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Introdução ao e-learning

FMD_i.p65 104 15-01-2004, 10:49


Ficha Técnica

Título: Terceira Geração e UMTS


Autor: Fernando Nelson Ferreira Pinto Coimbra Pereira
Editor: Companhia Própria – Formação e Consultoria Lda.
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Emprego, Formação e Desenvolvimento Social (POEFDS), co-financiado pelo
Estado Português e pela União Europeia, através do Fundo Social Europeu.
Ministério da Segurança Social e do Trabalho.

Coordenador: Ana Pinheiro e Luís Ferreira

Equipa Técnica: SBI Consulting – Consultoria de Gestão, SA


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© Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda, 2004, 1.ª edição

GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA

Manual subsidiado pelo Fundo Social Europeu e pelo Estado Português

Todas as marcas ou nomes de empresa referidos neste manual servem única e exclusivamente propósitos pedagógicos e nunca devem ser

considerados infracção à propriedade intelectual de qualquer dos proprietários.


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Introdução ao e-learning

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Terceira Geração E UMTS

ÍNDICE
ENQUADRAMENTO........................................................................................ 4
1. PRINCÍPIOS BÁSICOS DE COMUNICAÇÃO MÓVEL.......................................... 8
OBJECTIVOS ............................................................................................... 8
INTRODUÇÃO ............................................................................................... 8
HISTÓRIA DOS SERVIÇOS MOVEIS ....................................................................... 9
REDES MOVEIS DE 1.ª GERAÇÃO ...................................................................... 10
MUDANÇA DE REDES ANALÓGICAS PARA DIGITAIS .................................................. 11
MOTIVAÇÕES COMERCIAIS E TECNICAS ............................................................... 12
EXAMINANDO A 2ª GERAÇÃO .......................................................................... 19
IDENTIFICAR SERVIÇOS DISPONIVEIS ................................................................. 37
2. UMA VISÃO GERAL SOBRE O ESTADO CORRENTE DAS REDES MOVEIS .......... 42
OBJECTIVOS ............................................................................................. 42
CONCEITO: GERAÇÃO 2+ .............................................................................. 42
GSM FASE 2 ............................................................................................ 43
IDENTIFICAR OS NOVOS SERVIÇOS DISPONIVEIS .................................................... 44
GPRS .................................................................................................... 45
IDENTIFICAR OS NOVOS SERVIÇOS DISPONIVEIS .................................................... 50
3. INOVAÇÃO DISPONÍVEL ATRAVÉS DA TECNOLOGIA UMTS............................ 54
OBJECTIVOS ............................................................................................. 54
PROTÓTIPOS ............................................................................................. 54
BANDA LARGA ........................................................................................... 59
GEOREFERENCIAÇÃO .................................................................................... 59
MOBILIDADE ............................................................................................. 60
INTERACTIVIDADE ....................................................................................... 60
GLOBAL INTERNETWORKING ........................................................................... 61
4. OPORTUNIDADES COMERCIAIS ................................................................ 62
OBJECTIVOS ............................................................................................. 62
ENTRETENIMENTO E INFORMAÇÃO ..................................................................... 62
E-COMERCE .............................................................................................. 62
SERVIÇOS MOVEIS MULTIMEDIA ........................................................................ 63
LEILÕES E BOLSA ........................................................................................ 63
INTRANET ................................................................................................. 64
TELEMETRIA .............................................................................................. 64
POTENCIAL DO VHE ..................................................................................... 64
PREVENDO UM MARKET DEMAND NACIONAL .......................................................... 65
5. CASE STUDIES ....................................................................................... 68
OBJECTIVOS ............................................................................................. 68
VANTAGENS E DESVANTAGENS DA MIGRAÇÃO PARA UMTS ........................................ 68
GSM PARA GPRS PARA UMTS........................................................................ 68
GSM PARA UMTS ...................................................................................... 76
NTT DOCOMO ......................................................................................... 88
NOKIA NO 3G ............................................................................................ 89
O SUCESSO DO SMS ENTRE OS JOVENS .............................................................100
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Terceira Geração E UMTS

6. ACTIVIDADES .......................................................................................103
EXERCICIOS .............................................................................................104
7. BIBLIOGRAFIA E TEXTOS DE APOIO .........................................................111
8. BIBLIOGRAFIA ACONSELHADA ................................................................113
9. CONTACTOS ÚTEIS ................................................................................114

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Terceira Geração E UMTS

Enquadramento

ÁREA PROFISSIONAL

Este manual enquadra-se na área profissional de Telecomunicações e de


Sistemas de Informação, dotando os participantes com os conhecimentos a
nível funcional das principais redes de comunicações móveis existentes
contextualizadas em termos de mercado.

CURSO / SAÍDA PROFISSIONAL

Todos os participantes poderão reunir competências no âmbito desta área e


obter saídas profissionais a desempenhar funções de consultor, capaz de
desenvolver projectos na área das comunicações móveis.

NIVEL DE FORMAÇÃO/QUALIFICAÇÃO

O GRAU de qualificação do presente curso é – NIVEL IV

COMPONENTE DE FORMAÇÃO

Através deste manual poderão ser leccionado cursos como:

Comunicações Moveis;

Comunicações moveis GSM 1 – 2 – 2.5;

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3G UMTS & Wireless Business;

A Formação a decorrer, tendo este manual como auxiliar, pretende criar


competências ao nível da percepção do funcionamento das redes de
telecomunicações móveis, da envolvente comercial e de Marketing
associadas, assim como a identificação de novas oportunidades de negócio
ou nichos de mercado.

UNIDADES DE FORMAÇÃO

Princípios Básicos de Comunicação Móvel (36 horas)

Uma Visão Geral Sobre o Estado Corrente das Redes Móveis (24
horas)

Perceber o Conceito Que Está Por Base da 3ª Geração de Redes


Móveis (20 horas);

Inovação Disponível Através da Tecnologia UMTS (08 horas)

Oportunidades Comerciais (08 horas)

Case Studies (20 horas)

OBJECTIVOS GLOBAIS

No final da formação, o formando deve estar apto a:

Distinguir os diversos tipos de redes móveis e as suas utilizações;

Identificar as várias tipologias de transmissão de voz e de dados e os


componentes de rede necessários para a sua construção;

Avaliar os melhores métodos de transmissão adaptados a cada


situação;

Caracterizar e distinguir os serviços disponíveis nos diversos tipos de


rede;

Identificar os principais protocolos de comunicação móvel;

Identificar as necessidades dos protocolos e dentro destes, identificar


os protocolos utilizados nas telecomunicações móveis;

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Terceira Geração E UMTS

Reconhecer as oportunidades comerciais e de mercado das


comunicações moveis e antever a sua evolução

CONTEÚDOS TEMÁTICOS

Princípios Básicos de Comunicação Móvel

História e Evolução das Redes e Serviços Móveis


Redes Móveis de 1ª Geração
Mudança de Redes Analógicas para Digitais
Motivações Comerciais e Técnicas
Examinando a 2ª Geração
Identificar os novos serviços disponíveis

Uma Visão Geral Sobre o Estado Corrente das Redes Móveis


Conceito: Geração 2+
GSM Fase2
Identificar os novos serviços disponíveis
GPRS
Identificar os novos serviços disponíveis

Perceber o Conceito Que Está Por Base da 3ª Geração de Redes Móveis


Conceito: 3G e UMTS
Que novos serviços estão a dirigir a evolução para o UMTS?
Que ‘data rates’ serão necessárias?
Targeting: Estabelecer uma posição no mercado

Inovação Disponível Através da Tecnologia UMTS


Protótipos
Banda Larga
GPS: Geo Referenciação
Mobilidade
Interactividade
Global Internetworking

Oportunidades Comerciais
Entretenimento e Informação (anytime, anywhere)
E-Commerce: Travelling, Shopping, Ticketing
Serviços Móveis Multimédia
Leilões e Bolsa
Intranet
Telemetria
Potencial do VHE (Virtual Home Environment)
Prevendo um “Market Demand” nacional

Case Studies
Vantagens e Desvantagens de Migração para UMTS
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Terceira Geração E UMTS

GSM para GPRS para UMTS


GSM para UMTS
NTT DoCoMo, a maior operadora móvel nipónica
Estratégia Nokia para 3G www.nokia.com\3g
O Sucesso do SMS entre os jovens.
Resoluções/Soluções das Actividades e Exercícios

CONJUNTO DE INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO

Os critérios de avaliação mais significativos para esta formação são:

Assiduidade e Pontualidade

Assertividade

Interesse demonstrado

Conhecimentos Adquiridos

Conhecimentos integrados no seu desempenho profissional. Esta ilação


poderá ser:

Qualitativa, efectuada através de

Trabalhos de Grupo

Jogos Didácticos

Participação

Respostas (Método Interrogativo)

Quantitativa, efectuada através de

Trabalhos práticos individuais

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1. Princípios Básicos de
Comunicação Móvel

OBJECTIVOS

No final deste capítulo o formando deverá conhecer as origens das


telecomunicações em móveis.

No final deste capítulo o formando deverá conhecer a forma como se


organizam as redes de comunicações móveis e a tecnologia que as sustenta

INTRODUÇÃO

A comunicação móvel tem agitado nas últimas duas décadas e propagou-se


a um ritmo veloz que provavelmente não acontecia desde a divulgação do
engenho a vapor na revolução industrial Inglesa, a que se seguiu a
revolução industrial do resto do mundo.

Com efeito e se fizermos um esforço retrospectivo, ainda há quinze anos


tínhamos como opção o telefone fixo ou longas antenas de
complicadíssimos sistemas de ondas curtas cuja falta de qualidade na
comunicação a que se juntava a necessidade de um profundo conhecimento
de radiofrequências e a exigência de uma licença afastavam qualquer
entusiasta.

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HISTÓRIA DOS SERVIÇOS MÓVEIS

Desde que o homem desenvolveu capacidades de comunicação, que a


necessidade de comunicação móvel se tornou imperiosa quer entre
indivíduos quer entre grupos.

No esforço por suprir essas necessidades encontramos ao longo da história


da humanidade exemplos que atravessam toda a história como sejam os
sinais de fumo, os tambores, os pombos correio ou os míticos estafetas,
sendo que os pombos correio continuam a ter um peso muito significativo
em muitas sociedades.

Durante milhares de anos estas em foram as formas privilegiadas de


transmitir informação à distancia.

Na história recente o primeiro exemplo de comunicações móveis de forma


sistemática e eficaz encontra-se na marinha, onde desde o século dezasseis
a comunicação entre embarcações através de bandeiras era, e ainda é, uma
forma eficaz de comunicação.

Mas a comunicação sem qualquer tipo de contacto visual ou auditivo


encontrava-se ainda longe de qualquer efectividade.

Com efeito só a partir da divulgação em 1837 do invento de Morse, o


telegrafo e respectivo código, foi possível comunicar à distancia e mesmo
assim sem nenhuma mobilidade e exigindo ainda um elevado nível de
especialização. Os técnicos responsáveis pelo envio e recepção de
mensagens eram treinados para elevados débitos de envio e recepção de
“clic’s” quase imperceptíveis para a generalidade dos mortais.

Só com o aparecimento do telefone em 1876, resultado da preserverança


de Alexander Bell, cujo invento se julgava votado ao fracasso.

Bell teve de recorrer ao apoio do sogro para lhe valer financeiramente e


apoiar o seu projecto, e só a partir desse momento é que a comunicação
natural e em tempo real se tornou real, efectiva e à distância de forma
perceptível e acessível a toda a gente. De tal maneira acessível que nos
Estados Unidos da América foi necessário fazer uso das leis antitrust em
1984 para forçar a divisão da AT&T que crescera desmesuradamente fruto
do esforço inicial de Bell e seu sogro.

Até ao final do século dezanove assistiu-se a um grande desenvolvimento


das comunicações telefónicas cujo maior contributo partiu de um completo
outsider do negócio. Com efeito as comunicações eram normalmente
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efectuadas por operadoras que conectavam os circuitos necessários para


garantir as ligações telefónicas. No entanto a desconfiança de um
“cangalheiro”, Almon Strowger, que suspeitava que as operadoras lhe
desviavam o negócio para os concorrentes levou a que este desenvolvesse
um sistema comutação de chamadas automático sem a intervenção humana
que se veio a revelar a base do sistema de comunicações telefónicas ainda
hoje funcionamento.

Por esta altura já as redes de comunicação telefónica se expandiam


fortemente mas com elevados custos e dificuldade em ultrapassar as
barreiras geográficas tais como as do relevo e superfícies aquíferas.

Em 1889 nascia o segundo grande contributo para a comunicações à


distância fruto do trabalho de Guiuliamo Marconi, outro gigante histórico no
negócio das telecomunicações, nesse ano Marconi conseguiu com sucesso
efectuar uma comunicação entre Inglaterra e França e em 1901 efectuou
com igual sucesso uma comunicação entre Inglaterra e o Canadá. A partir
deste ponto estava dada a partida para a efectiva existência persistência de
comunicações móveis através de grandes distâncias.

Em Portugal os primeiros registos de comunicações à distância datam de


1877, tendo sido estabelecida pelo Rei D. Luís I entre a povoação de
Carcavelos e a estação do Cabo em Lisboa.

Mais tarde em 1882 com a intervenção da Edison Gower Bell Telephone of


Europe que deu origem à APT – Anglo Portuguese Telephone, foi possível
garantir um serviço sistemático e permanente de comunicações, sendo que
em 1967 esta empresa detinha ainda o monopólio das ligações telefónicas
entre Lisboa e Porto.

REDES MOVEIS DE 1.ª GERAÇÃO

No princípio dos anos 80 começaram a aparecer na Europa os primeiros


sistemas de comunicações celulares móveis.

A grande ênfase na altura era a instalação de redes locais, analógicas, que


eram específicas a cada país. Tal significava que um telemóvel apenas
funcionava no país no qual era comprado, devido à incompatibilidade dos
vários sistemas.

As primeiras rede de comunicações moveis utilizando um sistema de


multiplexado aparentemente idêntico ao já conhecido pela generalidade dos
utilizadores.

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Vários padrões para a comunicação móvel foram adoptados em diferentes


países e ficaram conhecidos como sistemas de 1a Geração (1G), entre eles
podemos citar: o AMPS (Advanced Mobile Telephone System) nos Estados
Unidos, o TACS (Total Access Communications Systems) no Reino Unido, o
JTACS (Japan TACS) no Japão e o NMT (Nordic Mobile Telephones system)
nos países do norte europeu (Dinamarca, Finlândia,

Suécia e Noruega). Os sistemas de 1G utilizam a transmissão de dados no


modo analógico e a técnica de acesso ao meio utilizada é a FDMA
(Frequency Division Multiple Access). Os principais problemas com esses
sistemas eram a baixa qualidade e capacidade dos canais de comunicação e
a incompatibilidade entre os diversos sistemas existentes.

Escusado será dizer que, nesta altura, o "roaming" era apenas uma
miragem no horizonte. O isolamento dos vários sistemas começou desde
cedo a preocupar os responsáveis, conscientes dos problemas que iriam
surgir no futuro. A própria capacidade das redes era limitada, devido ao
facto de ser analógica e de não poder suportar durante muito tempo o
aumento crescente do número de utilizadores.

MUDANÇA DE REDES ANALÓGICAS PARA DIGITAIS

No entanto os custos associados à pesquisa e desenvolvimento da


tecnologia móvel eram muito elevados, o que levou fabricantes e
operadores a considerarem sistemas globais, para que se pudessem criar
economias de escala. Possibilitando desta forma a redução dos elevados
custos e um aumento da produção que levaria a uma diminuição dos preços
finais, através da criação de padrões que pudessem ser vendidos à escala
internacional.

Em 1982 nasceu a CEPT (Conférence des Administrations Européenes des


Postes et Télécommunications), no sentido de encontrar padrões comuns e
sustentáveis sendo composta pelas administrações das operadoras públicas
de 26 países europeus. Os membros que compunham esta organização
eram empresas estatais, que tinham posição de monopólio nos seus países
e que consideravam os interesses nacionais como o seu primeiro objectivo.
Apesar disto, a sua primeira acção foi afirmar a necessidade de acção
concertada de forma a garantir a sobrevivência económica dos sistemas
móveis. Com este fim, foi criada pela CEPT o Groupe Spéciale Mobile (GSM),
com o objectivo de desenvolver especificações técnicas para uma rede
europeia de telecomunicações móveis capaz de suportar os vários milhões
de futuros assinantes do novo serviço. Os problemas que o grupo
enfrentava eram de várias ordens: técnicos, políticos e económicos.
Contudo, as recompensas seriam altas e não existia uma outra solução
aceitável para o problema.
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O Grupo definiu os seguintes requisitos para a 2ª geração de telemóveis:

Boa qualidade de serviço; Terminais e serviços baratos; "Roaming"


internacional; Possibilidade de utilização de terminais portáteis; Poder
suportar novos serviços; Eficiência de espectro; Compatibilidade com os
sistemas RDIS

Desde o princípio que o Grupo tinha em mente que o novo "standard" devia
utilizar a tecnologia digital ao invés da analógica e operar na frequência de
900 MHz. Assim, seria possível oferecer uma transmissão de alta qualidade
e utilizar mais eficientemente o curto espectro disponível, possibilitando
mais chamadas ao mesmo tempo. O sistema também possibilitava o
desenvolvimento de características como chamadas seguras, encriptação e
a transmissão de dados. A tecnologia digital possibilitava ainda, terminais
mais pequenos e mais baratos.

Apesar do sistema ter nascido de uma necessidade económica, tal iniciativa


necessitava de apoios políticos para ser concretizada. Felizmente, as
autoridades reconheceram a validade do projecto e em 1984 a Comissão
Europeia deu o seu apoio formal ao GSM. Este factor revelou-se decisivo
nos anos seguintes. Em 1985, a Alemanha, França e Itália assinaram um
acordo com vista ao desenvolvimento do GSM. O Reino Unido juntou-se a
estes países no ano seguinte.

MOTIVAÇÕES COMERCIAIS E TECNICAS

Entretanto, urgia entrar em acção, devido ao facto de o sistema analógico


estar a esgotar rapidamente as frequências do limitado espectro disponível.
Em 1986 o Groupe Spéciale Mobile (Grupo) foi nomeado como responsável
pelo desenvolvimento do GSM, tendo sido criado um Núcleo Permanente,
com sede em Paris.

A pressão de países como a França e a Alemanha levou a que, em


Dezembro de 1986, a Comissão Europeia levasse o assunto à Conferência
de Chefes de Estado e de Governo. Dai saiu uma recomendação e uma
directiva que estabeleceram as fundações políticas do GSM. A
recomendação delineava uma introdução coordenada do GSM, apoiada pela
então Comunidade Económica Europeia, com o lançamento limitado do
serviço em 1991, seguido de uma cobertura completa das principais cidades
em 1993 e a união de todas as áreas em 1995. A directiva ditava que cada
Estado-membro era obrigado a reservar os blocos necessários na frequência
de 900 MHz de forma a assegurar a implementação do sistema.

O passo seguinte levou a que os potenciais operadores se comprometessem


com o futuro sistema, para que se pudesse começar a estabelecer a rede.
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Tal conduziu a que se criasse o Memoradum of Understanding (MoU), um


acordo entre as operadoras.

A sete de Setembro de 1987, foi assinado o primeiro MoU, o qual incluía 15


signatários, entre as quais a Portugal Telecom, num total de 13 países.

A partir desse momento começaram a ser testadas as várias soluções


tecnológicas possíveis para os sistemas de 2ª geração.

Vários modelos de transmissão e divisão das frequências foram


experimentados, com a escolha a cair sobre a tecnologia TDMA (Time
Division Multiple Access). Esta decisão foi essencial, na medida que era
apoiada pelas principais fabricantes, como a Nokia, a Ericsson e a Siemens.
As experiências realizadas comprovaram que o sistema iria funcionar e em
Fevereiro de 1988 os operadores signatários do MoU adoptaram uma
combinação do TDMA com o FDMA (Frequency Division Multiple Access).

Apesar deste passo, faltava elaborar todas as especificações técnicas, uma


tarefa quase impossível face aos prazos estabelecidos anos antes, quando
não havia noção nem da escala nem da complexidade do trabalho
necessário. Para se ter uma ideia, em 1997, os manuais com as
especificações do GSM já continham 8000 páginas.

Em 1989 o projecto teve um impulso, com a criação do ETSI (European


Telecommunications Standards Institute), o qual veio substituir o Núcleo
Permanente do Grupe Spéciale Mobile. No ano seguinte foram divulgadas a
maioria das especificações da primeira fase do GSM, a qual seria lançada
dia 1 de Julho de 1991, cobrindo as principais cidades e aeroportos
europeus.

Entretanto, no Reino Unido, duas operadoras haviam decidido lançar um


serviço móvel conhecido como Personal Communications Networks, a
operar na banda dos 1800 MHz. Apesar deste facto aparentemente
significar ser um revés, as empresas decidiram adoptar o GSM, de uma
forma ligeiramente modificada. O ETSI ficou responsável pelo
desenvolvimento deste sistema, conhecido como DCS1800. Em 1997 o
sistema foi redesignado como GSM1800, sendo actualmente uma das
frequências utilizadas pelos telemóveis "dual band".

Aquando da introdução do sistema em 1991, as operadoras encontravam-se


a braços com um problema de falta de terminais. Os equipamentos
desenvolvidos pelos fabricantes necessitavam de passar por uma série de
testes exaustivos, para verificar que possuíam completa compatibilidade
com o sistema GSM.

O problema residia no facto de um telemóvel não homologado poder causar


danos às redes. Uma características dos telemóveis actuais que nasceu
desta necessidade foi o estabelecimento de um IMEI (International Mobile
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Equipment Identity) individual para cada equipamento, para que a rede


pudesse identificar qual o modelo do telemóvel que estava a procurar ligar-
se alem de permitir assegurar a conformidade entre fabricantes e aos
operadores identificar equipamentos e utilizadores. A solução final para esta
questão apareceu em Abril de 1992, através da introdução do Intern Type
Approval (ITA). Os telemóveis não precisavam de ser completamente
compatíveis, apenas eram testados para assegurar que não iriam causar
problemas às redes.

Devido a isto, o GSM apenas foi realmente lançado na segunda metade de


1992, com a TMN e a Telecel a situarem-se dentro das primeiras
operadoras europeias a lançarem o sistema. A 17 de Junho de 1992 o
primeiro acordo de "roaming" foi assinado entre a Telecom Finland e a
Vodafone no Reino Unido. No fim de 1993, já existiam um milhão de
utilizadores GSM na Europa, com o número de signatários do MoU a
ascender a 70 membros, oriundos de 48 países, tendo sido assinados 25
acordos de "roaming".

O aparecimento do GSM teve também um impacto ainda maior a nível das


telecomunicações: a abertura dos mercados a operadoras privadas. Os
novos intervenientes trouxeram consigo estratégias de marketing
agressivas e uma lógica comercial ao sector.

Como consequência, as tarifas praticadas começaram a baixar e a qualidade


do serviço a aumentar. Em 1993 o primeiro serviço DCS1800 foi lançado
pela Mercury One-2-One na Inglaterra.

A partir deste momento sucedeu-se a expansão mundial tendo como caso


notável a adopção por parte da operadora australiana Telstra do GSM em
1992. Alguns anos mais tarde, o sistema já se tinha expandido para a India,
África, Ásia e Médio Oriente. Em 1995 o MoU já englobava 156 membros,
divididos por 86 países, com 12 milhões de clientes.

Neste mesmo ano a segunda fase do GSM foi estandardizada, possibilitando


o envio de dados, fax e vídeo através do GSM. Nos Estados Unidos, a FCC
(Federal Communications Commission) decidiu abrir partes da frequência
dos 1900 MHz para usos móveis, com a escolha do sistema por parte das
operadoras. O PCS1900 foi então desenvolvido, uma variação do GSM com
vista às oportunidades recém-abertas no mercado norte-americano (no qual
a maioria das operadoras utiliza o CDMA). Em Novembro de 1995 o
primeiro serviço PCS1900 foi lançado nos EUA. O significado da sigla GSM
foi entretanto alterado para Global System for Mobile telecommunications.

Actualmente os sistemas GSM900/1800/1900 são utilizados em 135 países,


com 345 milhões de utilizadores espalhados por 366 redes. O recente
lançamento de terminais triband possibilita capacidades de roaming cada

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vez maiores, na medida que os utilizadores já podem utilizar as três


frequências disponíveis.

O telemóvel é um caso de sucesso em Portugal. No início da década de 90,


apenas uma minoria sabia o que era um telefone Celular e qual a sua
utilidade; hoje, Portugal é um dos países europeus com maior taxa de
penetração de telemóveis apenas atrás dos países nórdicos e Itália. Se, em
1993, a taxa de penetração era de 1%, actualmente subiu para os 37.5%
da população.

Actualmente, são quase 4 milhões os portugueses que possuem esse


"aparelho mágico" que lhes permite estar sempre contactáveis, oferecendo-
lhes privacidade, segurança e comodidade. Nas palavras da Dr.ª Margarida
Cunha, Directora de Marketing da TMN, "o telemóvel é a diferença entre
estar sozinho e estar isolado".

Telecel e TMN são as duas empresas que maior responsabilidade tem neste
inegável crescimento da popularidade dos telemóveis em Portugal. Desde
que se encontram presentes no mercado português de telecomunicações
móveis, batalham diariamente pela conquista da liderança, seja através do
lançamento de novos produtos e serviços, das estratégias de comunicação
adoptadas ou de novas políticas de preço.

Tudo começou em 1989, quando CTT e TLP iniciam a exploração do serviço


móvel terrestre recorrendo a uma rede analógica. Nesta altura, apenas uma
pequena minoria de administradores, gestores de topo e altos funcionários
públicos possuía telemóvel, uma vez que o seu preço se aproximava dos
1000 contos por aparelho. Em 22 de Março de 1991, é criada a TMN -
Telecomunicações Móveis Nacionais, tendo como accionistas os CTT e os
TLP. Ainda neste ano, um novo accionista se junta aos anteriores – a
Marconi. Em Outubro, a Telecel recebe a licença para operar uma rede de
telecomunicações terrestre, embora só tenha iniciado a sua actividade um
ano mais tarde.

Em Março de 1992, foi atribuída à TMN a licença para prestação do serviço


móvel terrestre. Em Maio, no Dia Mundial das Telecomunicações, é
efectuada a primeira chamada GSM em Portugal, sendo as redes digitais
TMN e Telecel lançadas em Outubro do mesmo ano.

O ano de 1992 marca a história das comunicações móveis portuguesas. Por


um lado, é introduzida a rede digital, que vem permitir a introdução de
novos serviços e aparelhos, a preços muito inferiores aos que até então
vigoravam. Por outro lado, o mercado tornou-se um duopólio, com a
entrada da Telecel.

