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BORDEN QUÍMICA
IND.COM. LTDA.
TÉCNICAS
DE
DE
COLAGEM
COLAGEM
DE
DE
MADEIRA
MADEIRA
COM ADESIVOS
VINÍLICOS
POR:
CLÁUDIO G. CORRÊA
Coordenador de Desenvolvimento de Adesivos
2
PARTE 1
“A MADEIRA”
1. INTRODUÇÃO
3
Civilizando-se, o homem usou cada vez mais este material com grande eficácia
e de forma mais racional. Nas civilizações marcantes da antigüidade, a madeira,
ao lado da pedra natural, foram os materiais mais empregados. Os egípcios, os
caldeus, os fenícios e, posteriormente, os gregos e os romanos, aprenderam a
manusear a madeira produzindo barcos, estruturas para suas moradias e outras
aplicações domésticas.
Nos túmulos egípcios ainda são encontrados móveis e urnas de madeira, que
vêm a comprovar o domínio da técnica do uso desta matéria prima.
Hoje, a madeira continua tendo lugar na vida cotidiana dos seres humanos, com
uma tendência cada vez maior de ser substituída, em vários segmentos
industriais, por derivados sintéticos - os plásticos - que, junto com os metais,
representam as matérias primas de maior uso em nossos dias.
2. ANATOMIA DA MADEIRA
2.2 DENSIDADE
d) Casca:
Proteção externa do tronco contra dessecação, a casca é dividida em
duas camadas:
P1 = Seção transversal
P2 = Seção Longitudinal Tangencial
P3 = Seção Longitudinal Radial
Figura 1
Figura 2
Na maioria das madeiras coníferas, aparecem anéis escuros intercalados com
anéis claros. A este conjunto denominamos anéis de crescimento e corresponde
a um ano de crescimento da árvore.
Aos anéis mais escuros denominamos Lenho Tardio ou de Verão.
Aos anéis mais claros denominamos Lenho Inicial ou Primaveril.
(ver figura 3).
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FIGURA 3
2.4 VARIAÇÕES ESTRUTURAIS
2.4.1 Nó:
Base de um galho embutido na madeira do tronco da árvore.
Quando o galho está vivo, o tecido do tronco e do galho são
contínuos.
Nessa situação temos um nó firme ou “intercrescido”.
Após a morte do galho, interrompe-se a continuidade do tecido e o
nó produzido se solta do tronco.
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2.6.1 Grã:
A madeira pode apresentar alguns defeitos naturais. A grã da
madeira indica a orientação geral de sua fibras. Quando as fibras
são paralelas ao eixo longitudinal da peça serrada, esta madeira é
considerada de grã reta e possui resistência à flexão máxima para
a espécie.
Quando há desvio de grã, há também redução da resistência
mecânica.
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2.6.2 Nós:
Como já dito, o nó é a base do galho embutido na madeira. Os nós
podem causar os seguintes problemas na madeira:
Excesso de grã transversal e reversa:
Defeitos de secagem: Soltura dos nós;
Fendas ou rachas.
Redução da resistência mecânica da madeira;
Dificuldade de usinagem;
A tendência de se soltar os nós varia de espécie para espécie de
madeira.
FIGURA 4
FIGURA 5
3. A SECAGEM DA MADEIRA
Velocidade do Ar Envolvente:
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CONTRAÇÕES apodrecimento
E DISTORÇÕES só ocorreDE
em PEÇAS
espécies muito
(DE sensíveis
DIVERSOS em caso de
secagem lenta. Abaixo de 20% de umidade a madeira está livre
FORMATOS) AFETADAS,
do risco de EM FUNÇÃO DE SUAS POSIÇÕES NA
apodrecimento.
TORA
3.5.3 Defeitos Causados pela Infestação de Insetos
Os insetos podem atacar madeiras com qualquer tipo de umidade:
desde completamente secas, até totalmente verdes. Alguns insetos
atacam as toras e outros atacam a madeira já no pátio. Portanto, é
conveniente que se use algum tipo de inseticida na madeira logo
após o seu desdobro.
FIGURA 6
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FIGURA 7
Mu - Ma
U(%) = --------------- x 100
Ma
Onde: U = Teor de umidade, expresso em porcentagem
(%);
Mu = Massa úmida da amostra (que se quer
determinar o teor);
Ma = Massa da madeira completamente seca.
Exemplo:
Supondo-se que a massa inicial de uma amostra de madeira seja
300g, após sua completa secagem em estufa a massa caia para
230g. O teor de umidade será:
Mu = 300g
Ma = 230g
Mu - Ma
U = ------------- x 100
Ma
300 - 230
Então: U= --------------- x 100
230
U = 30,34%
PARTE 2
“O ADESIVO”
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1. ADESIVO:
São substâncias que quando interpostas entre duas superfícies, de natureza
igual ou diferente, são capazes de uni-las através de forças atrativas (química,
mecânica ou ambas) com resultados finais de resistência que superam os
próprios substratos.
