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POLITY & ECONOMY by Ihering Guedes Alcoforado

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3 de maio de 2019

Ihering Guedes Alcoforado


May 4

A ampliação e descontentamento com a performance das economias capitalistas


contemporâneas é a motivação de um grupo de pesquisadores libertarianos ( Randall
Holcombe) e, progressistas (Joseph Stiglitz), os quais tomam como “chave de leitura” e
apreensão das economias nacionais, em geral, e a norte-americana em particular, a partir de
uma clivagem política vs. economia.

Os libertarianos e progressistas têm orientações distintas. Os primeiros debitam o problema


as intervenções nefastas do Estado, já para os progressistas a origem do problema é o
oposto, ou seja, decorre da liberação das livres forças do mercado, e, portanto, é resultado
da falta de regulação estatal. Um impasse que, no nosso entendimento em sua origem
numa armadilha vinculada ao legado de um debate pretérito fundado na mercado vs.
governo, o qual bloqueia o deslocamento do foco da manifestação dos problemas, de forma
a privilegiar os fundamentos teóricos e analíticos que subjacente e que se expressam na
dicotomia teórica entre economia (economics e economy ) vs politica ( polítics, policy e polity ), a
a partir do que pode evidenciar a impertinência de uma abordagem dicotômica restrita a um
único plano.

A partir do enquadramento do debate neste novo frame. evidencia-se o que as abordagens libertarianos e progressista têm em comum: a
enfase o papel da lógica e dos protocolos da politica (politics) em detrimento dos da economia ( economics) como a origem macro estrutural dos
problemas contemporâneos das economias capitalistas desenvolvidas, caso dos Estados Unidos, e, em desenvolvimento. como o Brasil. Ou
seja, fica restrito a um plano da problemática, desconsiderando os demais, dos quais passo a tratar.

No frame ampliado, emerge mais três planos analíticos: i) a que subordina a politica (politics) a economia (economics), com a consequente
configuração das despolitização (politics) da política ( policy), a exemplo do que se anuncia para a política monetária com a autonomia do BC. E o
ii) a que submete a economia (economy) a política (policy) normativa, o que resulta na “des-economização” da política (policy) com os abandono
dos fundamentos econômicos substituidos por outros de natureza moral e/ou teológicos, a exemplo do que se encontra na Doutrina Social da
Igreja, em especial a Laudato Si.

O terceiro plano analítico se funda na politização (polity) da economia, ou seja, o reconhecimento da centralidade das instituições em geral, e
das instituições econômicas em particular na determinação da performance das economias, o que implica considerar o mercado e o governo
tanto como parte do problema como da solução, a qual se configura a partir de mudanças nas instituições estruturantes dos mesmos.

Na busca da superação deste impasse, é fundamental o posicionamento no terceiro plano, a partir do qual se deve explorar as possibilidades
em latência na interface do direito e economia, tanto no campo da Law & Economics mainstream com na alternativa expressa na Law & Political
Economy. No primeiro campo, o da Law & Economics , se pode explorar as contribuições das suas correntes associadas, de um lado a
Coase/Calabresi que enfatiza as possibilidades de mobilização do Direito para resolver os problemas econômicos, e, do outro lado, a perspectiva
sugerida por Richard Posner que propõe a instrumentalização e princípios econômicos no equacionamento dos problemas no âmbito do direito
e do sistema judicial. Já no campo da Law & Political Economy, a qual uma nova orientação ao ensino do direito que ajuda a esclarecer como o
direito estar na origem, como ser parte da solução do problema em tela. Esta abordagem busca reconectar o debate político sobre a ordem
econômica com questões de dignidade, pertencimento ou reconhecimento e desafia a versões da “liberdade” dos “direitos” que ignorem a
determinnação do poder econômico e social. E tem na base do seu programa o reconhecimento que o Direito deve informar as relações entre a
politica (politics) e a economia (economy) tendo como mediaçãoa política(polity).

REFERÊNCIAS

GREWAL, David Singh, Amy Kapczynski and Jedediah Purdy., Law and Political Economy: Toward a Manifesto in Law and Political Economy, nov.
2017

HOLCOMBE, Randall G., Political Capitalism: How Economic and Political Power is Made and Maintained. Cambridge University Press, 2018.

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STIGLITZ, Joseph E., People, Power, and Profits: Progressive Capitalis for an Age of Discontent. W. W. Norton & Company, 2019

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