You are on page 1of 67

1

BORDEN QUÍMICA
IND.COM. LTDA.

TÉCNICAS
DE
DE
COLAGEM
COLAGEM
DE
DE
MADEIRA
MADEIRA
COM ADESIVOS
VINÍLICOS
POR:
CLÁUDIO G. CORRÊA
Coordenador de Desenvolvimento de Adesivos
2

PARTE 1

“A MADEIRA”

1. INTRODUÇÃO
3

A madeira foi material de grande valia para a evolução do ser humano.


O homem primitivo já a utilizava na forma de bastão, como arma ofensiva e
defensiva.
Ela lhe permitiu ir para os campos e florestas, construir abrigos e se livrar das
cavernas. Ela lhe permitiu, também, o uso do fogo para se aquecer e assar seus
alimentos. Porém, o passo mais importante foi, sem dúvida, o seu uso na
navegação, expandindo assim o seu domínio sobre a natureza.

Civilizando-se, o homem usou cada vez mais este material com grande eficácia
e de forma mais racional. Nas civilizações marcantes da antigüidade, a madeira,
ao lado da pedra natural, foram os materiais mais empregados. Os egípcios, os
caldeus, os fenícios e, posteriormente, os gregos e os romanos, aprenderam a
manusear a madeira produzindo barcos, estruturas para suas moradias e outras
aplicações domésticas.
Nos túmulos egípcios ainda são encontrados móveis e urnas de madeira, que
vêm a comprovar o domínio da técnica do uso desta matéria prima.

Com o avanço das civilizações e a necessidade de se construir edificações de


vida mais longa, a madeira foi substituída pelas pedras na construção civil, mas
continuou tendo total domínio no campo das embarcações e móveis.
Material então abundante, a madeira está presente nos castelos medievais e
renascentistas.

Com o domínio da energia no início do século XIX, o ferro ocupa


gradativamente o lugar da madeira, surgindo assim, artefatos e embarcações
metálicas.

Hoje, a madeira continua tendo lugar na vida cotidiana dos seres humanos, com
uma tendência cada vez maior de ser substituída, em vários segmentos
industriais, por derivados sintéticos - os plásticos - que, junto com os metais,
representam as matérias primas de maior uso em nossos dias.

A depredação, pelos seres humanos, das reservas naturais de madeira, torna


cada vez mais escasso o seu suprimento, obrigando que seu uso seja, cada vez
mais, dirigido para aplicações mais nobres.

Um dos mais completos materiais gerados pela natureza, a madeira é


relativamente leve, com boa resistência mecânica e com várias propriedades
mais favoráveis do que os materiais sintéticos como o aço, o concreto ou o
nylon, apresenta entretanto, duas limitações críticas:
 Dimensões das peças serradas;
 Resistência transversal.

As dimensões das peças de madeira são limitadas pelas dimensões das


árvores. As tábuas de madeira comercial raramente excedem a um metro de
largura. A maior parte da produção está limitada a larguras inferiores a 50 cm.
Longitudinalmente, as peças de madeira são limitadas pelo comprimento da
parte comercial dos troncos (toras).
4

Quanto à resistência mecânica, esta distribui-se na madeira ao longo de três


eixos, (figura 1), tomando-se como referência a direção das fibras:
 Eixo longitudinal;
 Eixo tangencial;
 Eixo radial.

A resistência mecânica ao longo do eixo longitudinal é muito maior que ao longo


dos outros dois eixos.
Neste contexto, torna-se clara a importância dos adesivos como elemento de
promoção da madeira, libertando-a de suas limitações naturais e permitindo
assim o desenvolvimento de novas aplicações.

2. ANATOMIA DA MADEIRA

2.1 FOLHOSAS E CONÍFERAS

2.1.1 Folhosas ou “Angiospermas Dicotiledôneas”:


5

Apresentam folhas, suas sementes são envolvidas num fruto e,


normalmente, perdem as folhas durante o inverno.
Ex.: Ipê, Eucalipto, mogno, etc.

2.1.2 Coníferas, ou “Gimnospermas”:


Apresentam acículas (ou agulhas) em vez de folhas, sendo suas
sementes expostas e em forma de cone.
Ex.: Pinho do Paraná, Pinus, etc.

2.2 DENSIDADE

Para fins comerciais, entretanto, esta denominação é `por demais


técnica, sendo, preferencialmente, utilizada a seguinte classificação:

2.2.1 Madeiras moles, leves ou de baixa densidade:


São as madeiras de menor peso, ou de peso máximo igual a 500
kg/m3 (*).
Ex.: Virola, Marupá, Sumaúma, Caixeta e as diversas espécies de
Pinus.
(*) a 15% de umidade

2.2.2 Madeiras Semi-duras ou de densidade média:


Madeiras com peso médio, ou com peso entre 500 kg/m3 e 750
kg/m3 (*).
Ex.: Cedro, Freijó, Imbuia, Mogno e Pinho do Paraná.
(*) a 15% de umidade.

2.2.3 Madeiras duras, pesadas ou de alta densidade:


São as madeiras de maior peso, ou com peso acima de 750 kg/m3.
Ex.: Pau Marfim, Ipê, Jatobá, Maçaranduba e Angelin.
(*) a 15% de umidade.

2.3 MACROESTRUTURA DA MADEIRA

Conforme ilustrado na figura 1, o tronco das árvores apresenta 3 seções:

2.3.1 Seção Transversal:


Define-se como sendo o corte perpendicular ao eixo do tronco;

2.3.2 Seção Longitudinal Radial:


Define-se como sendo o corte que passa pelo eixo do tronco.

2.3.3 Seção Longitudinal Tangencial:


Define-se como sendo o corte paralelo ao eixo do tronco.

Observando-se o tronco de uma árvore em corte transversal (figura 2), nota-se,


do centro para a periferia, as seguintes regiões:

a) Medula ou Eixo Central:


6

É, geralmente, muito pequena e representa o primeiro crescimento da


árvore.

b) Cerne ou Células Lenhosas Mortas:


É a parte mais central do tronco, geralmente de coloração mais escura
devido a presença de resinas naturais e gomas características de cada
espécie.
Sendo menos permeável que as partes mais externas da árvore, o cerne
seca com maior dificuldade, apresentando, assim, grande tendência a
rachamento durante a secagem. Esta característica do cerne exige,
portanto, condições especiais de secagem, isto é, condições mais
amenas.

c) Alburno ou Células Lenhosas Vivas:


Apresenta importante papel no crescimento das árvores. Normalmente,
somente a parte mais externa do cerne é considerada viva, o resto serve
somente para o transporte de água da raiz até as folhas, e armazenar as
substâncias de reserva.
Consequentemente esta parte da árvore apresenta um alto teor de
umidade.

d) Casca:
Proteção externa do tronco contra dessecação, a casca é dividida em
duas camadas:

d.1- Externa: Constituída de células mortas (cortiça), com espessura


variável conforme a idade e a espécie da árvore.

d.2- Interna: Constituída de uma fina camada de células vivas.

DIAGRAMA ESQUEMÁTICO DO CAULE, ILUSTRANDO OS TRÊS


PLANOS FUNDAMENTAIS
7

P1 = Seção transversal
P2 = Seção Longitudinal Tangencial
P3 = Seção Longitudinal Radial

Figura 1

DIAGRAMA ESQUEMÁTICO DO CAULE EM SEÇÃO


TRANSVERSAL
8

Figura 2
Na maioria das madeiras coníferas, aparecem anéis escuros intercalados com
anéis claros. A este conjunto denominamos anéis de crescimento e corresponde
a um ano de crescimento da árvore.
Aos anéis mais escuros denominamos Lenho Tardio ou de Verão.
Aos anéis mais claros denominamos Lenho Inicial ou Primaveril.
(ver figura 3).
9

ANÉIS DE CRESCIMENTO DE UMA GIMNOSPERMA


(CONÍFERA)

FIGURA 3
2.4 VARIAÇÕES ESTRUTURAIS

É muito comum aparecerem variações estruturais em tábuas, ou madeira


serrada, de uma mesma espécie, tais como:

2.4.1 Nó:
Base de um galho embutido na madeira do tronco da árvore.
Quando o galho está vivo, o tecido do tronco e do galho são
contínuos.
Nessa situação temos um nó firme ou “intercrescido”.
Após a morte do galho, interrompe-se a continuidade do tecido e o
nó produzido se solta do tronco.
10

No primeiro caso o nó tenderá a ficar firme na madeira serrada,


enquanto que no segundo tenderá a soltar-se.

2.4.2 Madeira de Compressão:


Ocorre em coníferas, principalmente na parte inferior de árvores
inclinadas.
Tábuas que contêm este tipo de problema, normalmente arqueiam,
ou torcem, durante a secagem.

2.4.3 Madeira de Tração:


Ocorre em folhosas, principalmente no lado superior das árvores
inclinadas.
Tábuas que contêm este tipo de problema, podem apresentar
empenamento durante a secagem.

2.5 MICROESTRUTURA DA MADEIRA

A madeira é constituída por células lenhosas, que crescem no sentido


vertical.
Estas células podem variar de tamanho ou forma, porém, a maioria tem
forma de tubo, geralmente, fechado nas extremidades.
Essas células apresentam sobre sua superfície externa furos circulares,
que são responsáveis pela circulação da água na árvore viva e, também,
permite a movimentação da água durante o processo de secagem da
madeira.
As madeiras quando verdes, isto é, recém cortadas, contêm de 30% a
200% de umidade. Esta diferença vai depender da espécie da madeira.
As coníferas e as folhosas apresentam estruturas celulares diferentes. As
coníferas, geralmente de estrutura mais simples, são compostas
basicamente por fibras - traqueídeos - (figura 4) e raios. Coníferas de
regiões temperadas, apresentam diferenças significativas entre madeira
de primavera e madeira de verão. A da primavera é composta por fibras
de grande diâmetro e paredes finas. A madeira tardia apresenta células
de pequeno diâmetro e paredes grossas.

A (figura 5) nos mostra a estrutura de uma conífera nos três planos.

2.6 DEFEITOS NATURAIS DA MADEIRA

2.6.1 Grã:
A madeira pode apresentar alguns defeitos naturais. A grã da
madeira indica a orientação geral de sua fibras. Quando as fibras
são paralelas ao eixo longitudinal da peça serrada, esta madeira é
considerada de grã reta e possui resistência à flexão máxima para
a espécie.
Quando há desvio de grã, há também redução da resistência
mecânica.
11

A grã reversa, apesar de parecer melhorar o aspecto visual da


madeira, reduz sua resistência mecânica e atrapalha a usinagem.
Diminuição da resistência mecânica e empenamento são
causados nas peças de madeira quando estas possuem desvio
acentuado na direção das fibras.
Grã inclinada pode ser causada por:
 Desvios na própria árvore (grã aspiralada);
 Deficiência no processo de desdobro das toras.

2.6.2 Nós:
Como já dito, o nó é a base do galho embutido na madeira. Os nós
podem causar os seguintes problemas na madeira:
 Excesso de grã transversal e reversa:
 Defeitos de secagem: Soltura dos nós;
Fendas ou rachas.
 Redução da resistência mecânica da madeira;
 Dificuldade de usinagem;
A tendência de se soltar os nós varia de espécie para espécie de
madeira.

2.6.3 Madeira Juvenil:


Madeira Juvenil situa-se ao redor da medula, e é a dos primeiros
anos de crescimento da árvore. Este tipo de madeira possui
resistência mecânica muito baixa e não segue padrões normais
durante o processo de secagem.

2.6.4 Madeira de Reação:


Madeira de reação é aquela que re-orienta as árvores para a
posição vertical.
Nas coníferas, como já dito anteriormente, manifesta-se através da
madeira de tração. Estas madeiras de reação apresentam
anormalidades durante a secagem e dificuldades na usinagem.

TIPOS DE TRAQUEÍDEOS DO LENHO DE UMA CONÍFERA


(GIMNOSPERMA)

Neste diagrama pode-se perceber as diferenças entre os traqueídeos do lenho


precoce e do lenho tardio

Traqueídeo do lenho precoce


plano radial Traqueídeo do lenho tardio
Plano radial
12

A- Pontuação areoladas entre traqueídeos;

B- Pontuações aeroladas entre traqueídeo axial e traqueídeo radial;

C- Pontuações pinóides entre traqueídeo e raio paraquimático.

