Sabe-se que a semântica é destinada como o ramo da linguística que investiga
o significado das sentenças. Mas sabemos também que a pragmática estuda o significado, mais de forma diferente, ela já vem busca o uso concreto da linguagem que os falantes utilizam da linguagem nos diversos contextos, ou seja, procura investigar a relação que existe no significado que as palavras exercem, do contexto que ela se encontra e dos interlocutores. Para a pragmática ser realmente conhecida como um estudo da linguística aconteceu alguns conflitos entre os estudiosos da linguagem. No começo da década de 1960, depois que muitos desses estudiosos se revoltaram de uma certa forma com as negligências que estavam sendo realizadas pelo gerativismo e pelo estruturalismo saussureano, daí que surgiu a virada pragmática na qual foi utilizada para ter o retorno de alguns estudos linguísticos que foram excluídos naquela época, especificamente: a variação linguística, o sujeito, o uso e o contexto extralinguístico. E é evidente que a semântica não poderia ficar por fora dessa virada, logo o seu estudo também é de suma importância. Naquela época Saussure recebeu muitas críticas de vários sociolínguistas, suas ideias não eram bem vistas por muitos deles e isso levou uma grande repercussão entre os estudiosos. De tal modo que fez uma grande parte do século XX ser dominada pelo pensamento estruturalista por um bom tempo. “No entanto, elas estavam longe de serem vistas de forma pacifica e unânime: as dicotomias propostas por ele receberam muitas críticas por parte de sociolinguistas, como William Labov, e de teóricos descontrutivistas, inspirados nas ideias de Jacques Derrida.” Uma de suas críticas, e talvez a mais importante, seja a posição que o indivíduo exerce diante da dicotomia língua/fala. Como ele mesmo deixa bem legível que a língua é o objeto de estudo da linguística, por ela ser individual, Saussure acaba excluindo o sujeito, da analise linguística o que acaba também negando essa heterogeneidade que é inerente à fala. E por conta de todas essas críticas que foram causadas, acabou ocorrendo a inclusão dos excluídos: o sujeito, sua fala e sua história. E como o sujeito volta a fazer parte na análise linguística, o uso da língua também passa a entrar nos estudos sobre a linguagem. Observemos que esses estudos e algumas dessas críticas parecem ser fáceis, o que não ocorre normalmente, por isso que acaba ocorrendo esses conflitos entre os teóricos. Associar o usuário ao uso da língua em suas analises não é algo fácil para os estudiosos, como parece ser óbvio, mas nem todos concordam. Logo isso só ocorre talvez se as pessoas compartilharem as mesmas formas de verem o mundo, compartilharem as mesmas crenças, sendo elas políticas, cientificas ou religiosas. Talvez assim poderia até dar certo esses estudos sem nenhum confronto o que é meio difícil, pois cada teórico vai ter a sua maneira de pensar e nem sempre todos irão concordar com os estudos feitos.