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G.A.O.O.    
M.A.  our  King,  forever  
2                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

G.A.A.O.  
Fratura  da  clavícula  ................................................................................................  7  
Lesões  da  Acromioclavicular  ...................................................................................  8  
Fratura  da  escápula  ................................................................................................  9  
Fratura  do  úmero  proximal  ..................................................................................  10  
Fratura  da  diáfise  do  úmero  .................................................................................  11  
Fratura  do  úmero  distal  ........................................................................................  12  
Luxação  do  cotovelo   ............................................................................................  13  
Fratura  da  cabeça  do  rádio  ...................................................................................  20  
Fratura  do  antebraço  ...........................................................................................  21  
Fratura  do  olécrano  ..............................................................................................  23  
Fratura-­‐luxação  de  Galeazzi  .................................................................................  24  
Fratura-­‐luxação  de  Monteggia  .............................................................................  25  
Fratura  do  rádio  distal  ..........................................................................................  26  
Fratura  do  escafóide  ............................................................................................  27  
Fratura-­‐luxação  CMC  polegar  ...............................................................................  29  
Fratura  do  metacarpo  ..........................................................................................  30  
Fratura  do  acetábulo  ............................................................................................  31  
Fratura  do  anel  pélvico  .........................................................................................  33  
Luxação  do  quadril  ...............................................................................................  35  
Fratura  do  colo  do  fêmur   .....................................................................................  36  
Fratura  transtrocantérica  .....................................................................................  37  
Fratura  subtrocantérica  ........................................................................................  38  
Fratura  diafisária  do  fêmur  ...................................................................................  39  
Fratura  da  extremidade  distal  do  fêmur  ...............................................................  40  
Luxação  do  joelho  ................................................................................................  41  
Fratura  da  patela  ..................................................................................................  42  
Fratura  do  planalto  tibial  ......................................................................................  43  
Fratura  da  tibia  ....................................................................................................  44  
Fratura  do  pilão  tibial  ...........................................................................................  45  
Fratura  do  tornozelo  ............................................................................................  46  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    3  
 
Fratura  do  tálus  ....................................................................................................  47  
Fratura  do  calcâneo  ..............................................................................................  48  
Fratura-­‐luxação  de  Lisfranc  ..................................................................................  49  
Síndrome  compartimental  ...................................................................................  50  
Alongamento  ósseo  .............................................................................................  51  
Rigidez  do  cotovelo  ..............................................................................................  52  
Lesões  fisárias  ......................................................................................................  53  
Fratura  da  extremidade  proximal  do  úmero  em  crianças  ......................................  54  
Fratura  supracondiliana  do  úmero  na  criança  .......................................................  55  
Fratura  do  côndilo  lateral  em  crianças  ..................................................................  56  
Fratura-­‐luxação  de  Monteggia  em  crianças  ..........................................................  57  
Fraturas  do  antebraço  em  crianças  .......................................................................  58  
Fratura  fisária  do  rádio  distal  ...............................................................................  59  
Fratura  do  fêmur  proximal  em  crianças  ................................................................  60  
Fratura  da  diáfise  do  fêmur  em  crianças  ...............................................................  61  
Fratura  do  fêmur  distal  em  crianças  .....................................................................  62  
Fratura  da  tuberosidade  anterior  da  tíbia  .............................................................  63  
Fratura  da  metáfise  proximal  da  tíbia  -­‐  Cozen  ......................................................  64  
Fratura  do  tornozelo  em  crianças  .........................................................................  65  
Maus  tratos  ..........................................................................................................  67  
Síndrome  compartimental  do  antebraço  /  Volkmann  ...........................................  68  
Paget   ...................................................................................................................  69  
Mieloma  múltiplo  ................................................................................................  71  
Osteocondroma  ...................................................................................................  72  
Osteossarcoma  ....................................................................................................  73  
Sarcoma  de  Ewing  ................................................................................................  74  
Tumor  de  células  gigantes  (TGC)  ...........................................................................  75  
Cisto  ósseo  unicameral  .........................................................................................  76  
Metástase  óssea  ..................................................................................................  77  
Condrossarcoma  ..................................................................................................  78  
Osteoma  osteóide  ................................................................................................  79  
Paralisia  cerebral  ..................................................................................................  80  
Artrogripose  .........................................................................................................  84  
Mielomeningocele  ...............................................................................................  86  
4                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 
Doença  de  Legg-­‐Calvé-­‐Perthes  .............................................................................  87  
Epifisiólise  ............................................................................................................  90  
Displasia  do  desenvolvimento  do  quadril  .............................................................  92  
Paralisia  obstétrica  ...............................................................................................  94  
Torcicolo  congênito  ..............................................................................................  96  
Pé  torto  congênito  ...............................................................................................  97  
Coalizão  tarsal  (pés  planos  peroneiros  espásticos)  ...............................................  98  
Metatarso  aduto  ..................................................................................................  99  
Osteogênese  imperfeita  .....................................................................................  100  
Artrite  séptica  ....................................................................................................  101  
Sindactilia  ..........................................................................................................  103  
Deficiência  femoral  focal  proximal  .....................................................................  104  
Mão  torta  radial  .................................................................................................  105  
Pseudoartrose  congênita  de  tíbia  .......................................................................  106  
Tíbia  vara  de  Blount  ...........................................................................................  107  
Doença  de  Freiberg  ............................................................................................  108  
Raquitismo  .........................................................................................................  109  
Geno  valgo  .........................................................................................................  111  
Hemimelia  fibular  ..............................................................................................  112  
Osteomielite  crônica  ..........................................................................................  114  
Estenose  do  canal  medular  .................................................................................  115  
Doença  de  Scheuermann  ....................................................................................  117  
Escoliose  idiopática  ............................................................................................  118  
Hérnia  discal  lombar  ..........................................................................................  119  
Espondilolistese  .................................................................................................  120  
Espondilolistese  degenerativa  ............................................................................  122  
Espondilolistese  traumática  do  áxis  ....................................................................  123  
Fratura  do  atlas  ..................................................................................................  124  
Espondilolistese  traumática  do  axis  ....................................................................  125  
Fraturas  da  coluna  cervical  baixa  ........................................................................  126  
Fraturas  e  luxações  da  coluna  toracolombar  ......................................................  127  
Trauma  raquimedular  ........................................................................................  128  
Tuberculose  na  coluna  .......................................................................................  131  
Cisto  sinovial  ......................................................................................................  133  
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Lesão  muscular  ..................................................................................................  134  
Lesão  nervosa  ....................................................................................................  136  
Ruptura  do  tendão  calcâneo  ..............................................................................  137  
Moléstia  de  Dupuytren  ......................................................................................  138  
Hálux  valgo  ........................................................................................................  139  
Hálux  rígido  ........................................................................................................  141  
Lesão  de  extensores  da  mão  ..............................................................................  142  
Lesão  dos  tendões  flexores  ................................................................................  144  
Osteoartrose  do  joelho  ......................................................................................  145  
Artroplastia  do  joelho  ........................................................................................  146  
Artrose  do  quadril  ..............................................................................................  148  
Infecção  na  artroplastia  do  quadril  .....................................................................  150  
Mão  reumatóide  ................................................................................................  151  
Osteonecrose  do  joelho  .....................................................................................  153  
Osteomielite  aguda  ............................................................................................  154  
Osteonecrose  do  quadril  ....................................................................................  155  
Pé  cavo  ..............................................................................................................  156  
Insuficiência  do  tibial  posterior  ..........................................................................  157  
Lesão  do  manguito  rotador  ................................................................................  158  
Fraturas  por  estresse  ..........................................................................................  160  
Osteomielite  crônica  ..........................................................................................  161  
Luxação  recidivante  da  patela  ............................................................................  162  
Instabilidade  cárpica  ..........................................................................................  164  
Lesão  do  LCA  ......................................................................................................  166  
Doença  de  Kienbock  ...........................................................................................  167  
Pé  reumático  ......................................................................................................  168  
Rizartrose  ...........................................................................................................  169  
Garra  ulnar  .........................................................................................................  170  
Lesão  do  plexo  braquial  .....................................................................................  171  
Tendinite  calcárea  ..............................................................................................  173  
Osteocondrite  Dissecante  do  Joelho  ...................................................................  174  
Lesão  meniscal  ...................................................................................................  176  
Fratura  por  stress  do  colo  ...................................................................................  177  
Lesão  do  LCP  ......................................................................................................  178  
6                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 
Luxação  e  instabilidade  gleno-­‐umeral  ................................................................  179  
Mão  reumatóide  ................................................................................................  181  
Pé  diabético  .......................................................................................................  183  
Síndrome  do  túnel  do  tarso  ................................................................................  184  
Síndrome  do  túnel  do  carpo  ...............................................................................  185  
Síndromes  compressivas  MMSS  .........................................................................  186  
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                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    7  
 

Fratura  da  clavícula  


Fraturas  do  1/3  medio  tem  uma  incidencia  de  70-­‐75%.  2  sem  desvio  :  1  desviada.  

1/3   distal   e   de   20%   sendo   que   3   sem   desvio   :   1   desviada./   Alta   energia   em   jovens   (esportes   e  
automoveis)  e  queda  de  altura  em  velhos.  

Mecanismo  de  lesão  


Mais  comum:  trauma  indireto./  87%  queda  sobre  o  ombro,  7%  trauma  direto  e  6%  quedas  

Classificaçao  
Allman:Grupo   I:   terço   médio   (80%)/   Grupo   II:   terço   distal   (15%)/   Grupo   III:   terço   proximal  
(5%)  

Neer:   subdividiu   as   tipo   II   em   3   tipos.   Entendeu   as   dificuldades   do   grupo   II.   Tipo   I:  


coracoclaviculares   intactos   e   ligados   ao   fragmento   medial.   Ou   seja   traço   lateral   aos   ligamentos  
porem  extra-­‐articular.  Fratura  estável./  Tipo  II:  conoide  lesado  (separados  do  fragmento  medial)  
e   trapezóide   intacto   no   fragmento   distal.   /   Tipo   III:   extensão   intra-­‐articular.   Ligamentos   ficam  
unidos   a   um   fragmento   inferior   separado   dos   fragmentos   principais.   Assemelha-­‐se   a   LAC,   porem  
acaba  ocorrendo  artrose  AC.  

Rockwood:   subdividiu   a   tipo   II   de   Neer.  Tipo   IIA:   conoide   e   trapezóide   íntegros   no   fragmento  
distal.     Traço   imediatamente   medial   aos   ligamentos./   Tipo   IIB:   conoide   lesado   e   fragmento  
medial  instável.  Descrição  original  do  tipo  II.  

Craig:   juntou   tudo   e   organizou.   Grupo   I:   terço   médio/   Grupo   II:   terço   lateral/   Subgrupo   I:  
minimamente   desviada   (interligamentosa)/   Subgrupo   II:   mediais   aos   ligamentos   A:   conoide   e  
trapezóide   íntegros   B:   conoide   lesado   e   trapezóide   integro/   Subgrupo   III:   fraturas   articulares/  
Subgrupo   IV:   ligamentos   ligados   ao   periósteo   com   framento   proximal   desviado/   Subgrupo   V:  
Cominuta/  Grupo  III:  terço  proximal/  iguais  ao  grupo  II  

Exames  de  imagem  


RX:  AP  +  obliquo  (um  coxim  sob  a  escapula  contralateral  e  raio  inclinado  20°  cefalico)  

Tratamento  
1/3   medio   Mais   comuns.   Tratamento   conservador:   tipoias,   enfaixamento   e   combinaçao   entre   os  
dois.  Nao  existe  um  consenso  qual  o  melhor  metodo.  Associa-­‐se  o  encurtamento  maior  de  
20  mm  com  o  desenvolvimento  de  pseudoartrose.  (Em  91%  das  pseudoartroses  tinham  o  
encurtamento  maior  de  20  mm).  

Tratamento  cirurgico:  

Indicaçoes  absolutas   Indicaçoes  relativas  


Encurtamento  ≥  20  mm  ou  15  (J)   Desvio  >  20mm  
Fraturas  expostas   Alteraçoes  neurologicas  
Fraturas  irredutiveis  e  pele  aprisionada   Parkinson  
Lesao  vascular   Convulsoes  
Lesao  neurologica  progressiva   TCE  
Fraturas  patologicas  com  paralisia  no  trapezio   Politraumatizados  
Dissociaçao  escapulotoracica   Pacientes  que  ficarao  acamados  
  Ombro  flutuante  
  Intolerantes  a  imobilizaçao  
  Fraturas  bilaterais  
  Cosmetica  
ORIF:  Fixaçao  intramedular:  pouca  exposiçao  de  partes  moles  e  niveis  de  cura  satisfatorios.  

