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BANCA EXAMINADORA:
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Professora Msc. Maria Adriana Leite
Orientadora
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Examinador
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Examinador
Primeiramente a Deus autor do meu destino, que permitiu que tudo isso acontecesse,
ao longo de minha vida e não somente nestes anos como universitária, mas que em todos os
momentos é o maior mestre que alguém pode conhecer, me acalmou nas horas de angustia,
me ouviu nas horas de oração e não me desamparou nem um momento durante toda essa
trajetória.
A esta instituição pela oportunidade de fazer este curso e seu corpo docente que além
de mestres se tornaram amigos.
A minha orientadora Maria Adriana Leite, pelo suporte no pouco tempo que lhe coube,
pelas suas correções, incentivos e puxões de orelha que foram essenciais para a construção de
minha autoestima para a finalização deste trabalho e sem esquecer a paciência.
Ao meu essencial minha família, que nunca mediu esforços para que eu chegasse até
aqui, apoiando, aplaudindo até mesmo nas pequenas vitórias da vida, vitórias essas que me
trouxeram até aqui, minha mãe, meu pai e meus avós o meu eterno agradecimento.
A minha filha meu coração que bate fora do peito, que foi meu real motivou a ir até o
fim, essa conquista é nossa meu amor!!!
Ao meu amado e generoso esposo pelo apoio sempre, pelas lágrimas que enxugou,
pelos sorrisos nas horas mais difíceis, pelo orgulho que ele sente em estar ao meu lado e por
nunca me desamparar nem um momento, eu te amo nunca esqueça disso.
É obvio as minhas coleguinhas, Bernadete, Carol e Chirles, peças fundamentais nos
momentos mais desesperadores dessa trajetória, obrigada pela força, pelos momentos bons e
ruins, pela cumplicidade, pelas brigas, e por fim pelo carinho e companheirismo que
levaremos até o fim de nossas vidas, amizades verdadeiras que cultivarei para sempre.
A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito
obrigada.
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ABSTRACT: The present study discusses the use of games in the subject of mathematics,
youth and adult education in the Amazon region, in the Marajoara scenario, we locate our
point of reference Municipal School of Elementary Education Father José de Anchieta, in the
city of São Sebastião da Boa Vista, in the Marajó das Florestas-PA, field where our subjects
meet. We aim to show that we can use pedagogic games as a dynamization of classes, to
facilitate teaching learning in the discipline of mathematics, in the 3rd stage of the education
of young people and adults. Taking a deeper approach to math we conclude that for many of
these subjects, it appears to be a seven-headed animal, but when worked dynamically and
responsibly, it has a positive effect, and trails our way through this landscape of rivers and
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forests that we travel to discover, which is the importance of working the playful in math
classes specifically with young people and adults, since the playful one covers a series of
activity, we focus our work on experiencing the games, and using this methodology we
achieve travel as far as possible, transforming the daily life of the math teacher into a
fascinating search, through the dynamization of the teaching mathematics teaching process,
our work resulted in present and future pleasurable math classes, we found that games applied
to youth and adult education has the same result, when applied to lower primary education,
and about the dynamism will be teaching if the teacher throw hand this method surely get
great benefits. This work, in order to alert schools and teachers, to look at the education of
young people and adults, and to work in a different way, to have a humanistic vision in order
to spread, the main objective of education for freedom .
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
SEÇÃO I: O ENSINO DE MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E
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ADULTOS
1.1. A matemática 12
1.2. o significado da matemática na eja 13
1.3. a matemática na eja 15
1.4. Aprendizagem de Jovens e adultos 20
1.5. Dificuldades de aprendizagem no ensino da matemática na eja 22
1.6. O lúdico aplicado ao ensino de matemática na eja 24
SEÇÃO II: SITUANDO A PESQUISA 27
2.1. Situando a pesquisa: Uma breve discussão sobre a educação no Marajó 27
2.2. São Sebastião da Boa Vista: Uma educação de múltiplas faces 30
2.3. A eja no município de São Sebastião da boa vista-Pa: Historias de lutas e conquistas 32
1.INTRODUÇÃO
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interrogativos, assim sendo, fazer com que as aulas monótonas de matemática e muita das
vezes ultrapassadas ganhem um método de aprendizado novo, senão dizer inovador.
Com esse contexto começamos nossa pesquisa, tendo como foco a Escola Municipal
Padre José de Anchieta, começamos primeiramente com um levantamento de dados junto a
Secretaria de Educação do Município, obtendo assim dados relacionados ao censo escolar, leis
que vigoram na educação do município através do Conselho Municipal de Educação e o foco
principal da nossa pesquisa o projeto da EJA no município de São Sebastião da Boa Vista, que
tem em sua elaboração como funciona a EJA no município de um modo geral e que mostra
também que nessa localidade temos duas modalidades de EJA o presencial e o
Semipresencial, que apesar de suas diferenças na ministração das aulas tem também as mesma
especificidades e métodos de avaliação.
Em um segundo momento partimos para a ação e intervenção, momento esse que
vamos para dentro do ambiente escolar foco de nossa pesquisa, a primeira impressão é que a
proposta não é vista com bons olhos pelos docentes do turno, mas sem recusas.
Assim sendo, no primeiro momento já dentro da sala de aula começamos nossa coleta
de dados através da observação, ligando cada detalhe da aula tradicional aos pensamentos
criticistas relacionados ao ensino de matemática e em mente com a ideia de como seria aquela
explanação com a ajuda do lúdico para um segundo momento, continuando prestou-se atenção
a pratica da professora para em seguida se fazer um diagnóstico sobre a aprendizagem dos
alunos com relação aos conteúdos ministrados da maneira tradicional, por nós acima já citado.
Para darmos continuidade a nossa coleta de dados após a explicação da professora
sobre o conteúdo parte-se para a elaboração de uma atividade diagnostica em cima do
conteúdo da aula, aplicada logo em seguida a explanação da professora, a intenção é verificar
o grau de dificuldade em relação ao conteúdo estudado.
A importância desses dois momentos de início é para que se possa ter a correta
impressão através da observação sobre a aula tradicional e aplicação da atividade diagnostica
para se reforçar a ideia sobre a diferença entre os métodos.
No próximo passo da nossa coleta de dados passamos para o ponto mais importante da
nossa pesquisa, passo esse que começará a mostrar as principais características sobre nossa
questão problema, partimos para o momento de intervenção da pesquisa, com relação ao
conteúdo ministrado na aula tradicional voltamos para a problemática do nosso trabalho a
importância da ludicidade, elaboramos uma aula lúdica com o mesmo conteúdo da aula da
professora e logo após segue se novamente a ideia de aplicação da mesma atividade
diagnostica.
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Na pesquisa, por uma questão ética na coleta dos dados com os sujeitos resolvemos dar nomes fictícios aos
alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre José de Anchieta que concederam entrevistas e
questionário.
