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O levante de Guaidó
fracassou, mas 30 de abril não
é uma vitória de Maduro
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Isabella Mayer de Moura, com Washington Post [02/05/2019] [13:02] 1 COMENTÁRIOS

C I MT ... 17
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Nicolás MaduroÚLTIMAS
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marcha com as tropas militares acompanhado pelo ministro da Defesa Vladimir Padrino (L), no
NEWS
“Fuerte Tiuna” em Caracas, Venezuela em 2 de maio de 2019 | Foto: Presidência/JHONN ZERPA / AFP| Foto: AFP

O ditador Nicolás Maduro marchou pelas ruas de Caracas acompanhado pelo


alto comando das Forças Armadas e dezenas de soldados no início da manhã
  
desta quinta-feira (2). O ato, que começou e terminou com discursos
 
fervorosos contra os “traidores da pátria”, foi transmitido em cadeia nacional
de rádio e televisão.

É uma poderosa mensagem que o ditador envia à oposição e ao mundo: o


exército venezuelano não está dividido e seus principais líderes ainda
obedecem aos seus comandos. Mas isso não é tudo.

Os acontecimentos de 30 de abril nos mostram que a lealdade das forças


militares é mais uida do que tenta fazer parecer Nicolás Maduro.

Durante semanas, a oposição, sob o comando do presidente interino da


1
Venezuela, Juan Guaidó, esteve trabalhando em um projeto abrangente para
nalmente forçar Maduro a deixar o cargo. Vários de seus principais
assessores militares e civis teriam sido persuadidos a trocar de lado, enquanto
outros teriam permissão para deixar o país.

Como revelaria mais tarde o conselheiro de segurança da Casa Branca, John


Bolton, o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, o presidente do
Tribunal Superior de Justiça, Maikel Moreno, e o presidente da Guarda de
Honra Presidencial, Ivan Hernandez, “desempenharam um papel
fundamental” na estratégia opositora colocada em prática no início da manhã
de terça-feira – dando a entender que essas guras importantes do regime
teriam negociado seu apoio à Guaidó.

John Bolton
@AmbJohnBolton

.@vladimirpadrino @Ivanr_HD @MaikelMorenoTSJ: Conocen


bien el papel que jugaron en la planificación de hoy por la
d i l D b h l t l bl
democracia venezolana. Deben hacer lo correcto para el pueblo
venezolano. Nosotros, y el mundo, los haremos responsable por
los venezolanosWISE
queUPhoy están heridos. ENTRAR
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John Bolton @AmbJohnBolton


.@vladimirpadrino, @Ivanr_HD, @MaikelMorenoTSJ: You know well
the role you played in planning today’s move for democracy in
Venezuela. You must now stand and do what is right for Venezuela.
We, and the world, will hold you accountable for those Venezuelans
  
who are injured today. twitter.com/ConflictsW/sta…  

2.047 21:58 - 30 de abr de 2019

1.762 pessoas estão falando sobre isso

Segundo o Washington Post, autoridades do governo americano disseram que


os Estados Unidos não participaram diretamente das negociações secretas da
oposição com estes líderes do regime chavista. "Estávamos conscientes dos
esforços, que começaram há cerca de dois meses", disse uma autoridade do
governo.

"Houve
1
momentos em que parecia sério e outras vezes não tão sério". Mas
"nas últimas semanas, cou claro que (...) eles estavam chegando a um
acordo" com Lopez, Moreno e Hernandez, revelou uma das fontes ao jornal
americano.

Apesar de não reconhecer o cialmente Guaidó, Padrino e os outros estavam


prontos para assinar documentos declarando sua lealdade à Constituição
venezuelana, sob a qual a Assembleia Nacional, liderada pela oposição, havia
declarado inválida a reeleição de Maduro no ano passado e, em 23 de janeiro,
nomeado Guaidó como presidente interino. Os Estados Unidos, Brasil e mais de
50 outros países também o reconheceram.

