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Industrial
Curitiba-PR
2018
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Você faz parte de uma rede nacional de ensino que, por sua vez, constitui uma das ações
do Pronatec - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. O Pronatec,
instituído pela Lei nº 12.513/2011, tem como objetivo principal expandir, interiorizar e
democratizar a oferta de cursos de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) para a po-
pulação brasileira, propiciando um caminho de acesso mais rápido ao emprego.
É neste âmbito que as ações da Rede e-Tec Brasil promovem a parceria entre a Secretaria de
Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) e as instâncias promotoras de ensino técnico
como os Institutos Federais, as Secretarias de Educação dos Estados, as Universidades, as
Escolas e Colégios Tecnológicos e o Sistema S.
A Rede e-Tec Brasil leva diversos cursos técnicos a todas as regiões do país, incentivando
os estudantes a concluir o Ensino Médio e realizar uma formação e atualização contínuas.
Os cursos são ofertados pelas instituições de educação profissional e o atendimento ao
estudante é realizado tanto nas sedes das instituições quanto em suas unidades remotas,
os polos.
Ministério da Educação
Março de 2016
Nosso contato
etecbrasil@mec.gov.br
Indicação de ícones
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linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual.
Fique atento!
Indica o ponto de maior relevância no texto.
Pesquise!
Orienta ao estudante que desenvolva atividades de pesquisa,
que complementem seus estudos em diferentes mídias: vídeos,
filmes, jornais, livros e outras.
Glossário
Indica a definição de um termo, palavra ou expressão utilizada
no texto.
Você sabia?
Oferece novas informações que enriquecem o assunto ou
“curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao tema
estudado.
Pratique!
Apresenta atividades em diferentes níveis de aprendizagem para
que o estudante possa realizá-las e conferir o seu domínio do
tema estudado.
Design do componente
Unidade
1
13 O ambiente industrial
14 Tipos de indústrias
16 Arranjo físico
17 Arranjo físico segundo a NR-12
2
e movimentação de materiais
Prevenção de riscos no transporte de materiais 22
Pontes rolantes 24
Normas de segurança para operadores de guindastes e pon- 25
tes rolantes
Empilhadeiras 26
NR-11 – transporte, movimentação, armazenagem e manu- 28
seio de materiais
Unidade
33 Manutenção de máquinas e equipamentos
3
34 Manutenção industrial
35 Manutenção corretiva planejada x corretiva não planejada
36 Manutenção preventiva
36 Manutenção preditiva
37 Manutenção detectiva
38 Manutenção de equipamentos e sua relação com a segurança
4
fontes de energia
Afinal, o que é bloqueio? 42
Dispositivos de bloqueio 43
Etiquetagem 45
Bloqueio de equipamentos elétricos 46
5
52 Ponto de operação
53 Partes móveis auxiliares
54 Riscos relacionados a movimentos rotativos
54 Riscos relacionados a movimentos retilíneos
54 Riscos relacionados a movimentos radiais
Sistemas e dispositivos de segurança e 57
proteção para máquinas e equipamentos
Proteções fixas 58
Proteções móveis 59 Unidade
Comando bimanual 60
6
Sensores de segurança 61
Barreira e cortinas ópticas 62
Tapete de segurança 63
Scanner a laser 63
Interface de segurança 64
7
68 Riscos de acidentes associados à indústria de panificação
69 Recomendações de segurança nas áreas de produção
69 Amassadeira
71 Cilindro de panificação
73 Fatiadora de pães
9
96 Fresas
97 Furadeiras
100 Mandriladoras
100 Usinagem por abrasão
103 Serras
104 Centros de usinagem
105 Máquinas convencionais e CNC
106 Segurança em máquinas CNC
Unidade
Caldeiras e vasos de pressão 109
10
Classificação das caldeiras 110
Caldeiras flamotubulares 110
Caldeiras aquatubulares 111
Fatores de riscos na utilização e caldeiras 112
NR-13 114
Palavra do autor
O objetivo deste livro é contribuir para a formação de profissionais que, por meio do
ensino técnico, buscam engajar-se num mercado cada vez mais competitivo e que requi-
sita aqueles que se destacam não só pelo conhecimento adquirido, mas também pelas
atitudes proativas e inovadoras, buscando sempre a excelência em todas as atividades.
No sentido de atender a esses estudantes e futuros profissionais, este livro traz uma abor-
dagem textual que pode e deve ser complementada por conteúdos interativos, exercícios
e textos em destaque.
Dessa forma, este livro não tem a intenção de ser a única fonte de conhecimento ao
estudante, mas deve ser o ponto de partida para a busca de uma parcela de conheci-
mento que pode ser complementada em outros materiais bibliográficos indicados, links
na internet e até onde a necessidade do estudante o levar.
Esse é um tema muito abrangente, pois existe atualmente uma infinidade de tipos de
indústrias, cada qual com suas particularidades. Para abranger a maior parte do que o
futuro profissional irá encontrar nessas indústrias, o conteúdo foi organizado em dez
seções ou unidades, de modo que se vai avançando no conhecimento.
Vale ressaltar que todo o conteúdo não perde de vista as recomendações de segurança
das NRs – Normas Regulamentadoras e algumas outras normas que são específicas para
determinados equipamentos.
Também são sugeridos alguns vídeos e outros links nos quais pode-se complementar os
estudos de uma forma atual e atrativa.
O autor
Unidade
1 O ambiente industrial
Tipos de indústrias
O setor industrial, como conhecemos hoje, passou por uma intensa transformação desde
a Primeira Revolução Industrial, que ocorreu predominantemente na Inglaterra do século
XVIII. A Revolução Industrial foi um marco de passagem de atividades, antes artesanais
para uma nova forma de produção, em ambientes industriais.
A Primeira Revolução Industrial foi marcada pela utilização da máquina a vapor, o tear
mecânico e a utilização do ferro e carvão.
A partir de meados do século XIX, a Segunda Revolução Industrial expandiu-se pela Eu-
ropa, em países como França, Alemanha, Bélgica, Itália e Holanda, e foi marcada pela
evolução no uso da energia e dos materiais, quando passou-se a utilizar a eletricidade,
o petróleo e o aço.
Hoje, diversos autores citam várias formas nas quais pode-se classificar as indústrias, mas
de forma generalista, tais como:
São aquelas que produzem máquinas, ferramentas, peças, componentes para outras
indústrias.
Os bens de consumo podem ser duráveis ou não duráveis. Assim, a mesma classifica-
ção se aplica às indústrias de bens de consumo.
As indústrias de bens de consumo não duráveis têm como alguns exemplos a indús-
tria de alimentos, remédios, calçados, vestuário etc.
• Indústrias de manufatura: são aquelas compostas por máquinas e que têm a interven-
ção direta do homem como operador dessas máquinas, equipamentos ou fazendo
intervenções diretas no processo de produção. Na indústria de manufatura pode-se
paralisar o processo produtivo e reiniciá-lo em um próximo dia, sem prejuízo para a
qualidade do produto final. Exemplos: montadoras de veículos, indústrias mecânicas
em geral, montagem de eletrodomésticos etc.