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(FONSECA 2007)
1.1 A matemática
A matemática precisa ter um significado na vida do ser humano, hoje vemos que a
maioria dos alunos ainda não sabem o real significado de estuar as matérias, talvez por
isso é que não se interessam, o professor educador ao iniciar sua aula cotidiana, deverá
explicar aos alunos o porquê de estudar, aquela matéria, essas informações devem esta
estampadas em seu plano de ensino, precisa estar inserida no objetivo das aulas, o
educador precisa entender que toda e qualquer disciplina tem seu objetivo, que deve ser a
de capacitar o aluno para a vida. Todos somos sabedores que, antes de assistirmos um
filme, antes já entramos em contato com uma previa nos trailers que passam nos
comerciais, seja de ação ou qualquer outra modalidade, entramos em contato com a
sinopse, para já de antemão entendermos qual a moral da história contida nas entrelinhas,
assim, nas aulas do professor, não temos como passar antes um trailer das aulas, mas
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podemos sim nos primeiros momentos, fazer uma conversa informal, para deixar o aluno a
par dos momentos que será trabalhado, fazer um roteiro é essencial, para que o professor
não se perca, explicar durante a conversa informal, cada detalhe da sua aula, para que o
aluno fique sabendo o que será aprendido nesse dia, expor ainda qual a importância da
matemática para o cotidiano desses educandos. E assim comungo com a fala de
CARNELOSSO (2015).
Em nossa experiência de sala de aula, muito se ver, alunos reclamando de que não gosta
da disciplina de matemática, porem na maioria dos casos, o problema que os aflige não é a
disciplina e sim a forma com o professor os apresentou, o professor educador deverá se
apresentar para o aluno da educação de jovens e adultos como a pessoa que está ali para os
ajudar a entender a matemática, e isso exigem jogo de cintura, nem todos os professores tem
paciência pra ligar com o ser da sua mesma idade e que está saturado do dia-a-dia, é ai que os
alunos recaem no naquele velho ditado “meu santo não bateu com o dele”, a “primeira
impressão é a que fica”, por mais que o professor se mostre simpático, não conseguirá
transmitir a segurança para o aluno, se ele não se demonstras compassivo.
Freire (1996) salienta que o professor que levanta dados dos alunos, conhece suas
realidades, transparece aos educandos uma segurança e na sequência, poderá auxiliar na
formação, com novos conhecimentos, criando assim possibilidades para a sua própria
construção. Assim como freire, acreditamos que é possível fazer a diferença na vida dos
alunos que matricula-se na educação de jovens e adultos, a partir do momento em que
começarmos a dinamizar nossas aulas. Quebrar a rotina diária faz bem pra todos nós, quem
não se sente bem quando é entendido, quando é ouvido? Essa é uma das questões a ser
respondida pelo professor educador de jovens e adultos.
A educação de jovens e adultos é (eja) é uma modalidade de ensino, amparada por lei,
voltada para atender pessoas que por algum motivo, tiverem pouca oportunidade de estudar,
seu objetivo e tentar corrigir algumas questões socias como a exploração, a exclusão do
mercado de trabalho, entre outras que geram consequências maiores para a vida desses
indivíduos, como a marginalização.
No brasil falar desta modalidade de ensino é comungar das palavras e ensinamento de
Paulo Freire, que foi um educador que se dedicou a educação de jovens e adultos no brasil,
conhecido principalmente pelo seu método de alfabetizar adultos, para ele o objetivo maior da
educação é conscientizar os alunos, principalmente aqueles que se encontra na parcela da
população desfavorecida, seus métodos estão voltados a conscientização de vencer
primeiramente o analfabetismo político para depois adentrar a leitura de seu mundo. Libertar-
se da condição de oprimido é a premisse que Freire (2013, p. 31) defende.
De acordo com o autor, se faz necessário, trabalhar a prática da libertação, educar para
a liberdade, é conscientizar o educando de que ele como os outros ainda podem vencer a
clausura do conhecimento formal e abrir os olhos para a vida. Neste sentido, ensinar
matemática a esses alunos requer algo que vai muito além da concentração e persistência
quando se relaciona essa tarefa a modalidade da EJA, se tratando dessa modalidade a primeira
convicção que devemos ter em mente relacionado ao ensino de matemática é a certeza de que
o conhecimento adquirido irá de alguma maneira ajudar no desenvolvimento de suas
atividades cotidianas. A compreensão deste pensamento ganha fundamental importância
quando se estamos falando da educação de jovens e adultos, principalmente por parte dos
alunos principais beneficiados. O público dessa modalidade em especial tem a vontade muitas
vezes de aprender matemática para o desenrolar de suas atividades do dia a dia, para aplicar
muitas vezes no trabalho, no comercio, na feira entre outras atividades, assim sendo, já se
pode observar a inquestionável importância desta disciplina.
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Partindo por essa direção, a contextualização dos conteúdos matemáticos passou a ser
uma necessidade constante, processo esse que vem com intuito de acabar com o ensino de
matemática voltado a um método se não dizer ultrapassado, pois o ensino de matemática era
considerado apenas como uma transmissão de símbolos matemáticos, propriedades, técnicas,
formulas, demonstrações de teoremas, ensino esse que culminava com a ideia de que o
aprendizado aconteceria na pratica excessiva de resoluções de exercícios, pratica essa que
fazia com que o aluno se tornasse um depósito de informações.
Observando-se o aspecto negativo dessa prática de ensino, no final do século XIX,
pesquisadores matemáticos voltados a defesa de um ensino articulado iniciaram um
movimento de defesa, o objetivo era explicitar que o ensino de matemática não estava
totalmente voltado a memorização dos conteúdos, formulas e propriedades, mas sim também
na capacidade de leitura e compreensão de textos, fazendo uma mistura da língua falada com
as relações e símbolos matemáticos, essa maneira traz a intenção do ensino aprendizado que
valoriza a questão do conhecimento empírico, conhecimentos voltados as experiências
socioculturais dos alunos e conhecimentos adquiridos durante seu processo de
amadurecimento, pois assim, trazendo essa nova ideia podemos tornar as aulas da matemática
conhecida como o bicho de sete cabeças em todas modalidades de ensino se tornar mais
produtiva e o principal foco, muito mais interessante, esse é o entendimento que se tem por
parte de muitos educadores que discutem essa prática e tem a preocupação com a questão da
qualidade do ensino de matemática.
D’AMBRÓSIO (2005), afirma que:
[...] vamos refletir sobre como a busca do sentido do ensinar e aprender Matemática
remete às questões de significação da Matemática que é ensinada e aprendida.
Acreditamos que o sentido se constrói à medida que a rede de significados ganha
corpo, substância, profundidade. A busca do sentido do ensinar-e-aprender
Matemática será, pois, uma busca de acessar, reconstruir, tornar robustos, mas
também flexíveis, os significados da Matemática que é ensinada e aprendida.
