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GUERRA FRIA: PERSPECTIVAS DA HISTÓRIA E DO ENSINO

Neide de Paiva Vieira1 (SEED-PR)


neideviera@hotmail.com
Sidnei José Munhoz2 (UEM)
sidneimunhoz@uol.com
Resumo. Este artigo apresenta centralmente a discussão e o desenvolvimento de um estudo
acerca da Guerra Fria. Nele, optou-se por definir como recorte temporal o período demarcado
pela Détente (1969-1979), ao priorizar a problematização da produção historiográfica e buscar
relacionar os conceitos ligados ao estudo da Guerra Fria às linguagens da história como a
música, o cinema e a charge, por exemplo. Como resultado tem-se o exercício do diálogo com a
produção do conhecimento, já avaliada, como capaz de estabelecer uma forma provocativa de
ensino-aprendizagem. Surge em consonância com um conjunto maior de discussão a que
estamos nos dedicando nos grupos de estudos vinculados ao Laboratório do Tempo Presente da
UEM, e responde à proposta de elaboração definida pelo Programa de Desenvolvimento
Educacional do Estado (PDE) do Paraná.
PALAVRAS-CHAVE: Guerra Fria, Détente, História, Ensino-aprendizagem, Muro de Berlim.

Abstract: This article centralizes the discussion and development of a study regarding the Cold
War. It was decided to set as the approach time period marked as Détente (1969-1979), by
prioritizing the questioning of historical production, it seeks to relate concepts connected to the
study of the Cold War to the languages of history suchs as music, movies, the cartoons, for
example. As a result there is the exercise of dialogue with the production of knowledge, already
assessed as able to establish a provocative way of teaching-learning. It comes up as part of a
larger discussion that we are dedicating in the Laboratory of the Present Time of UEM, and
responds to the elaboration proposal set up by the Program of the Educational Development
(PDE) of Paraná state.
KEYWORDS: The Cold War, Détente, History, Teaching-learning, Berlin Wall.

1 – Introdução: o tema Guerra Fria.

As mediações realizadas em sala de aula incidem so bre os


processos cognit ivo s de apropr iação de conheciment os e de modos de
pensar dos nossos alunos e, porque não dizer, de nós pro fessores.

Nesse sent ido, const it uir leit uras e int erpret ações “possibilit a a
reconciliação da hist ória viv ida com a hist ór ia co nheciment o ”
(FONSE CA, 2003, p. 123 -124). Para essa reconciliação na prát ica de

1
Especialista em História Social do Trabalho, p rofessora de história do CEEBJA Manoel
Rodrigues da Silva, escola de jovens e adultos da rede estadual de Ensino do Estado do
Paraná, Núcleo Regional de Maringá.
2
Professor Dr. da área de História Contemporânea na Universidade Estadual de Maring á
(UEM), do Programa de Pós-Graduação em História (UEM), do Programa de Pós -
Graduação em História Comparada (UFRJ) e do Consórcio Programa Rio de Janeiro de
Estudos de Relações Internacionais, Segurança e Defesa Nacional (CPRJ-Prodefesa).

1
ensino acont ecer, é preciso reco nhecer a necessidade de apro fundament os
e cont at o com as mais var iadas fo nt es, que em lugar de respost as pro nt as
e acabadas, despert em no aluno (a), pela mediação do professor(a), uma
dialét ica de seleção e uso de document os da qual t ambém o(a) aluno (a)
pode part icipar. Assim, pro move - se u m caminho em duas vias que se
nut rem mut uament e: do professor(a) para o aluno (a), e do aluno(a) para o
professor(a), rumo à renovação const ant e do at o de conhecer e apropr iar -
se do ent endiment o das relações humanas em diferent es épocas, e ao
objet o de nossa pesquisa: a Guerra Fr ia.

Co mpor o t ext o levou -nos à t arefa de art icular a co mpreensão


so bre as segu int es indagações: Co mo realizar a abordagem da t emát ica
Guerra Fr ia? Qual a delimit ação t emporal que podemos est abelecer para
est e processo hist ór ico ? Quais as configurações de t ensões e
enfrent ament os ocorridos no per íodo pós-Segunda Guerra Mundial ?
Assim, a revisão do saber acabou por per filar os possíve is usos de
est rat égias de ensino para o recort e hist órico proposto , em diálogo co m o
mat er ial escr it o pela academia , dando forma ao est udo aqui enunciado .

2- A Abordagem ao Tema Guerra Fria: Dimensionar Termos.

O(a) pro fessor(a) pode t rabalhar pr ime iro, co m os jo gos de


palavras. A expressão met afór ica, “Guerra Fr ia”; e t ambém os
personagens hist óricos que aparecem nos confro nt os indir et o s a envo lver
o Bloco Soviét ico e o Bloco Ocident al, no per íodo pós-Segunda Guerr a
Mundia l. A t er mino logia “Guerra Quent e”, em oposição a “Guerra Fr ia”
encaminha a lhures, para um campo razoável de debat es. Nesse pont o,
t ambém é possível est ender as at ividades em sala de aula, para o
Ambient e I nfor mat izado. Os e st udant es poderão buscar em sit es,
sobret udo, imagens que represent em uma visão global da t emát ica
daquele mo ment o hist ór ico , para compor a análise e a dinâmica de seus
est udos.

Cont udo, qualquer media ção ou int er venção do professor (a)


deve ser cuidadosa para evit ar que sua própria int erpret ação ou visão

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seja impost a. Embora t enha a obr igação de corr igir erros ou conclusões
que não t enham só lido amparo em evidências document ais , deve
est imular a aut ono mia do (a)s aluno (a)s para que ele( a)s seja m os
próprios const rutores dos conheciment os adquir idos . Nesse processo,
t em- se por objet ivo levar o (a) aluno(a) a alcançar a condiç ão de sujeit o
da aprendizagem, em uma disposição de assimilação capaz de superar a
memor ização seqüencia l de dat as, fat os e event os . Além disso, pret ende-
se incent ivar o(a) est udant e a buscar cont eúdos a favor d a conquist a de
um est ágio de co mpreensão do processo hist ór ico , em que a sua
percepção das co nt radições o(a) leve a pr oble mat izar os t emas abordados
em um mo viment o renovado de diálo go co m o conheciment o hist órico.
Desenvo lve-se, assim, “uma prát ica pedagógica reflexiva, cr it ica e
cr iadora” (VEIGA, 1995, p. 90) .

3- Linguagens históricas: Algumas considerações prévias.

Durant e o processo ensino -aprendizagem, o ideal é que o


professor(a) problemat ize co m os aluno (a)s a produção hist or iográfica.
Ut ilize as vár ias linguagens da Hist ór ia, como: a música, o cinema,
hist ór ias em quadr inho s, charges, imprensa, ent re out ros. Muit o
provavelment e o (a)s aluno (a)s mot ivados pelo debat e sa ir ão em busca de
revist as, filmes, document ár ios, et c.; encont rarão mat er iais que de
alguma for ma t enham ligação tot al ou parcial co m o t ema proposto .

Na análise de imagens, das fot ografias, dos filmes,


document ár ios, lit er at ura, ilust raçõe s, sob a for ma de charg es, hist órias
em quadr inhos, e mesmo os escr it os his toriográfico s, et c. precisamo s,
junt ament e co m nossos alunos e alunas, assumir uma perspect iva de que
t ais regist ros são represent ações, e não retratos, ou reflexo s da realidade .

Para nós possuem pr errogat ivas de document o s, mas não


represent am um reg ist ro neut ro do passado, como afir ma o hist or iador
francês Jacques Le Go ff (1992, p. 102), “o document o não é inócuo. É
ant es de t udo o result ado de uma mo nt agem, conscient e ou inconscient e,
da hist ória, da época, da sociedade que o produziu [...] ”; port ant o, os

3
document os, em qualquer for mat o; - ilust ração, o filme e out ros - , são
sempre produtos da sociedade q ue os for jou, expressando, sobret udo , as
relações sociais dos ho mens, daquele mo ment o hist ór ico. É preciso
obser vá- los em suas múlt ip las funções. São for mas de expressão,
inst rument os para a análise.

A poesia, o filme, a let ra de uma música, represent am cada u m


deles uma t ot alidade a rt íst ica, mas não o real. É reco mendável o
concur so e a manut enção de aproximações co m out ras font es
document ais. E sses recursos (poesias, filmes, et c.) podem apresent ar
fissuras e lacunas. Possuem limit es devido ao fat o de muit as vezes,
afast arem-se da realidade, para est rut urar a compr eensão que o autor ,
vivendo em uma dad a sit uação, pret ende enfat izar. Dit o de out ra for ma:
“a hist ór ia t em co mo objet o a própr ia r ealidade em diferent es t empos e
espaços” ( FONSECA, 2003, p. 167). A gar impagem das evidência s
precisa munir -se de um inst rument al de análise que apresent e co mo únic o
co mpro misso , a recuperação de difer ent es perspect ivas , que lancem lu z
sobre fat os ainda pouco elucid ados.

Marc Blo ch em Apologia da Hi stória : o Of ício do Historiador ,


refer encia (demarca, indica) co mo salut ar para a análise de uma
sociedade, conduzir os est udos, co m o auxílio de uma dupla linguagem, a
da época est udada, mas ao mesmo t empo reco menda o emprego do
aparat o ver bal e co nceit ual da disc iplina hist ór ica do t empo present e do
hist or iador. Para o reno mado hist or iador, “E st imar que a no menclat ura
do s document os pudesse bast ar complet ament e para fixar o nosso
conceit ual é o mesmo que aceit ar que ele s t razem a análise t oda pront a ”.
(2001, p.30).

Assim, quando analisamo s imagens, por exemplo, t emos alguns


pont os a considerar: a) A imagem por s i só não r ecupera a realidade. E la
per mit e, para quem assist e, observa ou mesmo lê, uma associação de
imagens que podem receber ainda, novas cont ribuições de out ros meio s
para a ampliação de ent endiment o . b) O recort e promo vido na
co mposição de uma imagem, de um fil me, et c. remet e a uma linguage m
codificada. Um for mat o oferecido e que surge co mo document o. E m

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realidade, corresponde a uma das possibilidades de enquadrament o da
produção. c) Não dá para separ ar a produção d e uma linguagem, co mo a
car icat ura, a música, o u um filme, das condições hist ór icas em que fo i
produzida. d) As pergunt as a se fazer giram em t orno de: em que
cont ext o fo i produzido (a), por que est á represent ad o(a) daquela for ma, o
que est á sendo represent ado , e o que deixou de ser represent ado .