Arranjo físico
De acordo com Campos, Tavares e Lima (2012), arranjo físico ou leiaute é a ciência que
procura reconhecer, avaliar e controlar os recursos de uma instalação, visando à combi-
nação ótima desses recursos, em outras palavras é a maneira de obter o relacionamento
mais eficiente e econômico entre homens, máquinas e equipamentos.
Para saber mais sobre a origem do Sistema Toyota de Produção, consulte o site: <https://www.youtube.com/
watch?v=SH8IItbvH_0>.
Olhando sob o ponto de vista da segurança do trabalho, o arranjo físico deve sempre
ser otimizado de forma a reduzir os acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, mas
para que isso seja efetivamente possível, é importante que os engenheiros de processo
tenham em mente a redução dos acidentes no momento em que planejam ou projetam
a linha de produção ou o leiaute do departamento em questão.
12.12 Nas máquinas móveis que possuem rodízios, pelo menos dois deles devem
possuir travas.
Conclusão
Cada tipo de indústria tem suas particularidades em diversos aspectos. Uma monta-
dora de automóveis é muito diferente de uma fábrica de papel ou de uma refinaria de
petróleo. Essa diferença interfere também no leiaute dos equipamentos, na forma do
operador interagir com esses equipamentos e nos riscos inerentes a esse ambiente. De
maneira geral, a NR-12 regulamenta que, independentemente do tipo de indústria, al-
gumas regras de organização devem ser atendidas de forma a tornar o ambiente menos
perigoso às pessoas.
2 Segurança no transporte
e movimentação de materiais
• Empilhadeiras;
• Guindastes;
• Pontes rolantes;
• Esteiras rolantes;
• Elevadores;
• Monta-cargas.
Muitos acidentes, como esmagamento por prensagem, fraturas e contusões, são danos
costumeiros ocasionados por atos e condições inseguras de trabalho, como elevação de
forma inadequada, transporte de cargas além do limite estabelecido e uso de equipa-
mentos impróprios (CAMPOS; TAVARES; LIMA, 2012).
• Todo equipamento deve mostrar em local bem visível qual a capacidade de carga
máxima;
O quadro 2.1 mostra alguns riscos e medidas de prevenção relacionadas a alguns apare-
lhos de elevação e transporte.
Nas pontes rolantes, além dos requisitos de manutenção mecânica já citados, não se
deve esquecer dos itens elétricos, tais como painel de força e comando, no qual estão os
dispositivos de acionamento e proteção dos motores elétricos de acionamento da ponte,
chaves de fim de curso e botões de acionamento.
• Não passar com a carga por cima de homens que se encontram no piso;
• Não permitir que o pessoal se faça transportar junto com as cargas ou nos ganchos;
• Não mover as máquinas após a remoção de carga, até que os cabos ou correntes
tenham sido retirados dos ganchos;
Acesse o site a seguir e leia um artigo que aborda os acidentes relacionados à movimentação e transporte de
cargas < https://www.editoraroncarati.com.br/v2/phocadownload/artigos_e_estudos/Acidentes_Causados_
Durante_a_Movimentacao_de_Cargas.pdf>.
Empilhadeiras
Empilhadeiras são equipamentos utilizados para movimentar e armazenar
cargas e materiais. Basicamente, existem vários tipos de empilhadeiras que
se diferenciam pela sua capacidade de transporte, sua altura máxima de elevação da
carga e seu modo de funcionamento (empilhadeiras à combustão interna, elétrica ou
manual).
Segundo Beltrami e Souza (2012), as empilhadeiras são projetadas com base no princí-
pio do equilíbrio, de forma que o peso da carga suportada nos seus garfos é equilibrado
pela própria estrutura do equipamento, que serve de contrapeso. Para que você possa
entender melhor, imagine uma gangorra conforme ilustra a figura 2.2.
O gráfico a seguir, da figura 2.4, mostra que para uma empilhadeira de 2.500 kg de ca-
pacidade nominal, com uma carga cujo centro está a 640 mm da face interna dos garfos,
terá capacidade de apenas 2200 kg. Veja:
CURVA DE CARGA
3.500
3.000
Capacidade (kg)
2.500
2.000
1.500
1.000
11.1.3.1. Especial atenção será dada aos cabos de aço, cordas, correntes, roldanas e
ganchos que deverão ser inspecionados, permanentemente, substituindo-se as suas
partes defeituosas.
11.1.5 Nos equipamentos de transporte, com força motriz própria, o operador deverá
receber um treinamento específico, dado pela empresa, que o habilitará nessa função.
11.1.6.1 O cartão terá validade de 1 (um) ano, salvo imprevisto e, para revalidação, o
empregado deverá passar por exame de saúde completo, por conta do empregador.
11.1.9 Nos locais fechados ou pouco ventilados, a emissão de gases tóxicos, por má-
quinas transportadoras, deverá ser controlada para evitar concentrações, no ambiente
de trabalho, acima dos limites permissíveis.
11.3.3. Material empilhado deverá ficar afastado das estruturas laterais do prédio a
uma distância de pelo menos 0,50m (cinquenta centímetros).
Para saber mais sobre a NR-11, assista ao vídeo em que são comentados alguns itens principais da NR-11:
<https://www.youtube.com/watch?v=MZRYBY0rcvc&t=15s>.
A área que faz a gestão desde a compra, a entrada de materiais, o armazenamento, o transporte e
a distribuição dos produtos, monitorando as operações e gerenciando informações, é a área de Logística.
Diversos cursos são ofertados nessa área, tanto de nível técnico quanto de nível superior.
Conclusão
A movimentação de materiais, equipamentos, ferramentas e similares faz parte da rotina
de trabalho na maioria dos ambientes industriais, comerciais e de serviços. É extrema-
mente importante estar atento aos riscos que envolvem essas atividades e também criar
procedimentos e regras de forma a padronizar a maneira com que essas atividades são
realizadas, reduzindo significativamente o risco de acidentes.
3 Manutenção de máquinas e
equipamentos
Manutenção industrial
Segundo Kardec e Nascif (2009), a missão da manutenção é garantir a confiabilidade e
a disponibilidade da função dos equipamentos e instalações de modo a atender a um
processo de produção ou de serviço com segurança, preservação do meio ambiente e
custos adequados.
• Corretiva planejada;
• Preventiva;
• Preditiva;
• Engenharia de manutenção.
Assistindo ao vídeo a seguir, você verá a importância da manutenção preventiva, acesse o site:
<https://www.youtube.com/watch?v=wErpNRD1LaY>.
Manutenção preditiva
• Medições de espessura.
Para saber mais sobre a Manutenção
Preditiva, assista ao vídeo:
• Detecção de defeitos em materiais metálicos.
<https://www.youtube.com/
watch?v=9q26qjQNTHs>.
• Análise de óleos lubrificantes.
Manutenção detectiva
Segundo Kardec e Nascif (2009), a manutenção detectiva começou a ser mencionada na
literatura a partir da década de 1990. Sua denominação detectiva está ligada à palavra
“detectar” – em inglês detective maintenance.