Osteossintese   com   placas:   melhor   controle   rotacional,   compressao   e   possibilidade   de   colocar  


enxerto.  Problemas  de  pele  e  placa  muito  superficial.  
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Lesões  da  Acromioclavicular  


Epidemiologia  
Homens  5-­‐10:  1  Mulheres.  Segunda  década  de  vida.  Atividades  atléticas.  

Lesões  Associadas  
Fraturas   da   clavícula,   acrômio   e   coracóide.   Lesão   esternoclavicular.   Pneumotorax   e   contusão  
pulmonar  com  luxações  grau  IV.  Dissociação  escapulotoracica.  

Quadro  Clínico  
Paciente   deve   ser   examinado   com   braço   pendente,   a   fim   de   se   estressar   a   articulação   e  
enfatizar   a   deformidade.   Sinal   característico:   queda   do   ombro   e   braço.   Arco   de   movimento  
restrito.  Dor  à  palpação  da  articulação.  Nas  tipo  II  mobilidade  horizontal.  Nas  tipo  III  horizontal  e  
vertical.  As  fraturas  do  tipo  III  podem  ser  reduzidas  manualmente,  diferente  das  IV  ou  V.  Sinal  da  
tecla.  

Imagens  
Radiografias  de  trauma  para  ombro:  frente,  perfil  escapular  e  axilar.  Geralmente  suficientes  
para  reconhecimento  da  lesão.  Frente  com  membros  pendentes  e  imagem  das  duas  articulações.  
Axilar:  exclui  tipo  IV.  Zanca:  retirar  interposição  da  espinha.  Inclinação  cefálica  de  10  a  150.  
Diferenciaria   uma   tipo   II   de   III,   porém   sua   utilização   é   controversa.   A   distância   média  
coracoclavicular  varia  de  1,1  a  1,3cm.  

Classificação  
Rockwood  
ü Tipo  I:  entorse  dos  ligamentos  acromioclaviculares.  Radiogarfias  normais.  
ü Tipo   II:   lesão   dos   AC,   entorse   dos   CC.   Elevação   tênue   nas   radiografias,   aumento   do  
espaço  articular,  sem  alterações  ao  estresse.  
ü Tipo   III:   lesão   dos   AC,   CC   e   lesão   da   inserção   deltoídea   e   trapezoidéa.   Extremidade  
superior   deprimida,   clavicula   distal   tensiona   pele.   Aumento   do   espaço   coracoclavicular  
radiográfico  de  25  a  100%  do  normal.  
ü Tipo  IV:  clavícula  distal  desviada  posteriormente.  
ü Tipo  V:  clavícula  distal  extremamente  desviada  superiormente,  inserção  muscular  rota.  
Pele  tensa.  Imagens  com  espaço  CC  de  100  a  300%  maior  que  lado  são.  
ü Tipo   VI:   clavícula   desviada   inferior   ao   acrômio   ou   coracoide.   Fraturas   de   clavicula   ou  
costelas  e  lesão  do  plexo  associadas.    

Tratamento  
ü Tipo  I:  7  a  10  dias  de  repouso.  Gelo,  tipóia.  Retorno  completo  em  2  semanas.  
ü Tipo   II:   tipóia   1   a   2   semanas.   Arco   de   movimento   assim   que   possível.   Retorno   em   6  
semanas.  
ü Tipo   III:   controverso.   Pacientes   não   trabalhadores,   com   baixa   demanda   e  
especialmente  em  braço  não  dominante  preconiza-­‐se  o  tratamento  clinico  (tipo  II).  Nos  
jovens,  ativos  ou  atletas  há  indicação  cirúrgica.  
ü Tipo  IV,  V  e  VI:  redução  aberta  e  reparo  fascial.  
 
• Passagens  de  FKs  associada  com  reparo  da  lesão  do  deltóide  e  trapézio.  
• Transferencia  do  coracoacromial  para  o  aspecto  superior  da  clavícula.  
• Transferencia  do  CA  para  o  espaço  intramedular  da  clavicula.  
• Amarrilhas  por  cima  da  clavicula  e  abaixo  do  coracóide.  
• Parafuso  de  Bosworth.  Da  clavícula,  3,8cm  medail  a  AC,  ao  processo  coracóide.  
• Weaver  e  Dunn:  excisão  dos  2cm  distais  da  clavicula,  transferência  intramedular  do  CA.  
Possivelmente  com  fragmento  ósseo.  

Complicações  
Ossificação   coracoclavicular,   osteólise   clavicular   distal:   por   trauma   agudo   ou   repetitivo   no  
ombro,  artrose  acromioclavicular:  considerar  ressecção  clavicular.  Infecção.  Migração  dos  pinos.  
Erosão  óssea  pelos  fios  de  sutura.  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    9  
 

Fratura  da  escápula  


 

Epidemiologia  
• Raras  
• faixa  etária  media:    35  a  45  anos  
• acidente  automobilístico  e  motociclistico  

Diagnostico  

Mecanismo  de  lesão  


• indiretas(fx  intra  articulares  da  cavidade  glenoidal  e  colo)  
• diretos(  fx  de  alto  impacto  do  corpo  da  escapula)  
• diretos  na  ponta  do  ombro(processo  acromial  e  coracoide)  

Sinais  e  sintomas  
• braço  aduzido  junto  ao  tórax  
• 35  a  98  %  de  lesões  associadas:  pneumotórax,  lesao  do  plexo,  contusão  pulmonar,  sinal  
de  Comoli.  

Achados  Radiográficos  
• AP,  axilar  e  PE  

Classificação  
• Ideberg-­‐  glenóide  
• Kuhn-­‐  acromio  
• Ogawa-­‐  processo  coracóide  

Padrões  incomuns  de  fratura  


• Os  acromiale  
• Hipoplasia  da  cavidade  glenoidal  

Tratamento  
• Cavidade  glenoidal:  se  desviada  reduz  e  fixa,  se  não  desviada  tto  cirúrgico.Tipo  VI  melhor  
tratar  conservador  
• Acrômio  opera  se  desviado  e  reduzido  o  espaço  subacromial  
• Processo  coracoide  não  necessita  cirurgia  
• Corpo  é  tratado  conservadoramente  na  maioria  das  vezes  
• Colo  deve  ser  operado  se  desvio  maior  que  1  cm  ou  40o    

Dissociação  escapulotoracica  
• maioria  dos  paciente  acabam  falecendo  
• A   distancia   relativa   entre   a   margem   escapular   medial   e   a   espinha   torácica   chega   a   1,5cm  
ou  mais  

 
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Fratura  do  úmero  proximal    


Os  fragmentos  são  separados  pela  ação  dos  músculos:  
• Diáfise  é  deslocada  para  medial  e  anterior  (peitoral  maior),    
• Tuberosidade   maior   para   posterio-­‐superior   (supra   e   infraespinal)   e   superior  
(supraespinal),    
• Subescapular   tende   a   retrair   a   tuberosidade   menor   ou   rodar   internamente   o  
fragmento  da  cabeça  que  continua  ligada  a  ela.  

Epidemiologia  
• ¾  delas  em  pacientes  com  mais  de  60  anos,  
• mulheres  3-­‐1  homens,  
• tuberosidade  maior  isolada  diminui  com  a  idade  (FM  do  MR),  
85%  fraturas  com  deslocamento  mínimo  das  restantes  apenas  algumas  fraturas  luxações  graves  
• Ramo   ascendente   da   artéria   circunflexa   anterior   do   úmero(ramo   da   a   axilar)  
cursa   lateralmente   a   goteira   bicipital   e   é   o   principal   contribuitor   da  
vascularização  do  segmento  articular  

Classificação  
Neer  utiliza  as  partes  de  Codman  para  sua  classificação,  configurando  uma  parte  o  desvio  de  1cm  
ou   45graus   ou   0.5cm   (Mclaughlin)   de   desvio   superior   do   TM   não   importando   os   traços   de  
fratura.    
Jakob-­‐AO:  11  
• A:  Extra-­‐articular,  unifocal  
o A1:  Avulsão  de  tuberosidade  
o A2:  Impactação  da  metáfise  
o A3:  Metáfise  não-­‐impactada  
• B:  Extra-­‐articular,  bifocal  
o B1:  Impactação  da  metáfise  
o B2:  Metáfise  não-­‐impactada  
o B3:  Luxação  gleno-­‐umeral  
• C:  Articular  
o C1:  Levemente  desviada,  impactada  em  valgo  
o C2:  Desviada  
o C3:  luxação  gleno-­‐umeral  

Tratamento  
Fraturas  em  três  partes  
Tratamento  cirúrgico  
O   uso   de   fios   percutâneos   constitui   uma   técnica   especialmente   difícil,   uma   vez   que   o   tubérculo  
terá  que  ser  reduzido  e  a  cabeça  terá  que  ser  girada  ao  contrário.  
  Pode   ser   realizado   RAFI   nos   pacientes   mais   jovens   e   dever   ser   pensado   na   possibilidade  
de   hemiartroplastia   nos   pacientes   mais   idosos   (Rock   6:   pode   ser   preferível   em   osso  
osteoporótico).  

Complicações  
Instabilidade:  rara  
Consolidação  viciosa  
Pseudoartrose  do  colo  cirúrgico:  muito  mais  comum  do  que  das  tuberosidades.    
Osteonecrose  
Lesao  Neurovascular  
 
 
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Fratura  da  diáfise  do  úmero  


Entre  o  colo  cirurgico  (RW)  ou  abaixo  da  inserçao  do  peitoral  maior  (J)  e  a  crista  supracondilar.  
Homens  na  3  década  (alta  energia)  e  mulheres  na  7  e  8  decadas  (quedas  ao  solo).5%  das  fraturas  
sao  expostas.  

Anatomia   A   arteria   braquial   e   os   nervos   mediano   e   musculocutaneo   estao   no   compartimento  


anterior.O  nervo  ulnar  passa  do  anterior  para  o  posterior  enquanto  que  o  nervo  radial  passa  do  
posterior  para  o  anterior.  

Exame  Fisico  Documentar  lesoes  neurologicas  (radial).  

Imagens  RX:  AP  +  P  geralmente  suficientes.  

Classificação  AO12.  Tscherne.    

Vias  Antero-­‐lateral:  preferivel  nas  fraturas  diafisarias  proximais  e  medias.  Posterior:  1/3  distal.  

Tratamento  Casos  que  eram  aceitos  antigamente  evoluiram  com  instabilidade  rotatoria  postero-­‐
lateral  do  cotovelo  quando  consolidaram  com  ≥19°  de  varo  15  anos  apos  o  tratamento.  

Conservador   Gesso   pendente:   nao   deve   ser   usado   em   fraturas   transversas   devido   ao   risco   de  
distraçao   do   foco.   Posiçao   da   argola   ao   nivel   do   punho:   Dorsal   corrige   o   varo.   Volar   corrige   o  
valgo   (equilibrio).   Tipoia   curta   corrige   a   angulaçao   anterior   (acho   que   e   o   desvio   posterior).  
Tipoia  longa  corrige  a  angulaçao  posterior  (acho  que  e  o  desvio  anterior)  

Talas   de   coaptaçao:   "sugar-­‐tongs",   tala   em   U,   acho   que   e   a   pinça   de   confeiteiro.   Fraturas  


minimamente  desviadas  e  intolerantes  ao  gesso  pendente.  

Brace   funcional:   compressao   das   partes   moles   pelo   menos   8   semanas   (ate   abduçao   sem   dor   e  
evidencias  radiograficas  de  consolidaçao).Consolidaçao  em  96%.  

Cirúrgico   Indicações:   encurtamento>3cm.   Rotação>30o.   Angulação>20o.   Segmentar.   Patológica.  


Articular.   Politrauma.   TCE.   Trauma   tórax.   Obesidade.   Expostas.   Vascular.   Plexo.   Antebraço.  
Ombro   flutuante.   Fx   membro   inferior.   Queimaduras.   FAF   alta   energia.   Rigidez   articular.   Lesão   do  
radial  pós-­‐redução.  

Taxa  de  consolidaçao  com  cirurgia=  96%.  

A   colocaçao   de   parafusos   de   compressao   aumenta   a   resistencia   em   ate   40%.Placas   sao   o   gold  


standart.  