Vamos, a exemp lo, realizar uma aproximação de análise à let ra da


música “Conquist a do Espaço” que pode ser ut ilizada nest e est udo,
indubit avelment e, devido a apresent ar alguns ele ment o s para a discussão
de um dos per íodo s da Guerra Fr ia : a Dét ent e (1969-1979).

Cinco, quat ro, três, do is, um!


Costas quent es (s empre em frent e).
Frente fria (se mpre e m frente) .
Sang ue quent e (se mpre e m frente) .
[...]
Passo a passo à eternidade ,
U m passo e m falso: a cara no chão.
Um g rande passo pra huma nidade.
U m pequeno veneno pra cada um de nós.
- Lá do alto deve ser bo nito !
- Aqui de cima é muito leg al...
- No as falto meus tênis derret em!
Aqui e m cima nem frio nem calo r .
[...]
(Músi ca : Conqui st a do E spaç o. E n genh ei r os d o
Ha wa i i . T em po: 3m e 19s. Aut or GE SSING E R ,
Hum ber t o. Pr od. BMG. An o 1986 ).

Co m a música acima, podemos s it uar o debat e e na est eir a dos


recursos de imagem, per filar o significado da míd ia para ent ender o que
pensavam as pessoas, a população que viveu nesse co nt ext o e per íodo
ent re 1947 e 1989-1991. Dat as que dema rcam respect ivament e, o início
da Guerra Fr ia, o processo de desint egr ação do mundo so viét ico e da
bipo lar ização do conflit o ent re o Lest e e Oest e do planet a . Capit alis mo e

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co munis mo ; Blo co Ocident al, repr esent ado pelos Est ados Unidos, e m
oposição o Bloco Soviét ico , represent ado pela URSS.

A cont agem regressiva represent a a corrida espacial, e nos remet e


ao per íodo da Dét ent e (1969-1979) ; e ao t erreno das disput as ent re as
pot ências ant agônicas, Est ados Unidos e União Soviét ica, que parece m
chamar o oponent e a alçar do mínios e enfrent ame nt os para além das
nuvens: o espaço.

A chegada do ho mem à lua em 1969 repr esent a uma significat iva


conquist a, especialment e no campo da propaganda para os Est ados
Unidos. Est ar na diant eira das viagens espaciais, confer iu à pot ência
Ocident al, legit imidad e t rabalhada exaust ivament e co m os recurso s
múlt ip los de imagens à sua disposição. Revist as, fotos, f ilmes
represent aram, em cenas est andardizadas, vinhet as diversas , que at é
ho je, rememoram o fat o. A memór ia da superação de desafio s no campo
das produções de avanços rumo às viagens espaciais era e co nt inua sendo
copiosament e revisit ada. Tecida na dat a em que aco nt eceu, ela é
per iodica ment e reedit ada em co nso nância co m o Tempo Present e . A idéia
do domínio t ecno lógico est adunidense passa a ser um pensament o
inquest ionável, a ser mant ido. R eforça-se a capacidade de defesa que a s
ações gover nament ais, as pesquisas nucleares, os invest iment os e m
produção de novas t ecno logias, os armament os, confer ia m (ao menos e m
t ese) no sent ido de proporcionar a segurança ao cidadão est adunidense e
ao chamado mundo Ocident al por ext ensão.

Na disput a, a vant agem que a União Soviét ica havia conseguido


na corr ida espacial no fina l da década de 1950 e iníc io da de 1960 for a
suplant ada. Dit o de out ra for ma: esse er a o pensament o qu e se quer ia
impr imir na ment e da população do planet a. O p ensament o que dever ia
espraiar pelo mundo.

Nos embat es da Guerra Fr ia, fo ssem eles no campo ar mament ist a,


fo ssem no campo econô mico, os EUA conseguiram mant er a enor me
diant eira frent e à URSS. Essa diant eir a era result ado de um lo ngo
processo hist ór ico so mado à dest ruição da maior part e da infr a-est rut ura
indust r ial so viét ica pelas forças invasoras durant e a S egunda Guerra
6
Mundia l. Mesmo co m índices de cresciment o econô mico super ior es ao s
EUA nos a nos que sucedera m ao fim da Segunda Guerra Mundial, a
URSS ainda est ava muit o dist ant e dos pat amares de produção dos EUA.
Apesar disso, houve uma área específica em que a URSS consegu iu por
algum t empo mant er razoável vant agem sobr e os EUA: a corr ida
espacial.

E m 1957, a União Soviét ica saiu na diant eir a da corr ida espacial.
Lanço u o sat élit e Sput nik ao espaço. Depois, Yur i Gagar in de u a vo lt a
em redor da t erra em abr il de 1961, a bordo da cápsula espacia l Vost ok.
Revelo u ao mundo, uma infor mação, at é ent ã o desconhecida: a t erra é
uma imensa “esfer a” azul. Mas o final da década de 1960 t raz uma
configuração em que os Est ados Unidos ult rapassa m o est ágio de
domínio t ecno lógico da União Soviét ica. Assim, a URSS era co mument e
vist a por muit os no ocident e co mo uma ameaça real, a rondar e co locar
em r isco os valores, a posição de liderança dos EUA e a est abilidade do
chamado Mundo Ocident al. E m 1969, durant e o gover no de Richar d
Nixo n(1969-1974), os ast ronaut as est adunidenses chegaram à lua
desencadeando a maior aud iência da hist ória dos meio s de co municação
at é ent ão, est imada em aproximadament e 600 milhões de t elespect adores .

Nas densas proposições de ações, t ant o da pot ência Ocident a l


quant o da Or ient al, e dos pa íses que gravit ava m em t orno das sua s
respect iva s órbit as, est ava o fir me ent endiment o de que a capacidade
cient ífica de um país era a medida de seu progresso e poder.

Durant e a Guerra Fr ia havia aproximações e arrefeciment os no s


cont atos ent re a União Soviét ica e o chamado mundo Ocident al, liderado
pelos Est ados Unidos. Co nst ant ement e ret oma-se a divulgação de
parâmet ros de acert os, acordos, cont role de arsenais milit ares e da
produção de armas.

Tais arrefeciment os e co mpreensões não est avam, t odavia,


rest r it os ao s EUA e a URSS, t ampouco aos círcu los diplo mát icos, ou
negociações eco nô micas e às po lít icas int ernacio nais. Veja o que indica a
cit ação abaixo.

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[...] a ima gem qu e o cida dão media no p ossu ía d o
conf lit o, de u ma f or ma ger a l, estava associa da às
mensa gens veicu la das p ela gr ande impr ensa , aos fil mes ,
as canções, as hist ór ias em qua dr inhos e a outr os meio s
qu e pr odu zia m ima gens extr ema ment e ideologizadas e
est er eot ipadas do confr ont o [... ] tais font es [ ...] têm si d o
r econhecidas como de gr ande r elevâ ncia para o estu d o
dos ef eit os ger a dos p ela Gu er r a Fr ia ao longo do s écu l o
XX (M UNH OZ, 2004, p. 275) .

Ret ornando à música, é per cept ível que a let ra da canção da


banda Engenheiros do Hawaii refere- se à fa mosa frase pro nunciada por
Ar mst rong, quando da chegada do módulo lunar Eagle ( Águia) e da nave
espacial Apo llo 11, à lua. 3 Dessa for ma, pode ajudar o (a) aluno (a) a
conceber uma me lhor afer ição do significado da const rução de imagens
que a agência National Aeronautics and Space Admini st ration (N asa)
est abeleceu ao disseminar pelo mundo infor mações cuidad osament e
esco lhidas.

A frase “no asfalt o meus t ênis derret em”, parece querer fazer o
sujeit o ret ornar a realidade. Descreve um pensament o comparat ivo ent re
o dia-a-dia de labut as do t rabalho e, ao mesmo t empo, a exper iência
fís ica de se mo ver no espaço , sem a força gravit acio na l. O (a)
professor(a) pode t rabalhar aqui co m o exercíc io da cur iosidade,
convocar a imaginação, a int u ição do (a) aluno (a) para que chegue a
possíveis explicações de valores e sent iment os desse t empo passado
(décadas de 1960-70). Assim, será possíve l est imular o (a) aluno (a) à
busca do ent endiment o de que os “pont os de part ida do passado não
serão os mesmos que aqueles feit os a part ir da sua própr ia posição.”
(LEE, 2003, p. 33)

O essencia l é que o aluno (a) per ceba as difer ent es int erpret ações
sobre a t emát ica, co mpare aquilo que selecio nou para análise, co m out ras
imagens co mo as dos filmes e charges. Muit as vezes, são ilust rações
reproduzidas, pensadas, em mo ment os difer ent es e at é mesmo ,

3
Com base nos versos da canção, a informação a respeito de quem teria dito a famosa
frase: “Um pequeno passo para um homem, um grande passo para a humanidade”; pode ser
uma atividade de pesquisa nas enciclopédias e sites da internet , caso o professor(a) opte
por esta atividade no aprofundamento de estudo .

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post eriores ao fat o. Dessa for ma, o acesso a elas auxilia e se faz
necessár io para levar o (a) aluno (a) a est abelecer relações hist ór icas ent re
per manências e mudanças. Assim, buscamo s a possibilidade de o aluno ,
ao adquir ir maior do mínio e a mpliar sua capacidade de análise, ser capaz
de resignificar o papel, por exemplo, dos personagens e de suas at uações.
Há infor mações inst ant âneas que chegam ao público em geral, ao assist ir
a t elejor nais, ler revist as e jor nais . O aluno e a aluna, co m pouco acesso
ou mesmo possuindo leit uras diver sas , precisa submet ê- las ao crivo do
processo co mpar at ivo , que valide ou não, a sua veracidade, fr ent e a
novas evidências e aos document os a que t em acesso em seus est udos .

4 - O lugar, e uma periodização enunciam o debate.

Há aut ores que se dedicam à análise dos meandros de st e t ema.


Est abelecem delimit ação de per íodos int ernos ao processo hist órico da
Guerra Fr ia. A produção hist oriográfica relacio nada a esse campo de
est udos t em r ecebido cont r ibuições que auxiliam so bremaneir a , o
ent endiment o das po lít icas ext er nas das pr incipais nações do planet a
ver ificadas nos últ imo s 60 anos.