Desse modo, tarefas executadas para verificar se um sistema de proteção ainda está
funcionando representam a manutenção detectiva. Um exemplo simples e objetivo é o
botão de teste de lâmpadas de sinalização e alarme em painéis.
• Não atuação;
• Atuação indevida.
Assista o vídeo do link a seguir e veja como alguns erros de manutenção causaram uma catástrofe em uma
plataforma de petróleo no Mar do Norte: <https://www.youtube.com/watch?v=ZKREmqDtIHA>.
A ABRAMAN – Associação Brasileira de Manutenção – disponibiliza em seu site uma série de materiais,
informações, notícias relacionadas à manutenção.
Acesse: <http://www.abraman.org.br/>.
Pratique
1. Cite uma manutenção corretiva e uma preventiva que podem ser realizadas numa
residência.
4 Bloqueio e identificação de
fontes de energia
Toda máquina precisa de alguma forma de energia para funcionar. Realizar intervenções
de manutenção, limpeza, lubrificação ou ajustes podem gerar acidentes, muitas vezes,
graves. É obrigatório que, antes de fazer qualquer intervenção em máquinas e equipa-
mentos, sejam bloqueadas as fontes de energia. Dessa forma, o trabalho pode ser reali-
zado com qualidade e segurança.
Dispositivos de bloqueio
Existe no mercado uma infinidade de componentes de bloqueio, sendo cada um es-
pecífico para um tipo de equipamento a ser bloqueado. Veja alguns exemplos:
A figura 4.2 mostra um cadeado específico para uso em segurança e alguns tipos de tra-
vas. Quando tratamos de cadeados de segurança, esses são ditos especiais, pois devem
ser de modelos diferentes dos demais utilizados na empresa. Essa medida evita que eles
sejam utilizados para outras finalidades. Os cadeados devem possuir ainda alguma iden-
tificação do seu proprietário e não podem ser do tipo que abre com chave-mestra, o que
evita que pessoas não autorizadas possam abri-lo (BELTRAMI e SOUZA, 2012).
Veja que existem modelos de travas que comportam até seis cadeados, como na figura
4.3. Isso é importante porque uma intervenção de manutenção numa máquina pode ser
feita por mais de uma pessoa. Logo, a máquina deve ser bloqueada pelo número total
de pessoas que estiver trabalhando na máquina.
Etiquetagem
A etiquetagem é a identificação através de etiquetas ou cartões de advertência de que
determinada fonte de energia não pode ser religada. Esses cartões podem ser adquiridos
no mercado ou até mesmo confeccionados na própria empresa. Alguns modelos per-
sonalizados trazem a foto do manutentor ou operador, o nome, o setor de trabalho e
ainda informações para que não seja feita a reenergização da fonte de energia. A figura
4.5 mostra um modelo de etiqueta de bloqueio disponível no mercado.
a) seccionamento;
b) impedimento de reenergização;
10.5.2 O estado de instalação desenergizada deve ser mantido até a autorização para ree-
nergização, devendo ser reenergizada respeitando a sequência de procedimentos abaixo:
(BRASIL, 2017)
Conclusão
Todas as intervenções em máquinas e equipamentos, sejam elas de manutenção, ajustes
de operação, limpeza ou lubrificação somente podem ser realizadas quando as fontes
de energia estiverem devidamente bloqueadas e sinalizadas. Esse procedimento além de
estar previsto em diferentes NRs, reduz significativamente o risco de acidentes relaciona-
dos às máquinas e equipamentos.
Pratique
1. Imagine que um eletricista precisa achar um defeito numa máquina e, na sequência,
para resolver o problema precisa substituir um disjuntor. De acordo com o que foi
estudado, qual o procedimento correto a fazer? Lembre-se que o defeito não pode
ser localizado se a chave geral de energia estiver desligada.
• Transmissão de força/movimento;
• Ponto de operação;
Transmissão de força
É o conjunto de mecanismos que transmite força e movimentos a partir de um motor ou
de outra fonte primária, até o ponto de operação e partes móveis auxiliares da maqui-
naria. De acordo com Saliba (2004), além da fonte geradora de força e movimentos, são
componentes comuns desse segmento:
• Engrenagens;
• Cremalheiras;
Ponto de operação
Segundo Saliba (2004), ponto de operação é o local onde se processa o trabalho para o
qual a máquina ou outro equipamento foi construído, como pontos de:
• Movimento rotativo;
Nesse tipo de movimento, pessoas podem ser prensadas entre essas mesas ou cabeçotes
móveis e outra parte fixa da máquina ou mesmo contra uma parede ou outro obstá-
culo. Dessa forma, mesmo que haja espaço suficiente para as pessoas passarem com
segurança, é recomendável que tal passagem seja impedida por algum tipo de barreira
(ZOCCHIO; PEDRO, 2002).
A figura 5.3 ilustra um ambiente com vários robôs de solda utilizados em montadoras de
automóveis. Veja que se aplica o conceito de confinamento, ou seja, os robôs estão em
um ambiente cercado por grades, que impedem
o acesso de pessoas. Em uma situação que uma
porta ou portão da grade for aberto, o movimen- Confinamento
Ato de isolar uma máquina ou equipamento,
to dos robôs para instantaneamente.
não permitindo acesso ao local determinado.
Leia o que falam especialistas a respeito da situação de acidentes relacionados a máquinas e equipamentos,
mesmo depois de cinco anos da nova NR-12 estar em vigor <http://revistacipa.com.br/especialistas-debatem-
seguranca-do-trabalhador-que-opera-maquinas-e-equipamentos/>.
Pratique
1. Cite os locais onde o risco de acidentes pode ocorrer, em máquinas e equipamentos.
Cite exemplos.
6 Sistemas e dispositivos de
segurança e proteção para
máquinas e equipamentos
Com base no que foi exposto, podemos dizer que os sistemas de segurança, instalados
nas zonas de perigo das máquinas e dos equipamentos, têm como objetivo evitar que as
mãos ou qualquer outra parte do corpo dos trabalhadores entrem em contato com os
pontos agressivos da maquinaria (BELTRAMI e SOUZA, 2012).
Proteções fixas
De acordo com a norma NBR ISO 12100/2013 que trata da segurança de máquinas,
são consideradas proteções fixas aquelas que são removíveis com auxílio de ferramentas.
Normalmente, essas proteções são aparafusadas ou, em alguns casos, soldadas sobre a
área de risco e são encontradas protegendo polias, correias, eixos móveis, engrenagens
etc. Para que executem a função de proteção, devem estar totalmente fixas, com todos
os seus parafusos, não devem estar amassadas, furadas ou com rasgos que permitam o
acesso às partes móveis da máquina.
Proteções móveis
A norma NBR ISO 12100/2013 recomenda que quando aumenta a frequência de acesso,
o incômodo resultante da remoção e da recolocação de um protetor fixo aumenta, até
que se torne justificado o recurso ou a um protetor móvel com dispositivo de travamento
ou a um dispositivo sensor. Esses dispositivos de travamento ou sensores fazem aquilo
que chamamos de intertravamento.