FIGURA 4

DIAGRAMA DO LENHO DE UMA GIMNOSPERMA


13

FIGURA 5
3. A SECAGEM DA MADEIRA

Toda madeira antes de ser processada, deve ser convenientemente seca. A


madeira serrada, bruta e úmida, deve ter sua umidade reduzida antes de ser
transformada em produtos finais.
A secagem da madeira, além da importância econômica, apresenta uma série
de vantagens técnicas.

3.1 IMPORTÂNCIA DA SECAGEM DA MADEIRA


14

3.3.1 Vantagem econômica:


Após a sua secagem, a madeira apresenta uma substancial
redução de custos de transporte.

3.3.2 Importância Técnica:


 Aumento da resistência da madeira contra fungos manchadores
e apodrecedores, os bolores e, também, contra a maioria dos
insetos que atacam a madeira;

 Melhora da maioria das propriedades mecânicas, tais como:


resistência à compressão, flexão, dureza, etc.;

 As contrações, empenamentos e rachamentos da madeira


ocorrem durante a sua secagem e não após ela ser
transformada em produto final;

 Juntas feitas com pregos e parafusos são mais resistentes em


madeiras secas do que em madeiras úmidas;

 A madeira úmida não pode ser colada ou receber acabamento


(pintura, verniz, laca, etc.);

 A secagem aumenta a resistência elétrica da madeira, tornando-


a isolante e melhorando suas propriedades de isolamento
térmico.
Esta propriedade é muito útil quando se quer colar madeiras em
Prensas de Alta Freqüência, pois evita que haja um curto
circuito na máquina.

 Operações de usinagem, tais como: torneamento, furação,


lixamento, etc., são muito mais eficientes em madeiras secas
do que em madeiras úmidas (ou verdes).

3.2 CONCEITOS DE SECAGEM

O conceito de madeira seca é relativo, isto é, geralmente considera-se


seca uma madeira cujo teor de umidade é igual ou inferior à umidade de
equilíbrio da madeira, umidade esta que é função da temperatura
ambiente e da umidade relativa do ar (vide tabela 1).
Como a madeira é um material higroscópico (possui a capacidade de
absorver ou doar vapor d’água para o ambiente em que estiver), sempre
haverá flutuação da sua umidade.
Assim, se uma peça de madeira com umidade baixa for posta em um
ambiente a uma determinada temperatura, e umidade relativa elevada,
esta madeira tenderá a absorver a umidade do ar até atingir um ponto de
equilíbrio.
Ex. 1: Tomemos uma peça de madeira com umidade de 4%. Se esta
15

peça for exposta a um ambiente cuja temperatura é 15 oC, e a


umidade relativa do ar estiver em 65%, ela irá absorver vapor
d’água da atmosfera, até que sua umidade chegue a 12%,
aproximadamente.
Ex. 2: Por outro lado, se esta peça de madeira com umidade em torno de
12% for posta em outro ambiente, cuja temperatura seja 32 oC e a
umidade relativa do ar de 45%, a sua umidade deverá cair até
estabilizar em 8%, aproximadamente.
A umidade ideal da madeira é função da umidade relativa do ar e da
temperatura na qual será utilizada.
Por exemplo: a umidade ideal de uma madeira que será convertida em
móvel, deve ser a umidade de equilíbrio com as condições ambientais do
local de uso do utensílio, desde que esta umidade de equilíbrio não
ultrapasse 12%.
Se na região na qual a madeira será utilizada a umidade de equilíbrio for
muito alta, deve-se proceder as operações de colagem com a umidade
da madeira dentro da faixa recomendada pelo fabricante do adesivo.
Imediatamente após o tempo de “cura” do adesivo deve-se
impermeabilizar a peça para, somente após, expo-la ao novo ambiente
de alta umidade.
16

UMIDADE DE EQUILÍBRIO DA MADEIRA EM FUNÇÃO DA


TEMPERATURA AMBIENTE E DA UMIDADE RELARIVA DO AR
U.R 1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 6 6 7 7 8 8 9 9
(%) 5
TEMP 0 5 0 5 0 5 0 5 0 5 0 5 0 5 0 5 0 5
O
F O
C
30 1,1 1,4 2,6 3,7 4,6 5,5 6,3 7,1 7,9 8,7 9,5 10, 11,3 12, 13, 14, 16, 18, 21, 24,4
1,4 2,6 3,7 4,6 5,5 6,3 7,1 7,9 8,7 9,5 4
10, 11,3 4
12, 5
13, 9
14, 5
16, 5
18, 0
21, 24,3
40 4,4
1,4 2,6 3,6 4,6 5,5 6,3 7,1 7,9 8,7 9,5 4
10, 11,2 3
12, 5
13, 9
14, 5
16, 5
18, 0
20, 24,3
50 10,0
1,3 2,5 3,6 4,6 5,4 6,2 7,0 7,8 8,6 9,4 3
10, 11,1 3
12, 4
13, 8
14, 4
16, 4
18, 9
20, 24,1
60 15,6
1,3 2,5 3,5 4,5 5,4 6,2 6,9 7,7 8,5 9,2 2
10, 11,0 1
12, 3
13, 6
14, 2
16, 2
17, 7
20, 23,9
70 21,1
1,3 2,4 3,5 4,4 5,3 6,1 6,8 7,6 8,3 9,1 1
9,9 10, 0
11,7 1
12, 4
14, 0
15, 9
17, 5
20, 23,6
80 26,7
1,2 2,3 3,4 4,3 5,1 5,9 6,7 7,4 8,1 8,9 9,7 8
10, 9
11,5 12, 2
13, 7
15, 7
17, 2
19, 23,3
90 32,2
1,2 2,3 3,3 4,2 5,0 5,8 6,5 7,2 7,9 8,7 9,5 5
10, 6
11,2 12, 9
13, 4
15, 3
17, 8
19, 22,9
100 37,8
1,1 2,2 3,2 4,0 4,9 5,6 6,3 7,0 7,7 8,4 9,2 3
10, 3
11,0 12, 6
13, 1
14, 0
16, 5
19, 22,4
110 43,3
1,1 2,1 3,0 3,9 4,7 5,4 6,1 6,8 7,5 8,2 8,9 0
9,7 0
10, 11,7 2
12, 7
14, 6
16, 1
18, 22,0
120 48,9
1,0 2,0 2,9 3,7 4,5 5,2 5,9 6,6 7,2 7,9 8,7 9,4 6
10, 9
11,3 12, 4
14, 2
15, 6
18, 21,5
130 54,4
0,9 1,9 2,8 3,6 4,3 5,0 5,7 6,3 7,0 7,7 8,4 9,1 3
10, 5
11,0 12, 0
13, 8
15, 2
17, 21,0
140 60,0
0,9 1,8 2,6 3,4 4,1 4,8 5,5 6,1 6,7 7,4 8,1 8,8 0
0,7 1
10, 11,8 6
13, 3
14, 7
17, 20,4
150 65,6
0,8 1,6 2,4 3,2 3,9 4,6 5,2 5,8 6,4 7,1 7,8 8,5 6
9,3 10, 1
11,4 12, 9
14, 2
16, 19,9
160 71,1
0,7 1,5 2,3 3,0 3,7 4,3 4,9 5,6 6,2 6,8 7,4 8,2 3
9,0 9,9 7
11,0 12, 4
14, 7
16, 19,3
170 76,7
0,7 1,4 2,1 2,8 3,5 4,1 4,7 5,3 5,9 6,5 7,1 7,8 8,6 9,5 10, 11,83 0
13, 2
15, 18,7
180 82,2
0,6 1,3 1,9 2,6 3,2 3,8 4,4 5,0 5,5 6,1 6,8 7,5 8,2 9,1 10,5 11,4 5
13, 7
15, 18,1
190 87,8
0,5 1,1 1,7 2,4 3,0 3,5 4.1 4,6 5,2 5,8 6,4 7,1 7,8 8,7 9,71 10, 0
12, 1
14, 17,5
200 93,3
0,5 1,0 1,6 2,1 2,7 3,2 3,8 4,3 4,9 5,4 6,0 6,7 7,4 8,3 9,2 10, 9 5
12, 6
14, 16,9
210 98,9
4 0 0
17

3.3 A ÁGUA NA MADEIRA

Toda árvore possui uma grande quantidade de água que chamamos de


seiva.
Para que a madeira apresente desempenho satisfatório quando em uso,
a maior parte desta água deve ser removida.
Como já sabemos, toda madeira tem a propriedade de ganhar ou perder
umidade para o meio (higroscopia) e, assim atingir o seu estado de
equilíbrio (em função) do local onde ela estiver sendo estocada. Portanto,
o conhecimento da relação que existe entre a madeira e a umidade, irá
nos esclarecer os fenômenos que ocorrem na madeira durante as
operações de secagem, estocagem, processamento e usinagem.

A água está presente na madeira de duas formas:

3.3.1 Água livre:


A que está contida nas cavidades das células.
Esta água não afeta as propriedades da madeira, somente a sua
massa (densidade).

3.3.2 Água de Impregnação:


É a água que está contida nas paredes celulares.
Esta água é muito difícil de ser removida durante a secagem, e
altera sensivelmente as propriedades da madeira.

3.3.3 Movimento da água na madeira


Na madeira a água se movimenta das áreas de maior umidade
para as de menor umidade. Portanto, durante a secagem, a parte
externa da madeira deve estar mais seca do que o seu interior.
Quando a parte externa e a interna possuírem a mesma umidade
não haverá mais secagem.
As fibras situadas nas partes mais externas da madeira cedem
água para o meio.

Ao fenômeno da madeira ceder água para o meio chamamos de


secagem.
Alguns fatores podem alterar a velocidade de secagem da
madeira:
 Temperatura Ambiente:
Quanto maior for a temperatura ambiente, maior será a
velocidade de secagem da madeira;

 Umidade Relativa do Ar:


Quanto menor a umidade relativa do ar, maior será a
velocidade de secagem da madeira;

 Velocidade do Ar Envolvente:
18

Quanto maior a velocidade do ar envolvente (vento),


maior será a velocidade de secagem da madeira.

À medida em que diminui a umidade da superfície da madeira,


ocorre a movimentação da umidade dentro desta, de suas partes
mais interiores (com maior umidade), para as partes mais externas
(com menor umidade). Assim, forma-se um gradiente de umidade
no corpo da madeira, pois a peça apresenta diferentes teores de
água conforme a distância de seu centro até a sua superfície. A
umidade move-se dentro da madeira na forma de líquido ou de
vapor e, por isso, utiliza vários tipos de passagens, que são:
 Cavidades das fibras;
 Vasos;
 Células radiais;
 Pontuações;
 Aberturas;
 Dutos de resinas (nas coníferas);
 etc.

Durante a secagem da madeira, a água é movimentada pelas


passagens acima devido a algumas forças que agem,
simultaneamente, sobre a água.
As principais são:
 Capilaridade:
Faz com que a água livre flua através das cavidades das
células, aberturas, pontuações, etc.,

 Diferenças internas de umidade relativa:


Estas diferenças fazem com que o vapor d’água mova-se,
por difusão, através das passagens da madeira;

 Diferenças internas de umidade:


Proporcionam a movimentação da água de ligação,
também por difusão, através de pequenas passagens
nas paredes das células.

3.3.4 Umidade de Equilíbrio da Madeira


Como já dito diversas vezes, a madeira é um material higroscópico
e, como tal, possui a habilidade de absorver do meio a umidade
em forma de vapor.
Quando mais úmida que o meio, a madeira tende a perder vapor
d’água para a atmosfera.
Existe uma situação em que a madeira não perde nem absorve
água do ar. Quando esta situação ocorrer, a umidade da madeira
está em equilíbrio com a umidade relativa do ar, em função da
temperatura ambiente. A este fenômeno denominamos Umidade
de equilíbrio da madeira.
19

A “tabela 1” nos dá a umidade de equilíbrio da madeira quando


exposta a diversas situações de umidade relativa do ar e
temperatura ambiente.