A queda do Muro de Ber lim (1989) e o pr ocesso de desagregação


do mundo so viét ico , décadas de 1970 a 1990 , marcar am pro fundament e a
hist ór ia recent e da humanidade. E nt retant o, muit os a inda ao vere m
filmes, revist as co memorat ivas, docume nt ár ios, co mo a exemp lo, a s
recent es edições que celebr a m os 50 anos da Nasa 4 ou os 20 anos do fim
dos regimes pró -soviét icos na Europa Or ient al pedem infor mações,
debat em e pergunt am: O que fo i? Quando começou? Co mo t erminou a
Guerra Fr ia? Para a maior ia dos est udiosos do t ema, a Guerra Fr ia, co mo
a que exist iu ent re o final da II Guerra Mundia l (1939 -1945) e a cr is e
dos regimes de eco no mia planificada (1989 -1991), não mais exist e. No

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Entre estes materiais editados estão o DOCUMENTÁRIO NASA 50 anos de Missões
Espaciais. Discover y Channel. Disco 1 e 2. Filme 1: Projeto Mercury; Filme 2: Projeto
Gemini; Filme 3: Projeto Apollo; Filme 4: Exploradores da Lua; Filme 5: Ônibus
Espacial; Filme 6: Passeios em Órbita. Legenda em Português. Distribuição: Discover y
Communications, LLC e Editora Abril-Superinteressante, 2009.

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ent ant o, se podemos nos at rever a fechar ou a delimit ar um per íodo de
análise, ent re os anos de 1947-1991, para o est udo da Guerra Fr ia; o
mesmo não se pode fazer co m o conce it o. O conceit o não est á fechado.
Merece novas incursões, po is vêm ganhando novos significados . E m
subst it uição ao ant igo conflit o Lest e-Oest e (cap it alis mo ver sus
co munis mo), surgem no vos inimigos no campo das just ificat ivas para as
ações est adunidenses. Ho je alguns mencionam uma no va Guerra Fr ia a
envo lver o Nort e e o Sul; out ros falam de uma no va Guerra Fr ia .

A revisão do t ema cobra do hist or iador uma análise cr it er iosa do


cenár io geopolít ico glo bal nos anos da Guerra Fr ia , e demanda a
co mpreensão dos int eresses em disput a e dos projet os de hegemo nia das
duas superpot ências glo bais. Nesse aspect o é import ant e obser var mo s
que a Guerra Fr ia não fo i um processo est át ico. Os at ores nela
envo lvidos não se co mport aram de maneira unifor me. Assim, é possíve l
delinear a exist ência de fases nas quais se pode det ect ar um cert o padrão
de co mport ament o dos pr incipais co nt endores. Fred Hallida y, em The
Second Cold War (1983), co m mu it a propriedade vis lumbra esse padrão e
est abelece u ma leit ur a bast ant e oport una dos diferent es per íodos do
conflit o, dos fat os e das disposições de int er mediações e negociações ,
em me io às t ensões da chamada Guerra Fria, ou const rução do mundo so b
int ensa r ivalidade.

A per iodização de Halliday nos indica a seguint e disposição de


fases: Pr ime ira Guerra Fr ia (1946 -1953), Período de Ant agonis mo
Oscilat ór io (1953-1969), Dét ent e (1969 - 1979) e a Segunda Guerra Fr ia
(após 1979). Co mo est e autor chega à leit ura est abelecendo est es
limit es? Os fat os que demar car iam campos t emporais co m rupt uras. Para
Halliday, a mort e de Joseph St alin em 1953 e a eleição de Dwight
E isenhower (Part ido Republicano), que passa a ocupa r a cadeir a de
president e est adunidense, na Casa Branca. O per íodo subseqüent e fo i
mar cado pela aproximação de ambos os lados, quebr ada per iodicament e
pela emer gência de co nflit os co mo a invasão da Hungr ia por tropas do
Pact o de Varsóvia (1956), a Revo luçã o Cubana (1959), a derrubada de
um avião de espio nagem est adunidense (U-2), que invadiu o espaço aéreo

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soviét ico (1960), as t ent at ivas de inva são est adunidense à Baia dos
Porcos que levou a cr ise dos mísseis cubanos , em out ubro de1962 ; esses
fat os, cada um a seu t empo, criaram novos impasses.

A exposição das idéias, dest e pont o para frent e cent ra-se nesse
eixo da divisão dos per íodos da Guerra fr ia. O foco t emát ico ele it o va i
gradat iva ment e, assumindo a for ma abaixo ; e se fechando na Dét ent e
(1969-1979), ainda que para dar at enção a alguns fat os, realize recuos,
necessár ios à co mpreensão do processo hist órico .

5 - A Détente.

No cont ext o da Guerra Fr ia, a Dét ent e corresponde a um per íodo


em que, EUA e URSS buscaram o r elaxament o das t ensões e fir mara m
acordos para a redução e o cont ro le de ar mament os. Est a fase da Guerra
Fr ia fo i mar cada por relações que co mport avam t ant o a cooperação
quant o a compet ição.

Qual o significado do t er mo Dét ent e ? A Palavra t em procedência


francesa, e é ut ilizada na diplo maci a para deno minar a dist ensão polít ic a
ent re Est ados. Na década de 1960, o t er mo fo i empregado por Char les de
Gaulle (1890-1970) ao se refer ir ao relaxament o ocorrido nas t ensões
ent re a França e a URSS. Logo, foi t omado para deno minar a
aproximação nas relações ent re os EUA e a URSS. Por fim, Dét ent e fo i
empregada para definir a dist ensão ent re os blocos Soviét ico e Ocident a l
(MUNHOZ; GONÇALVES, 2004, p. 217).

Tant o no campo est adunidense quant o no soviét ico não fora m


poucos os obst áculos à execução das po l ít icas de dist ensão.
Pr incipalment e nos EUA, a oposição acusava o governo de efet uar
concessões inaceit áveis e procurava co nvencer a opinião pública que ela s
poder iam levar ao fort alec iment o e ao encorajament o do adversár io. Na
União soviét ica, as t ensões no campo das e lit es foram menores. Porém,
diss ident es que apo iavam à Dét ent e afir mavam que ela não implicou na
expansão das liberdades demo crát icas no país.

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Durant e a fase da Dét ent e, apesar da cr iação de canais d e
co municação e da busca do diálogo ent re a s part es em conflit o, houve o
acirrament o dos ânimos em diferent es mo ment os, demonst rando um
quadro dessas disposições e proposições mar cado por avanços e recuos,
acert os e desacert os ent re os blo cos.

Assumindo a perspect iva de pr ior izar mos fat os que ajud em a


ent ender as for mulações de enfr ent ament os, recuos de disposições e
int enções po lít icas, foquemo s nossa at enção em um per ío do de
ent ranhados conflit os: o início da década de 1960. De in ício ,
sublinha mo s as caract er íst icas paradoxais d a chamada fase de equilíbr io
oscilat ór io compreendida ent re 1953 e 1969 que co mport ava per ío dos de
grande est abilidade int ercalado s por moment os de real r isco de u m
confro nt o ent re as duas superpot ências.

E m 13 de agost o de 1961, mais precisament e, nos limit es


t emporais ent re a no it e de 12 de agosto e a madrugada do dia 13 de
agost o; na capit al da Alemanha Or ient al (RDA) , co meça va a ser
const ruído o Muro de Ber lim, símbo lo da divisão da Europa e do mundo
em blo cos ant agônicos durant e esse per ío do da Guerra Fr ia.

[... ] unida des da P olícia Civil e do E x ér cit o Naciona l da


RDA (R epúb lica D emocr ática Alemã ), leva nt aram cer cas
de ar ame far pado entr e o s et or s oviét ico e os tr ês s et or es
ocidentais de Ber lim (45 km de compr iment os nor t e-s ul),
s epar ando Ber lim Or ienta l e Ber lim O ciden ta l, assi m
como a o r edor de t oda Ber lim O cidenta l, s ep arando -a do
r est o da RD A (120 km). Algu ns dias dep ois, essas
instalações pr ovis ór ias for a m subst itu ídas por u m mur o
de concr et o intr ansp onível, e qu e f icou conhecido p el o
nome de „Mur o de Ber lim‟. (FROT SCHER, 2004, p.595)
O objet ivo da elevação dessa barreira ent re os set ores: impedir a
passagem de ale mães do Lest e par a o Oest e de Ber lim. O lado Oest e , sob
o cont role Ocident al desde o per íodo pós-Segunda Guerra Mundia l,
mar cado pela capit ulação e derrot a do nazifacis mo na Europa, difundiu
os valor es e confort os Ocid ent ais, reforçados pelo s pesado s
invest iment os dos EUA. Como result ado dest es invest iment os, a Ber li m
Ocident al assu miu a aparênc ia de v it r ine do capit alismo . E m cont ínuos
mo viment os individuais ou de pequenos grupos, sobret udo os

12
t rabalhadores mais qualificados do lado Lest e procuravam migr ar.
Assim, diar ia ment e cent enas e mesmo milhar es deles, passaram para o
lado ocident al da cidade, o que provocava fort es convulsões na econo mia
do lado orient al da Alemanha, so b cont role da União Soviét ica, a que m
coube, segundo os acordos de Ia lt a, assinados em Fever eiro de 1945, a
part e menos indust r ializada da Ale manha e onde , especificament e se
lo calizava a cidade de Ber lim. Pr ime irament e, r est rições co meç aram a
ser cr iadas t rês anos aproximadament e, após o fim da segunda Guerra; e,
por fim, co m a const rução do Muro em 1961, se impedia co m r igor, a
cir culação ent re as diferent es part es da cidade (MUNHOZ, 2009, p.58) .