Em troca, as autoridades venezuelanas manteriam seus empregos e se


integrariam à nova administração. Para aqueles que gostariam de deixar o
país, os Estados Unidos haviam dado garantias indiretas de que eles não
seriam impedidos de fazê-lo e de que poderiam até ter acesso a depósitos no
exterior.

Nas últimas duas semanas, as autoridades americanas receberam indicações


de que até o próprio Maduro poderia estar se preparado para fugir para Cuba,
mas que havia desistido
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após ter recebido "um conselho" dos russos – uma
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informação que veio à público pelo secretário de Estado dos EUA, Mike
Pompeo, ainda na terça-feira, mas que foi negada pelo ditador.

A implementação foi provisoriamente marcada para quarta-feira (1º), dia para


  
 
o qual Guaidó havia convocado manifestações massivas contra o regime –
embora nenhuma data tenha sido nalizada.

Na segunda-feira (29), no entanto, as coisas começaram a desmoronar.

Teorias que estão circulando pela imprensa indicam que Padrino López teria
desistido do acordo com a oposição após car sabendo que haviam libertado
Leopoldo López um dia antes do combinado. Bolton, porém, tem uma teoria
diferente: o governo cubano teria convencido os três homens a se manterem
eis a seu chefe. O medo das dezenas de milhares de forças de segurança
cubanas no país, segundo ele, está mantendo as autoridades militares sob
controle.
1

VEJA TAMBÉM:

» Por que a situação na Venezuela interessa tanto à Rússia?

Aparentemente isso ocorreu porque Maduro cou sabendo do plano e Guaidó


se viu forçado a adiantá-lo. Na madrugada de terça-feira (30), após alertar o
Departamento de Estado dos EUA, Guaidó divulgou um vídeo dizendo que
contava com o apoio das “principais unidades militares das nossas Forças
Armadas” e que chegara o momento de se levantar contra Maduro na fase nal
da “Operação Liberdade”.

Ele estava rodeado por um pequeno grupo de militares em frente à base aérea
La Carlota, em Caracas. Ao seu lado também estava uma das guras mais
proeminentes da política venezuelana, considerado um exemplo de resistência
pela oposição: Leopoldo López. Sua aparição deu mais força ao discurso de
Guaidó, porque ele estava em prisão domiciliar desde 2014.
López contou à imprensa venezuelana que foi libertado por funcionários do
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Serviço Bolivariano
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NEWS (Sebin) sem nenhuma violência, indicando
que pessoas de grande con ança do chavismo de dentro desta instituição se
juntaram a Guaidó.

  
No meio da manhã, um dos membros da Assembleia Nacional Constituinte, o
 
chavista Gerardo Marques, disse que o general Manuel Ricardo Cristóvão
Figuera, diretor do Sebin, era um dos que haviam mudado de lado.

Horas mais tarde começou a circular nas redes sociais um comunicado


assinado com seu nome, no qual ele explicou que decidiu abandonar o cargo
depois que descobriu que membros do regime estavam negociando sem o
conhecimento de Maduro.

“Meu comandante-em-chefe, quando lhe dei a carta a que me referia à


Batalha de Santa Inês, z isso porque descobri que muitas pessoas de sua
con ança estavam negociando pelas suas costas, pelo menos creio que sim;
1
mas eles não negociaram pelo bem maior do país. Eles zeram isso por seus
próprios interesses insigni cantes”, diz a carta assinada com o nome de
Figuera e destinada a Maduro.

Não se sabe do paradeiro de Figuera até o momento, apenas que estaria preso,
segundo o site Infobae.

Pode-se dizer, então, que há um racha nas forças


armadas?

Certamente os militares não estão unidos em torno de Maduro como ele está
tentando demonstrar com a marcha e os discursos eloquentes desta quinta-
feira. Há evidências de que centenas deles passaram a apoiar a oposição,
especialmente depois de 23 de fevereiro, quando houve a tentativa - fracassada
- de passar a ajuda humanitária pela fronteira da Venezuela. Porém, no geral,
são militares de baixa e média patente que não têm nenhum controle sobre
tropas.