A agressividade comercial com que a Telecel se lança no mercado abala o


monopólio detido pela operadora pública. A Telecel aposta na massificação
do telefone móvel – a estratégia da empresa consistia em transformar um
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serviço considerado elitista e de utilização restrita numa ferramenta útil e


acessível a qualquer tipo de pessoa e actividades.

Para o consumidor, a Telecel foi, de imediato, percepcionada como uma


empresa forte, dinâmica, jovem e com um serviço inovador, o que acabou
por se reflectir na "pública" TMN: perda de quota de mercado e perda de
notoriedade.

Ao celebrar o seu primeiro aniversário, a Telecel contava com 39 mil


clientes. Em 1994, com o lançamento da novíssima "Caixa de Serviço
Telecel", que representa a materialização do serviço GSM, a Telecel viu a
sua carteira de clientes atingir os 88 mil utilizadores e alcançava, assim, a
liderança do mercado. Esta situação manteve-se no ano seguinte, altura em
que a TMN contra-ataca.

Com a entrada da Telecel com a assinatura "Onde você estiver, está lá" a
TMN apercebe-se da necessidade de repensar a sua estratégia e a
assinatura "O Serviço Telemóvel" passa a "Dê ouvidos a quem sabe". A par
das novas campanhas, que trouxeram ar fresco ao operador público, um
novo produto é apresentado.

Em 1995, a TMN, que tinha perdido a liderança, sentiu a necessidade de se


diferenciar neste mercado e surgiu a assinatura "Mais perto do que é
importante". Para além disso, queria atingir o target até às classes B eC1, e
atingir uma faixa etária mais baixa. E assim nasce o Mimo.

O Mimo esteve nos segredos dos deuses até ao dia do seu lançamento. Ao
projecto e toda a documentação que lhe dizia respeito foram atribuídos
códigos. Tudo para que nada viesse a lume antes do tempo.

Em Setembro de 1995, o Mimo, que veio revolucionar o mercado de


telemóveis dadas as suas características totalmente inovadoras, foi a chave
de sucesso da retoma da liderança da TMN. O produto Mimo apresentava
uma inovação a nível mundial, afinal tratava-se do primeiro Kit recarregável
de sempre. Neste ano, a sua concorrente apresenta o SIM Telecel, uma
evolução do já existente Promo, um cartão pré-activado, pronto a
funcionar, com um valor de chamadas válidas por um determinado período
de tempo após o qual o cliente se tornava assinante com contrato.

Com um produto altamente inovador nas mãos, a TMN sabia que muito do
seu êxito dependeria da estratégia de comunicação adoptada.

A TMN necessitava de dar um nome e voz a este produto. Baptizou-o de


Mimo. A razão subjacente a esta escolha reside no facto dos mimos serem
reconhecidos pelo público como figuras humanas, expressivas e
comunicativas - mesmo que seja, somente, por mímica. Esta faceta do
mimo não era entrave para a TMN: as características do novo produto eram
de tal modo inovadoras que até o mimo passaria a falar!
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O lançamento do Mimo foi alvo de uma verdadeira campanha de


comunicação integrada, com a utilização de meios above the line e below
the line. O mimo podia ser encontrado ao vivo (o próprio actor) ou através
das mais variadas peças de Merchandising, em acções promocionais da TMN
e seus agentes, em feiras, patrocínios ou outros eventos específicos. Uns
meses antes surge a nova assinatura "Mais perto do que é importante", ou
seja, a TMN mais perto do cliente e o cliente mais perto de todos!

O sucesso do Mimo foi de tal ordem que a TMN retomou para o primeiro
lugar do mercado das comunicações móveis, em termos de número de
clientes, em 1996, com uma quota de mercado de 50,1%, que correspondia
a cerca de 332 mil clientes, alcançando índices de notoriedade muito
elevados.

Ainda em 1996, a TMN lança o Spot - baseado no mesmo conceito do Mimo,


destinando-se ao segmento jovem e incluindo telemóveis topo de gama.
Posteriormente, a TMN continua a apostar nos produtos pré-pagos, com o
lançamento do Taco – recebe bónus pelas chamadas recebidas - e do Smile
-com facturação ao segundo.

A par da aposta nos produtos pré-pagos, a TMN desenvolveu soluções de


fidelização para o seu parque de clientes, como por exemplo, o Club Sinc e
o Cartão Gémeo.

As Vitaminas da Telecel

A adesão do público aos produtos recarregáveis é de tal forma, que ainda


em 1996, a Telecel lança a Vitamina T, em tudo semelhante ao Mimo mas
com as possibilidades adicionais de controlar os custos no visor e de fazer o
telecarregamento (a partir do próprio telemóvel). De acordo com a evolução
das necessidades e motivações dos clientes, a família das Vitaminas tem
aumentado. Desde então, surgiram a Vitamina K, a Vitamina R, a Vitamina
P e a Vitamina Light. Este tipo de produtos (sem assinatura mensal)
representa cerca de 72% da carteira de clientes Telecel.

As muitas campanhas da Telecel sempre procuram chegar ao consumidor


pelo seu lado criativo e divertido. No entanto, houve uma campanha que
ficou na memória de todos os portugueses.

A campanha "Pastor da Telecel", que ficou identificada pelo "Tou Xim", tinha
como objectivo deixar para trás a ideia de que o telemóvel era um símbolo
de status. A figura simpática do pastor pretendia simbolizar os portugueses
que até então não possuíam telefone, fazendo-lhes chegar a mensagem de
que o telemóvel era acessível a qualquer um - fosse qual fosse o local onde
se encontrasse, a sua profissão ou extracto social.

Mais recentemente, o actor Herman José protagonizou uma série de


anúncios, em diversas localidades de Portugal Continental e das Regiões
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Autónomas, vestindo a pele de várias personagens. Sempre com uma nota


de humor, característica do actor, era dada a conhecer a vasta cobertura
que a Telecel assegurava aos seus clientes.

No primeiro trimestre de 1998, a TMN lança novas soluções tarifárias, sendo


a primeira vez, em Portugal, que surge o conceito de facturação ao
segundo, de pacotes de minutos e isenção de taxa de adesão nos planos de
assinaturas.

No terceiro trimestre de 1998, a Telecel a TMN passam a enfrentar um novo


concorrente - a Optimus. O terceiro operador móvel fez um forte
investimento publicitário de forma a criar a sua própria imagem e
diferenciar-se da concorrência.

Pretendia-se com as campanhas iniciais veicular a mensagem de que a


Optimus tinha vindo para desequilibrar o mercado. O operador de Belmiro
de Azevedo tinha como objectivo atingir, sobretudo, o segmento particular
através da qualidade dos aparelhos, do alcance da rede e de um tarifário
mais atractivo.

Com o aparecimento da Optimus, a dinâmica comercial e de marketing do


mercado de telecomunicações móveis tornou-se ainda mais competitiva. A
questão que se colocava era: como vencer num mercado altamente
competitivo e onde a evolução ao nível do produto é quase diária? Sem
dúvida que a comunicação é uma arma importante e possibilita que o
produto chegue ao consumidor de forma rápida, explícita e apelativa. Para
tal, os três operadores têm sido obrigados a investir elevados montantes
em publicidade.

No final de 1998, a Telecel contava com 1.370 milhares de utilizadores e


com um prémio de melhor produto pré-pago orientado para vários
segmentos específicos para a linha Vitamina (Vitaminas T, R, K e P)
atribuído pela Globalnet Communications. Também em 1998, a TMN
alcançou 1.426 mil clientes.

Em Abril de 1999, numa estratégia de diversificação, a Telecel lançou dois


novos produtos, que englobam dois novos conceitos de comunicações
celulares – o MobiFix e Nexipri-Redes Privadas. O primeiro consiste numa
alternativa ao telefone da rede fixa, enquanto que o segundo se trata de
uma simulação de uma rede privada constituída dentro da rede Telecel.

Em Junho deste ano, a Telecel tornou-se também fornecedor de serviços


Internet nas vertentes acesso (ISP- Internet Service Provider) e conteúdos
(Portal "netc"). O serviço "netc" tem dois segmentos-alvo distintos: o
mercado empresarial e o mercado residencial, caracterizando-se pela
inovação nos conceitos, qualidade dos conteúdos, tarifário, assim como pela
capacidade, facilidade e rapidez de acessos.

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Mais recentemente, a Telecel passou a oferecer ao público a possibilidade


de optar por um tarifário igual aos da concorrência. A TMN tem mantido
uma política comercial muito agressiva, nomeadamente, com produtos pré-
pagos, atingindo no 1º semestre um parque de 1.707 mil clientes, o que a
coloca na liderança do mercado (em clientes) com uma quota de 45,5%,
seguida pela Telecel, que detém 39.5% de quota de mercado, o que
equivale a cerca de 1.481 mil clientes.

EXAMINANDO A 2ª GERAÇÃO

A norma abrange todos os aspectos relacionados com os três primeiros


níveis do modelo OSI, isto é, o nível físico, o lógico e por fim o nível de
rede. Na sua concepção e com o objectivo de diluir custos de
implementação ao longo de uma janela temporal mais vasta, foram
definidas 3 fases de implementação com diferentes tipos de serviços
associados: Fase 1 ou E1 Fase 2 ou E2 Fase 2+ ou 2.5 A última fase
corresponde à implementação de serviços de dados a ritmos de 64 Kbps,
baseados em comutação de pacotes.

ATRIBUTOS GSM 900 e DCS 1800

Norma ETSI séries 1 a 12

890 – 915

Frequências utilizadas ( MHz)


935 – 960

25 + 25
Faixa de frequências disponível (MHz)

TDMA/FDMA
Modo de acesso

200
Espaçamento dos canais rádio (KHz)

45
Separação entre canais rádio de cada sentido (MHz)

124
Número de canais rádio uplink e downlink

8
Número de canais de voz por canal rádio Débito total

16
Débito parcial

Digital
Tipo de transmissão

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270
Débito do canal rádio (Kbit/s)

RPE-LTP
Tipo de codificação

GMSK
Modulação

9
Protecção de canal C/I (dB)

Protecção do canal adjacente (dB) 60

Sim
Roaming e Handover

Potência máxima do móvel (W) 8 (+39 dBm)

102
Sensibilidade de recepção do móvel (dBm)

Raio máximo de células (Km) 30

Débito útil máximo por canal da voz (bits/s) 9600

Salto de frequência Sim

Cartão de assinante Sim

Autenticação Sim

Codificação no interface rádio Sim

Duração da trama (ms) 4,615

Tráfego <=1 000 E/Km2

Tabela 1 A – Características gerais do sistema GSM 900.

Nas especificações da fase 1, o GSM utiliza duas bandas de 25 MHz, na


banda dos 900 MHz. A MS transmite dentro da gama de frequências contida
entre os 890 e 815 MHz, sendo a faixa de frequências entre 935 e 960 MHz
reservada para a transmissão da estação base. Cada sub-banda de 25 MHz
encontra-se por sua vez dividida em 125 canais de 200 KHz. Destes 125
canais, o canal 0 serve como banda de guarda ou atribuído a serviços de
baixa frequência.

Devido a restrições impostas pela interferência co-canal e canal adjacente,


a cada BTS são normalmente atribuídas 16 frequências (situação que
corresponde a um factor de reutilização de 1/7). A coexistência de sistemas

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analógicos como AMPS impõe restrições mais severas na atribuição das


frequências, já que os sistemas analógicos usam frequências próximas das
atribuídas aos GSM

Em fase posterior a largura de banda foi alargada em 10 MHz, quer para o


Uplink (comunicação estação móvel para estação base) quer para o
downlink (comunicação estação base para estação móvel), permitido 50
canais adicionais. Estes canais encontram-se numerados entre 974 e 1023.

Com a introdução do DCS 1800 na Europa (fase 2 ou E2) e DCS 1900 no


EUA, aumentou-se a capacidade do sistema por meio de 374 canais
adicionais. Utiliza-se a banda dos 1710 a 1785 MHz para Uplink e a banda
entre 1805 e 1880 MHz para Downlink, sendo agora o afastamento entre
canais duplex de 95 MHz. Para efeitos de distinção com os canais definidos
na primeira fase estes canais estendidos são numerados entre 512 e 885.

Associado ao incremento de capacidade (devido ao aumento de portadoras)


a fase 2 contempla igualmente uma diminuição da potência empregue na
MS e BTS. Notar que na fase 2, também é introduzido o conceito de
microcélula, com redução adicional do nível de potência empregue na BTS.

No sistema GSM utiliza-se uma combinação de FDMA com TDMA em cada


portadora. Com o TDMA – Time Division Multiple Access, cada portadora é
dividida em oito intervalos temporais. Cada MS (Mobile Station) recebe e
envia na mesma janela temporal, o que significa que cada portadora
suporta oito conversas em simultâneo. Ao comparar as especificações dos
dois sistemas, além do número de canais disponíveis, a grande diferença
reside na potência da MS e BTS. O sistema GSM permite uma grande
diversidade no tipo de equipamento móvel, podendo a potência deste
oscilar entre os 20 W e os 0,8 W. O sistema DCS 1800 foi desenvolvido
desde o início com especificações revêem apenas a utilização de
equipamento de baixa potência. Convém frisar que o DCS foi concebido
para células sujeitas a um elevado tráfego, que se situam normalmente em
áreas urbanas densamente povoadas. Torna-se óbvio que as dimensões das
células são menores. Consequentemente, o menor nível de potência
empregue é acompanhado por uma menor atenuação devido à distância
entre MS e BTS. A sensibilidade de recepção por parte dos móveis é outra
das diferenças entre os sistemas, sendo mais baixa no DCS 1800, o que não
é uma desvantagem, pois esta diferença pode ser sempre compensada pela
estação de base, aumentando a potência de transmissão. Contudo, o DCS
1800 pode ser considerado como um upgrade do sistema GSM 900, visando
cenários de elevado tráfego. Trata-se de um complemento do sistema
dedicado aos meios urbanos densamente habitados e áreas com taxas de
urbanização elevadas. O DCS 1800 pode ser considerado o meio pelo qual o
sistema celular conquistará os utilizadores nos meios de grande densidade
de assinantes e no interior de edifícios.

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A Rede GSM encontra-se organizada hierarquicamente, apresentando as


seguintes características:

Formada por pelo menos por uma região administrativa à qual está
atribuído um MSC (Mobile switching Center)

Cada região administrativa tem pelo menos uma LA (Location Area)

LA também é designada por visited area

A cada grupo de células é atribuído um controlador de estação base


(BSC Base Station Controler) Logo cada LA tem pelo menos uma
BSC, podendo células pertencentes ao mesmo BSC pertencer a
diferentes LA’s.

Figura 1 – Estrutura da rede GSM (PLMN)

Da figura 1, destacam-se os seguintes aspectos:

1. Célula formada pela cobertura de uma BTS

2. Várias estações base controladas por uma BSC

3. Tráfego gerado pelos terminais móveis encaminhado pelo MSC

4. Chamadas de ou para outras redes distintas encaminhadas pelo GMSC


(Gateway Mobile switching Center)

5. Controlo de manutenção e operacional realizado pelo OMC (Operation


and Maintenance Center)

Existência de várias bases de dados relevantes para o funcionamento e


gestão da rede:

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HLR Home Location register

VLR Visited Location Register

AUC Authentication Center

EIR Equipment Identity register

HLR

Base de dados que contem a informação fixa respeitante a tipo de


utilizadores (tipo assinatura, etc.) e informação temporária como localização
de utilizador. Essencial no estabelecimento de uma chamada, pois há que
conhecer previamente a localização do utilizador. Normalmente existe uma
por cada PLMN e não exerce controlo directo sobre a MSC.

VLR

Responsável por um grupo de LA’s, contendo a informação respeitante aos


utilizadores sobre a gestão dos LA’s. Abrange informação sobre utilizadores
transferida da HLR e identificações temporárias. Usualmente gere uma area
que pode abranger vários MSC’s.

AUC

Base de dados que contem informação necessária à autenticação, como


chaves de utilizadores, encriptação. Está relacionado com a HLR,
fornecendo a esta conjuntos de parâmetros necessários à autenticação de
uma MS a qualquer uma das LR. Tem conhecimento do algoritmo utilizado
para efeitos de autenticação para cada utilizador. Todos os algoritmos de
autenticação encontram-se guardados no centro de autenticação e no
cartão SIM da MS.

EIR

Base de dados que contem informação relativa ao equipamento. Contem


base de dados com IMEI dos vários equipamentos e permite uma segurança
acrescida ao nível de operação da rede, bem como evitar a utilização
fraudulenta de equipamento (equipamento desbloqueado, roubado, etc.)

No GSM existe uma distinção entre equipamento e utilizador, já que a


identidade do utilizador está associada ao SIM, podendo estar associados
vários números de telefones. No entanto existem uma grande variedade de
identificadores no GSM, que permitem uma maior flexibilidade operacional,
à semelhança do RDIS.

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Identificadores IMEI – (International Mobile Station Equipment Identity)


Identificador atribuído a cada terminal móvel a nível internacional. Atribuído
pelo fabricante e registado pelo operador na EIR.

Permite obter informação sobre:

Equipamento roubado

Equipamento fora de serviço

Terminais sem serviço (contencioso)

Terminais e respectivas restrições A EIR está assim subdividida em


três categorias na classificação do equipamento:

Branca (tem todo o equipamento)

Preta (equip. Roubado, avariado ou suspenso)

Cinzenta (equip. Avariado ou com software obsoleto) Notar que no


registo do equipamento na rede este identificador é solicitado e tem
uma estrutura hierárquica contendo os seguintes elementos:

TAC (Type Approval Code) 6 dígitos atribuídos pelo operador

FAC (Final Assembly Code) 6 dígitos atribuídos pelo fabricante

SNR (Serial Number) 6 dígitos atribuídos pelo fabricante • SP (Spare)


1 digito Permitem identificar fabricante e data de fabrico. IMSI
(Internacional Mobile Subscriber Identity) Identificador
atribuído a um utilizador quando subscreve o serviço a um operador.
É único, encontra-se no SIM e na EIR.

Essencial para a segurança e billing nas redes GSM

Guardado no SIM para efeitos de Roaming

Necessidade de concordância de IMEI e IMSI válidos para efectuar


chamada. Constituído por:

MCC (Mobile country code) 3 dígitos

MNC (Mobile Network Code) 2 dígitos identificador de rede do


operador

MSIN (Mobile Subscriber Identification Number) 10 dígitos


identificador do utilizador

MNC+MSIN atribuídos pelo operador

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MCC atribuído internacionalmente MSISDN (Mobile Subscriber ISDN


Number)

Consiste no número de telefone e é guardado no SIM.

SIM pode conter vários números

Permite distinguir identidade de subscritor de número de telefone

Separação de IMSI e MSISDN permite garantir confidencialidade de


utilizador

Associação IMSI com MSISDN somente conhecida pelo operador.

Vários MSISDN por utilizador associados a diversos serviços Endereço


MSISDN com a estrutura dos números ISDN:

CC (country Code)

NDC (National Destination Code)

SN (Subscriber Number) A diferenciação entre IMSI e MSISDN


permite distinguir entre identificação de assinante e números
atribuídos. Possibilidade de existirem vários MSISDN associados a um
SIM. Um assinante pode ter vários MSISDN, estando cada um ligado
a um serviço distinto. A associação IMSI e MSISDN só é do
conhecimento do operador.

MSRN (Mobile Station Roaming Number) Trata-se de um número


atribuído temporariamente pela VLR e permite o encaminhamento de
chamadas pela BS. Para realização de uma chamada o MSRN é passado
pelo HLR para o GMSC. Tem a mesma estrutura do MSISDN. CC e NDC
atribuídos pela rede visitada e dependem da localização. O SN é atribuído
pela VLR, sendo único na rede. A atribuição do MSRN é realizada de modo a
que o MSC que está a ser utilizado possa ser identificado a partir do SN, o
que se torna vantajosos em termos de operações de encaminhamento.
Métodos de atribuição pelo VLR: • Cada vez que o MS se regista numa LA.
Neste caso o MSRN é comunicado ao HLR pelo VLR, para efeitos de routing.
No caso de chamadas para o MS, o NSRN é solicitado pelo HLR da BS, o que
permite a identificação do MSC e posterior encaminhamento das chamadas
para este. • Cada vez que o HLR o solicita para o estabelecimento de
chamadas para o MS. Nesta situação o NSRN não é guardado no HLR, já
que é solicitado no estabelecimento da chamada, sendo guardado o
endereço do VLR corrente.

Em caso de encaminhamento o HLR consulta o VLR usando um MSISDN ou


IMSI de forma a obter um MSRN válido.

LAI (Location Area Identity)


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Trata-se do identificador de cada LA no PLNM.

Está estruturado hierarquicamente, com um campo internacional e um


dependente do operador:

CC (Country Code) 3 dígitos

MNC (Mobile Network Code) 2 dígitos

LAC (Location Area Code) 5 dígitos

O LAI é difundido periodicamente pela BS no canal BCCH (Broadcast Control


Channel) e permite identificar a BS dentro da rede. O MS ao escutar o BCCH
conhece a sua localização a partir do LAI. Alterações no LAI detectadas pelo
MS são comunicadas ao LA actual, para se proceder à actualização da
informação da sua localização na HLR e VLR. Este processo é essencial na
medida em que o MS escolhe a BS cujo o sinal é mais forte, e se regista na
VLR da LA correspondente. Permite ainda a localização do MS na rede.
(base para serviços de seguimento e localização de pessoas).

TMSI (Temporary Mobile Subscriber Identity)

Atribuído pela VLR e só tem significado na área gerida pela VLR.

Usado para substituir o IMSI, na identificação da MS.

Garante confidencialidade da identidade do subscritor e maior


segurança relativamente a fraudes, uma vez que não é difundido via
rádio o seu IMSI.

Alterado periodicamente e guardado no SIM da MS e na VLR.

Dependente do operador e constituído por 32 bits, sendo excluído


FFFF FFFF em Hexadecimal.

LMSI

Utilizado pela VLR como chave de aceleração em operações de busca


na base de dados.

Atribuído quando a MS se regista na VLR e é conhecido pela HLR. •


Nas mensagens enviadas para a MS, este campo é adicionado, de
forma a servir com chave de pesquisa na VLR.

Utilizado sempre que um MSRN é atribuído em cada chamada, de


forma a garantir tempos de estabelecimento de chamada curtos.

Formado por 32 bits.

CI (Cell Identifier)
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Uma vez que um LA pode abranger várias células, o CI serve para


identificar as células existentes. • Formado por 8 bits. • CI+LAI formam o
GCI (Global Cell Identity)

BSIC Usado para distinguir estações base vizinhas.

Dois campos:

NCC (Network Color Code) 3 bits associados ao PLMN

BCC (Base Transceiver Station Color Code) 3 bits associados à BTS

Difundido no canal de sincronização.

Células adjacentes e PLMN têm códigos de cores distintas.

Arquitectura de sistema

O sistema GSM três subsistemas:

A. BSS (Base Station Subsystem) - Rede rádio

B. SMSS (Switching and management Subsystem) - Rede de comutação


móvel

C. OMSS (Operating and Management Subsystem) - Rede de operação e


manutenção

Subsistema A.

Formado por BTS (Base Transceiver Station) +BSC (Base Station


Controler).

BTS

Consiste no receptor e emissor de RF, isto consiste na interface ar do GSM,


sem operações de controlo ou entre entidades associadas aos protocolos da
norma. Realiza a codificação de sinal a o mapeamento em canais.
Disponibiliza canais de tráfego (full rate e half rate) e sinalização. É ao nível
da BTS que se realiza a atribuição dos canais do planeamento de
frequência. Pode-se dizer que a BTS assegura a transmissão e emissão na
interface ar do sistema, utilizando para esse efeito TRX’s. Nas operações de
controlo enquadram-se as funções relacionadas com a gestão de recursos
rádio bem como funções de manutenção e operação do sistema a nível da
interface rádio.

As funções realizadas podem ser divididas em duas categorias:

Recursos dedicados – tratam-se de funções respeitantes a todos os Ms’s


presentes na área de cobertura da BTS, como:
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Paging

Pedido de canal pela MS

Difusão de informação

Recursos comuns – tratam-se de funções associadas a atribuição de


recursos dedicados a um MS. São responsáveis pelo tráfego
individual entre um MS e a BTS.

Nesta categoria destacam-se as funções:

Activação de canal

Desactivação de canal

Inicio de encriptação

Detecção de handover

A BTS realiza ainda funções relacionadas com a codificação de voz e


adaptação de ritmos, detecção de actividade de voz (VAD), multiplexagem
de canais lógicos em canais físicos, codificação de canal, interleaving e
encriptação.

A gestão dos recursos rádio é assegurada mediante a execução das


funções:

Medição da qualidade de ligação e potência de sinal em todos os


canais dedicados activos no uplink. No downlink as medições são
realizadas na MS e posteriormente enviadas para a BSC.

Medição de tempos de propagação para actualização do alinhamento


temporal. Esta informação, juntamente com os dados relativos ao
uplink, é enviada de seguida para a BSC. A BTS procede igualmente
ao envio de sinais para a MS ajustar o timing de transmissão de
forma a compensar os atrasos de propagação.

Controlo de potência da BTS e MS de modo a minimizar a potência de


transmissão para redução da interferência co-canal.

Transmissão, recepção igualização e diversidade.

Detecção de falhas de ligação que são posteriormente comunicadas à


BSC.

BSC

A existência da BSC permite simplificar estruturalmente as BTS’s eliminando


por exemplo a necessidade de estas possuírem unidades de memória como
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discos rígidos para armazenamento de informação e permite aliviar a carga


associada ao MSC.

Está ligada à gestão da interface rádio da rede e situa-se normalmente


entre a BTS e o MSC.

O papel da BSC está relacionado com a gestão dos recursos rádio da


interface ar e com o funcionamento correcto da rede.

Estas tarefas são asseguradas através das funções:

Gestão dos dados de configuração e descritivos das células. Note-se


que a descrição das células contem informação abrangendo os
identificadores das células, os códigos de identificação das BTS e os
números de canais de difusão (BCCH).

Medição de tráfego, tais como número de handovers, número de


chamadas caídas, número de tentativas de estabelecimento de
chamada, níveis de tráfego. Esta informação é enviada para o OSS.

Gestão de dados de localização

A BSC tem também a seu cargo a responsabilidade de transferir o software


nas estações base, em processos de activação ou em casos de falha, uma
vez que estas não dispõem de discos rígidos. A BSC assegura ainda os
mecanismos de estabelecimento, manutenção e terminação de ligações com
as MS. Na fase de estabelecimento de uma ligação, realiza as seguintes
tarefas:

Envio de mensagens de paging para as BTS pertencentes à área


gerida pelo MSC. Estas mensagens são posteriormente enviadas para
as MS presentes na área de cobertura de cada BTS.