Hastes:   Fraturas  segmentares,  queimaduras,  fraturas  patologicas  e  obesidade  morbida  sao  boas  
indicaçoes.   Muitas   complicaçoes   associadas   quando   o   canal   medular   e   ≤   9   (58%).   Necrose  
termica  devido  a  fresagem  excessiva  e  comum.Nao  da  para  explorar  o  nervo  radial.  Dor  no  ombro  
de  5  a  42%  dos  pacientes  e  raturas  na  ponta  da  haste.  

Placas  MIPO:  Proteger  o  n.cutaneo  lateral  do  antebraço  na  incisao  distal.  Fazer  o  cirurgia  com  o  
antebraço  em  supinaçao  maxima.  Consolidaçao  de  95  %  e  zero  lesoes  iatrogenicas  do  n.radial.  

Fixaçao  externo:  indicado  para  damage-­‐control  ou  fraturas  infectadas.  Lesoes  associadas  

Complicações   Paralisia   do   nervo   radial   :   associado   ao   grau   de   violencia   da   lesao.   Varia   de   3   a  


34%   das   fraturas.   Maioria:   neuropraxias=   recuperaçao   espontanea.   Caso   nao   haja   sinais   na  
ENMG  de  recuperaçao  apos  3-­‐4  meses  da  lesao  esta  indicada  a  exploraçao.  

Pseudoartrose:   falhas   tecnicas   (tamanho   inadequado   de   placas,   distraçao   no   foco   e   osso   muito  
porotico).   Caso   ocorra   uma   pseudoartrose   com   haste:   Trocar   por   placa   e   enxerto.   Investigar  
infecçao.Pode-­‐se  encurtar  ate  3  cm  sem  problemas.    
12                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Fratura  do  úmero  distal  

Epidemiologia  
2%  das  fraturas  e  1/3  das  fraturas  do  umero.  
As  fraturas  intercondilares  sao  os  tipos  mais  comuns  de  fratura.  
homens  de  12-­‐19  anos  e  mulheres  com  idade  superior  a  80  anos.  
80%  das  fraturas  supracondilares  sao  fraturas  supracondilares  em  extensao.  

Mecanismo  de  Trauma  


Idosos   queda   ao   solo   com   trauma   direto   do   cotovelo   ou   com   a   mao   espalmada.   Acidentes   de  
transito  e  esportivos  sao  mais  comuns  em  homens  jovens.  
Fraturas  intercondilares  trauma  direto  na  porcao  posterior  do  cotovelo  fletido  >  90  graus.  

 Quadro  Clinico  
Pesquisar  lesões  neurovasculares  (artéria  braquial,  nervos  mediano  e  radial).  
Radial  e  mediano  sao  associados  a  fraturas  em  extensao  transcondilares  e  bicondilares.  O  ulnar  
em  flexao  e  do  epicondilo  medial.  

Classificacao  
AO.  A  –  Extraarticular,  A-­‐1  –  avulsão,  A-­‐2  –  Simples,  A-­‐3  –  Multifragmentaria;  B  –  Intra-­‐articular  
parcial,   B-­‐   1   –   lateral,   B-­‐   2   –   medial,   B-­‐   3   –   Frontal;   C   –   Intra-­‐articular   Total,   C-­‐   1   –   Simples  
articular,  C-­‐  2  –  Metafisaria  multifragmentaria  e  C-­‐  3  –  Articular  Multifragmentaria  

Riseborough   e   Radin:   Tipo   1   –   sem   desvio;   Tipo   2   –   pequeno   desvio   sem   rotação;   Tipo   3   -­‐    
desvio  com  rotação  e  Tipo  4  –  Cominuta.  

Tratamento  conservador  
Reservado   para   fraturas   sem   desvio,   pacientes   idosos   com   fraturas   desviadas   mas   com  
osteopenia  severa  ou  pacientes  com  comorbidades  que  impedem  o  tto  cirúrgico.  

Modalidades   de   tto   conservador:   Imobilização   em   tala   áxilo   palmar;   Tração   com   pino  
olecraniano  e  Saco  de  Ossos  (Bag  of  Bones)   –tipóia  com  o  Maximo  de  flexão  possível  depois  de  
tentativa   inicial   de   redução.   Assim   que   melhora   a   dor   e   edema   o   ganho   de   extensão   é   iniciado.  
Resultado   satisfatório   em   relação   a   amplitude   de   movimento,   desvantagens   fraqueza   e  
instabilidade.  

Objetivos   Tratamento   cirúrgico:   Reducao   anatomica   articular;   Reconstrucao   estável   e  


Movimentacao  precoce.    
 
Tratamento  Cirúrgico:  desviadas  possíveis  de  reconstrução;  ATC:  considerada  em  fraturas  muito  
cominutivas  e  osteoporóticos.  
 
Pos  Operatório:  Movimentação  precoce.  

Complicações:    
Artrite  pos-­‐traumatica    

Falha  na  fixacao  –  relacionado  com  grau  de  cominuicao,  estabilidade  da  fixacao  

Perda  da  extensao  –  grandes  periodos  de  imobilizacao  

Ossificacao  heterotopica  

Lesao   nervosa   –   o   nervo   ulnar   é   o   mais   lesado   tanto   no   momento   da   lesao   como   no   intra-­‐
operatorio.  

 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    13  
 

Luxação  do  cotovelo  


Epidemiologia  
Correspondem  de  11  a  28%  das  lesões  do  cotovelo.  

Luxação  posterior  é  a  mais  comum.  

Simples  são  luxações  sem  fraturas  concomitantes.  Complexas  estão  associadas  e  fraturas  e  
correspondem  a  menos  de  50%  dos  casos  (20%  Campbell).  

Maior  incidência  na  faixa  etária  de  10  a  20  anos.  Também  associada  a  lesões  esportivas.  
Recorrência  incomum.    

Segunda  articulação  mais  luxada  em  adultos.  Mais  comum  em  crianças.  

Apenas  2%  das  agudas  cursam  com  recorrência.  

Anatomia  e  Biomecânica  
  Complexo   ligamentar   medial:   componentes   anterior,   posterior   e   transverso.  
Componente  anterior  é  o  mais  importante,  se  insere  na  face  medial  do  coronóide  e  se  estira  em  
flexão  e  extensão.  O  posterior  apenas  em  flexão.  

  Complexo   ligamentar   lateral:   colateral   radial,   colateral   ulnar   lateral,   colateral  


acessório  e  anular.  

  Extensão:  70%  da  resistência  dos  tecidos  à  distração  é  oferecido  pela  cápsula  articular.  

  Valgo  em  extensão:  carga  dividida  entre  colateral  medial,  cápsula  e  superfície  articular  
igualmente.  

  Varo   em   extensão:   carga   dividida   igualmente   entre   colateral   lateral,   cápsula   e  


articulação.  Segundo  Campbell  11  apenas  14%  LCL,  e  a  maior  parte  da  articulação.  

  Valgo  em  flexão:  principalmente  colateral  medial  (mais  de  55%).  

  Varo  em  flexão:  principalmente  cápsula  (mais  de  75%).  Segundo  Campbell  apenas  9%  
do  LCL  e  principal  parte  pela  articulação.  

  Coronóide:   contenção   como   batente   contra   posteriorização   do   antebraço   e   contensor  


em   valgo   pela   inserção   da   porção   anterior   do   colateral   medial   e   pela   inserção   do   braquial  
(estabilizador  dinâmico).  

  Cabeça   do   rádio:   estabilidade   em   valgo   como   contarforte.   Auxilia   na   contenção   do  


varismo  pelo  tensionamento  do  colateral  lateral.  

  Lesão   da   porção   ulnar   do   colateral   lateral   leva   à   instabilidade   póstero-­‐lateral   rotatória  


além  da  instabilidade  em  varo.  

  Centro  de  rotação  do  cotovelo:  2  a  3mm  de  diâmetro,  centro  da  tróclea,  colinear  com  
cortical  anterior  do  úmero.  Ângulo  de  carregamento:  11º  de  valgo  em  extensão  e  6º  de  varo  em  
flexão.  

  Arco  de  movimento:  0  a  150º  de  flexo-­‐extensão,  85º  de  supinação  e  80º  de  pronação;  
Funcional:  30-­‐130º  de  flexo-­‐extensão,  50º  de  supinação  e  50º  de  pronação.  

Mecanismo  de  Trauma  


  Mais  comum  definida  como  queda  sobre  a  mão  e  cotovelos  em  extensão  que  resultam  em  
forças   que   alavancam   olecrano   para   fora   do   da   tróclea   e   transladam   as   superfícies   articulares.  
14                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 
Continuidade   da   hiperextensão   leva   à   tensão   progressiva   da   cápsula   anterior   e   dos   colaterais,  
que  acabam  eventualmente  se  rompendo.  

  As  lesões  cápsuloligamentares  progridem  de  lateral  para  medial.  Lesões  concomitantes  


de  graus  variáveis  acometem  a  musculatura  flexora  e  extensora.  

  A   maioria   das   luxações   resultam   em   lesões   de   todas   estruturas   capsuloligamentares   que  


estabilizam   a   articulação.     Em   alguns   casos   a   banda   anterior   do   colateral   medial   pode  
permanecer  intacta.  

  Luxação   posterior:   combinação   de   hiperextensão,   estresse   em   valgo,   abdução   do   braço   e  


supinação  do  antebraço.  

  Luxação  anterior:  impacto  direto  contra  região  posterior  do  antebraço  com  cotovelo  em  
flexão.  

  Pronação   do   antebraço   provoca   fratura   do   cotovelo.   Supinação   leva   à   luxação   pura  


(Sbotinho).  

Quadro  Clínico  
  Membro  apoiado  junto  ao  tórax.  Inchaço,  instabilidade.  Dor  e  deformidade.  

  Avaliação   neurovascular   prévia   ao   exame   radiográfico   e   manipulação.   Repetir   exame  


após  qualquer  manobra.  

  No   caso   em   que   ocorrer   déficit   vascular   deve   ser   tentada   redução.   O   insucesso   exige  
avaliação  da  Cirurgia  Vascular,  arteriografia  e  possível  reconstrução  arterial.  

  O  pulso  radial  pode  estar  presente  graças  a  circulação  colateral.  

Avaliar  sinais  de  síndrome  compartimental.  

Nervos   mediano   e   ulnar   são   os   mais   acometidos.   Exploração   cirúrgica   imediata   é  


advogada  apenas  no  déficit  pós  redução.  

Lesões  Associadas  
  Fraturas   da   cabeça   do   rádio   (5   a   11%),   epicôndilos   medial   e   lateral   (12   a   34%);   pode  
causar   bloqueio   mecânico   nas   reduções)   e   processo   coróide   (5   a   10%).   Luxações   com   fraturas  
tem  maior  chance  de  correr  com  instabilidade.  

  Lesão  do  nervo  ulnar  e  ramo  interósseo  anterior  do  mediano.  

  Artéria  braquial,  principalmente  nas  luxações  abertas.  

Imagens  
  Radiografias  de  frente  e  perfil.  

  Procurar  fraturas  associadas.  

Classificação  
- Simples  ou  complexa.  
- Aguda:  até  3  semanas.  Crônica:  mais  de  3  semanas.  
- De  acordo  com  a  direção  da  ulna  em  relação  ao  úmero.  
o Posterior  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    15  
 
o Pósterolateral  
o Pósteromedial  
o Lateral  
o Medial  
o Anterior  
o Divergente  
 

Tratamento  
  Princípios  

    Restauração  da  estabilidade  óssea.  

    Restauração  do  processo  coronóide.  

    Contato  radiocapitular.  

    O   ligamento   colateral   lateral   é   mais   importante   que   o   medial   na   avaliação   da  


maioria  das  luxações  é  melhor  avaliado  em  pronação  máxima.  

    O   coronóide,   cabeça   do   rádio   e   colateral   lateral   devem   ser   reparados   ou  


reconstruídos   quando   há   indicação,   entretanto   o   ligamento   colateral   medial   raramente   necessita  
de  abordagem.  Na  presença  de  estabilidade  lateral  o  colateral  medial  irá  cicatrizar.  

   

Luxação  Posterior  Simples  

    Redução  fechada  com  paciente  sob  sedação  ou  anestesia.  

    Manobra   de   Parvin:   paciente   em   decúbito   ventral,   membro   pendente   fora   da  


mesa   em   semi-­‐extensão,   aplicação   de   tração   distal   pelo   punho.   A   partir   do   momento   em   que   o  
olecrano   inicia   o   deslocamento,   o   braço   é   elevado   através   de   uma   força   na   região   anterior   do  
úmero.  