3.3.5 Ponto de Saturação das Fibras


A água contida nas cavidades celulares chama-se “água livre” e a
água contida nas paredes das células chama-se “água de
ligação”, ou de “impregnação”.
Durante a secagem da madeira, a “água livre”, das camadas
superficiais da madeira, será a primeira a deixar as células.
Durante a evaporação da “água livre”, nenhuma água de ligação
deixara a célula.
Quando toda a água livre evaporar, restando na célula somente a
água de ligação, ocorrerá o “Ponto de Saturação das Fibras”
(PSF). O termo Ponto de Saturação das Fibras refere-se à
umidade das paredes de uma célula, e não da madeira.
Em outras palavras, se a umidade média de uma peça de madeira
é de 30%, algumas células poderão ter água livre em sua
cavidade, enquanto outras, mais periféricas, poderão ter perdido
parte da água de impregnação.
A importância do P.S.F. está no fato de ser a partir daí, até a
completa secagem da madeira, que ocorrem as mais significativas
mudanças nas propriedades físicas e mecânicas do material. É,
por exemplo, a partir deste ponto que começa a contração da
madeira. Além disso, a energia necessária para evaporar a água
de ligação é muito alta, visto que a atração entre a água e as
fibras das paredes celulares são muito grandes.

3.3.6 Contração e Inchamento da Madeira


Durante a secagem da madeira, a água livre, aquela que existe
nas cavidades celulares, evapora deixando um espaço vazio.
Porém, quando a água de ligação deixa a parede celular, os
elementos que constituem esta parede posicionam-se nos lugares
anteriormente ocupados pela água e, consequentemente, causam
uma diminuição do volume da parede celular, causando
contrações e/ou empenamento na madeira.
Ao final da secagem, quando a umidade da peça é reduzida a
teores inferiores a 10%, as contrações sofridas pela madeira são
bastante significativas.

Como já visto anteriormente, a madeira tem a propriedade de


absorver umidade da atmosfera. Essa água absorvida entra nas
paredes celulares fazendo com que estas aumentem de volume e,
por conseqüência, ocorre o inchamento e/ou empenamento da
madeira.
A madeira possui um comportamento diferente para cada plano de
referência (tangêncial, longitudinal, e radial)
20

As contrações tangenciais são, normalmente, duas vezes maiores


que as radiais: variam de 6 a 15% quando a madeira é seca até
0% de umidade.

As contrações radiais variam de 2 a 8% quando a madeira é seca


até 0% de umidade.

As contrações longitudinais são, praticamente desprezíveis. Há


uma variação de, no máximo 0,2% quando a madeira é seca até
0% de umidade.

3.4 MÉTODOS DE SECAGEM

Existem vários métodos e processos para secagem de madeira, que vão


desde a secagem ao ar livre até métodos mais sofisticados, como a
utilização de alta freqüência e produtos químicos. Porém, dois métodos
são os mais utilizados:

3.4.1 Secagem ao Ar Livre


Esta é a maneira mais simples de se secar madeira serrada. Neste
processo a secagem é bastante rápida no início, quando a
madeira apresenta umidade elevada, tornando-se muito lenta
perto da umidade de equilíbrio.
A principal vantagem da secagem ao ar livre é que se aproveitam
as forças da natureza, e o objetivo é evaporar a maior quantidade
possível de água Este processo tanto pode se utilizado para uma
pré-secagem, isto é uma secagem inicial parcial com fase final de
secagem em estufas, como para um secagem completa.

Vantagens da secagem ao ar livre:


 Baixo custo;
 Técnicas de secagem extremamente simples;
 Rapidez de secagem para madeiras com alta umidade.

Desvantagens da secagem ao livre:


 Lentidão na secagem de madeira, quando esta umidade se
aproxima da umidade de equilíbrio;
 Não se conseguem umidades abaixo da umidade de equilíbrio
da madeira;
 A velocidade da secagem depende das condições climáticas
(temperatura, umidade relativa e ventilação);
 Necessidade de grandes espaços para a formação das pilhas
de madeira.

3.4.2 Secagem Em Estufas Convencionais


A secagem da madeira serrada em estufas convencionais é aquela
que se processa em câmaras fechadas, com circulação de ar e
variação de temperatura.
21

Neste sistema de secagem, o ar circula a uma velocidade de 60 a


120m/minuto, e a temperatura de trabalho fica numa faixa de 40 a
80oC para o início do processo, e 65 - 95 oC para o final do
processo.
É muito importante que neste tipo de sistema de secagem, se
controle a umidade relativa da estufa para evitar que ocorram
deformações na madeira.

Vantagens da secagem em estufas convencionais:


 Rapidez de secagem;
 Pode-se secar a madeira em níveis inferiores à umidade de
equilíbrio da madeira;
 A secagem pode ser feita em qualquer estação do ano com a
mesma velocidade;
 Utilização de pouco espaço físico.

Desvantagens da secagem em estufas convencionais:


 Custos de instalação e energia;
 Necessita de técnicos treinados para a sua operação.

3.5 DEFEITOS DE SECAGEM


Durante a operação de secagem da madeira, tanto ao ar como em estufa,
podem aparecer diversos defeitos nas mesmas, reduzindo assim o valor
e o volume (quantidade) da madeira de boa qualidade. Esses defeitos
podem ser causados por contrações, infecções de fungos, infestação de
insetos ou por ação química.

3.5.1 Defeitos Causados por Ação Química:


Este tipo de defeito é apresentado por alguma espécies de
madeira e se caracteriza pelo aparecimento de manchas,
geralmente marrom, causadas pela concentração de extrativos,
que são transportados pela água durante a secagem da madeira
serrada, indo se depositar na região da madeira onde ocorre a
evaporação desta água

3.5.2 Defeitos Causados Pela Infecção por Fungos


Podem ser três os defeitos causados pelos fungos:
 Manchas;
 Bolores;
 Apodrecimento.
A infecção pode ocorrer em qualquer lugar:
 Na floresta, após o corte da árvore;
 No pátio de toras;
 Logo após o desdobro.

Fungos são seres vivos microscópicos que crescem na madeira,


usando-a como alimento.
22

As manchas ocorrem, geralmente no alburno (tanto em coníferas


como em folhosas). Madeiras que possuem manchas azuis não
são podres, e possuem propriedades físicas muito próximas ás
das madeiras sadias. Para evitar o aparecimento de manchas é
conveniente que se seque rapidamente a madeira a umidades
inferiores a 20% pois, abaixo desta umidade, o fungo não se
desenvolve, ou fazer uso de fungicidas.

Bolor penetra na madeira através de esporos e é invisível no seu


interior. Na parte externa da madeira, porém, podem vir a crescer
muito (chegando ao ponto de reduzir a passagem de ar nas pilhas
de madeira quando em secagem livre), apresentando uma variada
gama de cores.

CONTRAÇÕES apodrecimento
E DISTORÇÕES só ocorreDE
em PEÇAS
espécies muito
(DE sensíveis
DIVERSOS em caso de
secagem lenta. Abaixo de 20% de umidade a madeira está livre
FORMATOS) AFETADAS,
do risco de EM FUNÇÃO DE SUAS POSIÇÕES NA
apodrecimento.
TORA
3.5.3 Defeitos Causados pela Infestação de Insetos
Os insetos podem atacar madeiras com qualquer tipo de umidade:
desde completamente secas, até totalmente verdes. Alguns insetos
atacam as toras e outros atacam a madeira já no pátio. Portanto, é
conveniente que se use algum tipo de inseticida na madeira logo
após o seu desdobro.

3.5.4 Defeitos Causados por Contrações

No processo de secagem, a madeira pode chegar a uma umidade


abaixo do “ponto de saturação das fibras” e, a partir daí, se
contrair de maneira irregular dentro dos três planos:
- radial;
- tangencial
- longitudinal
(ver figura 1)

Os principais defeitos causados por contração são:


 Fendilhados;
 Fendas internas;
 Colapso;
 Encruamento superficial;
 Empenamento;

empenamento é causado pela diferença entre as contrações


radiais e tangenciais, resultando nas distorções das peças
serradas.
Os empenamentos podem ser vários, como nos mostram as
figuras 6 e 7.
23

CONTRAÇÕES E DISTORÇÕES DE TÁBUAS, AFETADAS EM


FUNÇÃO DE SUAS POSIÇÕES NA TORA

FIGURA 6
24

FIGURA 7

3.6 MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE NA


MADEIRA

3.6.1 Secagem Completa em Estufa


25

Este método é universalmente aceito para se determinar o teor de


umidade da madeira. Consiste em se calcular o teor de umidade, a
partir da diferença de massa de uma peça, antes e após ter sido
completamente seca em uma estufa.
O teor de umidade é a diferença, em peso, entre a massa da
madeira úmida e da madeira seca, e é expresso em porcentagem
(%) cobre o peso da madeira completamente seca.

Mu - Ma
U(%) = --------------- x 100
Ma
Onde: U = Teor de umidade, expresso em porcentagem
(%);
Mu = Massa úmida da amostra (que se quer
determinar o teor);
Ma = Massa da madeira completamente seca.

Exemplo:
Supondo-se que a massa inicial de uma amostra de madeira seja
300g, após sua completa secagem em estufa a massa caia para
230g. O teor de umidade será:

Mu = 300g
Ma = 230g

Mu - Ma
U = ------------- x 100
Ma

300 - 230
Então: U= --------------- x 100
230

U = 30,34%

3.6.2 Método da Resistência Elétrica


Este método baseia-se no fato de que quanto maior for o teor de água da
madeira, maior será a passagem de corrente elétrica, e vice versa. Esses
medidores funcionam à pilha e possuem dois eletrodos, onde a corrente
passa de um para o outro. A escala do medidor fornece diretamente o
teor de umidade da peça medida em porcentagem (%).
26

Estes equipamentos necessitam que haja regulagens diferentes para


cada tipo de madeira e, também, o seu resultado só é confiável para
teores de umidade abaixo de 30%.
A grande vantagem deste método é a rapidez e a facilidade de operação.

PARTE 2

“O ADESIVO”
27

1. ADESIVO:
São substâncias que quando interpostas entre duas superfícies, de natureza
igual ou diferente, são capazes de uni-las através de forças atrativas (química,
mecânica ou ambas) com resultados finais de resistência que superam os
próprios substratos.

2. ADESÃO:
Capacidade que uma substância possui de se fixar a um substrato.
A adesão pode ser química ou mecânica.

2.2.1 Adesão Química


A adesão química ocorre nos casos onde os substratos são porosos, isto
é, não há onde o adesivo se “ancorar”. Como exemplo de adesão
química temos a colagem de vidros com adesivo à base de borracha de
silicone, ou colagem de rótulos em frascos plásticos.

2.2.2 Adesão Mecânica


A adesão mecânica ocorre sempre que se tem um substrato poroso
(madeira, por exemplo). O adesivo penetra fisicamente nos substratos,
mantendo-os unidos.

3. CONDIÇÕES PARA OCORRER A COLAGEM


Como estamos falando de colagem de madeira, iremos estudar especificamente
a colagem através da adesão mecânica, visto que é, principalmente, através
deste mecanismo que os adesivos à base de PVA (adesivos vnílicos) promovem
a união dos substratos.
Em termos práticos, podemos dizer que a ocorrência de uma boa colagem
depende dos seguintes requisitos:

3.1 UMECTAÇÃO
Deve haver um adequado “umidecimento” do substrato pelo adesivo.
Para que haja uma boa umectação é preciso que o adesivo tenha uma
boa fluidez, para escoar pela superfície a ser colada e,
consequentemente, penetrar no substrato.

3.2 PENETRAÇÃO
Como estamos falando em adesão mecânica, a penetração correta do
adesivo no substrato é fundamental. Esta penetração não deve ser nem
excessiva nem superficial, pois:

3.2.1 Penetração Excessiva


Se uma grande parte do adesivo penetrar na madeira, isto é, se
houver uma absorção excessiva do adesivo pelo substrato, sobra
28

pouco adesivo entre as peças a serem coladas, para promover


uma boa colagem.

3.2.2 Penetração Insuficiente


Se não houver uma penetração suficiente de adesivo no substrato,
a ancoragem será muito pobre, resultando numa colagem de baixa
qualidade, muito superficial.
Só se consegue determinar qual o adesivo de melhor penetração
para um dado substrato, após se conhecer minuciosamente este
substrato.

3.3 SOLIDIFICAÇÃO DO ADESIVO


Trata-se de uma mudança de estado físico, e ocorre através de algumas
etapas:

3.3.1 Secagem
Retirada do solvente (água no caso dos adesivos vinílicos) por
evaporação natural ou forçada;

3.3.2 Polimerização
Esta etapa só ocorre nos adesivos vinílicos reticuláveis
(crosslinking), e consiste na reação entre as moléculas do adesivo,
que são curtas, transformando-as em cadeias longas e complexas.