(FONSECA, 2007, p. 75)
A autora nos mostra a importância daquilo que se quer que o aluno aprenda, ao
ensinar, e que esta transferência seja acessível aos que estão sendo ensinados, levando-se
sempre em consideração que os conhecimentos relacionados a matemática são indispensáveis,
haja visto que fazem parte do nosso dia a dia.
É importante salientar que os alunos da EJA sabem de tal importância, porém por suas
trajetórias escolares, trazem o medo da matemática, assim cabe adotar maneiras de ensinar por
meios alternativos de modo a proporcionar que estes alunos aprendam, transformando a
matemática para estes alunos da EJA, um instrumento para que eles compreendam melhor o
mundo em que vivem.
Quanto a metodologia do ensino de matemática na EJA, não se trata de ensinar
matemática para apenas se resolver problemas que estejam relacionados aos conteúdos
dispostos, mas sim colocar tais problemas correlacionados ao ensino da mesma, colocando os
problemas a serviço do ensino da matemática, fazendo como uso os princípios e métodos que
dão sentidos aos conteúdos matemáticos, buscando privilegiar os problemas relacionados ao
cotidiano, de onde busca torna-se o ensino de matemática mais significativo para quem
aprende, afinal irá se partir do ponto da real vivencia do aluno para se formular situações
problemas que irão ajudar na hora de repassar tais conteúdos matemáticos.
[...] não podemos deixar de lado, desprezado, como algo imprestável, o que
educandos, sejam crianças chegando à escola ou jovens e adultos a centros de
educação popular, trazem consigo de compreensão do mundo, nas mais variadas
dimensões de sua prática social. Sua fala, sua forma de contar, de calcular, seus
saberes em torno da saúde, do corpo, da sexualidade, da vida, da morte, da força
dos santos, dos conjuros (FREIRE, 1993, p. 86).
A palavra aluno veio do latim que significa alumnus (sem luz), isso quer dizer que é
como uma folha de papel em branco. Hoje em dia orienta-se, o não uso desta palavra na
educação de jovens e adultos, justamente pelo fato de já trazerem consigo sua bagagem
curricular cotidiana. Neste sentido nos educadores devemos usar metodologias que busquem
aprimorar o conhecimento prévio desses indivíduos, caso o contrário esse conhecimento
poderá atrapalhar o desenvolvimento durante o processo de apropriação dos conteúdos, uma
vez que os alunos jovens e adultos já sobrevivem em meio a sociedade sem precisar do tal
conhecimento formal, aquele que só se adquiri frequentando a escola.
Muitos desses indivíduos procuram a escola para se capacitar muita das vezes por
exigência do mercado de trabalho, mas também temos os casos isolados de aluno que veem
com o intuito de aprender apenas uma única disciplina da grande curricular, que sempre
ressaltam que somente esta disciplina já é suficiente para preencher as lacunas do seu
cotidiano, por isso o uso da questão de se fazer com que os docentes dessa modalidade
venham a usar esses conhecimentos que eles trazem do dia a dia, para explicitar que dentro da
sala de aula é apenas uma maneira para aprimorar de modo teórico tais conhecimentos e
mostra-los que eles já o possuem, e que precisam apenas de uma pequena lapidação para a
assimilação teórica desses conhecimentos.
Um outro fato importante a aprendizagem dos alunos da EJA é sua autoestima, pois
sempre ressaltam a realidade de que já estão fora da idade de estar dentro da sala de aula e
ainda usam o seguinte ditado “papagaio velho não aprende a falar”, tentando sempre dizer que
já passaram da idade de aprender, esse pensamento errôneo leva-os a desistência, cabe a nós
educadores mostrar que não existe idade para o conhecimento, através de metodologias e
práticas diferenciadas para a Educação de Jovens e Adultos.
O sentimento de valor que acompanha essa percepção que temos de nós próprios se
constitui na nossa autoestima. Ou seja, ela é a resposta no plano afetivo de um
processo originado no plano cognitivo. É a avaliação daquilo que sabemos a nosso
respeito: gosto de ser assim ou não?(MOYSÉS, 2007, p. 18)
O jovem ou o adulto deve ser estimulado para que possa prosseguir com seus estudos, o
estímulo é um dos principais métodos a ser utilizado pelo educador na EJA, levando em
consideração que um dos principais percalços enfrentados pelo aluno da educação de jovens e
adultos, é o cansaço da lida diária, na maioria dos casos, esses indivíduos são pais de famílias
que trabalham o dia todo e quando chegam na sala de aula estão exaustos.
O jovem ou adulto precisa entender que ele não é pior que os outros, e precisa ainda ser
confiado e amado pelo professor. Portando envolver assuntos matemáticos, linguístico ou
geográfico no primeiro momento, se torna monótono, neste sentido fazer uma conversa
informal falando de assuntos que envolvam o seu cotidiano, é fundamental, para levantar a
autoestima dos mesmos, os alunos adultos precisam ser estimulados para que se tenha um
bom rendimento, assim se faz a caminhada para aprendizagem na EJA, para se chegar no
objetivo precisamos sempre ressaltar a ideia de que aluno e professor andam de mãos dadas
rumo a aprendizagem e que isso se explicita na modalidade da EJA, e que acima de tudo se
deve procurar novas maneiras de ensinar sem tirar este indivíduo do foco, fazendo com que
ele possa observar que usa os conteúdos repassados dentro da sala de aula no seu cotidiano,
para que este mesmo comece a excluir tais receios de estar novamente dentro do ambiente
escolar, assim acabaremos fácil com uma das piores mazelas da EJA a evasão que ocorre
sempre por causa destes motivos citados, assim sendo, com a culminância de tais ideias
chegaremos aos pontos almejados para a Educação de Jovens e Adultos.
Desta forma é fundamental que o professor ou a escola pare um pouco para refletir, e quem
sabe encontra um melhor caminho para que o aluno possa melhor considerar na matemática,
reconhecer, e se apropriar do conhecimento necessário para sua vida, haja visto que a
educação deve portanto ser algo prazeroso a escola junto com os educadores da do Ensino da
EJA, devem fazer uma autocritica, rever seus conceitos, e em fim se voltar para um
planejamento mais flexível afim de atingir no fundo do prazer da alma do aluno, para que ele
tome consciência do quão é importante para sua vida o ensino da matemática.
E quando se trata na educação de jovens e adultos nas 1 e 2 etapas do ensino fundamental,
esta etapa precisa ser vista com carinho pois caso queime de forma errada, poderá casar
grandes problemas futuros para o aluno. Ensinar matemática na primeira fase da vida do aluno
das EJA, é ser não somente um professor, mas sim um portador do conhecimento, o professor
precisa entender que o aluno não é um banco onde se faz o deposito do conhecimento, o aluno
é como uma planta que uma vez trazida para o canteiro precisa ser regada para que cresça e
produza frutos. Portanto o professor deve se colocar na posição de facilitador do
conhecimento, dialogar, se tornar parceiro e amigo dos alunos, é uma estratégia muito
louvável.