    Manobra   de   Meyn   e   Quigley:   decúbito   ventral,   antebraço   pendente   fora   da  


maca  em  flexão  de  90º.  A  partir  de  tração  distal  pelo  punho  se  realiza  com  a  outra  mão  força  para  
guiar  olecrano  inferiormente.  

    Avaliação  radiográfica  e  neurovascular  é  imperativa  após  redução.  Imobilização  


com  tala  em  90º  de  flexão.  

    Nos   casos   de   sucesso,   o   tratamento   deve   prosseguir   a   partir   de   mobilização  


ativa,  precoce  do  cotovelo.  Imobilização  prolongada  está  associada  com  resultados  insatisfatórios  
e   rigidez   articular.   Considerar   brace   articulado   em   casos   de   instabilidade.   Recuperação   do   arco   e  
força  em  3  a  6  meses.  

    No   insucesso   da   redução,   reluxação   (2%)   e   instabilidade   deve   ser   tentada  


redução   cirúrgica.   Isso   é   raro   e   pode   decorrer   de   aprisionamento   de   partes   moles   ou   fragmentos  
intraarticulares  (epicôndilo  medial  é  o  mais  comum).  

    Há   três   possíveis   abordagens   considerando-­‐se   redução   cirúrgica:   reconstrução  


precoce,  fixação  externa  ou  pinagem  transarticular.  

   

  Estabilidade  pós-­‐redução  

  Mobilização  passiva  para  constatação  de  arco  de  movimento  em  que  cotovelo  permanece  
estável.  Manobra  realizada  em  supinação  e  pronação.    
16                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 
 Na   presença   de   lesão   lateral,   há   maior   estabilidade   em   pronação   (tensionamento   da  
musculatura   supino-­‐extensora).   Na   lesão   medial,   há   maior   estabilidade   em   supinação  
(tensionamneto  da  musculatura  prono-­‐flexora).  

 Testar  estabilidade  em  varo  e  valgo.  

Luxação  Posterior  Crônica  

 Possibilidade  reduzida  de  redução  após  7  dias  do  evento.  

 Necessidade  de  redução  cirúrgica  e  liberação  das  contraturas.  Descolamento  capsular  e  


ligamentar,   anterior   e   posteriormente.   Transpor   o   nervo   ulnar.   Como   conseqüência,   o   cotovelo  
ficará  instável.    

A   pronação   é   mais   limitada   que   a   supinação   porque   o   tendão   do   biceps   encontra-­‐se  


tensionado  nos  condilos  umerais  devido  ao  desvio.  

                         Mantêm-­‐se   a   redução   com   um   fixador   externo   articulado,   o   que   também  


possibilita  alongamento  das  estruturas  encurtadas.    

 Mantido  fixador  por  8  semanas.  Instabilidade  e  ossificação  heterotópica  são  raras.  

Luxação  Anterior  

 Membro   encurtado,   tríceps   na   fossa   cubital.   Associada   com   fratura   do   olecrano   e   lesão  
da  artéria  braquial.      

Manobra  de  redução  inversa  da  prescrita  para  a  luxação  posterior.  

 Tração   no   antebraço,   seguida   de   pressão   posterior   e   para   baixo.   Pressão   no   sentido  


anterior  da  região  distal  do  úmero.  

 Exame   neurovascular   se   faz   necessário.   Procurar   lesão   do   tríceps   que   pode   ser  
avulsionado  neste  tipo  de  lesão.  

 Imobilizado  em  flexão  de  90º.  Protocolo  de  reabilitação  similar  ao  da  luxação  posterior.  

Luxação  Medial  e  Lateral  

 Aparência   alargada   do   cotovelo.   Nas   radiografias,   a   incisura   sigmóide   da   ulna   parecerá  


maior.    

 Na   luxação   lateral   pode   haver   articulação   entre   incisura   sigmóide   e   o   sulco  
capitulotroclear.  Isso  pode  permitir  certo  arco  de  movimento  e  confundir  o  diagnóstico.  

 Redução   através   de   tração   e   contra-­‐tração   no   antebraço   e   braço,   em   ligeira   extensão,  


seguida  de  pressão  medial  ou  lateral.  

 Pode   haver   conversão   para   luxação   posterior.   Proceder   a   manobra   adequada   se   for   o  
caso.  

 Nas  luxações  laterais  o  ancôneo  pode  se  interpor  e  exigir  redução  cirúrgica.  As  mediais  
constituem  mais  uma  subluxação.  

   

Luxação  Divergente  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    17  
 
 Raro.  Dois  tipos:  Antero-­‐posterior  e  médio-­‐lateral(transversal).  

 Antero-­‐posterior   é   a   mais   comum,   com   uma   luxação   posterior   da   ulna,   com   alojamento  
do   coronóide   na   fossa   do   olecrano.   O   rádio   desloca-­‐se   anteriormente.   O   mecanismo   de   trauma  
pode  ser  uma  pronação  forçada.    

                         Reduz-­‐se   primeiro   a   ulna   pelo   manobra   para   luxação   posterior   enquanto   se  


realiza   pressão   direta   sobre   o   rádio.   Pode   ser   necessária   redução   cirúrgica   pela   dificuldade   em  
manter  a  redução.    

                         O  cotovelo  deve  ser  imobilizado  em  flexão  e  supinação  e  a  reabilitação  seguir  os  
princípios  das  demais  luxações  simples.  

 A   médio-­‐lateral   é   muito   rara.   O   cotovelo   permanece   evidentemente   alargado,   pois   os  


ossos  do  antebraço  englobam  a  região  distal  do  úmero.  

 A  redução  deve  ser  realizada  aplicando-­‐se  tração  em  ligeira  extensão  seguida  de  pressão  
contra  os  ossos.  Imobilização  também  em  supinação.  

Luxação  Recorrente  Aguda  

 Decorre   geralmente   quando   há   associação   com   fratura   do   coronóide   e   da   cabeça   do  


rádio.  

 Atonia   ou   hipotonia   muscular   regional   importante.   Pode   ser   evitada   aumentando   grau  
de   flexão   até   recuperação   do   tônus.   A   extensão   pode   ser   recuperada   através   de   uma   órtese  
articulada.  

 Na  impossibilidade  de  redução  com  essas  medidas  deve-­‐se  considerar  as  possibilidades:  

§ Osteossíntese  da  cabeça  do  rádio  e/ou  coronóide.  


§ Substituição  protética  da  cabeça  do  rádio.  
§ Fixação  externa  articulada.  
§ Reparo  ligamentar.  
                           A   pinagem   transarticular   está   associada   com   maior   incidência   de   rigidez   e  
ossificação  heterotópica.  

 O  reparo  ligamentar  deverá  estar  associado  à  fixação  externa,  devendo  a  articulação  ser  
reduzida  primariamente.  

Luxação  Crônica  Recorrente  

 A  causa  ainda  não  é  conhecida.  

 Estudos  sugerem  afrouxamento  da  região  lateral,  outros  avulsão  do  músculo  braquial  e  
da  cápsula  anterior.  

 A  reconstrução  ligamentar  lateral  levou  a  melhora  em  alguns  pacientes.  

Tríade  Terrível  do  Cotovelo  

 Associação   entre   fratura   do   coronóide,   fratura   da   cabeça   do   rádio   e   luxação   do   cotovelo.  


Termo  descrito  por  Hotchkiss.  

 Nem  todas  são  instáveis,  porém  a  maioria  assim  se  apresenta.    


18                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 
 O  tratamento  conservador  é  arriscado  pelo  risco  de  reluxação.  

 Bons   resultados   estão   sendo   descritos   com   o   reparo   do   coronóide,   colateral   lateral   e  
reparo  ou  substituição  da  cabeça  do  rádio.  Alguns  pacientes  irão  nescessitar  de  reparo  medial  ou  
fixação  externa  articulada.  

Complicações  
  Perda   de   arco   de   movimento:   principalmente   extensão.   Associada   a   imobilização  
prolongada.  Recomendação  atual  de  imobilização  por  apenas  1  semana.  

  Comprometimento   neurológico:   geralmente   há   recuperação   espontânea.   Piora   da  


função,  dor  intensa  ou  ausência  de  recuperação  em  três  meses  são  indicações  de  exploração.  

  Lesão  vascular:  redução  fechada  na  ausência  de  perfusão.  No  insucesso,  há  necessidade  
de  arteriografia  e  reconstrução  arterial  quando  indicada.  

  Síndrome   Compartimental:   inchaço   decorrente   de   lesões   teciduais   pode   ser   a   causa.  


Evitar   hiperflexão   e   orientar   elevação   do   membro.   Considerar   monitoração   compartimental   e  
fasciotomia.  

  Ossificação   heterotópica:   anteriormente   é   proveniente   do   braquial   e   da   cápsula.  


Posteriormente   pelo   tríceps   e   cápsula.   Risco   aumentado   em   sucessivas   tentativas   de   redução,  
grande   lesão   tecidual,   TCE,   queimaduras,   pacientes   jovens   e   presença   de   fraturas   associadas.   A  
manipulação   forçada   pode   aumentar   o   trauma   tecidual   e   deve   ser   evitada.   Indometacina   ou  
radiação  local  são  recomendadas  como  profilaxia  cirúrgica.  

   

Instabilidade  do  Cotovelo  


  Três  tipos  

- Instabilidade  Posterolateral  Rotatória  


Luxação  do  cotovelo  com  ou  sem  fratura  da  cabeça  do  rádio  ou  coronóide.  

Queda   com   o   braço   estendido,   resultando   em   uma   força   axial,   em   valgo   e  


posterolateral.   A   lesão   se   inicia   lateralmente   e   avança   para   medial,   sendo   a   banda  
anterior  do  colateral  medial  a  última  estrutura  a  se  romper.    

- Instabilidade  em  Varo  Posteromedial  Rotatória  


Queda   com   o   braço   estendido,   criando   força   em   varo,   axial   e   rotacional  
posteromedial.  

Resulta   em   fartura   da   faceta   medial   do   coronóide   associada   com   algumas  


possíveis   lesões:   lesão   do   colateral   lateral,   fratura   do   olecrano   e   fratura   adicional   do  
coronóide  em  sua  base.  

- Fratura-­‐Luxação  Anterior  do  Olecrano  


Trauma  direto  contra  cotovelo  fletido  

  Tratamento:  

    No  tratamento  das  instabilidades  traumática  deve-­‐se  restabelecer  a  estabilidade  


óssea   inerente   do   cotovelo   e   demais   estruturas   mole   necessárias   a   sua   estabilidade,   o   a  
reconstrução   do   LCL     se   mostrou   mais   importante   que   o   LCM   que   na   maioria   das   vezes   não   é  
necessário   (desde   que   coronoide,   olecrano,   cabeça   radial   e   LCL   estejam   íntegros   ou  
reconstruídos).  

 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    19  
 
  Escala  de  Instabilidade  de  Morrey  

    Tipo  I:  instabilidade  posterolateral  rotatória,  pivô-­‐shift  positivo,  colateral  lateral  


ulnar  rompido.  

    Tipo   II:   côndilos   assentados   no   coronóide,   instabilidade   em   varo,   colateral  


lateral  ulnar,  cápsula  posterior  e  anterior  leosinados.  

    Tipo   IIIa:   luxação   posterior,   instabilidade   em   valgo,   colateral   lateral   ulnar,  


cápsulas  anterior  e  posterior,  banda  posterior  do  colateral  medial  lesionados.  

    Tipo   IIIb:   Luxação   posterior,   instabilidade   grosseira,   colateral   lateral   ulnar,  


cápsulas  anterior  e  posterior,  banda  posterior  e  anterior  do  colateral  medial  lesionados.  

 
 
20                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Fratura  da  cabeça  do  rádio  


Maioria   queda   sobre   a   mão   estendida.   Antebraço   pronado.   A   cabeça   fratura   quando   colide   com   o  
capitulo.  

Quadro  Clínico  
Examinar  radioulnar  distal.  Dor  ou  stress  são  indicativos  de  lesão  de  Essex-­‐Lopresti.  Rotura  dos  
ligamentos  interosseos  e  radioulnares.  

Zona  segura  da  cabeça  do  rádio:  

Smith  e  Hotchkiss:  traça  linhas  que  cruzam  a  cabeça  do  rádio  em  supinação,  neutro  e  pronação.  
Implantes   podem   ser   colocados   da   metade   entre   as   linhas   media   e   posterior   à   metade   das   linhas  
anterior  e  média/  Caputo:  usa  o  tubérculo  de  Lister  e  o  estilóide  radial  como  parâmetros.    

