Professional Documents
Culture Documents
Comportamento Assertivo
Um Guia de Auto-Expressão
Comportamento Assertivo
Um Guia de Auto-Expressão
irterUvros
Belo Horizonte - M G - 1983
FICHA CATALOGRÃFI CA
CIP - B rasil. Catalogação-na-fonte
______ Sindicato Nacional dos E ditores de Livros, RJ
Alberti, R obert E .
A289c C om portam ento assertivo: um guia de auto-
expressão / R obert E . Alberti e Michael L. Em m ons;
tradução | de | Jane M aria Corrêa. —
Belo H orizonte: Interlivros, 1978.
Tradução de: Y our perfect right: a guide to
assertive behavior
Bibliografia
1. Psicologia social 2. Relações interpessoais
I. Em m ons, Michael L. II. Título
CDD — 301.1
158.2
78 0324 CDU — 301.151
índice
Agradecim entos ................................................................................................................. 9
Prefácio ................ .............................................................................................................. 11
SEGUNDA PARTE
V III. Introdução à Segunda Parte ..................................................................... 79
IX . Preparo do T erapeuta ............................................................................... 81
X. Diagnóstico do Com portam ento Não-assertivo, Agressivo e As
sertivo ................................................................................................... 85
Considerações prelim inares. M étodos de diagnóstico. Testes
padronizados. M edidas com portam entais ao vivo.
X I. Facilitação T erapêutica ................................................................................... 83
Preparação do cliente. Facilitação individual. Facilitação em
grupo. A m ontagem do grupo de treinam ento assertivo. O
processo do treinam ento assertivo em g ru p o . Mais algum as
palavras sobre grupos assertivos.
X II. Aplicações do Treinam ento Assertivo ...................................................... 101
Aplicações na escola secundária e n a universidade. Aplicações
profissionais. Aplicações fora da saúde m ental.
Aplicações individuais e com unitárias. O utras aplicações.
X III. Bibliografia Com entada ................................................................................ 109
E studos experim entais. E studos de caso. M odelagem e repre
sentação. O processo do treinam ento assertivo em grupo. As
serção em crianças. O utras referências relevantes.
X IV . Referências ....................................................................................................... 123
APÊNDICES
Apêndice A: Declaração Universal dos D ireitos do H om em ................... 135
Apêndice B: Inventário Assertivo ........................................................................... 141
Apêndice C: Um Modelo C om portam ental p ára o Crescim ento Pessoal .. 145
Agradecimentos
A resposta a Com portam ento Assertivo — Um Guia de Auto-Expressão
tem sido contínua e crescente. Com três tiragens da prim eira edição agora
em circulação, sentim os que é hora de am pliarm os e aprofundarm os este
trabalho. À m edida em que em barcam os nesta nova ventura, reiteram os
com sincera gratidão que nenhum livro é o produto dos autores apenas.
V árias pessoas fizeram contribuições vitais a este volum e, e agradecemos-
lhes seus esforços dediçados:
R . E . A.
M. L. E.
10
Prefácio
Nós estam os passando por m udanças significativas em todos os
aspectos de nossa sociedade: religião, fam ília, trabalho, m odo de vida,
educação e governo. M uitas de nossas instituições sociais, através das
quais as pessoas encontravam segurança no passado, não são m ais segu
ras ou presentes com o costum avam ser. A educação, com o a sociedade
e todas suas outras instituições, está experim entando confusão e crises
profundas e dolorosas.
Como presidente do “Joint Com m ittee on C alifornia’s M aster Plan for
H igher E ducation”, e do “Joint Com m ittee on E ducational Goals Evalua
tio n ”, tenho um papel privilegiado em form ar os caracteres da educa
ção que está surgindo, e consequentem ente de nossa fu tu ra sociedade.
Tenho consciência de que m uitas pessoas continuam a acreditar em
um im pulso em direção a aperfeiçoam entos — que pode ser cham ado de
próprio da evolução intelectual, científica ou hum anística. É vital que
seres hum anos, especialm ente aqueles que são responsáveis p o r e p ara
outros, tentem com preender o que está acontecendo — p ara sua realiza
ção pessoal, e p ara a dos outros.
E stam os passando agora pela m ais profunda e dram ática das m u
danças: com o o ser hum ano vê o ser hum ano, com o o hom em se vê como
pessoa, o que significa a consciência, o que significa ter um corpo, ex
pressar em oções e relacionar-se autenticam ente.
Na cultura ocidental tradicional, o hom em foi condicionado a ver-se
e experim entar-se de mode® negativos — com m uito m edo e vergonha e
culpa. Q ualquer que seja o relacionam ento (pai e filho, professor e aluno,
11
te. E u quero especialm ente ver nossas escolas tornarem -se lugares onde
alunos, professores, adm inistradores, pais e responsáveis juntos explorem
o significado de ser hum ano. E é possível, assim como necessário, envol
ver a com unidade inteira, m esm o seus m em bros m ais tradicionais, em
um diálogo sobre auto-estim a e sobre liberdade e sinceridade (autentici
dade) e am or (cuidado). E m bora tristem ente desaparecidos em nossos
trato s rotineiros um com o outro, estes perm anecem os nossos valores
tradicionais básicos.
A m enos que façam os isto, nós sim plesm ente não vam os resolver
nossos m aiores problem as sociais: violência, drogas, racism o, sexism o e
guerra. C onstruir a auto-estim a, aum entando a com preensão de nós p ró
prios e facilitando o com portam ento hum ano natural está se tom ando
cada vez m ais um dos objetivos m ais vitais e inerentes das responsabili
dades de nosso sistem a educacional.
E ste livro é im portante porque fala diretam ente do tem a. Ele atinge
diretam ente as raízes da baixa auto-estim a, no caso do padrão de com
portam ento ser não-assertivo ou agressivo — elaborando os valores técni
cos do com portam ento alternativo-assertivo. Ele discute como aprender
por nós m esm os e como podem os facilitar seu aprendizado por outros
(m inha única reserva é m eu ceticism o sobre a m odificação do com porta
m ento e m eu com prom isso com a psicologia hum anística).
Juntam ente com Bob Alberti e Mike Em m ons, m inha convicção é
que o ser hum ano tem um a trem enda capacidade de crescim ento em ser,
tornar-se autêntico, responsável e atencioso, assim como p ara relacionar-
se e crescer e aprender. E m bora este livro não esteja apenas ligado à
educação, nós com partilham os a opinião de que as escolas devem ser lu
gares onde os seres hum anos sejam encorajados à abertura e à expressão
de si próprios — em vez de lugares onde sejam condicionados a sentir-se
m al consigo mesm os, aceitar ordens e adaptar-se, a seguir estudos sem
questioná-los, e a perpetuar o velho sistem a e seus estereótipos.
Nós esperam os abrir a educação na Califórnia à exploração de m ui
tas alternativas e hipóteses. As escolas devem criar o diálogo necessário
p ara criar estruturas alternativas, m étodos e currículos que tornarão os
jovens capazes de respeitar a si m esm os e de descobrir suas capacidades
de viver plenam ente.
A educação deve ser um processo que afirm e o direito da criança
de não se envergonhar de si mesm a, de não ter m edo de expressar suas
necessidades e direitos. A educação realm ente deve to m ar a criança ca
paz de reconhecer seu corpo, m ente e emoções como legítim os e valio
sos, e como componentes de ser e tom ar-se com pletam ente hum ano. A
educação deve afirm ar 0 respeitar a criança totalm ente.
13
John Vasconcellos
M embro do Legislativo da Califórnia
Sacram ento, 6 de dezem bro de 1973.
14
Primeira Parte
Introdução
E n tre as pessoas, como en tre as nações, o res
peito ao direito de cada u m assegura a paz!
Benito Juarez
m ar-se e fazer coisas por iniciativa própria, ela reduz apreciavelm ente sua
ansiedade ou tensão anteriores em situações críticas e aum enta seu senso
de valor com o pessoa. E ste m esm o senso de valor está geralm ente au
sente na pessoa agressiva, cuja agressividade pode m ascarar sentim entos
de culpa e de insegurança.
Nós endossam os sem reservas o conceito de igualdade entre os seres
hum anos. Cada indivíduo tem os m esm os direitos fundam entais que tem
seu sem elhante em relações interpessoais. O nosso objetivo é ajudar o
m aior núm ero de pessoas a aprender a exercitar seus direitos fundam en
tais, sem infringir o alheio. Nós reforçam os o leitor a tom ar-se com pleta
m ente fam iliar com a D eclaração Universal dos D ireitos do H om em (Apên
dice A ).
E stam os m uito preocupados com a forte tendência em nossa socie
dade p ara avaliar seres hum anos em escalas que fazem a pessoa “m elhor”
que as outras. Considere as seguintes inform ações:
adultos são m elhores que crianças
patrões são m elhores que em pregados
hom ens são m elhores que m ulheres
brancos são m elhores que pretos
m édicos são m elhores que bom beiros
professores são m elhores que alunos
políticos são m elhores que eleitores
generais são m elhores que civis
vencedores são m elhores que perdedores
e assim por diante, ad infinitum . N ossas estru tu ras sociais perpetuam
estes m itos e outros sem elhantes, e perm item aos seres hum anos nestes
papéis serem tratad os com o se valessem m enos com o seres hum anos, con
siderando-se apenas os papéis hierárquicos.
Se você passa pela vida cheio de inibições, cedendo à vontade alheia,
guardando seus desejos dentro de si, ou, ao contrário, destruindo os ou
tro s a fim de atingir seus próprios objetivos, seu sentim ento de autovalor
estará baixo. M esmo sintom as físicos como dor de cabeça, fadiga, distúr
bios estom acais, erupções da pele e asm a são freqüentem ente o resultado
do fracasso em desenvolver o com portam ento assertivo. O indivíduo as
sertivo tem controle total de si m esm o nas relações interpessoais, sente-se
confiante e capaz sem afetação ou hostilidade, é basicam ente espontâneo
na expressão de sentim entos e emoções, e é geralm ente respeitado e ad
m irado pelos outros.
G eralm ente, as pessoas confundem agressão com asserção, m as o in
divíduo assertivo não prejudica os outros ou nega os direitos deles, p as
sando sem contem plações sobre as p essoas/ A pessoa assertiva é aber
ta e flexível, genuinam ente preocupada com os direitos alheios e é ain-
19
da, concom itantem ente, capaz de estabelecer m uito bem seus próprios di
reitos.
Nosso desejo sincero é evitar qualquer coisa que seja estru tu rad a
como um m anual sobre “como m anipular os o u tro s” ou qualquer coisa
que pareça um a série de “m acetes”. E stam os preocupados em aju dar a
trazer à tona padrões de com portam ento duráveis e positivos baseados
nos princípios científicos da aprendizagem . Os conceitos de com porta
m ento assertivo, agressivo e não-assertivo são definidos e ilustrados a
fim de dem onstrar como provocar m udanças em seu próprio com porta
m ento. Instruções específicas p ara ajudá-lo a alcançar m aior asserção são
fornecidas em term os claros, não-técnicos. Um a seção conclusiva discute
tópicos de interesse sobre o uso da asserção. E stá tam bém incluída um a
série variada de ilustrações de situações assertivas que são úteis p ara
qualquer pessoa que esteja interessada e alerta a seu pró p rio processo
de auto-aperfeiçoam ento. A segunda p arte abrange os aspectos técnicos e
teóricos do com portam ento assertivo, e é designada a ser um guia p ara
profissionais que se com prom etem a facilitar o crescim ento pessoal de
seus clientes.
23
O com portam ento agressivo resulta com um ente num "rebaixar” o re
ceptor. Seus direitos foram negados e ele se sente ferido, hum ilhado e
na defensiva. Seus objetivos na situação não são atingidos, é claro. E m
27
bora a pessoa agressiva possa atingir seus objetivos, ela pode tam bém ge
ra r ódio e frustração que poderá receber m ais tard e com o vingança.
P or outro lado, um com portam ento assertivo apropriado na m esm a
situação aum entaria a auto-apreciação do em issor e um a expressão honesta
de seus sentim entos. G eralm ente ele atingirá seus objetivos, tendo esco
lhido por si m esm o com o agir. Um sentim ento positivo a respeito de si
m esm o acom panha um a resposta assertiva.