2. ADESÃO:
Capacidade que uma substância possui de se fixar a um substrato.
A adesão pode ser química ou mecânica.
3.1 UMECTAÇÃO
Deve haver um adequado “umidecimento” do substrato pelo adesivo.
Para que haja uma boa umectação é preciso que o adesivo tenha uma
boa fluidez, para escoar pela superfície a ser colada e,
consequentemente, penetrar no substrato.
3.2 PENETRAÇÃO
Como estamos falando em adesão mecânica, a penetração correta do
adesivo no substrato é fundamental. Esta penetração não deve ser nem
excessiva nem superficial, pois:
3.3.1 Secagem
Retirada do solvente (água no caso dos adesivos vinílicos) por
evaporação natural ou forçada;
3.3.2 Polimerização
Esta etapa só ocorre nos adesivos vinílicos reticuláveis
(crosslinking), e consiste na reação entre as moléculas do adesivo,
que são curtas, transformando-as em cadeias longas e complexas.
3.3.3 Cura
Estágio final da polimerização do adesivo.
A cura do adesivo confere a este, propriedades diversas como:
Aumento da resistência mecânica;
Resistência à umidade ou água;
Resistência térmica;
Etc.
4. COESÃO
Podemos definir coesão como a resistência interna de uma substância. No caso
de adesivos, é a resistência interna da camada adesiva seca ou polimerizada
ou curada. Em termos gerais, quanto mais duro for o adesivo, após a secagem
ou cura, maior será a sua coesão.
Porém, é importante que haja um perfeito equilíbrio entre a coesão do adesivo e
o “trabalho” dos substratos, para que ocorra uma adequada transferência de
tensões entre as partes.
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Com relação à sua natureza, os adesivos podem ser divididos em dois grupos:
5.1 NATURAIS
Podem ser de origem vegetal, animal (orgânicos) ou mineral (inorgânico):
5.1.1 Vegetal
Amido
Dextrina
Látex natural
5.1.2 Animal
Caseína
Cola animal (proteína)
Albuminas
5.1.3 Vegetal
Silicatos
5.2 SINTÉTICOS
5.2.1 Termoplásticos
Adesivos que têm a propriedade de amolecer, ou fundir, sob ação
de calor e de se enrijecerem quando resfriados. São,
normalmente, facilmente atacados por solventes.
Os adesivos termoplásticos podem pertencer a três grupos:
Base d’água:
PVA (Adesivos Vinílicos)
Acrílicos
EVA (Adesivos Vinil-Etilênicas)
SBR (Estireno Butadieno)
Base solvente:
PVA
Acrílicos
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Termofusíveis
São adesivos que não possuem qualquer tipo de veículo.
São 100% sólidos. A esta classe de adesivos pertencem os
Hot-Melts.
5.2.2 Termofíxos
Os adesivos termofíxos são aqueles que após “curados” não são
mais afetados pelo calor e/ou solventes (orgânicos ou água).
Estas características de insolubilidade e infusibilidade são
inerentes às resinas sintéticas formadas por ligações cruzadas.
Como exemplo de adesivos termofíxos temos:
Adesivos uréicos;
Adesivos fenólicos;
Adesivos resorcínicos
Adesivos a base de neoprene;
Adesivos vinílicos;
Etc..
6.1 HOT-MELT
Os adesivos Hot-Melt se caracterizam por serem sólidos à temperatura
ambiente, não conterem solventes e serem aplicados fundidos. A
colagem ocorre pelo resfriamento e consequente solidificação do
adesivo. Como a colagem ocorre simplesmente pelo resfriamento e
solidificação, e não por uma reação química, não necessita tempo de
cura.
6.1.1 Utilização
Colagens laterais ou de topo de laminados plásticos ou lâminas
decorativas de madeira, em chapa de aglomerado ou
compensado.
6.1.2 Aplicação
Os adesivos Hot-Melt são aplicados somente através de máquinas
automáticas, que dispões de sistema de fusão (aquecimento) e
aplicação dos adesivos. A utilização deste tipo de adesivo está,
portanto, condicionada à existência de equipamentos adequados.
6.2.1 Utilização
Estes adesivos podem ser utilizados nas seguintes colagens:
Colagens estruturais;
Montagem de painéis e tapetes de madeira macaça;
Laminação: Colagem de laminados plásticos;
Colagem de lâminas de madeiras.
Fabricação de compensados;
Fabricação de aglomerados.
