Figura 02 Figura 03


Descrição/Observações:
Fissuração superficial, predominantemente vertical;

Estende-se da parte superior da parede ao teto.

Causas prováveis:
 Expansão da laje, originada por variação térmica no concreto.
 Retração da laje, originada por reações químicas que promovem a perda
de água e encurtamento dos materiais.

Consequências possíveis:
Desconforto visual.

Alternativas de solução:
Descrição 1

Descrição 2

Descrição 3

86
5. CONCLUSÕES

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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