Do m esm o modo, quando as consequências destes três com porta
m entos contrastantes são vistas da perspectiva de um a pessoa “sobre a
qual” eles são em itidos (ou seja, o indivíduo ao qual o com portam ento
é dirigido) surge um padrão paralelo. O com portam ento não-assertivo pro
duz frequentem ente sentim entos que vão de sim patia a um franco desprezo
pelo em issor. Tam bém a pessoa que recebe a ação (receptor) pode sentir
culpa ou raiva ao atingir seus próprios objetivos às custas do em issor. Pelo
contrário, um a transação envolvendo asserção aum enta os sentim entos de
autovalorização e perm ite expressão total de si m esm o. Além disso, en
quanto o em issor atinge seus objetivos, os objetivos do indivíduo ao qual
o com portam ento é dirigido tam bém podem ser atingidos.
E m sum a, é claro então que no com portam ento não-assertivo o em is
so r se prejudica pela sua p ró p ria autodesvalorização; no com portam ento
agressivo o receptor é prejudicado. No caso da asserção, nenhum a pes
soa é prejudicada e, a m enos que os objetivos desejados sejam totalm ente
conflitantes, am bos podem sair-se bem .
EXEMPLOS DE CASOS:
“Jantando Fora”
O S r. e a Sra. A estão num restaurante de preços m oderados. O Sr.
A pediu um bife especial, m as quando foi servido percebeu que estava
m uito bem passado, ao contrário do que ele havia pedido Seu com por
tam ento é:
Não-Assertivo:
O S r. A resm unga p ara a m ulher a respeito do bife “queim ado” e
diz que não volta m ais neste restaurante. Ele não diz nada ao garçom
e responde “tudo legal” à sua pergunta “está tudo bem ?”. A sua noite e
seu jan ta r são altam ente insatisfatórios e ele se sente culpado p o r não
ter tom ado um a atitude. A auto-estim a do Sr. A e a adm iração da Sra. A
p o r ele são dim inuídas pela experiência.
28
Agressivo:
O Sr. A cham a o garçom à m esa e é injusto e grosseiro com ele
por não ter atendido bem . A sua atitude ridiculariza o garçom e cons
trange a S ra. A. Ele pede e recebe outro bife m ais de acordo com o que
queria. Ele se sente controlando a situação, m as o em baraço da Sra. A
cria atrito entre eles e estraga a noite. O garçom fica hum ilhado, zangado
e sem jeito o resto da noite.
Assertivo :
O S r. A cham a o garçom à sua mesa, lembra-lhe que pediu um biie
especial, m ostra-lhe o bife bem passado, pede-lhe polida m as firm em ente
que o troque por um m al passado como ele havia pedido. O garçom pede
desculpas pelo erro e rapidam ente o atende. O casal aprecia o jan ta r e
o S r. A se sente satisfeito consigo m esm o. O garçom se sente feliz com
o freguês satisfeito e o serviço adequado.
“Emprestando Alguma Coisa”
H elen é um a universitária atraente, brilhante e excelente estudante,
am ada pelos professores e colegas. E la m ora num a república com seis
moças, dividindo seu quarto com duas. Todas as moças nam oram regu
larm ente. Uma noite, enquanto as colegas de quarto de Helen se prepa
ravam p ara encontrar os nam orados (Helen planeja um a noite tranqüila
elaborando um trabalho escolar), M aria diz que vai sair com um cara
m uito legal e espera dar um a boa im pressão. E la pergunta a H elen se pode
usar um colar novo e caro que Helen acabou de ganhar de seu irm ão que
presta serviço m ilitar na M arinha. Helen e seu irm ão são m uito am igos e
o colar significa m uito para ela. Sua resposta é:
Não-Assertiva:
E la “engole em seco” seu m edo de o colar ser perdido ou danifica
do, e seu sentim ento de que seu significado especial o tornava m uito im
p o rtante p ara ser em prestado e diz: “Claro” .
Ela se desvaloriza, reforça M aria por fazer um pedido excessivo e
se preocupa toda a noite (o que traz pouca contribuição p ara o trabalho
escolar).
Agressiva:
Helen m ostra indignação pelo pedido da amiga, dizrlhe “absolutam ente
não” e com eça a censurá-la severam ente por atrever-se a fazer um a
pergunta “tão cretina” . E la hum ilha M aria e faz papel ridículo. Mais
29
tard e se sente incom odada e com sentim ento de culpa, o que interfere no
seu estudo. M aria se sente ferida e estes sentim entos manifestam -se m ais
tarde, estragando o seu encontro, pois não consegue se divertir, o que
intriga e desencoraja o rapaz. Daí em diante o relacionam ento de Helen
com M aria passa a ser bastante tenso.
Assertiva:
E la fala do significado do colar e, gentil, m as firm em ente, diz que
aquele pedido não pode ser atendido, pois a jóia é m uito pessoal. Mais
tarde ela se sente bem por ter sido sincera consigo m esm a e M aria, re
conhecendo a validade da resposta de Helen, faz grande sucesso com o
rapaz, sendo ela tam bém m ais honesta e franca com ele.
“Fumando M aconha”
Pam é um a aluna do 3.° colegial, m uito sim pática, que tem se en
contrado com um rapaz m uito atraente do qual tem gostado m uito. N um a
noite ele a convida a participar de um bate-papo com outros dois casais,
am bos casados.
Quando todos se reuniram na festa, Pam sentiu-se m uito bem e gos
tou m uito. Depois de um a hora m ais ou menos, um dos hom ens casados
pegou alguns cigarros de m aconha e sugeriu que todos fum assem . Todos
prontam ente aceitaram , exceto Pam , que não queria experim entar m aco
nha. E la fica em conflito, porque o rapaz que ela adm ira está fum ando
m aconha e, quando ele lhe oferece o cigarro, ela decide ser:
Não-Assertiva:
Aceita o cigarro, dem onstrando já ter fum ado m aconha antes. Ela
observa aitentam ente os outros p ara ver como eles fum am . No fundo ela
tem e que eles lhe peçam p ara fum ar m ais. Os outros estão falando em
"ficar m uito doidos” e Pam está preocupada com o que o rapaz está pen
sando dela. E la negou a si própria, não foi sincera com seu nam orado,
e sente rem orso por ter entrado num a que não queria.
Agressiva:
Pam fica indignada quando lhe oferecem a m aconha e explode com
o rapaz por tê-la levado a um a festa de tipo tão “baixo” . Diz que prefere
voltar logo p ara casa do que ficar com este tipo de gente. Quando as
outras pessoas da festa lhe dizem que ela não precisa fum ar, se não
quiser, ela não se satisfaz e continua indignada. Seu amigo fica hum i
lhado, sem jeito com seus amigos e desapontado com ela. E m bora ele
continue cordial com Pam quando a leva p ara casa, ele não m ais a con
vidará p ara sair.
30
Assertiva:
Pam não aceita o cigarro, dizendo sim plesm ente: “Não, obrigada.
Não estou com vontade”. E la continua, explicando que nunca fum ou antes
e que não tem vontade de fazê-lo. Diz que preferiria que os outros não
fum assem , m as reconhece o direito que eles têm de fazer suas próprias
escolhas.
“A Gorducha”
O S r. e S ra. B estão casados h á nove anos e recentem ente vêm
tendo problem as conjugais, porque ele insiste em que ela está m uito
gorda e precisa em agrecer. Ele volta ao assunto constantem m te, dizendo-
lhe que ela não é m ais a m esm a m ulher com quem se casou (que tinha
5U Kg), que este excesso de peso lhe faz m al para a saúde, que ela é um
m au exemplo p ara as crianças, etc.
Além disso, ele a goza, dizendo que ela está um a bola, olha apaixo
nadam ente p ara as m oças m agras, com entando sobre o quanto são atraen
tes, e faz referências à sua m á aparência na frente dos amigos. Nos últi
m os três m eses o S r. B tem se com portado desta m aneira e a Sra. B
já está terrivelm ente contrariada. Ela tem tentado perder peso nestes três
meses, m as sem m uito sucesso. Seguindo a onda recente de críticas do
Sr. B, a S ra. B é:
Não-Assertiva :
Ela pede desculpas por seu excesso de peso, às vezes se desculpa
sem convicção, outras sim plesm ente aceita calada as críticas do m arido.
Interiorm ente ela sente raiva do m arido pela sua “encheção” e culpa-se
pelo excesso de peso. Sua ansiedade tom a m ais difícil para ela perder
peso, e a briga continua.
Agressiva:
A Sra. B faz freqüentes com entários, dizendo que seu m arido tam
bém não vale grande coisa. E la m enciona o fato de que à noite ele cai
no sono no sofá, é um péssim o parceiro sexual e não lhe dá atenção su
ficiente .
E stas coisas não têm nada a ver com o problem a, m as a S ra. B.
continua. E la queixa-se de que ele a hum ilha na frente das crianças e
amigos m ais chegados e age como um “velho sem-vergonha” pelo m odo
que olha as m oças atraentes. Na sua raiva ela só consegue ferir o S r. B
e construir um a barreira entre eles, defendendo-se com o contra-ataque.
31
A ssertiva:
A Sra. B. procura o m arido num a hora em que ele está sozinho e
n ão será interrom pido; então lhe diz que sente que ele está certo com
relação à sua necessidade de perder peso, m as que não gosta da sua mar
neira de colocar o problem a. Diz que está fazendo o m elhor que pode e
que está sendo duro perder peso e m anter o regim e. Ele com preende a
ineficácia de ficar repisando o assunto e decidem trabalhar juntos num
plano no qual ele vai reforçá-la sistem aticam ente por seus esforços em
perder peso.
“O Menino do Vizinho”
O S r. e S ra. E têm um filho de dois anos e um a filha de dois m e
ses. Recentem ente, p o r diversas noites, o filho do vizinho, de 17 anos,
tem ficado em seu carro, ao lado da casa, ouvindo som altíssim o. Ele
com eça exatam ente n a hora em que as duas crianças do casal E se recolhem
p ara dorm ir, exatam ente ao lado da casa onde o rapaz ouve as m úsicas.
A m úsica alta acorda as crianças toda noite e é impossível p ara os pais
fazê-las dorm ir, enquanto a m úsica continua. O casal E está incom odado e
decide ser:
N ão-A ssertivo:
O S r. e S ra. E levam as crianças p ara seu quarto, do outro lado
da casa, esperam até que a m úsica cesse, por volta de 1 hora da m adru
gada, então transferem as crianças para o quarto delas. E vão dorm ir
m uito depois do horário de costum e. Eles continuam a m aldizer o rapaz
em silêncio, e breve se desligam dos vizinhos.
Agressivo :
O casal E cham a a polícia e reclam a que “um desses jovens selva
gens” da casa ao lado está incom odando. Exigem que a polícia “faça seu
papel” e pare com o barulho de um a vez.
A polícia fala com o rapaz e com seus pais, que ficam m into chatea
dos e com raiva pelo em baraço da visita da polícia. Eles reprovam o fato
de o casal E ter cham ado a polícia antes de conversar com eles e resol
vem evitar qualquer relacionam ento com eles.
A ssertivo:
O casal vai à casa do rapaz e diz a ele que sua m úsica está m antendo
as crianças acordadas à noite. Procura, ju n to com o rapaz, encontrar um a
solução para o caso, que não perturbe o sono das crianças. O rapaz relu-
tan t em ente concorda em abaixar o volum e à noite, m as aprecia a atitude
cooperativa do casal E . Todos se sentem bem com os resultados.
3?
vas, brigas com os colegas nos alojam entos de estudantes. Esteve preso
duas vezes p o r causa de bebidas. O ntem recebeu um a carta de sua m ãe
perguntando com o estavam as coisas e principalm ente falando dos su
cessos de seu irm ão. H oje seu chefe o repreendeu asperam ente e, de cer
ta form a, injustam ente, por um erro que, de fato, era da responsablidade do
próprio chefe. Além disso um a secretária do seu serviço não aceitou
um convite que ele lhe havia feito p ara jan tar. Q uando ele chegou ao seu
apartam ento naquela tarde, sentindo-se particularm ente deprim ido e des
gastado, seu locador o encontrou na p o rta e começou com um a conversa
sobre “estes beberrões” e com um aviso (um a sem ana antes do prazo) de
que devia pagar o aluguel no vencim ento. A resposta de Russel é:
Não-Assertiva:
Ele tom a sobre si toda a carga do locador, som ada a um a culpa que
sente e um a depressão, agora aum entada. Sente-se com pletam ente de
sam parado. Pica adm irado de como seu irm ão pode ser tão bem sucedi
do e ele tão desastrado. A rejeição da secretária e a crítica do chefe re
forçam sua convicção de que não presta p ra nada. Concluindo que o m un
do ficaria m elhor sem ele, pega o pequeno revólver que tem no quarto e
começa a carregá-lo, com o propósito de se suicidar.