Ent ret ant o, o cont ext o que deve ser pens ado o processo de busca
de cont role do t err it ório da Alemanha, fo i definido muit o ant es dos ano s
1960. E le nos remet e co mo já mencio namos, aos acordos de Ialt a,
fir mados em fevereiro de 1945 e rat ific ados em Pot sdam, no mês de
julho -agost o, dest e mesmo ano . Segundo os t er mos dos acordos, a porção
orient al alemã est ar ia so b influência t ot al da URSS. Acima de t udo, u m
dos element os cent rais em t er mo s do debat e à po lít ica aliada para o
t errit ório ocupado , fo i a chamada t emat ização sobr e o fut uro da
Ale manha após o encerrament o do conflit o . D iscussão t ravada desde
ant es do desmoronament o fina l do Est ado alemão em 1945. Moraes , ao
analisar o conjunt o de regula ment ações e prát icas adot adas pelas quat ro
forças de ocupação no t errit ório ale mão, indica que

[...] desde a Co nferência de Casablanca ( janeiro,


1943), passando pelas de T eerã (dezembro, 1943),
Québec (set embro, 1944), Ialt a ( fevereiro, 1945),
Pot sdam ( julho -agost o, 1945), foram t rat ados co m
progressivo det alhament o t emas co mo a divisão da
Ale manha, sua desmi lit ar ização, o est abeleciment o
de reparações, a reconst rução econômica e a
reest rut uração da sociedade e do Est ado (2004, p.
215).
Co mo se const it uíra m aspect os favoráveis a URSS ? Pode ser
credit ado t al respeit o e espaço conquist ado , à colossa l dest reza e jogos
de est rat égia demo nst rada nos campos de bat alha ? Veja mo s co mo se
desenro la est e processo de co nst rução de uma posição favorável no
campo diplo mát ico e na opinião pública int er nacio nal. E m mo ment o

13
ant er ior, durant e o desenro lar dos enfrent ament os da Segunda Guerr a
Mundia l, a part ir de 1942 a o fensiva soviét ica se apresent ou . O Exércit o
Ver melho inic iou uma vult osa co nt ra -ofensiva na região do Rio Volga. A
pr incipal dessas Bat alhas fo i a de St alingrado (17 de julho, 1942 a 02 de
fevereiro de 1943). Ho uve rendição e debandada das forças milit ares do
E ixo. Ent re julho e agost o daquele ano, os alemães lograr am realizar
novas incursões o fensivas dest inadas a subjugar Kur sk. Cont udo, o s
invasores foram det idos pelo E xércit o Ver melho que realizou out ra
cont ra-ofensiva ao adent rar pela região de Dnieper 5, impondo a cont ínua
ret irada às t ropas invasoras ( MUNHOZ, 200 9, p. 51).

Assim, a s it uação t ravada nos campo s de bat alha confer ia


crescent es ganhos e só lidas co nquist a s a União Soviét ica, e m decorrência
das derrot as impost as às forças do Eixo e, post erior ment e, devido ao
avanço do Exér cit o Ver melho pela Europa Cent ral e Or ient al, enquant o
os EUA e a I nglat erra se co ncent ravam nas bat alhas do Medit errâneo
cr iando as condições para que as forças soviét icas fo ssem as pr imeiras a
chegar a Ber lim. Essa et apa que co locou fim a Segunda Guerra Mundia l
na Europa, deixou à mo st ra suas habilid ades de co mbat ent e, e o rancor
das t ropas da União Soviét ica, que t inham vivo na memór ia, as recent es
invest idas e dest ruições pelas forças milit ares alemãs em t err it ório
soviét ico . S it uação que precedeu o efet ivo cont role dessas regiões e , por
seu lado , just ificava m as exigências de reparações requer idas . Dessa
for ma, era inevit ável r econhecer a supremacia so viét ica. Mesmo e m meio
aos acert os, desacert os e as explorações de acordos diplo mát icos,
Frank lin Delano Roosevelt (1892 -1945) , represent ant e dos Est ados
Unidos, e Winst on Leonard S pencer Churchill( 1874 -1965), represent ant e
do Reino Unido , precisaram consensualment e se cur var frent e à força do s
avanços e libert ações realizados pelos exércit os soviét icos em regiõ es
ocupadas pelo E ixo.

5
O Rio Dnieper se apresenta como elo e ligação entre os gelados montes Valdai, na
Rússia, e a região meridional e mediterrânea da Criméia, na Ucrânia, é o quarto rio da
Europa em extensão, somente é menor do que o Volga, o Danúbio e o Ural. (Atlas da
História do Mundo, 1995, p. 268-269; e Almanaque Abril, 2008, p. 620).

14
S it uação import ant e nesse per íodo ant er ior a const rução do Muro,
foram os crescent es desacordos ent re a União Soviét ica e as out ras t rês
forças de ocupa ção a divid ir e se aviz inhar (ladear) no t errit ório alemão .
No final de 1946 os EUA e o Reino Unido associaram as suas zonas,
dando origem à chamada bi-zona. No início de 1948, a França passou a
int egrar esse blo co dando origem a uma t ri-zona ocident al em Ber lim.
E m 20 de mar ço de 1948, os soviét icos ret iram - se da reunião da
“Co missão de Cont role Aliado”, quando os Ocident ais insist iram na
cr iação de uma moeda única para a Alemanha. P ara os soviét icos, a
unificação mo net ár ia era uma est rat égia para inviabi lizar a eco no mia das
áreas sob o seu cont role (MUNHOZ, 200 9, p. 58).

E m julho de 1948, a União Soviét ica, oport unizada pelo fat o da


cidade de Ber lim est ar s it uada na porção orient al da Ale manha, so b sua
ocupação, decidiu impor o complet o blo queio ao tr áfego ent re a part e
ocident al do país e Ber lim. E m respost a os EUA passaram a mant er a
econo mia e mer cado do lado Ocident al. Abast ecendo co m vôos diár ios e
garant indo o padrão de consumo da população na ár ea Ocident al da
cidade.

Tendo em vist a a sua ineficác ia, o bloqueio fo i suspenso em 12


de maio de 1949. Ent ret ant o, durant e a fase do bloqueio, cada um do s
oponent es, União Soviét ica e os t rês represent ant es Ocident ais,
repuser am forças e reorganizaram a sua área de cont role. Nesse mesmo
mês de maio fo i cr ia da a República Federal da Alemanha ( Alemanha
Ocident al) e, em out ubro, a República Democr át ica da Alemanha
(Ale manha Or ient al).

Inevit áve l fo i nos anos seguint es, a evas ão const a nt e de jo vens


qualificados da Alemanha Or ient al para a Ber lim Ocident al. No in t er valo
ent re o ano da cr iação da RDA (1949) e a const rução do Muro, fora m
cerca de do is milhões de fugit ivos de um t ot al de 16 milhõ es de
habit ant es (SWIFT, 2003, p. 21).

Foram vint e e o it o anos de t est emunho e de per manência daquela


imensa est rut ura a divid ir o povo ber linense. Erguido no auge da t ensão
ent re os ex-aliados na ant iga capit a l do Reich, o Muro vinha consagrar
15
em concr et o e arame farpado uma rupt ura que já advinha de quando os
Aliados, represent ant es das democracias mundiais, co mbat iam, ainda
ombro a ombro, a Alemanha nazist a.

Na no it e de 9 para 10 de nove mbro de 1989 , subit ament e, t udo se


precipit a. Surgem as pr ime ir as picaret as que at ingem a parede de
concret o . Ficam as imagens do pr ime iro pedaço do Muro no chão, da
mult idão em delír io, dos abraços e vozes alt eradas que inundam a no it e.

Co m o Muro desaba o mais cruel símbo lo da divisão da Europa


desde 1945. Dez meses mais t arde, a Ale manha fo i reunificada. Os
últ imos reg imes co munist as que resist iam no lest e t ombavam um a u m
nas semanas seguint es. A 10 de novembro, Hrist ov Todor Zhivkov(1911-
1998) é afast ado do poder em S o fia, na Bulgár ia; a 17, dá-se a revo lução
de veludo na Checoslo váquia. A 22 de dezembro, Ceausescu (1918-1989)
era derrubado na Ro mênia. O regime Albanês fo i o últ imo a cair,
sobrevivendo at e à Primaver a de 1991 (PE REIRA, 2001, p. 35 -36). Caía m
por t erra os baluart es do sist ema t raçado em Ialt a e Pot sdam (1945).

Os alunos poderão pesquisar e apresent ar um quadro de


depo iment os de pessoas que t est emunharam os do is mo ment os , ligados a
const rução e a derrubada do Muro de Berlim , det endo -se co m est a opção ,
à sit uação da Ale manha 6 durant e a Guerr a Fr ia . As imagens que est ão
disponibilizadas em bancos de imagens públicas na int er net , ajudarão a
est abelecer um campo de visão que rela cio ne a escr it a de jor nalist as,
analist as po lít icos e hist or iadores , à ext ensão dos fat os vividos por
ho mens e mulheres da Ber lim Ocident al e Or ient al , relat ados no s
depo iment os.

Out ro episódio de relevo e de t ensões a envo lver as duas


pot ências, deu- se quando a União Soviét ica, dispensando at enção ao

6
A Jornalista Jutta Voigt, nascida em 1941, relata em uma entrevista concedida a Grit
EGGERICHS (jornalista na Alemanha), e editada na FOLHA DE SÃO PAULO, Caderno
Mais, 8 de novembro de 2009, p. 5, o que pensava na época sobre a construção do Muro:
A possibilidade de utilizar o câmbio mais forte e comprar tudo mais barato do lado
oriental segundo ela, foi uma prática recorrente: “[...] Como muitos intelectuais e artistas,
vibrei com a construção do Muro.[...] Pensava que o muro afastaria os berlinenses
ocidentais que vinham aqui, para trocar um marco ocidental por cinco orientais.
Compravam tudo mais barato[...] ” e retornavam para o lado ocidental de Berlim .

16
cerco que os Est ados Unidos lhe fazia, ao inst alar mísseis de médio
alcance na Europa Ocident al reso lveu revidar, mo nt ando bases de at aque
aéreo em Cuba. Nesse mo ment o houve per igo de uma guerra nuc lear a
envo lver as duas superpot ências mundia is. Os so viét icos fora m
convencidos pelo gover no revo lucio nár io cubano a prot egerem Cuba co m
art efat os nucleares e responderam ao pedido. Os so viét icos encet aram a
inst alação de 24 mísseis nucleares na ilha. Não obst ant e, em out ubro de
1962, os ser viços de int eligência dos EUA det ect aram as at ividades
soviét icas na região. I mediat ament e, o president e dos EUA John
Fit zgerald Kennedy ( 1917-1963) deu um ult imat o ao premiê Soviét ico
Nik it a Khruschev(1894-1971). Após muit a celeuma e negociações
ext enuant es, os soviét icos co ncordaram em ret irar os mísseis de Cuba.

Quant o ao cont ext o de Cuba, a ilha vivia um processo sob fort e


impact o da Revo lução, ocorrida em 1959. Declarada socialist a em 1961 7
e administ rada por Fidel Cast ro (1926-), de ant iga aliada co mercial do s
Est ados Unidos, passou a ó rbit a soviét ic a em me io à cr ise que so freu
quando a quase t ot alidade d e seu co mércio ext er ior cesso u, em razão do
blo queio est adunidense 8.

Dest aca- se o fat o de Cuba, em pleno cont inent e amer icano, ser
um po nt o de onde se poder ia at ingir o t errit ór io, a população e o coração
do governo est adunidense, em quest ão de minut os. Assim, houve
inst abilidade, aument o de impasses, a despeit o de at é ent ão muit as
reaproximações se fir mar em. Um exemp lo dessas ap roximações se deu
quando Nik it a Krushchev, o dir igent e máximo da URSS, vis it ou os EUA
pela pr imeira vez na hist ór ia , em set embr o de 1959 .