6.2.2 Aplicação
Os adesivos uréicos podem ser aplicados através de coladeiras
automáticas ou manuais, e a prensagem pode ser feita tanto a frio
como a quente, de acordo com a necessidade ou equipamento ou
o catalisador utilizado.
6.3.1 Utilização
Os adesivos de contato são indicados, principalmente, para a
colagem de laminados plásticos e de madeira, em compensados
ou aglomerados.
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6.3.2 Aplicação
Os adesivos de contato podem ser aplicados de diversas
maneiras:
Trinchas;
Espátulas dentadas;
Pistolas;
Etc.
6. ADESIVOS VINÍLICOS
Fácil limpeza;
Estabilidade à estocagem.
6.4.3 Composição
Os adesivos à base de PVAc (vinílicos), são compostos
basicamente por:
6.4.3.2 Cargas:
Material utilizado como “enchimento”. Pode ser
orgânico (por exemplo: amido) ou inorgânicos (por
exemplo: carbonato de cálcio).
Em alguns casos, as cargas são utilizadas para
modificar, ou conferir, alguma característica nos
adesivos.
6.4.3.3 Plastificantes:
Servem para reduzir a dureza dos adesivos,
tornando-os mais páasticos.
6.4.3.4 Conservantes:
Evitam a proliferação de bactérias e fungos,
aumentando assim o seu tempo de vida.
6.4.3.5 Antiespumantes:
Como o próprio nome já diz, serve para evitar a
formação de espuma durante a fabricação e o uso do
produto, principalmente quando o adesivo é aplicado
por máquinas.
6.4.4.2 Viscosidade:
Pode ser, de maneira simples, explicada como sendo
a facilidade com que uma substância “Flui”
(escorre). A viscosidade pode ser medida de diversas
maneiras, porém, a mais utilizada, no caso dos
adesivos vinílicos, é a Brookfield.
A viscosidade Brookfield é medida em um aparelho
rotacional e expressa a resistência que uma
substância opõe à rotação de um corpo imerso nesta.
A viscosidade Brookfield é expressa em centipoises
(cP).
Como os adesivos vinílicos são tixotrópicos, isto é,
sofrem redução de viscosidade (ou aumento de
“fluidez”), quando expostos a um trabalho mecânico,
é sempre importante citar, juntamente com a medida
de viscosidade, a velocidade de rotação que foi
utilizada na medição desta.
A temperatura também deve ser considerada quando
da medida de viscosidade, pois quanto maior a
temperatura, menor a viscosidade que este
apresenta.
6.4.4.3 pH:
É a medida de acidez ou de alcalinidade de uma
substância.
pH menor que 7,0 é considerado ácido;
pH maior que 7,0 é considerado alcalino.
Nos adesivos vinílicos, normalmente, este pH fica na
faixa de 4,0 a 5,0. Isto significa que eles possuem
caráter ácido.
6.4.5 Utilização
6.4.6 Aplicação
Os adesivos vinílicos podem ser aplicados através de coladeiras
automáticas, manuais, rolos, trinchas, stc.
A prensagem das peças coladas com adesivos vinílicos pode ser a
frio, a quente ou rádio frequência.
7. EMULSÃO
7.1 DEFINIÇÃO
São sistemas nos quais se consegue manter em uma única fase, duas ou
mais substâncias imisciveis entre si.
No caso específico do poliacetato de vinila (PVAc), temos o polímero do
acetato de vinila (que é uma substância sólida) emulsionado em água,
através de substâncias surfactantes (detergentes).
Ver figura 8.
Figura 8
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7.5 COALESCÊNCIA
Filme úmido:
Partícula emulsionadas em
água.
Figura 9
Figura 9
Tabela 2
A tabela 3 abaixo nos mostra as exigências quanto às colagens, dentro dos grupos
(D-1 a D-4), e alguns exemplos de utilização.
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Tabela 3
8.1 TERMOPLÁSTICOS
8.2 TERMOFÍXOS
(Reticuláveis)
8.2.1 Monocomponentes
8.2.2 Bicomponentes
PARTE 3
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“A COLAGEM”
1. A MADEIRA
Tabela 4
1.3 UMIDADE
A umidade da madeira deve ser controlada criteriosamente para que se
consiga uma colagem de boa qualidade. Para isso, algumas regras
devem ser seguidas, conforme tabela 5.
A MADEIRA ABSORVE
ANIDRA 0 - 4 RUIM COLA EM DEMASIA ----------
Tabela 5
Recomendações:
As superfícies devem estar perfeitamente aplainadas para aumentar a
superfície de contato e, consequentemente, aumentar a área de
colagem e evitar espaços vazios entre a linha de cola, após secagem, e
a superfície da madeira.