Agressiva:
Assertiva:
Russel responde firm em ente ao locador, dizendo que sem pre pagou o
aluguel em dia e que ainda falta um a sem ana p ara o vencim ento. Lem bra
ao locador que há um a b arra da escada quebrada e que o conserto já de
veria ter sido feito há m ais tem po. Na m anhã seguinte, após pensar um pou
co sobre sua vida, procura um a clínica psicológica p ara ajudá-lo. No tra
balho procura o supervisor e calm am ente lhe explica as circunstâncias do
erro. E m bora procurando se defender, o supervisor reconhece o seu erro-
e pede desculpas por seu com portam ento agressivo.
34
RECONHECIMENTO DO COMPORTAMENTO
NÃO-ASSERTIVO E AGRESSIVO
Os exem plas dados neste capítulo ajudarão a identificar a natureza
da assertividade. Além disso, o Apêndice B fornece um a série de ques
tões úteis no processo de se definirem respostas do dia-a-dia que não são
adaptativas p ara o indivíduo.
O m étodo m ais eficaz de determ inar a adequação da sua assertivi
dade é sim plesm ente ouvir a si m esm o descrevendo suas relações com
as pessoas que são im portantes p ara você. Faça um exam e cuidadoso das
suas interações com (dependendo da idade e estilo de vida) pais, com
panheiros, colegas de trabalho, colegas de sala, cônjuge, filhos, patrões,
em pregados, professores, vendedores, vizinhos, parentes. Q uem dom ina
nestas relações específicas? Você facilm ente tira vantagem ao lidar com
os outros? E xpressa seus sentim entos e idéias na m aior p arte das circuns
tâncias? T ira vantagem e/o u fere og outros freqüentem ente?
Suas respostas honestas a estas questões fornecem p istas que po
dem levá-lo a explorar m ais profundam ente seu com portam ento asserti
vo, não-assertivo ou agressivo. Pensam os que você achará com pensadora
esta auto-exploração e um passo im portante na sua cam inhada em dire
ção a um aum ento da efetividade pessoal.
39
III
Fundamentos para um
Comportamento Assertivo
“T á bom ”, você diz, “pode ser que eu não seja tão assertivo quanto
gostaria de ser. Você não pode ensinar um cavalo velho a m archar. E sta
é m inha m aneira de ser. Não posso m udá-la.”
Não concordam os. M ilhares de pessoas têm descoberto que se to r
n ar m ais assertivo é um processo de aprendizagem e que é possível p ara
elas m udarem . M uitas vezes um “cavalo velho” precisa de m ais tem po
p ara aprender. M as a recom pensa é grande e o processo não é, de fato,
tão difícil. E m prim eiro lugar, como posso saber que realm ente quero
m udar? Existe algum perigo em potencial na asserção? E as pessoas signi
ficativas d a m inha vida; elas não farão objeção se eu, de repente, me
tornar m ais expressivo? E ste capítulo pretende fornecer um a fundam en
tação p ara o desenvolvimento autodirigido do com portam ento assertivo.
OS SEUS DIREITOS
Ao sugerirm os asserção p ara as pessoas, enfatizam os o fato de que
ninguém tem o direito de aproveitar de outro sim plesm ente por um a
questão de se tra ta r de seres hum anos. Por exemplo, um em pregador não
pode desrespeitar os direitos de cortesia e respeito que o em pregado
m erece como ser hum ano. Um médico não tem o direito de ser descor
tês ou injusto ao lidar com um paciente ou enferm eira. Um advogado
não deve sentir que tem o direito de “falar de cim a” com um operário.
Cada pessoa tem um direito inalienável de expressar-se, mesm o que “só
tenha o prim ário” ou “esteja no cam inho errado” ou seja “apenas um a
auxiliar de escritório” . Todas as pessoas são, de fato, criadas iguais num
plano hum ano e cada um a m erece o privilégio de expressar seus direitos
inatos. H á m uito a ganhar da vida sendo-se livre e capaz de lu tar por
si m esm o e garantir os mosm os diroitos p ara os outros. Sendo assertiva,
a pessoa está aprendendo a dar e receber em igualdade com os outros
e estar m ais a serviço' de si e dos outros.
O utra faceta que m otiva m uitos a se tornarem assertivos é a m a
neira como certos problem as som áticos se reduzem à m edida que a as
serção progride. Queixas como dores de cabeça, asm a, problem as gás
tricos, fadiga geral freqüentem ente desaparecem . A redução na ansiedade
e culpa que é experim entada por pessoas não-âssertivas e agressivas,
quando aprendem a ser assertivas, resulta freqüentem ente na eliminação
destes sintom as físicos.
E sta é a hora p ara com preender que você não está sozinho, que
outros já enfrentaram desafios e situações sem elhantes e m udaram para
m elhor.
A esperança e coragem necessárias para iniciar o treinam ento pode
ser conseguida estudando as descrições dos casos para aprender como
outros ultrap assaram dificuldades sim ilares com êxito. N este ponto su
gerim os o livro de Andrew Salter, Conditioned Reflex Therapy (1940), p ar
ticularm ente o capítulo 6, que fala sobre “personalidade inibitória” e vá
rios estudos de caso. À pessoa agressiva, por outro lado, recom endam os
The Intimate Enem y de Bach e Wyden (particularm ente os capítulos 6,
9 e 13). Você poderá se identificar num a dessas descrições de outros e,
como resultado, desejar superar este problem a. Poderá se identificar com
43
lembre-se que, em bora a asserção bem sucedida exija treino, suas com
pensações são grandes.
Em quarto lugar, pondere seu relacionam ento com as pessoas p ró
xim as a você. De modo típico, padrões de com portam ento não-assertivo
ou agressivo têm sido exercidos por um indivíduo' por um longo tem po.
O indivíduo não-assertivo terá estabelecido padrões de interação com aque
les que estão significativam ente próxim os a ele, como fam ília, cônjuge
am igos. Assim tam bém acontece com o indivíduo agressivo. Uma mu
dança nessas relações já estabelecidas pode causar b astante tran sto rn o
aos outros envolvidos. De um m odo geral, os pais são freqüentem ente alvo
de com portam ento assertivo especialm ente no fim da adolescência ou aos
vinte e poucos anos, quando os filhos lutam pela independência.
N aturalm ente, algum as pessoas cedem aos desejos e ordens dos pais
a vida toda (p o rq u e'é “certo ” respeitar os m ais velhos, especialm ente os
pais, que se sacrificaram tanto por você, e tc .). M uitos pais acreditam
piam ente nisso e ficam m uito desconcertados quando seu filho “se rebela”
assertivam ente. Por outro lado, pais que p au taram sua vida em resposta
a um filho agressivo podem tam bém ficar confusos quando perceberem
que o com portam ento dele está se tornando assçrtivo, em bora há m uito
desejassem esta m udança. Conseqüentem ente, pode ser útil pedir a um
facilitador que intervenha e converse com os pais p ara p rep arálo s p ara
estas m odificações. E sta intervenção pode freqüentem ente evitar que essas
reações se exasperem e provoquem relações profundam ente tensas entre
pais e filhos.
Relacionam entos conjugais que têm se m antido há anos baseados nas
ações não-assertivas ou agressivas de um cônjuge são igualm ente propen
sos a ficar “de pernas p ara o a r” quando a asserção com eça. Se o cônjuge
não está preparado e disposto a m udar um pouco tam bém , há um a forte
possibilidade de rom pim ento entre o casal. A cooperação do cônjuge con
seguida através de algum as reuniões com o facilitador pode aju dar im en
sam ente a m udança de com portam ento. Espera-se que um treinam ento
.assertivo p ara um esposo fortaleça as relações conjugais. Contudo, há um
perigo potencial de prejudicar um a relação íntim a com a m udança signi
ficativa de com portam ento de um dos parceiros e deve-se estar atento
para agir com plena consciência dessas eventuais conseqüências. U m a con
versa franca com os pais ou cônjuge é firm em ente recom endada.
48
IV
O Desenvolvimento
do Comportamento Assertivo
Um hom em que se corta em função dos ou
tro s breve estará totalm ente m utilado.
Charles M. Schwab
Talvez você já tenha ouvido dizer que “quando dois engenheiros (ad
vogados, donas-de-casa, bombeiros, enferm eiras) estão conversando e um
psicólogo junta-se a eles, terem os então dois engenheiros e um psicológo,
.nas quando dois psicólogos estão conversando e um engenheiro (ou qual
quer outro profissional) chega e começa a participar da conversa terem os
então três psicólogos!” Todo m undo acha que é um pouco psicólogo. Sem
dúvida, todos nós tem os um conhecimento prático e original do com porta
m ento hum ano, começando por nós m esm os.
pode mudar prim eiro e é m ais fácil e m ais eficaz agir assim , na m aioria
dos casos.
Quando você com eçar o processo de se to m ar m ais assertivo, nós
não pedirem os que você acorde um a m anhã e diga: “H oje eu sou um a
pessoa nova e assertiva!” Ao invés disso, você achará aqui um guia p ara
um a m udança de com portam ento gradual e sistem ática. A chave p ara o
desenvolvimento da asserção é a prática de novos padrões de com porta-
m ento. E ste capítulo destina-se a guiá-lo através dos passos necessários
em tal prática e dem onstrar-lhe como você pode usar o novo com porta
m ento assertivo no relacionam ento com os outros.
Nós observam os um círculo de com portam ento não-assertivo ou agres
sivo que tende a perpetrar-se, até que um a intervenção decisiva ocorra.
A pessoa que tem agido não-assertivam ente ou agressivam ente em suas re
lações por um longo período geralm ente tem um baixo conceito de si
m esm a. Seu com portam ento com os outros — abusivo ou de autonegação
— é respondido com desprezo, desdém ou abandono. Ela observa as res
postas e diz p ara si m esm a: “Veja, eu sabia que não valia nad a”. Vendo
o baixo conceito que faz de si m esm a confirm ado, ela persiste em seu pa
drão inadequado de com portam ento. Assim o círculo se fecha: com porta
m ento inadequado, feedback negativo, atitude de autodepreciação, com por
tam ento inadequado.
O com ponente m ais prontam ente observável deste padrão é o pró
prio comportamento. Nós podem os facilm ente perceber o com portam ento
claro em oposição a atitudes e sentim entos que podem estar ocultos atrás
da fachada que nos é m ostrada. A lém .disso o com portam ento é o com po
nente m ais passível de m udança. Nossos esforços de facilitar m elhoraram
as relações interpessoais^ Além disso um a m aior valorização de si mesm o
como pessoa surgirá com a m udança de seus padrões de com portam ento.
Nós acham os que o círculo pode ser reverso, iniciando-se um a se-
qüência positiva: o com portam ento m ais adequadam ente assertivo (auto-
valorização) ganha m ais respostas positivas dos outros; este feedback po
sitivo leva a um a avaliação positiva de si m esm o (“Puxa, as pessoas estão
m e tratando como alguém de valor!”), e os sentim entos m elhorados sobre
si mesm o resultam em asserções futuras.
H arold estava convencido há anos de sua total falta de valor. Ele
era totalm ente dependente de sua esposa no que se refere a apoio emocio
nal, e, em bora tivesse m uito boa aparência e habilidade de expressar-se bem,
não tinha am igos. Im aginem seu com pleto desespero quando sua esposa
o aba: lonou! Felizm ente, H arold já estava na terapia nessa época e dese
java i íacionar-se com o u tras pessoas. Quando suas prim eiras tentativas
de asserção com jovens atraentes tiveram m ais êxito do que ele jam ais
ousou esperar, o valor reforçador de tais respostas às suas asserções foi
50
UM “EMPUKRAOZINHO”
Agora que você está envolvido no processo de desenvolver um com
portamento assertivo, não se permita ficar passivo. Se você ficou inte
ressado suficientemente para chegar até este ponto do livro, ou você está
pensando seriamente em melhorar sua asserção ou imaginando como pode
ajudar outros a serem mais assertivos. Em qualquer caso, faça alguma
coisa! Você não pode mudar som ente lendo esse livro. Se você não come
çar a mudar de atitude no seu cotidiano, nós servim os apenas como um
passa-tempo. Se, por outro lado, você partir agora e lidar com uma situa
ção interpessoal defendendo seus próprios interesses, estamos satisfeitos
de ter participado de seu crescimento.
T en te!