3.3.3 Cura
Estágio final da polimerização do adesivo.
A cura do adesivo confere a este, propriedades diversas como:
 Aumento da resistência mecânica;
 Resistência à umidade ou água;
 Resistência térmica;
 Etc.

3.4 TRANSFERÊNCIA DAS TENSÕES

adesivo curado tem que se adaptar ao trabalho (movimento) dos


substratos a fim de reduzir o efeito das tensões que ocorrem na linha
de colagem.

4. COESÃO
Podemos definir coesão como a resistência interna de uma substância. No caso
de adesivos, é a resistência interna da camada adesiva seca ou polimerizada
ou curada. Em termos gerais, quanto mais duro for o adesivo, após a secagem
ou cura, maior será a sua coesão.
Porém, é importante que haja um perfeito equilíbrio entre a coesão do adesivo e
o “trabalho” dos substratos, para que ocorra uma adequada transferência de
tensões entre as partes.
29

4.1 COESÃO EXCESSIVA


Pode fazer com que o substrato se rompa próximo à linha de colagem,
pois a camada adesiva não acompanha o trabalho dos substratos.

4.2 COESÃO BAIXA


Facilita a abertura da linha de colagem, pois a camada adesiva não
consegue transferir as tensões de um substrato para o outro.

5. CLASSIFICAÇÃO DOS ADESIVOS

Com relação à sua natureza, os adesivos podem ser divididos em dois grupos:

5.1 NATURAIS
Podem ser de origem vegetal, animal (orgânicos) ou mineral (inorgânico):

5.1.1 Vegetal
 Amido
 Dextrina
 Látex natural

5.1.2 Animal
 Caseína
 Cola animal (proteína)
 Albuminas

5.1.3 Vegetal
 Silicatos

5.2 SINTÉTICOS

Os adesivos sintéticos podem pertencer a dois grandes grupos:

5.2.1 Termoplásticos
Adesivos que têm a propriedade de amolecer, ou fundir, sob ação
de calor e de se enrijecerem quando resfriados. São,
normalmente, facilmente atacados por solventes.
Os adesivos termoplásticos podem pertencer a três grupos:

 Base d’água:
PVA (Adesivos Vinílicos)
Acrílicos
EVA (Adesivos Vinil-Etilênicas)
SBR (Estireno Butadieno)

 Base solvente:
PVA
Acrílicos
30

 Termofusíveis
São adesivos que não possuem qualquer tipo de veículo.
São 100% sólidos. A esta classe de adesivos pertencem os
Hot-Melts.

5.2.2 Termofíxos
Os adesivos termofíxos são aqueles que após “curados” não são
mais afetados pelo calor e/ou solventes (orgânicos ou água).
Estas características de insolubilidade e infusibilidade são
inerentes às resinas sintéticas formadas por ligações cruzadas.
Como exemplo de adesivos termofíxos temos:
 Adesivos uréicos;
 Adesivos fenólicos;
 Adesivos resorcínicos
 Adesivos a base de neoprene;
 Adesivos vinílicos;
 Etc..

6. PRINCIPAIS ADESIVOS UTILIZADOS NA INDÚSTRIA MOVELEIRA

6.1 HOT-MELT
Os adesivos Hot-Melt se caracterizam por serem sólidos à temperatura
ambiente, não conterem solventes e serem aplicados fundidos. A
colagem ocorre pelo resfriamento e consequente solidificação do
adesivo. Como a colagem ocorre simplesmente pelo resfriamento e
solidificação, e não por uma reação química, não necessita tempo de
cura.

6.1.1 Utilização
Colagens laterais ou de topo de laminados plásticos ou lâminas
decorativas de madeira, em chapa de aglomerado ou
compensado.

6.1.2 Aplicação
Os adesivos Hot-Melt são aplicados somente através de máquinas
automáticas, que dispões de sistema de fusão (aquecimento) e
aplicação dos adesivos. A utilização deste tipo de adesivo está,
portanto, condicionada à existência de equipamentos adequados.

6.2 ADESIVOS URÉICOS


Os adesivos uréicos são produtos resultantes da reação da uréia com o
formol.
Sua utilização se dá num ponto de polimerização intermediário, quando
ainda são solúveis em água. A colagem se processa, em presença de
31

catalisadores adequados, pela polimerização e posterior cura total do


adesivo.
Dependendo do tipo de catalisador utilizado, a cura pode ocorrer a frio ou
a quente.

6.2.1 Utilização
Estes adesivos podem ser utilizados nas seguintes colagens:
 Colagens estruturais;
 Montagem de painéis e tapetes de madeira macaça;
 Laminação: Colagem de laminados plásticos;
Colagem de lâminas de madeiras.
 Fabricação de compensados;
 Fabricação de aglomerados.

6.2.2 Aplicação
Os adesivos uréicos podem ser aplicados através de coladeiras
automáticas ou manuais, e a prensagem pode ser feita tanto a frio
como a quente, de acordo com a necessidade ou equipamento ou
o catalisador utilizado.

Os adesivos uréicos sempre sofreram restrições devido ao forte


odor de formol exalado durante a sua manipulação, ou ao formol
emitido mesmo após a sua cura.

Atualmente já xistem os produtos de baixa emissão de formol, que


possuem desempenho técnico tão bom quanto os produtos
convencionais de alta emissão.

6.3 ADESIVOS DE CONTATO

São adesivos feitos a base de borracha sintética (policloropreno), resinas


taquificantes e aditivos especiais. Nestes adesivos pode-se utilizar
solventes orgânicos ou água como veículo.
Ao contrário de outros adesivos, os adesivos de contato, como o próprio
nome já diz, efetuam a colagem somente através do “contato” entre as
duas faces dos substratos, recobertas com os adesivos já seco, com
posterior aplicação de pressão, fazendo com que as duas camadas de
cola (uma de cada substrato) se fundam formando um único corpo.

Após a colagem, inicia-se uma reação especial de polimerização


chamada “vulcanização”, cuja cura final se dará em alguns dias, quando
então a colagem atingirá sua eficiência máxima, resistindo inclusive a
solventes e a altas temperaturas.

6.3.1 Utilização
Os adesivos de contato são indicados, principalmente, para a
colagem de laminados plásticos e de madeira, em compensados
ou aglomerados.
32

Os adesivos de contato são especialmente indicados para


colagem de peças onde não é possivel a aplicação contínua de
pressão.

6.3.2 Aplicação
Os adesivos de contato podem ser aplicados de diversas
maneiras:
 Trinchas;
 Espátulas dentadas;
 Pistolas;
 Etc.

A pressão aplicada sobre as peças, após a secagem do adesivo,


deve ser feita, preferencialmente, do centro da peça para as
bordas, para evitar que bolhas de ar fiquem retidas entre os
substratos.

6.3.3 Algumas Características

6.3.3.1 Tempo de Secagem:


Chamamos de tempo em aberto ao tempo necessário
para que ocorra a evaporação do solvente (orgânico
ou água), e o filme formado se apresente totalmente
seco ao toque. Somente após este tempo é que a
colagem pode ser efetuada.

6.3.3.2 Tempo em Aberto:


Tempo máximo em que o “filme” do adesivo seco
conserva a sua característica de pega. Após este
ponto a colagem torna-se cada vez mais fraca, pois a
fusão entre as camadas de adesivo, dos dois
substratos, se torna cada vez mais precária.

6. ADESIVOS VINÍLICOS

Adesivos normalmente termoplásticos, podendo também ser termofíxo,


resultante da polimerização (em dispersão aquosa) do Acetato de Vinila -
VAM, convertendo-o no Poliacetato de Vinila - PVAc.
Por ser à base d’água, os adesivos vinílicos apresentam alguma
vantagens:
 Facilidade e segurança no manuseio;
 Inodoro;
 Não inflamável;
 Baixo custo;
 Adesão sobre uma variada gama de substratos;
 Secagem rápida sob condições adequadas;
 Resistência a graxas;
 Boa maquineabilidade;
33

 Fácil limpeza;
 Estabilidade à estocagem.

6.4.1 Adesivos Vinílicos Termoplásticos


Neste tipo de adesivo a colagem ocorre pela simples evaporação
do solvente (água), resultando numa colagem de baixa resistência
térmica e à umidade.

6.4.2 Adesivos Vinílicos Termofíxos


Neste tipo de adesivo, durante a colagem, além de ocorrer a
evaporação do solvente (água), ocorre também uma
polimerização, e posterior cura, resultando numa colagem de alto
desempenho, com excelente resistência a água e a temperatura.

6.4.3 Composição
Os adesivos à base de PVAc (vinílicos), são compostos
basicamente por:

6.4.3.1 Matéria Ativa:


Poliacetato de vinila, que é o componente básico do
adesivo;

6.4.3.2 Cargas:
Material utilizado como “enchimento”. Pode ser
orgânico (por exemplo: amido) ou inorgânicos (por
exemplo: carbonato de cálcio).
Em alguns casos, as cargas são utilizadas para
modificar, ou conferir, alguma característica nos
adesivos.

6.4.3.3 Plastificantes:
Servem para reduzir a dureza dos adesivos,
tornando-os mais páasticos.

6.4.3.4 Conservantes:
Evitam a proliferação de bactérias e fungos,
aumentando assim o seu tempo de vida.

6.4.3.5 Antiespumantes:
Como o próprio nome já diz, serve para evitar a
formação de espuma durante a fabricação e o uso do
produto, principalmente quando o adesivo é aplicado
por máquinas.

6.4.3.6 Outros Aditivos:


 Antioxidantes;
 Coalescentes;
 Espessantes;
 Solventes;
 Etc.
34

6.4.4 Características dos Adesivos:


Os adesivos vinílicos possuem algumas características que
merecem ser comentadas:

6.4.4.1 Teor de Sólidos:


É o material que se obtem após a evaporação do seu
solvente. O teor de sólidos, além da matéria ativa
(polímero), pode também ser composto por:
 Plastificante;
 Cargas;
 Espessantes;
 Etc.

6.4.4.2 Viscosidade:
Pode ser, de maneira simples, explicada como sendo
a facilidade com que uma substância “Flui”
(escorre). A viscosidade pode ser medida de diversas
maneiras, porém, a mais utilizada, no caso dos
adesivos vinílicos, é a Brookfield.
A viscosidade Brookfield é medida em um aparelho
rotacional e expressa a resistência que uma
substância opõe à rotação de um corpo imerso nesta.
A viscosidade Brookfield é expressa em centipoises
(cP).
Como os adesivos vinílicos são tixotrópicos, isto é,
sofrem redução de viscosidade (ou aumento de
“fluidez”), quando expostos a um trabalho mecânico,
é sempre importante citar, juntamente com a medida
de viscosidade, a velocidade de rotação que foi
utilizada na medição desta.
A temperatura também deve ser considerada quando
da medida de viscosidade, pois quanto maior a
temperatura, menor a viscosidade que este
apresenta.

6.4.4.3 pH:
É a medida de acidez ou de alcalinidade de uma
substância.
 pH menor que 7,0 é considerado ácido;
 pH maior que 7,0 é considerado alcalino.
Nos adesivos vinílicos, normalmente, este pH fica na
faixa de 4,0 a 5,0. Isto significa que eles possuem
caráter ácido.

6.4.4.4 Tamanho de Partícula:


Comentaremos mais à frente, no capítulo relativo às
emulsões.
6.4.4.5 Temperatura Mínima de Formação de Filme:
Comentaremos mais à frente, no capítulo relativo às
emulsões.
35

6.4.5 Utilização

Os adesivos vinílicos podem ser utilizadas na colagem de madeira,


em diversos segmentos da indústria moveleira/madeireira
 Colagens estruturais;
 Colagens laterais de madeira
- Painéis
- Tapetes
 Laminação
- Laminados plásticos
- Laminados de madeira
 Colagem de espiga e cavilha
 Etc.

6.4.6 Aplicação
Os adesivos vinílicos podem ser aplicados através de coladeiras
automáticas, manuais, rolos, trinchas, stc.
A prensagem das peças coladas com adesivos vinílicos pode ser a
frio, a quente ou rádio frequência.