Imagens  
Radiografias:   AP   +   P   +   O.   Greespan:   antebraço   em   rotação   neutra,   raio   em   45°   de   inclinação  
cefálica.  

Classificação  
Mason,   modificada   por   Johnston/   Tipo   I:   fraturas   sem   desvio./   Tipo   II:   fraturas   marginais   com  
desvio.   Impaccao,   depressão   ou   angulação./   Tipo   III:   fraturas   cominutas   que   envolvem   toda   a  
cabeça./  Tipo  IV:  associadas  com  luxação  do  cotovelo.  

Morrey   modificou   a   classificação   incluindo   as   fraturas   do   colo,   determinando   o   grau   de  


desvio(30%  ou  mais  com  desvio  de  2mm)  e  incluindo  a  modificação  de  Johnston.  

Hotchkiss:   tipo   1   pouco   desvio   que   vão   bem   com   tratamento   conservador.   Tipo   2   parciais   da  
cabeça   com   bloqueio   ou   totais   reparáveis.   Tipo   3   irreparáveis   que   exigem   ressecção   ou  
substituição  protética.  

Tratamento  
Conservador=  Maioria  das  fraturas./  Fraturas  do  tipo  I.  Tipo  II  com  desvio  menor  de  2mm  e  sem  
bloqueio  de  articular.    

Cirúrgico=   Única   indicação   absoluta   para   síntese:   fratura   Mason   II,   isolada,   com   bloqueio  
articular.  

Ressecção  da  cabeça  do  rádio=  Após  ressecção,  avaliar  punho  e  migração  proximal  do  rádio./  
Se  o  cotovelo  ou  antebraço  estiverem  instáveis,  a  cabeça  deve  ser  substituída  por  uma  prótese.  

Artroplastia=   Indicada   na   lesão   do   ligamento   interosseo,   colateral   ulnar   e   instabilidade  


posterolateral*   indicam   a   protetização./   Após   a   substituição   a   instabilidade   em   valgo   deve   ser  
avaliada  e  se  a  mesma  persistir,  reparo  do  LCM  deve  ser  considerado.  

Na   persistência   da   instabilidade   da   radioulnar   distal,   pinagem   com   FK   deve   ser   realizada   com  
antebraço  em  supinação.  Mantida  por  4  a  6  semanas.  

Lesao  de  Essex-­‐Lopresti  


Rotura   longitudinal   do   ligamento   interósseo,   geralmente   em   combinação   com   uma   fratura   da  
cabeça  do  rádio  e/ou  luxação  com  lesão  da  radioulnar  distal.  

A   excisão   da   cabeça   do   rádio   nessa   entidade   irá   resultar   em   migração   proximal   do   rádio./   A  
cabeça  deverá  ser  reparada  ou  substituída.  A  radioulnar  distal  deve  ser  examinada.  

Complicações  

Dor   crônica   no   punho:   considerar   lesão   da   membrana   interóssea.   Lesão   da   radioulnar   distal.  
Lesão  da  fibrocartilagem  triangular.  
 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    21  
 

Fratura  do  antebraço  


Mecanismo  de  trauma  
Trauma   direto   é   o   mais   comum.   Acidentes   de   trânsito   ;   nightsick   ;   FAF.   Menos   comum  
quedas  e  esportiva  

Quadro  clínico  
Examinar   articulações   adjacentes;   Neurológico:   Mediano,   radial   e   ulnar   (incomum);  
Vascular;  lembrar  de  sd.  compartimental  (estiramento  passicvo  dos  dedos)  

Lesões  associadas  
Fx  punho  e  cotovelo.  Lesões  ligamentares  (ARUD.)  

Classificação  
AO:  
o A1-­‐    simples  na  ulna  ;  A2  -­‐  simples  no  rádio  e  A3  -­‐    ambos  
o B1   -­‐   cunha   na   ulna   ;   B2   -­‐     cunha   no   rádio   ;   B3   -­‐   cunha   em   um   dos   ossos   e   fx   (simples   ou  
cunha  no  outro)  
o C1  -­‐  complexa  na  ulna  ;  C2  -­‐  complexa  no  rádio  ;  C3  -­‐  complexa  nos  dois  

Tratamento  
Tratamento   cirúrgico   com   fixação   interna   é   o   mais   apropriado:   Redução   anatômica   =  
Melhor  resultado  funcional  
Conservador:   Fxs   isoladas   pouco   desviadas   da   ulna   (   <   10   graus)   e   paciente   sem  
condições   cirúrgicas.   Gesso   e   reduçao   fechada   ou   bracing   (18   dias   com   gesso   longo   e   depois  
brace)  
o Sem  controle  dos  fragmentos;  Alta  taxa  de  perda  de  redução;  Tempo  incerto  de  
consolidação;  Maus  resultados  funcionais  
Hastes   intramedulares:   crianças;   mau   controle   dos   fragmentos,   difícil   realinhamento  
anatômico,  mais  difícil  de  explorar,  alta  taxa  de  não  união  (20%)  e  de  resultados  insatisfatórios,  
interósseo  posterior  em  risco  no  bloqueio  proximal  
o Indicações:  Fx  segmentar,  má  condição  de  pele,  falha  no  tratamento  com  placa,  
múltiplas  lesões,  fx  diafisárias  em  osteoporóticos  
o Contra-­‐indicações:  Infecção  ativa,  canal  medular  <  3mm  ,  fise  aberta  
Osteossíntese  com  placa:  DCP  e  LC-­‐DCP  (menor  taxa  de  necrose  do  osso)  de  3,5mm  
o Controle   excelente   dos   fragementos;   Realinhamento   anatômico   possível;  
Possível  tratar  lesões  concomitantes;  Baixa  taxa  de  não  união;  Resultados  bons  e  
excelentes;  Resultado  previsível;  Corticais  em  cada  lado  da  fx  
Lembrar   do   arqueamento   radial   e   dos   bloqueios   de   pronossupinação   em   casos   de  
angulação  e  desvios  angulares    
Vias  de  acesso:  Henry,  Thompson  e  ulnar  
Fixador   externo:   Limitado   no   antebraço   -­‐-­‐>   Fx   expostas   com   lesões   de   partes   moles   e  
grande  perda  óssea  ou  damage    control  
Campbell  não  recomenda  em  exposta  GIII:  Lava,  põe  na  tala  e  opera  de  5  a  7  dias.  Estudo  
faz  em  IIIA  

Complicações  
Síndrome   compartimental,   consolidação   viciosa,   Infecção   <   3%,   Refratura:   Mais  
frequente  em  RMS  <  1a  (40%);  Sinotose  radioulnar  (2%),  Lesões  neurovasculares  
Não  união  (Praticamente  eliminadas  com  as  placas;  <  2%)  
o Dos  dois  ossos:  Ressecção  das  pseudoartroses  com  encurtamento  de  ambos  os  
ossos  +  osteossíntese  com  placa  e  enxerto  
o Rádio  ou  ulna:  Se  não  há  fratura  ou  deformidade  no  outro  osso,  não  se  encurta  
à  fíbula  ou  aloenxerto  
 
 
 
22                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 
Classificação    
Weber  e  Cech  

Hipervascular  (hipertrófica)  ou  viável:  capaz  de  reação  biológica.  Dividida  em:  
1. Pata   de   elefante:   calo   rico.   Resultado   de   fixação   não   rígida,   imobilização   inadequada   ou  
carga  prematura  em  fratura  reduzida  com  fragmentos  viáveis.  
2. Pata   de   cavalo:   calo   pobre.   Fixação   moderadamente   instável.   Bordas   mostram   algum  
calo,  insuficiente  para  consolidação  e  possivelmente  pequena  esclerose  
3. Oligotrófica:   não   hipertrófica,   mas   vasculares.   Ocorre   por   maior   desvio   da   fratura,  
distração  entre  os  fragmentos  ou  fixação  interna  sem  aposição  acurada  dos  fragmentos  
Avascular  (atrófica)  ou  inerte:  incapaz  de  união  sem  intervenção.  Dividida  em:  
1. Cunha  de  torsão:  presença  de  fragmento  intermediário  em  que  o  suprimento  sanguineo  
é   diminuída   ou   ausente.   O   fragmento   intermediário   consolidou   em   um   fragmento  
principal  mas  não  no  outro.    
2. Cominuta:   presença   de   um   ou   mais   fragmentos   intermediários   que   estão   necróticos.  
Ausência  de  formação  de  calo.  Tipicamente  em  quebra  de  alguma  placa.      
3. Defeito:  perda  de  fragmento  da  diáfise.  Bordos  são  viáveis,  mas  consolidação  no  defeito  
é   impossível.   Com   o   tempo   as   bordas   tornam-­‐se   atróficas.   Ocorrem   após   fraturas  
expostas,  sequestrectomias  em  osteomielites  e  ressecção  de  tumores.  
4. Atrófico:   resultado   final   quando   fragmentos   intermediários   estão   faltando   e   falta  
potencial  osteogênico  ao  tecido  cicatricial.  Bordos  tornam-­‐se  osteoporóticos  e  atróficos.    

Paley:  descrito  para  tíbia,  mas  pode  ser  aplicada  a  outros  ossos  
• Tipo  A:  perda  óssea  <  1cm  
o A1:  deformidade  móvel  
o A2:  deformidade  rigida  
§ A2-­‐1:  pseudoartrose  rígida  sem  deformidade  
§ A2-­‐2:  pseudoartrose  rígida  com  deformidade  fixa  
• Tipo  B:  perda  óssea  ≥  1cm  
o B1:  defeito  ósseo  
o B2:  perda  de  comprimento  do  osso  
o B3:  ambos  
 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    23  
 

Fratura  do  olécrano  


 

Mecanismo  de  trauma  


• Queda  sobre  a  ponta  do  cotovelo  
• Queda  com  cotovelo  parcialmente  flexionado  com  força  indireta  do  tríceps  avulsionando  
o  olécrano  

Classificação:    
Colton  
Não   desviada   e   desviada   (A:   fratura   avulsão,   B:fx   transversa   ou   obliqua,   C:   cominuta,   D:    
fratura  luxação)  

Tratamento  
Não  cirúrgico  
• Minimamente   desviado   e   não   desvia   com   membro   em   90   graus   de   flexão   -­‐  
incomum  
• Tala  3-­‐4  semanas  
Cirurgico  
Vias  de  acesso  (bônus)  
• Kocher:  entre  ancôneo  e  EUC  
• Kaplan:  ERCC  e  ECD  
• Hotchkiss:  diretamente  através  do  ECD  
Excisão  do  fragmento  proximal  com  avanço  do  tríceps  
• Idosos   com   demanda   funcional   limitada,cominuição   grave   em   que   RAFI   tecnicamente  
impossível,  fraturas  não  articulares-­‐  até  80  %  
Banda  de  tensão  
• Fraturas  relativamente  simples  
Placa  e  parafusos  
• Cominuta,  Fx-­‐lx  de  Monteggia,  Fx-­‐lx  olecrano  
• Placa   dorsal   com   vantagens   em   relação   a   medial   ou   lateral:   ajuda   na   obtenção   e  
manutenção  da  redução;  fica  no  plano  funcional  atuando  de  certa  forma  como  banda  de  
tensão;  necessidade  menor  de  dissecção  de  partes  moles  

Complicações  
• Falha  da  banda  de  tensão  em  fraturas  complexas  ou  fratura-­‐luxação  
• Soltura  da  placa  em  ossos  osteopenicos  
• Instabilidade   úmero-­‐ulnar:   deformidade   pos-­‐fixacao   com   ápice   dorsal,   tratamento  
inadequado  de  fratura  do  coronóide,  cabeça  do  rádio  e  complexo  LCL.  
• Rigidez  articular:  geralmente  por  fx-­‐lx  posterior  
• Sinostose  radio-­‐ulnar  proximal  
24                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Fratura-­‐luxação  de  Galeazzi  


 

A  característica  da  fratura  está  associada  a  subluxação  ou  luxação  da  ARUD.  

Mecanismo  de  trauma:  


• Carga   axial   sobre   o   antebraço   em   hiperpronação,   este   mecanismo   nunca   foi   reproduzida  
em  modelos  de  laboratório.  

Quadro  clinico:  
• Dor   e   deformidade   no   ARUD   em   associação   com   uma   fratura   do   rádio,   na   maioria   das  
vezes   entre   os   terços   médio   e   distal   (Tb   pode   ocorrer   com   fx   prox.   e   do   terço   médio  
isoladamente).    

Se  exposição  geralmente  de  dentro  para  fora  na  região  dorsal  da  ARUD.  