54
“Ande com suas pró p rias p ern as” é o slogan freqüentem ente citado
como sinônim o de desenvolvim ento de com portam ento assertivo. Sem dú
vida, a prim eira edição de C om portam ento Assertivo foi dedicada quase
que exclusivam ente a incentivar este tipo de com portam ento. N ós achar
mos, contudo, que sentim entos carinhosos positivos ou raiva construtiva
são freqüentem ente m ais difíceis p ara a pessoa não-assertiva ou agressiva
expressar do que um a atitu d e firm e e decidida. Além disso, expressar os
sentim entos íntim os depois da situação passada sem pre exige um a dose extra
de asserção.
ESTABELECENDO CONTATO
Expressar seus sentimentos positivos para outra pessoa é um ato
grandemente assertivo. E, com o nas outras asserções que citamos, o ato
por si mesmo — isto é, a ação — é m uitíssim o mais importante que as
palavras que você usa ou seu próprio estilo de comunicação. Isto é ain
da mais verdadeiro quando se trata de demonstrar afeto. Nada representa
uma expressão mais pessoal e individual do que dizer “Você significa,
muitíssimo para mim neste m om ento”.
Considere alguns modos de comunicar esta mensagem:
Um modo caloroso, firme e prolongado de apertar as mãos (já
notou a duração e o sentimento de “fraternidade” que acompanha o aper
to de mãos dos membros de um grupo fechado, como por exemplo, os do
Black Power?)
56
A RAIVA É SAUDÁVEL
As pessoas não-assertivas geralm ente dizem “E u nunca fico zanga
do” . Não acreditam os nisto! Todo m undo fica zangado. Algumas pessoas
59
62
VI
Além da Asserção
Aquele que respeita a si m esm o está prote
gido dos outros; ele usa uma armadura in
vulnerável.
Henry Wadsworth Longfellow
veis. É nossa convicção que cada pessoa deve ser capaz de escolher por
si m esm a como agir. Se um indivíduo pode agir assertivam ente sob de
term inadas condições, m as escolhe não agir, nosso objetivo é alcançado.
Se ele é incapaz de agir assertivam ente (quer dizer, não consegue escolher
por si próprio com o se com portar, m as é intim idado em sua não-asserti-
vidade ou compelido a ser agressivo), sua vida será governada p o r outros
e sua saúde m ental sofrerá.
não inferniza sua vida, você pode desejar a técnica de Lifem anship, téc
nica de Wolpe (1969), que lhe permite livrar-se de outrem, usando a manipu
lação da. vulnerabilidade dele.
2. Redundância — Uma vez ou outra a pessoa que desrespeitou seus di
reitos notará que se excedeu antes que você tenha demonstrado sua asser
ção. Ela então remediará a situação de modo apropriado. Obviamente,
você não deve esperar eternamemte até que ela faça isso. Além disso, você
não deve hesitar em ser assertivo, se ela falhar em se corrigir. Se, por
outro lado, você vê que a pessoa reconheceu a falta dela, você não deve
insistir na sua asserção.
3. Sendo Compreensivo — Uma vez ou outra você pode escolher não ser
assertivo porque nota que a pessoa está tendo dificuldades; as circunstân
cias podem estar sendo adversas para ela. Em um restaurante, à noite,
depois de ter pedido certo prato, notamos que a cozinheira nova estava
tendo grandes dificuldades. Portanto, quando nossa refeição chegou, não
exatamente como havíamos pedido, escolhemos não ser assertivos em vez
de “complicar” ainda m ais. Outro exemplo é quando um conhecido seu
está em um dia ruim ou com um mau humor incomum. Nestes casos você
pode escolher “passar por cim a” de certas coisas que o incomodam, ou
adiar um confronto até um momento m ais produtivo. (Cuidado: E fácil
usar “não desejar magoar os sentimentos de outrem ” como racionaliza
ção para a não-asserção, quando a asserção seria mais apropriada. Se você
se encontrar fazendo isso freqüentemente, sugerimos que examine cuida
dosamente seus m otivos verdadeiros.)
tem as, p ara estim ular o pensam ento próprio do leitor. Os tem as são
complexos e não tem os pretensão de ter chegado a conclusões definitivas
nem p ara nós m esm os.
À Tolstoi foi atribuída a observação de que os atos m orais são
distintos de todos os outros pelo fato de funcionarem independentem en
te de qualquer vantagem p ara nós ou p ara os outros. E sta m áxim a pode
ser aplicada às nossas idéias sobre atos assertivos. A questão crucial é
“H averá ocasiões n a vida de todo hom em em que ele tenha que sacrificar
seus próprios valores p ara sobreviver?” . Analise, por exemplo, a situação
seguinte: Você está fazendo um curso que exige um período de três anos
de trabalho difícil. Além do tem po e do esforço, você está gastando todas
as suas econom ias e endividando-se no processo. Vamos supor que você
seja casado e tenha dois filhos pequenos. Seus estudos estão preparan
do-o p ara ingressar em um a profissão com alta posição, excelentes salá
rios, e m uitos benefícios extras. No fim de seu últim o ano o exame final
chega, e nele você tem que dem onstrar seu saber. A prim eira parte do
exame constará de três dias de provas escritas; a segunda, de três ho
ras de exam e oral adm inistrado por um a ju n ta de três professores seus.
Assim que passa a fazer os testes, você é aprovado com n o ta alta
na prim eira p a rte do exam e. D urante a segunda parte, o exame oral, você
parece estar se saindo bem até determ inado m om ento, já perto do final.
Uma questão é form ulada pelo m em bro m ais poderoso e influente da
ju n ta sobre sua área de estudos preferida. E ssa área, no m om ento, é
bastante controvertida, desde que apenas recentem ente novos conhecim en
tos foram adquiridos. E ste indivíduo está im buído da sua crença de que
novos *fconhecimentos não têm nenhum sentido, ofendendo-se com a p es
soa que desafia suas opiniões e incom patibilizando-se com ela. Nos últi
m os anos vários candidatos foram reprovados por ter opiniões diferen
tes. Você estudou profundam ente estas novas descobertas e acredita fir
m em ente que elas são relevantes, vitais e breve ultrapassarão os antigos
conceitos. Pergunta: Você deveria com prom eter seus valores e responder
do m odo que ele quer ouvir, ou deveria com prom eter seriam ente seu fu
turo por não negar suas convicções e arriscar-se a ser reprovado?
Se alguém considera legítim o e necessário com prom eter seus valores
em ocasiões transitórias, esse indivíduo deveria comprom etê-los tam bém por
um período m aior de tem po? São de se esperar lapsos ocasionais, em nos
sa opinião, m as sacrificar as convicções de um a pessoa durante m uito
tem po a convicções alheias não é o interesse últim o de ninguém , nem é
m oral.
Deve-se levar em consideração tam bém as o u tras pessoas. E a fa
m ília do indivíduo, a esposa e filhos do caso acim a? Se este ato repre
senta um a am eaça séria ao bem estar daqueles por quem sou responsá
vel, eu ainda tenho direito de afirm ar m inhas convicções?
67
VII
Situações de Comportamento Assertivo
Quem assiste aquele que representa no pai*
co? Não sou eu mesmo?
Então qual é m eu verdadeiro eu, o ator ou
o espectador? Se você olhar com atenção, po
de descobrir outra personagem que m erece
ser reconhecida com o tendo identidade pró
pria: o diretor da peça, aquele que decide o
que fazer e com o fa zer...
J. Sam uel B ois, The Art of Awareness
(c) Você calm a e firm em ente lhe inform a que ele devia ter avisado
com antecedência que ia sair para tom ar uns drinques e que provavel
m ente se atrasaria. Você lhe diz que seu jan tar frio está na cozinha.
Visitas de Parentes
Tia M argarete, com quem você não gosta de passar m uito tempo,
está ao telefone. Ela acahou de lhe contar seus planos de passar três
sem anas visitando-a, a com eçar da próxim a sem ana.
Respostas Alternativas:
(a) Você pensa “Oh, não!” m as diz “Nós adoraríamos que você viesse e
ficasse o tempo que quisesse!”
(b) Você diz que as crianças pegaram um resfriado terrível, a cam a de
hóspedes está com um a mola quebrada e no próxim o fim de sem ana você
vai visitar o prim o Bill — e nada disso é verdade.
(c) Você diz “Nós gostaríam os que você viesse no fim de semana, m as
sim plesm ente não podemos convidá-la para m ais tem po. Uma visita curta
é m elhor p ara todos, e nós vamos desejar nos ver novam ente m ais de
pressa se m antiverm os essa visita breve” .
Depois da Meia-Noite
Seu filho adolescente, Eric, acabou de voltar de um a festa na es
cola. São 3 horas da m anhã e você tem estado m uito ansiosa, preocupada, em
prim eiro lugar pelo bem estar dele, pois o esperava em casa à meia-noite.
Respostas Alternativas:
(a) Você vira p ara o canto e dorm e.
(b) Você grita: “Onde diabos você se m eteu? Você sabe quantas horas
são? Seu vagabundo egoísta, sem consideração, eu devia te fazer dorm ir
na rua!”
(c) Você diz: “E u tenho estado bastante preocupada com você, filho. Vo
cê disse que estaria em casa à m eiamoite e há horas que estou na m aior
ansiedade. Você está bem? Você ♦ devia te r m e telefonado!”
SITUAÇÕES DE CONSUMO
Corte de Cabelo
Na barbearia, o barbeiro acabou de cortar seu cabelo e vira a ca
deira p ara o espelho para que você possa inspecionar. Você acha que
os lados não estão suficientem ente aparados.
71
R espostas A lternativas:
(a) Você balança a cabeçá assentindo e diz “E stá bom ” ou não diz nada.
fb ) Abruptamente você afirm a que ele devia ter feito um trabalho m elhor
e diz sarcasticam ente: “Você não tirou m uito dos lados, não é?”
(c) Você ressalta que gostaria dos lados m ais bem aparados e pede a
ele para fazer isso .
Troco a m enos
Quando você sai da loja, depois de ter com prado algo, você desco
bre que lhe deram 2 cruzeiros a m enos de troco.
R espostas A lternativas:
(a) Parando por um m om ento você tenta decidir se 2 cruzeiros vsilem o
esforço. D epois de alguns m om entos você resolve que não e vai em bora.
(b ) V ocê tom a a entrar na loja, e chama a atenção do balconista, dizen
do que acredita que ele lhe deu 2 cruzeiros a m enos de troco. No pro
cesso de explicar você m ostra o troco que recebeu.
(c) Você corre de volta à loja e exige em voz alta que lhe sejam devol
vidos os 2 cruzeiros, fazendo um com entário desairoso sobre “caixas que
não sabem som ar”.
Esperando na F ila
Você está de pé perto do caixa esperando para pagar sua com pra e
pegar o seu em brulho. Outros que chegaram depois de você estão sendo
atendidos prim eiro. Você já está cansado de esperar.
Respostas A lternativas:
(a) Ou você pega o artigo e o coloca de volta na prateleira ou aproxi
ma-se m ais do caixa para ver se atrai sua atenção.
(b) Gritando que o serviço naquela loja é péssim o você atjrã sua com
pra no balcão e vai em bora.
(c) Em uma voz suficientem ente alta para ser ouvida, você ■ diz ao bal
conista que você estava na frente de certas pessoas que já foram aten
didas. Depois você lhe diz que gostaria de ser atendida im ediatam ente.
SITUAÇÕES NO EMPREGO
Trabalhar depois do Expediente
Você e seu cônjuge têm um com prom isso à noite, que foi planejado
há várias sem anas. H oje é o dia e vocês planejam sair im ediatam ente
após o trabalho. Durante o dia, contudo, seu supervisor lhe inform a que
gostaria que você ficasse até m ais tarde fazendo um trabalho extra.
72
Respostas Alternativas:
(a) Você não diz nada sobre seus planos im portantes e sim plesm ente con
corda em ficar até term inar o trabalho.
(b) Com um a voz alterada e nervosa você diz: “Não, eu não ficarei após
o expediente hoje!” E ntão você critica o p atrão por não te r planejado
m elhor o horário de trabalho. Você volta então a fazer o trabalho que
estava fazendo antes.
(c) Conversando com o supervisor em voz firm e, porém agradável, você
lhe conta seus planos im portantes e diz que não poderá ficar à noite
p ara fazer o trabalho extra.
Erro no Trabalho
Você com eteu um erro em algum aspecto de seu trabalho. Seu su
pervisor o descobre e lhe diz m uito asperam ente que você não devia ter
sido tão desatencioso.
Respostas Alternativas:
(a) Você se desculpa em excesso, dizendo que sente m uito, que foi igno
rante, que agiu como um tolo, e que nunca deixará que isso aconteça
outra vez.