Analisando o pensamento do autor, podemos dizer que, o diálogo é uma das principais
forma de conhecer o outro, e até mesmo a si mesmo, o professor que chega em sala de aula,
tira seu tempo para dialogar com os alunos, esse aprende o que os alunos tem e assim ensina
também, e tudo vira um processo de ensinar aprender, o professor ganha confiança dos alunos
assim como os alunos ganham a confiança do professor, outro fator é trabalhar com elogios,
pois a maioria desses alunos são como crianças, precisam ser amados e respeitados com tal.
Temos que levar em consideração ainda que, os conteúdos apresentados aos alunos,
devem fazer sentido, para que este possa, se familiarizar-se fazendo uma conexão com seu
cotidiano. Na EJA muitos alunos saem do trabalho direto para o ambiente escolar, então
precisam se deparar com cálculos que seja relevante a sua vida, caso ao contrário, ele acaba
por não entender o que está sendo exposto, então para no mesmo instante, dominando-se pelo
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estresse, deixa o ensino de lado. Segundo Sadovsky (2007), as dificuldades desta disciplina
existem devido à abordagem superficial e mecânica realizada pela escola, e pela falta de
investimentos na formação continuada dos seus professores capaz de orientá-lo a opções
curriculares.
Reiterando o que já foi discutido, o aluno da educação de jovens e adultos precisam
saber e entender o que será aprendido, e o professor, precisa ser educador acima de tudo,
afinal, mesmo valorizando a bagagem curricular empírica, está precisa ser associado ao
conteúdo que será ministrado periodicamente ou cotidianamente, ser educador não significa
apenas ir para a escola, encher o quadro de continhas e deixar para o aluno resolver, o aluno
precisa sentir-se a vontade com o professor educador, para poder se deixar embalar pela
beleza do conhecimento, os alunos da educação de jovens e adultos são como as crianças da
educação infantil e das séries inicias, mas como crianças não se parecem, são comparados no
comportamento, nas conversas, no auto estima, no modo como ver as coisas, porém não há
como reeducar esses alunos na linguagem culta, no comportamento padrão, dentro de dois
anos, ou em duas Etapas, eles vem para a escola para serem ensinados e não educados, muitos
rejeitam a educação devido ao seu costume, já se criou em sua mente uma espécie de película
que impede de se reeducar, devido ao tempo sem contato com tais conhecimentos que já não
se adaptam mais, muitos estão adaptados a forma rustica de tratar os outros e de ser tradados.
Nos últimos anos muito tem se discutido acerca da ludicidade aplicado ao ensino
aprendizagem de crianças no ensino infantil e fundamental, porém pouco se ver comentarem,
sobre a aplicação do lúdico na educação de jogos e adultos, um método que trabalharei pelo
fato de ter dado muito certo nas demais modalidades de ensino e a meu ver na modalidade de
jovens e adultos não será diferente.
Segundo os dicionários o lúdico 1. (é um adjetivo relativo a jogo, a brinquedo.2. que
visa mais ao divertimento que a qualquer outro objetivo.) Portanto a ludicidade nada mais é
que qualquer movimento que tem como objetivo de produzir prazer quando está em execução,
deste modo, crianças do ensino infantil e fundamental, sentem-se um prazer, uma alegria com
o processo do brincar, seja o brincar do faz de conta, seja o brincar de correr, saltar, ou até
mesmo de modelar as coisas, muitos educadores ainda se referem ao lúdico como se fosse
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E é nessa linha de pensamento que este trabalho foi desenvolvido, temos a convicção
de que os jogos trabalhados de maneira responsável, pode se tornar uma importante
ferramenta, para o professor, um recurso pedagógico muito rico, onde trará muito benefício ao
ensino aprendizagem de muitos jovens e adultos. É trabalhando as emoções dos alunos que
conseguimos causar mudanças até mesmo nos seu modo de ver a vida.
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(AMARAL 2012)
Guiados pelas experiências deste grande marco, que iluminam nossa investigação,
aprofundamos um pouco mais sobre esse lócus de pesquisa. O Marajó se localiza no norte do
Pará, particularmente na foz do rio Amazonas, compõe uma região com diversidade de
recursos naturais, uma heterogeneidade cultural e histórica que constitui a vida da população.
Falar no Marajó é pensar num arquipélago, num complexo de ilhas com cerca de
42.000Km² e extensão geopolítica marcada por 16 municípios paraenses que se
dividem entre os povos dos campos, das águas e das florestas. De um lado o
“Marajó dos Campos”: Cachoeira do Arari, Chaves, Salvaterra, Santa Cruz do
Arari, Muaná, Ponta de Pedras e Soure. De outro, o “Marajó das águas e
florestas”: Afuá, Anajás, Breves, Curralinho, Portel, Melgaço, Bagre, Gurupá e São
Sebastião da Boa Vista. Uma divisão não extremada, pois em muitos desses
municípios, pode predominar o campo ou a floresta, mas, com a riqueza natural
deste lugar é possível encontrar, ao mesmo tempo, os dois cenários. (AMARAL
2012)
Segundo a autora, este lócus, cortado por rios, banhados por águas, enriquecido por
lindas praias, e campos natural, é diferem os dois cenários por ela apresentado, cenários dos
campos e da floresta, ainda sim, estes ribeirinhos só é possível o acesso à escola através dos
rios, percebe-se então, que essa diferença interfere de forma intensa no processo de ensino
aprendizagem de jovens e adultos, bem como no seu meio de sobrevivência, haja visto que se
torna difícil estudar com fome ou em meio a miséria. Conforme a pesquisadora Farias (2014)
Um lugar onde para ir dar aulas no caso do educador, ou para estudar no caso dos alunos,
todos precisam pegar a canoa ou o casco, rabeta, lancha ( são pequenas embarcações feita
de madeira, movida a remo ou a motor a diesel), tudo é muito complicado, para os
educandos, pois a maioria precisam acordar cerca de 3hs (três horas da madrugada, para pegar
o transporte rumo a cidade onde o ensino acontece, e que na maioria das vezes partem sem
tomar café, ou fazer um lanche, chegando de volta em sua residência cerca de 14hs (quatorze
horas), tudo isso devido não ter no meio rural, uma instituição de ensino que possa suprir tal
necessidade. No caso do profissional de educação que leciona na área rural não é diferente.
O acesso a escola pelos rios e florestas se transformam no cotidiano do aluno e do
professor em uma batalha. Por exemplo, muitos alunos boavistenses que estudam
no meio rural enfrentam a longa distância entre suas casas e a escola, ou viajam do
meio rural para o meio urbano para dar continuidade na trajetória estudantil.