7
A partir desse início de década de 1960, c onforme PORTANTIERO (1989) cabe aqui
referir, ainda que não seja o propósito d esse estudo, com a Revolução Cubana , não
somente a ilha ficou sob o impacto de mudanças. I rradiaram-se influên cias sobre o ideário
dos movimentos guerrilheiros e da hist ória do marxismo latino-americano.
8
“As relações comerciais com os EUA compreendiam 67% das exportações e 70% das
importações da ilha e cessaram completamente por iniciativa estadunidense. [...] Essa
crise foi parcialmente superada com a aproximação inicialmente comercial, e depois
política e ideológica, da URSS, único país do mundo em condições de substituir os EUA
como fornecedor de produtos industrializados e como mercado para o açúcar cubano. Esse
período foi caracterizado pela contínua pressão dos EUA contra o país” ( BARÃO, 2004,
p. 203).

17
E mbora os Est ados Unidos det ivesse m uma esmagadora
super ior idade em t er mos de ogivas nucleares e sist emas de lançame nt os,
frent e ao vo lume de ar mas nuclear es operacio nais da União Soviét ica,
t emia a possibilidade de um ou do is mís seis soviét icos at ingirem pont os
na Amér ica ou, em seu t err it ório . O president e Kennedy se co mpro met eu
publicament e, a não fazer novas incur sõ es e t ent at ivas de invadir Cuba ,
em t roca da concordância de Krus hchev de ret ir ar suas ar mas d a ilha e,
ainda, assinou uma clausula secret a em que se dispunha a ret irar os
mísseis de alcance int er mediár io , inst alados na Turqu ia 9, co m capacidade
de at ingir e m áreas nevrálgicas do t erritório soviét ico. Por seu lado,
Krushchev cedeu e deu iníc io a ret irada dos foguet es de Cuba,
aparent ando para a opinião pública ser o perdedor na queda de br aço.
I magem aparent e, no mínimo quest io nável, segundo a int erpret ação d e
muit os hist or iadores, já que o gover no da União Soviét ica pro jet ou sua
imagem e a da nação ao mundo , e fort aleceu o gover no socialist a cubano
de Fidel Cast ro , um país próximo aos Est ados Unidos.

Após int ensas negociações diplo mát icas, desse event o que quase
levou o mundo ao conflit o nuclear, resultou a adoção de medidas 10 por
part e dos EUA e da URSS co m o objet ivo de facilit ar o diálogo
diplo mát ico e evit ar que no vos conflit os dessas proporções viessem a
ocorrer no fut uro. O debat e dessa quest ão é bast ant e complexo at é os
dias de ho je. Assim, é necessár io ressalt ar que t ant o os E UA quant o a
URSS possuíam o domínio da produção d e ar mas at ômicas. Os Est ados
Unidos desde 1945, fat o colocado à most ra, no at aque de agost o de 1945
às c idades de Hiroxima e Na g azaki. Já a União Soviét ica alcançara o

9
Os Estados Unidos possuía m mísseis instalados na Europa Ocidental na Turquia e no
Alasca. Revista Grandes Guerras: Tudo de Novo no Front. Edição 31, out. de 2009, p. 38.
É importante complementar que segundo CHOMSKY. In: Thompson et al. (1985, p. 189):
“[...] Kennedy [...] relutou em aceitar um acordo que incluísse uma completa retirada dos
mísseis russos de Cuba em troca da retirada simultânea dos mísseis norte-americanos da
Turquia – muito embora eles fossem obsoletos e já tivesse sido emitida uma ordem de
retirá-los antes da irrupção da crise, visto que estavam sendo substituídos por submarinos
Polaris”.
10
“A assim conhecida “Crise dos Mísseis” estimu lou a criação de mecanismos de
negociação para evitar uma possível guerra nuclear, como a instalação do telefone
vermelho entre Moscou e Washington, e o acordo de 1963 que proibia testes nucleares
submarinos, atmosféricos e no espaço. A deposição de Krushc hev em 1964 não promoveu
significativas alterações nas relações entre os dois países” (MUNHOZ; GONÇALVES,
2004, p. 217).

18
st at us de produtora de bo mbas at ômicas em 1949 11. Nesse sent ido, de
acordo com Er ic Hobsbaw m:

[...] a própria cert eza de que nenhu ma da s


superpot ências ir ia de fat o querer apert ar o bot ão
nuclear t ent ava os do is lado s a usar gest os nucleare s
para fins de negociação , ou (nos EUA) para fins d e
polít ica int er na, confiant es em que o out ro t ampouco
quer ia a guerra. Essa confiança revelou -s e
just ificada, mas ao cust o de abalar os ner vos de
vár ias gerações (HOBSBAWM, 1995, p . 227).

O per íodo da Dét ent e apresent ou contrast es e configurações


difer enciadas. Diver sas aproximações ent re EUA e URSS podem ser
ver ificadas em difer ent es áreas . Dest acam-se o Trat ado Ant imíss il
Balíst ico de 1972, os t rat ados de limit ação de ar mas nuc le ares (Salt -I,
1972) ; o Trat ado de Helsinque (1975), em que os EUA reconheceram a
esfera soviét ica no Lest e da Europa; a cooperação na área cient ífica,
expressa na missão espacial Apo llo -So yuz. Ainda, os EUA reforçara m
seus laços co m os aliados europeus e o Japão, ou seja, países que
dispunham de econo mias poderosas. Mas, t ambém houve aproximação
co m a China e explor ação da clássica r ivalidade sino - soviét ica. A China
ingr essou na ONU(1971) e passou a fazer part e do seu Conselho de
Segurança. A emergência de conflit os no chamado Terceiro Mundo, a
invasão do Afeganist ão pela URSS, em 1979, a posse de Ronald Reagan,
em 1981, inviabilizaram a dét ent e e a Guerra Fr ia adquir iu co nt ornos
semelhant es àqueles da sua pr imeir a fase, t endo em vist a o carát er
conser vador da polít ica est adunidense.

6- Guerra Fria: Os Desafios de Ensino e Análise.

Cons ideradas as quest ões acima apont adas o professor pode


encaminhar uma at ividade em que os alunos rea lizem aprofundament os,
co mparando est e per íodo , o das dispos iç ões da Dét ent e, com o per íodo
post erior, da deno minada “S egunda Guerra Fr ia” (1979-1991). Para a
pesqu isa é necessár io indicar sit es e disponibilizar filmes, encic lopédias,

11
Leia HOBSBAWM, Eric. Era dos Extremos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 227.

19
livros e revist as que apresent em r eflexões sobr e a D ét ent e, e o período
ant er ior. A inst alação de mísseis em Cuba, e a derrubada do avião (U-2)
e o apr isio nament o do pilot o dos EUA no espaço aéreo so viét ico (1962) ,
são fat os que podem ser apro fundados. Alé m disso, oport unament e, é
possível encaminhar um rot eiro para que se proceda a elaboração de uma
discussão sobre as duas per spect ivas de sociedades da década de 1980.
Na URSS, a t ransfor mação do socialis mo soviét ico por meio de refor mas
de carát er eco nô mico, co mo a P erest roika (Reest rut uração), e de abert ura
polít ica, co mo a Glasnost (t ranspar ência), de Gorbachev. Nos Est ados
Unidos, o projet o “I niciat iva de Defesa Est rat égica”, que ficou
conhecido como pro jet o “Guerra nas Est relas”, planejado pelo
Depart ament o de Est ado est a dunidense, sob o gover no Ronald Wilso n
Reagan(1911-2004). A for mação das Comun idades de Est ados
Independent es ( CEI) no lest e europeu, as abert uras polít ica s
const it uídas, a exemplo, na Bulgár ia , Tchecoslo váquia, Ro mênia e
Albânia, podem ser subt emas para a pesquisa .

Diversos filmes podem ser ut ilizados par a o est udo. O filme “Os
13 dias que Abalar am o Mundo” , por exemplo, produzido no ano 2000,
sob a Dir eção de Roger Donaldso n, apr esent a a sit uação de conflit os
represent ados, co m fort es cont ornos de um mundo bipo lar izado . O
enredo se desenvo lve no cenár io da inst a lação dos mísseis, i nic iada pelo s
soviét icos em Cuba, no ano de 1962. O filme assume uma co nst rução de
leit ura realizada, pr inc ipalment e, a part ir do ângulo dos Est ados Unidos.
Uma propost a de rot eiro pode cent ralizar o ent endiment o do papel da
diplo macia na condução dos acor dos. De um lado, a dip lo mac ia soviét ica
e do premier Krushchev e, de out ro, a est adunidense, cent rada e m
personagens co mo o president e John Kennedy, o Secret ár io da Defesa ,
ent re 1961-1968, Macnamar a(1916-2009), e seus auxilia res. Há
exploração e uso de personagens fict íc ios na produção da t rama 12, mas o
enquadr ament o de disposições e co nversações po lít icas ajuda a
co mpreender o mo ment o hist órico. O(a) professor(a) pode apresent ar

12
Ao lado disso, frisar que qualquer obra fílmi ca, nos remete muito mais questões
contemporâneas ao momento de sua produção, de que necessariamente à época que
procura representar efetivamente.

20
uma fic ha t écnica da produção do filme com infor mações sobre o diret or
e rot eir ist a. Suas simpat ias po lít icas , exper iências, envo lviment os,
ligações, co mpro missos, ao longo de suas t rajet órias pro fissio nais, os
financiadores da produção precisam est ar ali indicados nest a ficha
t écnica. Os alunos podem junt ament e com o professor leva nt ar os fat os
hist ór icos present es no filme . A seguir, realizar as invest igações
necessár ias para co mpr eender o processo hist ór ico em sit es da int er net ,
livros, revist as e enciclo pédias.