A NBR ISO 12100/2013 descreve que proteções móveis devem ter as seguintes ca-
racterísticas:
• devem ser ajustadas apenas de forma intencional, como por meio do uso de uma
ferramenta ou chave; e
Comando bimanual
Os comandos bimanuais são dispositivos de proteção que servem para assegurar a posi-
ção das duas mãos do operador de uma máquina encarregado de dar um sinal de con-
trole para efetuar um movimento que pode ser perigoso. Dessa maneira, os comandos
bimanuais determinam que a intervenção do operador em processos de movimentos
perigosos fique eliminada quando a máquina ou a instalação entrar em funcionamento
(SCHMERSAL, on-line).
• A distância entre os botões de acionamento não deve permitir que ambos sejam al-
cançados com uma só mão ou com o auxílio do antebraço;
• O ciclo operacional da máquina só deve ser iniciado com ambos os botões acionados
simultaneamente. Para garantia de segurança, nessa simultaneidade só é permitida
uma defasagem máxima de 0,5 segundo no acionamento dos botões;
Sensores de segurança
Existe no mercado uma infinidade de tipos de sensores, cada qual para uma função es-
pecífica:
• Sensores indutivos;
• Sensores capacitivos;
• Sensores magnéticos;
• Sensores fotoelétricos;
• Sensores térmicos;
• Sensores ultrassônicos.
Para que um sensor ou dispositivo que integra mais de um sensor seja considerado apli-
cável à segurança, este deve estar de acordo com a norma NBR 14153 – Segurança de
máquinas – partes de sistemas de comando relacionadas à segurança – Princípios gerais
para projeto.
Veja uma animação de uma situação prática onde pode ser utilizada uma cortina de luz <https://www.youtube.
com/watch?v=SB3AmxSuXps>.
Scanner a laser
Um scanner de proteção a laser é um equipa-
mento que gera um feixe de luz, mas que per-
mite que o usuário configure zonas de proteção
em qualquer lugar, mesmo em zonas de forma-
tos complexos. Podem ser instalados na horizon-
tal ou vertical, em carros que se movimentam
automaticamente, ao lado de esteiras ou linhas
de montagem, entre outros lugares. É possível
ainda configurar diversas zonas de redução de
velocidade da máquina ou carro, parada suave e
parada de emergência. São equipamentos pro-
gramáveis através de softwares que são forneci-
dos pelo fabricante do scanner.
Interface de segurança
Interface de Segurança é um termo genérico, muito utilizado na NR-12 para definir um
dispositivo responsável por realizar o monitoramento, verificando a interligação, posição
e funcionamento de outros dispositivos do sistema, impedindo a ocorrência de falha
que provoque a perda da função de segurança. São exemplos de interface de segurança
relés de segurança, controladores configuráveis de segurança e CLP de segurança. São
divididos em diferentes categorias, conforme NBR14153:
• Categoria B;
• Categoria 1;
• Categoria 2;
• Categoria 3;
A figura 6.7 mostra um relé de segurança que pode monitorar funções de segurança,
tais como paradas de emergência, portas de proteção, barreiras de luz, grades de luz,
bimanual, tapetes de segurança, rotação, paradas e muitas outras.
Conclusão
A norma NR-12 especifica uma série de requisitos para tornar as máquinas industriais
seguras. O mercado de dispositivos de segurança oferece uma série de equipamentos,
que vão desde proteções mecânicas, como telas ou chapas, até dispositivos totalmente
programáveis via softwares. Máquinas novas tendem a sair da fábrica já com esses dis-
positivos integrados, mas máquinas antigas que não os possuem devem ser adequadas,
instalando dispositivos que impeçam condições inseguras de operação e manutenção.
Pratique
1. Por que os sistemas de segurança devem possuir uma interface de segurança, tais
como relés?
7 Segurança em equipamentos
mecânicos de panificação
Numa empresa que opera com panificação e confeitaria, podemos destacar como sendo
os principais riscos ocupacionais:
• Paredes, pisos e forros da área de produção devem ser revestidos com materiais im-
permeáveis, laváveis, de cores claras e livres de deformidades.
• A ventilação deve ocorrer por meio natural, através de janelas providas de telas de
proteção que impeçam a entrada de insetos e animais, assim como as portas devem
possuir fechamento por mola ou similar.
• A limpeza das instalações e dos maquinários deve ser realizada por aspiração, in-
clusive os dispositivos de acionamento de máquinas para evitar acúmulo de pó nos
mecanismos e circuitos e consequentes falhas no contato elétrico.
Amassadeira
As amassadeiras são equipamentos industriais concebidos para preparar massas alimen-
tares pela mistura e homogeneização dos componentes necessários ao preparo dos pro-
dutos ou outros tipos de preparados, substituindo o trabalho manual através de um siste-
ma mecanizado que permite fabricar continuadamente grandes quantidades de massa.
A figura 7.1 mostra uma amassadeira com painel de controle com botão de parada de
emergência, chave elétrica geral que permite travamento e grade de proteção de acesso
ao batedor.
A NR-12, em sua versão de 2010, estabelece requisitos específicos de segurança para máqui-
nas de panificação e confeitaria, e quanto às amassadeiras tem-se as seguintes definições:
• Zonas perigosas da bacia: região entre a bacia e outros elementos da máquina, inclu-
sive sua estrutura e seus sistemas de movimentação, que possam oferecer riscos ao
operador ou a terceiros;
2.2 O acesso à zona do batedor deve ser impedido por meio de proteção móvel inter-
travada por, no mínimo, uma chave de segurança com duplo canal, monitorada por
relé de segurança de duplo canal;
2.3. O acesso às zonas perigosas da bacia deve ser impedido por meio de proteções
fixas ou proteções móveis intertravadas por, no mínimo, uma chave de segurança com
duplo canal, monitorada por relé de segurança de duplo canal;
2.5. O acesso à zona do batedor e zonas perigosas da bacia somente deve ser possível
quando o movimento do batedor e da bacia tenha cessado totalmente;
Cilindro de panificação
Segundo o item 4.1.1 do Anexo VI da NR-12, o cilindro de panificação consiste princi-
palmente de dois cilindros paralelos tracionados, que giram em sentido inverso, de mesa
baixa, prancha de extensão traseira, motor e polias.
A área de movimento dos roletes é a que apresenta maior risco. Portanto, é necessária a
instalação de sistemas protetores que impeçam o acesso das mãos. As proteções devem
ser instaladas nas laterais da prancha de extensão traseira e no vão entre os cilindros,
bem como na parte de transmissão de força onde estão as polias e correias. Junto à
chapa e fechamento dos cilindros superior e inferior, a máquina deve possuir um terceiro
cilindro, de movimento livre (não tracionado), chamado de rolete obstrutivo. Esse dispo-
sitivo impede o contato das mãos do operador com a área de risco.