• Os   seguintes   achados   radiológicos   que   sugerem   lesão   da   ARUD   na   presença   de   uma  


fratura  isolada  da  diáfise  radial:  

o Fratura  do  estilóide  ulnar  em  sua  base.  

o Alargamento  da  ARUD  no  AP.  

o Luxação  do  rádio  em  relação  à  ulna  no  P.  

o Encurtamento  do  rádio  >  5  mm  em  relação  à  ulna  distal  (  se  >  10mm  lesão  da  
membrana  interossea).  

Tratamento:  
• Fix.  com  placa  DCP  3,5mm,  no  mínimo  5  furos  e  6  sendo  ideal  com  estabilidade  absoluta,  
se   fx   cominuta   que   é   raro   placa   de   neutralização   com   enxerto   para   manter   o  
comprimento.  

• Apos  a  fixação  do  rádio,  reduzir  a  ARUD  (caso  não  reduza,  checar  a  redução  do  radio,  se  
OK,   via   dorsal   cuidado   ramo   sensitivo   dorsal   do   ulnar   1-­‐2   cm   do   estioide   e  
desinterposição   de   partes   moles   >ria   é   extensor   ulnar   do   carpo)     e   testar   sua  
estabilidade.  

• Se  estável  reabilitação  precoce  sem  imobilização.  

• Se  instável,  com  fx  do  estilóide  ulnar  fixação  do  mesmo  e  se  estável  após,  4-­‐6  semanas  de    
tala  ou  brace  axilo  palmar  ou.  Sem  fx  do  estiloide  FK  fixando  a  radioulnar  distal,  e  tala  ou  
brace  em  supinação  (na  maioria  das  vezes)  por  4  semanas.  

Complicações:  
• São   elas:   infecção,   pseudoartrose,   consolidação   viciosa,   instabilidade   da   ARUD   e   lesão  
nervosa  na  cirurgia.  

• O   nervo   mais   acometido   é   o   sensitivo   radial   dorsal   (tanto   na   via   de   Henry   como  
Thompson)  seguido  pelo  interosseo  posterior.        

 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    25  
 

Fratura-­‐luxação  de  Monteggia  


Fraturas  do  entre  a  base  do  olécrano  e  o  terço  proximal  da  ulna  com  luxação  anterior  da  rádio-­‐
ulnar  proximal  (BADO:  fx  ulna  +  lx  radio-­‐ullnar).  5%  das  fx  do  antebraço  

Clínica  Exame  neurológico:  N  radial  e  interósseo  posterior  

Imagens  Rx  AP  +  P  incluindo  punho  e  cotovelo  para  ver  lesões  associadas.  

Linha   traçada   pela   diáfise   radial   e   cabeça   deve   cruzar   o   capítulo   independente   da   posição   do  
antebraço  -­‐-­‐>  congruência  radio-­‐capitular  

Classificação  (BADO)  

1.   Lx   anterior   da   cabeça   do   rádio   com   fx   da   ulna   angulada   anteriormente:   Pronação   forçada   do  


antebraço  
2.   Lx   posterior   da   cabeça   do   rádio   com   fx   da   ulna   angulada   posteriormente:   Cotovelo   fletido   e  
trauma  axial  no  rádio  distal  
3.   Lx   lateral   ou   anterolateral   da   cabeça   do   rádio   com   fx   da   metáfise   da   ulna:   Força   primária   é   em  
valgo,  a  pronação  e  supinação  determinam    a  direção  da  cabeça  
4.  Lx  anterior  da  cabeça  do  rádio  +  fx  ambos  os  ossos:  Tipo  I  +  fx  rádio  

Frequência:  I  (60%)  >    II  (15%)  >    III  (10%)  =  IV  (10%).  Tipo  III  praticamente  só  em  crianças.  II  e  
III  associados  com  lesão  do  n.  radial  e  interósseo  posterior  

JUPITER    modificou  II:  Leva  em  conta  a  altura  do  traço  na  ulna.  IIA:  Olécrano  distal  e  coronóide.  
IIB:  Junção  metáfiso-­‐diafisária  distal  ao  coronóide.  IIC:  Fx  diafisária.  IID:Se  estende  além  do  1/3  
proximal  até  a  metade  da  ulna  

AO(22A1.3  ,  22B1.3)  

Tratamento  
Conservador   Satisfatório   apenas   em   crianças.   Fraturas   isoladas   e   não   desviadas   da   ulna(<   10  
graus)   e   pacientes   sem   condições   cirúrgicas   -­‐-­‐>   Bracing.   Relacionado   com   perda   funcional   e  
dificuldade  de  manter  a  redução.  71%  de  maus  resultados  

Cirúrgico  Tratamento  cirúrgico  é  geralmente  o  mais  apropriado    

Tentar  primeiro  reduzir  a  cabeça  radial.  Caso  esta  seja  irredutível,  redução  aberta  está  indicada-­‐-­‐
>   Interpõem-­‐se   o   ligamento   anular   e   cápsula   anterior.   Se   houver   tecido   suficiente   o   ligamento  
anular  é  reparado.  A  redução  da  cabeça  radial  é  mantida  pela  fixação  rígida  da  ulna  

Vias   de   acesso:   Henry(supinando   o   antebraço   protege   n.   interósseo   posterior),   Thompson   (1/3  


médio)   e   ulnar   .   Placas:   Método   de   escolha   -­‐-­‐>   Redução   antômica.   Não   está   indicado   enxerto  
ósseo  de  rotina.  DCP  e  LC-­‐DCP  3,5mm  

Em   5   a   7   dias   remover   a   tala   e   colocar     brace,   dependendo   da   estabilidade.   7   a   10d   se   estável:  


exercícios  ativos  para  cotovelo  com  supervisa  

Complicações   SD   COMPARTIMENTAL.   PSEUDOARTROSE.   REFRATURA.   PERDA   DE   PRONO-­‐


SUPINAÇÃO:   10   graus   de   angulação   em   1   dos   ossos   -­‐-­‐>   perda   de   20   graus   de   pronosupinação  
Pior   bloqueio   nas   deformidades   do   1/3   médio,   perdem   mais   supinação.   LESÃO  
NEUROVASCULAR:   Incomum.   Mais   comum:   interósseo   posterior.   SINOSTOSE   RADIO-­‐ULNAR:  
2%.  Mais  comum  em  Bado  IV.  INSTABILIDADE  DA  RÁDIO-­‐ULNAR  PROXIMAL:  Relacionado  com  
redução  não  anatômica  da  ulna  -­‐-­‐>  Reabordar.  Se  reconhecido  >  6  semanas  pós  cirurgia,  ressecar  
a  cabeça  do  rádio  e  osteotimzar  a  ulna  
26                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Fratura  do  rádio  distal    


Epidemiologia:  
Acometem  preferencialmente  3  picos  de  faixa  etária:  5  –  14  anos,  homens  abaixo  dos  40  anos  e  
mulheres  acima  dos  50  anos.  
Os   mecanismos   de   lesão   variam   desde   traumas   de   alta   energia,   acomete     pacientes   jovens   e  
gerando   fraturas   intra-­‐articulares,   à   mecanismos   de   baixa   energia,   acometendo   pacientes   mais  
idosos  maioria  extra-­‐articular.  
Barton  fx  por  cisalhamento.  
Rx:  
Parametros  radiográficos:  Comprimento  radial:  11mm,  Tilt  volar:  11o  e  Inclinação  ulnar:  22o.  
Classificação:  
Universal   (Rayhack)   Tipo   I:   extra-­‐articular   sem   desvio;   Tipo   II:   extra-­‐articular   com   desvio;   A:  
redutivel,   estável,   B:   redutivel,   instável,   C:   irredutível;   Tipo   III:   intra-­‐articular   sem   desvio;   Tipo  
IV:   intra-­‐articular   com   desvio,   A:   redutivel,   estável,   B:   redutivel,   instável,   C:   irredutível   e   D:  
complexa.  
AO/ASIF:  A  -­‐  extra-­‐articular,  1-­‐fx  da  ulna,  radio  intacto,  2-­‐fx  radio  simples,  3-­‐fx  radio  complexa;  
B  -­‐  articular  parcial,  1-­‐sagital  (choauffeur),  2-­‐rebordo  dorsal(Barton),  3-­‐rebordo  volar(Barton);  C  
-­‐  articular  completa,  1-­‐articular  e  metafisaria  simples,  2-­‐articular  simples  e  metafisaria  complexa  
e  3-­‐articular  e  metafisaria  complexas.  
CRITÉRIOS   DE   INSTABILIDADE   DE   Lafontaine,   1989:   Desvio   dorsal   maior   que   20o,  
Cominuição   dorsal,   Fratura   intraarticular,   Idade   >60   anos,   Fx   cominuta,   Fx   associada   da   ulna,  
Intensidade  do  encurtamento  radial  (Altissimi,  1994).  
3  ou  mais  critérios  instabilidade  
PARAMETROS   DE   REDUÇÃO   DA   FRATURA   COM   BOA   QUALIDADE:   Encurtamento   radial  
<3mm,  Degrau  articular  <2mm,  Perda  da  inclinação  volar  <15o  (Pardini),  tilt  de  0  (rockwood).  
Tratamento:  
NÃO  CIRURGICO:  redução  fechada  seguida  de  imobilização  (Sugar  tong  –  30  graus  de  supinação  
com  leve  desvio  ulnar  e  flexão  (<  30o   compressão  do  mediano.  Utilizado  para  as  fraturas  extra-­‐
articulares  sem  desvio  ou  com  desvio  redutíveis  e  estaveis.  
INDICAÇOES   DE   TT   CIRÚRGICO:   Fraturas   intra-­‐articulares   cominuidas   com   desvio,   Fraturas  
expostas,   Fraturas   associadas   do   carpo,   Lesão   neurovascular   associada   ou   tendinosa,   Falha   do  
tratamento  conservador,  Fraturas  bilaterais,  Extremidade  contralateral  prejudicada.  
CIRÚRGICO:  FK,  Fixação  externa,  placas  e  combunados.    
DePalma  da  ulna  em  direção  ao  radio.    
Kapandji(intrafocal):  em  direção  ao  córtex  integro.  
Fixador  externo:  difícil  manter  o  tilt  volar,  neste  método  isolado.  associado  a  Fk  com  melhores  
resultados.  Complicações:  distração  exgerada  distrofia.  
Artroscopia:  útil  principalmente  no  Die-­‐Punch  na  redução  articular  e  lesões  associadas.  
Ficação  interna:    placas  
Volar:    com  o  advento  das  placas  bloqueadas  limitou  o  uso  de  placas  dorsais,  via  de  Henry.  
Fx  do  estilóide  ulnar:  fixação  (controversa),  fx  da  base  do  estilóide,  a  fx  cominuta  do  radio  com  
grande  desvio  volar.  
Complicações:  
Consolidação  viciosa:  comprometimento  funcional  imediato  e  alterações  degenerativas  tardias.  
Mais  comum  em  tto  conservador  e  tto  operatório  pos  falha  do  tto  conservador.  
Lesoes  neurologicas:  Mediano:  sd.  do  túnel  do  carpo  aguda;  Ulnar:  bem  mais  rara,  lesões  agudas    
Síndrome  Dolorosa  Complexa  Regional:  5%  dos  cirúrgicos  e  1%  conservador.  
Lesão   tendinea:Lesão   do   extensor   longo   do   polegar   ocorre   em   aproximadamente   0,3%   das  
fraturas   do   rádio   distal.   Curiosamente,   estas   rupturas   ocorrem   mais   freqüentemente   em   fraturas  
sem  desvio  e  de  tto  conservador.  A  ruptura  é  geralmente  indolor  e  ocorre  no  final  de  6  semanas  a  
3  meses  após  a  lesão.  Rupturas  do  tendão  flexor  tanto  pode  ocorrer  como  resultado  de  uma  lesão  
de   rotação   no   momento   da   fratura   ou   de   forma   atrasada   devido   ao   atrito.   Rupturas   tardias,  
devido   ao   atrito   com   a   placa   têm   sido   descritas   principalmente   do   flexor   do   polegar   em   placas  
proeminentes  radialmente    

 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    27  
 

Fratura  do  escafóide  


 

Epidemiologia  
Comuns.   50   a   80%   das   fxs   do   carpo.Segunda   mais   comum   MMSS   Adultos   jovens.   Homens.  
Segunda   e   terceira   décadas.   17%   de     lesoes   associadas.   Fxs   do   carpo,   antebraço   e   lxs   podem  
acompanhar  essa  fratura.  Incomum  em  criancas    

Quadro  Clinico  
Dor   no   punho   e   inchaço.   Pavizi:   dor   na   tabaqueira,   dor   a   palpação   do   tubérculo   e   dor   a  
compressão  axial  tem  sensibilidade  combinada  de  100%.  