Out ro filme , “Ar mageddo n”, produzido nos Est ados Unidos no
ano de 1998, sob a direção de Michael Bay, pode const it uir abordagem a
part ir de out ra perspect iva. Sobret udo, ao co locar em evidência cr ít icas à
polít ica de Est ados a mant er vult osos orçament os financeiros, dest inado s
à pesquisa e à produção de ar ma ment os e t ecno logias espacia is,
aprovados pelo s congressist as e agências gover nament ais, mesmo em u m
mundo não ma is vo lt ado às relações de conflit os nos mo ldes da Guerr a
Fr ia. Os per sonagens encenam ironias e sarcasmo s, devido às peças de
reposição na nave não funcio nare m. Pode-se infer ir que são cr ít ica s
feit as à qualidade dos produt os elet roelet rônicos, co locados em t empos
de glo balização no mercado, e à amplia ção das produções em sér ie ou
linhas de mo nt agens quest ionáveis , no mundo pós década de 1990. No
filme Ar mageddo n, as per sonagens se unem em t orno de um objet ivo :
dest ruir o ast eróide que ameaça a sobrevivência do planet a Terra. Out ro
pont o que pode ser explorado, diz respeito ao fat o do filme r epresent ar
uma ho menagem ao aniversár io dos 40 anos 13 de cr iação da Nasa. É
necessár io , ao lado disso, discut ir a mensage m pr incipal do document o
fílmico , po is possui mensagens ambíguas que podem, muit as vezes,
suscit ar diver sas int erpret ações. A sit uação privilegiada e hegemô nica da
indúst r ia filmográfica est adunidense, exige at enção redobrada, não
necessar iament e para pro mo ver uma vis ão ant i- imper ia list a, mas par a
problemat izar valores veiculados co mo verdades abso lut as.

Os alunos de uma t ur ma podem ser convidados a desenvo lver


uma análise organizando -se a part ir d e rot eiro específico que, e m

13
Essa informação é referenciada nos créditos do filme.

21
pr imeiro lugar, definidos os grupos, pont ue um br eve r esumo da
produção filmogr áfica . Um dos grupos pode at ent ar para a t rilha so nora;
out ro grupo levant ar o elenco e per sonagens; as simulações, os símbo lo s
de nações, empr esas; o t erceir o grupo, pesquisar a Dout r ina Bush, já que
o filme desenvo lve-se no cont ext o da administ ração de George Walker
Bush(1946- ). O quart o grupo, apresent ar oralment e uma exposição
recont ando o enredo do fi lme. A propost a de desenvo lver est a análise
co let ivament e, precisa ser feit a em um clima de desafio s aos aluno s
propondo a exemp lo, dramat ização, represent aç ões na for ma de desenho s
e a escr it a de um t ext o cr ít ico .

Ao fina l, na exposição de análises dos filmes, - seja qual for a


opção ent re est as duas sugest õ es de obr as cinemat ográficas-, é preciso
munir t ant o alunos e alunas, quant o professor ou professora da seguint e
disposição de argument os a envo lver o processo ensino - aprendizagem:

1- Os filmes merecem ser ent endidos e percebido s não co mo


diversão apenas, mas co mo um produto cult ural capaz de co municar
emoções e sent iment os, e t ransmit ir infor mações (BITTENCOURT, 2004,
p.253).

2- Há pergunt as a serem feit as a os document os, em seus


difer ent es for mat os. Ent re as quais sit u amo s as ma is cent rais: a) E m que
realidade hist ór ico -social fo i produzido ? Qual o fat o ou o processo
hist ór ico que o aut or pe squisou ? Qual a t emporalidade e o lugar em que
se ver ificou o fat o t emat izado ? Por que est á represent ado daquela
maneira ? Fo i produzido por um grande gr upo de co munica ção, um único
pesqu isador, inst it uição independent e ou organização gover nament al ?
São pergunt as que ao serem r espo ndidas, podem ajudar a est abelecer
novas conceit uações e int erpret ações , ainda que não se esgot e m a s
possibilidades de leit uras aos fat os e fo nt es document ais.

Por fim, diant e do expost o, pode se dizer que , ao ut ilizar


difer ent es document os e recursos de aprend izagem no ensino, damo s
for ma, a nossa busca incessant e de subsídio s que ampliem a percepção e
a co mpreensão do processo hist ór ico est udado.

22
- Conclusão Provisória.

A história da Guerra Fria (1947-1989-91) foi marcada por uma longa


e intensa relação de rivalidade entre duas potências, Estados Unidos e União
Soviét ica, que embora tenham se colocado como aliadas durante a Segunda
Guerra Mundial apresentavam estruturas polít icas e econômicas antagônicas.
Como se formularam em seus traços particulares as rivalidades entre essas
duas potências?

Pr imeiro, a Guerra Fria foi vivenciada por duas ou três gerações a


em um cenário de desesperança, sob o pó dos escombros da Segunda Guerra
Mundial (1939-1945) ainda a assentar. Ao lado disso configura -se num
período, episódio em que as duas potências com poder polít ico -militar,
originados das conquistas durante a guerra contra o Eixo, demarcaram a
definição de uma nova ordem de competição, muitas vezes, de
reordenamento de alianças e cooperação internacional. Em seu início, a
organização que passaram a traçar acabou por estabelecer áreas de influência
e o mundo ficou dividido.

Segundo, havia uma arquitetura de poder no horizonte da Guerra


Fria. De acordo com a lógica do conflito, de um lado, os Estados Unidos
construíam a visão de um inimigo (a União Soviét ica), e estendiam o clima
de desconfiança a todas as nações que se aproximassem dela. Ainda mais que
isso, governos reformistas nas mais diferentes regiões do planeta eram
tratados como adeptos do comunismo, o que era empregado para justificar
(mesmo que de forma não muito convincente) inúmeras intervenções
militares e violações de soberanias territor iais de nações formalmente
independentes. Por outro lado, em períodos mais tensos da Guerra Fria
qualquer movimento popular, organização partidária e resistência que
combatesse um governo alinhado aos Estados Unidos, imediatamente
recebiam o apoio da União Soviética. Uma regra principal havia, hoje
sabemos nunca transposta: a inviabilidade da realização de confronto s
diretos a envolver os Estados Unidos e a União Soviética (pois poderia dar
forma a uma Guerra total).

23
Terceiro, dois momentos são considerado s para muitos estudiosos
como bastantes próximos de se desencadear um conflito nuclear: o da Crise
dos Mísseis em Cuba (1962), o processo ligado ao bloqueio da cidade de
Berlim em 1948-9 e a construção do Muro (1961) separando as três áreas
ligadas ao Ocidente no território de Berlim, da área sob a influência da
União Soviética. Apesar de mantermos uma exposição mais ampla da Guerra
Fria, procuramos aprofundar alguns aspectos que cercaram esses dois
eventos, que sem sombra de dúvida deixaram-nos a beira de uma guerra total
e aniquiladora.

Quarto, Francisco Carlos Teixeira da Silva em Enciclopédia das


Guerras e Revoluções do Século XX , ao se referir a característ icas de
impasse e conflitos, em relação à Crise dos Mísseis em Cuba, comenta a
respeito da proximidade a que se chegou de “uma possível Guerra Nuclear
Limitada ao Mar, onde os alvos e as armas seriam o poder naval adversário,
poupando as cidades e santuários de cada um dos contendores; durante os
dias iniciais da Crise de Cuba, de 1962, [segundo ele] este tipo de guerra
nuclear foi visualizado” (2004, p.9).

Quinto, o Muro de Berlim (1961) deu forma e fechou a única


fronteira ainda indefinida entre a parte Ocidental e Oriental da Europa
(Hobsbawm, 1996, p. 240). Munhoz indica que a história da humanidad e fo i
marcada pela “construção de uma memória hegemônica sobre esse período” e
que apresenta traços na “abordagem do problema”, ligados a fatos somente
circunscritos à construção e à derrubada do muro. Direciona para que
foquemos atenção nas “disputas entre as duas superpotências mundiais
durante a Guerra Fria e, em particular, das dificuldades soviéticas para
manter a sua esfera de influência na Europa Oriental” (2009, p. 51).

Sexto, durante a Détente (1969-1979) o resultado líquido das


anteriores ameaças e provocações mútuas foi um sistema internacional a
apresentar estabilidade, e um acordo tácito das duas potências para não
causarem sobressaltos uma a outra e ao mundo. Nas palavras de Hobsbawm
em Era dos Extremos: o breve século XX 1914 -1991, “Os EUA, nervosos
mas confiantes, enfrentavam assim uma URSS confiante mas nervosa por
Berlim, pelo Congo, por Cuba” (Hobsbawm, 1996, p. 240).

24
Sétimo, no início dos anos 70 do século XX o equilíbrio bipolar vai
de novo entrar em convulsão. Uma série de acontecimentos , entre estes a
Guerra do Vietnã (1964-1975), rebeliões comunistas na América central, o
segundo choque petrolífero produziram recuos dos Estados Unidos e um
desequilíbrio entre as duas superpotências. Uma série de regimes africanos,
asiát icos e no pacífico facilitou a instalação de bases militares à URSS e aos
EUA. Ofereceram-se assim, importantes apoios, até mesmo com crescimento
da presença no Índico (PEREIRA, 2001, p. 50).

Na tentativa de ponderar sobre os pontos levantados. Podemos dizer


que para alguns estudiosos é bastante verossímil o entendimento de que
desde 1945, a URSS assumiu uma at itude de defesa na resposta às iniciativas
polít icas e militares dos EUA. No entanto, sempre houve um pragmat ismo
soviét ico, que quando vislumbrava a possibilidade de algum ganho adotava
uma postura mais agressiva. Assim, por exemplo, ao final do governo Leonid
Brejnev (1906-1982), a URSS adotou posturas mais expansionistas lançou
mão da intervenção soviét ica no Afeganistão, em 1979.

Nos Estados Unidos, o descrédito da polít ica de Jimmy Carter ( 1924- )


não se conduz alheio à surpreendente escolha do eleitorado estadunidense em
novembro de 1980: Ronaldo Reagan, que de forma triunfal foi reeleito em
1984. Decidido a levar à forra as afrontas sofridas nos últimos anos, lanç ou a
defesa do credo simplista redentor dos valores da América. Segundo
Hobsbawm: A polít ica de Reagan, eleito no início dos anos 1980, só pode ser
entendida como um afã de lavar a afronta e a humilhação sent ida
demonstrando a inquestionável supremacia e invulnerabilidade dos EUA com
gestos de força militar contra alvos fáceis como Granada (1983), o ataque a
Líbia (1986), e a sem sentido invasão do Panamá (1989) (Hobsbawm, 1996,
p. 244).

Mas hoje, chegamos a vislumbrar o declínio da instabilidade e temos


um capitalismo caracterizado pela paz e democracia ? O triunfo do
capitalismo revelou sua capacidade de renovar. Todavia, isto não significa
que o sistema internacional tenha forjado uma nova ordem internacional
estável, com permanência em termos de longo prazo. A Europa organiza-se
em um quadro de negociações para a ampliação da União Européia rumo ao

25
leste do mediterrâneo, com a adesão de Malta, Chipr e, Eslovênia, Hungria,
Tcheca, Eslováquia, Polônia, Estônia, Letônia e Lituânia, a partir do ano de
2004 (VISENTINI; PEREIRA, 2008, p. 240) . Contudo e a China, a América
Latina, a Alemanha de início de século XXI ? São indagações que deixamos
em aberto, foco de debate para que esse campo de abordagem seja
empreendido em futuros estudos.