(b) Você se irrita e diz que ele não tem nada que criticar seu trabalho.
(c) Você concorda que com eteu um erro, diz que sente m uito e que terá
m ais cuidado da próxim a vez. Você acrescenta que acha que ele está sen
do um tan to severo e que você não vê necessidade disso.
Atrasado
Um de seus subordinados tem chegado atrasado constantem ente nos
últim os três ou quatro dias.
Respostas Alternativas:
(a) Você resm unga consigo mesm o e com os outros sobre a situação,
m as não diz nada p ara a pessoa, esperando que ela comece a chegar cedo.
(b) Você censura duram ente o funcionário, dizendo que ele não tem
direito de se aproveitar de você e que é m elhor que ele chegue pontual
m ente ao trabalho senão você providenciará p ara que seja despedido.
Cc ) Aproximando-se do funcionário, você afirm a que observou que ele
tem chegado atrasado nos últim os dias e imagina se há um a explicação
para isso. Se ele não tiver um a desculpa plausível, você d irá com firm eza
que ele deve com eçar a chegar na hora. Se a desculpa for aceitável, você
ainda dirá que ele devia ter chegado a você e explicado a situação, em
lugar de ficar calado, deixando você “no a r ”.
SITUAÇÕES NA ESCOLA
Professor Silencioso
Você está num a conferência de Física com trezentos alunos. O pro
fessor fala baixinho e você sabe que m uitos outros estão tendo a m esm a
dificuldade que você está experim entando p ara ouvi-lo.
Respostas Alternativas:
(a) Você continua a lutar p ara ouvir; eventualm ente passa p ara outro
lugar, m ais à frente da sala, m as não diz nada sobre a voz fraca dele.
(b) Você grita: “Fale alto!”
(c) Você levanta a mão, atrai a atenção do professor e pergunta-lhe se
ele se im portaria de falar m ais alto.
Esclarecimentos
Na aula de Inglês, a professora está discorrendo sobre as contri
buições das línguas clássicas ao Inglês m oderno. Você está confuso com
várias referências e acredita que ela tenha enunciado errado um con
ceito im portante.
Respostas Alternativas:
(a) Você não diz nada, m as continua confuso com o conceito e procura
outra fonte na livraria, naquele m esm o dia.
(b) Você a interrom pe, dizendo-lhe que ela cometeu um erro e corrigin
do-a com seu conhecim ento do assunto. Seu tom e palavras escolhidas o
fazem parecer um pouco sem graça.
(c) Você pede à professora que explique m ais o conceito, expressando
sua confusão e indicando a fonte de sua inform ação conflitante.
Valores M orais
Você é um dos onze alunos discutindo sexualidade hum ana em um
grupo de discussão de Psicologia. Os conceitos apoiados por três ou qua
tro alunos m ais comunicativos são contrários ao seu código m oral pessoal.
Respostas Alternativas :
(a) Você ouve em silêncio, não discordando abertam ente dos outros m em
bros ou em itindo suas próprias opiniões.
(b) Você denuncia em voz alta as opiniões que foram expressas. A de
fesa de seus próprios valores é intensa e você insiste que outros aceitem
seu ponto de vista como sendo o único correto.
(c) Você fala em defesa de suas opiniões, identificando-se com um a po
sição aparentem ente im popular, m as não despreza os valores dos outros
do grupo.
74
SITUAÇÕES SOCIAIS
Quebrando o Gelo
Num a festa onde você não conhece ninguém , com exceção do anfi
trião, você quer circular e ficar conhecendo outras pessoas. Você se
aproxim a de três pessoas que conversam .
Respostas Alternativas:
(a) Você fica de pé perto delas m as não diz nada, esperando que elas
o notem .
(b) Você ouve o assunto que conversam , então interrom pe e afirm a que
discorda do ponto de vista de um deles.
(c) Você interrom pe a conversa e se apresenta.
(d) Você espera um a pausa na conversa e então se apresenta e pergun
ta se pode juntar-se a eles.
M arcando um E ncontro
Você está interessado num encontro com um a pessoa do sexo opos
to que você conheceu, e com quem conversou três ou quatro vezes re
centem ente .
Respostas Alternativas:
(a) Você senta-se perto do telefone, im aginando o que dizer e o que
ele(a) responderá. V árias vezes você pega o telefone e, quando está quase
term inando de discar, desliga.
(b) Você telefona e, logo que seu(sua) aimigo(a) responde, você retruca
dizendo: “Oi, querido (a), vam os sair juntos este fim de sem ana". P are
cendo estar surpreso(a), seu(sua) am igo(a) pergunta quem está falando.
(c) Você liga, e, quando seu(sua) am igo(a) responde, você lhe pergunta
pela escola, trabalho, etc. A resposta é “Vai bem, m as ando preocupa-
do(a) com um teste que vou fazer breve” . Seguindo a deixa, você con
versa alguns m inutos sobre o teste. E ntão você diz que vai haver um es
petáculo n a cidade sexta-feira, e você gostaria que fossem juntos.
Fum aça em seus Pulmões
Você está num a reunião pública num a grande sala. Um hom em en
tra e senta perto de você, soltando fum aça entusiasticam ente de um gran
de charuto. A fum aça incomoda-o m uito.
75
Respostas Alternativas:
(a) Você agüenta a fumaça irritante em silêncio, resolvendo que a pes
soa tem o direito de fumar se assim o desejar.
(b) Você fica muito zangado, exige que ele mude de lugar ou apague o
charuto e em voz alta apregoa os males e riscos para a saúde decorren
tes do hábito de fumar.
(c) Você, firme, mas polidamente, pede-lhe que se prive de fumar por
que isso o incomoda muitíssimo, ou sentarse era outra cadeira, se ele pre
ferir continuar fumando.
76
Segunda Parte
VIII
Introdução à Segunda Parte
A nterior à publicação da prim eira edição de Comportamento Asser
tivo, em 1970, som ente uns poucos textos sobre com portam ento assertivo
tinham aparecido n a literatu ra profissional. Os m ais relevantes desses e
de o u tro s trabalhos im portantes que surgiram desde essa data são cita
dos no capítulo X III, n a "B ibliografia C om entada” .
É especialm ente correto reconhecer as contribuições à técnica do
treinam ento assertivo feitas p o r Andrew Salter e Joseph W olpe. Já em
1949, em Conditioned Reflex Therapy, Salter encorajava seus clientes e ou
tras pessoas a ter um “com portam ento ativo” m ais eficaz. M ais tarde
Wolpe sistem atizou o treinam ento assertivo, tendo por base que a asser
ção “inibia reciprocam ente” a ansiedade. Seu livro Psychotherapy by Re
ciprocal Inhibition, publicado em 1953, apresenta um a linha geral concei
tuai e dados experim entais que representam elem entos significativos dos
fundam entos da terapia assertiva.
Desde 1970 tem havido um aum ento constante de artigos em livros
e revistas relacionados com o com portam ento assertivo. E nquanto a m aior
parte do tem po de pesquisa era dedicado à dessensibilização e outras
técnicas p ara descondieionar a ansiedade, nos últim os anos os m étodos
de treinam ento assertivo tom aram seu devido lugar entre as técnicas te
rapêuticas, e m uito justam ente.
Tem os observado que, em certos aspectos de suas vidas interpes
soais, a m aioria dos clientes, é não-assertiva ou agressiva.
79
IX
Preparo do Terapeuta
Terapias eficientes que reforçam as potencia
lidades do controle dos clientes sobre seus
processos em ocionais são em m uitos aspectos
os m eios m ais hum anitários de m udança de
personalidade que já foram inventados. Eles
são geralm ente centrados no homem , dirigidos
p ara a criatividade e relevam ao máxim o a
realização do potencial hum ano.
Albert Ellis
83
tenha ajudado a lidar menos defensiva e agressivam ente com sua própria
ansiedade.
MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO
O m étodo prim ário que em pregam os p ara diagnosticar a não-asserção
ou a agressão é sim plesm ente ouvir o indivíduo descrever suas relações
com os outros que são im portantes p ara ele em seu modo de vida. Pode-
se cuidadosam ente explorar com o indivíduo suas interações com (depen
dendo de sua idade e modo de vida) pais, companheiros, colegas de tra
balho, cônjuge, filhos, patrões, em pregados, vendedores, vizinhos, p aren
tes. P ara fazer a avaliação, pode-se perguntar quem dom ina nessas rela
ções específicas: O indivíduo deixa que se aproveitem dele ao lidar com
os outros? Ele expressa seus sentim entos e idéias abertam ente na m aio
ria das circunstâncias? Ele se aproveita dos outros e/o u os m agoa fre-
qüentem ente?
Além disso, Wolpe (1969) e Lazarus (1971) sugeriram questões que
são bastante úteis no processo de descobrir respostas que são sintom as
de inadequação do indivíduo (por exemplo: Você é capaz de contradizer
um a pessoa dom inadora?). Respostas a essas interrogações são um a pista
que pode ser facilm ente seguida p ara se explorar com pletam ente o com
portam ento assertivo, agressivo ou não-assertivo. Lembre-se sem pre em
suas investigações de cobrir a área de asserções m uito pessoais (capítu
lo V), além das tradicionais.
TESTES PADRONIZADOS
Nossa ênfase está em localizar exemplos com uns detalhados do p a
drão de com portam ento do cliente. Por esta razão, se usarm os testes par
dronizados no processo de diagnóstico, prim eiram ente olham os os pontos
obtidos em escalas individuais os quais são então discutidos item por item
com o cliente, p ara descobrir exatam ente o que a resposta significou. O
processo oferece insights valiosos p ara o trabalho com o cliente e expe
riência prática no processo de treinam ento.
Existe um farto m aterial disponível sobre testes padronizados. A
m aioria dos testes de personalidade têm escalas que podem ser úteis.
E n tre outras, podem-se citar com o exemplos: Omnibus Personality Inven
to ry, the Edwards Personal Preference Schedule, Eysenck Personality In
vento ry e o Marlow-Crowne Social Desirability Scale.
T rês testes de auto-relatório são especialm ente indicados p ara uso no
treinam ento assertivo. McFall e Lillesand (1971) aconselharam o Conflict
87
XI
Facilitação Terapêutica
PREPARAÇÃO DO CLIENTE
Na prim eira p arte tratam os dos elem entos básicos da motivação
assertiva. Supom os que o leitor profissional esteja com pletam ente fam ilia
rizado com este m aterial, desde que o processo de preparação p ara a vida
assertiva é essencialm ente o mesm o p ara o facilitador e p ara o cliente.
Um fato r básico no processo de motivação é o conhecim ento perfeito da
diferença entre com portam ento assertivo, agressivo e não-assertivo. O fa
cilitador deve certificar-se de que estas diferenças são bem com preendi
das pelo indivíduo.
Quando o facilitador sente que o cliente está pronto, deve ajudá-lo
a iniciar o com portam ento assertivo. Alguns concordarão prontam ente em
ten tar a asserção sozinhos; estes são norm alm ente os situacionalm ente não-
assertivos ou situacionalm ente agressivos. Com os geralm ente não-asser
tivos e os geralm ente agressivos, contudo, aconselha-se prudência; acha
mos que é essencial contar com a assistência do terapeuta.
M esmo quando o cliente deseja iniciar a asserção sozinho sem
prática anterior, nós aprendem os a convencê-lo a fazer um teste prim eiro.
Geralm ente, as pessoas às quais perguntam os se precisam de um en
saio, dizem que não é necessário. Ir além dessa confiança superficial e
induzir o cliente a ensaiar m esm o assim vai revelar as dificuldades
que ele ou ela pode encontrar. Do m esm o m edo, um a pessoa que está
em treinam ento e diz que tem sido m uito agressiva pode revelar na si
tuação fictícia que tem estado apenas zangada e não agressiva. Nós to
dos tem os o direito de nos zangar, m as não de degradar o caráter de
89
FACILITAÇÃO INDIVIDUAL
A com preensão do processo passo a passo do treinam ento assertivo
será reforçada com o estudo dos seguintes exemplos práticos:
1. ° Passo Identificar a situação que carece de atenção
Exemplo:
CLIENTE: E ste rapaz telefonou-me duas vezes p ara convidar-me pa
ra sair com ele e sim plesm ente não entendeu m inhas indiretas. E u não
quero magoá-lo contando-lhe a verdade; o que devo fazer quando ele
ligar o u tra vez?
2. ° Passo. Construir a cena. Trabalhe com o cliente p ara estrutu
ra r aproxim adam ente a situação potencial, a fim de apresentar a cena
encoberta acuradam ente e para estim ular os sentim entos que a pessoa
tem na situação real.
