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GRUPO I – ORALIDADE
Escuta o poema com atenção.
Assinala com uma cruz (X) a resposta correta:
1 2 3 4 5 6
1 1 1 1 1 5
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Grupo II – Leitura - Texto A
Princesas de Portugal, Rainhas da Europa é um livro que começa onde os outros sobre
princesas costumam acabar: na frase “casaram-se e viveram felizes para sempre”. Luís
Almeida Martins e Marta Monteiro contam as histórias de quatro princesas portuguesas que
se casaram com reis de outros países europeus – tudo explicado aos mais novos, com muito
5 humor e muitos desenhos à mistura.
Era uma vez… Melhor: eram quatro vezes. Em Princesas de Portugal, Rainhas da Europa,
o jornalista Luís Almeida Martins e a ilustradora Marta Monteiro contam a(s) história(s) de
quatro princesas portuguesas que se casaram com reis de outros países europeus. Leonor de
Portugal, Isabel de Portugal, Catarina de Bragança e Maria Bárbara de Bragança são as
10 protagonistas deste livro para crianças.
De Leonor de Portugal, a princesa nascida em Torres Vedras que casou com um imperador
alemão “pouco cavalheiresco”, ficamos a saber que, além de – como todos os outros nessa
altura – não tomar muitos banhos e não saber o que era pasta dos dentes, foi mais do que um
bibelô e chegou mesmo a ser ela a defender o castelo do reino de um ataque inimigo, na
15 ausência do marido, D. Frederico III.
Já Isabel de Portugal, lisboeta bonita e culta, tornou-se mulher do soberano mais poderoso
do mundo, D. Carlos V do Sacro Império e I de Espanha, e, depois de muitos anos esquecida
pelo marido, haveria de morrer antes dele e de o deixar com um grande desgosto de amor.
Catarina de Bragança, uma alentejana que foi rainha de Inglaterra depois de ter desposado
20 D. Carlos II, nunca se deu bem com o casamento e com o país que (não) a acolheu. “A cidade
era muito diferente das do seu país e as pessoas falavam uma língua estranha, feita de
palavras curtas e sincopadas (naquele tempo, só os ingleses é que sabiam falar inglês)”,
escreve Luís Almeida Martins. A rainha, que era infeliz e suspirava pelos corredores, terá sido
a responsável por tornar comum o chá das cinco em Inglaterra. E diz-se também que poderá
25 ser por causa dela que, em Nova Iorque, existe um bairro chamado Queens.
Com a sua sobrinha neta, Maria Bárbara de Bragança, se termina este rol de realeza. A
lisboeta que foi rainha de Espanha era conhecida como A Gorda e foi trocada por uma princesa
espanhola, em pleno rio Caia, num esforço para selar a paz entre os dois países. Com D.
Fernando VI, nunca teve uma vida muito feliz, à custa de uma madrasta malvada, conta Luís
30 Almeida Martins, mas terá sido ela a lançar, na época,
a ideia daquele que viria a ser o Museu do Prado – e só por isso, dizemos nós,
já mereceria um livro e uma moeda.
Gabriela Lourenço in http://visao.sapo.pt/actualidade/visaose7e/livros-e-discos/2017-11-
06-Estas-rainhas-valem-um-livro-e-muitas-moedas (acedido em janeiro de 2019, texto
adaptado)
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1. Associa os elementos que se encontram nas colunas A e B, de acordo com a informação
apresentada no texto sobre as várias princesas. (4)
Coluna A Coluna B
2. Isabel de Portugal
B. Princesa que se destacou por ser muito corajosa,
assumindo mesmo a defesa do castelo.
3. Catarina de Bragança
C. Foi usada como “moeda de troca” para terminar a guerra
entre dois países.
4. Maria Bárbara de Bragança
D. Apesar de bela e sábia, foi ignorada pelo marido durante
anos.