(FARIAS 2014)
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Essa dificuldade reflete na sala de aula, com o baixo índice de aprendizado, e se falando
na educação de jovens e adultos é bem mais difícil, devido estes, terem que trabalhar e só
dispõe de tempo no horário noturno, e nesse bailar de maresias e marolas é que os rios se
transformam em ruas, neles se encontra os alunos, os professores, os pescadores e outros
profissionais.
É pelas águas que homens, mulheres e crianças fazem e veem suas vidas acontecer,
por meio delas chega a saúde, a educação, os professores, os alimentos que os
sustentam. Nesse percurso, se faz o tempo das viagens para o trabalho, para a
escola, para as festas, procissões, enterramentos. (AMARAL 2012)
A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta
não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se
prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura
crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto.
dentro das escolas. O jovem quer trabalhar, mas faltam qualificação e oportunidades,
principalmente a de concluir a Educação Básica e ter parcial domínio das novas tecnologias.
Muitos pesquisadores têm discutido sobre as políticas voltadas para a educação no
Marajó mas pouco se ver acontecer. Nossas escolas viraram alvo de discussões e críticas,
porem tampouco houve alguém que se debruçasse em desenvolver uma técnica que ajude a
melhorar o sistema educacional.
E trilhando os caminhos que fazem todos os dias os docentes, em desenvolver a pratica
do ensino de matemática na educação de jovens e adultos, fui alimentada com o olhar e os
anseios de pesquisador, analisando que o professor precisa em maior parte do seu tempo, em
sala de aula, ou em seu lar, ser um pesquisador analítico, para que nesse processo de reflexão
ação ir sempre em buscar de experimentar novos métodos de ensino. Nesse caso, vimos que
como professor “devo saber que sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me
insere na busca, não aprendo, nem ensino” (FREIRE 1996, p. 85). Desta forma começamos a
refletir sobre, como a escola encara esse processo de dinamização do ensino da matemática na
educação de jovens e adultos.
É mais uma cidade marcada por percalços sociais, onde a maioria dos alunos destas
cidades são filhos de classe baixa, que não vivem e sim sobrevivem do bolsa família, o
reflexo dentro das intuições escolas é marcada pela violência e a fome, muitos dos nossos
alunos vão a escolas se merendar ou sem tomar café, e ainda alguns de pé no chão, e ainda
acabam por presenciar em seu lar os pais se agredindo, tanto com palavras, quanto
fisicamente. É um município que não oferece muitas opções de vida, que não conseguir
através da politicagem, um emprego na prefeitura, trabalho braçal como as estivas, o carreto,
e a partir de mais ou menos 2009 uma nova modalidade que foram os mototaxistas, porem
1
Site: revistas.unama.br/index.php/Movendo-Ideias/article/download/920/470
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esses nem todos os dias tem, e quando tem é muito trabalho pro pouco benefício financeiro.
Isso faz com que muitos alunos deixem de estudar e voltem para o interior para trabalhar no
cultivo do açaí, nas olarias ou na pesca artesanal.
Em termos educacionais, percebemos a existência de uma pluralidade cultural que se
manifesta no ambiente escolar. Pensar a educação, no aspecto de uma proposta de ensino da
leitura, implica considerar as experiências sociais dos alunos. Nesse sentido, dialogamos com
as reflexões de Cristo (2007, p. 58-59):
O governo deve voltar seu olhar para implantar políticas de incentivo ao estudo, sem
deixar que o desenvolvimento socioeconômico interfira nos estudos e nos aprendizados de
nossos educandos.
Estudar e trabalhar, muitas vezes, tem sido o dilema de muitos estudantes no espaço
escolar. Ora trabalhar ora estuda porque muitos de nossos alunos ajudam na
economia da família. Isso pode acabar por prejudicá-los nos estudos, quando eles
deixam de realizar as atividades escolares para fazer os trabalhos tantos da roça
quanto domésticos. Essa demanda de alunos vem de várias partes da cidade com
uma realidade distinta. (FARIAS 2014)
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De acordo com a autora, não se pode conciliar as duas coisas, ou o aluno estuda ou
trabalha, reiterando o que já foi falado no desenrolar do trabalho, se o governo implantasse
uma política educacional, onde viesse suprir das famílias carentes, o que é a maioria, indo de
encontro ao trabalho braçal do educando a realidade educacional seria diferente. Muitos
alunos não deixariam a escola para trabalhar, isso ocorre porque trabalhando ale de ajudar a
comprar seu pão de cada dia ainda sobra o dinheiro pra gastar na rua onde ele com certeza
ficará depois do trabalho.
2.3 A Eja no município de são Sebastião da boa vista – Pa: História de lutas e conquistas.
O texto que da lei que regulariza a educação de jovens e adultos do Brasil que foi
adaptado para o município, diante de todo um contexto histórico da EJA no Brasil, e, com a
finalidade de oportunizar as pessoas que não tiveram acesso ao ensino na idade certa e,
pautado no princípio da universalização do ensino público e gratuito, balizado no direito
subjetivo dos educandos, é que a Secretaria Municipal de Educação – SEMED, do Município
de São Sebastião da Boa Vista, na Ilha do Marajó, estado do Pará, começa com a idéia de
fazer frente ao analfabetismo no Ano de 2006, buscando implementar na rede pública de
ensino, o Programa de Ensino Fundamental para Jovens e adultos, com intuito de atender a
essa parcela da população boavistense, que se encontra dentro das expectativas indicadas pelo
Ensino de Jovens e Adultos que se pede a ser aplicada pela lei, alunos que por um motivo ou
outro, não conseguiram concluir o Ensino Fundamental na idade certa.
Tal oferta se dá por meio desta modalidade, sendo ele presente de duas, maneiras no
município, sendo elas, Presencial e Semipresencial (Ensino Personalizado), com metodologia
própria, matriz curricular adequada e professores habilitados. Logo nos primeiros meses
houve uma certa rejeição, além do que os professores que foram trabalhar nas turmas,
estavam acostumados a trabalhar com crianças, do ensino fundamental. Os professores não
receberam a capacitação adequando haja visto que seria uma nova modalidade de ensino, os
alunos haviam participado de um programa do banco do Brasil BB educar, onde estavam
acostumado estudar cerca de 2 horas por dia, depois outra modalidade de ensino que foi o
Mova Brasil, também com a mesma carga horaria, isso, confundiu um pouco a mentos dos
educandos, que levaram algum tempo para se adaptar a carga horaria de 4hs.
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A oferta da modalidade no Município funciona com formação das turmas zona urbana
e zona rural, como já citado, respectivamente nas modalidades presencial e semipresencial
com o ensino personalizado, tendo sua distribuição em etapas conforme descrito abaixo.
