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Motivo para a criação

O papa Adriano IV, um inglês, havia concedido à monarquia anglo-normanda a ilha da


Irlanda como uma possessão feudal em 1155, pela bula (Laudabiliter), que permitiu à
monarquia inglesa atuar como governante da Irlanda. Isto foi confirmado por seu
sucessor, o Papa Alexandre III, em 1172, mas nominalmente a Irlanda permaneceu uma
suserania papal. Com a excomunhão pela Igreja do rei da Inglaterra, Henrique VIII, em
1533, a posição constitucional do Estado inglês na Irlanda tornou-se incerta. Henrique
rompeu com a Santa Sé e tornou-se o chefe da recém criada Igreja Anglicana, a fim de
obter uma anulação do casamento, que o papa, Clemente VII, havia recusado. Como
conseqüência, Henrique não mais reconheceu a soberania da Igreja Católica Romana
sobre a Irlanda. Como solução para este problema, Henrique foi proclamado rei da
Irlanda pelo Ato da Coroa da Irlanda de 1542 aprovado pelo Parlamento irlandês.

Contudo, o novo reino não foi reconhecido pelas monarquias católicas da Europa. A
bula pontifícia de 1555 nomeou Maria I como a Rainha da Irlanda, reconhecendo assim
a ligação pessoal com a Coroa da Inglaterra, no direito canônico.

Deste modo, o trono da Irlanda foi ocupado pelo Rei da Inglaterra, representando o
recém criado Reino da Irlanda pela união pessoal com o Reino da Inglaterra. Em 1603,
o trono da Inglaterra foi ocupado pelo Rei da Escócia, que posteriormente levou à
formação do Reino da Grã-Bretanha em 1707, quando os parlamentos dos dois reinos
fundiram-se em uma sessão na sede do parlamento inglês em Westminster, Londres. Em
1801, os parlamentos irlandês e britânico uniram-se da mesma maneira para formar o
Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda.

Lord Deputy
O Reino da Irlanda era governado por um executivo sob o controle de um Lord Deputy,
que quando mantido por um nobre sênior, como Thomas Radcliffe era promovido a
Lord Lieutenant. Na ausência de um Lord Deputy, os lordes conselheiros governavam a
parte da Irlanda sob ocupação inglesa. Embora alguns irlandeses ocupassem o cargo,
todos os lord deputies desde 23 de julho de 1534, quando William Skeffington tomou
posse pela segunda vez, foram nobres ingleses.

Brasão de Armas Real após o Ato de União de 1800.

O reino era legislado pelo bicameral Parlamento da Irlanda, composto pela Câmara dos
Lordes e pela Câmara dos Comuns, e que quase sempre reuniu-se em Dublin. Os
poderes do Parlamento irlandês estavam restritos a uma série de leis, principalmente a
Lei de Poyning de 1492. Os católicos e mais tarde os presbiterianos foram durante
grande parte de sua história excluídos da composição do parlamento irlandês. O
parlamento do século XVIII reuniu-se em um novo edifício, especialmente construído
para abrigá-lo (o primeiro edifício especialmente construído para um parlamento
bicameral em todo o mundo) em College Green no centro de Dublin.

Parlamento de Grattan
Algumas restrições foram revogadas em 1782, no que veio a ser conhecido como a
Constituição de 1782. O Parlamento neste período era conhecido como Parlamento de
Grattan, em homenagem a um dos principais líderes da oposição política irlandesa no
período, Henry Grattan. Em 1788-89 foi provocada uma crise de regência, quando Jorge
III ficou doente, e Grattan quis nomear seu filho (mais tarde Jorge IV) como regente da
Irlanda; porém o rei recuperou-se antes que isto pudesse ser efetuado.

União dos reinos


Em decorrência do Ato de União do Parlamento da Irlanda, o Reino da Irlanda fundiu-
se, em 1801, com o Reino da Grã-Bretanha para formar o Reino Unido da Grã-Bretanha
e Irlanda. O Parlamento irlandês deixou de existir, embora o executivo, presidido pelo
Lord Lieutenant, permaneceu no local até 1922. O Ato foi precedido pela fracassada
rebelião e invasão francesa de 1798, e foi objeto de grande controvérsia, envolvendo
muito suborno dos parlamentares irlandeses para assegurar a sua aprovação.

O Estado Livre Irlandês de 1922


Em 1922, 26 condados deixaram o Reino Unido, e formaram o Estado Livre Irlandês.
Sob a Constituição do Estado Livre Irlandês, o rei tornou-se Rei na Irlanda. Isto foi
alterado pelo Ato de Títulos Reais de 1927, pelo qual o rei explicitamente torna-se rei
de todos os seus domínios, por direito próprio, tornando-se plenamente Rei da Irlanda.
Apesar de Kevin O'Higgins, vice-presidente do Conselho Executivo (isto é, vice-
primeiro-ministro), sugerir a ressurgimento do 'Reino da Irlanda' Como uma dupla
monarquia ao unir a Irlanda do Norte e o Estado Livre Irlandês, com o Rei da Irlanda a
ser coroado em uma cerimônia pública no Phoenix Park em Dublin, a ideia foi
abandonada após o assassinato de O'Higgins por um membro do IRA contrário ao
acordo, em 1927.

Um Ato de 1542, que confirmava o reino de Henrique e sua ligação com a Coroa
inglesa, e que havia sido deixado por engano nos livros dos estatutos, foi revogado na
República da Irlanda, em 2007, como parte de uma revisão do direito histórico
irlandês.[1][2]

Referências
1. ↑ «Taoiseach launches statute law revision bill 2007». Consultado em 4 de
Novembro de 2008
2. ↑ «Statute Law Revision Bill 2007». Consultado em 4 de Novembro de 2008

Leitura adicional
 de Beaumont, Gustave and William Cooke Taylor, Ireland Social, Political, and
Religious :Translated by William Cooke Taylor : Contribuidor Tom Garvin,
Andreas Hess: Harvard University Press : 2006 : ISBN 978-0-674-02165-5
(original do original de 1839)
 Pawlisch, Hans S., : Sir John Davies and the Conquest of Ireland: A Study in
Legal Imperialism :Cambridge University Press, 2002 : ISBN 978-0-521-52657-
9
 Keating, Geoffrey : The History of Ireland, from the Earliest Period to the
English Invasion (Foras Feasa Ar Éirinn) Traduzido por John O'Mahony 1866
Full text at Google Books

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