Exemplo:
FACILITADOR: Você resolveu que não gosta dele?
CLIENTE: Sim , ele é um a pessoa sim pática, m as nós sim plesm en
te não tem os os m esm os interesses. Além disso, não sinto atração física
por ele. Porém não posso contar-lhe, ele ficaria arrasado.
3. ° Passo. Apressemtar a situação para a pessoa para ensaio encoberto.
Exemplo:
FACILITADOR: Tem certeza? Eti gostaria que você revisse a situação
em sua imaginação agora. Feche os olhos e imagine-se recebendo o próxi
mo telefonem a. Perm ita-se reagir da m aneira que sentir, seja ela qual for.
CLIENTE: (E m silêncio, im agina a cena.)
4. ° Passo. Modelar uma resposta assertiva para a situação específica
Apresente modelos audiovisuais, se acessíveis. Você pode tam bém desejar
gravar em vídeo-teipe o m étodo usado nesta situação.
Exemplo:
FACILITADOR: Agora eu lhe m ostrarei um m odo de lidar com ele.
Faça de conta que eu sou você e você é ele. Telefone-me.
FACILITADOR: Alô, aqui é Y.
CLIENTE: Alô, é o X ... (conversa b a n a l)... Escuta, tem um
film e ótim o passando na cidade sexta-feira, e eu adoraria ir com você.
Ficare. m uito desapontado se você não puder ir.
90
deixá-lo ligar p ara você novam ente. Sua voz estava um pouco m acia e algo
trêm ula. Vamos repetir e ten tar u sar um a voz m ais forte.
9. ° Passo. Repita do passo 4 até o 8 quantas Vezes forem neces
sárias. Alterne as técnicas de m odelagem e representação oferecendo orien
tação a fim de m oldar o com portam ento de um modo adequado.
10. ° Passo. A pessoa está agora pronta p ara testar os novos pa
drões de resposta na situação real. Até este ponto a preparação teve lu
gar em um am biente relativam ente seguro. No entanto, treino cuidadoso
e p rática constante desenvolveram um a reação quase “autom ática” à si
tuação. O cliente deve ser, portanto, reassegurado, se necessário, e en
corajado a agir ao vivo. Se ele ela não se dispõem a fazer isso, será
necessário ensaiar m ais vezes.
Exemplo:
FACILITADOR: Qual é a sua opinião a respeito de usar sua nova
atitude quando ele lhe telefonar novam ente?
CLIENTE: E u acho que estou pronta, e sei que ele vai ligar.
FACILITADOR: Bem, estou satisfeito com o seu m odo de tra ta r a
situação aqui, e portanto, eu tam bém acho que você está p ro n ta.
11-° Passo. O cliente deve ser encorajado a reto rn ar tão rápido
quanto possível à p rática ao vivo a fim de m anter o com portam ento.
O terapeuta deve recom pensar qualquer grau de sucesso que o cli
ente experim entar e oferecer assistência contínua.
Exemplo:
FACILITADOR: Q uero que você faça um registro de como vão as
coisas; o que ele diz, o que você diz, seus sentim entos e assim por dian
te. E ntão volte o m ais rápido possível depois de ter term inado; assim
nós poderem os rever como você agiu, ok?
CLIENTE: Ok.
O utras elaborações do passo 10 podem ser feitas a p artir daí.
Os esforços iniciais do cliente em ser assertivo devem ser escolhi
dos pela sua alta probabilidade de sucesso a fim de fornecer reforço. E ste
ponto, é claro, é im portante p ara os iniciantes em treinam ento assertivo,
especialm ente p ara os que são geralm ente não-assertivos e geralm ente
agressivos. Q uanto m ais bem sucedida é um a pessoa em sua asserção,
m aior probabilidade ela tem de ser assertiva. Além disso, quando um
indivíduo relata ao facilitador um caso de asserção bem sucedido, ele
obtém um reforço extra. O facilitador deve na verdade ser m uito hábil
p ara fornecer reforço verbal p ara cada com portam ento assertivo bem su
cedido.
92
Inicialm ente o indivíduo deve com eçar com pequenas asserções que
têm alta probabilidade de ser bem sucedidas e recom pensadas e daí p artir
p ara asserções m ais difíceis. Realm ente cada passo deve ser explorado
com o facilitador até que o cliente seja capaz de ter o com pleto controle
da m aior parte das situações. Ele deve ser prevenido contra tentativas de
enfrentar um a asserção difícil sem um a preparação inicial. O facilitador
tam bém deve particularm ente tcrnar cuidado com a sugestão de um a
asserção onde o aprendiz provavelm ente pode fracassar, inibindo assim
as tentativas de futuras asserções.
Se o cliente falha, o que pode m uito bem acontecer, o facilitador
deve estar pronto p ara ajudá-lo a analisar a situação e ajudá-lo a readqui
rir a autoconfiança. Especialm ente nos estágios iniciais de asserção, os
clientes estão propensos a erros ou de inadequação técnica ou de em pe
nho excessivo, chegando à agressão. O utras falhas podem causar regres
são no treinam ento, particularm ente se o outro indivíduo, o receptor, tor
na-se hostil e altam ente agressivo. Desta form a o facilitador deve estar
preparado para servir de “pára-choque” p ara restabelecer a m otivação.
A m aioria dos clientes têm m ais que um problem a específico de as
serção. No caso acima, por exemplo, a m enina deve ter dificuldade em
devolver artigos estragados para a loja, em exigir seus direitos com as
colegas de quarto, etc. O mesmo processo básico com variações deve ser
usado em cada situação. A individualidade do cliente deve sem pre ser
preservada. Facilitadores são encorajados a proporcionar um am biente
favorável à aprendizagem onde o cliente possa crescer em assertividade
e cuidadosam ente evitar im por norm as de com portam ento.
Perto do fim de um processo de treinam ento assertivo que pode
d u rar de algum as sem anas a alguns meses, costum a-se levantar um a im
portante série de fatores p ara o futuro. Prim eiro é a necessidade de um a
prática contínua de situações da vida real. Alertamos para a conveniên
cia de o cliente fazer esforços conscientes em praticar por um período
de seis m eses depois de term inar o treinam ento e de encorajá-lo a reler
este l.Vro. sem pre que sentir necessidade, p ara proporcionar m otivação
contínua e reforço p ara em preendim entos assertivos.
Finalm ente um fato r im portante p ara se estabelecer um padrão de
com portam ento independente e duradouro do modelo com portam ental é
ajudar o cliente a entender a necessidade de um a continuidade do auto-
reforço. É necessário p ara o cliente receber reforços do meio am biente
social im ediato, a fim de m anter o com portam ento assertivo recém-adqui-
rido. Sem o reforço regular do facilitador, o ex-cliente precisa receber
reforços pela assertividade de outras fontes de situações norm ais de sua
v id a.
93
FACILITAÇÃO EM GRUPO
Quando a prim eira edição de Com portam ento Assertivo foi publica
da, poucos trabalhos tinham sido feitos sobre treinam ento assertivo em
grupo. Desde aí tem os visto o treinam ento assertivo em grupo como o
“tratam ento escolhido” por m uitas pessoas não assertivas e agressivas. O
processo de desenvolvimento do com portam ento assertivo pode ser efi
cientem ente aplicado em um a situação de grupo. Com m uitos treinandos.
este m étodo é m ais eficaz que a terapia individual, devido ao seu am plo
potencial de interação com outras pessoas durante o processo de treina
m ento.
Inúm eras vantagens específicas provêm de um pequeno grupo. A
pessoa não-assertiva ou agressiva, como tem os dem onstrado, encontra
grande ansiedade em certas situações de vida, quando se confronta com
outras pessoas, a fim de ser assertiva. A aprendizagem da assertividade
em grupo proporciona um “laboratório” de outras pessoas com quem se
trab alh a. Descobrindo que elas com partilham problem as sim ilares, cada
um a se sente à vontade, menos sozinha. Um grupo é tipicam ente com
preensivo e oferece apoio — um am biente social no qual cada indivíduo
pode ser aceito como ele é, e ainda estar bastante à vontade p ara expe
rim entar novos com portam entos.
Com m uitos indivíduos se subm etendo ao treino assertivo juntos,
há um a base am pla p ara um a m odelagem social. Cada um, treinando, vê
outro agindo assertivam ente, e cada um é capaz de aprender das forças e
fraquezas dos outros.
Um grupo proporciona perspectivas m ais diversificadas de feedback
do que pode conseguir um facilitador individual. As reações ouvidas de
diversas pessoas podem acelerar o processo de m odelagem do com porta
m ento p ara cada treinam ento. Situações sociais que envolvem diversas
pessoas são fonte frequente de ansiedade, tanto p ara pessoas agressivas
quanto não-assertivas. Q trabalho em grupo dá um a oportunidade realís
tica para enfrentar diversas pessoas e vencer as dificuldades num am
biente de treinam ento relativam ente seguro.
O grupo é, de fato, fonte poderosa de reforço social para cada um
de seus m em bros. Sabendo que m uitas outras pessoas estão “esperando”
seu crescim ento e esforço ativo p ara conseguir assertividade, cada m em
bro é estim ulado a um m aior desenvolvimento do que se estivesse exclu
sivam ente sozinho. E, desta form a, o grupo recom pensa novas asserções
com todas as forças da sua aprovação social.
No uso de pequenos grupos de treinam ento assertivo, é im portante re
conhecer que alguns treinandos são tão ansiosos sobre seus contatos inter
pessoais que podem ser incapazes de enfrentar um grupo congênere com
94
cer alta, tanto p ara facilitador quanto para m em bros. A freqüência é p ra
ticam ente 100%. A interrupção dá aos m em bros tem po p ara identificar
algum obstáculo m aior que possa exigir m ais atenção. Se necessário, m ais
trabalho individual com asserção pode ser organizado. E m casos espe
ciais, as m edidas terapêuticas adicionais podem ser necessárias. Temos
trabalhado tam bém com esquem a de duas horas por sem ana. E ste esque
m a tem a vantagem de um a sessão m ais longa e freqüentem ente m ais in
tensiva, m as o longo intervalo entre as sessões parece resultar num a sig-
nifícante perda no processo de m odelagem do com portam ento. Seria ideal
talvez um a hora ou um a hora e meia, duas vezes por semana, para atin
gir m elhor os objetivos do grupo de com portam ento assertivo (contudo,
não tem os dados experim entais controlados que suportem essa conclusão).
Grupos liderados por cofacilitadores são, de acordo com nossa expe
riência, am bientes m ais eficazes p ara o crescim ento do cliente do que
grupos liderados por facilitadores individuais. Tanto pelas auto-referências
quanto pela observação do facilitador, o atrito é m ais baixo, o entusiasm o
é m ais alto e o crescim ento é m aior. Cofacilitadores são m ais efetivos
quando são abertos e honestos entre si e com m em bros do grupo; pos
suem habilidades com plem entares e dom inam técnicas de facilitação e são
francam ente entusiasm ados com o treino assertivo. Além disso, em bora
tenham os sido sem pre m ais eficazes em grupos assertivos quando trab a
lhando juntos, recom endam os um a equipe de cofacilitadores dos dois se
xos. Modelos efetivos de asserção p ara cada sexo são recursos valiosos
p ara grupos de com portam ento assertivo.
XII
APLICAÇÕES PROFISSIONAIS
T erapeutas: Ansiedade interpessoal é um sintom a com um em pessoas
com dificuldades em ocionais. O treinam ento assertivo pode ser um fato r
vital para reduzir essa ansiedade. Os princípios básicos que propusem os
na prim eira p arte aplicam se, independentem ente da am bientação, tanto
no trabalho correcional, prática terapêutica individual, clínica de recupe
ração de alcoólatras ou dependentes de drogas, etc. Portanto, as pessoas
que não possuem sentim entos de auto-estim a podem ser ajudadas através
da facilitação do seu próprio desenvolvimento do com portam ento típico
de pessoa que tem valor (fazer suas próprias escolhas, defender seus di
reitos com êxito, m as sem agressividade). Achamos que a m udança de
atitude e sentim entos é frequentem ente um resultado — m ais do que um a
causa — do com portam ento modificado.