6.4.7 Fatores Que Influenciam a Aplicação dos Adesivos Vinílicos

6.4.7.1 Temperatura Ambiente:


A viscosidade de um adesivo vinílico varia de acordo
com a sua temperatura. Quanto maior a temperatura
do produto, menor a sua viscosidade e,
consequentemente, haverá uma redução na camada
aplicada, além de ser mais rapidamente absorvido
pelo substrato e ter o seu tempo de secagem
reduzido.

6.4.7.2 Umidade Relativa do Ar


Como os adesivos vinílicos promovem a colagem
pela simples perda, por evaporação, de seu solvente,
quanto maior a umidade relativa do ar, mais lenta se
torna a secagem da cola.

6.4.7.3 Condições do Equipamento


As condições dos equipamentos (prensa/aplicador)
influenciam diretamente no bom desempenho e
rendimento do adesivo.

6.4.7.4 Condições de Estocagem


As condições de estocagem do adesivo,
recomendadas pelo fabricante do mesmo, devem ser
rigorosamente obedecidas, para que o produto tenha
o mesmo desempenho durante to o prazo de sua
validade.
36

7. EMULSÃO

Como os adesivos vinílicos são apresentados na forma de emulsão, é


importante que conheçamos um pouco sobre emulsões e suas características.

7.1 DEFINIÇÃO

São sistemas nos quais se consegue manter em uma única fase, duas ou
mais substâncias imisciveis entre si.
No caso específico do poliacetato de vinila (PVAc), temos o polímero do
acetato de vinila (que é uma substância sólida) emulsionado em água,
através de substâncias surfactantes (detergentes).
Ver figura 8.

Figura 8
37

7.2 POLIMERIZAÇÃO EM EMULSÃO

A polimerização em emulsão é, então, a polimerização de um monômero


disperso em água através de um surfactante. Esta polimerização ocorre
em temperaturas próximas a 80oC e na presença de catalisadores.

7.3 COMPONENTES DE UMA POLIMERIZAÇÃO EM EMULSÃO

Os principais componentes são:


 Monômero: .........Gera o polímero;
É uma palavra que vem do latim, e significa
uma unidade;
 Surfactante: ........Mantém o sistema estável, isto é, mantém o
monômero disperso na água. De uma maneira
muito simples, surfactantes nada mais são do
que substâncias similares aos detergentes
domésticos.
 Água;
 Catalisador.
 Polímero:............Também é uma palavra que vem do latim, e
significa “várias unidades”.

7.4 TAMANHO DE PARTÍCULA


38

Nas emulsões vinílicas, chamamos de partícula à “gotícula” do monômero


(VAM) polimerizado, disperso em água.
Se observarmos uma emulsão através de um microscópio, iremos
constatar que ela é formada por partículas de polímero. Estas partículas
podem variar muito de diâmetro, isto é, as partículas observadas têm
diferente tamanhos dentro de um mesmo produto. Então, convencionou-
se considerar como “tamanho de partícula de uma emulsão”, o valor
médio que elas apresentam dentro de uma mesma amostra.
O tamanho de partícula é importante pois determina algumas
características das emulsões.

7.4.1 Tamanho de Partícula Pequeno


 Aumenta o brilho do filme seco da emulsão;
 Aumenta a resistência, do filme seco, à água;
 Aumenta a viscosidade da emulsão;
 Diminui a estabilidade mecânica da emulsão;
 Deixa o produto muito mais “tixotrópico”, isto é, diminui
a sua fluidez.

7.4.2 Tamanho de Partícula Grande


 Reduz o brilho do filme seco;
 Reduz a resistência à água do filme seco;
 Reduz a viscosidade do produto;
 Aumenta a estabilidade mecânica da emulsão;
 Deixa o produto muito mais fluido, embora para uma alta
viscosidade.

É importante termos conhecimento de que uma emulsão é formada


por partículas, para que possamos entender o fenômeno da
“coalescência”.

7.5 COALESCÊNCIA

Quando o adesivo é aplicado, ocorre a evaporação do solvente (no


nosso caso água) e, consequentemente, ocorre a colagem dos
substratos. Porém, para que as partículas do PVAc se juntem e
fortaleçam a colagem é preciso que ocorra o que se chama
“coalescência”, isto é, a união de todas as partícula para que as
mesmas formem um único bloco, formando um filme contínuo (ver figura
9), melhorando assim, a qualidade da colagem.

Filme úmido:
Partícula emulsionadas em
água.

Filme seco: polímero e


surfactante formam um único
Filme coalescido: As partícula
corpo porém, as partículas só
se “fundiram” formando um únicoestão próximas, não formando um
bloco. único bloco.
39

Figura 9

7.6 TEMPERATURA MÍNIMA DE FORMAÇÃO DE FILME - “TMFF”

Característica que todas as emulsões possuem de só formarem “filme


contínuo” acima de uma determinada temperatura, que pode ser superior
ou inferior à temperatura ambiente.
Esta é, talvez, a mais importante característica das emulsões, visto que
aplicações de adesivos vinílicos abaixo da sua TMFF característica, a
camada de cola perde água, porém sua partículas não coalescem, não
há a fusão de suas partículas.
Isto é facilmente observado quando em dias muito frios, a camada de
adesivo permanece branca, mesmo depois de o adesivo estar
completamente seco, comprometendo sensivelmente a colagem.
Portanto, em dias muito frios, em que a temperatura ambiente esteja
abaixo de TMFF do adesivo em uso, deve-se aquece-lo a temperaturas
próximas à 25oC para que se possa trabalhar com segurança.
É dever do fabricante informar as “TMFF” características de seus
produtos.
A figura 10 nos mostra uma foto (ampliada em microscópio eletrônico),
em que se percebe nitidamente partículas de uma emulsão vinílica em
processo de coalescência.
40

Figura 9

8. CLASSIFICAÇÃO DOS ADESIVOS VINÍLICOS QUANTO À SUA


RESISTÊNCIA À UMIDADE

Comos ambientes apresentam variações de umidades, criaram-se normas para


classificar os adesivos conforme suas resistências a umidade, para que se
possa utilizar adesivos adequados em aplicações específicas. No Brasil a
Norma mais utilizada é Norma Européia EN-204 e EN-205, (que se originaram
das Normas DIN-68604 e DIN 68603) como referência para a classificação da
resistência das colagens, e classificam os adesivos em quatro grupos, conforme
tabela 2 abaixo:
41

GRUPOS DE PROVA DE ESFORÇO


N/mm
2
NO
SEQUENCI- DESCRICAO
AL
D1 D2 D3 D4

7 dias em clima normalizado (DiN


>/=10 >/=10 >/=10 >/=10 1
50014-20/65-1)
7 dias em clima normalizado (DiN 50014-20/65-1)
o
>/= 5 2 3 horas em água fria (18 - 22 C)
7 dias em clima normalizado (DIN 50014-20/65-1)
7 dias em clima normalizado (DiN 50014-20/65-1)
>/= >/= o
4 dias em água fria (18 - 22 C)
2 2 5
7 dias em clima normalizado (DIN 50014-20/65-1)
>/=6 6 4 dias em água fria ( 18 - 22oC)
7 dias em clima normalizado (DIN 50014-20/65-1)
7 dias em clima normalizado (DIN 50014-20/65-1)
>/=4 13 6 horas em água em ebulição
2 horas em água fria (18 - 22oC)
7 dias em clima normalizado (50014-20/65-1)
6 horas em água em ebulição
14
>/=6 2 horas em água fria (18 - 22oC)
7 dias em clima normalizado (50014-20/65-1)
(1)- Todos os valores indicados nas colunas verticais (D1 - D4) devem ser considerados
como valores médio.
(2)- 1 N = 0,10194 kg
(3)- 1 kg = 9,81 N

Tabela 2

A tabela 3 abaixo nos mostra as exigências quanto às colagens, dentro dos grupos
(D-1 a D-4), e alguns exemplos de utilização.
42

GRUPOS DE PROVAS DE ESFORÇO


GRUPO EXIGÊNCIA DA COLAGEM EXEMPLOS DE UTILIZAÇÃO
Estável em ambientes fechados com, em geral, Em interiores secos.
D1
baixo nível de umidade do ar. (Portas, moveis, revestimentos, etc.)

Estável em ambientes fechados com variações


altas de curta duração na umidade do ar e, Em ambientes internos com elevada umidade
D2
ocasionalmente, curto período de interação do ar.
com água. (Cozinha, banheiro, etc.)

Em ambiente interno com curta duração de alta


Estável contra influencia climática num ambiente umidade do ar e curta interferência de água, assim
D3 de clima ameno. como para ambientes externos.
(Portas, janelas, escadas, etc.)

Em ambientes internos com grandes variações


Estável contra influencia climática num ambiente de clima e influencia de água (banhos públicos,
D4 de clima ameno, em condições especialmente cabinas de chuveiro), assim como para utilização
desfavoráveis. externa com grande influencia climática (janelas
e portas externas com polimento ou tinta, escadas
e escadarias).

Tabela 3

Dentro dessa classificação de resistência das colagens, os adesivos vinílicos se


dividem em dois grupos:

8.1 TERMOPLÁSTICOS

Atendem à Norma EN 204 níveis D-1 e D-2.


A colagem ocorre numa única tapa, pela simples evaporação do solvente
(água).
Os adesivos vinílicos termoplásticos são utilizados onde não se requeira
resistências à umidade e ao calor.

8.2 TERMOFÍXOS
(Reticuláveis)

Atendem à Norma EN-204, níveis D-3 e D-4.


Colagem ocorre em três etapas:
 Secagem;
 Polimerização;
 Cura.

Os adesivos vinílicos termofíxos são utilizados em colagens onde a


resistência ao calor e a resistência à umidade são requeridas.
Os adesivos vinílicos reticuláveis se dividem em dois grupos:
43

8.2.1 Monocomponentes

Possuem resistências moderadas à umidade e ao calor. Atendem à


Norma EN-204 nível D-3.

8.2.2 Bicomponentes

Como o nome já diz, necessitam da adição de um catalisador para


que tenham o desempenho esperado.
Quando convenientemente catalisados, os adesivos vinílicos
bicomponentes possuem altas resistências à umidade e ao calor,
atendendo à Norma EN-204 nível D-4.
É importante frisar que os adesivos vinílicos bicomponentes, se
não forem catalisados, perdem totalmente suas características de
alta resistências (à água e ao calor), passando a atender, no
máximo, o nível D-2 da Norma EN-204.

PARTE 3
44

“A COLAGEM”

1. A MADEIRA

1.1 A DENSIDADE DA MADEIRA

As madeira são classificadas em três grupos:


45

 Baixa densidade - até 500 kg/m3 (*);


 Média densidade - de 500 a 750 kg/m3 (*);
 Alta densidade - acima de 750 kg/m3(*).

(*) 10 - 12% de umidade

Dependendo do grupo de madeira a ser colado, deve-se aplicar uma,


pressão adequada àquele tipo de madeira, sobre a linha de colagem,
conforme tabela 4.

PRENSA MADEIRA PRESSÃO


FRIA BAIXA DENSIDADE 6 a 10 kg

QUENTE MÉDIA DENSIDADE 10 a 13 kg

ALTA FREQUÊNCIA ALTA DENSIDADE 13 a 20 kg

Tabela 4

Nas colagens pelo sistema “finger joint”, a pressão requerida na linha de


colagem é a mesma para os três grupos de madeira (baixa, média e alta
densidades): 10 20 kg/cm2.

Pressões inadequadas sobre a linha de colagem podem causar os


seguintes problemas:

1.1.1 Pressão Excessiva


Destroi os substratos além de jogar o adesivo para fora da linha de
colagem.

1.1.2 Pressão Insuficiente


Os substratos não ficam juntos o suficiente, resultando em falhas
na área de colagem e, consequentemente, redução da área de
contato dos substratos.

A viscosidade do adesivo utilizado também deve ser compatível com o


tipo de madeira que se está querendo colar.
46

Para madeiras de baixa densidade recomenda-se o uso de adesivos de


maior viscosidade. Já para madeiras de alta densidade recomenda-se
o uso de adesivos de baixa viscosidade.