Atribui os canais de sinalização utilizados na fase de estabelecimento


de ligação. No caso da chamada se iniciar na Ms, verifica o estado de
tráfego.

Atribuição de canais de tráfego definidos pelo MSC, após a atribuição


dos canais de sinalização. Na manutenção, estão envolvidas medições
da intensidade do sinal e qualidade da ligação (voz e dados)
realizadas pelas Ms presentes e que são enviadas para a BSC. A BSC,
atendendo à informação recebida executa operações como:

Realiza o controlo de Potência, mediante o cálculo da potência de


emissão da BTS e das MS, enviando esta informação de 480 ms em
480 ms.

Define as sequências de salto que são enviadas para a BTS e MS de


forma a permitir a realização de Frequency Hopping
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Monitorização de localização com avaliação do estado da ligação


entre BTs e MS. Compara esta informação com a informação
referente às BTS de outras células, de forma a verificar a necessidade
de handover.

Handover

Envio de mensagens curtas

Tratam-se de operações do nível físico.

Sub-sistema B.

Consiste no subsistema formado pelos comutadores e bases de dados


necessárias ao encaminhamento e gestão de serviço.

Composto por: MSC (Mobile Switching Center)

GMSC (Gateway Mobile Switching Center)

ISC (International Switching Center)

MSC

Trata-se do nó de comutação da PLMN, podendo existir vários numa PLNM.


O BSS encontra-se subordinado ao MSC, sendo este responsável por uma
área de serviço. É responsável pela gestão de chamadas, pelos handovers
entre dois BSC pertencentes ao mesmo MSC ou handovers entre BSC’s
situados em MSC’s distintos. Como responsável pela gestão de chamadas,
executa as seguintes funções:

Todas as funções de uma central de comutação da rede fixa.

As operações de gestão e atribuição de canais

Taxação e gestão de contas

Handover entre células, registo de utilizadores e localização.

Interface com redes publicas de voz (PSTN) e dados (ISDN).

Embora não estejam definidos os modos de implementação das


funcionalidades do MSC, em termos arquitecturais, encontram-se definidos
cinco módulos funcionais:

Módulo de registo de visitantes – Suporta a VLR, sendo responsável pelos


dados referentes aos MS que se situam na área coberta pelo MSC.

Os dados provenientes da HLR abrangem a informação abrangendo:

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IMSI

MSISDN

Lista de serviços suportados pelo assinante

Tipo de assinante

Triplets usados no processo de autenticação

Dados de localização MAP (Mobile Application Part) – parte funcional


da aplicação móvel abrangendo procedimentos de sinalização com a
HLR, tais como:

Actualização de localização;

Cancelamento de localização;

Envio de parâmetros solicitados pelo HLR, para geração de novos


triplets;

Envio de número de Roaming ao HLR para envio posterior ao GMSC.


Módulo de análise – responsável pela análise dos IMSI. Módulo de
administração responsável pela configuração e definições dos BSC’s,
das células, dos IMSI e dos números de roaming.

Disponibiliza ainda toda a informação relacionada com as configurações e


definições adoptadas. Módulo de acesso – associado ao estabelecimento,
manutenção e terminações de ligações entre MS’s e a rede.

Para este efeito são realizadas as funções:

Gestão de ligação na qual se faz a coordenação de estabelecimentos


e libertação de chamadas bem como o supervisionamento das
mesmas;

Assegura o processo de actualização de localização e os respectivos


procedimentos de autenticação;

Contem tabelas relacionando BSC’s e LAI.

Coordena ainda o paging, o handover e inicia processo de


encriptação;

Permite encaminhar tráfego para o BSC.

GMSC Permite a interligação de chamadas provenientes de redes distintas.


Qualquer chamada da rede fixa é encaminhada pela GMSC, para a MSC que
cobre a área de serviço onde está a MS. Para esta operação é solicitada

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informação sobre a localização do MS destino à HLR. Chamadas para outras


redes móveis ou países são encaminhadas pela ISC.

Manutenção e gestão de rede

O subsistema OMSS (Operation and Maintenance Sub-System) controla as


operações de gestão e manutenção da rede. Estas são monitorizadas por
um centro de controlo OMC (Operation and Maintenance Center), que
executa as seguintes operações:

Gestão comercial e administração

Optimização e configuração de rede

Gestão de segurança

Operações de manutenção

A gestão da rede pode ser realizada num ou vários NMC (Network


Maintenance Center).

Arquitectura da PLNM

Os elementos que constituem o subsistema de manutenção e sinalização,


estão interligados entre si por linhas dedicadas a 2 Mbps. Estas podem ser
feixes hertzianos ou linhas alugadas. No subsistema BSS utilizam-se linhas
a 64 kbps. Notar que a sinalização é transportada a dois ritmos distintos 2
Mbps e 64 kbps, consoante o subsistema considerado. A sinalização usada
no PLNM consiste na sinalização SS7 (Signaling System Number 7). A parte
móvel da rede constituída por MSC, HLR e VLR utiliza uma extensão deste
sistema de sinalização, chamado MAP (Mobile Application Part).

A sinalização entre MSC e BSS chama-se BSSAP (Base station System


Application Part). Somente na parte da interface rádio é que a sinalização é
específica e difere da SS7.

Interfaces de sistema São utilizadas para formas de sinalização e


transferência de dados entre entidades que formam o sistema GSM.

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Figura 3 – Interfaces do sistema

Na figura anterior, constam as seguintes interfaces:

UM – Interface da parte rádio

A – interface entre MSC e BSC, usada para transferência de dados


para gestão da BSS, controlo de ligações e gestão de MS.

Abis – Interface entre BTS e BSC.

B – Utilizada para transferência de dados entre MSC e VLR. O MSC


transfere dados referentes sobre localização de MS presentes na sua
área ou dados associados a serviços solicitados pelos MS’s.
Posteriormente o HLR é actualizado com esta informação, usando-se
para esse efeito a interface D. O VLR também transfere dados para o
MSC via esta interface, quando o MSC solicita informação respeitante
a uma MS que se encontre presente na área administrada.

C - Utilizada pelo MSC para envio de informação de billing ao HLR, ou


para pedir informação de encaminhamento ao HLR durante o
estabelecimento de uma chamada. No caso de uma chamada
proveniente da rede fixa, esta é encaminhada para a GMSC que pode
por sua vez questionar a HLR acerca de informação necessária ao
encaminhamento

D – Utilizada para transferência de informação relacionada com


localização de MS’s e sua gestão. É via esta interface que a VLR
informa a HLR acerca da localização corrente e do seu MSNR. Via esta
interface o HLR transfere toda a informação

E – Necessária quando se realiza handover entre MSC’s

F – Como a identidade do subscritor ou do equipamento pode ser


verificada durante uma operação de actualização, para efectuar
pedidos e confirmar identidades de equipamentos o MSC utiliza esta
interface para aceder ao EIR

G – utilizada quando durante a actualização de informação de


localização o novo VLR necessita de dados do VLR anterior.

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Operações fundamentais do sistema

Registo

Quando uma MS se liga vasculha todos os canais dentro da banda do GSM,


de forma a detectar a existência de cobertura de rede. No caso detecção de
rede, lê a informação do sistema a partir do forward channel, na qual
constam identificador de célula (LAI), o MSRN e que lhe permitem conhecer
o posicionamento dentro da rede. No caso da localização actual não
coincidir com a guardada na última vez que esteve ligada, corre o
procedimento de registo exemplificado a seguir:

1. MS solicita canal à rede

2. Canal atribuído via interface UM. BSC activa canal na BTS e BTS e solicita
confirmação de atribuição de canal.

3. MS informa BTS que pretende executar actualização de localização. BTS


passa pedido a BSC e esta informa (G)MSC.

Notar que é realizada em primeiro lugar a autenticação da MS.

4. Se for válida a autenticação o (G)MSC atribui um TMSI à MS, o canal é


atribuído pela BSC via BTS.

Estabelecimento de chamadas

O estabelecimento de chamadas só é possível após a autenticação e


actualização de localização. Dois procedimentos distintos:

MMTS (Mobile Terminated Call)

MTS (Mobile Terminated Call)

Para realização do procedimento MOC, são necessários os seguintes passos:

1. MS solicita ao MSC atribuição de um canal com uma mensagem de setup,


onde constam os identificadores TMSI e LAI.

2. MSC informa VLR que MS com TMSI na área identificada por LAI solicitou
uma chamada.

3. Autenticação da MS.

4. Inicio de criptografia dos dados

5. BTS informa MS para criptografar dados. Somente BTS e MS conhecem a


criptografia usada.

6. Envio pela MS de mensagem de setup com número que se pretende ligar.


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7. A BSC atribui o canal para transferência de dados ao MS via BTS

8. Em caso e sucesso, a MS informa BTS

N o caso do MTS, são necessários os seguintes passos:

1. Chamada é encaminhada para entidade capaz de interrogar a HLR sobre


localização da MS. Normalmente pode ser encaminhada para a GMSC da
PLNM à qual a MS pertence.

2. A HLR envia para a GMSC o MSRN

3. A GMSC reenvia a informação para a MSC correspondente. Dependendo


do método de obtenção do MSRN, a HLR pode fornecer o MSRN ou solicitar
ao VLR.

4. O MSC envia a localização exacta na sua área na mensagem “Send


information for setup”. Uma vez que o LA pode abranger várias células, é
difundido pelo VLR via MSC/BSS, no canal de paging uma mensagem para a
MS

5. MS responde o que permite determinar o seu TMSI (célula em que se


encontra de momento)

6. VLR fornece os dados ao MSC para autenticação do MS

7. Inicialização da criptografia de dados.

8. Estabelecimento da ligação BSS/MS 9. Envio de setup com pedido de


chamada a MS.

Autenticação Baseada no algoritmo A3, que utiliza dois parâmetros:

Ki – Chave de autenticação presente no cartão SIM

Rand – valor gerado aleatoriamente passado pela BTS à MS

O valor gerado SRES, na MS é enviado para o centro de autenticação que


compara com o valor gerado localmente. Para esse efeito o centro de
autenticação utiliza os valores de Rand e SRES presentes na HLR e VLR.
Estes são recebidos da VLR, após o MSC enviar o comando Start Criphering.
Após uma autenticação com sucesso, é atribuído um MSRN que
conjuntamente com o LAI é armazenado na HLR e é atribuído um TMSI.

Encriptação Como o GSM é um sistema digital, a transferência de dados


realiza-se através de fluxos de bits, o que permite baralhar os bits enviados
segundo um algoritmo pré-definido. Garante-se assim uma maior segurança
das comunicações entre MS de BTS, já que escutas dos canais resultantes
de intrusões na rede não tornam-se infrutíferas. O algoritmo usado é

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conhecido pela MS e BTS. Existem dois algoritmos A5/1 e A5/2, sendo o


último usado para exportação para países fora do bloco ocidental (não
pertencentes a CEE e América do Norte).

Necessitam de uma chave Kc, gerada aleatoriamente com base no


algoritmo A8 presente no cartão SIM, e um parâmetro pré-definido Ki. A
chave é comum aos processos de baralhamento e desbaralhamento
executados na MS e BTS.

Encaminhamento No estabelecimento de uma chamada, o número


indicado no MSISDN, não contem informação referente à localização da MS
que se pretende chamar. Para efeitos de estabelecimento de uma
comunicação é necessário conhecer a MSC que está a servir a MS que se
pretende contactar e a localização da MS. Logo o MSRN tem de ser
conhecido e que é atribuído pelo VLR corrente. Quando chega uma chamada
ao GMSC, o HLR é a única entidade que contem essa informação, daí a
necessidade de o interrogar na inicialização de cada MS. A sequencia usual
de operações consiste em:

1. Um comutador RDIS reconhece a partir do identificador MSISDN, o tipo


de utilizador em presença (Móvel ou fixo), pelo que pode encaminhar,
usando os campos CC e NDC, a chamada para o GMSC associado ao PLNM
onde o subscritor se encontra.

2. O GMSC solicita o endereço de encaminhamento actual (MSRN) ao HLR,


usando o MAP (Mobile Application Part).

3. O MSRN é enviado para a MSC local, que por sua vez define o TMSI do
subscritor e inicializa o procedimento de paging na área em que é
responsável.

4. A MS responde à chamada paging.

5. É iniciado o procedimento de estabelecimento de chamada.

Quanto ao MSRN existem duas variantes na sua obtenção:

Na actualização local – Nesta variante o MSRN é atribuído em cada


actualização da sua localização, pelo que o HLR tem a informação
actualizada para fornecimento ao MSC.

Com base em chamada – Nesta situação somente quando é solicitada


informação de encaminhamento ao HLR, é que este pede o MSRN ao VLR.

Consoante o tipo de chamada existem três variantes de encaminhamento.


Assim consideram-se dois tipos de ligação:

Chamada local no mesmo país – A partir do campo NDC do MSISDN o


comutador local reconhece que se trata de uma MS. Quando o comutador
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local pode interrogar o HLR responsável pelo MSISDN, a ligação pode ser
estabelecida via rede fixa até ao MSC correspondente. No caso do
comutador não ser capaz de interrogar a HLR, a ligação é redireccionada
para a GMSC, sendo da responsabilidade da GMSC a ligação ao MSC
correcto (Notar que a GMSC neste caso obtém a informação da HLR).

Chamada internacional – Neste caso a rede fixa reconhece somente o


campo CC, pelo que encaminha para o ISC (International Switching Center).
O ISC reconhece o NDC e efectua o encaminhamento de acordo com a
informação lida. Novamente o ISC pode aceder ao HLR ou não. Em caso
afirmativo pode encaminhar via rede fixa a chamada para o MSC adequado.
Caso contrário repete-se o processo descrito nas chamadas locais. Neste
caso estão presentes três redes distintas: Rede do país de origem da
chamada PLNM do subscritor ou Home-PLNM PLNM de roaming ou Visited-
PLNM

IDENTIFICAR SERVIÇOS DISPONIVEIS

Os serviços previstos no GSM foram inspirados nos serviços oferecidos pelo


RDIS, sendo classificados da mesma forma que o RDIS em três categorias:

Bearer services or transport services

Teleservices

Suplementary services

Um serviço de transporte consiste num serviço de transporte de dados


entre terminais situados nos pontos de referência apresentados abaixo.

Os serviços de transporte oferecidos, consistem transporte de dados nos


modos síncrono ou assíncrono em comutação de circuitos ou comutação de
pacotes, a taxas compreendidas entre 300 a 9600 bps para dados e 13 kbps
par voz. Também são fornecidos serviços de comutação de pacotes, em
acesso assíncrono ou acesso síncrono directo.

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Os serviços de transporte são oferecidos em dois modos distintos:

Modo Transparente T – Neste modo existe uma ligação baseada


em comutação de circuitos entre o TE (Terminal Equipment), isto é a
MS e o MSC, a um ritmo constante, com atrasos de transporte
constantes e controle de erros do tipo FEC (Forward Error
Correction). Notar que erros residuais só dependem das condições do
canal.

Modo não transparente NT – Neste modo, é usado um protocolo


do nível lógico que fornece uma protecção adicional contra erros
(ARQ – Automatic Retransmission Request), em função das condições
verificadas no canal RLP (Radio Link Protocol) .

Este modo é particularmente útil e situações de fading severo ou fading


com variabilidade muito rápida. Estas podem conduzir a situações de má
recepção onde a retransmissão dos dados é necessária.

Na tabela apresentada a seguir é apresentada a lista de serviços de


transporte (Bearer Services) existentes na norma GSM.

N.º de
Serviço Tipo Ritmo Modo Transmissão
Serviços
T ou NT 23 1200/75 UDI ou 3.1 kHz

Dados Asynch 21 300 T ou NT UDI ou 3.1 kHz

22 1200 T ou NT UDI ou 3.1 kHz

24 2400 T ou NT UDI ou 3.1 kHz

25 4800 T ou NT UDI ou 3.1 kHz

26 9600 T ou NT UDI ou 3.1 kHz

Dados Synch 31 1200 T UDI ou 3.1 kHz

32 2400 T ou NT UDI ou 3.1 kHz

33 4800 T ou NT UDI ou 3.1 kHz

34 9600 T ou NT UDI ou 3.1 kHz

PAD Asynch 41 300 T ou NT UDI

42 1200 T ou NT UDI

43 1200/75 T ou NT UDI

44 2400 T ou NT UDI

45 4800 T ou NT UDI

46 9600 T ou NT UDI

Packet Synch 51 2400 NT UDI

52 4800 NT UDI

53 9600 NT UDI

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Voz/
dados
13000ou
61
9600

Voz
seguida de 13000ou
81
dados 9600

T- modo transparente; NT- modo não transparente; UDI –unrestrited


digital information; PAD – Packet assembler/disassembler.

Notar que nas diversas fases de implementação do GSM, não estiveram


logo disponíveis a totalidade dos serviços, tendo sido implementados na
fase 1, o que consta na tabela apresentada a seguir.

Tabela de serviços da fase 1

Na fase 2 foram implementados serviços adicionais relativos ao serviço de


voz e o primeiro serviço de dados a 9.6 kbps.

Teleserviços

Estes serviços utilizam os serviços de transporte, sendo definidos acima


destes.


Categoria Serviço Classe
serviço

Voz 11 Telefone E1

Chamada de
12 E1
emergência

Fax 61 E1
Voz e fax de grupo 3

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alternados

62 Fax de grupo 3 A

Mensagens curtas
SMS 21 terminadas na MS, -
ponto a ponto

Mensagens curtas
22 iniciadas na MS, ponto -
a ponto

Difusão de mensagens
23 E3
em célula

Acesso a sistemas de
Acesso MHS 31 manuseamento de A
mensagens

Videotexto 41 Videotexto no perfil 1 A

42 Videotexto no perfil 2 A

43 Videotexto no perfil 3 A

Teletexto 51 Teletexto A

Tabela com teleserviços

E1-fase 1; E2- fase 2; E3 –fase 3

E –Serviço essencial; A-serviço adicional

Voz – dois serviços existentes:

Serviço de voz normal (TS11)

Serviço de voz em emergência (TS12) (exemplo 112)

Características:

Comunicação bidireccional ponto a ponto em full-duplex

Fax – Associado à segunda fase de implementação, podendo ser realizado


em modo transparente ou não transparente.

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Características:

Codificação e transmissão de acordo com norma T30 (para fax 3º


grupo)

TS61 partilha o mesmo canal de transporte que o serviço de voz

A existência de vários MSISDN, permite associar a um utilizador


vários serviços, um por número, permite ter um associado ao serviço
de fax.

SMS (Short Message Service)

Serviço que permite o envio e recepção de mensagens em modo texto, até


160 caracteres. Associado à fase E3 de implementação.

Três subcategorias:

TS21 – serviço que possibilita a recepção de mensagens numa MS

TS22 - serviço que possibilita o envio de mensagens a partir de uma


MS

TS23 ou Cell broadcast Service – permite a difusão de uma


mensagem em áreas geográficas delimitadas. As mensagens só
podem ser recebidas pelas MS se estiverem no modo standby, ao
contrário do TS22. As mensagens estão limitadas a 93 caracteres e
podem ser classificadas por categorias. (serviços de warnings)

Características:

Transmissão em comutação de pacotes

Exige confirmação de recepção de mensagem, caso contrário é


retransmitida

Permite difusão de mensagens para outras redes, via fax, mail ou voz
(serviço implementado pela Vodafone)

Que para a fase 1 e fase 2 foram definidos em conformidade com a norma


RDIS todo um conjunto de serviços suplementares, conforme apresentado
nas próximas tabelas.

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2. Uma Visão Geral Sobre


o estado corrente das
Redes Móveis

OBJECTIVOS

No final deste capítulo o formando deverá conhecer a forma como se


organizam as redes de comunicações móveis das gerações 2 e 2+ assim
como a tecnologia que as sustenta

CONCEITO: GERAÇÃO 2+

Foi contemplada uma fase 2+, na qual se destaca o GPRS (General Packet
Radio Service) é uma tecnologia inovadora que possibilita a transmissão de
dados de forma optimizada, utilizando a actual infra-estrutura celular da
rede.

Este serviço permite uma ligação permanente - "always on-line" - do seu


telemóvel à rede. A transmissão de dados é efectuada de forma imediata,
dado que não é necessário estabelecer uma chamada telefónica,
genericamente designada por "dial-up".

A transmissão de dados utilizando GPRS é baseada no protocolo IP,


permitindo o desenvolvimento de aplicações e serviços utilizando de forma
imediata a rede IP mundial (Internet).

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Esta tecnologia possibilita, igualmente, um aumento significativo da


velocidade de débito de informação podendo, no limite, atingir 115 Kbps.
No entanto, esta característica está associada ao telemóvel utilizado. Os
equipamentos actualmente disponíveis ainda não permitem a transmissão
de dados a estas velocidades.

Principais funcionalidades:

Estar sempre on-line sem custos adicionais;

Possibilidade de estabelecer instantaneamente uma ligação para


enviar/receber informação;

Possibilidade de acesso à Lan e e-mail de empresa, Intranet, Internet;

Facturação incide na quantidade de informação transmitida, pacotes,


(enviada e recebida) ao invés da duração de tempo da comunicação;

Serviços Disponíveis

Internet/Dados via GPRS possibilitando o acesso à Internet e à transmissão


de dados (via ISP). Graças à tecnologia GPRS é possível, de uma forma
permanente e praticamente instantânea, aceder a Lan e e-mail, aceder e
navegar na Internet, efectuar downloads ou qualquer tipo de transferência
de ficheiros/dados.

WAP sobre GPRS, Este serviço permite aceder a Portais WAP. Tendo assim
acesso a todo o conjunto de serviços e informação: Notícias, Bolsa,
Restaurantes, Cinemas, entre outros.

Cobertura semelhante à cobertura GSM já existente na maioria dos


operadores uma vez que a infra-estrutura é a mesma.

Tem que se dar especial destaque aos mais recentes serviços decorrentes
da alteração de tecnologia mas essencialmente do aumento da largura de
banda como sejam o MMS e as aplicações Java II, popularizadas através de
jogos.

GSM FASE 2

Como uma solução intermediária, os operadores GSM, bem como, os que


utilizam a tecnologia TDMA/IS-136 estão a adoptar o GPRS como um
primeiro passo no processo de migração para a 3G. O GPRS proporciona aos
utilizadores uma taxa de dados de até 160 kbps. O EDGE (Enhanced Data
Rates for Global Evolution) é uma nova tecnologia de rádio baseada em
TDMA, tanto para sistemas TDMA/IS-136 quanto para GSM . Prevê a
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maioria das características das redes de 3a geração, podendo ser utilizada


nas bandas de frequências já existentes (800, 900, 1.800 e 1.900MHz). O
EDGE alcança taxas de dados de 384 kbps e utiliza um novo esquema de
modulação denominado 8PSK (Eight-Symbol Phase Shift Keying).

Da mesma forma que GSM e TDMA/IS-136, o CdmaOne4 será melhorado


em termos de capacidade, cobertura, qualidade e taxa de dados. A partir de
uma taxa de dados de 14,4 kbps, com a introdução do Cdma2000/1X,
alcança-se uma taxa de 144 kbps utilizando uma portadora de 1,25MHz. O
Cdma2000/3x alcançará as taxas de dados mais altas almejadas para a 3G,
utilizando três portadoras de 1,25MHz.

O padrão japonês PDC, actualmente com uma solução para comutação de


pacotes, com taxas de dados de até 28,8 kbps, denominado P-PDC (Packet
- PDC), está a efectuar uma migração directa para o padrão WCDMA.

No processo de harmonização dos padrões para a 3G, o WCDMA é a


proposta mais aceita para a convergência das tecnologias GSM, TDMA/IS-
136, PDC e CDMA. Na Europa e no Japão, bem como, em outras partes do
mundo, um novo espectro está sendo alocado para a 3G. Apesar da
convergência das tecnologias, o acesso WCDMA deve coexistir com as
actuais redes de 2G, como GSM e TDMA/IS-136, bem como, com as
evoluções destas redes (GPRS e EDGE).

IDENTIFICAR OS NOVOS SERVIÇOS DISPONIVEIS

Com efeito as evoluções atrás descritas vão permitir que as redes de


comunicações móveis sejam totalmente baseadas na comutação de pacotes
utilizando o protocolo IP.

O IP é actualmente o protocolo dominante de internetworking em operação.


A escolha lógica de um protocolo de rede para redes de dados sem fio
também é o IP por várias razões.

Primeiro, utilizando uma rede baseada no IP, aplicações desenvolvidas para


redes de dados convencionais (com fio) podem operar em redes de dados
sem fio.

Segundo, para reduzir custos, as redes resultantes da integração de ambas


(com fio e sem fio) podem ser construídas e geridas.

Terceiro, avanços na tecnologia, tais como, voice over IP e QoS podem ser
aplicadas directamente às redes sem fio. Dessa forma, as redes sem fio
baseadas no IP proporcionarão tanto serviços de voz quanto de dados,

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permitindo assim, que estes serviços sejam difundidos na vasta base de


utilizadores de comunicações móveis.

GPRS

O GPRS (General Packet Radio Service) é um padrão do ETSI (European


Telecommunications Standards Institute) para a comutação de pacotes em
sistemas GSM. O GPRS também foi aceite pela TIA (Telecommunications
Industry Association) como o padrão de comutação de pacotes para o
sistema TDMA/IS-136. Adicionando as funcionalidades do GPRS, os
operadores podem proporcionar aos seus assinantes acesso com utilização
eficiente de recursos a redes IP externas a taxas de dados de até 160 kbps.

Na interface aérea os recursos são alocados apenas temporariamente a


cada pacote, ao contrário, por exemplo, do esquema adoptado pelo GSM
que usa comutação por circuito onde time slots são atribuídos a um
utilizador por toda a duração de uma chamada. No GPRS os recursos de
rádio são distribuídos apenas pela duração de um ou alguns pacotes IP. A
introdução do GPRS proporciona as seguintes vantagens:

Serviço de comutação por circuito e por pacote em uma única rede

Uso eficiente dos recursos escassos de rádio

Tempos de configuração e acesso rápidos

Transporte eficiente de pacotes em redes GSM e TDMA/IS-136

Conectividade com redes de dados de pacote externas baseadas em


IP e X.25

Diferenciação de usuário baseada nos acordos de QoS

Tarifação baseada em volume de dados

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Para a introdução do GPRS são necessárias algumas modificações. Alguns


dos nós já implementados nos sistemas actuais podem ser compartilhados
entre o GPRS e os sistemas GSM e TDMA/IS-136. Apenas dois novos tipos
de nós, o SGSN (Serving GPRS Support Node) e o GGSN (Gateway GPRS

Support Node), têm que ser introduzidos. Além disso, esta nova tecnologia
requer o desenvolvimento de novos terminais móveis. A Figura abaixo
mostra os nós e interfaces definidas para o GPRS. O GGSN é o nó gateway
entre uma rede de pacotes de dados externa (uma rede IP) e a rede de
backbone do GPRS.