1ª Etapa – correspondente ao 1º, 2º e 3º ano.
2ª Etapa – correspondente ao 4º e 5º ano.
3ª Etapa – correspondente ao 6º e 7º ano.
4ª Etapa – correspondente ao 8º e 9º ano.
A metodologia a ser aplicada no EJA semipresencial é aplicada da seguinte maneira, a
1ª e 2ª – Etapa acontece no sistema de acompanhamento do aluno onde em três vezes na
semana o professor se reuni com os alunos em uma escola da comunidade onde se localiza a
turma e os outro dois dias na semana é para encontro pedagógico com professores de outras
comunidades e preparação de material para os encontros presenciais, mas sempre disponível a
atender o aluno para sanar qualquer dúvida mediante as atividades desenvolvidas e as
atividades extraclasse.
Na 3ª e 4ª – Etapa do Ensino Personalizado (EJA semipresencial) é aplicado durante
dois anos de duração, dois dias de aulas presenciais durante a semana, a ser definida com os
alunos e professores no primeiro dia de aula, os demais dias restantes será dedicado a
atendimento individual aos alunos e a oportunidade de tirar dúvidas com o professor.
Nessa modalidade semipresencial a oferta de disciplina nas turmas de 3ª e 4ª – Etapa
acontecem no sistema modular com rodizio de professores pelas turmas, com duração de
acordo com a carga horária de cada disciplina constante na matriz curricular.
Enquanto que, a metodologia do EJA presencial é aplicada da seguinte maneira, 1ª e 2ª
– Etapa, tem aulas regulares de 4 horas semanais, 5 vezes na semana com o professor titular
das turmas, aulas essas ministradas e elaboradas em cima de planos de aulas correspondentes
as matrizes curriculares e as 3ª e 4ª – Etapa funcionam também com encontros 5 vezes na
semana, com aulas de 40 minutos dividas entre as disciplinas da matriz curricular, onde é feito
um calendário de aulas dependendo da carga horária referente a cada disciplina.
Para ingressar no Ensino Fundamental de Jovens e Adultos – EJA, tanto no presencial
como no Semipresencial, o aluno deverá ter de 15 anos em diante, e, para poder ser matricular
na etapa final do EJA, ou seja, 3ª e 4ª – Etapa o aluno deverá ter concluído a 4ª série/5º ano do
Ensino Fundamental, mediante comprovação de tal escolaridade, mas no caso do EJA
semipresencial (Ensino Personalizado) caso este queira ingressar e só tiver concluído até a 3ª
série/ 4º ano ou não tiver Documentos de comprovação de escolaridade e se encontrar apto,
isso com o aval do professor e um coordenador pedagógico, passará por um teste
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classificatório aplica pela Secretaria Municipal de Educação desde de que autorizada pelo
Conselho Municipal de Educação, conforme Resolução Nº001/2012 do conselho Municipal
de Educação de São Sebastião da Boa vista, no Artigo 53 §4., no qual dispõe:
Na realização desse teste, o aluno/candidato terá que atingir a nota mínima de 5,0
pontos para ser considerado apto a avançar para a 3ª etapa.
Os docentes para atuar no programa, são contratados a critério da administração
pública. Sendo que os professores terão de ter qualificação na disciplina em que pretende
leciona, de acordo com a legislação educacional em vigor, e, no decorrer dos semestres passar
com reuniões pedagógicas para a discursão de planos de aulas, e metodologias de trabalhos,
participando também das jornadas pedagógicas oferecidas pelas unidades escolares.
A matriz curricular a ser trabalhada nas duas modalidades de EJA no município é a do
Conselho Municipal de Educação de São Sebastião da Boa Vista na Educação de Jovens e
Adultos, que tem como base a LEI Nº 9.394/96 DE DIRETRIZES E BASES DA
EDUCAÇÃO NACIONAL E A RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 1 DE 05/07/2000.
Em se tratando de informações sobre dados da EJA no município, as informações do
Educa censo, os alunos do Ensino Fundamental de Jovens e Adultos são todos alunos
regularmente matriculados na Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre José de
Anchieta, como no caso dos alunos da EJA Semipresencial (Ensino Personalizado) que
possuem turmas que funcionam em diversas localidades, estes apareceram no censo escolar
regulamente inseridos na Escola Padre José de Anchieta, portanto, em questão a certificação
desde alunos do EJA semipresencial será toda e qualquer documentação de direito do aluno
expedida pela escola sendo esse aluno de qualquer uma das zonas rurais.
Por fim, mas não menos importante a avaliação do Ensino de Jovens e Adultos, tanto
do presencial como do semipresencial, segue o mesmo sistema de ponderação usado no
Ensino Fundamental Regular, portanto a nota para que o aluno seja aprovado será de 5,0
pontos, sendo os alunos da 3ª e 4ª - Etapa submetido a quatro avaliações em cada disciplina,
durante o ano letivo.
Assim, o estudo da pesquisa perpassa não somente pela escola, mas sim para o
ambiente em que vive esse aluno, procurando analisar as condições sociais deste, tentando
explicar por que há um descaso no que se refere à esta modalidade de Ensino, as pessoas que
fazem parte do quadro docente da escola Padre José de Anchieta vivenciam um desafio que a
realidade escolar apresenta quando se fala matemática, na escola, especialmente com alunos
da Eja. Na condição de pesquisadora encontramos no calor da pesquisa os contínuos desafios
que se impõem ao trabalho docente voltada para o incentivo ao aprendizado da disciplina de
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Neste ambiente social e cultural da Escola Padre José de Anchieta que deveriam
movimentar as práticas pedagógicas relacionadas ao ensino da Matemática na educação de
jovens e adultos. Adentrando o espaço da referida escola convivemos com variedades de
costumes e práticas educativas para descobrir seus interesses e desinteresses nas aulas de
matemática.
O espaço físico necessita de reparos no que tange o educacional, tem poucos
ambientes pedagógicos que incentive e atraia os alunos a escola. Apesar da maioria de seus
docentes já serem graduados ou em conclusão de curso, outros especializados, ainda com toda
esta qualificação são visíveis, em muitos casos, a falta de interesse pelo aprendizado do aluno
e o descaso pela formação dos alunos assim sendo, apresentam-se como desafios a serem
vencidos pela escola.
Se por um lado, há um discurso consolidado em relação às práticas de ensino como
responsabilidade da escola. Por outro, é notório que os alunos fiquem ansiosos para
matricular-se, para que possam inserir-se na escola e usufruir dessa prática.
Na concepção de Martins (2006, p. 35) a posição da escola diante desta situação, não
seria inserir no aluno o hábito de estudar e sim criar condições e proporcionar diálogos com
eles, para que este busque o sentido da aprendizagem em suas vidas.
Portanto, é fundamental o uso de técnicas de coleta de dados adequadas, por fim, analisar todo
o material de forma específica e contextualizada para que fique evidente os resultados.