Mecanismo  de  trauma  


Queda   com   a   mão   estendida   A   cerca   de   95°   de   dorsiflexao,colide   cintura   contra   o   lábio   dorsal  
do  radio.Fxs  do  pólo  proximal  por  avulsao  do  escafosemilunar.  
O   escafóide   assume   uma   postura   antevertida.   O   semilunar   e   piramidal   subluxam   e   rodam  
dorsalmente.  O  capitato  e  hamato  subluxam  dorsalmente  e  proximalmente.    

Diagnostico  Diferencial  
Instabilidade   escafolunar.   Lx   perilunar.   Ruptura   do   FRC.     DeQuervain.   Fx   estilóide   radial.  
Artrose    

Rx   AP   +   P.   AP   com   carga   (mão   cerrada)   para   estender   o   escafóide.   Obliquas   radial   e   ulnar.  
Apresentação  tardia  -­‐-­‐>  reabsorção  no  local  da  fratura,  esclerose  subcondral  e  desvio  angular  

RMN  mais  efetiva  no  dx  das  frxs  do  escafoide  e  ocultas.  CO  tem  alta  sensibilidade.  Se  tem  clinica  e  
rx  são  inconclusivos,  imobilizar  por  1  a  2  semanas  e  reavaliar.  

Classificações  
Russe:  Obliqua  horizontal,Transversa  e  Obliqua  vertical  (instável)  

Hebert  

} Tipo  A:  A1  Fraturas  da  tuberosidade  e    A2  Fraturas  incompletas  do  colo.  
} Tipo   B:   B1   Fratura   distal   obliqua,   B2   Fratura   completa   do   colo,B3   Fratura   do   pólo  
proximal  e  B4  Fratura-­‐luxacao  transescafoperilunar  do  carpo.  
} Tipo  C:  C1  Retardo  de  consolidação.  
} Tipo  D:  D1  Pseudoartrose  fibrosa,  D2  Pseudoartrose.  Desvio  angularEstável:  fraturas  
sem  desvio  e  sem  degrau  em  qualquer  plano.  Instável:  <  1mm  de  desvio.  Angulação  
escafolunar  >    60°  e  angulação  radiolunar  >  15°  

Tratamento  

Conservador:  Fxs  sem  desvio  do  terço  distal.  Fxs  da  tuberosidade.  Consolidação:  terço  distal  
de   6   a   8   semanas,   médio   de   8   a   12   semanas   e   proximal   12   a   14   semanas.   Pólo   proximal   -­‐-­‐>  
pseudoartrose  e  necrose  do  fragmento.  

Cirúrgico:   Desvio   >   1mm.   Ângulo   radiolunar   >   15°.   Ângulo   semilunocapitato   >   15°.   Ângulo  
escafolunar  >  60°(Campbell  45°).  Deformidade  em  corcova.  Pseudoartrose.  Lesoes  ligamentares  
associadas.  Via  volar  entre  o  flexor  radial  do  carpo  e  a  artéria  radial.  Menor  dano  vascular  ao  pólo  
proximal   do   escafóide.   Complicações:   Retardo   ,   não-­‐uniao   e   consolidação   viciosa.   100%   de  
necrose   ou   pseudoartrose   nos   casos   em   que   o   fragmento   proximal   e   inferior   a   1/5   do   osso.  
Osteonecrose:    Fxs  pólo  proximal  (35%).  
28                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    29  
 

Fratura-­‐luxação  CMC  polegar  


Maioria  é  intra-­‐articular./  O  fragmento  menor  na  base  volar  do  MC  do  polegar  é  profundo  e  nao  
palpável.  
Bennett:  articular  parcial  
Rolando:  articular  completa  
RX  AP  verdadeiro  do  polegar  (incidência  de  Robert)  
Classificação  -­‐  Green  
Tipo   I:   Fratura-­‐luxação   de   Bennett/   Tipo   II:   Fratura   de   Rolando/   Tipo   III:   Fratura   extra-­‐articular  
A:  Transversa  B:  Oblíqua/  Tipo  IV:  Fratura  com  deslizamento  epifisário  

Desvio  
O  MC  distal  é  aduzido  e  supinado  pelo  adutor  do  polegar.  Ao  mesmo  tempo  o  AbdLP  puxa  o  MC  
radial  e  proximal.  

Tratamento  
Não  cirúrgico=  Tratamento  não-­‐cirúrgico  não  oferece  estabilidade  suficiente.  
Cirúrgico=  A  técnica  envolve  restauração  do  comprimento  anatômico  com  combinação  de  tração  
e  pressão  direta  nas  bases  dos  MC./  RMS  6  semanas.  
Instabilidade  residual  ao  invés  de  rigidez  é  o  risco  dessa  lesão.    
RAFI:  se  nao  conseguida  redução  fechada/  Em  casos  mais  graves:  artrodese  primaria  CMC  pode  
ser  necessária.  

Fraturas  do  metacarpo  


Fraturas  transversas  do  colo  e  diáfise  tipicamente  apresentam  ápice  dorsal  de  angulação.    
O  angulo  normal  cervicodiafisário  é  de  15  graus./  Checar  desvio  rotacional:  limite  tolerado  10˚.  
Para  cada  2mm  de  encurtamento,  há  7˚  de  déficit  de  extensão.    

Tratamento  
 

Não   cirúrgico=   Fraturas   estáveis:   <   50%   de   desvio,   <40˚   de   angulação,   obliqüidade   <   60˚   à  
tratadas  com  luva  de  compressão  tiveram  melhor  movimentação  e  menos  edema  inicial  daqueles  
tratados  com  2  semanas  de  tala  e  não  houve  diferença  funcional  tardiamente.  
Graus   maiores   de   angulação   são   toleráveis   no   anular   e   mínimo   devido   a   maior   mobilidade   das  
CMCs  ulnares.  
Biomecanicamente,  declínio  significante  de  eficiência  do  tendão  flexor  do  minimo  e  terceiro  
interósseo   volar   ocorre   com   angulação   superior   a   30˚   do   colo   do   5˚   MC,   local   de   maior  
tolerância  a  angulação.  
Reabilitação  
A  importância  de  mobilizacao  precoce  deve  ser  considerada  em  proporção  direta  a  magnitude  da  
lesão   ou   procedimento   cirúrgico   realizado.   Quanto   mais   lesão   tecidual,   mais   agressiva   deve   ser   o  
programa  de  reabilitação.    
Atividades  leves:  período  de  cicatrização.  
Resistência  leve:  a  partir  da  6a  semana  
Força  extrema:  após  3  meses.  
 
30                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Fratura  do  metacarpo  


Fraturas  transversas  do  colo  e  diáfise  tipicamente  apresentam  ápice  dorsal  de  angulação.    
Checar  desvio  rotacional:  limite  tolerado  10˚.  
Para  cada  2mm  de  encurtamento,  há  7˚  de  déficit  de  extensão.    
Colo  volar  é  um  dos  locais  mais  fracos,  onde  cominuição  pode  estar  presente.  

Tratamento  
Não  cirúrgico  
Fraturas  intra-­‐articulares  da  cabeça  e  base  se  estáveis  e  minimamente  desviadas.  
A   estabilidade   é   determinada   primariamente   pelas   estruturas   adjacentes   (periósteo,   MC  
adjacentes,   ligamentos   transverso   intermetacarpico   profundo,   interosseo   proximal),   grau   de  
desvio  inicial  e  cominuição.  
Tala  deve  ser  retirada  quando  paciente  puder  confortavelmente  realizar  o  ADM  sendo  não  mais  
do  que  3  semanas.  Deixar  IFs  livres.  
Fraturas  estáveis:  <  50%  de  desvio,  <40˚  de  angulação,  obliqüidade  <  60˚  à  luva  de  compressão    
Definição   de   limites   aceitáveis   de   deformidade   para   cada   localização   de   lesão   é   controverso.  
Graus   maiores   de   angulação   são   toleradas   no   colo   em   relação   a   diáfise.   Graus   maiores   de  
angulação  são  toleráveis  no  anular  e  mínimo  devido  a  maior  mobilidade  das  CMCs  ulnares.  
Biomecanicamente,   declínio   significante   de   eficiência   do   tendão   flexor   do   minimo   e   terceiro  
interósseo   volar   ocorre   com   angulação   superior   a   30˚   do   colo   do   5˚   MC,   local   de   maior   tolerância  
a  angulação.  
Redução  fechada  e  fixação  interna  
fraturas  do  MC  isoladas  que  não  apresentam  critérios  de  tratamento  não  cirúrgico.  
Tanto  para  intra  como  extra-­‐articular:  redutível  e  estável  aos  estresse  de  movimento  com  fixação  
com  FK.    
Fixação  intramedular  
Fraturas  transversas  e  obliqua  curta.  
Pino   de   Steinmann,   dispositivo   intramedular   expansível,   FK   múltiplos   ou   dispositivos   pré-­‐
fabricados.  
Redução  aberta  e  fixação  interna  
Fraturas  que  não  puderem  ser  reduzidas  de  maneira  fechada.  Também  adequado  para  múltiplas  
fraturas  sem  estabilidade  inerente  e  para  fraturas  expostas  associadas  a  lesão  tendineas.  
Fio  intra-­‐ósseo,  fio  composto,  parafusos,  placa  +  parafusos.    
Fraturas  da  cabeça  do  metacarpo  
Articular  parcial:  parafuso  apenas  é  o  tratamento  de  escolha  
Articular  completa:  placa  lâmina  condilar  geralmente  é  requerida  
Reabilitação  
A  importância  de  mobilizacao  precoce  deve  ser  considerada  em  proporção  direta  a  magnitude  da  
lesão   ou   procedimento   cirúrgico   realizado.   Quanto   mais   lesão   tecidual,   mais   agressiva   deve   ser   o  
programa  de  reabilitação.    
Atividades  leves:  período  de  cicatrização.  
Resistência  leve:  a  partir  da  6a  semana  
Força  extrema:  após  3  meses.  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    31  
 

Fratura  do  acetábulo  


Etiologia  
Idosos:  trauma  de  baixa  energia.  

Jovens:  alta  energia.  Quedas,  acidentes  automobilísticos.  

Rotação  interna:  fratura  da  coluna  posterior.  Rotação  externa:  fratura  da  coluna  anterior.    

Abdução:  face  inferior.  Adução:  face  superior  da  abobada.  

A   flexão   do   quadril   na   fratura   do   painel   afeta   proporcionalmente   a   parede   posterior.   Com  


aumento  da  mesma,  a  parede  e  menos  envolvida.  

Anatomia  
Corona   Mortis:   comunicacão   vascular   entre   iliaca   externa   ou   epigástrica   inferior   e   obturatoria.  
85%  dos  pacientes,  a  6cm  da  sínfise.  

Quadro  Clínico  
Ate  40%  de  lesão  do  ciático  principalmente  nas  fraturas  de  coluna  posterior.  Nervo  femoral  nas  
fraturas  anteriores,  porem  raro.  

Imagens  
Acetábulo  em  Y,  visto  lateralmente.  Braços  do  Y  são  as  colunas.    
Coluna    Anterior:  Vai  a  crista  ilíaca  até  a  sínfise  púbica,  incluindo  parede  anterior.  
Coluna   Posterior:   Incisura   isquiática   até   ramo   púbico   inferior,   incluindo   acetábulo,   parede  
posterior  e  tuberosidade  isquiática.  
Área  superior  ou  de  sustentação  do  peso:  inclui  parte  da  coluna  anterior  e  posterior,  chamada  de  
abobada  ou  teto  do  acetábulo.  

Radiografias:  frente,  alar  e  obturatriz.  

Frente:   linha   ileopectinea(coluna   anterior),   linha   ilioisquiatica(coluna   posterior),   lábio  


anterior(parede  anterior),  lábio  posterior(parede  posterior)  e  gota  de  lágrima.  
Obliqua  Obturatriz:  45°  rotação.  Coluna  anterior(CA)  e  parede  posterior(PP).  
Obliqua  Alar(Iliaca):  Coluna  posterior(CP)    e  parede  anterior(PA).  
Sinal  do  esporão:  Fratura  de  dupla  coluna.  

TC:  estuda  o  padrão  de  fratura,  classifica  e  planeja  cirurgia.  