No caso de uma rede IP externa, o GGSN pode ser visto como um router IP
convencional servindo todos os endereços IP das estações móveis. Este nó
pode incluir firewalls e mecanismos de filtragem de pacotes. Além disso,
sua tarefa é atribuir o SGSN correcto para a estação móvel, dependendo da
localização da mesma.

O SGSN assegura a comunicação entre o backbone do GPRS e a rede de


acesso de rádio, comutando pacotes para o BSS (Base Station Subsystem)
apropriado. Sua tarefa inclui cifragem e autenticação, gestão de sessão,
gestão de mobilidade e gestão do enlace lógico para a MS. Ele também
garante uma conexão com as bases de dados, como o HLR (Home Location
Register) no MSC (Mobile Switching Center).

O BSS consiste de dois nós. O primeiro nó é o controlador de estação base


(BSC –Base Station Controler), que inclui a unidade de controlo de pacote
(PCU – Packet ControlUnit). A BSS suporta todos os protocolos relevantes
do GPRS para comunicação sobre a interface aérea. A função da PCU é
configurar, supervisionar e desligar as chamadas comutadas por pacote,

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incluindo suporte para mudança de célula, configuração de recurso de rádio


e atribuição de canal. O segundo nó é a estação base transceptora (BTS –
Base Tranceiver Station ) que é apenas uma estação de encaminhamento,
sem função de protocolo. Realiza a modulação de frequências da portadora
e demodulação dos sinais. O MSC/VLR, HLR e o SMSC são entidades
funcionais das redes de comunicações móveis (GSM, por exemplo).

Para que possam ser utilizados pelo GPRS, são melhorados com interfaces
adicionais. A MS deve ser equipada com a pilha de protocolos GPRS para
que o utilizador possa utilizar a rede GPRS.

No padrão GPRS três novos tipos de terminais são definidos:

Terminal de Classe A: Suporta tráfego de comutação por pacote e por


circuito, simultaneamente

Terminal de Classe B: Suporta ou tráfego comutado por pacote ou


tráfego comutado por circuito, mas não suporta ambos os tipos de
tráfego simultaneamente

Terminal de Classe C: Suporta ou tráfego comutado por pacote ou


tráfego comutado por circuito

A Figura abaixo mostra a arquitectura de protocolos para o plano de


transmissão do GPRS.

Todos os dados dentro do backbone, isto é, entre GSNs – Gateway Support


Nodes (SGSNou GGSN), são transferidos usando o GTP (GPRS Tunnelling
Protocol) que encapsula as PDUs que passam pelo backbone GPRS,
adicionando informação de roting. Por exemplo, considerando pacotes IP,
tão logo estes alcancem um GSN, são encapsulados em um novo pacote IP.
Dessa forma, um novo cabeçalho IP é adicionado e o pacote é routeado de
acordo com este novo cabeçalho. O GTP pode usar dois protocolos de
transporte diferentes, o TCP para transmissão confiável, por exemplo, de
pacotes X.25 ou o UDP para transmissão não confiável de pacotes IP. O
protocolo IP é utilizado como protocolo da camada de rede no backbone

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GPRS. Dependendo da arquitectura do operador, os protocolos Ethernet,


ISDN ou ATM podem ser utilizados abaixo do IP. O SDNCP (Subnetwork
Dependent Convergence Protocol) é usado entre um SGSN e a MS, sendo
responsável por conduzir unidades de dados de protocolo (PDUs – Packet
Data Units) da camada de rede (IP/X.25) de uma maneira transparente.
Dessa forma, aquando da introdução de novos protocolos na camada de
rede, serão necessárias mudanças apenas no SNDCP, evitando que sejam
feitas mudanças em todas as camadas de protocolos do GPRS.

O protocolo LLC (Logical Link Control) opera através das interfaces Gb e Um


garantindo um enlace lógico entre a MS e seu SGSN. As funções desta
camada compreendem o controle de fluxo, cifragem e controle de
sequência. O LLC é usado pelo SNDCP para transferência de PDUs da
camada de rede, pelo protocolo SMS para transferir mensagens SMS (Short
Message Service) e pela gestão do GPRS para transferir dados de controlo.

A comunicação via rádio entre uma MS e a rede GPRS, indicada na figura


acima pela região tracejada, cobre as funcionalidades das camadas de
enlace de dados e física. O protocolo da camada RLC/MAC (Radio Link
Control/Medium Access Control) localiza-se na PCU e garante serviços para
a transferência de PDUs LLC usando um meio compartilhado entre várias
MSs e a rede. As funções do protocolo RLC/MAC incluem segmentação e
remontagem de PDUs LLC. O protocolo MAC realiza os diferentes canais
lógicos necessários para o compartilhamento do meio de transmissão
comum a várias MSs. Ele permite que uma MS use vários canais físicos
(time slots) em paralelo, além de multiplexar várias MSs sobre um canal
físico. A camada de rádio frequência (RF – Radio Frequency) realiza a
transmissão e recepção de ondas moduladas nas frequências da portadora e
é similar à camada de RF do GSM.

O GPRS utiliza a mesma estrutura FDMA/TDMA do GSM para formar os


canais físicos. O GPRS pode ser usado nas mesmas bandas de frequências
usadas pelo GSM (1.800 e 1.900MHz) e ambos compartilham os mesmos
canais físicos (time slots). Cada time slot pode ser atribuído tanto ao GPRS
para a transmissão de dados de comutação por pacote, quanto ao GSM
tratando chamadas comutadas por circuito. Os canais físicos utilizados pelo
GPRS recebem a denominação de PDCH (Packet Data Channel).

No GPRS a estrutura básica de transmissão é o bloco de rádio, ilustrado na


Figura abaixo. Um bloco de rádio contém 456 bytes, mas devido à técnica
de correcção de erros (FEC – Forward Error Correction), uma quantidade
menor de dados úteis (payload) é transmitida.

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Utilizador

Controlo

A estrutura de um bloco de rádio começa com cabeçalhos MAC e RLC e uma


cauda com o BCS (Block Check Sequence), usado para detectar erros que
não podem ser corrigidos pelo FEC. O cabeçalho MAC consiste dos seguintes
campos: USF (Uplink State Flag) que indica qual MS pode transmitir na
direção uplink, T (Block Type Indicator) e PC (Power Control). A estrutura e,
também, o número de bits de carga útil a serem transmitidos dependem do
tipo de mensagem e do esquema de codificação (Veja a Tabela 2). Para a
transmissão de um bloco de rádio, quatro time slots em quatro quadros
TDMA consecutivos são utilizados.

A seguir apresentam-se o conjunto de canais lógicos definidos para o GPRS


e suas respectivas funções.

PRACH (Packet Random Access Channel) – Canal comum utilizado


pela MS para iniciar a transferência no uplink.

PPCH (Packet Paging Channel) - Usado pela BSC para efectuar o


paging numa MS antes da transmissão no downlink.

PAGCH (Packet Access Grant Channel) - Atribuições de recursos nas


direcções de uplink e downlink são enviados por este canal

PBCCH (Packet Broadcast Control Channel) - Usado pela BSC para


transmitir a mesma informação para todos os terminais numa mesma
célula.

PDTCH (Packet Data Transfer Channel) - Pacotes de dados do


utilizador são enviados por este canal. Uma MS pode usar um ou
vários PDTCHs.

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Terceira Geração E UMTS

PACCH (Packet Associated Control Channel) - Este canal lida com


informação de canal relacionada a uma dada MS e seus PDCTHs, por
exemplo, reconhecimentos RLC.

IDENTIFICAR OS NOVOS SERVIÇOS DISPONIVEIS

Para que os utilizadores de GPRS possam ligar-se às redes de dados


externas, devem executar os procedimentos attach e PDP (Packet Data
Protocol) context activation. O procedimento GPRS attach permite que o
utilizador seja conhecido pela rede. Uma vez executado este procedimento,
a rede conhecerá sua localização e as características do terminal. A Figura
abaixo apresenta os passos na execução do procedimento GPRS attach,
descritos a seguir.

1. O terminal móvel requisita a conexão com a rede. O pedido do terminal,


enviado ao SGSN, indica capacidade de múltiplos slots do terminal, o
algoritmo de criptografia que ele suporta e se o terminal solicita uma
conexão para um serviço de comutação por pacote ou para um serviço de
comutação por circuito ou para ambos.

2. A autenticação é realizada entre o terminal e o HLR.

3. Os dados do assinante no HLR são inseridos no SGSN e no MSC/VLR.

4. O SGSN informa ao terminal que o procedimento foi finalizado.

Antes que o terminal móvel possa efectuar a comunicação com a rede de


dados externa, o contexto PDP deve ser activado. O contexto PDP descreve
as características da conexão com a rede dados externa, como: tipo de
rede, endereço de rede, nome do ponto de acesso (APN–Acess Point Name),
QoS, etc. A Figura abaixo ilustra este procedimento.

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1. O terminal móvel requisita uma activação de contexto PDP.

2. O SGSN valida a requisição baseando-se na informação de inscrição


recebida do HLR durante o GPRS attach.

3. O APN é enviado para o DNS (Domain Name Server) no SGSN para que
se encontre o endereço IP do GGSN relevante.

4. Uma conexão lógica é criada entre o SGSN e o GGSN (GTP tunnel).

5. O GGSN atribui ao terminal móvel um endereço IP dinâmico da faixa de


endereços alocados à PLMN (Public Land Mobile Network) ou a partir de um
servidor RADIUS (Remote Authentication Dial In User Service).

Outro procedimento importante para o funcionamento do GPRS é o de


localização de área de routing (RA – Routing Area). Uma RA consiste de
grupos de células definidas pelo operador. Quando uma estação móvel
muda de RA, o GPRS precisa de actualizar esta informação com os
gateways do GPRS. A MS envia um pedido de actualização de roting
contendo a identidade da célula e a identidade da RA anterior para o SGSN
que está servindo à MS na sua nova RA. Se a RA é servida pelo mesmo
SGSN, a informação de localização é actualizada e um reconhecimento é
enviado de volta à MS. Caso a RA anterior seja servida por um outro SGSN,
o GGSN deve ser informado. É requisitado que o SGSN anterior transmita
os pacotes de dados não entregues ao novo SGSN. Além disso, a
informação de contexto da MS deve ser removida da memória do SGSN
anterior.

O GPRS associa um conjunto de parâmetros de QoS, denominados de perfil


de QoS, a cada contexto PDP. O perfil de QoS é considerado como sendo
um único parâmetro com múltiplos atributos, definindo a qualidade de
serviço esperada em termos de:

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Classe de Precedência

Classe de atraso

Classe de confiabilidade

Classe de vazão pela taxa de pico

Classe de vazão pela taxa média

Vários perfis de QoS são possíveis através da combinação desses atributos.


Durante a negociação do perfil de QoS, a MS poderá requisitar um valor
para cada um dos atributos de QoS. Por exemplo, indicando quais pacotes
devem ser descartados na ocorrência de problemas, tais como,
congestionamento na rede e limitação dos recursos.

Classe de Precedência. - Durante condições normais de operação, a


rede GPRS tentará alcançar os compromissos do serviço para todos
os perfis de QoS. O serviço de precedência indica a importância
relativa em se manter os compromissos do serviço sob condições
anormais.

Classe de Atraso. - O parâmetro de atraso define valores máximos


para o atraso médio devido à transferência dos dados através da rede
GPRS. O parâmetro de atraso define o atraso de transferência fim a
fim na transmissão de SDUs (Service Data Units) através da rede
GPRS.

O atraso de transferência inclui o atraso do acesso ao canal de rádio


(uplink) ou o atraso devido ao escalonamento de canal (downlink), o atraso
de trânsito do canal de rádio (caminhos uplink e/ou downlink) e o atraso de
trânsito na rede GPRS (múltiplos saltos). O atraso é medido entre os pontos
de referência R ou S (estação móvel) e Gi (estação fixa).

Classe de Confiabilidade. - Indica o uso de retransmissão nos níveis


RLC, LLC e GTP, em função dos requisitos de perda e entrega em
sequência dos pacotes das aplicações.

Classe de Vazão de Pico e Média. - Representam as taxas máxima e


média, respectivamente, na qual espera-se que os dados sejam
transferidos durante o tempo de vida restante do contexto PDP
activo.

A rede GPRS realiza o controle de admissão com base no perfil de QoS


requisitado na mensagem de activação do contexto PDP e na disponibilidade
de recursos. Os algoritmos usados para o controle de admissão não são
especificados, dessa forma, estes algoritmos podem ser específicos para
cada operadora ou vendedor. Quando a activação do contexto PDP é

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realizada com sucesso, o SGSN faz o mapeamento do perfil de QoS definido


para um contexto PDP no nível apropriado de prioridade de rádio do
RLC/MAC e indica para a MS que valor de prioridade deve usar no acesso
uplink. Este valor de prioridade, juntamente com a informação do tipo de
acesso de uplink, se dados ou sinalização, são usados pela MS na requisição
de acesso. No próximo passo o BSS determina a precedência de acesso de
rádio por meio da informação provida pela MS. Para o provisionamento na
rede núcleo do GPRS, o SGSN pode mapear o perfil de QoS no
procedimento apropriado de QoS, por exemplo, marcando o campo DS
(Differentiated Services) com o code-point apropriado.

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3. Inovação disponível
através da tecnologia
UMTS

OBJECTIVOS

No final deste capítulo o formando deverá conhecer as inovações associadas


à utilização da tecnologia UMTS

PROTÓTIPOS

Alguns dos protótipos apresentados já não são protótipos mas telefones já a


operar nomeadamente no mercado japonês, outros já se encontram em
fase de produção à espera da efectiva introdução no mercado que
acontecerá quando os operadores abandonarem os receios da conjuntura e
avançarem efectivamente para o 3G.

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FOMA

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MOTOROLA

NEC

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http://www.nec.co.uk/mobile_e808.asp

http://www.nec.co.uk/mobile_e606.asp

SIEMENS

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http://www.my-
Siemens.com/MySiemens/CDA/Index/0,2730,HQ_en_0_product%253AMW
%252FHD%252FUMTS%252FU10%252Fdesc,FF.html

NOKIA

http://www.nokia.com/cda1/0,1080,3160,00.html

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BANDA LARGA

O sucesso da banda larga no 3G revelou-se uma das principais surpresas no


Japão, onde os serviços móveis de banda larga têm granjeado grande
sucesso, de tal forma que começam a ameaçar o mercado tradicional de PC
e portáteis. Com efeito tornou-se rapidamente obvio para os consumidores
que com os seus terminais 3G conseguiam larguras de banda em alguns
casos superiores ás obtidas nas ligações fixas correntes de banda larga,
sem a necessidade de infra-estrutura fixa. Tal tem levado a uma alteração
considerável os hábitos quer de consumo, de equipamentos, ou seja, os
utilizadores com necessidade de mobilidade estão a deslocar-se para o
mercado 3G exigindo terminais com cada vez mais funcionalidades e
sistemas operativos cada vez mais potentes e compatíveis com os formatos
PC de modo a substituir os equipamentos portáteis nas suas necessidades
de trabalho móvel.

No entanto estão também a produzir sérias alterações nos hábitos dos


utilizadores que se encontram fascinados pelas oportunidades fornecidas
pelos terminais 3G e passam agora ainda mais tempo “associados” ao seu
terminal, que agora lhes fornece todo o tipo de serviços disponíveis ao
toque de um dedo, sem esperar pelo sistema operativo, em banda larga,
com resposta imediata em qualquer local.

GEOREFERENCIAÇÃO

A georeferenciação em conjunto com a global internetworking vão


provavelmente alterar os factores em jogo no até agora relativamente
estável mercado da georeferenciação, com efeito até agora o mercado
dividia-se entre os sistemas GPS de localização individual e que indicam ao
indivíduo onde este se encontra sem no entanto disponibilizar essa
informação de forma voluntária ou simples em termos de interpretação e os
sistemas baseados no GSM de localização por célula, baseados na
“triangulação” de células para a localização do indivíduo, que permitindo a
localização remota, tornava no entanto muito difícil a localização pessoal
pois recorria normalmente ao acesso através de portais dos operadores,
inacessíveis a partir de terminais que não utilizassem o protocolo IP.

Na 3G o facto de todos os terminais funcionarem com o protocolo IP vai


permitir aos utilizadores não só indicarem aos outros onde estão assim
como saberem eles próprios onde se encontram e que percurso seguir para
atingirem o seu destino.

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As aplicações são múltiplas, no entanto uma merece especial destaque por


estar já contemplada pelo estado português, a utilização de terminais 3G
pelos cidadãos com necessidades especiais.

MOBILIDADE

Nunca o advento da mobilidade foi tão bem demonstrado como com os


terminais 3G, estes correspondem efectivamente a ter tudo, todo o tempo
em todo o lado.

Como já vimos anteriormente a geração 3G vai-nos permitir ter acessos de


banda larga móveis, ou pelo menos deslocáveis, já que em movimento as
data rates baixam bastante, utilizando tecnologia de pacotes com
endereçamento IP compatível com a restante estrutura fixa, permitindo
ainda que saibamos onde estamos podendo ainda indicar isso a terceiros.
Quer a nível individual ou empresarial isso representa a possibilidade de
integração de um conjunto de serviços, alguns dos quais já existentes, mas
dispersos por vários sistemas e necessidade de permanente
compatibilização. Se a isto adicionarmos o facto de o global internetworking
ter sido já testado na Europa com sucesso está garantida a completa
mobilidade dos utilizadores para onde quer que exista uma antena.

INTERACTIVIDADE

Com os terminais GSM 2+ deu-se início à verdadeira interactividade dos


terminais móveis. Com efeito até ai não existia verdadeira interactividade,
existia antes um sistema de troca mais ou menos desfasada de mensagens.
Só a partir do momento em que se “abriu” a largura de banda é que foi
possível efectivamente ter interactividade com o utilizador dos terminais
moveis, a partir desse momento foi possível passar a utilizar de forma
atraente e eficaz tecnologias até ai quase impensáveis para um terminal
móvel, como é o caso do Java que continua a fazer as delicias de todos os
jogadores quer individualmente quer em grupo.

No 3G a interactividade amplia-se e passa a permitir de forma simples e


escorreita o streaming em tempo real alem da possibilidade de enviar e
receber conteúdos de e para o terminal móvel, ou seja a possibilidade de
efectuar de forma atraente o “teasing” ao utilizador de forma a leva-lo a
reagir, fornecendo-lhe resposta imediata e atingindo assim a verdadeira
interactividade.

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GLOBAL INTERNETWORKING

O global internetworking vem resolver o maior receio de operadores e


utilizadores, ou seja a eventualidade de os terminais 3G não serem
compatíveis com as redes existentes obrigando a novos investimentos em
redes e terminais assim como na transferência de informação entre
operadores e entre utilizadores.

O esforço concertado entre fabricantes acabou por dar frutos e os terminais


anunciados já anunciados pelas diferentes marcas garantem quase todos a
possibilidade de aceder a qualquer uma das redes de 1.ª 2.ª 2.ª+ ou 3.ª
geração permitindo assim não só a possibilidade de utilização de qualquer
das tecnologias, mas mais do que isso a possibilidade de efectuar o
handover entre tecnologias, ou seja por exemplo transferir uma chamada
de voz de uma rede UMTS para uma rede GSM sem quebras.

Mas mais do que o handover de comunicações a possibilidade de utilização


simultânea de varias redes vai permitir aos operadores a possibilidade de
efectuarem transições suaves entre tecnologias permitindo dosear o
investimento em cobertura/sobreposição de rede 3G.

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4. Oportunidades
Comerciais

OBJECTIVOS

No final deste capítulo o formando deverá ser capaz de reconhecer as


oportunidades comerciais que se apresentam com a 3.ª Geração de
comunicações móveis

ENTRETENIMENTO E INFORMAÇÃO

O efeito provocado pela estandardização das pilhas de protocolos de 3G


permite que muitos dos desenvolvimentos já em curso para a Internet
fossem aproveitados e utilizados quase de imediato em aplicações para
terminais 3G com o correspondente fluxo de pacotes transportando
informação ou entretenimento, só que com a grande vantagem só permitida
em redes 3G, anytime, anywere, ou seja a todo o tempo, em todo o lado.

E-COMERCE

Com as velocidades permitidas pela 3G é já possível pensar em e-comerce


quer do lado da empresa quer do lado do consumidor.

As redes 3G vêm permitir que um conjunto de serviços “e-“ deixem


definitivamente de estar agarrados a uma secretária e passem a poder ser
efectuados em qualquer lado por qualquer pessoa. Exemplos disso são o e-
traveling, isto é, a possibilidade de reservar e pagar a viagem de avião a
caminho do aeroporto ou comprar bilhetes para um espectáculo, e-
ticketing, depois de um jantar que se reservou quando se saiu do emprego,

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depois de se ter comprado flores e um presente, e-shopping, que foram


entregues uma hora antes de nós termos chegado atrasados.

No entanto também permitem que a nossa empresa seja uma organização


descentralizada em que os indivíduos trabalhem sem restrições de local mas
com permanente contacto aos dados da empresa e não menos importante,
vice-versa.

SERVIÇOS MOVEIS MULTIMEDIA

O streaming vai-se transformar numa realidade efectiva e corrente nas


redes 3G, a possibilidade de vermos um filme enquanto voltamos para casa
ou a verificar-mos logo pela manha as noticias do dia vão se transformar
em actividades comuns, tão comuns como enviar-mos as nossas
mensagens com voz e imagem. O conjunto de aplicações dos serviços
móveis multimédia vai desde o video-on-demand passando pelo pay-per-
view até à mais corriqueira mensagem indicando que vamos chegar tarde e
que “efectivamente” estamos no escritório.

LEILÕES E BOLSA

O sector financeiro será um dos sectores que mais poderá beneficiar das
vantagens da 3G. Do lado dos clientes, com a tecnologia existente serão
possíveis certificados digitais, dar ordens de compra, venda e pagamento
verdadeiramente on-line e com o respectivo feedback ao contrario dos
sistemas baseados em messaging onde a falta de interactividade afastava
muito os clientes das operações moveis.

Mas mais do que isso vai ser possível informar o cliente de produtos,
promoções, incumprimentos, etc. De forma quase imediata e praticamente
sem qualquer filtro.

Do lado dos operadores, não mais será necessário estar agarrado a quatro
computadores e uma secretária para ser possível dar uma ordem de compra
em Singapura ou comprar futuros em Tokio. Os mercados vão ser
efectivamente anytime anywere uma vez que os operadores vão poder
estar a todo o tempo e em todo o lado a realizar operações.

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INTRANET

O conceito de intranet começa rapidamente a esbater-se à medida que o


conceito de mobilidade invade as organizações, as organizações já se
aperceberam que têm de manter canais abertos para o exterior
nomeadamente para os seus colaboradores e clientes de modo a que estes
possam mais eficazmente chegar à empresa, com claros beneficias para
ambos

TELEMETRIA

A telemetria vai ser uma área cujos desenvolvimentos podem ser imensos,
nomeadamente na medicina, na justiça, na indústria e no desporto.

Na medicina, os doentes de risco ou crónicos não necessitarão mais de


visitas permanentes ao médico ou internamentos, porquanto os seus sinais
vitais e outros dados médicos poderão ser monitorizados à distância
podendo também a todo o tempo ser conhecida a sua localização.

Na justiça ao contrário do que sucede actualmente com sistemas de


localização bastante limitados quanto alcance e velocidade de transmissão
será possível monitorizar sem limitações geográficas qualquer pessoa em
qualquer local.

Alem disso se os sistemas evoluírem na ordem actual, brevemente teremos


os automóveis e outros meios de transporte equipados com sistemas de
telemetria que permitirão ao concessionário avaliar do estado de saúde da
viatura, mas também eventualmente a velocidade e outras infracções
cometidas.

Na industria, a telemetria, até agora só utilizada em alta competição


automóvel ou em equipamentos que pelo seu valor ou perigosidade o
justificavam, pode generalizar-se a partir das possibilidades permitidas pelo
3G, permitindo quer controlar bens e pessoas da organização assim como
os produtos vendidos e ou assistidos de modo a monitorar avarias,
manutenções, preferências do cliente etc.

POTENCIAL DO VHE

O Virtual Home Environment será provavelmente a maior revolução das


próximas décadas, com enormes repercussões quer técnicas quer sociais.

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Terceira Geração E UMTS

Já nos é comum chegarmos ao nosso PC ligado numa rede gerida por um


servidor Windows 2003 e o computador apresentar-nos o nosso Ambiente
de trabalho em conjunto com as nossas aplicações, em qualquer ponto da
rede onde efectuemos o nosso login, pois bem embora tecnicamente o
princípio não seja bem assim, na prática corresponde a nos ligarmos em
qualquer equipamento em qualquer rede e efectuarmos as operações que
desejar-mos com as preferências e ambiente preferidos. Isso implica
também passar a ter uma identidade única que levada ao extremo das suas
possibilidades permitirá vir a substituir todas as actualmente existentes com
todas as vantagens e desvantagens que tal poderá produzir no tecido social
das comunidades.

PREVENDO UM MARKET DEMAND NACIONAL

O market demand nacional prevê-se bom com cautelas se atendermos aos


indicadores existentes para os sistemas actuais.

Apesar de o número de SMS por assinante apresentar um abrandamento no


final de 2002 devido à conjuntura de crise económica, encontram-se no
entanto em franca recuperação já no segundo trimestre de 2003 e em geral
ajudado pelo crescimento do número de assinantes do serviço móvel o sms
continua a crescer.

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No entanto o crescimento no número de assinantes da rede móvel que se


vem verificando sempre em ritmo crescente e intocado por qualquer
conjuntura não deve levar a que se considere esse crescimento como um
indicador de sucesso garantido, sendo que alguma cautela se recomenda
nomeadamente no que diz respeito aos serviços one-to-one face à
acentuada tendência para o crescimento do numero de clientes de acesso
pré-pago ao serviço móvel, e que se mantêm para já e na sua maioria
incógnitos.

Caberá aos operadores averiguar se incógnitos fruto das características do


serviço, ou incógnitos por opção. Esta última abordagem é a mais perigosa
para os serviços 3G, já que pode eliminar uma grande fatia das
potencialidades disponibilizadas.

