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Equações Diferenciais Descontı́nuas

Iguer Luis D. Santos

UNESP - Campus de Ilha Solteira


iguer.santos@unesp.br

Setembro de 2018

Iguer Luis D. Santos (FEIS-UNESP) EDO Setembro de 2018 1 / 12


Preliminares

• Equações diferenciais descontı́nuas: da Silveira (2009), dos Santos


(2015), Clarke et al. (1998), Hajek (1979).
• Solução generalizada de Euler: da Silveira (2009), dos Santos (2015),
Clarke et al. (1998).
• Solução generalizada de Hermes: da Silveira (2009), dos Santos (2015),
Hajek (1979).
• Estudamos propriedades das Soluções generalizadas de Euler e de
Hermes para o P.V.I.

ẋ(t) = f (t, x(t)), x(a) = x0 (1)

onde f : [a, b] × Rn → Rn
• Obtemos um resultado análogo ao de Clarke et al. (1998) para soluções
de Hermes.

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Funções absolutamente contı́nuas

Definition
Uma função x : [a, b] → Rn é dita absolutamente contı́nua se, dado ε > 0,
existe δ > 0 tal que para quaisquer coleção enumerável de subintervalos
disjuntos [ak , bk ] de [a, b] satisfazendo
X
(bk − ak ) < δ

temos X
|x(bk ) − x(ak )| < ε.

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• Uma função absolutamente contı́nua x : [a, b] → Rn é diferenciável em
quase todo ponto de [a, b], e sua derivada ẋ(·) é uma função Lebesgue
integrável. Além disso,
Z t2
x(t2 ) − x(t1 ) = ẋ(t)dt
t1

para todo t1 , t2 ∈ [a, b], t1 < t2 . Assim, uma função absolutamente


contı́nua x : [a, b] → Rn pode ser representada na forma
Z t
x(t) = x(a) + ẋ(s)ds.
a

• Nos referimos a uma função absolutamente contı́nua x : [a, b] → Rn


como um arco em [a, b].

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Soluções generalizadas de Euler e de Hermes
Seja π = {t0 , t1 , ..., tN−1 , tN } uma partição de [a, b], onde t0 = a e
tN = b. O diâmetro da partição π é µπ := max{ti − ti−1 : 1 ≤ i ≤ N}.

Definition
Definimos o arco poligonal de Euler, associado ao P.V.I. (1) e
correspondente a partição π, como o arco xπ : [a, b] → Rn dado por:

xπ (t0 ) = x0 , xπ (t) = x0 + (t − t0 )f (t0 , x0 ), t ∈ [t0 , t1 ]


xπ (t1 ) = x1 , xπ (t) = x1 + (t − t1 )f (t1 , x1 ), t ∈ [t1 , t2 ]

e por indução

xπ (ti ) = xi , xπ (t) = xi + (t − ti )f (ti , xi ), t ∈ [ti , ti+1 ]

quando i ∈ {0, 1, . . . , N − 1}.

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Definition
O arco x : [a, b] → Rn é uma solução de Euler para o P.V.I. (1), se x é o
limite uniforme de arcos poligonais de Euler xπj , correspondentes a alguma
sequência πj tal que µπj → 0.

Example
Seja a função f : [0, 1] × R → R dada por

1, x = 0
f (t, x) =
0, x 6= 0

e seja x0 = 0. Neste caso x(t) = 0 é a única solução de Euler para o P.V.I.


(1).

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Example
Seja f : [0, 1] × R → R dada por

0, x = 0
f (t, x) =
6 0
1, x =

e seja x0 = 0. Assim, x(t) = 0 é a única solução de Euler para o P.V.I.


(1). Se x0 = 1, x(t) = 1 + t é a única solução de Euler para o P.V.I (1).

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Definition
Seja x : [a, b] → Rn um arco. Dizemos que x é uma solução de Hermes
para o P.V.I. (1) se, e somente se, existirem funções pj : [a, b] → Rn
Lebesgue mensuráveis e soluções de Carathéodory xj do P.V.I.

ẏ (t) = f (t, y (t) + pj (t)), y (a) = x0 (2)

tal que pj ⇒ 0 e xj ⇒ x.

Theorem (da Silveira (2009))


Suponha que existam constantes positivas γ e c tal que

kf (t, x)k ≤ γkxk + c (3)

para todo (t, x) ∈ [a, b] × Rn . Toda solução de Euler do P.V.I. (1) uma
solução de Hermes.

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Example
Seja f : [0, 1] × R → R dada por

0, x = 0
f (t, x) =
6 0
1, x =

e seja x0 = 0. Então x(t) = t é uma solução de Hermes para o P.V.I. (1).

• Como neste caso x(t) = 0 é a única solução de Euler para o P.V.I. (1),
concluı́mos que em geral uma solução de Hermes não é uma solução de
Euler.

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Theorem
Suponha que f seja Lebesgue mensurável em t para cada x fixado.
Suponha também que f satisfaça a condição de crescimento linear (3).
Então:
(a) Existe pelo menos uma solução de Hermes y para o P.V.I. (1). Além
disso, qualquer solução de Hermes é de Lipschitz.
(b) Existe uma constante positiva K tal que toda solução de Hermes
satisfaz

ky (t) − y (a)k ≤ (e γ(t−a) − 1)(ky (a)k + K /γ)

para todo t ∈ [a, b].


(c) Se f é uma função contı́nua, então qualquer solução de Hermes y
para o P.V.I. (1) é continuamente diferenciável em (a, b) e satisfaz
ẏ (t) = f (t, y (t)) ∀t ∈ (a, b).

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References

J. -P. Aubin and A. Cellina. Differential inclusions. Set-valued maps and viability
theory. In Grundlehren der Mathematischen Wissenschaften. Springer-Verlag,
Berlin, 1984. ISSN: 0072-7830.

F. H. Clarke, Yu. S. Ledyaev, R. J. Stern, and P. R. Wolenski. Nonsmooth analysis


and control theory. In Graduate Texts in Mathematics. Springer-Verlag, New York,
1998. ISSN: 0072-5285.
D. A. R. da Silveira, Equaes diferenciais descontnuas e incluses diferenciais,
Dissertao de Mestrado, Universidade de Aveiro, 2009.

I. L. D. dos Santos. Discontinuous dynamic equations on time scales, Rend. Circ.


Mat. Palermo (2), 64:383–402, 2015.

O. Hájek. Discontinuous differential equations, I, J. Differential Equations,


32:149–170, 1979.

H. L. Royden. Real Analysis. The Macmillan Co., New York; Collier-Macmillan


Ltd., London, 1963.

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References

G. V. Smirnov. Introduction to the theory of differential inclusions. In Graduate


Studies in Mathematics. American Mathematical Society, Providence, RI, 2002.
ISSN: 1065-7339.
G. B. Thomas, M. D. Weir, and J. Hass. Clculo. Volume 1. Pearson Education do
Brasil, So Paulo, 2012.

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