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26
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T emp o: 3 m e 19s. Aut or : G ess inger , Hu mb er t o. Pr od. BMG. Ano 1986.
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dos Esta dos Unidos e os fat os liga dos a decisão de la nçar as r esp ect iva s
bombas atômicas de ur ânio e de p lut ônio, s obr e as cida des jap onesas d e
Hir ox ima e Na gazaki. O aut or ar gu menta qu e há qu est ões r ema nes ce nt es
qu e p odem la nçar lu z s obr e o ent endiment o dos fat os r elacio nados a ess a
decisã o e deixa clar o qu e o livr o nã o tr ata da política soviét ica na ép oca.
CHURCHI L, Winst on S. Memórias da Segun da Guerra Mundial. V. 2, 3. ed.,
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Est e livr o de memór ias assu me a exp os içã o do p ensa ment o O cidenta l
inglês s obr e o p er íodo da S egu nda Gu er r a Mundial. R elata o ataqu e
jap onês a P ear l Har bor ; as alia nças com a U.R.S.S. e com os E. U. A.;
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30
A r evista apr es enta u ma visã o do p oder destr utivo dos a vanços na ár ea d e
ar ma ment os militar es. C entr aliza cr it icas a o us o da b omba atômica e
adver t e par a as lições deixa das p elos ataqu es e b ombar deios a Hir ox ima e
Nagazaki. I nscr eve debat es s obr e a S egu nda Gu er r a Mundia l; o pr ogr a ma
nu clear Nazista; estadu nidens e; s oviét ico; o p ós -S egu nda Gu er r a
Mundial; as disputas p ela hegemonia nuclea r ; entr e a União S oviét ica e
os Estados Unidos e a p er igosa apr oximaçã o de u m conf lit o t otal dur ant e
a Gu er r a Fr ia . Discut e os pr ogr a mas de pr odu ção da b omba em vár ios
país es, e localiza em u m mapa: pa ís es d eclar ada ment e det ent or es d e
bombas nuclear es; país es qu e p oss ivelment e p ossu em pr ogr a mas
nu clear es militar es; país es com capacidade par a pr odu zir b ombas
nu clear es em p oucos mes es, caso necess it em. P es qu isas no ca mp o
aer oespacial e o des envolvi ment o de s ist ema antimíss il capaz de pr ot eger
ter r it ór ios continentais de ataqu es com míss eis ba líst icos fazem par te das
temát icas dest e ex emp lar , qu e ap esar de t er cu nho jor nalíst ico apr es enta
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N essa obr a é p oss ível a int er pr etação ent r e o pr imeir o Sar ajevo, os
quar enta anos qu e encena m a I Gu er r a Mundia l, a II G. Mundial, as
cr is es econômicas; e o ú lt imo Sar ajev o, os conf lit os ét nicos e
s epar atistas; a atuação de or ga nis mos p olít icos int er naciona i s em f ins da
déca da de 1980. O autor faz cons ider ações sobr e o s ist ema p olít ico
econômico da União Soviét ica, u m viés de alt er nativa diss ona nt e e
contr apost o ao capita lis mo ocidental. Estu da os tr aços do p er íodo Nazi-
fascista r esp ondendo a o estado de cr is e das democ r acias lib er a is.
Apr es enta -s e a alia nça t emp or ár ia entr e capitalis mo lib er al e comu nis mo
par a obt er a vit ór ia sobr e a Alema nha de H it ler .
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Ess e livr o inicia a centr alização do t ema indicando qu e dur ant e 4 0 anos a
cor r ida ar ma ment ista nuclear entr e s oviét icos e estadu nidens es dominou
a política mu ndial; e nos r emet e a o fat o de a inst itu içã o nu clear soviét ica
s empr e t er s ido u ma incógnita. Com o f im da Gu er r a Fr ia e o colapso da
Uniã o S oviét ica mu da o qua dr o s ituaciona l e est e estu do é p oss ível.
D escr eve o pr ogr a ma atômico la nça do p or S talin, ap ós o b ombar deio d e
Hir ox ima e Naga zaki; mostr a como a inf or ma ção no ca mp o da ciênci a
nu clear atômica passada p or K laus Fuchs (1 911-1988) aju dou na cr iaçã o
da b omba atômica soviét ica. Enu mer a medi das t oma das p or Stalin par a
r ea gir a p olít ica at ômica dos Esta dos Unidos. R elata o p er íodo qu e s e
s egu iu a mor t e de Stalin, quando cient istas so viét icos ar gu mentar am qu e
u ma gu er r a nuclear poder ia acabar com a vida sobr e a ter r a. Entr a no
debat e do lega do de pr ogr a mas atômicos nos dias atuais e pr opagações d e
ar senal de ar mas no mu ndo.
MUN HOZ, S idnei J. Gu er r a Fr ia: u m debat e int er pr etativo in: T E IXE IR A D A
SILVA, Fr ancisco Car los ( or g). O Século Sombrio . Rio de Janeir o :
Els evier /Ca mp us, 2004, p. 261 -281.
Escr it os inova dor es no qu e diz r esp eit o à p r oduçã o hist or iogr áf ica e as
discuss ões da Gu er r a Fr ia. Possib ilita ent ender o debat e estab elecid o
p ela s pr incipais matr izes hist or iogr áf icas : or todox ia esta du nidens e,
hist ór ia of icia l ou or todoxia s oviét ica, r evis ionis mo, p ós -r evisionis mo e
escola cor p or ativista. P er fila a concei tuação de G u er r a Fr ia.
Apr es entando a or igem, sua dinâ mica, busca leva ntar r ef lex ões s obr e

31
signif icado, as lições e p ossib ilida des de aplicações conceituais ,
p er iodizações des envolvidas par a o estu do do p er íodo, 1946 -1991, ma s
lança ndo lu z ta mb ém, nos conf lit os do início do s écu lo XXI.
MUN HOZ, Sidnei J. Gu er r a Fr ia . In: T EIXEI RA D A SIL VA, Fr ancis co Car los
( or g.). En ciclop édia d e Gu erras e R evolu ções do s éculo XX . R io d e
Janeir o: E ls evier /Ca mpus, p. 417 -419, 2004.
MUN HOZ, Sidnei J. Mar shal l (P lano). In: T EIXEIR A D A SIL VA, Fr ancisc o
Car los ( or g.). Enciclo pédia d e Gu erras e R evoluçõ es d o século XX. Ri o
de Ja neir o: Els evier /Ca mpus, p. 545 -547, 2004.
Est es ver b et es dis cor r em a r esp eit o da Gu er r a Fr ia, como o pr ópr io t ítu l o
nos inf or ma, mu ne cada u m dos qu e t enha m acess o a eles , de u m
apr ofu nda ment o capaz de sup er ar pos icionament os ma niqu eí stas de luta
do b em contr a o ma l. Há uma p er iodizaçã o constr u ída na exp osiçã o d o
pr ocess o hist ór ico. P er segu e -s e u m diá logo com a pr oduçã o r ecent e n o
ca mp o das discuss ões s obr e a Guer r a Fr ia e o mu ndo cont emp or âneo.
MUN HOZ, Sidnei J. Gu er r a Fr ia Revis it ada . In: Leituras da História.
Ciência &Vida, São Paulo: Esca la, Ano I, n. 4, p. 48 -59, 2007.
Est e ar tigo apr es enta har mon ia de comp os içã o t extua l com o us o d e
ima gens signif icat ivas do pr ocess o def inido p ela expr essã o Gu er r a Fr ia,
suscita ndo lembr anças de f igur as, ícones cons olida dos no ima ginár io da
socieda de cont emp or â nea. I lustr ações, r ef er ências e o t ext o t êm u m
r eca do cer t o. Não compactuar com vis ões cr istaliza das, estanqu es, mas
p er ceb er as viciss itu des de qu e s e r evest e o p er íodo. O estu do r ealiza o
escop o de u ma dis cussão b em ta lha da. Factual quando necessár ia,
dinâ mica quando s e tr ata de ob edecer à concr etização de u ma linha d e
r aciocínio qu e pr eza p ela nã o homog en eização do pr ocess o.

OS GRANDES EXPLOR ADORES. De Yuri Gagarin ao Tel escópio Espacia l


Hubble. Vol. 3, São Paulo: Lar ouss e, p. 284- 312, 2009.
Est e mat er ia l apr es enta u ma descr ição ext ensa do domínio do homem na
exp lor ação do espaço. C obr e a supr ema cia da União S oviét ica na
aventur a pelo domínio espacial. I ndica qu e os soviét icos la nçar am, no dia
4 de outubr o de 1957, o pr imeir o sat élit e ar tif ic ial, Sput nik, abr indo a
er a da exp lor ação espacia l. Faz u ma cob er tur a das exp lor ações oceâ nicas,
abis mos e ca vidades subt er r âneas, des envolv idas p elos Esta dos Unidos e
Fr ança. Relata o emp enho do s E UA na conquista da lua em 1969; e em
par alelo, o pr ojet o da URSS de estab elecer u ma estação espacial. C o m
est e pr ojet o r ea liza -s e a exp er iência de s er ou não p oss ível, o homem
viver longa ment e no es paço. Capítulo a parte descr eve as aventur as d o
homem p elo u niv er s o, atr avés do p ot ent e t elescópio Hubb le. A s egu ir ,
enu mer a outr os instr u ment os espacia is lançados a o espaço, como o
satélit e de astr onomia XMM - N ewt on, da Agência Espacial Eur op éia ;
dep ois, em 2 002, o sat élit e de astr onomia gama I nt egr al; e, em ma io d e
2009, o sat élit e de astr onomia infr aver melho H er schel. O mat er ia l es cr it o
e ima gens leva nta m inf or mações , sobr e as explor ações inicia is e o atua l
estágio a utilizar sondas espacia is na exp lor ação do u niver s o.
VALIM, Alexandr e Bus ko. “Os Mar cianos Estão cheg a ndo!” : as diver t idas e
impr udent es r einvenções de u m ataqu e alienígena no cinema e r adio. I n :
Revista Diá logos, DHI \PPH \UEM, v. 9, nº 3, p. 185 -208, 2005.