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5. Case Studies

OBJECTIVOS

No final deste capítulo o formando deverá ser capaz de reconhecer as


oportunidades comerciais e discutir contextualizadamente o estado das
comunicações Móveis assim como prospectivar a sua evolução

VANTAGENS E DESVANTAGENS DA MIGRAÇÃO PARA UMTS

Indique sucintamente em não mais de cinco paginas, nem menos de duas a


sua opinião sobre as “Vantagens e desvantagens da Migração para UMTS”

GSM PARA GPRS PARA UMTS

Artigo 1

Operadores devem rever estratégia multimédia

De Frederico Rocha

Semana nº 667 de 31 de Outubro a 6 de Novembro de 2003

Segundo a CGE&Y, estas empresas terão de melhorar a sua oferta através


da simplificação das taxas e da redução dos preços

O laboratório C4, da Cap Gemini Ernst & Young (CGE&Y), realizou um


estudo sobre os actuais desafios do mercado móvel da Europa e dos
Estados Unidos, tendo avaliado as propostas dos operadores no campo dos
serviços de multimédia. A pesquisa da consultora aponta as principais
acções que devem ser tomadas para incentivar os consumidores no que
68
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Terceira Geração E UMTS

concerne à utilização dos serviços multimédia e para eliminar as barreiras à


massificação destes mesmos serviços.

De acordo com o trabalho realizado, os operadores devem reger-se por


quatro linhas de acção, nomeadamente a redução dos custos dos novos
terminais, a simplificação dos modelos de taxação (por evento, por volume
de dados e por tarifa plana), a diminuição do custo dos serviços e a
possibilitação de uma experiência multimédia única ao cliente.

A CGE&Y refere que tem sido lento o crescimento do mercado do GPRS e


dos novos serviços multimédia que esta tecnologia permite, tal como o i-
mode e as mensagens multimédia (MMS). A chegada de serviços centrados
no MMS veio aumentar o número de subscritores dos serviços móveis, mas
apenas durante o período da experimentação gratuita e de descontos na
compra dos telemóveis. Após este tempo de euforia, as taxas de aquisição
abrandaram e o ritmo de crescimento e de utilização caiu, pelo que os
operadores têm obrigatoriamente de adoptar uma nova estratégia que
dinamize este sector.

A pesquisa evidenciou que a redução dos preços dos novos terminais é um


dos caminhos a seguir. Os terminais multimédia ainda têm um custo muito
alto – cerca de três a quatro vezes mais do que os telemóveis normais –,
apresentando-se como uma das maiores barreiras à compra. Os operadores
são, portanto, obrigados a continuar a oferecer grandes descontos nos
telemóveis, pois caso contrário torna-se complicado lucrar com os serviços
multimédia. A CGE&Y aconselha as companhias de telecomunicações a
utilizarem uma estratégia mais robusta, que se prende com a oferta de
subsídios apenas para clientes de grande valor, que são possíveis
utilizadores frequentes dos novos serviços.

Taxação mais simples

Por outro lado, os operadores têm de simplificar os modelos de taxação dos


serviços. A companhia de consultadoria referiu que a indústria ainda não
descobriu a melhor forma de taxar os serviços de dados, utilizando uma
variedade de modelos. As formas de facturação utilizadas para o acesso
(por exemplo GPRS) e para os serviços (por exemplo MMS) podem ter em
conta o evento, o volume de dados, o minuto e a tarifa plana, tal como as
subscrições ou os pacotes de serviço. Esta complexidade dos planos de
tarifas e de opções cria uma confusão excessiva nos consumidores, e como
tal a simplificação dos custos é a chave para aumentar a compreensão dos
consumidores quanto aos novos serviços. A Cap Gemini indica o caso Virgin
Mobile como um dos exemplos a seguir. Esta operadora entrou no mercado
do Reino Unido em 1999 e apostou, sobretudo, na simplicidade do negócio,
ou seja, numa tarifa sem custos de subscrição e sem contrato. O resultado
foi um sucesso inigualável.

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A tarifa plana é uma possibilidade de os operadores atingirem um modelo


simples de taxação, combinando o acesso e os custos dos serviços numa
única tarifa, semelhante à existente em alguns países para o acesso ADSL.
Isto permitiria que os operadores móveis captassem as atenções dos
consumidores para utilizarem e apreciarem os serviços multimédia em vez
de gastarem o seu tempo a tentar perceber as complicadas tarifas.
Dificilmente se prevê, no entanto, que muitos operadores venham a adoptar
um modelo de acesso puro na sua predisposição de reter um elevado
controlo de todos os serviços.

Além da complexidade da taxação, o próprio custo dos serviços também


deverá descer. A CGE&Y sublinha que existe um espaço substancial para
reduzir o preço dos serviços multimédia. Do ponto de vista europeu, o MMS
é sete a 11 vezes mais rentável do que os serviços de voz. Alguns
operadores estão a utilizar descontos nos serviços de voz para atrair os
utilizadores para serviços avançados, mas os consultores da CGE&Y
consideram que há uma certa desvalorização dos serviços de voz, dado
estarem numa estratégia extremamente arriscada, uma vez que este
serviço irá, em princípio, continuar a ser a maior fonte de rendimento nos
próximos anos.

Limitações de back-end

Os operadores têm também de oferecer uma experiência multimédia única


ao cliente. Neste aspecto, as limitações nos sistemas de back-end
continuam a ser as principais razões para o não lançamento de novos
serviços de maneira uniforme (tanto para clientes pré-pagos como para
pós-pagos). Os dois grupos de utilizadores são frequentemente geridos
através de sistemas de back-end separados, e nem todos os mecanismos
de taxação permitem o carregamento em tempo real, o controlo necessário
e a autorização para entregar os conteúdos aos clientes pré-pagos.

De acordo com a pesquisa, os clientes pré-pagos estão, normalmente, mais


habilitados para utilizar os novos serviços multimédia e, muitas das vezes, o
GPRS, o MMS e o i-mode não são oferecidos a estes clientes.

A principal razão que levou a CGE&Y a delinear uma estratégia no campo


das telecomunicações foi o facto de os rendimentos dos serviços de dados
continuarem a estar aquém das expectativas do mercado. Embora
representem entre 12 e 15 por cento da receita média por cliente (ARPU)
dos operadores da Europa Ocidental, a maioria dos rendimentos deste tipo
de serviços (85%) deve-se ao serviço de mensagens escritas (SMS).

Para Edgardo Sobral, vice-presidente da Cap Gemini Ernst & Young


Portugal, as conclusões a que chegaram os especialistas «não se afastam
do senso comum de todos os que acompanham esta indústria, mas definem
com grande clareza as grandes linhas de acção a seguir para a expansão do

70
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negócio assente em conteúdos multimédia». A generalidade dos operadores


e dos fabricantes de tecnologia «já fez investimentos significativos para a
divulgação deste tipo de serviços, mas não foram ainda capazes de adaptar
a oferta à expectativa gerada», concluiu.

Artigo 2

Com o GPRS a avançar devagarinho e a poucos meses do UMTS

Concorrência e 3G Marcaram 13º Congresso das Comunicações

Segunda-feira, 24 de Novembro de 2003

Isabel Gorjão Santos

A terceira geração de comunicações móveis (3G ou UMTS) vai mesmo


arrancar no próximo ano – como garantiu Carlos Tavares, ministro da
Economia -, a Autoridade Nacional das Comunicações (Anacom) admite
separar as redes (de cabo e de cobre) da Portugal Telecom (PT) ou os
negócios retalhista e grossista do operador incumbente e os outros
operadores consideram que não existe ainda um mercado de
telecomunicações verdadeiramente concorrencial. Foram estas as principais
mensagens deixadas no 13º Congresso das Comunicações, que a
Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC)
organizou na passada semana, no Centro de Congressos de Lisboa.

Durante três dias, centenas de responsáveis da área das telecomunicações


ou das tecnologias de informação e comunicação (TIC) juntaram-se para
debater as questões relacionadas com o sector. E, tal como em anos
anteriores, voltaram a estar sobre a mesa as questões da concorrência
entre os vários operadores, da convergência entre as telecomunicações, os
equipamentos e os conteúdos, e a terceira geração de comunicações
móveis, cuja chegada está agora prevista para o início de 2004.

O lançamento do Universal Mobile Telecommunications System (UMTS),


tecnologia que caracteriza a nova geração (3G) de comunicações móveis,
sofreu já vários adiamentos, mas nem o Governo nem o órgão regulador do
sector, a Anacom, parecem dispostos a adiar mais. Os três operadores de
comunicações móveis consideram-se preparados mas colocam ainda
algumas reticências quanto à adesão dos clientes a novos serviços.
"Existem condições para se proceder, no início do próximo ano, ao
lançamento do serviço [de UMTS] e para ter, a meio do ano, a sua plena
comercialização", disse Álvaro Dâmaso, presidente da Anacom, durante o
debate sobre "O Estado da Nação das Comunicações em Portugal", que
encerrou o congresso.

Dâmaso explicou, à margem dos debates, que, apesar da proximidade da


data de arranque, o UMTS surgirá de forma gradual, pois o que os
71
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Terceira Geração E UMTS

operadores terão que lançar já em Janeiro será "um serviço pré-comercial",


ou seja, uma espécie de experiência-piloto que culminará no lançamento
efectivo dos serviços e dos terminais em Junho.

O presidente da Anacom respondeu também às questões dos jornalistas


sobre as eventuais mudanças na PT com vista à criação de uma maior
concorrência entre os operadores de telecomunicações. Estes têm vindo a
acusar a PT de práticas monopolistas e a sugerir ao regulador a separação
das propriedades das redes de cabo e de cobre, bem como a separação
entre o negócio grossista da PT (de aluguer da rede aos outros operadores)
e o retalhista, ou seja, a oferta directa ao mercado. Alegam os operadores
que as margens possibilitadas pela PT na vertente grossista impedem uma
plena competitividade no mercado retalhista.

A este respeito, Álvaro Dâmaso anunciou a realização de uma consulta


pública para avaliar a melhor forma de aprofundar a concorrência no sector
das telecomunicações e admitiu que a separação das redes da PT ou, em
alternativa, das suas actividades grossista e retalhista são duas
possibilidades. Aliás, "são as alternativas mais fortes", disse, embora não
tenha sido ainda definido qualquer calendário para a sua realização: "A
solução começará a ser estudada no início do ano".

Miguel Horta e Costa, o presidente da PT, comentou estas afirmações à


margem do congresso, para dizer que "qualquer reorganização da PT cabe
exclusivamente ao seu conselho de administração". Quanto à separação das
redes, "existe uma divisão empresarial, de acordo com as directivas
europeias", alegando Horta e Costa que "não existe base legal" para a
separação total das redes.

Durante o debate, o presidente da PT havia já referido que, no segmento de


retalho, "Portugal apresenta preços de banda larga muito reduzidos" e que
é necessário "estabilizar as regras do jogo para evitar prejudicar os
investidores do sector".

As críticas ao operador incumbente marcaram a intervenção de Pedro


Norton de Matos, presidente da Oni, para quem "a liberalização [das
telecomunicações] está a ser um sucesso... se for analisada do ponto de
vista do monopólio". O responsável da Oni falou mesmo em "dois pecados
capitais", os mesmos que o regulador viria depois a abordar: "O cobre e o
cabo estão nas mãos do mesmo operador, e não houve separação das
actividades grossista e retalhista da PT." Segundo Norton de Matos, de
acordo com o modelo actual, a PT ganha directamente quando conquista
clientes mas também ganha, na vertente grossista, quando os perde. "É um
jogo interessante, esse, em que se ganha sempre", ironizou o presidente da
Oni, que deixaria ainda uma nota de optimismo por, apesar de tudo, a sua
empresa "caminhar para resultados positivos".

72
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Terceira Geração E UMTS

Também Paulo Azevedo, da Sonaecom, começou por dizer que a sua


opinião quanto ao mercado das telecomunicações "não mudara muito nos
últimos cinco anos" e sublinhou a existência de diversos acessos ao
mercado residencial (móvel, fixo, cabo ou satélite), todos sob o controlo da
PT, "o que torna o mercado inviável".

António Carrapatoso, presidente da Vodafone Portugal, mostrou-se


"moderadamente optimista" face às comunicações móveis, "o que se deve à
efectiva concorrência", embora considere importante a "criação de
verdadeiras condições para uma maior utilização da Internet e dos
conteúdos".

O Congresso das Comunicações centrou-se também na área das TI,


sobretudo na última manhã de debate, onde foi abordado este mercado. A
sessão contou com a participação de representantes de diversas empresas,
como a Cisco, a HP, Microsoft, Oracle, IBM e Sun Microsystems. O orador
principal foi Brian Marshall, da consultora AMS, para quem o sector das TI
passou já por cinco fases distintas. A primeira foi pautada pela
desregulação, o surgimento de novas empresas era sinónimo de
competitividade, criavam-se novas infra-estruturas e eram escassos os
sistemas "proprietários".

Marshall destacou depois uma segunda vaga de expansão tecnológica, na


altura do problema informático do ano 2000 e posterior adaptação ao euro.
Surgiram pouco depois as "dot-com" e os negócios pela Internet a marcar a
terceira vaga - seguindo-se-lhe a da explosão da "bolha" respectiva e da
drástica redução dos investimentos em TI. Uma quinta fase, a actual, é para
Marshall caracterizada por um "renascer cauteloso".

Carlos Janicas, da HP Portugal, recordou as duas formas possíveis de


encarar a tecnologia: ou como um custo ou como uma vantagem
competitiva. "Hoje, os clientes querem um serviço a baixo custo, que seja
escalável e funcione em tempo real", adiantou, considerando princípios
fundamentais a simplificação, a normalização e a integração. Já João
Matias, da Oracle Portugal, alertou para o facto de, muitas vezes, se investir
erradamente numa tecnologia ou ferramenta: "Estamos face a uma
revolução que vai durar uma geração e que implica mudanças ao nível dos
modelos de negócio, da legislação e da própria cultura."

Para Gonzalo Olea, da Cisco, "o importante é saber se as empresas usam a


tecnologia de forma inteligente e adequada", e, um pouco ao encontro
desta ideia, Sérgio Aniceto, da IBM, lembrou que o cliente tem como
objectivo adquirir uma solução e não tecnologia. Afinal, "o futuro está na
interoperabilidade, nas normas abertas e na virtualização, a qual permitirá
que, de forma simples e eficaz, os sistemas sejam autónomos e
automáticos".

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Companhia Própria – Formação & Consultoria Lda.
Terceira Geração E UMTS

As empresas podem gerir a complexidade ou então utilizar a tecnologia para


a simplificar, disse Josmar Ribeiro, da Sun Microsystems. Por fim, Carlos
Lacerda, da Microsoft, apontou três motivos capazes de travarem os
avanços tecnológicos e o mercado: o correio electrónico não desejado, a
segurança e os vírus. Mas, por outro lado, reconheceu uma grande evolução
na capacidade de processamento e no recurso à banda larga: "Também o
'software' evoluirá, de forma a permitir a massificação dos 'web services'."

No início deste Congresso das Comunicações, Norberto Fernandes,


presidente da APDC, referira que já se começa a falar de retoma nas várias
áreas da economia, "com números que permitem sustentar o crescimento,
embora tímido, do mercado nacional". Isso aplicar-se-á ao sector das
comunicações, disse, mas referiu que, agora, "há que investir na banda
larga, no UMTS e na plataforma digital terrestre" - três temas que seriam
depois dos mais abordados nos debates.

Na abertura dos trabalhos, o economista Vasco Vieira de Almeida, que


presidiu ao congresso, salientou a publicação, no passado mês de Junho, do
Plano de Acção para a Sociedade de Informação, um documento que "exige
a mobilização dos vários sectores da economia nacional". A tecnologia,
disse, "não é uma chave mágica que resolve todos os problemas, mas sim
um elemento sem o qual as transformações não ocorrem".

Artigo 3

De acordo com a AMS – American Management Systems (www.ams.com), a


empresa de consultoria internacional na área das Tecnologias de
Informação, acaba de anunciar que a pesquisa Pan-europeia levada a cabo
pela AMS Research, revelou que mais de 40% dos fornecedores de
conteúdos não acredita que os operadores móveis estejam preparados para
fornecer serviços de dados móveis.

Neste contexto, o maior desafio que os operadores europeus enfrentam


actualmente é a sua incapacidade para lançar conteúdos rápida e
eficientemente e, por outro lado, perto de um terço dos fornecedores
afirmaram que os acordos com os operadores representam outro desafio
significativo.

Paralelamente, o estudo da AMS, “Delivering Mobile Data: Challenges for


European Operators and Content Providers”, não fomenta a especulação do
mercado sobre um hipotético “arrufo” entre operadores e fornecedores de
conteúdo sobre quem detém os clientes. Em vez de alimentar essa ideia, o
estudo da AMS afirma que os fornecedores esperam partilhar a
responsabilidade de trazer os serviços de dados para o mercado com os
operadores. Segundo a mesma fonte, 46% dos fornecedores de conteúdos
esperam que os operadores liderem no segmento do serviço ao cliente, e
uma percentagem de 83% acredita que o invoicing – um aspecto

74
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Terceira Geração E UMTS

importante para os clientes – é, primordialmente, uma responsabilidade dos


operadores. Desta forma, os fornecedores esperam que os operadores
forneçam o suporte financeiro para as actividades de marketing e invistam
no desenvolvimento de produtos, reconhecendo que a marca de qualquer
que seja o conteúdo é menos importante para o utilizador final que a sua
relevância, apresentação e garantia de entrega.

A propósito dos resultados apresentados, Brian Marshall, vice presidente da


AMS, afirmou: ”No estudo da AMS, os fornecedores de conteúdos estão,
claramente, preocupados com o modo como os seus conteúdos serão
apresentados e fornecidos. A sua mensagem aos operadores é muito
directa: enfoque numa entrega rápida e eficaz dos conteúdos; acertem nisto
e o resto seguirá naturalmente. Porém, uma entrega rápida e consistente
de serviços de dados móveis é ainda difícil. Requer alterações significativas
na infra-estrutura técnica do operador, numa altura em que poucos se
encontram numa posição que permita um forte investimento. Os operadores
necessitam de uma plataforma de entrega de serviços, construída em redor
de sistemas existentes, que lhes permita trabalhar de perto com os
fornecedores de conteúdos para disponibilizar esses novos serviços de
dados ao mercado e impulsionar o crescimento das receitas.”

Além de se destinar aos fornecedores de conteúdos, o estudo da AMS


também analisou os pontos de vista de sete operadores europeus. As suas
opiniões reflectem uma incerteza profunda em relação ao mercado para
serviços de dados móveis e, mais particularmente, no que respeita ao
género de conteúdos que se irão revelar mais atractivos para os clientes.
Quando questionados sobre o que os mantém acordados durante a noite, os
operadores nomearam a necessidade de “realizar os investimentos
correctos nos conteúdos certos” e “como engendrar uma procura e fazer
com que os clientes utilizem os serviços.” Um dos operadores comentou: “é
a qualidade dos conteúdos que me preocupa e também saber se os clientes
procuram este género de produto; e se a procura existe.”

De acordo com Brian Marshall: “Os serviços de dados móveis representam


um mundo totalmente novo, que ninguém conhece muito bem. O nosso
estudo sugere que os operadores consideram difícil antever os novos
produtos que vão ser mais utilizados, mas, na verdade, isso é difícil para
todos. Alguns conteúdos vão ser transferidos sem demora para o canal
móvel, enquanto outros serviços serão mais desafiadores e requerem um
investimento mais significativo. Os operadores necessitam de trabalhar de
perto com os fornecedores de conteúdos para testar e experimentar, para
identificar os serviços que estão para ficar e que farão crescer as receitas e
ajudá-los a reter os clientes de valor acrescentado. Precisam de incentivar
os fornecedores a desenvolver melhores conteúdos e demonstrar maior
flexibilidade nos acordos de partilha de receitas. Os operadores devem
movimentar-se rapidamente para desenvolver relações com fornecedores

75
Companhia Própria – Formação & Consultoria Lda.
Terceira Geração E UMTS

mais abertos e transparentes, baseando-se num entendimento mútuo dos


seus objectivos.”

Para a realização desta análise, foram entrevistados setenta fornecedores


de conteúdos de seis países europeus (Reino Unido, Alemanha, Itália,
Portugal, Espanha e Suécia) e sete operadores móveis. Entre as conclusões
destaque para:

Uma apresentação consistente de conteúdos é um desafio único para


os fornecedores de conteúdo. Adaptar os conteúdos para os canais
móveis é um assunto de elevada importância para aproximadamente
um terço das empresas inquiridas (23%).

Os fornecedores acreditam que o conteúdo relevante é o aspecto


mais importante para o utilizador final, sendo classificado como
“muito importante” por 71% dos fornecedores. Menos de metade dos
fornecedores (46%) acreditam que o preço é igualmente relevante.

Sessenta e um por cento dos fornecedores de conteúdos acredita que


os acordos de partilha de receitas com os operadores irão mudar para
seu benefício no decorrer dos próximos anos. Esta não é uma ideia
partilhada pelos operadores que colaboraram com o estudo da AMS.

Dezanove por cento dos fornecedores esperam que mais de 60% dos
utilizadores móveis subscrevam os serviços de dados até ao final de
2005.

Encontra-se disponível um resumo do estudo “Delivering Mobile Data:


Challenges for European Operators and Content Providers” em
www.ams.com/mobilestudy.

GSM PARA UMTS

Artigo 1

Redes e Serviços Móveis - mudanças na regulação, factores de


convergência e consequências no desenvolvimento dos negócios

Revisão 99 sem grande impacto

A Revisão 99 poderá ter como consequências no sector dos móveis


um acréscimo de regulação; um impacte acentuado nas tarifas de
interligação nacionais e no roaming; mais situações de poder de
mercado significativo em mais mercados; e a exclusão do negócio
dos dados. São mercados considerados relevantes nos móveis o
acesso e originação de chamadas na rede nacional, assim como a
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Terceira Geração E UMTS

terminação de chamadas em redes móveis e o mercado grossista


nacional de roaming;

Com o novo pacote, perde importância a regra da quota de mercado,


ganhando peso a análise da capacidade dos operadores influenciarem
ou não o funcionamento do mercado;

Outro dos aspectos a destacar é a admissibilidade de criação de um


mercado do espectro, que poderá ou não surgir, mas que terá
sempre de ter pautado pela transparência, não discriminação e
proporcionalidade;

Quanto à concorrência nos móveis, não se antecipa qualquer


consequência por impacto do novo pacote, a manterem-se as
tendências de regulação actuais. Até porque em Portugal este foi um
sector que sempre actuou, em boa parte - e salvo a área específica
de interligação - ao sabor das necessidades dos mercado e de forma
livre, segundo as leis gerais da concorrência. Daí que os seus
intervenientes defendam que não deve ser alvo de mais
regulamentação do que aquela a que tem sido sujeita até agora

O novo pacote regulamentar não deverá ter grande impacte no negócio dos
móveis. Para os responsáveis deste sector, trata-se de um mercado que
vive desde o seu arranque em ambiente concorrencial. A grande diferença é
que o regulador fica com muito mais margem de manobra. Subsistem
também grandes expectativas em torno do relacionamento entre a Anacom
e a Autoridade Nacional da Concorrência, recentemente criada. A
negociação do espectro dificilmente acontecerá. Um novo adiamento do
arranque das redes de 3G e a necessidade de redefinição da partilha de
infra-estruturas entre operadores são dados como certos.

"Há 13 meses que andam a tentar fazer a transposição do novo pacote. E


os operadores vão ter agora apenas quatro semanas para responder… Não
acredito nesta primeira fase". A afirmação vem de Etelvina Aguiar, da TMN,
para quem o que norteia a Revisão 99 "já começou a ficar desactualizado,
já está gasto. Foi concebido num determinado quadro, em que existia um
entusiasmo no negócio das telecomunicações. Hoje, tudo mudou". Para esta
responsável, o que se assistiu foi a uma evolução em que para além de
surgir um grande número de operadores, havia uma grande expectativa e
grandes sonhos. "E tudo começou a cair. Talvez houvesse um entusiasmo
excessivo. Nestas coisas, os consultores não ajudam a dar uma visão muito
clara…"

Etelvina Aguiar salienta que a "concorrência em termos de haver muitos


operadores no mercado é uma coisa muito diferente de estarem em
concorrência" e que "tudo vai passar-se em torno da ideia do princípio do
direito europeu da concorrência". Este é agora o instrumento de análise dos

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Terceira Geração E UMTS

mercados, do poder de mercado significativo e da imposição de obrigações


ex-ante (específicas e proporcionais). Neste processo, onde têm que se
fazer escolhas e fundamentá-las, o regulador fica com muita liberdade de
escolha, embora sempre no âmbito da concorrência. E o mesmo principio de
aplica ex-post. A concorrência passa sempre a pautar a actuação das
empresas.

Mas o que é posição de mercado significativa e posição dominante? Uma


empresa pode ter uma das coisas ou ambas. O regulador passa a ver se há
ou não concorrência efectiva e se não há, impõe obrigações ex-ante. E o
que são considerados mercados relevantes nos móveis? O acesso e
originação das chamadas em redes móveis, a terminação de chamadas em
redes móveis e o mercado grossista nacional de itenerância internacional
em teres públicas móveis (roaming). Para a responsável da operadora
móvel do grupo PT, a implementação da revisão 99 no sector dos móveis
poderá representar um acréscimo de regulamentação, ter um impacte
acentuado nas tarifas de interligação nacionais e no roaming, maiores
posições de mercado significativas e mais mercados e a exclusão do negócio
dos dados.

Quanto ao negócio do espectro, surge agora como "um dos aspectos que
pode fomentar a concorrência", já que se prevê que os operadores a quem
foram atribuídas licenças e frequências as poderem negociar, num processo
em que "tudo tem se ser claro e transparente e sujeito a fiscalização, assim
como não discriminatório e proporcional". Aborda ainda "o sonho fantástico"
que foi a 3G, em que de uma previsão de que o UMTS iria substituir o GSM
num instante se passou a uma realizada oposta, que tem a ver "com a
situação económica e com os fabricantes, que por vezes inventam muita
coisa". E se não se sabe muito bem o que vai acontecer, sabe-se pelo
menos que "vamos ter de entrar a breve prazo", já que se "joga com as
preocupações na sociedade da informação. Os operadores móveis, com
engenho e arte, vão ter de continuar a trabalhar, agora na nova aposta dos
conteúdos e dos dados."

