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Bem-aventurados os que
observam a justiça...
(Salmos 106:3)
Alegações Finais
MM. JUIZ,
O acusado acima epigrafado, devidamente qualificado nos autos em
comento, por seu advogado signatário, vem com devido respeito e acatamento perante Vossa
Excelência, apresentar em tempo hábil suas Alegações Finais, aduzindo em síntese o seguinte:
DO DIREITO
Conforme dito acima, o Ilustre Promotor, em suas respeitáveis
Alegações Finais, pugna para que seja o acusado condenado nos moldes da denúncia.
cunho duvidoso que podem interferir em até condenar pessoa que não teve participação com o
fato típico.
DA AUSÊNCIA DE PROVAS
Ora, bem como se pode averiguar, a presente ação penal trata-se de
apuração de crime descrito no artigo 121, § 2º, incisos I e IV do Código Penal Brasileiro. Sendo
que, conforme afirmado alhures, a suposta participação do denunciado na prática delituosa lhe
imputada, encontra-se supedaneada no “eu ouvi dizer”.
Vale aqui ressaltar que não se pode condenar alguém por um crime
que NÃO cometeu usando como prova definitiva as palavras dos policiais que fizeram à prisão,
e supostas conjecturas e ilações fantasiosas, trazidas por testemunhas sem crédito algum,
constantes do Caderno Processual.
1
TJMG. Processo: 2.0000.00.326349-8/000(1) Des. Rel. TIBAGY SALLES. Data do acordão: 10/04/2001. Data da publicação:
12/05/2001
Rua José Alexandre Buaiz, nº 300 Vitória/ES (27) 99778-6930 / 3224-4950
Salas 1215/1216, Ed. Work Center Enseada do Suá marceloserafim.adv@gmail.com
SERAFIM - ASSESSORIA & CONSULTORIA JURÍDICA
MARCELO SERAFIM DE SOUZA - OAB/ES 18.472
Excelência é cristalino nos autos que o ora acusado nada tem a ver
com a suposta empreitada criminosa que lhe imputam nos Autos da presente Ação Penal.
AD ARGUMENTANDUM TANCTUN
Em que pese as Jurisprudências em tela tratarem de falta de provas e
indícios de autoria para a condenação e não para a absolvição sumária no Juízo Sumariante,
veja-se que se não há indícios de autoria (requisito exigido para a pronúncia) não se pode
condenar, nem tampouco pronunciar alguém, ainda que com supedâneo no capenga princípio
da in dúbio pro societate.
expresso na máxima latina Actori incumbit probatio, o qual traduz o encargo de provar o fato
aquele que o alegou.
2
TOURINHO, Fernando Costa. Processo Penal. Vol. III, Pág. 236.
3
MIRABETE, Júlio. Código de Processo Penal Interpretado. 10ª Ed. pág. 475
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DOS PEDIDOS
Pelo exposto, pede-se e requer-se
1. Ante todos os itens compendiados ao longo da presente, que o ora denunciado, seja
IMPRONUNCIADO da acusação que lhe é atribuída na peça vestibular acusatória, por
todo o supra exposto, bem como por se apresentar como medida de salutar justiça.
2. A ABSOLVIÇÃO sumária do denunciado com supedâneo no artigo 397, IV c/c art. 386, VII
ambos do Código de Processo Penal das acusações que lhe foram imputadas, por
ausência de prova suficiente para condenação. Devendo o denunciado ser colocado
imediatamente em liberdade.
3. Em não sendo este o douto entendimento de V. Exa., porém, se acaso ainda restarem
dúvidas a este juízo, que se valha do instituto do IN DÚBIO PRO RÉU, para que o
4
NUCCI, Guilherme de Souza. Tribunal do Júri. São Paulo: RT, 2008, p. 54
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denunciado seja posto em liberdade. Sendo assim, em liberdade possa este aguardar a
douta decisão final a ser dada por este mm. Juízo, ou ao final pelo nobre Conselho de
Jurados, no caso de o denunciado vir a ser pronunciado, o que esta defesa não acredita.
4. Por fim, ainda na hipótese de condenação, possibilidade na qual, frise-se, não crê a
defesa, requer que seja deferido ao réu o direito de recorrer em liberdade.
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
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MARCELO SERAFIM DE SOUZA
ADVOGADO - OAB/ES 18.472