1.2 POROSIDADE DA MADEIRA

Tanto as madeiras folhosas como as coníferas, possuem poros e vasos


para a circulação de fluidos em seu interior.
Os vasos paralelos ao eixo do tronco permitem a circulação da água e
nutrientes do solo, raiz, até as extremidades da árvore, as folhas.
Os poros permitem a difusão da água e nutrientes radialmente, vide
figura 5.
Quanto maior for a porosidade do substrato, mais fácilmente se processa
a colagem, desde que se utilize o adesivo adequado, pois existem mais
pontos para que ocorra a ancoragem do adesivo.

1.3 UMIDADE
A umidade da madeira deve ser controlada criteriosamente para que se
consiga uma colagem de boa qualidade. Para isso, algumas regras
devem ser seguidas, conforme tabela 5.

Como os ambientes apresentam variações de umidade relativa, e as


madeiras são materiais higroscópicos, já discutido em 3.2 - Conceitos de
secagem, na primeira parte deste trabalho, é importante que se equilibre
a umidade das mesmas com o meio, em função da temperatura ambiente,
para evitar empenamentos.

Não se pode, nem se deve, colar peças de madeira (sarrafos ou lâminas)


que apresentem variações de umidades entre elas, ou dentro da mesma
peça. Como a já sabemos, a umidade da madeira tende a entrar em
equilíbrio com o meio, ganhando ou perdendo água, as peças coladas
nessas condições vão sofrer variações dimensionais diferentes entre si,
forçando excessivamente a linha de colagem. Nestes casos, quando não
há descolamento, ocorre a rachadura em uma das peças coladas.

Quanto mais alta a densidade da madeira, menor deve se a umidade das


peças a serem coladas.
47

CLASSIFICAÇÃO TEOR DE COLAGEM


DA UMIDADE OBSERVAÇÕES
MADEIRA % QUALIDADE MOTIVO

A MADEIRA ABSORVE
ANIDRA 0 - 4 RUIM COLA EM DEMASIA ----------

4,1 -8,0 PENETRAÇAO ADEQUADA DO IDEAL PARA MADEIRAS


SECA ESTABILIZADA MUITO BOA ADESIVO PROPORCIONANDO DE ALTA E MÉDIA
BOA ANCORAGEM DENSIDADES

LEVEMENTE 8,1 - 13,0 AINDA HÁ BOA PENETRAÇÃO IDEAL PARA MADEIRAS


ÚMIDA ESTABILIZADA BOA DO ADESIVO PARA PROPOR- DE BAIXA E MÉDIA
CIONAR BOA ANCORAGEM DENSIDADES

ALTAMENTE 13,1 - 18,0 SEM GARANTIA. BAIXA PENETRAÇÃO DO


ÚMIDA ESTABILIZADA DEVE APRESENTAR ADESIVO, NÃO APRESENTANDO ----------
PROBLEMAS UMA BOA ANCORAGEM

SATURADA 18,1 - 30,0 NÃO PODE NÃO HÁ QUALQUER CHANCE ----------


DE OCORRER PENETRAÇÃO
SER E TAMPOUCO ANCORAGEM
VERDE 30,1 - 40,0 DO ADESIVO ----------
COLADA

Tabela 5

1.4 UNIFORMIDADE DA ÁREA A SER COLADA

Preparação inadequada das superfícies leva a um baixo nível na


qualidade das colagens.

Recomendações:
As superfícies devem estar perfeitamente aplainadas para aumentar a
superfície de contato e, consequentemente, aumentar a área de
colagem e evitar espaços vazios entre a linha de cola, após secagem, e
a superfície da madeira.
Esses espaços vazios são provenientes da perda de volume do adesivo,
que ocorre durante o seu processo de secagem, visto que
aproximadamente 50% dos adesivos vinílicos são constituidos por água.
Vide figura 9

Essas bolsas de ar atuam como alavanca sobre a linha de colagem,


sempre que a peça colada é exposta, propositalmente ou não, a um
ambiente de maior temperatura, pelo fenômeno da dilatação dos corpos,
causando, a médio prazo, descolamento das peças por fadiga da linha de
colagem.

Outro fator muito importante na preparação das superfícies de colagem, é


evitar que as mesmas possuam extremidades chanfradas. Extremidades
de peças mal aplainadas levam a colagem a um alto nível de rejeição,
por ser um ponto inicial de descolamento.
Para madeiras de maiores densidades, o aplainamento é mais crítico do
que para madeiras de densidades menores.
48

No caso de madeiras “macias” os desníveis são reduzidos durante a


prensagem, pela compressão das superfícies de contato, aumentando
assim, a área de contato das mesmas, reduzindo, ou até mesmo
eliminando, a formação de bolsas de ar na linha de colagem.

1.5 EMPENAMENTO

Empenamento é um fenômeno causado pelo ganho ou perda de água,


pela madeira como já estudado no item (3.), da primeira parte deste
trabalho.
Dependendo do posicionamento das tábuas dentro da tora, e do tipo de
madeira, este empenamento pode causar vários tipos de deformações às
tábuas. Exemplo: torcimento, encurvamento, abaulamento, etc.
Não é recomendável que se façam colagens entre peças de madeira
quando estas estiverem empenadas, pois o esforço na linha de colagem,
após a prensagem, é muito grande.

Nos adesivos vinílicos, mesmo nos reticuláveis, a colagem ocorre quando


o adesivo perde seu solvente (no caso água) para o meio. Como esta
perda de água é muito lenta, para que a colagem se concretize e atinja
sua eficiência máxima, é necessário que haja um tempo de cura após a
prensagem.
Este tempo de cura está diretamente associado ao tipo de prensa que se
venha a utilizar no processo, conforme nos mostra a tabela 6.

TIPO DE TEMPO DE TEMPO DE CURA


PRENSA PRENSAGEM APÓS PRENSAGEM
FRIA 3 a 4 horas Mínimo 24 horas

QUENTE 3 a 10 minutos Mínimo 12 horas

ALTA FREQUÊNCIA 1 a 3 minutos Mínimo 6 horas

Tabela 6

Como após a prensagem as peças coladas tendem à voltar às suas condições


iniciais de empenamento, a força que atua sobre a linha de colagem é muito
alta, facilitando assim o descolamento das tábuas, visto que o adesivo ainda
não atingiu sua cura. Este problema se agrava mais no processo de prensagem
a quente, pois neste sistema a colagem inicial, além de ser muito superficial,
existe também o problema de acentuamento do empenamento das peças
causado pela perda forçada da água da madeira, graças ao aquecimento das
tábuas pelos pratos da prensa.

1.5 TRATAMENTO EXTERNO

Não se deve fazer nenhum tipo de tratamento (superficial ou interno) na


madeira que possa, posteriormente, prejudicar a qualidade da colagem.
49

A aplicação de produtos químicos na madeira, antes da colagem, pode


causar sérios problemas, se não for criteriosamente avaliada

1.5.1 Entupimento dos poros


Seladores, vernizes, hidrofugantes, ect., quando aplicados sobre a
madeira causam entupimento dos poros, não permitindo a
ancoragem do adesivo;

1.5.2 Desmoldante
Substâncias oleosas não voláteis (gorduras, óleos, etc.) formam
uma película entre a madeira e o adesivo, não permitindo assim
que a colagem se realize;

1.5.3 Reação com o Adesivo


Deve-se tomar muito cuidado quando se está fazendo o
tratamento da madeira com biocidas. Existem produtos, como o
“bórax” por exemplo, que reagem com os adesivos vinílicos
modificando suas propriedades e causando, consequentemente,
enfraquecimento da linha de colagem.
Qualquer operação de lixamento deve ser feita com materiais
abrasivos totalmente isentos de ferro. Partículas de ferro em
contato com o adesivo, que possui caráter oxidante, reage,
causando o escurecimento da linha de cola.

2. O ADESIVO

2.1 USO DO ADESIVO ADEQUADO

Para se produzir objetos de madeira colada, devemos ter, com exata


precisão, conhecimento da aplicação desses objetos e do tipo de
ambiente ao qual eles serão expostos.
O conhecimento dos equipamentos que serão utilizados na operação de
colagem também é importante.
Na escolha do adesivo mais adequado, para a colagem, devem ser
considerados os itens abaixo:

2.1.1 Resistência à Água e/ou Umidade Requerida na Colagem


Universalmente são adotadas as Normas Européias EN-204 e
EN-205.
Vide tabela 7.
50

CLASSE NORMA EN-204


Exposição a ambientes combaixa
D-1 umidade e temperaturas amenas.

Exposição a ambientes interiores


D-2 comalta umidade

Exposição a ambientes úmidos com


D-3 contatos esporádicos comágua.
Interiores e exteriores.

Exposição a ambientes com


D-4 constantes contato comágua.
Interiores e exteriores.

Tabela 7

2.1.2 Exposição do Objeto Colado a Temperaturas Extremas


 Altas temperaturas: próxima a 100oC
 Baixas temperaturas: abaixo de 0o.

2.1.3 Tipo de Prensa que Será Utilizada na Colagem


 Prensa fria;
 Prensa quente;
 Prensa de alta-frequência.

2.1.4 Tipo de Madeira que Será Utilizada.


 Baixa densidade;
 Média densidade;
 Alta densidade.

2.1.5 Umidade da Madeira


conhecimento do teor de umidade, em função do tipo de madeira
que será colada, é muito importante na escolha do adesivo mais
adequado.

2.1.6 Sistema de Aplicação do Adesivo


 Aplicador de rolos;
51

 Bico injetor;
 Pulverizador;
 Imersão;
 Trincha, pincel.

Todas as informações acima devem ser passadas para o


fabricante do adesivo, que indicará o produto mais adequado às
necessidades da colagem.

2.2 PRAZO DE VALIDADE / CONDIÇÕES DE ESTACAGEM

Deve-se sempre respeitar o prazo de validade do adesivo que é


determinado pelo fabricante. O prazo de validade de um adesivo está
sempre ligado às condições em que ele foi estocado. Estocagem em
locais inadequados reduz sensivelmente o tempo de vido do produto
comprometendo, assim, sua qualidade de colagem. Portanto, as
condições de estocagem determinadas pelo fabricante devem ser
respeitadas incondicionalmente.

2.3 ASPECTO DO PRODUTO

Não utilizar, nunca, adesivos que apresentem qualquer modificação de


seu aspecto. Alteração na cor, ou no odor característico, bem como
separação de fase, significa que ocorreu, ou está ocorrendo, degradação
do produto.

2.4 MANUSEIO
Para o bom desempenho do adesivo, algumas regras de manipulação
devem ser seguidas:
 Não introduzir materiais de ferro dentro do produto (concha, bastão,
etc.).
 Não deixar a embalagem aberta após o seu uso;
 Todo e qualquer objeto que for posto em contato com o adesivo, na
embalagem, deve estar limpo. Este procedimento evita a
contaminação química e bacteriológica do produto;
 Nunca misture adesivos de tipos diferentes, ou de fabricantes
diferentes, sem consultar, pelo menos um dos fabricantes;
 Não trocar o produto de embalagem. A embalagem original é a mais
adequada para a estocagem e conservação do produto.

2.5 REOLOGIA DO ADESIVO

Como sabemos, para que haja uma boa colagem, é necessário que
ocorra uma boa penetração do adesivo no substrato. A penetração
adequada do adesivo no substrato está diretamente condicionada à
viscosidade.
Penetração inadequada do adesivo no substrato resulta numa colagem
de baixa qualidade, pois:
52

2.5.1 Penetração Excessiva


Resulta na falta de adesivo entre os substratos e,
consequentemente, não garante a junção dos mesmos.

2.5.2 Baixa Penetração


Não permite a ancoragem do adesivo nos substratos,
comprometendo assim a qualidade da colagem.

A penetração adequada requer adesivos com características reológicas


especiais:
 Tensão superficial baixa;
 Fuidez compatível com o substrato;
 Ângulo de contato pequeno.

A faixa de viscosidade ideal de aplicação de um adesivo vai depender do


tipo e umidade da madeira que será colada.
Vide tabela 7.

TIPO CARACTERÍSTICAS
DE UMIDADE REOLÓGICAS DO
MADEIRA ADESIVO
De: Média fluidez
BAIXA 4,1 a 8,0% Alta viscosidade

DENSIDADE De Média fluidez


8,1 a 13,0% Média viscosidade

De Média fluidez
MÉDIA 4,1 a 8,0% Média viscosidade

DENSIDADE De Alta Fluidez


8,1 a 13,0% Média viscosidade

ALTA De Alta fluidez


DENSIDADE 4,1 a 13,0% Baixa viscosidade

Tabela 7
3. A APLICAÇÃO DO ADESIVO

3.1 TIPO DE APLICADOR

Os adesivos podem ser aplicados de duas maneiras:


 manualmente;
53

 mecanicamente.