Espectro e redes de terceira geração foram também dois temas abordados


por Henrique Correia, da Vodafone Telecel. No primeiro caso, a sua
comercialização não parece muito viável. É que face ao número de clientes
em redes de segunda geração de cada operador, já está esgotado e o que
há para vender é na 3G. E aqui, "não haverá muita gente interessada em
vender nem muita gente interessada em comprar". No UMTS, "vamos a
ver", pois se o arranque está previsto até final do ano, não existem ainda
condições para isso, já que não há terminais disponíveis com capacidade
suficiente. Para além de já existirem serviços em GPRS com ofertas
similares às possíveis na terceira geração, assim como "das condições de
mercado que são diferentes, e da recessão económica. Alguns dos principais
operadores mundiais gastaram muito dinheiro na compra das licenças e
enquanto não tiverem o espectro GSM esgotado não têm interesse no
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Terceira Geração E UMTS

UMTS". Acrescenta que nesta matéria "falta agora a decisão da Anacom de


uma data mais razoável" para além de ser inevitável que o regulador reveja
as condições de partilha de infraestruturas, condições essas que foram
definidas há cerca de um ano e meio e agora terão, na óptica da Vodafone,
que ser alargadas a soluções como o roaming nacional com partilha de
infra-estruturas.

O responsável da Vodafone entende que "é preciso ter em atenção as


condições concretas de cada sector." E o que tem de diferente a Revisão
99? Basicamente "que de uma vez por todas a terminação do tráfego em
redes móveis e o roaming são mercados relevantes a merecer a atenção
dos reguladores". A regra dos 25% desaparece, para dar lugar à
"capacidade dos operadores influenciarem o funcionamento do mercado",
um conceito até agora nunca aplicado. E explica que "a posição de mercado
significativa passa a ser aferida pela capacidade de, só ou em conjugação
com outros operadores, actuar independentemente das condições de
mercado e dos clientes. Se a autoridade da regulação considerar que o
mercado é concorrencial, não deverá impor obrigações regulamentares".

Henrique Correia defende que existe uma fraca correlação, ao nível dos
móveis, entre preços e tráfego, sendo os preços do fixo-móvel uma situação
"em que as empresas podem actuar independentemente umas das outras".
Aliás, entende que as actuais tarifas nesse segmento não constituem um
problema de concorrência entre redes fixa e móvel e que um ajustamento
para a descida só será admissível se a Anacom apoiar a subida de outras
tarifas. Acrescenta que Portugal "sempre esteve na linha da frente na
introdução de novos serviços e nas taxas de penetração e consumo".
Mesmo com os preços do fixo-móvel, se for considerado todo o tráfego pago
pelo cliente, o preço é um dos mais baixos da Europa. Ou seja, trata-se de
um mercado onde a concorrência funciona. E as novas formas de regulação
sobre este sector, previstas na Revisão 99, resultaram de uma "luta de
galos" ao nível de Bruxelas, entre a Direcção-Geral da Concorrência e a
Direcção-Geral da Sociedade da Informação, em que a primeira tentou
"ganhar algum poder e conseguiu-o".

Um dos grandes problemas que se coloca com o novo pacote regulamentar


é a ligação entre o novo regulador da concorrência e o regulador sectorial. A
extinta Direcção-Geral de Comércio e Concorrência não tinha capacidade de
intervenção e recursos para o efeito e a própria Anacom "propõe as
decisões mas demora muito tempo a decidir e muitas vezes já não resolve o
problema". Face ao princípio de que a concorrência é sempre benéfica, a
concorrência entre os dois reguladores poderá ser "um factor de melhoria
na forma como a regulação é feita". Implicações ao nível do negócio, não
deverá haver com a aplicação da Revisão 99, até porque é um dos poucos
sectores "em que se pode dizer que somos tão bons como outro país
europeu". Também a aplicação do direito da concorrência não terá impacte,
na perspectiva de Henrique Correia, porque ela já existe de facto. "Se
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Terceira Geração E UMTS

algumas regras houver, tem de se aplicar a todos os operadores". E rejeita


qualquer situação de dominância conjunta no sector. "Em Portugal, ao nível
das tarifas, dos pacotes e das penetrações, é o mais concorrencial que há".

Artigo 2

Implementação

Mobilidade revoluciona intranets

O surgimento das primeiras intranets móveis dá-se em plena fase de


transição das redes celulares. A comutação de circuitos GSM dará lugar ao
GPRS, enquanto o WAP convergirá para os standards Web. Operadores e
empresas preparam-se a gora para migrar o transporte e as aplicações

O WAP (Wireless Application Protocol) continua a ser uma referência


obrigatória quando se procura saber qual o standard a adoptar pelas
empresas para desenvolverem e implementarem uma intranet acessível
através de terminais móveis. Ainda este ano, será a vez de o modo de
comutação de pacotes invadir as redes celulares, com a chegada do GPRS
(General Packet Radio Service). Dentro de alguns anos será a vez do UMTS
(Universal Mobile Telecommunications System), estando ainda prevista a
etapa intermédia do standard EDGE (Enhanced Data Rates for GSM
Evolution).

Ainda assim, para descrever as tecnologias que irão facilitar estas


transições torna-se necessário distinguir os níveis de transporte e de
aplicações, bem como as preocupações dos operadores e das empresas.
Quanto aos níveis de transporte e de aplicações, pode-se dizer que estão
hoje perfeitamente estabilizados.

Por exemplo, no caso de uma aplicação HTML a correr em PC é possível


utilizar o protocolo IP em qualquer nível de transporte, desde o terminal até
ao servidor HTTP.

As aplicações WAP implicam apenas a existência de um gateway que


efectua as conversões necessárias para que o terminal possa ser
reconhecido como um cliente HTTP. As arquitecturas actuais baseiam-se
num gateway que se encontra ligado à rede GSM por um lado, e, pelo
outro, a uma rede IP associada a um servidor HTTP que lhe disponibiliza
conteúdos WML (Wireless Markup Language), o formato de apresentação do
WAP e "primo afastado" do HTML.

Com a chegada do WAP 2.0 o processo tornar-se-á ainda mais simples, uma
vez que todos os protocolos específicos darão lugar a um retorno ao IP e ao
HTTP.

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Terceira Geração E UMTS

Devido ao facto de se basearem nos protocolos IP e HTTP - nativos ou


convertidos (no caso do WAP) -, todas as aplicações WML ou HTML
actualmente desenvolvidas poderão ser posteriormente migradas para as
redes GPRS e, em última análise, para as redes UMTS. No entanto, as
empresas terão sempre de estabelecer a ligação entre essas redes e sua
própria rede IP.

A natureza desta ligação depende da arquitectura das infra-estruturas


GPRS, resultantes de uma evolução de praticamente todos os níveis das
redes GSM. Estas já possuem uma topologia hierárquica, tendo como
extremidades os terminais móveis. Estes dispositivos comunicam via rádio
com uma estação de base rádio, ou BTS (Base Transceiver Station), que
corresponde geralmente a uma célula.

Os milhares de BTS estão ligados por cabo aos BSC (Base Station
Controllers), que se contam às centenas. Por sua vez, todos os BSC de uma
zona estão ligados pela rede terrestre a um comutador MSC (Mobile
Switching Center) do operador.

Actualmente, tanto no formato GSM-Data como no WAP o transporte dos


dados passa pelo estabelecimento de um circuito entre a BTS e o MSC. Este
último pode ser ligado - via RTC ou RDIS - à pool de modems do servidor
de acesso remoto das empresas (que representa a porta de entrada para as
suas redes IP).

Esta ligação pode ser feita por intermédio de uma gateway que confere ao
MSC a compatibilidade V.90 (9600 bits/s), ou directamente através do
protocolo V.110 (9600 ou 14400 bits/s). O V.110 é o equivalente do RDIS
nas redes GSM, assegurando tempos de conexão muito curtos.

A natureza da migração do GSM para o GPRS é indissociável da evolução do


modo de comutação de circuitos para a comutação de pacotes. Para os
operadores móveis, isto significará a necessidade de proceder a sucessivas
actualizações. No caso das BTS, esta actualização será apenas de software,
mas no caso dos BSC será mesmo necessário incluir um novo elemento: o
PCU (Packet Control Unit).

Os MSC não são abrangidos pelo processo de migração para o GPRS, mas
as ligações em comutação de circuitos passarão sempre por eles. No modo
de pacotes, é necessário adicionar um novo componente ao PCU. Trata-se
do SGSN (Serving GPRS Support Node), equipamento responsável pela
identificação do assinante, pelo estabelecimento das ligações e pela
manutenção de uma ligação lógica com os terminais, além da própria
transmissão dos pacotes de dados.

O débito teoricamente disponível (de 14,4 Kbit/s a 171 Kbit/s no segmento


de rádio dos utilizadores) é negociado entre o terminal e o SGSN, que
atribui um certo número de canais (ou time slots) em função de vários
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Terceira Geração E UMTS

factores: capacidade do terminal, perfil do utilizador ou disponibilidade da


rede. Os SGSN estão ligados a uma rede IP específica do operador, que
constitui o centro da infra-estrutura GPRS.

Além dos equipamentos já referidos, é ainda necessário um novo tipo de


sistema, destinado a fazer o interface entre essa infra--estrutura e uma
rede IP externa - como a Internet pública, uma intranet de empresa, ou a
infra-estrutura GPRS de outro operador GSM. Esse novo tipo de
equipamento é o GGSN (Gateway GPRS Support Node), que poderemos
comparar, no caso de uma rede de comutação de circuitos, a um servidor
de acesso remoto.

O GGSN estabelece a correspondência entre o terminal móvel


(eventualmente autenticado através de um servidor Radius ou LDAP) e o
seu endereço IP (neste caso atribuído por um serviço DHCP). Além disso,
desempenha o papel de firewall e estabelece a correspondência entre os
níveis de qualidade de serviço das duas redes.

Gerir diferentes protocolos

O GGSN estabelece uma comunicação IP de ponta a ponta e em modo de


pacotes entre o terminal e uma intranet ou a Internet. Para isso, confia a
um protocolo chamado GTP (GPRS Tunnelling Protocol) a tarefa de
encapsular nas tramas IP da infra-estrutura GPRS as tramas da rede
externa.

Essas tramas seguem então para o SGSN, sendo depois transportadas até
ao terminal com base nos níveis de transporte específicos do GPRS e do
GSM.

A rede IP - que constitui a infra-estrutura GPRS - é neutra relativamente à


rede externa. "A tal ponto que os protocolos utilizados podem ser
diferentes: IP v.4 para primeira e IP v.6 para a segunda", recordou Hervé
Liboureau, director técnico da área de comunicações móveis na Cisco
Systems.

Para as empresas, a transição impõe a aquisição de terminais móveis GPRS.


Por outro lado, é necessário que as suas redes privadas IP sejam ligadas à
rede GPRS, o que pode ser feito através de um nó GGSN privado, através
de um portal para terminais móveis ou qualquer conexão IP colocada atrás
de um nó GGSN da responsabilidade do operador de GSM, ou ainda através
do operador que assegura o serviço de dados da empresa (em caso de
externalização dessa rede).

A implementação de um GGSN privado - pela empresa ou pelo operador da


rede de dados - não coloca a priori problemas técnicos, já que se trata de
um equipamento de rede tradicional. Os equipamentos da Cisco Systems e

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da Nortel Networks, por exemplo, baseiam-se assim nas plataformas


próprias de cada fabricante, respectivamente Cisco IOS e Contivity.

Em certos casos, a função GGSN pode mesmo ser implementada nos


routers existentes, mediante uma actualização do software. "Na prática, os
operadores GSM costumam preferir manter o controlo dos GGSN, a partir
dos quais estabelecem ligações para os operadores de dados terceiros ou
para as empresas. Um primeiro túnel IP, sobre protocolo GPT, vai desde o
SGSN até ao GGSN. Um segundo túnel, baseado num protocolo como o
L2TP ou o IPSec, liga o GGSN e a rede IP externa", sublinhou Benoît
Leridon, responsável de pré-venda na área de redes de operador na Nortel.

Por seu turno, Hervé Liboureau considera este tipo de política decorrente da
liberalização ainda incompleta dos mercados. "As grandes empresas
desejarão ter GGSN dedicados, uma opção que já hoje é proposta no Reino
Unido pela BT Cellnet", disse este especialista.

A opção por um GGSN privado não se coloca para operadores como a


Cegetel ou a France Telecom, uma vez que ligam as suas infra-estruturas
GPRS às suas redes IP. Na realidade, ambos os operadores estão dos dois
lados. Os serviços de acesso remoto associados aos serviços Global Intranet
ou Cegetel Intranet ficam por isso mais completos com a introdução do
suporte para GPRS.

Ainda sem data marcada continua a disponibilização pelos operadores GSM


de uma porta de entrada nas redes GPRS aos operadores de redes IP. A
SFR Entreprises fica-se pelas intenções, enquanto a France Telecom se
mantém silenciosa.

Apenas a Bouygues Telecom, que não opera qualquer serviço de acesso IP,
se tem mostrado mais receptiva a esta abertura. "Os nossos parceiros,
como a Siris ou a WorldCom, poderão ligar as suas infra-estruturas IP à
nossa rede GPRS", garantiu Serge Goldstein-Desroches, director da
Bouygues Telecom Entreprises.

Portais para redes móveis

Outra alternativa consiste em passar por um portal móvel profissional,


controlado pelo operador GSM ou por outro operador. Este tipo de portal
está ligado, de um lado, à infra-estrutura GPRS e, do outro, à rede da
empresa (através de uma linha dedicada, por exemplo).

É neste contexto que veremos surgir, em breve, o serviço proposto pelos


portais MIB (Mobile Internet for Business), ou pelo Portail Mobile Entreprises
da France Telecom e pelo PIM (Portail Intranet Mobile) da SFR Entreprises.
Estes portais já fornecem acesso WAP ou IP-GSM-Data à intranet das
empresas. A estes dois portais irá juntar-se brevemente o da Bouy-gues
Telecom, que também suportará o GPRS.
83
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Terceira Geração E UMTS

Estes portais prevêem ainda serviços aplicacionais móveis horizontais


(como o correio electrónico), ou mesmo o alojamento de aplicações
específicas.

A caminho do EDGE do UMTS

Na impossibilidade de implementarem uma ligação directa, as empresas


podem ainda optar por ligar a sua rede através da Internet pública
(eventualmente via um túnel IP seguro), à qual os operadores GSM ligam
sistematicamente as suas redes GPRS.

Ultrapassada a etapa do GPRS, o passo seguinte do processo evolutivo será


a migração para o UMTS. Será porventura necessário construir uma rede
inteiramente nova, mas os equivalentes dos SGSN e GGSN serão sempre
inevitáveis. Mas antes ainda do UMTS alguns operadores poderão optar pela
etapa do EDGE, adicionando às estações base BTS um novo componente
rádio, que lhes permitirá atingir os 473 Kbit/s por utilizador.

Relativamente ao UMTS - e sobretudo ao EDGE -, alguns fabricante


referem-se ainda a uma migração por actualização do software dos SGSN e
GGSN. No entanto, na prática, o tráfego crescente irá inevitavelmente
impor evolução do hardware. Este esforço de actualização também diz
respeito às empresas, pois as suas redes terão de estar preparadas para
suportar o tráfego de aplicações cada vez mais exigentes.

Migração envolve operadores e empresas


Componente Intervenientes
(do terminal à rede IP Actualização GPRS Função envolvidos operativo na
externa ao GPRS) actualização
BSC software e conexão de gestão das comunicações operadores GSM e seus
(Base Station Controller) um ou vários PCU relativas a uma célula, orientação fornecedores de
do tráfego de voz para o MSC e equipamentos
do tráfego de dados para o PCU
BTS software gestão das comunicações rádio operadores GSM e seus
(Base Transceiver com os terminais fornecedores de
Station) equipamentos
GGSN novo equipamento interface seguro entre a rede operadores GSM (para o
(Gateway GPRS Support específico ao GPRS GPRS e uma rede IP externa seu portal para móveis),
Node) operador de rede IP e empresas portais para móveis
independentes
MSC não aplicável concentração das comunicações operadores GSM e seus
(Mobile Switching de voz e de dados em modo de fornecedores de
Center) circuito equipamentos
PCU novo equipamento interface de dados à saída do operadores GSM e seus
(Packet Control Unit) específico ao GPRS, BSC, para o backbone GPRS fornecedores de
conectado ao BSC equipamentos
SGSN novo equipamento detecção dos terminais, operadores GSM e seus
(Serving GPRS Support específico ao GPRS identificação e transmissão dos fornecedores de
Node) pacotes equipamentos
Terminal GPRS substituição dos terminal empresas e operadores
(telefone ou interface terminais existentes (quando o parque é
para PDA ou PC) alugado)
A migração GSM-GPRS envolve praticamente todos os equipamentos, embora nalguns casos possa bastar uma
actualização. O Gateway GPRS Support Node é um novo elemento que também diz respeito às empresas

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Terceira Geração E UMTS

Implementação
Em busca da unidade perdida

Os servidores multiterminal gerem os recursos dos clientes fixos e móveis,


ponderando a capacidade das redes. É destas variáveis que depende o
tratamento dos dados enviados

As complexas questões da perenidade e da margem de evolução de uma


futura intranet móvel exigem uma avaliação constante dos aumentos de
capacidade das ligações, dos terminais e das aplicações. As primeiras estão
actualmente a passar do modo de comutação de circuitos (GSM) para o
modo de pacotes (GPRS), de olhos postos na inevitável migração o UMTS.

Os débitos nominais nas ligações rádio entre os terminais GPRS e a rede


passam de 9600 bits/s para várias dezenas de kilobits por segundo.

Por sua vez, os terminais começam a integrar sistemas operativos


evoluídos, prevendo-se que venham a adoptar também grandes ecrãs
tácteis a cores.

As aplicações móveis podem e devem tirar partido dessas tecnologias para


disponibilizar novas funções e melhorar a ergonomia.

A tendência é, por isso, de aproximação à riqueza das aplicações


tradicionais para PC, tirando ao mesmo tempo partido da mobilidade.

O seu a seu dono

Os servidores de aplicações multiterminal propostos pela IBM, pela Oracle e


pela BEA Systems já começaram a debruçar--se sobre estas questões.
Outra novidade é o facto de se basearem em servidores de aplicações até
agora destinados ao mundo das intranets clássicas.

Ou seja, os diferentes tipos de postos cliente passam a estar ao mesmo


nível. Concretamente, os terminais tiram partido da abertura, das
características de aumento de capacidade e da alta disponibilidade dos
servidores de aplicações.

No entanto, tal não os impede de serem tratados de forma diferente.


Quando um terminal estabelece a ligação com um destes servidores, este
último identifica-o e desencadeia os processamentos aplicacionais que lhe
são específicos.

Acolher os terminais móveis

Aconselha-se, portanto, o desenvolvimento de um nível inteiramente novo


para suportar as plataformas móveis. O papel desse nível consistirá em
gerar conteúdos XML adaptados aos formatos de apresentação, bem como

85
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Terceira Geração E UMTS

descrever uma lógica aplicacional específica que tenha em conta, por


exemplo, a localização do utilizador.

A montante, este esforço será minimizado, capitalizando nos dados em


formato SQL (ou melhor, XML) e nos componentes de negócio.

Torna-se possível explorar, desde logo, as redes e os terminais do futuro,


colocando em causa apenas uma pequena parte do desenvolvimento.

Este esforço será tanto mais modesto quanto a complexidade das aplicações
móveis for limitada durante muito tempo pelas capacidades dos terminais.

Só numa fase posterior será possível desenvolver aplicações mais evoluídas


e duradouras.

Seja qual for o tipo de aplicação, as folhas de estilo XSL produzem - a partir
do formato XML intermédio - conteúdos adaptados a cada modelo de
cliente. Obviamente, trata-se de gerar WML adaptado aos terminais WAP,
HTML para os PCs, ou HTML simples para os PDAs.

Além disso, é indispensável garantir a conformidade com as capacidades de


cada terminal WAP ou browser para PDA. No entanto, as implementações
do standard WAP são frequentemente específicas. Este problema deverá, no
entanto, ficar resolvido com a chegada da versão WAP 1.2, que já incluirá a
noção de User Agent Profile, que permite ao terminal identificar--se na rede
quanto às suas características ergonómicas.

WAP converge com a Internet

Ao diluírem as especificidades dos terminais e das redes através das quais


estão conectados, os servidores a que temos vindo a fazer referência
anunciam a convergência futura entre os protocolos WAP, IP e HTML.

A médio prazo, o WAP 2.0 irá constar assim de um conjunto de standards


mais geral, do qual será apenas mais um representante.

É também previsível que os níveis actuais do WAP venham a ser


substituídos pelo IP e pelo HTTP, tornando inútil a função de conversão das
gateways WAP. Ao mesmo tempo, a apresentação no ecrã de aplicações
fixas ou móveis será realizada via X-HTML, cujos módulos terão como alvo
diferentes terminais. Um desses módulos irá assim gerir um formato WML
2.0.

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Terceira Geração E UMTS

Convergência entre as aplicações fixas e móveis


Conversão de fluxos
Servidor
Fornecedor Gateway WAP aplicacionais
multiterminal
existentes
Agisnetserver Agisphere Kannel (Open Source) HTML, XML, SQL,
diálogo Corba e COM+ horizontais e verticais
BEA WebLogic BEA Systems Nokia WAP Server HTML, XML e SQL
M-Commerce
iAnywhere iAnywhere produtos terceiros não
Wireless (filial da
Server Sybase)
Nextenso Nextenso Nextenso WAP integrada (HTML, XML,
(filial da Gateway RSS e texto)
Alcatel)
Internet Oracle produtos terceiros integrada (HTML,
Application Oracle SQL e XML)
Server
Wireless Ed.
Wokup Server Wokup produtos terceiros integrada (HTML e
XML)
Os servidores multiterminal baseiam-se geralmente em servidores orientados
para equipamentos fixos e formatam os dados para os terminais conectados.
Trata-se de adaptar as funcionalidades das aplicações ao formato do interface
com o utilizador

Convergência entre as aplicações fixas e móveis


Servidor Novas aplicações Gestão do modo
multiterminal móveis desligado dos PDAs
Agisnetserver servlets Java, não
aplicações
BEA WebLogic servlets Java não
M-Commerce
iAnywhere Wireless Java, COM+ e integrada
Server Corba
Nextenso aplicações não
(filial da Alcatel) horizontais
fornecidas
Internet Application servlets Java em opção
Server Wireless Ed.
Wokup Server linguagem não
proprietária
baseada em XML
Os servidores multiterminal baseiam-se geralmente em
servidores orientados para equipamentos fixos e formatam os
dados para os terminais conectados. Trata-se de adaptar as
funcionalidades das aplicações ao formato do interface com o
utilizador

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Terceira Geração E UMTS

NTT DOCOMO

Artigo 1

NTT DoCoMo inaugura o primeiro serviço 3G

ANTT DoCoMo iniciou hoje o serviço de comunicações móveis de voz e dados sem fios
Freedom Of Mobile multi-media Access (FOMA), considerado como o primeiro
serviço de terceira geração a ser comercializado a nível mundial.

O FOMA permite uma velocidade de ligação à Internet em banda larga através de um


telemóvel 40 vezes superior às redes actuais, podendo atingir os 384 kbps de download e os
64 kbps para upload. Valores que permitem efectuar ligações telefónicas com vídeo, estando
já disponível um dispositivo com esta funcionalidade.

Segundo a Bloomberg, a NTT DoCoMo está a gastar mais de 1 bilião de ienes (cerca de
1,8 mil milhões de contos ou 9,2 mil milhões de euros) no lançamento e implementação do
novo serviço por todo o Japão, um mercado que se estima valer 15,4 mil milhões de contos.
Ao contrário do que se passou na Europa com a atribuição de licenças UMTS a valores
elevados, a NTT DoCoMo conseguiu uma licença do governo nipónico para operar de forma
gratuita.

A DoCoMo começou a comercializar os aparelhos para o serviço FOMA em várias lojas da


região de Tóquio - a única zona abrangida para já -, que ao todo contam com um stock de
20 mil unidades. Isto quando nas primeiras duas horas do dia se venderam 260 telemóveis.

A operadora japonesa espera atingir 150 mil clientes até Março do próximo ano, apenas meio
ponto percentual se comparado com os 27 milhões do popular serviço i-Mode.

Entre os termimais disponíveis para comercialização destaca-se o modelo FOMA P2101V


que permite videoconferência e que custa 110 contos (550 euros), e o telemóvel N2101 para
voz e dados ao preço de 88.300 escudos (440 euros).

Está ainda à venda um cartão de ligação a computador portátil que permite acesso à
Internet, o FOMA P2401 que custa aproximadamente 55 contos ou 247 euros. Estes
telemóveis são fabricados pela Panasonic/Matsushita Communications
Industrial e pela NEC.
2001-10-01 15:52:00
Casa dos Bits

Artigo 2

A NTT DoCoMo afirmou ontem esperar que os utilizadores de telemóveis de terceira


geração totalizem 25 milhões em 2006, mais 1,3 milhões face a Outubro deste ano. O
número total de utilizadores esperado deverá rondar os 50 milhões daqui a três anos "e
metade destes serão utilizadores 3G", afirmou Keiji Tachikawa, director executivo da NTT
DoCoMo, citado pela Reuters.
O número de assinantes para o seu serviço 3G, que já tem dois anos, ultrapassou os 1,6
milhões na semana passada, enquanto o número total de clientes da NTT DoCoMo se cifrava
em 45,2 milhões no final de Outubro.

Na mesma ocasião, Keiji Tachikawa apelou aos fabricantes para que desenvolvam
equipamentos mais atractivos para as redes 3G, baseados nos sistemas operativos Linux ou
no Symbian.
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Terceira Geração E UMTS

A maioria dos fabricantes japoneses de terminais usam o sistema operativo TRON, um


Fujitsu e a Matsushita
software criado dentro das fronteiras japonesas, enquanto a
Electric Industrial usam o sistema operativo da Symbian, concorrente da Microsoft, em
alguns dos seus modelos.

2003-12-09 08:58:00
Casa dos Bits

Artigo 3

Intel junta-se a DoCoMo no desenvolvimento de processadores para terminais 3G

A japonesa NTT DoCoMo confirmou recentemente estar a cooperar com a Intel no


desenvolvimento conjunto de semicondutores para os seus telemóveis de terceira geração.
De acordo com o diário económico Nihon Keizai Shimbun, as empresas pretendem
conceber processadores de baixo custo e baixo consumo de energia, capazes de suportar
várias tarefas, nomeadamente comunicação de dados e processamento de imagem.

A cooperação entre as duas empresas estende-se igualmente ao desenvolvimento de


tecnologia para os serviços móveis de quarta geração, que deverão surgir comercialmente no
início de 2010 e que oferecerão velocidades de transmissão tão rápidas quanto as verificadas
nas redes de fibra óptica.

Com o acordo, a DoCoMo pretende dar aos seus serviços 3G uma faceta mais competitiva,
enquanto a Intel tem a oportunidade de melhorar a sua quota de mercado na área dos
terminais móveis.