Logopedistas: Adultos gagos responderam bem ao treinam ento assertivo
dos logopedistas ligados à várias técnicas de terapia da fala. Os gagos geral
m ente têm um a longa história de não-fluência que começa na escola p ri
m ária. Sintom aticam ente, eles têm sentido a pressão das preocupações dos
pais e professores, tendo sido colocados em turm as de educação especial
para terapia, e alvo das brincadeiras de seus com panheiros. E nquanto o
tem po passa eles aprendem m uito bem a não se expor a situações rias
quais a atenção esteja voltada p ara sua fala, Fundam entalm ente, estes in
divíduos aprendem a não exigir m uito dos outros até a exclusão de seus
próprios direitos. Frcqüentem ente eles acreditam que não são tão bons
quanto òs outros e portanto não têm direito de ser assertivos. Por causa
de seu tem or a situações interpessoais, eles podem se beneficiar do trei
nam ento assertivo p ara ultrapassar ou dim inuir a ansiedade. Atos asser
tivos tais como usar o telefone, conversar com vendedores, fazer pergun
tas, aprender a discordar, a dizer não, e assim por diante, podem ser p ra
ticados com êxito. Portanto, o padrão longam ente estabelecido de auto-
negação e falta de espontaneidade pode ser alterado significativam ente.
Assistentes Sociais: O alvo do program a de bem estar social é geral
m ente um m em bro de um grupo m inoritário, que vive num a habitação
abaixo dos padrões norm ais, na merios "desejável” área da com unidade.
103
Além do modo tipicam ente sub-hum ano pelo qual são tratados frequente
m ente, os m em bros de m inorias em nossa sociedade, o beneficiado tem
sido obrigado a sofrer as indignidades do sistem a de bem -estar social. O
treinam ento assertivo oferece grandes possibilidades p ara este indivíduo
desfavorecido. Ajudá-lo a aum entar seu auto-respeito, ensinando-llie m o
dos m ais adequados de com portam ento relacionados com a obtenção de
seus direitos, ajudando a desenvolver um a liderança eficaz na com unida
de, dando orientação sobre m étodos de tra ta r com com erciantes, asse
gurando um tratam ento justo, sem negação de si mesm o e sem atos agres
sivos — são todas as aplicações possíveis do treinam ento assertivo pelo
assistente social. Adicionalmente, o uso freqüente do trabalho de grupo
oferece ou traz oportunidades p ara o desenvolvimento do com portam ento
assertivo neste cam po.
Técnicos em Seleção e Reabilitação: Os esforços para colocar pes
soas em em pregos produtivos e com pensadores são grandem ente facilita
dos pela capacidade do cliente p ara dem onstrar autoconfiança e p ara co-
m unicar-se eficazm ente com entrevistadores e em pregadores. M uitas vezes
um sim ples treino de com portam ento em entrevistas oferece a um cliente
m aterial e confiança necessários p ara obter um a colocação adequada. Uma
outra pessoa pode exigir ajuda m ais extensiva p ara construir um bom
sentim ento sobre si mesma, talvez através do desenvolvimento de com
portam entos assertivos e do reconhecim ento de que os outros respeitam a
sua pessoa. E la é reforçada por agir como um a pessoa que tem confiança
em si e começa a reconhecer as próprias forças. Um outro indivíduo po
de precisar de com preender que está se portando m uito agressivam ente e
precisa aprender como m odificar sua abordagem .
Conselheiros Conjugais: Quando um casal procura orientação, a con
clusão que se pode tirar de antem ão é que ele não está se comunicando
com êxito. Três situações são possíveis: 1) o m arido tem sido o que sem
pre tom a as decisões em toda a vida conjugal e a m ulher é a que aceita
tudo e tem todos os deveres; 2) a situação reversa, na qual o m arido é
quieto e indeciso, e a m ulher dom inadora; 3) nenhum dos parceiros é to
talm ente dom inador, m as nenhum, deles chegou a conhecer os pensam en
to s e sentim entos do outro em todos os anos passados juntos. Todas as
três situações respondem ao m étodo do treinam ento assertivo. Como vi
m os anteriorm ente, aprender asserção m udará o relacionam ento com as
pessoas próxim as ao indivíduo. Por este motivo, é preferível que os dois
parceiros trabalhem o relacionam ento, em bora eles possam ser assistidos
individualm ente, assim como juntos, durante a terapia.
Problem as conjugais tais como sexo, finanças e criação de filhos,
podem ser decorrentes da falta de asserção parcial ou total de um dos
parceiros. Falta de comunicação às vezes ocorrerá em qualquer relação
conjugal, m as se cada um dos cônjuges for verdadeiram ente assertivo, a
dificuldade não se transform ará num a crise séria.
* "The formula for J O Y is Jesus first, Other second, Yourself last.” (N.E.)
105
OUTRAS APLICAÇÕES
U sos Jornalíticos: U m professor d e jornalism o de um a uni
versidade notou o uso potencial d o t reinam ento assertivo com estudantes
de fotografia e convidou-nos a fazer apresentações e dem onstrações em
suas aulas. D escobrím os que os conceitos assertivos podem ser im portan
tes no aperfeiçoam ento de técnicas fotográficas. Se o fotógrafo é tím ido
e cuidadoso dem ais ou m u ito im petuoso ou dom inador, suas realizações
serão afetadas. Sendo assertivo em vez de agressivo, o fotógrafo pode
evitar m aus trato s físicos o u m esm o processos legais que am eaçam suas
experiências profissionais.
O utra aplicação refere-se a tu rm as d e aperfeiçoam ento de técnicas
de entrevistas. P o r exem plo, com o você aborda assertivam ente o sujeito
e obtém a história que deseja? Com o você lida com um a pessoa dom inado
ra que qu er m onopolizar a entrevista? O que você deve dizer, se discor
da radicalm ente das opiniões d o indivíduo? H á u m m odo de deixar à von
tade alguém que está m uito ansioso ou fazendo m u ito esforço? Ou enfren
ta r o indivíduo que fornece inform ação q ue você já sabe ser falsa? To
das essas situações são oportunidades n atu rais p ara os processos asser
tivos .
107
* Cf. também PHELPS, S. & AUSTIN, N. A A fir m aç ão da M ulh er. Belo Horizonte,
Interlivros, 1977.
108
XIII
Bibliografia Comentada
ESTUDOS EXPERIMENTAIS
FRIEDMAN, P. H . The effects of modeling and role-playing on assertive
behavior. In: RUBIN, R. D .; FENSTERHEIM , PI.; LAZARUS, A. A.;
FRANKS, J. C. M ., eds. Advances in behavior therapy. Nova Iorque,
Academic Press, 1971 a.
O experim entador testou um a série de hipóteses relativas ao valor
da representação de papéis e im itação no treinam ento assertivo. Os su
jeitos (de turm as introdutórias de psicologia) que obtiveram notas bai
xas em auto-avaliações e testes com portam entais de asserção foram sub
m etidos a um dos seis tratam entos de 8 a 10 m inutos de duração; 1) imi
tação e representação; 2)modelagem; 3) representação dirigida; 4) repre
sentação im provisada e 5) textos não-assertivos. Os desempenhos são gra
vados e avaliados. Ao fim de duas sem anas de acom panham ento fez-se
um a estim ativa e ao fim de quatro sem anas aplicou-se um questionário.
Os indivíduos que tinham feito modelagem e representação m ostraram
um aum ento significativam ente m aior nos pontos do teste de Som a de
Asserção do que todos os grupos, exceto daquele que fez representação
im provisada. Além disso, o grupo de Im itação + Representação m ostrou
um aum ento percentual m aior nos critérios de com portam entos do que
outros grupos, com exceção do grupo de modelagem . O resultado geral
foi extrem am ente favorável, considerando se que som ente 8 a 10' m inutos
de tratam ento foram dispendidos.
HEDQUIST, F. J. & WEINHOLD, B. W. Behavioral group counseling
with socially anxious and unassertive college students. Journal of
Counseling Psychology, 17: 237-241, 1970.
109
Quatro grupos foram form ados: 1) ensaio de com portam ento com
feedback (N = 8 ), 2) ensaio de com portam ento sem feedback (N = 9 ), 2)
terapia “placebo insight" e 4) controle “waiting-list” (N = 10). O trata
m ento constou de quatro reuniões de 1 hora por um período de duas ou
três sem anas. Os indivíduos sujeitos ao tratam ento foram assistidos por
dois estudantes do sexo masculino do curso de graduação, em bora com
os grupos de ensaio todo o tratam ento fosse conduzido p o r fita gravada,
com ou sem feedback (re-audição do desempenho pelos participantes) de
pois de um a introdução sobre o aprendizado de superação do medo pela
p rática. O grupo 3 foi um grupo de insight assertivo, sem ensaio e sem
representação.
m
O acom panham ento que se realizou nas duas sem anas subseqüen-
tes, nas quais os indivíduos eram expostos ao assédio de vendedores per
suasivos ao telefone, confirm ou que os dois grupos de ensaio de com por
tam ento se saíram m elhor do que os dois grupos de controle, no que se
refere ao aum ento do com portam ento assertivo. Não houve diferença sig
nificativa entre feedback versus não-feedback.
do novo com portam ento; 3) m aior influência; 4) voz m ais alta; e 5) m aior
asserção total.
H ER SEN. M. et alii. E ffects of practice, instruction, and m odeling on
com ponents of assertive behavior. Behaviour R esearch and Therapy, no
prelo.
Cinqüenta pacientes psiquiátricos hospitalizados, do sexo m asculino,
foram divididos em cinco grupos de tratam ento. Os sujeitos foram agru
pados por idade, nível de instrução, baixa asserção auto-avaliada, e diag
nóstico (alcoólatras, neuróticos e psicóticos). O aspecto de m odelagem
do tratam ento consistia em assistir a um m odelo m asculino em video
teipe. R espostas anteriores e posteriores a um Behavioral A ssertiveoess
Test foram gravadas em vídeo-teipe e classificadas de acordo com sete
aspectos do com portam ento: 1) duração do olhar; 2) duração da res
posta; 3) altura da voz; 4) índice de concordância; 5) solicitações do novo
com portam ento; 6) influência; e 7) asserção total. Os resultados m ostra
ram que um grupo de m odelagem m ais instrução foi m ais eficaz ou tão
eficaz quanto os grupos de apenas-instrução ou apenas-m odelagem nos
itens 1, 2, 5, 6, e 7. Não foram observadas diferenças en tre m edidas an
teriores e posteriores de asserção auto-avaliada.
ESTUDOS DE CASO
EDWARDS, N. Case conference: A ssertive training in a case of hom o
sexual pedophilia. Journal of Behavior Therapy and E xperim ental
Psychiatry, 3: 55-63, 1972.
A cura bem sucedida de um a pedofilia hom ossexual que perdurava
há 10 anos. O tratam ento prim ário foi o treinam ento assertivo especial
m ente concentrado na relação do cliente com sua esposa. A técnica de
refrear o pensam ento foi tam bém usada p ara suas fantasias pedofílicas.
Os resultados foram obtidos em 13 sessões em um periodo de quatro se
m anas.. Um acom panham ento de três m eses m ostrou que os resultados
foram m antidos.
MACPHERSON, E . Selectice operant conditioning and deconditioning of
assertive modes of behavior. Journal of Behavior Therapy and Expe
rim ental Psychiatry, 3: 99-102, 1972.
Interessante estudo de caso de condicionam ento operante bem su
cedido de respostas assertivas em relação à m ãe da paciente e descondicio-
nam ento de suas respostas agressivas em relação ao m arido. O utros sin
tom as tam bém m udaram e o progresso foi m antido durante dois anos de
acom panham ento.
115
MODELAGEM E REPRESENTAÇÃO
BANDURA, A. Psychotherapy based upon modeling principles. In: BER-
GIN. A. E . & GARFIELD, S. L ., eds. Handboock of Psychoterapy
and behavior change: an em pirical analysis Nova Iorque, Wiley &
Sons, 1971.
Leitura essencial p ara todos que usam os -m étodos de modelagem..
Um capítulo compreensivo cobre um a série de tópicos tais como: extinção
de dependência, m odelagem gradual, modelagem m últipla, modelagem ao
vivo versus sim bólica, etc. Ele conclui que a m odelagem com participa
ção orientada é o m elhor m étodo descoberto até agora para reduzir medo
de vários tipos. É feita uma análise dos com ponentes desse m étodo.
FRIEDMAN, P. H . The effects of modeling, role-playing and participa
tion on behavior change. In: MAHER, B ., ed. Progress in •experimen
t s ierscnality research. Nova Iorque, McGraw-Hill, 1971 b. v. 6.
Discute modelagem e representação sob quatro pontos de vista: a)
inform ação; b) ensaio; o variáveis m otivacionais; d) variáveis cogni
tiva-... Inclui tam bém seções sobre com binações dc modelagem m ais re
presentação e m odelagem m ais participação. São fornecidos dados sobre
persistência da m udança, generalização e duração dos resultados.