No sistema manual pode-se usar pincel, trincha, rolo ou espátula, e é


indicado para colagens de pequenas peças, independente do formato.
Os adesivos de viscosidades menores são mais indicados para este tipo
de aplicação, por serem facilmente espalháveis.

sistema mecanizado pode ser utilizado para qualquer tipo de colagem e


formato de peça, pois para cada necessidade existe um um equipamento
específico.
Na aplicação mecanizada a viscosidade, resistência mecânica, tempo de
secagem e reatividade do adesivo devem ser compatíveis com as
características do equipamento utilizado.
Por exemplo:
(01) Numa colagem pelo sistema finger joint o adesivo não pode ter
alta
viscosidade pois, se assim o for, não passará pelos orifícios do
aplicador.
(02) Num equipamento onde existem materiais ferrosos, deve-se evitar
uso de adesivos com caráter oxidante.

A utilização de adesivos e/ou equipamentos inadequados, além de


propiciarem colagens de péssima qualidade, também podem levar a um
consumo exagerado de cola.

3.2 GRAMATURA APLICADA

A quantidade de cola a ser aplicada na junção deve ser suficiente para


preencher todo o espaço entre as duas superfícies se, entretanto, ser
posta em excesso.
Excesso de cola, além de gerar um consumo desnecessário, suja o
equipamento e dificulta o trabalho de usinagem das peças.

A quantidade de cola a ser usada numa colagem, deve ser recomendada


pelo fabricante da mesma, porém, de modo geral recomenda-se usar de
150 a 200g de cola por m2, conforme tabela 8.
54

MADEIRA Observação:
GRAMATURA
DENSIDADE UMIDADE Os valores da tabela ao lado
são apenas orientativos,
4,1 a 8,0% Próxima a 200g
BAIXA pois podem variar de
8,1 a 13,0% Próxima a 175g fabricante para fabricante
de cola, além do fato de que
4,1 a 8,0% Próxima a 175g a área a ser colada pode
MÉDIA não estar perfeitamente
8,1 a 13,0% Próxima a 175g uniforme.

4,1 a 8,0% Próxima a 175g


ALTA
8,1 a 13,0% Próxima a 150g

Tabela 8

controle da quantidade de cola aplicada pode ser feito por dois


processos:

a) Processo de Pesagem
Neste processo, aplica-se a cola sobre a superfície de um
substrato de área conhecida, pesando-se este substrato antes e
depois da aplicação da cola. Após, calcula-se o consumo de
adesivo por m2 de área (gramatura).

Exemplo:
Tomemos um sarrafo de madeira, cuja medida de área seja 0,025
m2 e, não adesivado, pese 200g.
Se após a adesivação este sarrafo passou a pesar 204,5g,
significa que foram passados 4,5 g de cola no sarrafo. Ora, se
sabemos que em 0,025 m2 de área consumiram-se 4,5 g de cola, é
so calcular qual será o consumo para 1 m2, da seguinte forma:

G= (P2 - P1) x A2 = (204,5 - 200)


A1 0,025

2
G = 180 g/m

Onde: P1 = Peso inicial da madeira (não adesivada);


P2 = Peso final da madeira (adesivada);
A1 = Área inicial;
55

A2 = 1 = 1m2 (para se saber o consumo de cola em 1 m2);


G = GRAMATURA (Quantidade de cola / m2).

b) Medição da Espessura do filme de cola


Este processo é baseado na densidade do adesivo, e a gramatura
aplicada é determinada pela espessura da película de sola
aplicada sobre o substrato.

Exemplo:
Tomemos o mesmo exemplo dado anteriormente, onde a
gramatura de cola aplicada é de 180g.
Sabemos que os adesivos vinílicos à base d’água possuem
densidade próxima a 1,05 g/cm3.
Então, temos:

 Densidade do adesivo: D = 1,05 g/cm3;


 Área de colagem : A = 1 m2 = (10.000 cm2);

 Gramatura: G = 180 g/m2;

Como sabemos que: D = M, onde: M = G = Massa;


V V = Volume

Temos:

V = M ou V = G
V D

V = 180 g , V = 171,43 cm3


1,05 g/cm 3

V = A x h , onde V = Volume = 171,43 cm3


A = Área = 10.000 cm2
h = Altura (espessura)

h = V h = 171,43 cm3
A 10.000 cm2

h = 0,0171 cm ou 0,171 mm

3.3 UNIFORMIDADE NA APLICAÇÃO

adesivo deve cobrir uniformemente toda a superfície a ser colada.


Mesmo que a gramatura da cola esteja correta, dentro daquilo que o
56

fabricante recomenda, havendo falhas na aplicação haverá,


consequentemente, falhas na colagem.
Portanto, é condoção fundamental para se obter uma boa colagem, que o
adesivo tenha sido distribuido uniformemente sobre o substrato.

3.4 EXPOSIÇÃO DA CAMADA DE COLA AO AMBIENTE

Durante a operação de colagem, o tempo de exposição, ao ambiente, da


camada de cola deve ser o menor possível. Este cuidado é para evitar
que o adesivo seque, total ou parcialmente, antes da prensagem,
provocando colagens de baixa qualidade.

Vale lembrar que nos adesivos à base de PVA, a colagem se dá pela


simples evaporação do solvente, que no caso das emulsões é a água,
tornando obrigatório a prensagem das peças com o adesivo ainda úmido,
promovendo assim a junção das peças.
Quanto mais quente a temperatura ambiente e menor a umidade relativa
do ar, maior será o risco de ocorrer a secagem prematura, por exposição
da camada de cola.

3.5 CONDIÇÕES AMBIENTAIS

As condições ambientais devem ser observadas e alguns cuidados


devem ser tomados, antes de se iniciar a operação de colagem.
Extremos de temperatura são muito prejudiciais para a colagem de
madeira, quando se está utilizando adesivos vinílicos.

3.5.1 Alta Temperatura


Como já dissemos, anteriormente, várias vezes, os adesivos
vinílicos secam por evaporação de água. Quanto maior a
temperatura ambienete, para uma mesma umidade relativa do ar,
mais rápido ocorre a evaporação da água (veículo ou solvente do
adesivo) e, consequentemente, a secagem do adesivo. Portanto,
deve-se evitar ao máximo que a camada de cola fique exposta ao
ambiente por tempo prolongado, evitando assim, que camada
aplicada seque antes da prensagem das peças.
Não existe uma regra que determine, com exatidão, o tempo de
secagem de um adesivo. Isso vai depender da combinação de
vários fatores:
 Temperatura ambiente;
 Umidade relativa do ar;
 Viscosidade do adesivo;
 Espessura da camada de cola;
 Porosidade da madeira;
 Umidade da madeira.

3.5.2 Baixa Temperatura


Existe uma característica de toda emulsão, chamada
“Temperatura Mínima de Formação de Filme” (TMFF), que é a
57

capacidade que as emulsões possuem de só formarem filme


contínuo acima de uma determinada temperatura.
Esta é, talvez, uma das mais importantes características das
emulsões, pois abaixo da TMFF a camada de cola seca perde
água para o meio, porém não adquire resistência, coesão,
suficiente para manter a junção das peças, comprometendo
sensivelmente a qualidade da colagem.
Este fenômeno é facilmente observado quando, em dias muito
frios, a camada de cola, de um adesivo vinílico não cargueado,
permanece branca, e não incolor como seria o normal, mesmo
depois de o adesivo estar completamente seco.
Para evitar que esse tipo de problema venha a acontecer, deve-se
descobrir, junto ao fabricante da cola, qual é a TMFF do adesivo
em uso.

Assim, quando a temperatura ambiente for muito próxima, ou


menor, que a TMFF, deve-se aquecer o adesivo, em “banho
maria”, até uma temperatura, aproximadamente 15 o acima de sua
TMFF, impedindo, desta forma, que a troca térmica do adesivo
com o sistema Substrato, equipamento de aplicação e, quando
fria, a prensa) baixe a temperatura da película de cola a limites
perigosos.

3.5.3 Alta Umidade Relativa do Ar


Quanto maior a umidade relativa do ar, para uma mesma
temperatura ambiente, mais lenta se torna a evaporação da água
e, consequentemente, a secagem do adesivo. Aliado a isso está o
fato de a umidade da madeira ser dinâmica, isto é, variar de
acordo com o ambiente. Então, num ambiente de umidade relativa
alta, a umidade da madeira também vai estar, provavelmente, alta.

Neste caso para que a colagem ocorra, deve-se:


 Checar a umidade da madeira e confirmar se está dentro da
faixa de trabalho;
 Utilizar, preferencialmente, adesivos com menor teor de
voláteis, reduzindo assim seu tempo de secagem;
 Aumentar o tempo de prensagem, principalmente na prensagem
a frio

3.5.4 Baixa Umidade Relativa do Ar


Quanto menor a umidade relativa do ar, para uma mesma
temperatura ambiente, mais rápida se torna a evaporação da água
e, consequentemente, a secagem do adesivo. Como já citado
anteriormente, a umidade da madeira é dinâmica e, em um
ambiente de baixa umidade relativa, a madeira também vai estar
baixa

Neste caso para que a colagem ocorra com segurança, deve-se:


58

 Checar a umidade da madeira e confirmar se está dentro da


faixa de trabalho;
 Utilizar, preferencialmente, adesivos com maior tempo de
secagem e numa faixa maior de viscosidade;
 Evitar expor a camada de cola ao ambiente, para que a mesma
não seque prematuramente.

A tabela 9 nos mostra os efeitos e os procedimentos que devem


ser adotados, para se obter uma boa colagem, em função da
variação das condições ambientais.

CONDIÇÕES AMBIENTAIS EFEITO PROCEDIMENTO


- Secagem lenta
TEMPERATURA BAIXA - Não forma filme - Aquecer o adesivo em banho maria
contínuo
AMBIENTE
ALTA - Secagem rápida - Evitar expor a camada de cola ao ambiente

- Secagem rápida - Checar umidade da madeira


BAIXA - Absorção alta - Evitar expor a camada de cola ao ambiente
UMIDADE pela madeira - Usar adesivo mais viscoso
RELATIVA
DO AR - Secagem lenta - Checar umidade da madeira
ALTA - Baixa absorção - Usar adesivo com menor teor de voláteis
pela madeira

Tabela 9

4. A PRENSAGEM

4.1 TIPOS DE PRENSA

Na colagem de madeira com adesivos a base de PVA, pode-se utilizar


três processos de diferentes de prensagem:

4.1.1 Prensa Fria


Neste tipo de prensa a secagem da cola se dá de maneira lenta e
uniforme.
59

A prensagem a frio promove excelente colagem para qualquer tipo


de madeira, porém é ideal para as de alta densidade. A colagem a
frio requer 3 a 4 hora de prensagem e mais 24 horas de cura para
que a colagem se concretize.

4.1.2 Prensa Quente


Neste tipo de prensa a secagem do adesivo se dá de fora para
dentro da linha de cola. Como a prensa quente promove apenas
uma colagem inicial muito superficial, que vai se completar fora da
prensa, dois fatores vão ser fundamentais na qualidade da
colagem:

4.1.2.1 Temperatura dos Pratos


A temperatura de ambos os pratos devem respeitar
o que determina o fabricante do adesivo.
Temperaturas baixas não “forçam” adequadamente a
evaporação da água da cola.
Temperaturas altas, além de provocarem um
empenamento na madeira, também podem causar a
fusão do adesivo.

4.1.2.2 Qualidade da Madeira


Madeiras empenadas, mal aplainadas (ou com
extremidades abaloadas), ou com umidade alta vão
comprometer, em muito, a qualidade da colagem.

A prensa quente pode ser utilizada para colagem de qualquer tipo


de madeira, apresentando melhores resultados em madeiras de
baixa e média densidades.
A prensagem a quente requer de 2 a 5 minutos de prensagem para
painéis, e de 10 a 15 minutos para vigas multilaminadas. Após a
prensagem recomenda-se, antes da usinagem das peças, um
tempo mínimo de 12 horas de cura, para que a colagem se
complete.