Baseado na tecnologia W-CDMA, o serviço de terceira geração oferecido pela DoCoMo


contava até há pouco tempo com um número de clientes reduzido, culpa do preço dos
telemóveis e da pouca autonomia que as suas baterias ofereciam. Actualmente, a DoCoMo
tem 1,3 milhões de utilizadores, enquanto a rival KDDI, que oferece o seu serviço de 3G
num outro formato tecnológico, regista 10,7 milhões de clientes.

A Intel, embora reconhecida como a maior fabricante de processadores do mundo, classifica-


se atrás da Texas Instruments se considerarmos a área dos semiconductores para telefones
celulares.

2003-11-17 10:23:00
Casa dos Bits

NOKIA NO 3G

Artigo 1

A imagem digital como meio de sociabilidade e uma nova cultura assente no


visual podem ser a galinha dos ovos de ouro que as telecomunicações
móveis precisam para passar o actual período turbulento de transição de
ciclo económico.

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Terceira Geração E UMTS

A finlandesa Nokia aposta convictamente nesta estratégia, apesar de ter


moderado as suas previsões de crescimento de médio prazo. Depois de um
crescimento médio da facturação na ordem dos 50% ao ano desde 1997 até
2001, o líder mundial dos telemóveis corrigiu as expectativas de 15% de
crescimento em 2002 para 10% e colocou esse patamar como guia para os
próximos anos.

Mas não perdeu, ainda, o optimismo mesmo face a um pré-colapso mais


geral do sector das telecomunicações, devido ao pós-"crash" da Nova
Economia e ao endividamento astronómico dos operadores.

3G sem recuo - diz a Nokia

O teste da terceira geração móvel (3G) parece querer passar incólume esta
borrasca. «Não vimos nenhum recuo, apesar dessa situação. A primeira
rede de 3G vai ser lançada na Finlândia pela Sonera em 26 de Setembro e
outros operadores noutros países já anunciaram lançamentos,
nomeadamente na Europa», sublinha-nos Jarmo Leivo, director de
marketing da divisão de redes móveis da Nokia Networks, uma das
empresas desta metanacional, sediada no arquitectónico edifício do "quartel
general" do grupo em Espoo, a poucos quilómetros de Helsínquia. No final
de Junho (2002) estavam em curso 42 testes em 23 países, refere-nos
Leivo.

Mas mesmo sem a 3G, a Nokia aposta na transição do sector para um


modelo de negócio no 'móvel' assente nos serviços - em vez das bases de
assinantes largamente subsidiados - e, nestes, para os serviços não
baseados em voz, como aconteceu com o "boom" das mensagens (hoje
mais de mil milhões de SMS por dia no mundo) nos telefones de segunda
geração e poderá suceder com a nova "coqueluche", o MMS - ou mensagens
multimédia.

O mercado dos "móveis" é hoje um dos maiores do mundo - com 400 a 420
milhões de unidades por ano, é 4 vezes o volume de PCs fabricados e 8
vezes o número de automóveis montados. Está, por isso, muito em jogo.

Quase 20 anos depois de Nicholas Negroponte ter lançado o conceito -


então vilipendiado - de "multimédia", a imagem poderá ser a alavanca da
nova "killer app" (aplicação virada para o sucesso e a massificação) mesmo
no quadro de transição da chamada 2,5 G (a geração dois e meio) para a
qual estão a ser lançados novos terminais, como os da Ericsson ou da
Nokia. «Já existem mais de 100 redes da geração 2,5 e surgirão mais 100
nos próximos meses. O nosso enfoque é criar experiência nesta nova gama
de serviços entre os utilizadores», refere Leivo.

90
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Paradigma visual – muito arreigado na cultura finlandesa

«O exemplo do Japão com o i-Mode é a confirmação desta nossa visão de


uma transição para o paradigma do visual», diz-nos, por seu lado, Jyrki
Salminen, vice-presidente de vendas na Nokia Mobile Phones e um sénior
há 25 anos no grupo. O visual está muito arreigado na cultura finlandesa,
bastando para isso recordar o peso das suas correntes arquitectónicas, e do
seu mestre Alvar Aalto, falecido nos anos 70.

Num povo com uma psicologia marcada pela melancolia (que se traduz, por
exemplo, em variantes do tango e do jazz muito próprias) e o silêncio,
todas as formas de sociabilidade interpessoal, que respeitem a
individualidade, são cruciais.

O telemóvel é provavelmente uma das ferramentas de sociabilidade mais


bem conseguida e os estrategos finlandeses esperam que, depois das
mensagens escritas, a captação digital dos momentos do dia-a-dia se
transforme numa vaga, numa nova moda de massas.

Um estudo de campo realizado entre 1999 e 2001 pelo Departamento de


Design Estratégico e Industrial da Universidade de Artes e Design de
Helsinquía junto de diferentes grupos de utilizadores (jovens, profissionais,
homens e mulheres) parece confirmar esta tendência para um carácter cada
vez mais híbrido dos telemóveis, tanto ferramentas de trabalho e de
negócio como de entretenimento, adereço de moda e sociabilidade.

Segredo da segmentação – o que fez da Nokia um líder

Este carácter "misto" permite um mosaico de estratégias de segmentação,


outro dos pontos fortes, até à data, da Nokia, que se transformou num
"case study" neste campo. O grupo tem desenvolvido nos últimos anos
«uma matriz muito sofisticada», como nos sublinha Tapio Hedman, vice-
presidente da Nokia Mobile Phones.

Tendo-se iniciado com o conceito de um aparelho para homens de negócio


na primeira geração de telemóveis (desde os primeiros telefones de carro
para a rede NMT introduzida em 1981 na Escandinávia), a Nokia
rapidamente foi adquirindo um conhecimento detalhado da diversidade de
utilizadores com a emergência e depois "boom" dos telemóveis de segunda
geração com GSM. A importância da moda e do design para certos sectores
de utilizadores acabaram por se impor na segmentação. A Nokia Mobile
Phones criou 9 unidades de negócio distintas baseadas na verificação «de
que há diferentes segmentos em distintas fases e em ciclos de vida dos
produtos diferentes», comenta Hedman.

A partir de 2000, começou a abordar uma terceira fase de segmentação,


acrescentando na matriz a importância das funcionalidades, explorando
vertentes como a imagem e a cor, o entretenimento e o multimedia.
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Terceira Geração E UMTS

Recorde-se a finalizar que a Nokia foi criada na pequena localidade


finlandesa de Nokia há 137 anos quando o mundo rural finlandês se virou
para a indústria do papel. Passando pelos rolos de papel higiénico, até às
botas de borracha, aos pneus e aos cabos, e depois dos anos 60 à
electrónica de consumo, foi nos anos 80 que começou a especialização nas
telecomunicações, tendo-se decidido pela focalização total neste tipo de
negócio em 1992, com a viragem estratégica decidida e a ascensão de
Jorma Ollila à liderança do grupo.

Nas 200 maiores empresas nórdicas, a Nokia destaca-se em primeiro lugar


com mais de 100 mil milhões de euros de valor de mercado, mais do dobro
em relação à Ericsson (sueca), a segunda classificada. Em termos nacionais,
a sua valorização é mais de 7 vezes a do número dois, a Stora Enso, e
representava em 2001 ¼ do PIB finlandês.

Em Junho (2002) surgiu uma nova grande aliança nas telecomunicações -


mais de 200 operadores, fabricantes, empresas de software, fornecedores
de conteúdos reuniram-se na Open Mobile Alliance (OMA, na Web em
www.openmobilealliance.org). Como o próprio nome indica, concorrentes e
fornecedores do universo das telecomunicações móveis uniram-se para
combater os riscos de fragmentação de mercado por divergência de
standard.
O objectivo é fazer tudo para criar e sustentar um mercado de massa que
satisfaça a todos. A "buzzword" do momento é, por isso, "co-opetição", ou
seja dar as mãos mesmo entre concorrentes ferozes para não matar o que
esperam ser a galinha dos ovos de ouro com o desenvolvimento da 3ª
geração de redes e telemóveis. Na sua Magna Carta estão a defesa dos
princípios do agnosticismo nas aplicações, da independência dos standardes
em relação aos sistemas operativos e do carácter não proprietário, comuns
a outros movimentos na área do software e a Web.

A ideia inspira-se no sucesso do GSM. «Foi a característica 'aberta' deste


standard que dinamizou o crescimento do mercado e a inovação no GSM. É
essa mesma filosofia que vimos defendendo para todo o mercado do 'móvel'
e que inspirou a criação pela nossa parte da Open Mobile Architecture que
se integrou agora na OMA», refere-nos Seppo Aaltonen, o jovem chefe de
marketing tecnológico da Mobile Software, uma nova unidade de negócios
da Nokia. «Não devemos repetir os erros cometidos no WAP», sublinha.
Empresas tão diferentes como a Motorola, Nokia, Ericsson, Samsung,
Siemens, NTT DoCoMo, ou a Microsoft, IBM, Compaq/HP, ou a ATT,
Vodafone, Deutsche Telecom, Telia, Telefonica, China Mobile, ou a AOL,
Macromedia, Verisign, Visa estão já na lista dos aderentes.

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Terceira Geração E UMTS

Artigo 2

Quando o economista do MIT Bengt Holmstrom se juntou ao conselho de


administração da Nokia, há um ano, tinha uma pergunta para fazer a Jorma
Ollila, CEO da companhia finlandesa: «Qual é o seu código secreto?»
Holmstrom precisava de saber a resposta.

Esta pode ser uma das grandes questões da nossa era. A Nokia ultrapassou
a Motorola em 1998 e tornou-se a líder mundial dos fabricantes de telefones
móveis. Em 1999, a sua quota de mercado continuou a crescer, atingindo
27% (contra 17% da Motorola, segundo a Dataquest), e a companhia diz
que 70% dos seus lucros provêm dos telefones móveis. A Nokia é a 11.ª
marca mundial mais valiosa, de acordo com a consultora Interbrand. O seu
valor de mercado era de 55 mil milhões de contos em meados de Abril — o
mais elevado entre as companhias europeias (só ultrapassado com a
aquisição da Mannesmann pela Vodafone). Apesar deste valor ficar muito
aquém das grandes vedetas americanas como a Cisco ou a Microsoft, a
confirmar-se o argumento de que os telemóveis estão a afastar os PC como
a ferramenta essencial na era da informação, a Nokia ainda pode pôr estes
titãs fora do rinque.

O que torna tudo isto ainda mais notável é que a Nokia é uma empresa com
135 anos, sediada na Finlândia. O seu mercado doméstico é de cinco
milhões de pessoas. Não há muito tempo, da sua linha de produção saíam
fraldas e botas de borracha. Por isso, Mr. Ollila, qual é o seu código secreto?

«Não existe nenhum segredo», assegura Jorma Ollila. Na verdade, algumas


companhias tecnológicas possuem um código secreto que gera elevados
lucros e mantém os concorrentes afastados. O Windows, por exemplo, deu
à Microsoft uma arma no mercado de PC que nenhum competidor foi capaz
de derrubar (apesar das recentes tentativas de um juiz federal). Numa
escala menor, a Cisco e a Intel também foram capazes de defender a sua
liderança e a sua tecnologia única, fazendo dos seus produtos escolhas
inevitáveis para os compradores.

A quota de mercado da Nokia não é tão grande que permita fechar o


mercado à concorrência — um telefone móvel que só pudesse comunicar
com outros telefones do mesmo fabricante seria pouco interessante. E no
seu outro grande negócio, os equipamentos para operadores celulares, a
Nokia não detém a liderança: a sueca Ericsson vai à frente. Os executivos
da Nokia estão religiosamente comprometidos em desenvolver standards e
parcerias nos equipamentos sem fios. A ideia é que, quanto mais fácil for o
uso de telefones e outros equipamentos sem fios, e quanto melhor eles
funcionarem em conjunto, mais pessoas os quererão comprar. Isto faz
sentido. E também significa que, para a Nokia prosperar, tem de estar
constantemente a desenvolver produtos mais apelativos e inovadores que
os dos seus concorrentes.

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Ao longo dos anos 90, a Nokia lançou mais produtos do que qualquer outra
empresa. Nem sempre foi a mais avançada tecnologicamente; apenas se
preocupou em lançar produtos que correspondessem aos apetites do
mercado — telefones que não precisavam de duas mãos para serem
utilizados, com várias «capas» e toques e com um look muito actual. A
companhia finlandesa também conseguiu distribui-
-los aos retalhistas e aos operadores de telemóveis nas quantidades e nas
alturas certas. Existem três explicações plausíveis para isto: 1) A Nokia tem
muita sorte; 2) Jorma Ollila é muito esperto; 3) alguma coisa na forma
como a Nokia actua torna-a mais pragmática, mais concentrada e mais
flexível dos que os concorrentes.

O colapso

Claro que muitas pessoas de fora não têm qualquer problema em identificar
o segredo da Nokia: é Ollila. E percebe-se facilmente porquê. Quando Ollila
tinha 17 anos, o director da escola na sua pequena cidade costeira
finlandesa recomendou-o para uma bolsa no Atlantic College, um colégio
interno no País de Gales fundado pelo educador alemão Kurt Hahn para
reunir futuros líderes de todo o mundo. Os dois anos que Ollila passou lá,
mais as suas posteriores experiências no programa MBA na London School
of Economics e no escritório londrino do Citibank, deixaram-no com um
acentuado sotaque do mar do Norte e uma maneira de ser extrovertida,
nada finlandesa, que o distinguiu dos seus colegas da Nokia e da maioria
dos CEO da Europa.
Ollila conseguiu imprimir na Nokia uma cultura muito forte ao longo dos
anos 90. O espírito de equipa do seu Dream Team (v. caixa) tem uma
justificação: eles passaram por muito juntos.

Antes de formarem esta feliz equipa, os líderes da Nokia tiveram de


ultrapassar alguns momentos desesperadamente duros. Quando, em
Dezembro de 1988, Kari Kairamo — CEO da companhia desde 1977 e
responsável pela entrada da Nokia no mundo da tecnologia — se matou, a
tragédia foi apenas o começo. O negócio de telemóveis, que em 1987 era o
número um do ainda jovem mercado global, começou a perder dinheiro. Os
seus empregados e gestores estavam habituados a enviar telefones às
dezenas e não às dezenas de milhares e não conseguiam acompanhar rivais
como a Motorola, que até sabia alguma coisa acerca da produção em
massa. Os negócios de televisão e de computadores também lutavam para
sobreviver. Depois, em 1991, a União Soviética entrou em colapso e a
economia finlandesa foi arrastada. Os velhos negócios da Nokia deixaram
de dar dinheiro e os grandes investidores perdiam a paciência. O ponto
mais baixo chegou em 1991, quando o maior accionista da Nokia, um
banco, tentou vender a sua comparticipação à Ericsson. Mas a Ericsson não
a quis.
O turnaround começou com Ollila. Em Fevereiro de 1990, ele assumiu a
liderança do negócio de telemóveis. «O que os meus superiores me
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disseram foi: “Tem seis meses para apresentar uma proposta sobre o que
fazer com este negócio”», recorda Ollila. «Depois de quatro meses, decidi
que não o iríamos vender.»

O negócio dos telefones paralisara pela baixa moral e pela desorganização.


E Ollila, ficou-se a saber, tem um dom para resolver tais problemas. Dirigiu-
se à fábrica em Salo para ouvir os trabalhadores e partilhar com eles os
seus planos. Melhorou o departamento de investigação e desenvolvimento,
que se havia tornado terrivelmente confuso, ao preparar-se para o novo
padrão europeu de telemóveis chamado GSM. Este era o momento decisivo
da carreira de Ollila. «Foi a minha universidade», diz ele agora. Para alguns
membros-chave do conselho de administração da Nokia, ele marcou Ollila
como o potencial salvador da empresa.

O turnaround

Depois de alguma turbulência no conselho de administração em 1992, Ollila


tornou-se CEO. Colocou imediatamente membros da sua geração no
comando dos principais negócios da Nokia, enquanto ele e Kallasvuo, que
nomeou director financeiro, começaram a traçar uma rota para a empresa.

A Nokia já estava a sair do negócio do papel e da borracha quando Ollila


assumiu o comando; alguns meses depois, a sua tripulação já tinha uma
ainda mais definida estratégia: «Orientada para as telecomunicações,
focada, global e de valor acrescentado.» A Cable Works foi-se
imediatamente. Alguns anos depois, os negócios da televisão e dos
computadores também já tinham ido.
Em 1994 a Nokia entrou para a Bolsa de Nova Iorque e desde o começo de
1997 que a maioria das suas acções estão em mãos norte-americanas. Com
as acções a aumentarem 2300% em cinco anos, tem sido um «passeio
maravilhoso» para todos os envolvidos.
Cortejar grandes investidores não foi suficiente; a Nokia tinha também de
vender muito mais telefones. Crucial para isto foi uma decisão tomada
antes de Ollila se tornar CEO, quando ainda liderava o departamento de
telemóveis. Ele e alguns colegas chegaram à presciente conclusão de que os
telemóveis se tornariam um produto de consumo generalizado. E os
consumidores gostam de marcas. Até ali, os telefones da Nokia haviam sido
vendidos com imensos nomes diferentes. Em 1991, a equipa de Ollila
decidiu-se pela Nokia como marca única.

Na altura, a Nokia já possuía um telefone digital em andamento para a o


GSM, a ser lançado em breve — a primeira chamada GSM foi feita através
de um destes telefones, em 1991. Mas naquele ano a empresa decidiu criar
um telefone para todos os três stan-
dards digitais: o GSM, similar ao standard TDMA, o qual parecia prevalecer
nos Estados Unidos, e o japonês PDS (não, não vamos explicar estes

95
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acrónimos, não vale a pena). As entranhas teriam de ser diferentes em


cada região, mas a aparência do telefone seria a mesma em todo o lado.

A liderar o projecto estava um vice-presidente de investigação e


desenvolvimento de 29 anos, Petti Korhonen. Com o centro de investigação
e desenvolvimento da Nokia em Camberley, Inglaterra, como sua base, ele
coordenava investigadores, designers, marketeers e modelos de fabrico em
todo o mundo — mais fornecedores externos. Tornou-se imediatamente
claro que um telefone grande e pesado como a primeira oferta digital da
Nokia, que pesava 300 gramas, nunca venderia no Japão, onde já estavam
disponíveis telefones análogos com metade do tamanho. Então, tornar o
telefone mais pequeno foi o primeiro grande desafio. Depois veio a
aparência. Frank Nuovo, um designer de Los Angeles que trabalhava para a
Nokia desde 1989, sugeriu a forma suave e redonda que é hoje a imagem
de marca da Nokia.
Os primeiros telefones foram expedidos em finais de 1993. A série 2100,
como foi chamado, foi o produto que representou o ponto de viragem para
a Nokia. O objectivo era vender 400 mil; a Nokia vendeu 20 milhões. A
maioria eram telefones GSM. A Nokia ainda mal deixou marcas no mercado
japonês, embora tenha conseguido mais do que qualquer outro fabricante
não japonês; nos Estados Unidos o sistema digital chegou tão lentamente
que, quando pegou, a Nokia já avançara para novos modelos. Mas, ao
aprender com o mercado japonês (e com o norte-americano, onde os
preços são mais baixos), a Nokia criou telefones melhores. E, além disso,
com o GSM europeu a dominar todos os mercados, excepto as Américas e o
Japão, era ali que estava o dinheiro. Com o sucesso da série 2100, os
resultados operacionais da Nokia passaram dos prejuízos, em 1991, para
mil milhões em 1995 (quase quatro mil milhões em 1999).

O Nokia WayNão é de surpreender que Ollila, graças ao seu passado não


técnico, pareça agnóstico relativamente às tecnologias que a Nokia utiliza. E
enquanto outros na equipa são perfeitamente capazes de debater os
méritos do WCDMA, do GPRS, do HSCSD ou de qualquer outro acrónimo
que lhes atirar à cara, eles também se retraem normalmente, deixando os
específicos para os outros. «O objectivo é ter sempre decisões tomadas por
pessoas que têm o melhor conhecimento», diz Alahuhta.
O resultado é uma das menos hierárquicas grandes empresas da terra, um
local onde a questão de quem manda é, muitas vezes, ambígua. As
vantagens deste tipo de gestão são óbvias — encoraja a criatividade, o
espírito empreendedor e a responsabilidade pessoal. Mas como é que a
Nokia evita o caos?

Uma resposta é a responsabilidade financeira. A regra é que, se as receitas


de uma linha de negócios não estão a crescer 25% ao ano e não parece
haver sinais de se alcançar esse crescimento num futuro próximo, a Nokia
larga.
96
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Terceira Geração E UMTS

Outra é que há algumas pessoas na organização cuja missão é manter a


ordem. Algumas são óbvias, como o director financeiro Kallasvuo.

Depois há Korhonen, agora vice-presidente sénior de operações, logística e


sourcing, cuja função é evitar que a independência e a criatividade das
fábricas da Nokia por todo o mundo não se descontrolem. E há o «designer-
chefe», Nuovo, que entrou para os quadros da Nokia em 1995. As ideias de
design borbulham em todo o lado; ele é apenas o «porteiro».

Finalmente, um aspecto crucial de manter a Nokia no caminho certo é algo


que, à primeira vista, parece um pouco duvidoso: uma série de reuniões
planeadas chamadas «Nokia Way». O processo começa com encontros em
toda a parte do mundo para fazer um brainstorming acerca de quais devem
ser as prioridades da Nokia, depois chega aos executivos de topo, que
convertem a discussão numa visão estratégica para a empresa, o que
depois se infiltra nas camadas inferiores, através de apresentações em
PowerPoint.

Tudo isto parece ser uma insuportável perda de tempo, se não fosse pelo
seguinte: só aparece nos slides de PowerPoint o que é realmente
importante. Se você é empregado da Nokia e trabalha num projecto que
não é mencionado, está na altura de encontrar outra coisa para fazer.
Quem me falou disto foi Ilkka Raiskinen, um vice-presidente a trabalhar no
projecto de «convergência digital» — a presumida convergência de
telemóveis, computadores e televisão em algum tipo de aparelho de
informação. Raiskinen está convencido de que as pessoas da Nokia não
aturariam o Nokia Way se ele não fornecesse informação importante.
A maior parte da discussão do Nokia Way é para consumo interno. Mas, de
tempos a tempos, a empresa surge com uma nova mantra pública em
sintonia com a de 1992, «orientada para as telecomunicações, focada,
global e de valor acrescentado». Em 1996, a Nokia redefiniu o seu objectivo
como «a liderança nos mais atractivos segmentos das telecomunicações
globais». O ano passado ele passou a ser «um papel de liderança,
reconhecido pela marca, na criação da sociedade de informação móvel». De
novo estes slogans têm algum significado. Espalhadas pelo mundo, equipas
de «Nokianos» estão a trabalhar em projectos que pretendem «levar a
Internet para o bolso de todas as pessoas», como Ollila gosta de dizer.

O futuroEm 1992, quando Ollila e a sua equipa começaram a reinventar o


profundamente problemático conglomerado que haviam herdado, o
desespero forçou-os a focarem-se de uma maneira que os seus
concorrentes nunca haviam feito. Do lado dos telefones, eles apostaram no
branding e no design numa altura em que os rivais colocavam toda a
energia em tornar as coisas mais pequenas. No negócio das redes móveis, a
Nokia aliou-se, no início da década de 90, a operadores emergentes como a
Orange, no Reino Unido, e a E-Plus, na Alemanha, e roubou negócio a
operadores de telecomunicações tradicionais.
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Terceira Geração E UMTS

Oito anos depois, a Nokia é uma empresa grande e sólida, desempenhando


um papel de líder no negócio da Internet móvel. Mas não é a única. A
Motorola e a Ericsson também estão atentas. A Samsung, da Coreia do Sul,
emergiu como um competidor formidável no negócio dos telefones e uma
grande quantidade de empresas norte--americanas, como a Palm, a
Microsoft e a Phone.com, querem um pedaço da acção da Internet e têm
grandes probabilidades de o conseguir.
Estas não são necessariamente más notícias para a Nokia — quanto mais
tempo e dinheiro outras empresas dedicarem à promoção e
desenvolvimento de novos produtos para o que a Nokia chama «sociedade
de informação móvel», maior será o mercado, do qual a Nokia espera obter
uma fatia.

Mas existem riscos. Um é que a Nokia pode estar a apostar na tecnologia


errada. O outro risco é ainda maior: perder o código secreto. Para alcançar
o objectivo de trazer a Internet para os nossos bolsos, a Nokia está a
disparar em muitas direcções. Não está apenas a fazer telefones WAP, que
podem navegar numa versão mais limitada da Internet; está também a
criar os servidores WAP, que vão alimentar essa Internet resumida. Está a
construir conexões de Internet sem fio para carros; a desenvolver produtos
para o Bluetooth, um novo standard para ligações de banda larga a partir
de casa ou de escritórios; e a trabalhar em videofones sem fio e em muitas
outras coisas fantásticas. É entusiasmante, mas são muitos negócios para
uma empresa que sempre lutou por simplificar as coisas. Entrar nestas
áreas também significou comprar uma mão-cheia de start-up,
maioritariamente nos Estados Unidos, e recrutar muitas pessoas. E isso
tornará mais difícil preservar a sua mistura única de liberdade individual e
foco empresarial.

Hoje, mais de metade dos seus empregados estão fora da Finlândia. E


enquanto a maioria das operações espalhadas pelo mundo ainda têm
finlandeses em cargos de liderança, as posições-
-chave vão cada vez mais para pessoas que não cresceram numa sauna.
Kent Elliot, o americano que preside à nova divisão Nokia Internet
Communications, encara a questão da seguinte forma: «A Nokia está na
posição única de ter um grupo de gestores que trabalham juntos há muitos
anos — e agora têm muitas pessoas vindas de fora que podem fazer
estremecer as coisas.» Desde que o façam sem estragarem o código
secreto.

O Dream Team

Muitas pessoas apontam ollila como o segredo da nokia. E não admira.


Além do desempenho da empresa, o CEO, de 49 anos, tornou-se um herói
para os investidores e jornalistas de negócios. Mas na Nokia quase todas as
tarefas, qualquer que seja a sua importância, são atribuídas a uma equipa,
e gerir a empresa não é excepção. O Dream Team, que acompanha Ollila
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Companhia Própria – Formação & Consultoria Lda.
Terceira Geração E UMTS

em todas as acções da Nokia, já estava na empresa quando ele saltou a


bordo, em 1985, como vice-presidente das operações internacionais.