N d d t f i i G idó h i l d i í i d
No decorrer da terça-feira, o apoio que Guaidó havia reclamado no início do
dia não se con rmou. É desconhecido o número de militares que estavam com
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ele e que posteriormente
NEWS entraram em confronto com os colegas de farda que
defendiam Maduro. Pelo menos 25 pediram asilo à embaixada brasileira em
Caracas.

 
   no levante.
O ditador disse que não vai hesitar em prender todos os envolvidos
“Eu não vou abalar meu pulso, quando a Justiça ordenar, para colocar atrás das
grades os responsáveis por este golpe criminoso”, disse na quarta-feira à
noite a uma multidão de seguidores nas imediações do Palácio Mira ores.

De fato, as chances de Guaidó ser preso aumentaram a partir de agora. O


professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília
(UnB) Antônio Jorge Ramalho da Rocha acredita que a oposição deu ao regime
um motivo concreto para prender Juan Guaidó, a incitação à revolução, ou
tentativa de golpe. "Ou Guaidó deixa o país, ou vai preso", disse. "Ele foi para o
tudo ou nada; blefou apostando que teria apoio popular".

1
Os temores de uma prisão do líder da oposição dispararam depois que ele saiu
da Venezuela, em fevereiro, desobedecendo uma ordem da Justiça. Mas ele
retornou ao seu país pelo aeroporto de Caracas e não foi detido. "[As razões
para a prisão de Guaidó naquela ocasião] poderiam ser interpretadas pela
comunidade internacional como perseguição política. Por isso o governo não
ultrapassou essa linha", disse Rocha, alegando que agora a situação mudou, já
que na terça-feira Guaidó teria feito uma aposta arriscada e “cruzado uma
linha vermelha” que permitirá ao regime prendê-lo sob o disfarce de um
processo judicial limpo e democrático.

O presidente Donald Trump a rmou na noite de quarta-feira que espera que


Guaidó não seja preso, mas a rmou que se isso ocorrer, “ao menos
poderíamos ajudá-lo um pouco ou quem sabe ajudá-lo muito, depende”. “Ele
[Guaidó] é realmente corajoso, no verdadeiro sentido. Nós vamos estar
observando ele e os movimentos que acontecem", disse Trump em entrevista à
Fox News.

Dia ruim para Maduro


Apesar da frustração
WISEde
UP terça-feira, Guaidó conseguiu mobilizar milharesENTRAR
de
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pessoas em um grande protesto nacional no dia seguinte. Outras tantas teriam
se juntado a elas, não fosse a repressão estatal: duas pessoas morreram, mais
de 100 caram feridas e mais de 200 foram presas nestes últimos dois dias,
segundo a oposição e organizações de direitos humanos.   
 

VEJA TAMBÉM:

» Venezuelanos voltam às ruas contra Maduro. Guaidó convoca greve geral

“Nesta fase de nossa luta, não há retorno, temos que continuar nas ruas e com
os protestos, já que estamos próximos de conquistar nossos objetivos", disse
Guaidó aos seus seguidores.

Leopoldo López não apareceu em público na quarta-feira. Dada a sua situação


judicial, ele buscou abrigo na embaixada da Espanha em Caracas e está lá como
1
hóspede, segundo informou o ministro espanhol de Relações Exteriores, Josep
Borrell – e não como um asilado.

Pode parecer, à primeira vista, que Maduro ganhou a batalha travada neste 30
de abril, mas Guaidó precisava de um fato novo que mobilizasse a população e
evitasse que a situação "fosse normalizada" e voltasse a um estágio em que a
oposição estava extremamente dividida, desacreditada e sem força alguma
para articular uma mudança de poder.

Se tudo o que a imprensa tem revelado sobre os bastidores do levante


orquestrado por Guaidó for verdade, este pode ser o sinal mais forte até agora
de que o regime Maduro está fraturado internamente. Se não for, o governo
americano, ao expor Padrino e outros líderes próximos a Maduro, conseguiu
semear descon ança nos altos escalões – uma forma de elevar a pressão sobre
as autoridades venezuelanas para que elas aceitem um acordo e passem para o
lado da oposição.

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