4.5. Entre o rolete obstrutivo e o cilindro tracionado superior deve haver proteção
móvel intertravada - chapa de fechamento do vão entre cilindros - por, no mínimo,
uma chave de segurança com duplo canal, monitorada por relé de segurança, duplo
canal;
4.6. A inversão do sentido de giro dos cilindros tracionados deve ser impedida por sis-
tema de segurança mecânico, elétrico ou eletromecânico à prova de burla, instalado
na transmissão de força desses cilindros.
7.2. O acesso ao dispositivo de corte deve ser impedido por todos os lados por meio
de proteções, exceto a entrada e saída dos pães, em que se devem respeitar as dis-
tâncias de segurança, de modo a impedir que as mãos e os dedos dos trabalhadores
alcancem as zonas de perigo;
7.2.1. O acesso ao dispositivo de corte pela região de carga deve possuir proteção fixa
conjugada com proteção móvel intertravada, para entrada dos pães por, no mínimo,
uma chave de segurança com duplo canal e monitorada por relé de segurança, duplo
canal;
7.2.3. O acesso à zona de corte somente deve ser possível quando os movimentos das
serrilhas tenham cessado totalmente;
Para saber mais sobre segurança em outros equipamentos de panificação, leia o Anexo VI da NR-12 e para
equipamentos de açougue e mercearia, leia o Anexo VII da mesma NR.
Conclusão
A indústria de panificação, da qual fazem parte panificadoras, confeitarias, mercados,
supermercados, e outros estabelecimentos similares é responsável por um grande núme-
ro de acidentes de trabalho, gerados em parte por equipamentos que impõem condições
inseguras de trabalho. A NR-12 de 2010 regulamenta como devem ser adequados esses
equipamentos para que sejam reduzidos acidentes a eles relacionados.
O anexo VIII da NR-12 trata de prensas e similares. Segundo a norma, prensas são máqui-
nas utilizadas na conformação e no corte de materiais diversos, nas quais o movimento
do martelo (punção) é proveniente de um sistema hidráulico ou pneumático (cilindro
hidráulico ou pneumático) ou de um sistema mecânico, em que o movimento rotativo se
transforma em linear por meio de sistemas de bielas, manivelas, conjunto de alavancas
ou fusos.
Classificação de prensas
Ainda segundo a NR-12, podemos dividir as prensas em:
d) servoacionadas;
e) hidráulicas;
f) pneumáticas;
g) hidropneumáticas; e
h) outros tipos.
A mesma NR-12 diz que os riscos de acidentes encontrados nas prensas são equivalentes nas
seguintes máquinas:
a) martelos de queda;
b) martelos pneumáticos;
c) marteletes;
d) dobradeiras;
e) recalcadoras;
f) guilhotinas, tesouras e cisalhadoras;
g) prensas de compactação e de moldagem;
h) dispositivos hidráulicos e pneumáticos;
i) endireitadeiras;
j) prensas enfardadeiras.
Sistemas de segurança
Os sistemas de segurança na área de prensagem não devem permitir o ingresso dos
dedos e mãos nas zonas de prensagem, podendo ser fixos ou móveis com intertrava-
mento, podem ser do tipo cortina de luz com redundância e autoteste e monitoradas
por interface de segurança e conjugada com comando bimanual (NR-12 Anexo VIII, item
2.1). Também deve haver dispositivos de paradas de emergência, tais como botões de
emergência que garantam a parada segura do movimento da máquina.
O martelo ou punção é a parte móvel que realiza movimento alternativo linear, subindo e
descendo de encontro a peça a ser prensada. O martelo é a parte responsável pela maior
parte dos acidentes em prensas. O maior risco é a de mutilação dos membros superiores
do operador, principalmente das mãos.
A NR-12, em seu anexo VIII, item 6, apresenta aspectos relativos a essa parte da máquina:
6.1. Nas prensas mecânicas excêntricas com freio ou embreagem e similares, com
zona de prensagem não enclausurada, ou cujas ferramentas não sejam fechadas, a
posição do martelo deve ser monitorada por sinais elétricos produzidos por equipa-
mento acoplado mecanicamente ao eixo da máquina.
6.2. Nas prensas hidráulicas, pneumáticas e similares, com zona de prensagem não
enclausurada, ou cujas ferramentas não sejam fechadas, a posição do martelo deve
ser monitorada.
6.3. Para prensas em que não seja possível garantir a parada segura do martelo em
função de sua velocidade e do tempo de resposta da máquina, não é permitido o
uso de cortinas de luz para proteção da zona de prensagem, ficando dispensada a
exigência do subitem 6.1 deste Anexo, devendo a zona de prensagem ser protegida
Guilhotinas
Conforme citado anteriormente, a NR-12 em seu Anexo VIII classifica as guilhotinas, te-
souras e cisalhadoras como máquinas que possuem riscos similares às das prensas.
Há muitos tipos de guilhotinas disponíveis para o corte de chapas, que vão desde peque-
nas unidades portáteis até grandes modelos de piso. As guilhotinas para chapas metáli-
cas podem ser pneumáticas ou elétricas para proporcionar maior resistência e potência
no corte de metais mais grossos ou mais duros. Outros modelos manuais se assemelham
a grandes cortadores de papel, e usam um tipo de lâmina para cortar finas folhas de me-
tal. Pequenos conjuntos de recortes manuais de estanho também são, por vezes, usados
como simples chapas, empregadas no trabalho de corte de metais.
Segurança em guilhotinas
As guilhotinas, cisalhadoras e similares devem ter instaladas no acesso à zona de
corte, proteções de tipo fixo. Proteções móveis com intertravamento são utiliza-
das quando há necessidade de intervenções frequentes nas lâminas. É possível,
e bastante comum em máquinas novas, conjugar proteção fixa e cortina de luz
para impedir o acesso das mãos e dedos à área de risco.
Ainda, a proteção deve ser dimensionada para permitir apenas o acesso do ma-
terial à zona perigosa, isto é, de acordo com padrões estabelecidos para aber-
tura dessa região, em que sua presença não deve criar outras regiões de risco.
Também deve haver proteção fixa na parte traseira da máquina, para impedir o
acesso à linha de corte por essa área (MENDES, 2001).
O sistema de parada de emergência da prensa deve ser preparado para interligação com
os sistemas de parada de emergência de equipamentos periféricos, tais como desbobi-
nadores, endireitadores e alimentadores, de modo que o acionamento do dispositivo de
parada de emergência de qualquer um dos equipamentos provoque a parada imediata
de todos os demais.
Injetoras
A injeção é o principal processo de fabricação de peças plásticas. Injetoras podem fabri-
car peças de alguns miligramas até em torno de 90 Kg e funcionam, em termos simplifi-
cados, alimentando-se um funil com plástico granulado que é direcionado a um fuso que
gira, empurrando o material granulado no sentido do molde. Em volta do fuso, na área
denominada canhão, existem uma série de resistências elétricas que aquecem o material,
mudando do estado granular para um estado fluido. Esse plástico amolecido é injetado
no molde e, após seu esfriamento, é retirado do molde já no formato final.