Pekka Ala-Pietelä, que se juntou ao departamento de informática em 1982,


era chefe de desenvolvimento de negócios para os telemóveis. Matti
Alahuhta, que começou como engenheiro de investigação e
desenvolvimento na Nokia Electronics em 1975, geria parte dos negócios de
redes de telecomunicações da Nokia. Sari Baldauf, uma académica que
entrou em 1983 para um projecto de três anos, era presidente dos sistemas
móveis. Olli Pekka Kallasvuo, que foi recrutado como advogado em 1980,
era o número dois de Ollila nas finanças. Embora pareçam ser demasiados
finlandeses para um parágrafo, eles são importantes: Ala-Pietelä é hoje o
presidente da Nokia, Alahuhta lidera os telemóveis, Baldauf gere os
negócios de equipamento de redes e Kallasvuo é director financeiro.

Os cinco trabalham juntos há tanto tempo que conseguem conversar num


género de código. Eles são vistos na Nokia como uma unidade inseparável.
Na empresa, nunca se ouve muito «Jorma isto, ou Jorma aquilo». É sempre
Matti e Sari e Pekka e Olli-Pekka e Jorma, ou alguma combinação do tipo.

Da serração à tecnologia sem fios

A nokia foi buscar o nome a uma fábrica de serração construída na margem


do rio Nokia, em 1865. Mas os negócios actuais emergiram de algo
chamado Finnish Cable Works, que se juntou com a Finnish Rubber Works e
à empresa de produtos florestais da Nokia em 1967.
O sistema celular nórdico, que iniciou as suas operações em 1981, não foi o
primeiro do mundo, mas, com a sua excelente cobertura, os seus preços
comparativamente baixos e a sua característica única de roaming
internacional, rapidamente se tornou a mais utilizada mundialmente. Os
seus padrões técnicos foram mais tarde adoptados noutros países. Como
resultado, a Ericsson, levou vantagem no negócio de fornecer equipamento
para o sistema celular, que nunca abandonou. E a Nokia, que criou um dos
primeiros telefones para o sistema, entrou para o piso térreo da indústria de
telemóveis.
Kari Kairamo, que se tornou CEO em 1977, veio do lado dos produtos
florestais da empresa, mas via o futuro da Nokia na tecnologia. E como os
executivos que lidavam com papel, borracha e cabo não faziam a menor
ideia de como começar tais negócios, Kairamo voltou-se para os jovens
engenheiros do departamento de electrónica e para alguns recrutas de fora.
Foi assim que Jorma Ollila trocou o Citibank, em 1985. Apenas um ano
depois, ascendia a director financeiro. Mas estavam-lhe reservados
momentos difíceis, com o suicídio de carismático Kairamo, em 1988. Esta
tragédia foi a mola do turnaround que transformou a Nokia na líder mundial
no fabrico de telemóveis.

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Terceira Geração E UMTS

O SUCESSO DO SMS ENTRE OS JOVENS

Artigo 1

Mais do que uma funcionalidade o SMS é actualmente o modelo de negócio


que conhece maior dinamismo dentro do sector das comunicações móveis
sem fios.

Abreviatura da expressão inglesa "Short Message Service", o SMS


restringia-se originalmente à possibilidade de enviar através das redes GSM
mensagens de texto com, por norma, até 160 caracteres de extensão.

O serviço popularizou-se predominantemente na Europa. O incremento no


seu uso foi exponencial sendo estimado o número de envio mensal de SMS
a nível mundial na cifra de 30 biliões no início de 2002 existindo estimativas
de que este valor ascenda a 70 biliões num prazo de 4 anos.

Do simples envio de texto e da funcionalidade de alerta para a existência de


mensagens de voz – e de sistema complementar de apoio ao cliente com o
envio dos valores relativos à facturação etc. – o SMS evolui
progressivamente, a capricho dos fabricantes, para a possibilidade de envio
de logótipos, imagens e, nomeadamente, com grande sucesso, de melodias.

O Telemoveis.com deu recentemente um excelente exemplo deste tipo de


aplicação através da sua renovada secção Mobile Fun onde os utilizadores
portugueses têm oportunidade de escolher um conjunto de serviços
agrupados em quatro categorias - Logos, Melodias, Logoeditor e Fotomóvel
- que permitem justamente usufruir ao máximo das possibilidades de
personalização dos terminais móveis. Disponíveis para as várias redes
nacionais e modelos de telemóvel, os serviços tiram pleno partido das
potencialidades do SMS e, brevemente, também do EMS e do MMS.

De facto, da mesma forma que a chegada do SMS eclipsou os serviços de


paging é de esperar que a chegada da terceira geração móvel e a evolução
do conceito para o EMS (Enhanced Messaging Service) e deste para o MMS
(Multimedia Messaging Service) abram novas perspectivas de utilização e
exploração comercial de novos serviços.

Artigo 2

Os britânicos começaram a explorar o mercado da publicidade por via


Multimedia Message Service (MMS). Os operadores esperam que o sucesso
deste novo formato publicitário seja superior aos Short Message Services
(SMS).

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Terceira Geração E UMTS

O operador de telefonia móvel britânico 02, filial da British Telecom, acaba


de lançar-se na publicidade por via Multimedia Message Service (MMS).

Com o MMS que permite ao anunciante integrar na mensagem publicitária,


além de texto, também imagens, música, cor e animações, a britânica O2
espera convencer as marcas da existência de um mercado publicitário para
os telemóveis, já que o sucesso da publicidade por via SMS ficou longe do
esperado.

Para já e ainda numa fase experimental, a operadora britânica conseguiu a


adesão de três anunciantes para as diversas campanhas a serem difundidas
nas próximas semanas: a Coca-Cola, a Cadbury e a First Direct.

Os principais obstáculos ao sucesso deste tipo de publicidade são


semelhantes aos por via SMS: os consumidores têm uma relação afectiva
com o seu aparelho e consideram intrusiva toda a publicidade enviada para
telemóvel. Por essa razão, a filial da British Telecom vai integrar na primeira
fase apenas utilizadores voluntários de telemóveis de última geração.

Os estudos revelam que os consumidores estão ainda pouco familiarizados


com o MMS, em particular a faixa entre os 25 e 34 anos e a seguinte. Se a
criatividade e a riqueza das imagens e sons disponibilizadas pelo MMS são
qualidades apelativas para os jovens europeus dos 15 aos 24 anos, a faixa
dos 25 aos 34 anos, mais atenta à informação, prefere mensagens
pertinentes. Estas são as principais conclusões de um inquérito efectuado
em Setembro de 2002 pela Jupiter Research a 4180 proprietários de
telemóvel em cinco países europeus.

De acordo com o estudo da Jupiter, os europeus querem sobretudo


encontrar mensagens comerciais por via MMS com informação pertinente.
Um desejo demasiado genérico que significa simplesmente que seja qual for
o meio e o formato utilizado pelos anunciantes, o importante para reter a
atenção dos consumidores é fornecer conteúdos concisos e úteis.

Os resultados globais são diferentes para as faixas etárias entre os 15 e os


24 anos. Este grupo tem uma percepção mais positiva da comunicação MMS
do que a geração anterior. Mais de três quartos de entre eles, consideram
todos os tipos de MMS muito atractivos, com destaque para as animações e
sons que recolheram 28 e 25 por cento das respostas. A informação e as
promoções interessam também uma percentagem significativa. Para o
grupo entre os 25 e 34 anos, a informação é o conteúdo mais apelativo,
mas uma grande percentagem (46%) considera que nenhum tipo de
mensagem é susceptível de reter a sua atenção.

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Terceira Geração E UMTS

Tipos de publicidade e conteúdos MMS susceptíveis de reter atenção dos detentores


europeus de telemóveis por grupos etários
% de detentores entre 15 e % de detentores entre os 25
Critérios
24 anos e 34 anos
Animações 28% 10%
Som 25% 12%
Passatempos 19% 10%
Informação 18% 21%
Promoções 15% 10%
Jogos 11% 4%
Lotarias 6% 3%
Nenhum 24% 46%
Fonte: Jupiter Research Setembro de 2002

Os resultados explicam-se pelo facto desta faixa etária estar quase cinco
vezes mais exposta à publicidade SMS do que as pessoas entre os 25 e 34
anos. A sua familiaridade com a primeira geração de marketing móvel faz
deles uma população particularmente receptiva ao marketing de segunda
geração.

Estes primeiros resultados confirmam para já que a publicidade MMS é


ainda um recurso experimental. A Jupiter Research estima que só em 2005
os responsáveis poderão utilizar em pleno as capacidades desta nova
tecnologia. A partir desta data, os utilizadores activos de MMS ultrapassarão
10% do total dos detentores de telemóveis.

Segundo a Frost & Sullivan, o MMS rendeu 68 milhões de dólares em 2002


e evoluirá para os 26,9 mil milhões de dólares em 2006, mas para atingir
este valor é necessário vencer os obstáculos tecnológicos estruturais ainda
existentes, nomeadamente, a ausência de interoperabilidade. Em alguns
países os utilizadores ainda só podem enviar MMS entre o mesmo operador.

De acordo com os analistas da empresa britânica Ovum, o mercado mundial


do MMS poderá atingir os 70 mil milhões de dólares em 2007, dos quais 29
mil milhões serão captados pelos operadores europeus. A exploração de um
novo segmento do mercado publicitário dependerá assim do crescimento do
MMS e do desenvolvimento do mercado da Internet móvel e nomeadamente
do GPRS (General Packed Radio Services). O IDATE estima que 8 milhões
de europeus deverão ser assinantes dos serviços Internet móvel no fim
deste ano.

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Introdução ao e-learning

FMD_i.p65 104 15-01-2004, 10:49


Terceira Geração E UMTS

6. Actividades
Actividade 1

Duração da actividade 20 minutos,

Utilizando os formandos em sala divididos em quatro grupos formando dois


subgrupos, estes deverão tentar efectuar a sequência de procedimentos
necessários para o estabelecimento de uma chamada de voz na rede GSM.

Os subgrupos deverão organizar-se do seguinte modo:

2 Subgrupos Simulam um terminal Móvel

2 Subgrupos simulam uma infraestrutura

Cada um dos subgrupos Terminal trabalha com um subgrupo Infraestrutura


e transmite-lhe em folhas A4 as instruções uma a uma, ao que o subgrupo
Infraestrutura responde com a resposta adequada ou com uma folha
negando o acesso. Se o subgrupo Infraestrutura se equivocar na resposta
recebe uma folha com uma interrogação.

Os subgrupos devem trocar de Grupo e de Função (terminal, infraestrutura)

Pretende-se chegar ao fim da actividade com o mínimo de folhas com


respostas negando o acesso ou interrogações.

Actividade 2

Duração da actividade 30 minutos,

Utilizando todos os formandos do grupo e atribuindo a cada um deles a


função de Celula GSM ou Infrestrutura UMTS simular o handover entre
diferentes celulas entre diferentes estruturas e se o numero de formandos o
permitir, roaming e routing.

O formador acompanha o processo indicando a cada formando a actividade


que vai desempenhar com o seguinte de forma aleatória. O resto do grupo
pode ajudar/comentar a prestação dos colegas actuantes enquanto estes
“desenrolam” os passos necessários.

Pretende-se assim clarificar o processo de handover e reforçar as


competências dos formandos neste tema.
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Terceira Geração E UMTS

EXERCICIOS

Questionário sobre termos de comunicações moveis

Tempo: 1 hora

Valor de cada resposta 1.25 valores; total 20

0.25 para o significado do acrónimo, 1 valor para explicação.

Indique o significado dos seguintes acrónimos e descreva a sua função ou


definição ou enquadramento

1G

2,5G

2G

3G

3GPP

UMTS

Usenet

WAP

W-CDMA

Wireless Data Technology

Pull

Push

MMS

MP3

Multicasting

Roaming

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Terceira Geração E UMTS

Soluções

(Primeira geração móvel) – caracterizada pelos


1G
telefones celulares analógicos.

(Geração intermediária de telefonia móvel) -


2,5G é um termo genérico que abrange várias
tecnologias (GPRS, EDGE, entre outras). Estas
tecnologias realçam as capacidades de
2,5G
transmissão de dados da 2G. 2,5G tem como
principais características o facto de permitir
grandes velocidades na transmissão de dados,
para além de poder estar sempre ‘always-on’.

(Segunda geração de telefonia móvel) – É um


termo genérico que abrange uma série de
2G tecnologias (GSM, DCS1800, entre outras). Estas
tecnologias permitem a transmissão de voz e
dados através do espectro de rádio.

(Terceira Geração Móvel) – A Terceira Geração


Sem Fios designa um grupo de tecnologias sem
fios que passou das comunicações de circuitos
com comutadores para redes de banda larga
3G
sem fios, de alta velocidade e baseada em
pacotes. Esta foi precedida pela tecnologia de
comunicação de primeira geração, analógica, e
pela de segunda geração, digital.

(Third Generation Partnership Project) -


3GPP Protocolo definido para promover a aceitação
global das especificações técnicas da 3G.

(Universal Mobile Telephony System) -


Universalmente subscrito como o standard para
UMTS
a terceira geração, baseado no W-CDMA
(Wideband Code Division Multiple Access).

Quadro de mensagens baseado na Internet que


contém dezenas de milhar de grupos que
Usenet
partilham interesses comuns e que cobrem
qualquer tópico imaginável.

(Wireless Application Protocol/Protocolo de


WAP
aplicação sem fios) – Tecnologia que permite a
certos aparelhos móveis estabelecerem uma
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Companhia Própria – Formação & Consultoria Lda.
Terceira Geração E UMTS

ligação telefónica por marcação directa (dial-up)


à Internet.

(Wideband Code Division Multiple Access) – o


Wideband CDMA é uma tecnologia Wireless 3G
que permite altas velocidades e transmissão de
dados com qualidade a velocidades que rondam
os 2Mbps. Deriva do CDMA, mas o WCDMA
digitaliza e transmite dados móveis através de
W-CDMA
um grande conjunto de frequências. Requer uma
maior largura de banda que o CDMA mas oferece
uma transmissão muito mais rápida uma vez que
é optimizada dada a utilização de múltiplos sinais
Wireless (enquanto que o CDMA tem um único
sinal). O WCDMA compete com o CDMA2000.

Usa ondas de rádio de alta-frequência para


permitir que os utilizadores móveis enviem e
recebam dados numa Local Area Network (LAN)
Wireless
ou através de fax, e-mail ou Internet, quando
Data
estão fora do escritório principal. Os serviços
Technology
para transportar os dados sem fios incluem o
cellular Digital Packet Data, os sistemas de rádio
de pacotes e serviços de comunicações pessoais.

Puxar, o modelo tradicional de entrega da Web


Pull pelo qual o browser de um utilizador requer
informação antes do servidor a enviar.

Empurrar, o modelo de entrega da Web no qual


Push um servidor envia uma informação do utilizador
sem receber um pedido para ela.

(Multimedia Messaging Service) – Mensagens


que compreendem uma combinação de texto,
MMS
sons, imagens e vídeo através de dispositivos
com características MMS.

Formato de compressão áudio que permite aos


utilizadores carregar ficheiros de som, como
MP3
música, para os seus computadores em pouco
tempo sem ocupar todo o espaço no disco rígido.

A Emissão Múltipla refere-se à prática de enviar


Multicasting uma mensagem de um ponto na rede para
muitos pontos seleccionados simultaneamente
em vez de a enviar para um utilizador ou para

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Terceira Geração E UMTS

todos os utilizadores na rede.

O roaming ocorre quando os utilizadores de


sistemas celulares deixam de funcionar com o
seu operador habitual, passando o serviço a ser
Roaming
prestado por um outro operador. Habitualmente
acontece quando o utilizador transita de um país
para outro.

Exercício 2

Tempo: 2 Horas

Descreva com o máximo pormenor possível os seguintes procedimentos


enquadrados numa rede GSM

Cotação das questões 2 valores cada num total de 20 valores

Registo

Estabelecimento de chamadas

Autenticação

Encriptação

Encaminhamento

Resolução

Registo

Quando uma MS se liga vasculha todos os canais dentro da banda do GSM,


de forma a detectar a existência de cobertura de rede. No caso detecção de
rede, lê a informação do sistema a partir do forward channel, na qual
constam identificador de célula (LAI), o MSRN e que lhe permitem conhecer
o posicionamento dentro da rede. No caso da localização actual não
coincidir com a guardada na última vez que esteve ligada, corre o
procedimento de registo exemplificado a seguir:

1. MS solicita canal à rede

2. Canal atribuído via interface UM. BSC activa canal na BTS e BTS e solicita
confirmação de atribuição de canal.

3. MS informa BTS que pretende executar actualização de localização. BTS


passa pedido a BSC e esta informa (G)MSC.

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Notar que é realizada em primeiro lugar a autenticação da MS.

4. Se for válida a autenticação o (G)MSC atribui um TMSI à MS, o canal é


atribuído pela BSC via BTS.

Estabelecimento de chamadas

O estabelecimento de chamadas só é possível após a autenticação e


actualização de localização. Dois procedimentos distintos:

MMTS (Mobile Terminated Call)

MTS (Mobile Terminated Call)

Para realização do procedimento MOC, são necessários os seguintes passos:

1. MS solicita ao MSC atribuição de um canal com uma mensagem de setup,


onde constam os identificadores TMSI e LAI.

2. MSC informa VLR que MS com TMSI na área identificada por LAI solicitou
uma chamada.

3. Autenticação da MS.

4. Inicio de criptografia dos dados

5. BTS informa MS para criptografar dados. Somente BTS e MS conhecem a


criptografia usada.

6. Envio pela MS de mensagem de setup com número que se pretende ligar.

7. A BSC atribui o canal para transferência de dados ao MS via BTS

8. Em caso e sucesso, a MS informa BTS

N o caso do MTS, são necessários os seguintes passos:

1. Chamada é encaminhada para entidade capaz de interrogar a HLR sobre


localização da MS. Normalmente pode ser encaminhada para a GMSC da
PLNM à qual a MS pertence.

2. A HLR envia para a GMSC o MSRN

3. A GMSC reenvia a informação para a MSC correspondente. Dependendo


do método de obtenção do MSRN, a HLR pode fornecer o MSRN ou solicitar
ao VLR.

4. O MSC envia a localização exacta na sua área na mensagem “Send


information for setup”. Uma vez que o LA pode abranger várias células, é

108
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difundido pelo VLR via MSC/BSS, no canal de paging uma mensagem para a
MS

5. MS responde o que permite determinar o seu TMSI (célula em que se


encontra de momento)

6. VLR fornece os dados ao MSC para autenticação do MS

7. Inicialização da criptografia de dados.

8. Estabelecimento da ligação BSS/MS 9. Envio de setup com pedido de


chamada a MS.

Autenticação Baseada no algoritmo A3, que utiliza dois parâmetros:

Ki – Chave de autenticação presente no cartão SIM

Rand – valor gerado aleatoriamente passado pela BTS à MS

O valor gerado SRES, na MS é enviado para o centro de autenticação que


compara com o valor gerado localmente. Para esse efeito o centro de
autenticação utiliza os valores de Rand e SRES presentes na HLR e VLR.
Estes são recebidos da VLR, após o MSC enviar o comando Start Criphering.
Após uma autenticação com sucesso, é atribuído um MSRN que
conjuntamente com o LAI é armazenado na HLR e é atribuído um TMSI.

Encriptação Como o GSM é um sistema digital, a transferência de dados


realiza-se através de fluxos de bits, o que permite baralhar os bits enviados
segundo um algoritmo pré-definido. Garante-se assim uma maior segurança
das comunicações entre MS de BTS, já que escutas dos canais resultantes
de intrusões na rede não tornam-se infrutíferas. O algoritmo usado é
conhecido pela MS e BTS. Existem dois algoritmos A5/1 e A5/2, sendo o
último usado para exportação para países fora do bloco ocidental (não
pertencentes a CEE e América do Norte).

Necessitam de uma chave Kc, gerada aleatoriamente com base no


algoritmo A8 presente no cartão SIM, e um parâmetro pré-definido Ki . A
chave é comum aos processos de baralhamento e desbaralhamento
executados na MS e BTS.

Encaminhamento No estabelecimento de uma chamada, o número


indicado no MSISDN, não contem informação referente à localização da MS
que se pretende chamar. Para efeitos de estabelecimento de uma
comunicação é necessário conhecer a MSC que está a servir a MS que se
pretende contactar e a localização da MS. Logo o MSRN tem de ser
conhecido e que é atribuído pelo VLR corrente. Quando chega uma chamada
ao GMSC, o HLR é a única entidade que contem essa informação, daí a
109
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necessidade de o interrogar na inicialização de cada MS. A sequencia usual


de operações consiste em:

1. Um comutador RDIS reconhece a partir do identificador MSISDN, o tipo


de utilizador em presença (Móvel ou fixo), pelo que pode encaminhar,
usando os campos CC e NDC, a chamada para o GMSC associado ao PLNM
onde o subscritor se encontra.

2. O GMSC solicita o endereço de encaminhamento actual (MSRN) ao HLR,


usando o MAP (Mobile Application Part).

3. O MSRN é enviado para a MSC local, que por sua vez define o TMSI do
subscritor e inicializa o procedimento de paging na área em que é
responsável.

4. A MS responde à chamada paging.

5. É iniciado o procedimento de estabelecimento de chamada.

Quanto ao MSRN existem duas variantes na sua obtenção:

Na actualização local – Nesta variante o MSRN é atribuído em cada


actualização da sua localização, pelo que o HLR tem a informação
actualizada para fornecimento ao MSC.

Com base em chamada – Nesta situação somente quando é solicitada


informação de encaminhamento ao HLR, é que este pede o MSRN ao VLR.

Consoante o tipo de chamada existem três variantes de encaminhamento.


Assim consideram-se dois tipos de ligação:

Chamada local no mesmo país – A partir do campo NDC do MSISDN o


comutador local reconhece que se trata de uma MS. Quando o comutador
local pode interrogar o HLR responsável pelo MSISDN, a ligação pode ser
estabelecida via rede fixa até ao MSC correspondente. No caso do
comutador não ser capaz de interrogar a HLR, a ligação é redireccionada
para a GMSC, sendo da responsabilidade da GMSC a ligação ao MSC
correcto (Notar que a GMSC neste caso obtém a informação da HLR).

Chamada internacional – Neste caso a rede fixa reconhece somente o


campo CC, pelo que encaminha para o ISC (International Switching Center).
O ISC reconhece o NDC e efectua o encaminhamento de acordo com a
informação lida. Novamente o ISC pode aceder ao HLR ou não. Em caso
afirmativo pode encaminhar via rede fixa a chamada para o MSC adequado.
Caso contrário repete-se o processo descrito nas chamadas locais. Neste
caso estão presentes três redes distintas: Rede do país de origem da
chamada PLNM do subscritor ou Home-PLNM PLNM de roaming ou Visited-
PLNM.

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7. Bibliografia e
textos de apoio
Analysys , Beyond the Internet: Restructuring the Communications Market;
Analysys Strategic Alliances Between Telecom Operators;
CTR Telecommunications: Today’s Ten Most Critical Telecommunications
Technologies with a Focus on the Internet
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BJERRE, A.; OLESEN, A.; SVENDSEN, S. - From Business 2 Business To
Business 2 Society , http://.cifs.dk/artikler/abj_a01u.htm
PONTIN, J. - Ten Trends 2000, Redherring.com
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International Perspective Common Construction or Regional Rivalry,
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http://www.thebanker.com/artapr00.htm, 01
LANGLEY, P.; SABERT, H.; TIMONMI, P. - Going Mobile, The McKinsey
Quarterly,
DAUGHERTY, W.; EUGSTER, C.; ROCHE, P.; STOVALL, T. - Information
Unleashed: The coming of wireless data, The McKinsey Quarterly,
Datamonitor , The race for mCommerce: Shifting paradigms in the world of
mobile commerce strategy,
HBSC. The Internet, Web wonders:the economic impact of the Internet,
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http://www.gsmdata.com/artblue.htm
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and Computing (1998), http://www.gsmdata.com/artblue.htm
Paulo Soeiro de Carvalho - OPERADORES DE TELECOMUNICAÇÕES NA
EUROPA.
INTERNACIONALIZAÇÃO E CRISES
Paulo Soeiro de Carvalho - M-COMMERCE - TELEFONIA MÓVEL, INTERNET E
COMÉRCIO ELECTRÓNICO
Executive Digest – Artigos vários
Semana Informática – Artigos Vários
APDC - revista Comunicações Nº142 – Junho
AMS - Estudo “Delivering Mobile Data: Challenges for European Operators
and Content Providers” em www.ams.com/mobilestudy .
ZUE, V. - Talking with Your Computer, Scientific American, August
DERTOUZOS, M. - The Future of Computing, Scientific American, August
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CALLAHAN, C.; PASTERNACK, B. - Corporate Strategy in the Digital Age
http://www.strategy-business.com/research/99202/page1.html
TAPSCOTT, D.; TICOLL, D.; LOWY, ª - E-business Communities: the new
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TICOLL, D.; TAPSCOTT, D. - A Strategy for eCommerce Transformation
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<http://www.3gpp.org/specs/releasescontents.
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3GPP: TS 23.002 Network Architecture, Release 1999, V3.6.0 2002-09
3GPP: TS 23.002 Network Architecture, Release 4, V4.6.0 2002-12
3GPP: TS 23.002 Network Architecture, Release 5, V5.6.0 2002-12
3GPP: TS 23.228 IP Multimedia Subsystem (IMS), Stage 2, Release 5,
V5.7.0, 2002-12
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8. Bibliografia
aconselhada
TAURION, Cezar. Internet Móvel. Tecnologias, Aplicações e Modelos. Rio de
Janeiro: Campus, 2002.
SHARMA, Chetan. Aplicações Comerciais da Internet sem Fio. São Paulo:
Makron Books, 2001.
E-Commerce: business, technology, society - Kenneth C. Laudon, New York
University Carol G. Traver, Azimuth Interactive
The University of California, E-conomy Project, E-Commerce: Implications
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BAR, F.; COHEN, S.; COWEY, P.; DELONG, B.; KLEEMAN, M.; ZYSMAN, J. -
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Net Gain: Expanding Markets Through Virtual Communities - John Hagel,
Arthur G. Armstrong - Harvard Business School Press

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Introdução ao e-learning

FMD_i.p65 104 15-01-2004, 10:49


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9. Contactos úteis
Nokia, http://www.nokia.com
Nokia. , Nokia Wireless LAN Products, Nokia Wireless Business
Communications
Nokia. , Empowering the Mobile Professional, A White Paper,
3GPP: 3GPP Specifications - Release contents and functionality, 2002-10-01
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http://www.nokia.com
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http://www.nokia.com/3g/acronyms/0,7076,,00.html
Financial Times, http://www.ft.com
Economist , http://www.economist.com
http://www.anacom.pt
http://www.umts-forum.com
http://www.etsi.org
http://webapp.etsi.org/key/key.asp?full_list=y

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