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A diferença cultural no que diz respeito a alimentação era vista como “preguiça”
e “indolência” por viajantes europeus que visitavam o Brasil. O gado que era criado no
Brasil não era voltado para a produção de leite e sim para o corte, isso também contribuía
para a ausência de laticínios.
Para os Alemães emigrar surgia como a única alternativa para um dia se realizar
o sonho de ser proprietário de um pedaço de chão. Traziam então o modelo da grande
Revolução de 1789 - boa parte dos imigrantes vinha da Renânia, região às margens do rio
Reno constantemente invadida pelos franceses - e, sob esse aspecto, a emigração era a
procura consciente de terra e liberdade. O sonho de liberdade dos camponeses alemães
vinha ao encontro da proposta de Hermann Blumenau, “um dos maiores colonizadores da
América do Sul”, como lembra Sérgio Buarque de Holanda. No contexto de um plano de
colonização e produção para o mercado empenhou-se em trazer da Alemanha gente de
várias profissões. Para isso divulgou relatórios em que propunha às pessoas que
quisessem emigrara liberdade, com relação tanto à servidão feudal europeia quanto à fé
religiosa e à opção política.
Hermann Hering, numa outra carta, lamenta o fato de não ter trazido sua mãe para
a colônia de Santa Catarina e descreve o lugar e a sociedade em termos idílicos: “A
permanência no ar puro, as janelas e portas encontram-se abertas o dia inteiro. O calor
predominante (neste inverno a temperatura aqui desceu somente três graus), bem como a
vida entre seus semelhantes, pois condes e barões, mendigos e vagabundos não existem
em nossa colônia - lhe teria [ a sua mãe], em todo caso, sido mais agradável do que a vida
na abafada e estreita Brüdergasse [ sua residência na Alemanha], onde não faz verão".