Esses espaços vazios são provenientes da perda de volume do adesivo,
que ocorre durante o seu processo de secagem, visto que
aproximadamente 50% dos adesivos vinílicos são constituidos por água.
Vide figura 9
1.5 EMPENAMENTO
Tabela 6
1.5.2 Desmoldante
Substâncias oleosas não voláteis (gorduras, óleos, etc.) formam
uma película entre a madeira e o adesivo, não permitindo assim
que a colagem se realize;
2. O ADESIVO
Tabela 7
Bico injetor;
Pulverizador;
Imersão;
Trincha, pincel.
2.4 MANUSEIO
Para o bom desempenho do adesivo, algumas regras de manipulação
devem ser seguidas:
Não introduzir materiais de ferro dentro do produto (concha, bastão,
etc.).
Não deixar a embalagem aberta após o seu uso;
Todo e qualquer objeto que for posto em contato com o adesivo, na
embalagem, deve estar limpo. Este procedimento evita a
contaminação química e bacteriológica do produto;
Nunca misture adesivos de tipos diferentes, ou de fabricantes
diferentes, sem consultar, pelo menos um dos fabricantes;
Não trocar o produto de embalagem. A embalagem original é a mais
adequada para a estocagem e conservação do produto.
Como sabemos, para que haja uma boa colagem, é necessário que
ocorra uma boa penetração do adesivo no substrato. A penetração
adequada do adesivo no substrato está diretamente condicionada à
viscosidade.
Penetração inadequada do adesivo no substrato resulta numa colagem
de baixa qualidade, pois:
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TIPO CARACTERÍSTICAS
DE UMIDADE REOLÓGICAS DO
MADEIRA ADESIVO
De: Média fluidez
BAIXA 4,1 a 8,0% Alta viscosidade
De Média fluidez
MÉDIA 4,1 a 8,0% Média viscosidade
Tabela 7
3. A APLICAÇÃO DO ADESIVO
mecanicamente.
MADEIRA Observação:
GRAMATURA
DENSIDADE UMIDADE Os valores da tabela ao lado
são apenas orientativos,
4,1 a 8,0% Próxima a 200g
BAIXA pois podem variar de
8,1 a 13,0% Próxima a 175g fabricante para fabricante
de cola, além do fato de que
4,1 a 8,0% Próxima a 175g a área a ser colada pode
MÉDIA não estar perfeitamente
8,1 a 13,0% Próxima a 175g uniforme.
Tabela 8
a) Processo de Pesagem
Neste processo, aplica-se a cola sobre a superfície de um
substrato de área conhecida, pesando-se este substrato antes e
depois da aplicação da cola. Após, calcula-se o consumo de
adesivo por m2 de área (gramatura).
Exemplo:
Tomemos um sarrafo de madeira, cuja medida de área seja 0,025
m2 e, não adesivado, pese 200g.
Se após a adesivação este sarrafo passou a pesar 204,5g,
significa que foram passados 4,5 g de cola no sarrafo. Ora, se
sabemos que em 0,025 m2 de área consumiram-se 4,5 g de cola, é
so calcular qual será o consumo para 1 m2, da seguinte forma:
2
G = 180 g/m
Exemplo:
Tomemos o mesmo exemplo dado anteriormente, onde a
gramatura de cola aplicada é de 180g.
Sabemos que os adesivos vinílicos à base d’água possuem
densidade próxima a 1,05 g/cm3.
Então, temos:
Temos:
V = M ou V = G
V D
h = V h = 171,43 cm3
A 10.000 cm2
h = 0,0171 cm ou 0,171 mm
Tabela 9
4. A PRENSAGEM
Excesso de potência
O uso excessivo de potência não vai agilizar a
colagem, más sim compromete-la:
- A secagem da cola poderá ser muito rápida, não
permitindo a penetração da mesma no substrato;
- Pode haver uma sobrecarga no sistema provocando
o desligamento (desarme) do gerador;
- Haverá “queima” da linha de colagem (cola e
madeira) pela alta temperatura gerada nesta região,
comprometendo irremediavelmente a colagem.
Tabela 10
4.2 MONTAGEM DOS PAINÉIS / CARREGAMENTO DA PRENSA
Am x Pe
________
Pm =
At
FORMULA 1
At = ( . r2 ) . n
FORMULA 2
então:
2
Pm . ( r . n
____________________
Pe =
Am
EXEMPLO:
r = 5,0 / 2 = 2,5 cm
Tabela 11
CONDIÇÃO
DO OCORRÊNCIAS NA USINAGEM
PAINEL
Tabela 12
6. BIBLIOGRAFIA
67
Reinaldo Herrero Ponce & Luis Tadashi Watai, Secagem de Madeira, Ed. IPT
São Paulo, 1985.