O método de pesquisa foi o hipotético-dedutivo, pois o que tínhamos anteriormente eram só
hipóteses que poderiam estar corretas ou não, mas isso só saberíamos por meio das
observações intervenções e colaboração no processo educacional, uma vez que nos
educadores devemos ser participantes ativos, podemos saber mais sobre as dificuldades
enfrentadas pelos alunos em relação ao aprendizado, e o que pode ser feito para melhorar e
dar uma educação com o mínimo de qualidade para os educandos da EJA.
Os sujeitos da pesquisa foram os alunos da modalidade da EJA, pois a nossa
curiosidade era pertinente a saber o que fazia com que esses alunos fossem de tal forma tão
pouco estimulados, o que gerava uma grande perda de interesse impedindo assim com que
eles consigam se envolver para adquirir conhecimentos sem medo e de modo participativo.
Em uma conversa informal com os educadores da modalidade observamos que eles já estão
cansados e sem vontade com a tal inovação que a educação vem trazendo com o passar dos
anos, assim sendo, eles não veem necessidade de mudar suas práticas metodológicas em sala
de aula, eles apontam motivos que os fazem pensar dessa forma são, a falta de valorização
profissional, o desinteresse dos alunos, a violência na sala de aula e a desistência em massa
dos alunos ainda no começo, mas tal problemas muitas das vezes causado pelo medo que esse
aluno adquire com a metodologia desse professor que não observa que esse aluno da EJA já
tem seus conhecimentos prévios tanto do dia a dia, quanto da sua trajetória de vida,
conhecimentos esses que podem de maneira bem utilizada transformar a maneira de ensinar
esses alunos, ajudando assim no ensino aprendizado principalmente na disciplina de
matemática, formulando problemas com as convivências diárias destes alunos e mostrando
métodos diferentes para eles resolverem.
Desta forma, pode-se dizer que o professor da EJA com essa visão acaba não contribuindo
para uma formação continuada desses alunos, pois, já está desmotivado e acaba desmotivando
este aluno que precisa de estimulo para se tornar mais participativo e sem preceitos durante
essa caminhada escolar.
O primeiro momento foi fácil, pois faço parte do corpo docente da escola o que ajudou
muito para que fosse possível o acesso à pesquisa e intervenção, porém houve uma resistência
por parte de alguns docentes, que alegaram que os alunos estavam em período de avaliação e
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que não seria viável a intervenção naquele momento, mas argumentamos que inicialmente só
iríamos ficar observando e após dois de observação esperaríamos o momento propício para
fazer a intervenção.
Foi aceita tal proposta e seguimos com a pesquisa. Como instrumento para coleta de
informações, foram feitas observações da metodologia da professora na sala de aula da 3ª
etapa, e num dado momento aproveitamos uma oportunidade para uma roda de conversa
informal com os alunos para investigar os motivos que levaram esses educandos a voltarem a
estudar e o porquê de haverem desistido. No terceiro momento após nossa aula de intervenção
e aplicação de toda nossa metodologia de pesquisa foram entregues questionários a esses
alunos que se dispuseram a colaborar com nossa pesquisa, o objetivo era saber o que eles
acharam desse método para aprender matemática e a importância de um momento lúdico para
o ensino e aprendizagem na opinião deles, e o que achavam sobre tal metodologia.
contrário será só mais uma informação que o cérebro apagará por estar dissociado da sua
realidade.
Com esse momento em nossas aulas com a utilização do jogo foi possível observar nos
alunos da EJA o sorriso da alegria do brincar, e poder participar sem medo da aula, nesse
sentido Celso Antunes (2003) afirma que o jogo é o mais eficiente meio estimulador das
inteligências, permitindo que o indivíduo realize tudo que deseja, quando joga, passa a viver
quem quer ser, organiza o que quer organizar, e decide sem limitações. Pode ser grande, livre,
e na aceitação das regras pode ter seus impulsos controlados. Brincando dentro de seu espaço,
envolve-se com a fantasia, estabelecendo um gancho entre o inconsciente e o real.
A ludicidade é um método que pode ser trabalhado em todas as fazes da vida
estudantil , sendo que, quando o ser humano desenvolve-se cresce com ele suas
responsabilidade e perspectivas de vida, porém mantêm em si as lembranças da infância e a
ludicidade vem com esse contexto para fazer com que esses educandos da educação de jovens
e adultos revigore e acaba gerando o estimulo com essa alegria do aprender brincando,
construindo conhecimentos uma vez que ninguém tem a verdade absoluta, e que todos nós
temos o que ensinar e aprender fazendo essa fusão dos conhecimento empírico e formal e
assim fazer surgir uma educação igualitária onde o aluno da EJA passe a ser respeitado como
sujeito de direitos, e sua maneira de aprender seja respeitada e valorizada para sanar as
dificuldades desses indivíduos.
portanto necessita de uma intervenção, seja pela equipe escolar, seja pela equipe da secretaria
de educação. No sentido de capacitar tal profissional, para exercer o seu trabalho nesta
modalidade de ensino. Quando perguntado ao diretor, sobre a mesma questão, a resposta não
foi diferente, combinando sua fala a da pedagoga.
Quando questionado, a professora, esta respondeu que, a falta de orientação e
incentivo, em relação a ludicidade, a escola não tem o material necessário para atender as
necessidades dos professores, estes quando procuram a coordenação pedagógica, recebe de
resposta que, você assumiu o cargo, portanto deve se virar.
O que nos deixou completamente, convictos que nesta escola, não se prioriza a
educação de jovens e adultos, se trabalha no planejamento, porem na pratica não é
desenvolvido tal estratégia.
A segunda pergunta direcionou aos alunos, questionou-se sobre quais as dificuldades
na hora de aprender os conteúdos de matemáticas repassados a eles. João respondeu que, a
professora se esforça para repassar os conteúdos de maneira flexível ao nosso aprendizado,
mas seus esforços acabam sendo em vão, pois muita das vezes não se entende as linguagens
usadas nos conteúdos, também se torna cansativo apenas escrever e escutar a explicação de
sempre da professora. Quando perguntado ao Pedro, a resposta foi que, na maioria das vezes,
está sem paciência para estudar, devido ao cansaço.
A terceira pergunta direcionada ainda aos alunos, referiu-se a sua opinião em relação a
dinâmica trabalhada em sala de aula através do lúdico. A resposta foi que ambos acharam
interessante, porque nenhum professor havia trabalhado brincadeiras com eles. Segundo o
João aluno da 3ª etapa da eja, “A maioria dos professores só querem encher o quadro de
assunto, e a gente não entende nadinha, e quando pergunta eles dizem que é falta de interesse
nosso”.