1.2.1.1. O acesso à área do molde onde o ciclo é comandado, ou frontal, deve ser im-
pedido por meio de proteções móveis intertravadas - portas, dotadas de duas chaves
de segurança eletromecânicas monitoradas por interface de segurança, atuando na
unidade de comando de tal forma que a falha em qualquer um dos dispositivos de
intertravamento ou em sua interligação seja automaticamente reconhecida, e ainda
seja impedido o início de qualquer movimento posterior de perigo, conforme os itens
12.38 a 12.55 e subitens subsequentes desta Norma.
1.2.5.1. Deve existir proteção na área de descarga de peças, de modo a impedir que
segmentos corporais alcancem as zonas de perigo.
1.2.1.8. As proteções móveis intertravadas - portas devem ainda proteger contra ou-
tros movimentos, e quando forem abertas devem:
A área do molde, que possui duas partes que são fechadas no momento da injeção,
constitui uma zona de perigo que é destacada pelo Anexo IX da NR-12.
1.2.3.1. O cilindro de plastificação deve ter proteção fixa para impedir queimaduras
resultantes do contato não intencional em partes quentes da unidade de injeção em
que a temperatura de trabalho exceda 80ºC e, em complemento, deve ser fixada uma
etiqueta indicando alta temperatura.
1.2.3.2. O bico de injeção deve possuir proteção móvel intertravada com uma chave
de segurança monitorada por interface de segurança, que interrompa todos os movi-
mentos da unidade de injeção.
Acesse o link a seguir e leia um artigo que relata um acidente de trabalho com uma injetora.
<http://www3.sp.senac.br/hotsites/blogs/InterfacEHS/wp-content/uploads/2013/07/art-1-2009-1.pdf>.
Pratique
1. Usando a internet, veja o seguinte artigo sobre fiscalização da NR-12: http://blog.
inbep.com.br/mudancas-na-fiscalizacao-da-nr-12/. A partir de janeiro de 2017, qual
o prazo máximo e como deve ser feita a adequação de uma empresa com relação à
NR-12?
9 Soldagem e usinagem
Soldagem
A soldagem é um processo para reunir metais, no qual a coalescência é produzida
pelo aquecimento, assegurando entre eles a continuidade do material e, em consequ-
ência, suas características mecânicas e químicas (CAMPOS; TAVARES; LIMA, 2012). Po-
rém, a soldagem também pode ser um processo
de deposição de material sobre uma superfície,
como parte do processo de recuperação de pe- Coalescência
ças desgastadas. Além disso, diferentes processos Aderência de partes que se achavam
separadas, junção, fusão, união.
utilizados para corte e união de materiais estão
classificados dentro das operações de soldagem.
O acetileno é um gás incolor, mais leve que o ar, com odor semelhante ao do alho, in-
flamável e explosivo sob alta pressão e temperatura. É considerado pelo Anexo 11 da
NR-15 como asfixiante simples.
Os cilindros, cuja cor é vermelha, devem ficar na posição vertical e nunca expostos ao sol.
O acetileno combinado com o ar em torno de 2 a 8% torna-se inflamável e explosivo.
• Processo TIG;
• Processo MIG/MAG;
• Processo plasma.
A Figura 9.3 mostra uma máquina de solda para processos MIG/MAG, em que é possível
visualizarmos o retificador de corrente, a bobina de arame (eletrodo) e o cilindro de gás.
Processo TIG
Trata-se de um processo que utiliza gás inerte, chamado Tungsten Inert Gas (TIG). Basi-
camente é o mesmo processo MIG, utilizando, porém, um eletrodo não consumível de
tungstênio e tório. Geralmente é usado para chapas finas.
Os fumos de soldagem ou fumos metálicos são provenientes do material que está sendo
soldado e dos eletrodos. As principais contramedidas são a instalação de exaustores,
aumentar a ventilação, uso de máscaras de proteção para fumos e o correto posiciona-
mento do soldador, evitando a inalação dos fumos.
Aprenda mais sobre os diversos processos de soldagem e os equipamentos de segurança usados nesses
processos assistindo ao vídeo a seguir: <https://www.youtube.com/watch?v=WOv4RwS3CI8>.
Usinagem
A usinagem é reconhecidamente o processo de fabricação mais popular do mundo,
transformando em cavacos algo em torno de 10% de toda a produção de metais e em-
pregando dezenas de milhões de pessoas (TRENT, 1985).
Segundo Machado et al (2009), usinagem pode ser definida como operação que, ao
conferir à peça forma, dimensões e acabamento, produz cavaco. E por cavaco entende-
-se: porção de material da peça retirada pela ferramenta e caracterizada por apresentar
forma geométrica irregular. As operações de usinagem podem ser divididas em usina-
gem convencional e não convencional.
São processos de usinagem não convencional: jato d’água, jato abrasivo, fluxo abrasivo,
ultrassom, eletroquímica, eletroerosão, feixe de elétrons, laser, plasma, química, fotoquí-
mica etc.
Tornos
O torneamento é o processo de usinagem para fabricação de peças cilíndricas, com auxí-
lio de uma ou mais ferramentas monocortantes que desenvolve um deslocamento linear
A NBR ISO 23125, editada em 2013, divide os tornos em 4 grupos conforme suas características e tamanhos:
Grupo 1: Tornos controlados manualmente sem controle numérico.
Grupo 2: Tornos controlados manualmente com capacidade limitada de controle numérico.
Grupo 3: Tornos e centros de torneamento de controle numérico.
Grupo 4: Tornos automáticos de fuso único ou múltiplo.
e) caixa de engrenagens;
f) traseira do fuso;
g) mecanismos do excêntrico;
k) comandos lineares.
Os riscos são diferentes de acordo com o grupo em que a máquina está inserida e,
portanto, os requisitos de segurança também são. Como existem inúmeros modelos de
tornos, desde os totalmente manuais e abertos até os totalmente automatizados e fe-
chados, para maiores detalhes com respeito às proteções necessárias em cada um deles,
recomenda-se a consulta à norma NBR ISO 23125/13.
A seguir, são listadas algumas instruções de segurança que devem ser seguidas ao operar
tornos de acordo o SENAI (2005 apud BELTRAMI e SOUZA, 2012):
• Não remover os equipamentos de proteção coletiva dos tornos, como a proteção de placa;
• Ter certeza que os parâmetros de trabalho com a ferramenta estão selecionados cor-
retamente;
• Não tocar com as mãos nas rebarbas (cavaco) removidas da peça durante a usinagem;
• Se o operador possuir cabelos longos, ele deverá utilizar permanentemente rede pro-
tetora ou outro recurso adequado, sendo proibido o uso de bonés para fixação dos
cabelos.
Fresas
Segundo o SENAI (2005 apud BELTRAMI e SOUZA, 2012), para que a fresadora manual
seja operada com segurança, o trabalhador deve estar atento para uma série de instru-
ções, como:
• Nunca remover cavacos com as mãos ou com ar comprimido, somente com auxílio de
pincel e com a máquina parada e sem movimentos;
• Se o operador possuir cabelos longos, ele deverá utilizar permanentemente rede pro-
tetora ou outro recurso adequado, sendo proibido o uso de bonés para fixação dos
cabelos;
Furadeiras
A furação é um processo mecânico de usinagem destinado à obtenção de um furo ge-
ralmente cilíndrico, em determinada peça, com auxílio de uma ferramenta multicortante.