32
Ess e ar tigo exp õe u ma anális e insp ir ada no livr o “A Gu er r a dos
Mundos ”, es cr it o p or H. G. Wells (1866 -19 46) e publicado em 1898 na
I nglat er r a. Apr ofu nda a dis cussão, ins cr evendo as leitur as dr a matiza das
r adiof ônicas, r ealizadas p elo jovem ator Or son Welles (1915 -1985 ) nos
Estados Unidos, no dia das br uxas, 30 de outubr o de 1938 e outr as qu e s e
somar a m como a de L isb oa -Por tu gal, as de Caratinga -MG e São Lu ís -
MA, no Br asil. D ebat e imp er ialis mo e os enf r enta ment os da Gu er r a Fr ia,
encena dos no Filme de 1953, “ A Gu er r a dos Mundos ”, de Byr on Haski n
(1899-1984 ) e as sugest ões de a nalogias entr e as ações t er r or is tas e os
ataqu es alienígenas no f ilme “ A Gu er r a dos Mundos ”, pr odu zido em 200 5
e dir igido p or Steven Spielb er g (1946 -).

2- DOCUMENTÁRIOS :

DOCUMENTÁRIO SUPERINTERESSANTE. A Ciência e a Suástica: Mentes


brilhantes a serviço de Hitler. Nazistas no Espaço. Filme 3, Vol. 2. Legenda
em Português. 48 min. Distribuiçã o: Superinteressante-Abril Ed., 2008.
Há dramatização e apresentação de imagens relacionadas às participações de
cientistas, físicos Nazistas, como a exemplo, Wernher Von Braun no
Programa Espacial dos Estados Unidos. Descreve estágios de pesquisas
realizadas em campos de concentração ligados ao domínio da sobrevivência
em situações simuladoras da ausência de gravidade e oxigênio.
DOCUMENTÁRIO BBC Corrida Espacial. Corrida por Foguetes. A História não
revelada. Vol. 1, Episódio 1. Legenda em Português. 50 min. Distribuição: 2
Entertain Vídeo ltd. , 2008.
A narração tematiza a Guerra Fria e as disputas na produção de foguetes pelo
EUA e URSS. De um lado está o ex -nazista Wernher Von Braun, recrutado
pelo EUA; e de outro, o soviético Sergei Korolev, A tônica de ação revela a
competição entre estas nações. Ed. 2008.
DOCUMENTÁRIO BBC Corrida Espacial. Corrida por Satélites. A História não
revelada. Vol. 1, Episódio 2. Legenda em Português. 50 min. Distribuiç ão: 2
Entertain Vídeo ltd.
A narração dos fatos inscr eve a corrida pelo lançamento de satélites durante a
guerra fria e as disputas na produção de foguetes pela URSS e EUA. Ed.
2008.
DOCUMENTÁRIO BBC Corrida Espacial. Corrida para a Lua. A História não
revelada. Vol. 2, Episódio 4. Legenda em Português. 60 min. Distribuição: 2
Entertain Vídeo ltd.
A narração dos fatos inscr eve a corrida pelo lançamento de satélites durante a
guerra fria e as disputas na produção de foguetes pela URSS e EUA. Ed.
2008.
DOCUMENTÁRIO NASA 50 anos de Missões Espaciais. Discover y Channel.
Disco 1. Projeto Mercury. Filme 1. Legenda em Português. 48 min.
Distribuição: Discover y Communications, LLC e Editora Abril -
superinter essante, 2009.

33
Esta produção mostra infor mações dos arquivos da Nasa, a organização do
Projeto Mercury; foguetes explodindo durante o lançamento; o interior das
naves e astronautas em ação.
DOCUMENTÁRIO NASA 50 anos de Missões Espaciais. Discover y Channel.
Disco 1. Projeto Gemini. Filme 2. Legenda em Português. 49 min.
Distribuição: Discover y Communications, LLC e Editora Abril -
superinter essante, 2009.
A produção centraliza a visão do projeto Gemini, preparando a conquista da
Lua. Foca os passos na elaboração da nave espacial que levará o famoso E d
White, primeiro piloto estadunidense a caminhar no espaço .
DOCUMENTÁRIO NASA 50 anos de Missões Espaciais. Discover y Channel.
Disco 1. Projeto Apollo. Filme 3. Legenda em Português. 51 min.
Distribuição: Discover y Communications, LLC e Editora Abril -
superinter essante, 2009.
Esta edição, retrata acidente e morte na missão Apollo 1; o histórico pouso da
Apollo 11 na superfície lunar; e as primeiras pegadas deixadas pelos
astronautas estadunidenses Armstrong e Aldrin na Lua.

DOCUMENTÁRIO NASA 50 anos de Missões Espacia is. Discover y Channel.


Disco 2. Exploradores da Lua. Filme 4. Legenda em Português. 49 min.
Distribuição: Discover y Communications, LLC e Editora Abril -
superinter essante, 2009.
Este DVD r eúne imagens e fatos verificados na exploração da tecnologia qu e
per mite ao homem desvendar o espaço; a missão da Apollo 13 que quase
ter minou em tragédia; tacadas de golfe e passeios de jipe na superfície
terrestre; Skylab, a primeira estação orbital construída pelo homem.

DOCUMENTÁRIO NASA 50 anos de Missões Espaciais. Discover y Channel.


Disco 2. Ônibus Espacial. Filme 5. Legenda em Português. 48 min.
Distribuição: Discover y Communications, LLC e Editora Abril-
superinter essante, 2009.
As cenas selecionadas nesta produção organizam a exposição de imagens de
viagens ao espaço em naves parecidas com aviões; a exploração da
Challenger sob a tripulação de 7 astronautas; o lançamento do telescópio
Hubble, tarefa realizada pela Missão Discovery.
DOCUMENTÁRIO NASA 50 anos de Missões Espaciais. Discover y Channel.
Disco 2. Passeios em Órbita. Filme 6. Legenda em Português. 48 min.
Distribuição: Discover y Communications, LLC e Editora Abril-
superinter essante, 2009.
O objetivo deste documentário é apresentar as complexas missões de reparo à
miopia do telescópio Hubble. Imagens dos astronautas a trabalhar no vácuo,
do lado de fora da nave. Centraliza imagens e debates em torno do acident e
que matou os 7 tripulantes da Columbia.

3- FILMES :
Apollo 13. Dir.: Ron Howard. EUA, Ano: 1995. 138 min. Distr.: Universal
Pictures. O filme r etra ta a situação vivida dentro da nave espacial Apollo 13 ,
em uma missão da NASA, e o drama vivido em Houston, centro de pesquisas

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espaciais estadunidenses, frente à avaria apresentado nos circuitos da nave
que realiza mais uma missão espacial dos Estados Uni dos em direção a lua.

Armagedom. Dir.: Michael Bay. EUA, Ano: 1998. 151 Min. Distr.: Buena Vista
Pictures/Touchstone Pictures. O filme mostra o perigo que corre o planeta
terra, mesmo com toda a revolução da ciência e produção de conhecimento na
área de teorias nucleares devido a um asteróide que está em curso de colisão
com nosso planeta a uma velocidade de 35.000km/h. A única solução é
destruir o asteróide. Para isso são convocados trabalhador es comuns com
experiência na exploração e construção de plata formas de petróleo em
profundidades, para realizar tal intento.

Guerra dos Mundos. Dir.: Steven Spielberg. EUA, Ano: 2005. 85 min. Distr.:
Paramount Pictures. O filme mostra a invasão de alienígenas ao planeta terra.
É possível uma analogia aos conflitos entr e a União Soviética e os Estados
Unidos; bem como a ataque terrorista, quando os habitantes das cidades
estadunidenses se vêm às voltas com uma situação inóspita de invasão dos
inimigos desconhecidos.

Moscou contra 007. Dir.: Terence Young. EUA, Ano: 1963. 116 min. Distr. : MGM.
Este filme tematiza rivalidades e espionagem durante a guerra fria. Uma
organização criminosa internacional, a Spectre, promove um plano p ara matar
o agente britânico 007. Tatiana Romanova é a isca que deve distraí-lo até ser
liquidado .

Treze Dias que Abalaram o Mundo. Dir.: Roger Donaldson. Ano: 2000. 145 min.
Distr.: Europa. O filme retrata , em plena Guerra Fria, os treze dias do mês
de outubro de 1962, em que a possibilidade de uma guerra nuclear era real.
Em plena Guerra Fria, o envio e a posterior instalação de uma base de
lançamentos de mísseis por parte da União Soviética em Cuba, criam uma
crescente tensão política entre estes dois países e os Estados Unidos. Além
disso, mostra o destino da humanidade entregue a pequen os grupos reunidos
no campo soviético e estadunidense. Diplomatas e assessores militares,
enr edados no debate sobre a necessidade de invadir Cuba e destruir os
mísseis soviéticos instalados na nação sob o governo de Fidel Castro.

4-MÚSICA CD:
Álbum MTV Especial. Capital Inicial. Aborto Elétrico. Música: Fátima (Ataques
nuclear). Capital Inicial. Tempo: 3m e 09s. Autor: Flavio Lemos e Renato
Russo. Prod. Sony/BMG. Ano 2005.
Confor me o título enuncia, o temor de ataques nucleares é o pano de fundo
para o argumento poético e musical dos autores , e pode ser o debate inicial
para a abordagem a temática Guerra Fria e Guerras Assimétricas da pós-
década de 90 do século XX, em estudos diversos relacionados ao assunto.

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5- TEXTOS SITES

ARESHEV, Andrei. Ossétia do Sul: começou a Guerra. Disponível em:


<http://elistas.egrupos.net/lista/humboldt/archivo/indice/9876/msg/10123/ >.
Acesso em 10.10.08.
BHADRAKUMAR, M. K O fim da era pós Guerra Fria. Disponível em:
<http://elistas.egrupos.net/lista/humboldt/archivo/indice/9896/msg/10144/ >.
Acesso em 10.10.08.
ZARPELÃO, Sandro Heleno. A Guerra do Golfo (1991), os Estados Unidos, a
Doutrina Powell e a Guerra Fria. Disponível em:
<http://www.novahistoria.com.br/artigos.html> Acesso em: 06.11.2009.

E AINDA DIVERSOS ACESSOS DE TEXTOS E DISCUSSÕES, NESTES


SITES:
<http://groups.google.com.br/group/tempopresente?hl=pt -BR> Acesso em:
10/12/2008.
< http://www.novahistoria.com.br/artigos.html> Acesso em: 06.11.2009.
<http://www.tvcultura.com.br/aloescola/historia/guerrafria.htm> Acesso em:
10/12/2008.

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