4.1.3 Prensa de Alta-Frequência


Neste tipo de prensa a secagem do adesivo se dentro para fora
da linha de cola. A colagem por alta-frequência exige que a linha
de cola seja perpendicular aos pratos (eletrodos).

4.1.3.1 Umidade da Madeira


Madeiras com umidade acima da recomendada
podem causar um “desvio” das ondas, da linha de
cola para o corpo da madeira, provocando uma
sobrecarga no sistema, desligando (desarmando) o
gerador.
Além disso, como neste sistema a secagem da cola
se dá de maneira muito rápida, se a madeira estiver
úmida não haverá tempo para que o adesivo penetre
60

na madeira, causando, consequentemente, o


comprometimento da colagem.

4.1.3.2 Potência Adequada


 Baixa potência:
Causa uma secagem parcial do adesivo
comprometendo a colagem. Na impossibilidade de se
aumentar a potência da máquina, deve-se prolongar
o tempo de prensagem.

 Excesso de potência
O uso excessivo de potência não vai agilizar a
colagem, más sim compromete-la:
- A secagem da cola poderá ser muito rápida, não
permitindo a penetração da mesma no substrato;
- Pode haver uma sobrecarga no sistema provocando
o desligamento (desarme) do gerador;
- Haverá “queima” da linha de colagem (cola e
madeira) pela alta temperatura gerada nesta região,
comprometendo irremediavelmente a colagem.

Como regra prática de aplicação de potência temos:

a) Madeiras de média densidade:


1 kw/min. para uma área de colagem de 650 cm2.

b) Madeiras de baixa densidade:


1 kw/min. Para uma área total de colagem de 850 cm2.

A prensa de alta-frequência promove colagens de boa qualidade


em madeiras de média densidade, porém é ideal para madeiras de
baixa densidade.
A colagem por alta-frequência, para madeiras de baixa densidade,
requer de 1 a 3 minutos de prensagem com potência aplicada,
dependendo da área de colagem da peça.
Existem casos, de painéis muito delgados, em que a prensagem
leva apenas alguns segundos, 30 segundos, aproximadamente,
más estes são casos muito especiais que exigem muita técnica.
Para madeiras de média densidade, deve-se manter a peça
prensado por algum tempo (de 2 a 5 minutos) antes de se ligar o
gerador. Este tempo de prensagem é para permitir que ocorra a
penetração da cola no substrato.

Teoricamente, a colagem por alta-frequência é imediata. Porém,


recomenda-se um tempo mínimo de 4 horas após a prensagem,
para que o adesivo atinja sua cura total e a madeira se estabilize.

Nos três sistemas de prensagem, a pressão aplicada vai depender


do tipo de madeira que estiver sendo colada.
61

O tipo de cola a ser usada deve ser recomendada pelo fabricante,


e vai depender do sistema de prensagem e do tipo de madeira que
se quer colar, além das exigências técnicas requeridas para a
colagem.
A colagem tipo ‘finger joint”, apesar de ser a frio, necessita de
condições específicas, como descrito na tabela 10 abaixo:

TIPO DE TEMPERATURA C ONDIÇ ÕE S DE P R E NS AGE M TEMPO DE CURA


PRENSA DE TRABALHO TIPO DE MADEIRA PRESSÃO APLICADA TEMPO DE PRENSAGEM APÓS PRENSAGEM
BAIXA DENSIDADE
(mole) 6 a 10 kg/cm²
até 500 kg/m³ (*)
FR IA ACIMA DE MÉDIA DENSIDADE MÍNIMO
12°C (média) 10 a 13 kg/cm² 3 a 4 horas 24 HORAS
até 750 kg/m³ (*)
ALTA DENSIDADE
(dura) 13 a 20 kg/cm²
acima 750 kg/m³ (*)
BAIXA DENSIDADE
(mole) 6 a 10 kg/cm²
até 500 kg/m³ (*)
QUENTE ENTRE MÉDIA DENSIDADE MÍNIMO
60 e 90°C (media) 10 a 13 kg/cm² 2 a 5 minutos 12 HORAS
até 750 kg/m³ (*)
ALTA DENSIDADE
(dura) 13 a 20 kg/cm²
acima 750 kg/m³ (*)
BAIXA DENSIDADE Em função da
ALTA (mole) 6 a 10 kg/cm² espessura das
ACIMA DE 10°C até 500 kg/m³ (*) peças coladas MÍNIMO
FREQUÊNCIA MÉDIA DENSIDADE 3 a 5 min. S/ R.F. 4 HORAS
(media) 10 a 13 kg/cm²
até 750 kg/m³ (*) 1 a 3 min. C/ R.F.
FINGER BAIXA, MÉDIA E MÍNIMO
JOINT ACIMA DE 10°C ALTA DENSIDADES 10 a 15 kg/cm² IMEDIATO 8 HORAS

Tabela 10
4.2 MONTAGEM DOS PAINÉIS / CARREGAMENTO DA PRENSA

Como já dito anteriormente, nos adesivos vinílicos a colagem se dá pela


simples evaporação do solvente, que no caso é a água. Portanto, é muito
importante que se gaste o menor tempo possível, tanto para montar os
painéis, como para carregar a prensa.
O tempo para a montagem dos painéis deve, preferencialmente,
sincronizado com o tempo de prensagem do painel anterior.
O carregamento da prensa também deve ser muito rápido,
(principalmente se a prensagem for a quente), e a pressão deve ser
aplicada imediatamente após o carregamento da mesma.
Estes procedimentos têm por objetivo evitar que o adesivo seque antes
que os substratos tenham sido postos sob pressão.
Atenção: Os adesivos vinílicos após secos, não são mais reativados.
Então, se houver a secagem prematura da cola, a mesma
estará “morta” para a colagem.
62

4.3 PRESSÃO EFETIVA

Partindo-se da definição de que a pressão é a relação da força aplicada


sobre a área, para determinar-mos a pressão efetiva durante o processo
de prensagem, devemos utilizar o seguinte cálculo:

Am x Pe
________
Pm =
At
FORMULA 1

Onde: Pm = Pressão monométrica lida na prensa (kg/cm2)


Am = Área da madeira`(cm2)
Pe = Pressão efetiva (kg/cm2)
At = Área total dos pistões (cm2)

Cálculo de At = Área da circunferência: A =  . r2


Onde :  = Constante de valor 3,1416
r = raio do pistão

A área total será obtida pela multiplicação da área da circunferência de


um dos pistões, pelo número de pistões que compõem a prensa.

At = ( . r2 ) . n

FORMULA 2

Onde: n = Número de pistões


Se fizermos a substituição de At na “FORMULA 2”, teremos a fórmula
final para se calcular a pressão específica da prensagem:

então:

2
Pm . (   r  . n
____________________
Pe =
Am

EXEMPLO:

Determinar a pressão efetiva na prensagem de um painel de madeira,


numa área de colagem em que as dimensões são de 2,5 cm X 100 cm,
a uma pressão manométrica de 50 kg/cm2.
A prensa possui 4 pistões idênticos, com diâmetro de 5,0 cm cada.
63

r = 5,0 / 2 = 2,5 cm

Am = 2,5 x 100 = 250 cm2


Pm . (p . r2) . n
Pe =
Am
2 2
50 kg/cm . 3,1416 . (2,5 cm) . 4
Pe = 2
250 cm
Pe = 15,708 kg/cm2

Como podemos perceber, existe uma enorme diferença entre a pressão


manométrica e a pressão efetivamente aplicada na linha de colagem.
Portanto, deve-se tomar o máximo cuidado para não confundir uma
pressão com a outra.

4.4 TEMPO DE PRENSAGEM

O tempo de prensagem na colagem de madeira com adesivos vinílicos


deve ser criteriosamente controlado. Deve haver um tempo mínimo de
prensagem para que, pelo menos, ocorra a pega inicial.
Esse tempo pode variar conforme o tipo de prensa utilizada e/ou o tipo de
madeira que se estiver colando.
Tempo de prensagem acima do especificado só trará benefícios ao
desempenho da colagem, porém com perda de produtividade. Tempo de
prensagem abaixo do especificado, certamente, levará a um
descolamento das peças.
No caso de prensagem a quente, além do tempo de prensagem, deve-se
respeitar a limitação de cada adesivo com relação à resistência térmica.
O aumento na temperatura da prensa nem sempre agiliza o processo de
colagem, normalmente favorece o enfraquecimento da mesma, pois o
adesivo acima de uma determinada temperatura sofre fusão, não tendo,
neste estado físico, “coesão” suficiente para manter unidas as partes
após o alívio da pressão sobre a linha de colagem.
64

5. PROCEDIMENTO PARA MANIPULAR AS PEÇAS APÓS COLAGEM

5.1 MANIPULAÇÃO DAS PEÇAS IMEDIATAMENTE APÓS A PRENSAGEM

Após a prensagem deve-se manipular as peças coladas com muito


cuidado, para que as linhas de colagem não sofram esforços
desnecessários.
Como já é sabido, durante o tempo de prensagem ocorre apenas uma
colagem parcial, pois a “cura” total do adesivo só ocorrerá depois de um
determinado período. Esse período varia conforme o tipo de prensa e da
cola utilizadas na operação de colagem.

Então, qualquer esforço aplicado sobre a linha de colagem, antes que


ocorra a cura total do adesivo, pode prejudicar a qualidade da colagem,
provocando descolamento total ou parcial das peças.
A tabela 11 nos mostra os tempos ideais de maturação das colagens.
65

TIPO DE PRENSA TEMPO TOTAL DE SECAGEM DO ADESIVO


TEMPO DE PRENSAGEM CURA APÓS PRENSAGEM
PRENSA FRIA 3 a 4 horas Mínimo 24 horas
PRENSA QUENTE 2 a 5 minutos Mínimo 12 horas
ALTA FREQUÊNCIA 1 a 5 minutos Mínimo 4 horas

Tabela 11

5.2 USINAGEM DAS PEÇAS

Só de deve usinar peças de madeira, coladas com adesivos a base de


PVA, após a cura completa da cola e, também, com a certeza que a
colagem está bem consistente, sem apresentar nenhum ponto visível de
abertura.

Painéis de madeira onde se utilizou excesso de cola, mesmo que já


totalmente seca, apresenta sérios problemas durante as operações de
usinagem.
Veja Tabela 12.
66

CONDIÇÃO
DO OCORRÊNCIAS NA USINAGEM
PAINEL

EXCESSO Vai emplastar a lixa, reduzindo sensivelmente seu


DE tempo de uso, mesmo que o adesivo esteja totalmente
COLA curado.

ADESIVO Vai emplastar a lixa.


AINDA Ocorrerá, fatalmente, descolamento da peça e, se
ÚMIDO for em máquina de corte, com risco para os operadores

PARTES Pode ocorrer descolamento da peça, com problemas de


VISÍVEIS DE segurança para os operadores, se o descolamento
DESCOLAMENTO ocorrer na máquina de corte.

Tabela 12

5.3 EXPOSIÇÃO DAS PEÇAS A AMBIENTES

Só se deve expor peças coladas a ambientes aos quais o adesivo o


adesivo utilizado na colagem estiver dimensionado.
A exposição da peça colada a extremos de temperatura e/ou a ambientes
com alta umidade, fará com que se rompa a linha de colagem sempre
que se utilizar, na operação de colagem, adesivos não adequados.

6. BIBLIOGRAFIA
67

Reinaldo Herrero Ponce & Luis Tadashi Watai, Secagem de Madeira, Ed. IPT
São Paulo, 1985.

Graciela I. B. de Muniz, Anatomia da Madeira, Universidade Federal do Paraná -


Setor Ciências Agrárias – Depto. De Engenharia e Tecnologia Rurais, Curitiba -
PR, 1994.

U.S. Departamento of Agriculture Forest Servece, Wood Handbook: Wood as on


Engineering Material, Washington, USA, 1974 (Agriculture Handbook n o 72)

Alba Química Indústria e Comércio Ltda., 1o Seminário Técnico de


Desenvolvimento e Aperfeiçoamento Profissional, São Paulo, 1986.

Keinert Jr, S. & F. Wolf, Alternativas de Adesivos a Base de Tanino para


Madeira. FUPEF, Curitiba.

Kollmann, F. P. F. et al. – Principles of Wood Science and Technology, vol. 2:


Wood based Materials – New York, Springer Verlag, 1975.

You might also like