Nessa operação, a ferramenta ou a peça giram e simultaneamente a ferramenta ou a
peça se desloca segundo uma trajetória retilínea, coincidente ou paralela ao eixo princi-
pal da máquina (FERRARESI, 1977).
Existem diversos tipos de furadeiras industriais. Elas podem ser classificadas como fura-
deiras de coluna ou furadeiras de bancada, furadeiras de piso e furadeiras múltiplas.
A figura a seguir mostra uma furadeira de coluna que suporta o motor e o conjunto de
furação e um eixo de furação no qual é montado o mandril de furação.
Máquinas como essas são comuns não só na indústria mecânica, mas também em pe-
quenas tornearias e oficinas em geral.
Para máquinas de pequeno porte, a base é colocada sobre uma bancada, mas para má-
quinas de maior porte, a base fica fixada no chão (ASM, 1995 apud BELTRAMI e SOUZA,
2012).
Furadeiras radiais são utilizadas para furação de grandes peças, ao contrário das furadei-
ras de bancada, que são utilizadas em pequenos serviços.
As furadeiras são máquinas rotativas e abertas, que necessitam de cuidados para reduzir
os riscos de acidentes:
• A fixação da broca no mandril de furação deve ser checada antes do início da ope-
ração;
• A remoção de cavacos de furação deve ser feita com ajuda de pincel e com a máqui-
na parada. Nunca utilizar ar comprimido ou tentar retirá-los com as mãos;
Para que a operação de esmerilhamento manual seja realizada com segurança, o traba-
lhador deve estar atento a uma série de instruções, como:
• Deixar o disco abrasivo funcionar em rotação de trabalho com proteção por pelo
menos um minuto antes de iniciar os cortes e/ou desbastes;
• Não forçar o disco contra a peça quando o motor diminuir visivelmente a rotação;
• Sempre usar proteção individual adequada: óculos de proteção, protetor facial, pro-
tetor auricular, luvas de vaqueta e avental.
• Cuidar para que nenhuma fagulha atinja pessoas próximas ou materiais combustíveis.
No vídeo a seguir, você poderá aprender um pouco mais sobre como utilizar corretamente as esmerilhadeiras
manuais, confira: <https://www.youtube.com/watch?v=6Wniu7GK_ss>.
• Se o operador possuir cabelos longos, ele deverá utilizar permanentemente rede pro-
tetora ou outro recurso adequado, sendo proibido o uso de bonés para fixação dos
cabelos.
Serras
Para que a operação de serramento seja realizada com segurança, o trabalhador deve
estar atento para uma série de instruções, como:
• Não remover a proteção dos discos de corte da policorte e manter a distância entre a
proteção dos dedos e a base superior a 8 milímetros;
• Usar uma peça de suporte quando estiver cortando peças pequenas de chapa de
metal na policorte ou serra fita, ou de madeira, no caso da serra circular;
• Se o operador possuir cabelos longos, ele deverá utilizar permanentemente rede pro-
tetora ou outro recurso adequado, sendo proibido o uso de bonés para fixação dos
cabelos;
• Tomar cuidado com os cantos vivos da chapa de metal após atividade de corte.
Centros de usinagem
Os centros de usinagem CNC são máquinas horizontais ou verticais de gran-
de capacidade de remoção de cavaco equipadas com comando numérico.
São capazes de realizar praticamente todas as operações de usinagem, tais como: fresa-
mento, mandrilhamento, furação, roscamento, alargamento, operação de abrir canais,
rasgos, contornos, superfícies em dois ou mais planos, operações que tradicionalmente
seriam realizadas por fresadoras. Além da capacidade de múltiplas operações, os centros
A área de usinagem é chamada de mesa, e essa área possui portas que devem estar
fechadas e travadas para que se inicie o processo de usinagem. A figura a seguir mostra
um centro de usinagem.
• A operação deve ser feita por pessoa treinada nesse tipo de equipamento;
• Realizar o primeiro ciclo em modo vazio, no qual o movimento é executado, mas não
há peça a ser usinada;
• Utilizar os EPIs recomendados para a área em questão, tais como óculos e sapatos de
segurança.
No vídeo a seguir, você poderá ver o histórico de como as máquinas convencionais evoluíram até chegar às
máquinas CNC: <https://www.youtube.com/watch?v=0tczaUc0e0s>.
Conclusão
Neste capítulo, você conheceu as principais formas de solda e de processos de usinagem.
Esses processos são muito utilizados na indústria, sobretudo nas indústrias de processo
metalmecânico. Você também conheceu os principais riscos envolvidos nesses processos
e algumas instruções de segurança que devem ser seguidas quando operando esses
equipamentos.
As caldeiras são equipamentos de grande utilidade, pois a energia gerada serve para
uma gama de usos, que vão desde a geração de energia elétrica, cozimento de madeira
e aquecimento de líquidos até um simples cozimento de alimentos. Para tanto, é impres-
cindível que todo o conjunto funcione de forma segura e correta; isso inclui um pessoal
capacitado, testes, provas, inspeções internas e externas e uma correta manutenção
preditiva e preventiva.
Caldeiras flamotubulares
As caldeiras flamotubulares ou tubos de fogo são aquelas cujos gases quentes (formados
pela combustão da fornalha) circulam no interior dos tubos, transferindo calor para a
água que os envolve externamente (SALIBA, 2004).
Tem vazões de até 15 tonelada/hora de vapor e pressões de 17 kgf/cm². Pela sua grande
produção de vapor, são usadas geralmente em hotéis, lavanderias, hospitais e pequenas
indústrias, pois atendem bem à variação da demanda de vapor, devido ao grande volume
de água que têm (CAMPOS; TAVARES; LIMA, 2012).
Caldeiras aquatubulares
Nas caldeiras aquatubulares a água circula dentro dos tubos e os gases quentes gerados
pela combustão circulam por fora. O vapor pode ser saturado ou superaquecido.
Essas caldeiras possuem capacidade de produção de vapor de até 750 ton./h e pressões
que podem variar de 15 kgf/cm² a 200 kgf/cm², e podem ser compactas, com tubos
retos, curvos ou serpentina e necessitam de um tratamento de água rigoroso (CAMPOS;
TAVARES; LIMA, 2012).
• Por envolver não só o pessoal de operação como também os que trabalham nas pro-
ximidades, podendo atingir até mesmo a comunidade e a clientela, quando se trata
de empresas de serviços (hospitais e hotéis principalmente).
Agentes químicos: o uso de produtos para o tratamento de água, tais como soda
cáustica, hidrazina e fosfato, requer o uso, pelo operador, de luvas e aventais de PVC,
protetor facial e, em casos especiais, máscaras com filtros químicos.
Eletricidade: toda caldeira deve estar aterrada, e o seu monitoramento deve ser anual.