Mais uma vez reiteremos nossa fala em relação ao posicionamento do professor em
relação aos alunos da eja, é visível esta percepção quando analisamos a fala do aluno,
entendemos que muitos educadores não têm paciência para trabalhar com as turmas de
educação de jovens e adultos.
A quarta questão aplicada aos alunos, referiu-se a aula usando o lúdico, qual a
contribuição para que eles pudessem assimilar o conteúdo apresentado. Estes responderam
que “ quando a professora usou, os jogos na aula, tudo ficou muito claro, o que era
complicado ficou fácil, segundo o Pedro “quando a professora, pegou o joguinho eu pode
perceber que, era parecido com a venda, cada pedaço representava um objeto que eu vendia”.
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João trabalha na feira, vende verdura, nessa fala dele podemos perceber, que houve uma
associação do conteúdo com o seu cotidiano.
A quinta questão, também foi aplicado ao aluno, referiu-se a em relação a
metodologia, como eles veem essa nova metodologia. O aluno Pedro respondeu que, “do jeito
que a professora fez, foi muito bom, pois foi uma aula muito boa, além de ter aprendido o
assunto ainda achei uma aula divertida”, já o aluno João disse que “ os professores precisam,
ser mais divertidos e ouvir mais os alunos, do jeito como a professora fez, eu gostei e aprendi
muito”.
Diante de todas as respostas dadas tanto pelo corpo funcional do turno da Eja quanto
pelos alunos, e da observação e intervenção realizados para o êxito de nossa pesquisa
atentamos para o que realmente nos foi colocado em cada resposta que foi fundamental para
ressaltarmos realmente a importância que a ludicidade tem no ensino de matemática para
jovens e adultos, pois a maioria dos alunos da Eja teve sua infância interrompida pelos
problemas sociais tão característicos de um país subdesenvolvido, ter que parar de estudar
para trabalhar e ajudar a família, e nesse sentido o lúdico resgata a alegria do brincar e o
aprender de forma satisfatória, trazendo assim aquele olhar diferente para esse aluno quando
pensa que tem que ir para escola, tirando a monotonia de todos os dias e fazendo com que os
alunos tire da participação nas brincadeiras mais autonomia para que o aluno se torne mais
participativo, pois vai desenvolvendo isso quando é chamado para participar na aplicação
dessa dinâmica que é o lúdico
matemática dos alunos da EJA, pena que não haja um interesse e esforço maior para a
aplicação de tal prática, mas nosso resultado vem deixar comprovado por meio da intervenção
na sala de aula da terceira etapa da EJA, que os alunos dessa modalidade de ensino se sentem
estimulados a não faltar na escola e a participarem mais das aulas sem medo, pois consideram
interessantes as aulas dinâmicas e que se juntam a sua realidade na aplicação dos problemas,
trazendo assim algo que faz com que eles tenham total segurança para opinar e criticar
durante as aulas.
Nesse viés verifica-se que o problema da pesquisa foi respondido, pois se constata que
as metodologias tradicionais estão ultrapassadas e não causam um estímulo à permanência
dos alunos da EJA e sim acabam afastando esses indivíduos, sendo assim, identificou-se em
nossos resultados também que quando as aulas passam a ser mais prazerosas, os alunos são
poucos os que se ausentam das atividades escolares, pois nos dias em que as atividades foram
aplicadas a esse discentes, tendo o lúdico como um suporte para resolver os problemas de
adição, foi observado que os mesmos começaram a mudar seu comportamento e sua rotina na
escola, principalmente no se trata a vir a aula, não faltavam e estavam sempre curiosos em
relação as atividades que seriam desenvolvidas, vendo que isso despertou a curiosidade dos
alunos referente aos trabalhos e matérias que seriam aplicados.
Levando em consideração a influência e magnitude deste recurso no processo da
aprendizagem de matemática na educação de jovens e adultos, é que se aplicou o recurso
lúdico de acordo com a realidades dos educandos, respeitando seu tempo, suas especificidades
e habilidades de raciocínio e desenvoltura e o principal, fazendo a fusão conhecimentos
empíricos e atividades do dia a dia desses indivíduos.
Apoiando-nos aos resultados afirmar-se que a hipótese da pesquisa foi confirmada,
pois foi comprovado que a utilização da ludicidade como recurso facilitador no ensino de
matemática conduz-se a uma aprendizagem mais significativa e prazerosa, bem como
contribui para o maior estimulo e uma participação mais ativa e dinâmica dos alunos da
educação de jovens e adultos, observou-se através das observações que quando o aluno é o
agente participativo do processo de ensino, onde venha se possibilitar à aprendizagem por
meio do diálogo e interação, torna-se natural que esse aluno tenha interesse em frequentar as
aulas e opinar sobre qualquer assunto discorrido na sala de aula, ainda mais quando esse
indivíduo vê coisas da sua realidade utilizada nos problemas, ele acredita está fazendo a
diferença uma vez que tem seus conhecimentos vividos levados em consideração.
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No entanto, todos os objetivos de nossa pesquisa foram alcançados com sucesso, pois
nosso objetivo principal era mostrar a importância da ludicidade no ensino de matemática
como um recurso pedagógico e mostrar sua ajuda construção da aprendizagem.
No entanto observa-se a importância desta pesquisa, pois é mais uma colaboração as
discussões acerca do uso da ludicidade e sua função na educação e no ensino aprendizagem
Vale ressaltar que brincar faz parte do ser humano, não importando a idade.
Mesmo tendo essas concepções concernentes a importância e eficácia da metodologia
lúdica é válido dizer que este é um trabalho que está aberto a críticas e sugestões, pois o
conhecimento não é algo pronto e acabado mais que está em um processo contínuo de
mudanças.
Assim finalizamos nossa pesquisa, ressaltando a importância de trabalhar com esse
público diversificado e batalhador que como todos nós têm seus sonhos e anseios e que
precisam ser incentivados para que consigam seus objetivos, e cabe a nós educadores ajudar e
contribuir com mais pesquisas que possam mostrar a melhor maneira e metodologia para que
se efetive o ensino de qualidade para essa modalidade, não apenas no ensino de matemática,
mas para todas as disciplina da grade curricular da Educação de Jovens e Adultos.
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REFERÊNCIAS
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Marajó: Navegando entre o saber e o poder. Dissertação de mestrado em Comunicação,
Linguagens e Cultura. Universidade da Amazônia, Belém, 2012, p. 30-64.
CHIZZOTTI, Antônio. Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 2010.
______. Pedagogia da autonomia; saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e
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JARDIM, Ninon Rose Tavares. Mulheres entre enfeites & caminhos: cartografia de
memórias em saberes e estéticas do cotidiano no Marajó das Florestas (S. S. da Boa Vista –
PA). Dissertação de Mestrado Pós-graduação em Artes. Universidade Federal do Pará, Belém,
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MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento. 11 ed. São Paulo: Hucitec,
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lis,1997.
https://www.dicio.com.br/ludico/