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Palavra, som e imagem

por Bruno Alexandre Fernandes

Segunda edição de Macrofonia reuniu artistas e editoras independentes em noite de poesia no


espaço cultural Casa da Luz

(cartaz do evento)

Na noite de 31 de maio, quarta-feira, aconteceu a segunda edição do evento Macrofonia,


encontro mensal de poesia, som e imagem ao vivo, realizado no espaço cultural Casa da
Luz. Localizada na Rua Mauá, a casa de cultura, com o objetivo de expandir suas
atividades, abriu um edital para projetos culturais no fim do ano passado, no qual,
Macrofonia foi contemplado com o projeto de residência artística, incluindo a
participação de editoras independentes.
O núcleo conta com a formação de quatro artistas: Reuben da Rocha (ou cavaloDADA ou
Reubendê), poeta, artista visual e crítico brasileiro; Jeanne Callegari, poeta e jornalista;
Raul Costa Duarte, músico e residente na Casa da Luz; e, Guilherme Pinkalsky (vulgo
Pink), o poeta visual responsável pelo livepainting das performances.
A noite na Casa começou às sete horas, quando as editoras independentes que foram
convidadas para integrar o evento começaram a dispor seus livros sobre as mesas
iluminadas; dentre elas estavam a Malha Fina Cartonera, convidada pela segunda vez e Commented [U1]: depois de iluminadas precisa de um
convicta do Macrofonia, levou seus novos lançamentos - “o coração em si”, de Elvio outro signo de pontuação, seja ; ou .
Fernandes e “Crisântemo é um nome bom”, de Mauro Souza. A editora Luna Parque
também estava presente com o lançamento do autor estadunidense Frank O’ Hara, “Meu
coração está no bolso” e, por último, a editora Córrego, com destaque para uma edição
do livro “A verdadeira história do século 20”, de autoria do poeta Claudio Willer.
Palavra incorporada
Passadas duas horas desse primeiro encontro em que os convidados puderam conversar
com as editoras, trocar informações, conhecer os projetos, começou a apresentação de
Reuben da Rocha, assinalada pelo próprio como dub poetry lo-fi índio futurista a quatro
mãos comigo mesmo. Tudo isso em um ritmo que assimila tanto a herança de trabalho
de spoken word com os ritmos inseridos pela própria voz do autor, criando ecos,
repetições e estilizações da palavra falada. “ é esse lugar intermídia da poesia, em que a Commented [U2]: não se deixa espaço entre as aspas e a
palavra é um objeto intermídia em si.” -comenta Rocha. palavra
Commented [U3]: ...em si” -comenta Rocha.

(cavaloDADA ou reubendê ou Reuben da Rocha. Retirado de:


https://www.youtube.com/watch?v=sZBTE0sTuGs )

A ideia começou com o diálogo entre as pesquisas de cada artista, iniciado no primeiro
semestre do ano passado sob o nome de Botões, que seria apresentado na casa Mário de
Andrade, mas que não ocorreu. Foi nesse ambiente que Jeanne Callegari, que já conhecia
Raul Costa Duarte, se encontra com Guilherme Pinkalsky, através de seu trabalho de
projeção livepainting, dando início ao projeto que seria enviado, pelo processo de
abertura de edital, na Casa da luz, no final do ano de 2015.
Em cada edição, além do núcleo que organiza a curadoria, convidados que estão de
passagem por São Paulo participam desse processo. “Os convidados vão variando. Na Commented [U4]: “Os..
primeira edição foi a Bruna Beber e Gustavo Gallo, hoje foi o Dimitri Rebello que está de
passagem pela cidade” comenta Callegari. E complementa acerca do processo de criação: Commented [U5]: ...criação: “agora eu penso...
“agora eu penso em compor pensando nisso. Mas também pego poemas dos meus livros
quando nem pensava nessa forma de apresentação”.
Com a projeção de Pinkalsky e a música de Raul, as apresentações ampliam o seu diálogo.
Na primeira edição a projeção foi feita com a imagem de uma revista Veja sendo derretida
em solvente Thinner. “ Tive que desenvolver uma série de coisas para mudar o fluxo, aí Commented [U6]: “Tive...
desenvolvi uma série de brinquedos para dialogar com o que acontecia no palco.”,
complementa Pinkalsky, que realiza há tempos esse trabalho de projeção, inclusive, em Commented [U7]: ...palco”, complementa Pinkalsky...
saraus, como o Dinossarau de Érica Alves.
Rocha acredita que o lugar da poesia se ampliou, desde o aumento dos slams de poesia
pelos bairros da cidade, às formas de conceber no contexto atual a situação da palavra,
do suporte do livro ao seu uso, suas formas de ação e suas manifestações em diferentes
setores. Inclusive com participação de editoras independentes que redimensionam a
própria forma de se divulgar e descentralizar a produção de autores que, muitas vezes,
encontram dificuldades em divulgar seu trabalho com editoras já consolidadas no
mercado literário.
A próxima edição de Macrofonia ocorre nesse mês no dia 28 de junho. Então se prepare,
não deixe de participar com a voz e os ouvidos, e lembrar que a poesia é feita de carne e
osso, por pessoas com biografias específicas em um contexto singular.
Para mais informações, a página da Casa da Luz se encontra aqui.

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