2. Assinala com um X, de 2.1. a 2.4., a opção que completa corretamente cada frase, de acordo com
o sentido do texto. (8)
2.1. O primeiro parágrafo do texto revela aos leitores que este livro
A. termina com a frase “casaram-se e viveram felizes para sempre”.
B. conta a história de quatro princesas espanholas.
C. conta a história de quatro princesas portuguesas.
D. conta a história das rainhas da Europa.
2.4. A expressão “já mereceria um livro e uma moeda” (linha 34) sugere que
A. a ideia da rainha foi brilhante.
B. a rainha era muito bonita.
C. deviam oferecer um livro e uma moeda à rainha.
D. a rainha era pobre.
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Texto B
O aniversário da Infanta
Era o dia de aniversário da Infanta. Fazia 12 anos e o Sol brilhava, inundando os jardins
do palácio.
Embora fosse uma princesa a sério e a Infanta de Espanha, fazia anos apenas uma
vez por ano, como os filhos das pessoas pobres. Por isso, era verdadeiramente importante
5 para todo o reino que o dia estivesse bonito, de forma a poder celebrar-se devidamente a
ocasião. E estava realmente um dia bonito. As altas túlipas raiadas de várias cores
endireitavam-se nos seus caules como longas filas de soldados e desafiavam as rosas, do
outro lado do jardim, dizendo: “Agora já somos tão magníficas como vocês”. As borboletas
roxas esvoaçavam de flor em flor soltando pó dourado das asas. As pequenas lagartixas
10 saíam das fendas dos muros e estendiam-se à luz do sol. As romãs partiam-se e abriam-
se ao meio, com o calor, e mostravam os seus corações vermelhos e sangrentos. Até os
pálidos limões amarelos, que pendiam em abundância da treliça 1 apodrecida ao longo das
arcadas sombrias, pareciam ter ganhado uma cor mais intensa à luz encantadora do sol e
as magnólias abriram as suas grandes flores redondas cor de marfim, e perfumavam o ar
15 com um aroma doce e arrebatador.
A pequena princesa passeava pelo terraço com os seus companheiros e jogava às
escondidas por entre os vasos de pedra e as velhas estátuas, cobertas de musgo.
Nos dias normais, só lhe era permitido brincar com crianças da sua condição, por isso,
acabava sempre por entreter-se sozinha. Mas o dia do seu aniversário era uma exceção,
20 e o rei ordenara que ela convidasse quem quisesse para vir brincar com ela. Havia algo de
majestoso naquelas elegantes crianças espanholas que desfilavam pelos jardins. Os
rapazes com grandes chapéus emplumados 2 e curtas capas esvoaçantes e as raparigas
segurando as caudas dos seus longos vestidos de brocado 3 e protegendo-
-se do sol com enormes leques negros e prateados. Mas a Infanta era a mais graciosa e a
25 mais bem vestida de todas, seguindo a moda um tanto desconfortável da época.
O seu vestido era de cetim cinzento, com a saia e as mangas tufadas 4 bordadas com fios
de prata e o rígido corpete repleto de pérolas valiosas. À medida que caminhava,
espreitavam por baixo do vestido dois pequeninos sapatos com grandes rosetas cor-de-
-rosa. O seu grande leque de gaze era cor-de-rosa e madrepérola e, no cabelo, que lhe
30 emoldurava o pálido rosto com uma ténue5 auréola dourada, tinha uma bonita rosa branca.
O rei, triste e melancólico6, observava as crianças de uma das janelas do palácio.
Oscar Wilde, O Aniversário da Infanta, Porto Editora, 2014, pp. 5-9 (texto com
supressões)
1 treliça: rede metálica para resguardo;
2 emplumados: enfeitados com plumas ou penas;
3 brocado: tecido entretecido de seda e fios de ouro ou prata;
4 tufadas: que aumentaram de volume; inchadas; armadas;
5 ténue: subtil; simples;
6 melancólico: profundamente triste;
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