STURM, I. Im plications of role-playing methodology for clinical proce
dure. Behavior Therapy, 2: 88-96, 1971.
116
ASSERÇÃO EM CRIANÇAS
CHITTENDEN, G. E . An experim ental study in m easuring and m odi
fying assertive behavior in young children. Monographs of the So
ciety for Research in Child Development, VII (1, n. 31), 1942.
E m um excelente artigo de fundo sobre com portam ento assertivo que
foi escrito em 1942, o autor distingue entre três tipos de com portam ento
em crianças: dominação, cooperação, não-asserção. Ele estru tu ra um pro
gram a de treinam ento p ara crianças em idade pré-escolar, destinado a
aum entar a asserção e dim inuir a dom inação. Uma técnica lúdica utili
zou duas bonecas fazendo os papéis de crianças em idade pré-escolar que
apresentavam problem as. A criança e o adulto trabalhavam soluções nas
sessões de ludoterapia. Os resultados dem onstraram que as crianças trei
nadas eram m enos dom inadoras depois do tratam ento do que as de con
trole. Os dados não indicaram , contudo, um aum ento estatisticam ente
significativo em com portam ento cooperativo. As técnicas m ostraram -se
eficazes em alterar com portam entos extrem ados das crianças.
GITTELMAN, M. Behavior rehearsal as a technique in child treatm ent.
Journal of Child Psychology and Psychiatry, 6: 251-255, 1865.
O processo desse tratam en to consiste prim eiro em encontrar no pas
sado as situações que fizeram a criança tornar-se agressiva. A criança
trabalha situações com outros m em bros do grupo. E sta abordagem é ava
liada p o r outros m em bros, por um sistem a que valoriza m ais o com por
tam ento assertivo do que o agressivo. G ittelm an descreve um grupo de
sete m eninos de idade de 12 a 14 anos que se reunia por 2 horas um a
vez por sem ana. Um com portam ento agressivo específico foi m odificado
com êxito em 12 sessões de grupo.
118
teração social e dim inuir os com portam entos de retraim ento da criança.
Uma excelente seção de discussão está incluída no artigo.
XIV
Referências
---------. The fear survey schedule. &an Diego, Calif., Knapp, 1969.
ZWEBEN, J. E . & HAMMANN, K . Prescribed games: A theoretical per
spective on the use of group techniques. Psychotherapy: Theory, Re
search and Practice, 7: 22-27, 1970.
133
Apêndice A
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM
Preâm bulo
Considerando que o reconhecim ento da dignidade inerente a todos os
m em bros da fam ília hum ana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o
fundam ento da liberdade, da justiça e da paz do mundo,
Considerando que os desrespeitos pelos direitos do hom em resultaram
em atos bárbaros que u ltrajaram a conscência da H um anidade e que o ad
vento de um m undo em que os hom ens gozem de liberdade de palavra, de
crença e da liberdade de viverem a salvo do tem or e da necessidade foi
proclam ado como a mais alta aspiração do hom em comum,
Considerando ser essencial que os direitos do hom em sejam protegi
dos pelo im pério da lei, p ara que o hom em não seja compelido, como
últim o recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão,
Considerando ser essencial prom over o desenvolvimento de relações
am istosas entre as nações,
Considerando que os povos das Nações reafirm aram , na Carta, sua
fé nos direitos fundam entais do homem , na dignidade e no valor da pes
soa hum ana e na igualdade de direitos do hom em e da m ulher, e que deci
diram prom over o progresso social e m elhores condições de vida em um a
liberdade m ais am pla,
135
ARTIGO 7 — Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer
distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção
contra qualquer discrim inação que viole a presente D eclaração e contra
qualquer incitam ento a tal discrim inação.
ARTIGO 8 — Todo hom em tem direito a receber dos tribunais nacionais
com petentes recurso efetivo p ara os atos que violem os direitos fundam en
tais que lhe sejam reconhecidos pela Constituição ou pela lei.
ARTIGO 9 — Ninguém será arbitrariam ente preso, detido ou exilado.
ARTIGO 10 — Todo hom em tem direito, em plena igualdade, a um a ju sta
e pública audiência por p arte de um tribunal independente e im parcial,
p ara decidir de seus direitos e deveres ou do fundam ento de qualquer
acusação crim inal contra ele.
ARTIGO 11 — (1) Todo hom em acusado de u m ato delituoso tem o direito
de ser presum ido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada
de acordo com a lei, em julgam ento público no qual lhe tenham sido as
seguradas todas as garantias necessárias à sua defesa. (2) — N inguém
poderá ser culpado p o r qualquer ação ou om issão que, no m om ento, não
constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. T am bém
não será im posta pena m ais forte do que aquela que, no m om ento da
prática, era aplicável ao ato delituoso.
ARTIGO 12 — Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada,
na sua fam ília, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques à
sua honra e reputação. Todo hom em tem direito à proteção da lei contra
tais interferências ou ataques.
ARTIGO 13 — (1) Todo hom em tem direito à liberdade de locom oção e
residência dentro das fronteiras de cada E stado. (2) — Todo hom em tem
o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar
ARTIGO 14 — (1) Todo homem , vítim a de perseguição, tem o direito de
p rocurar e de gozar asilo em outros países. (2) — E ste direito não pode
ser invocado em caso de perseguição legitim am ente m otivada por crim es
de direito com um ou poi atos contrários aos objetivos e princípios das
Nações Unidas.
ARTIGO 15 — (1) Todo hom em tem direito a um a nacionalidade. (2) —
Ninguém será arbitrariam ente privado de sua nacionalidade, nem do direito
de m udar de nacionalidade.
ARTIGO 16 — (1) Os hom ens e m ulheres de m aior idade, sem qualquer
restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair m a
trim ônio e fundar um a fam ília. Gozam de iguais direitos em relação ao
casam ento, sua duração e su a dissolução. (2) — O casam ento não será
válido senão com o livre e pleno consentim ento dos nubentes. (3) — A
137
fam ília é o núcleo natural e fundam ental da sociedade e tem direito à pro
teção da sociedade e do E stado.
ARTIGO 17 — (1) Todo hom em tem direito à propriedade, só ou em so
ciedade com outros. (2) — Ninguém será arbitrariam ente privado de sua
propriedade.
ARTIGO 18 — Todo hom em tem direito à liberdade de pensam ento, cons
ciência e religião; este direito inclui a liberdade de m udar de religião ou
crença e a liberdade de m anifestar essa religião ou crença pelo ensino, pela
prática, pelo culto e pela observância isolada ou coletivam ente, em público
ou em particular.
ARTIGO 19 — Todo hom em tem direito à liberdade de opinião e expres
são, direito esse que inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões
e de procurar, receber e tran sm itir inform ações e idéias por quaisquer
m eios e ihdependentem ente de fronteiras.
ARTIGO 20 — (1) Todo hom em tem direito à liberdade de reunião e as
sociação pacíficas. (2) — Ninguém pode ser obrigado a fazer p arte de um a
associação.
ARTIGO 21 — (1) Todo hom em tem o direito de tom ar p arte no governo
de seu país, diretam ente ou por interm édio de representantes livrem ente
escolhidos. (2) — Todo hom em tem direito de acesso ao serviço público
de seu país. (3) — A vontade do povo será a base da autoridade do go
verno; esta vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por
sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure
a liberdade de voto.
ARTIGO 22 — Todo homem , como m em bro da sociedade, tem direito à
previdência social e à realização pelo esforço nacional, pela cooperação
internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado,
dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade
e ao livre desenvolvim ento de sua personalidade.
ARTIGO 23 — (1) Todo hom em tem direito ao trabalho, à livre escolha
de em prego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção con
tra o desem prego. (2) — Todo homem, sem distinção qualquer, tem di
reito a igual rem uneração por igual trabalho. (3) — Todo hom em que tra
balha tem direito a um a rem uneração ju sta e satisfatória, que lhe asse
gure, assim como à sua fam ilia, um a existência com patível com a digni
dade hum ana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de
proteção social. (4 ) — Todo hom em tem direito a organizar sindicatos e
a nestes ingressar p ara proteção de seus interesses.
ARTIGO 24 — Todo hom em tem direito a repouso e lazer, inclusive a li
m itação razoável das horas de trabalho e a férias rem uneradas periódicas.
138
139
Apêndice B
Inventário Assertivo
As questões seguintes serão úteis p ara estabelecer sua asserção. Seja
sincero em suas respostas. Tudo que você tem a fazer é desenhar um cír
culo em volta do núm ero que m elhor o descreve. Para algum as questões
o m áxim o em asserção da escala está no 0, p ara outras no 4. Chave: 0 sig
nifica não ou nunca; i significa um pouco ou às vezes; 2 significa média;
3 significa usualm ente e 4 significa quasle sem pre ou inteiram ente.
1 — Quando um a pessoa se m ostra bastante injusta, você lhe
diz isso? 0 12 3 4
2 — Você acha difícil tom ar decisões? 0 12 3 4
3 — Você critica abertam ente as opiniões, com portam ento, e
idéias dos outros? 0 12 3 4
4 — Você protesta em voz alta quando tom am seu lugar na
fila? 0 12 3 4
5 — Você geralm ente evita as pessoas ou situações por medo
to faça su a p arte no serviço da casa? 01 2 3 4
6 — Você geralm ente confia no seu próprio julgam ento? 0 12 3 4
7 — Você insiste que seu (sua) esposo (a) ou colega de quar
to faça sua p arte no serviço da casa? 0 12 3 4
8 — Você é propenso a perder o controle? 012 3 4
143
Apêndice C
UM MODELO OOMPORTAMENTAL
PARA O CRESCIMENTO PESSOAL
Dr. Cari Rogers, no seu livro de 1961, Tom ar-se Pessoa, identificou
três características do crescimento pessoal. Estas se prestam como modelos
no processo de desenvolver o crescimento pessoal. Esta lista de verifica
ção foi desenvolvida pelo Dr. Alberti, baseada nas frases rogerianas:
“Uma Crescente Abertura à Experiência”
Qual foi a última vez que você
. participou de um novo jogo ou esporte?
mudou de idéia sobre um tema importante (político, pessoal ou pro
fissional)?
. experimentou um novo hobby ou artesanato?
. fez um curso sobre uma nova área de interesse?
. estudou uma nova língua ou cultura?
passou 15 minutos ou mais prestando atenção às sensações do seu cor
po (relaxamento, tensão, sensualidade)?
ouviu por 15 minutos ou mais, um ponto de vista religioso, político,
profissional ou pessoal do qual você discorda?
provou uma comida diferente, sentiu um cheiro novo ou ouviu um
novo som?
. perm itiu a si m esm ofa) chorar, ou dizer “você é m uito im portante pa-'
ra m im ”, ou rir até às lágrim as? ou gritar com a potência m áxim a de seus
pulm ões? ou adm itiu que teve medo?
. assistiu ao nascer ou ao pôr do sol? ao vôo de um pássaro ao sabor
do vento? ou ao desabrochar de um a flor?
. viajou para um lugar desconhecido?
. íez um a nova amizade? ou cultivou um a velha amizade?
. passou um a hora ou m ais realm ente comunicando-se (ouvindo ativa
m ente e respondendo com sinceridade) a um a pessoa de background cul
tural ou racial diferente do seu?
. fez um a “viagem fan tástica” — perm itindo à sua imaginação um a hora
ou m ais?
“Crescente Vivência Existencial”
Qual foi a ú ltim a vez que você
. fez algo que teve vontade no mom ento, sem pensar nas consequências?
parou p ara "ouvir” o que se passava dentro de você?
. expressou espontaneam ente um sentim ento — raiva, alegria, medo, tris
teza, carinho — sem “pensar nisso”?
. fez o que queria, no lugar do que achava que “devia” fazer?
. se perm itiu gastar tem po e dinheiro “na h o ra”, em vez de poupar para
am anhã?
. com prou algo que queria impulsivamente?
. fez algo que ninguém (inclusive você) esperava que você fizesse?
“Uma Crescente Confiança no Próprio Organismo”
Qual foi a últim a vez que você
. fez o que parecia certo a você, contra o conselho dos outros?
. se perm itiu experim entar criativam ente novas «bordagens a velhos p ro
blem as?
. expréssou um a opinião im popular assertivam ente, na frente da oposição
m ajoritária?
usou seu próprio raciocínio intelectual p ara descobrir a solução de um
problem a difícil?
146
147