Qualquer manutenção elétrica ou de instrumentação deve ser feita pelo eletricista ou
instrumentista treinado, conforme NR-10.
NR-13
A NR-13 é a norma regulamentadora que estabelece requisitos de segurança para caldei-
ras e vasos de pressão. Quanto aos equipamentos necessários para prover segurança em
caldeiras, o item 13.4.1.3 prevê que estas devem ser dotadas dos seguintes itens:
Toda a caldeira deve ter afixada em local bem visível uma placa com todas as caracterís-
ticas técnicas e o proprietário da instalação deve possuir ainda Registro de Segurança,
Projeto de Instalação, PAR (Projetos de Alteração ou Reparos) relatórios de inspeção, cer-
• características funcionais;
• ano de fabricação;
• categoria da caldeira.
a) estar afastada de, no mínimo, três metros de: outras instalações do estabelecimen-
to; de depósitos de combustíveis, excetuando-se reservatórios para partida com até
2000 l (dois mil litros) de capacidade; do limite de propriedade de terceiros; do limite
com as vias públicas;
c) dispor de ventilação permanente com entradas de ar que não possam ser bloque-
adas;
13.4.3.1 Toda caldeira deve possuir manual de operação atualizado, em língua por-
tuguesa, em local de fácil acesso aos operadores, contendo no mínimo:
13.4.3.3 A qualidade da água deve ser controlada e tratamentos devem ser imple-
mentados.
13.4.4.2 A inspeção de segurança inicial deve ser feita em caldeiras novas, antes da
entrada em funcionamento, no local de operação.
a) pelo menos uma vez por mês, mediante acionamento manual da alavanca, em
operação, para caldeiras das categorias B e C;
Flange
Para saber sobe vasos de pressão, veja o Disco em forma de aro, adaptado na
vídeo a seguir: <https://www.youtube.com/ extremidade de um tubo, ou fundido com
watch?v=1FKgWe-n2JM>. este, que serve para a ligação com outro
tubo nas mesmas condições.
Mesmo equipamentos de última geração podem estar sujeitos a falhas, gerando acidentes graves. Leia a
reportagem recente de um acidente com vítimas fatais causado por explosão de caldeira.
<http://g1.globo.com/rj/regiao-dos-lagos/noticia/explosao-em-caldeira-em-navio-na-bacia-de-campos-rj-
deixa-quatro-feridos.ghtml>
Conclusão
A utilização de caldeiras e vasos de pressão traz uma série de riscos associados. Dessa
forma, é importante conhecer esses equipamentos, bem como seus dispositivos de se-
gurança e bloqueio. O cuidado com esses equipamentos deve começar já na fase de
projeto, com uma área ampla e definida para esses equipamentos conforme requisitos
da norma. Também é preciso ter procedimentos claros de operação e garantir que os
operadores estejam treinados a realizar essas tarefas.
2. Com base no que foi estudado em capítulos anteriores, que tipo de procedimento
pode ser adotado para minimizar o risco de explosão ou aumento de temperatura
devido às incrustações?
BELTRAMI, Monica; SOUZA, Gismar Schilive de. Princípios de Tecnologia Industrial. Curitiba: Rede
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BUENO, Francisco da Silveira. Minidicionário da língua portuguesa. São Paulo: Editora FTD, 1996.
CAMPOS, Armando; TAVARES, José da Cunha; LIMA, Valter. Prevenção e controle de risco em
máquinas, equipamentos e instalações. 6. ed. São Paulo: SENAC, 2012. 412 p.
FERRARESI, Dino. Usinagem dos metais. São Paulo: Blucher, 1977. 751p.
FIEP. Federação das Indústrias do Estado do Paraná. Coleção Fiep Sindicatos – Panificação. Curitiba:
SESI, 2015. 120 p.
121
MACHADO, Ivan Guerra. Soldagem e Técnicas Conexas: Processos. Porto Alegre, 1996. 471 p.
MACHADO, Álisson Rocha et al. Teoria da usinagem dos materiais. São Paulo: Blucher, 2009.
MARQUES, Paulo Villani et al. Soldagem: fundamentos e tecnologia. Belo Horizonte: Editora UFMG,
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MECÂNICA INDUSTRIAL. O que são guilhotinas para chapas metálicas. Disponível em: < https://
www.mecanicaindustrial.com.br/498-o-que-sao-guilhotinas-para-chapas-metalicas/>. Acesso em 14
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MENDES, René. Máquinas e acidentes de trabalho. Coleção Previdência Social. V13, 2001.
PINTO, Alan Kardec; NASCIF, Júlio. Manutenção: função estratégica. 3. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark,
2009. 361 p.
SAAD, Eduardo Gabriel. Introdução à engenharia de segurança do trabalho. São Paulo: Editora
Fundacentro, 1981.
SALIBA, Tuffi Messias. Curso Básico de Segurança e Higiene Ocupacional. São Paulo: Editora LTR,
2004.
ZOCCHIO, Álvaro; PEDRO, Luiz Carlos Ferreira (Autor). Segurança em trabalhos com maquinaria.
São Paulo: LTr, 2002. 77 p.
122
Currículo do autor
123
Respostas esperadas
Unidade 01
1. Demarcar claramente as vias de circulação entre máquinas e equipamentos, e garan-
tir que as vias de saída tenham, no mínimo, 1,2 m de largura.
Unidade 02
1. Diversas escolas particulares que tenham em seu corpo técnico profissionais da área
de segurança, como técnicos e engenheiros de segurança podem ministrar esses trei-
namentos. Uma escola tradicional nesse tipo de treinamento é o SENAI.
Unidade 03
1. Manutenção corretiva: substituição de lâmpadas queimadas; Manutenção preventi-
va: limpeza da caixa d’água a cada 6 meses.
Unidade 04
1. Para localizar o defeito, o eletricista precisa manter a chave geral ligada, mas assim
que o defeito for localizado, deve-se desligar a chave geral, bloqueando-a e etique-
tando-a. Em seguida, deve-se confirmar se não existe mais tensão no disjuntor, para
somente então substituí-lo.
Unidade 05
1. Pontos de transmissão de força/movimento, como eixos de motores ou polias;
Unidade 07
1. Batedeiras, modeladoras, laminadoras e moinhos para farinha de rosca. As medidas
protetivas são no sentido de restringir o acesso aos dispositivos de moagem, rolos
laminadores e outras partes móveis, impedindo que os trabalhadores alcancem as
zonas de perigo, por todos os lados por meio de proteções fixas ou móveis intertra-
vadas.
Unidade 08
1. Deve ser feito um plano de trabalho com cronograma de implementação, contendo
prazos de até 12 meses, e deve ser formalizado por um termo de compromisso e
aprovado pelo auditor fiscal do trabalho.
Unidade 09
1. Radiação visível, choques elétricos, explosões.
Unidade 10
1. Porque incrustações podem obstruir a circulação de água, reduzindo o resfriamento
da caldeira, aumentando a temperatura e pressão do vapor, gerando risco de pressão
excessiva, explosão e temperatura aumentada.