Classificação  
Letournel:  elementares  e  associadas.  

Abrangente  de  Letournel  (  AO)  


Tipo  A:  Parcialmente  articulares.  
  A1:  PP  
  A2:  CP  
  A3:  PA  e/ou  CA  
Tipo  B:  Parcialmente  articulares  transversalmente  orientadas.  
  B1:  Transversa  +  PP  
  B2:  Em  forma  de  T  
  B3:  Anterior  com  hemitransversa  posterior  
Tipo  C:  Articulares  completas  –  Acetabulo  flutuante.  
  C1:  Duas  colunas  –  variedade  alta  
  C2:  Duas  colunas  –  variedade  baixa  
  C3:  Duas  colunas  com  invasão  da  sacroiliaca  
32                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 
Tratamento  
Quadril  instável:  acomentimento  de  mais  de  40%  da  PP,  fraturas  envolvendo  desvios  da  área  de  
sustentação   do   peso   (posterior   e   superior),   dor   excessiva   quando   flexionado   ou   apresentar  
luxável  com  100  de  flexão  e  10  de  adução  sob  anestesia.  

Não  cirúrgico  
Desvios  <2mm,  mesmo  atingindo  a  área  de  sustentação  do  peso.  
Repouso.  Carga  não  permitida.  

Cirúrgico  
Quando   se   tem   instabilidade   do   quadril,   fraturas   deslocadas   que   atravessam   a   abobada   de  
sustentação  do  peso(Ang  Matta  <  45  em  todas  incidências  ou  vizualização  da  fratura  em  cortes  
axiais  tomográficos  a  partir  de  1  cm  de  distancia  do  topo  da  abobada.)  

Abordagens  
Ilioiinguinal:   abordagem   a   toda   coluna   anterior   e   a   placa   quadrilátera,   nas   fraturas   das   duas  
colunas  em  que  o  fragmento  posterior  for  grande.  
Kocher-­‐Langenbach:  PP  e  CP,  flexionar  o  joelho.  
Ileofemoral  estendida:  tabua  externa  do  ílio,  abobada  superior,  coluna  posterior,  além  do  acesso  
acima  da  incisura  isquiática.  
Trirradiada:  boa  exposição  da  tabua  externa,  desde  a  EIAS  até  o  topo  da  incisura  isquiática.  
Combinada:  o  paciente  deverá  ficar  em  decúbito  lateral.  
Osteotomia  do  grande  trocanter:  aumentar  o  acesso  ao  acetábulo  superior.    
Se  puder  optar  entre  uma  abordagem  anterior  ou  posterior,  deverá  ser  optado  pela  abordagem  
anterior,   devido   ao   menor   risco   de   lesão   do   nervo   ciático   e   menor   chance   de   ossificação  
heterotópica.  

Complicações  
Frequentes.  Mais  comuns  são  tromboembolia  e  infecção.  
Lesões   neurológicas:   30   %,   principalmente   da   divisão   do   fibular   do   nervo   ciático.   Deve-­‐se  
estender  o  quadril  e  flexionar  o  joelho  para  diminuir  a  incidência  de  lesões  iatrogênicas.  
Ossificação  heterotópica:  principalmente  nas  abordagens  posteriores.  
Infecção:  se  a  drenagem  serosanguinea  continuar  por  mais  de  4  dias,  o  paciente  deverá  retornar  
a  sala  de  cirurgia,  para  desbridamento  e  irrigação  da  incisão.  
Condrólise:   suspeitar   de   infecção   ou   presença   de   metal   no   interior   da   articulação.   Pensar  
também  em  osteoartrose  precoce.  
 

 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    33  
 

Fratura  do  anel  pélvico  


Etiologia:  
-­‐no  idoso  geralmente  associada  a  trauma  de  baixa  energia.  
-­‐no  jovem  são  decorrentes  de  trauma  de  alta  energia,  determinando  lesões  instáveis.  
-­‐lesoes  associadas:  bexiga  20%,  uretral(membranosa)  12%  (sexo  masculino)  e  neurológica  8%.  
-­‐90%  sangramento  do  osso  esponjoso  do  ilíaco  ou  do  sacro  e  ruptura  do  plexo  venoso  na  pelve  
posterior,   por   isso   o   ortopedista   e   de   fundamental   atuação   na   fase   de   ressuscitacao  
(retroperitônio  coleta  ate  4  litros  de  sangue).    

Quadro  clinico:  
-­‐O  diagnostico  e  clinico  e  radiográfico:  
-­‐sinal  de  DESTOT,  hematoma  na  genitália  externa.  
-­‐examinar   lesões   associadas   (vaginal   e   proctologico   fx   exposta),   alças   intestinais   podem   se  
encarcerar  na  fx  e  evoluir  para  obstruções.  
-­‐toque  retal  e  fundamental  para  localização  da  próstata  antes  da  sondagem  vesical  
-­‐LESAO  DE  MORELL-­‐LAVALLE  infectada  em  1/3  dos  casos    e  requer  debridamento  meticuloso  
antes  da  cirurgia.  
RX:  
-­‐AP  da  pelve.  
-­‐INLET  raios  direcionados  45o-­‐60o  caudalmente:  
-­‐OUTLET  raios  direcionados  45o  cranialmente:  
-­‐SINAIS  DE  INSTABILIDADE:  
  -­‐deslocamento  sacroiliaco  de  5mm.  
  -­‐lacuna  posterior  de  fx.(invés  de  impaccao)  
  -­‐avulsao  de  proc.  transverso  de  L5,  borda  lateral  do  sacro  e  espinha  isquiática.    

Classificação:  
  YOUNG  BURGESS:  
  -­‐CL  fratura  transversal  dos  ramos  púbicos  contralateral  ou  ipsilateral  a  lesão  posterior.  
    CL  1  compressao  sacral  no  lado  impactado.  Estável.  
    CL  2  fratura  em  CRESCENTE.  Instável    RI  e  relativamente  estável  a  RE  e  vertical.  
    CL  3  CL1  ou  2  com  open  book  contralateral.    
  -­‐CAP    diástase  sinfisiana  ou  fx  longitudinal  dos  ramos.  
    CAP  1  alargamento  da  sínfise  <  2,5cm.  
    CAP  2  alargamento  >2,5cm  sem  lesão  do  SI  post  
    CAP  3  ruptura  completa  da  SI  c/  desloc.  lateral.  
  -­‐CV        diástase  da  sínfise  com  desloc.  vertical  pela  SI,  ocasionalmente  pela  asa  ou  sacro.  
  -­‐MC      combinação  dos  padrões  acima  CL+CV  mais  comum.  
TILE  AO:  
  -­‐TIPO  A    estável.  
    -­‐A1  Fx  não  envolve  o  anel,  avulsão.  
    -­‐A2  estável,  lx  mínima  do  anel.    
    -­‐A3  fratura  do  sacro.  
  -­‐TIPO  B  instável  rotacional.  
    -­‐B1  instabilidade  rotação  externa  OPEN  BOOK.  
    -­‐B2  lesao  CL  unilateral.  
    -­‐B3  lesao  CL  bilateral  ALCA  DE  BALDE.  
  -­‐TIPO  C  instável  rotacional  e  vertical.  
    -­‐C1  unilateral.  
    -­‐C2  vertical  de  um  lado  e  rotacional  do  outro.  
    -­‐C3  vertical  e  rotacional  bilateral  e  fx  do  acetábulo.  

tratamento:  
  -­‐Tto  conservador:  
    -­‐impacto  lateral  deslocamento  <1,5cm.  
    -­‐abertura  da  sínfise  <  2,5cm.  
    -­‐fratura  do  ramo  pubiano  sem  deslocamento  post.  
34                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 
-­‐Tto  cirúrgico:  
-­‐FIX  EXT.  
-­‐FIXACAO  INTERNA.  

reabilitação:  
    -­‐mobilizacao  precoce.  
  -­‐profilaxia   para   TVP   com   medidas   mecânicas   e   quimioprofilaxia   se   hemodinâmica  
permitir.  
  -­‐descarga  de  peso  parcial  por  6  semanas  e  total  pos  12  semanas.  

Complicações:  
-­‐infeccao  
-­‐tromboembolismo  
-­‐consolidacao  viciosa  
 
 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    35  
 

Luxação  do  quadril  


O   numero   de   luxações   posteriores   supera   o   numero   de   luxações   anteriores(9:1).   Luxações  
realmente  centrais  são  bastante  raras.    
As   luxações   posteriores   simples   ocorrem   por   trauma   em   adução,   flexão   e   rotação   interna   do  
quadril.É  o  trauma  do  joelho  contra  o  painel  do  carro.  As  luxações  anteriores,  muito  mais  raras,  
resultam  de  hiperabdução  e  extensão  do  quadril.É  a  lesão  do  passageiro  do  carro.  
As   lesões   mais   comuns   associadas   são   intra   abdominais,   cranianas   e   traumatismo   do   tórax.   As  
lesões   ósseas   mais   frequentemente   associadas   incluem   as   fraturas   da   cabeça,   do   colo   ou   da  
diáfise  do  fêmur;  as  fraturas  acetabulares,  pélvicas,  joelho  e  pé.  
Apos  a  redução  a  ênfase  é  avaliar  a  função  do  nervo  ciático.  

Imagem    
Radiografia   AP   da   pelve:verifica   a   incongruência   entre   a   cabeça   do   fêmur   e   o   teto   do  
acetábulo.Geralmente  não  serão  necessários  exames  radiográficos  complementares,  antes  de  ser  
tentada  a  redução.  
Uma   vez   reduzido   o   quadril,   são   obtidas   5   radiografias   padronizadas   da   pelve:AP,   obliquas   a   45º  
de   Judet   e   radiografias   de   entrada   e   saída(inlet   e   outlet).   da   pelve.   Após   a   avaliação   com  
radiografias  deve-­‐se  solicitar  uma  tomografia  de  cortes  de  2mm  de  espessura  

Classificação  
Classificação   de   Epstein   Luxação   Anterior:   Superior:   Pubica.   Subespinal.   Inferior:   Obturatória.  
Tireóide.  Perineal.  
A:sem  fratura  associada  B:com  fx  acetbular  C:com  fx  do  colo  
Classificação   de   Thompson-­‐Epstein   Luxação   Posterior:   tipo   I:luxação   com   ou   sem   fx   mínima.   tipo  
II:luxação   com   grande   fratura   isolada   da   borda   posterior   do   acetábulo.   tipo   III:luxação   com  
fratura   cominutiva   da   borda   do   acetábulo,   com   ou   grande   fragmento   principal.   tipo   IV:luxação  
com  fratura  do  fundo  acetabular.  tipo  V:luxação  com  fratura  da  cabeça  do  fêmur  
Classificação  de  Pipkin  tipo  I:  luxação  posterior  com  fx  da  cabeça  do  fêmur  caudal  a  fóvea.  tipo  II:  
luxação  posterior  com  fx  da  cabeça  cranial  a  fóvea.  tipo  III:fratura  da  cabeça  com  fx  associada  co  
colo  do  fêmur  

Redução  fechada  
As   fraturas   não   desviadas   do   colo   do   fêmur   constituem   contra   indicação   à   redução   fechada  
convencional.   Manobra   de   Stimson   ventral,   manter   o   joelho   fletido   a   90º   e   aplicar   pressão  
descendente   e   constante   sobre   a   perna   para   então   reduzir   o   quadril.   Manobra   de   Allis   dorsal,  
flete   então   o   joelho   e   o   quadril,   para   relaxar   os   isquiotibiais.   Aplica-­‐se   tração   longitudinal  
constante,  com  a  extremidade  em  rotação  interna  e  adução.  
Redução   aberta   com   ou   sem   desbridamento:Indicações   são   a   irredutibilidade   da   luxação,   lesão  
do  nervo  ciático  provocada  durante  a  tentativa  de  redução  e  os  casos  de  redução  incongruente  ou  
fx   de   grande   porte   da   parede   acetabular.   As   luxações   irredutíveis   exigem   redução   aberta  
emergencial.  
As   luxações   associadas   a   fratura   da   cabeça   do   fêmur   também   são   candidatas   a   RAFI,   mais  
especificamente   Pipkin   II.Se   a   redução   se   der   quase   perfeita   é   recomendado   o   tratamento   não  
cirúrgico.   Independente   da   técnica   escolhida,   será   imprescindível   que   a   fixação   seja   subcondral   e  
não  fique  protrusa(uso  de  parafuso  de  Herbert  ou  Acutrax).  

Complicações  
Necrose   avascular.   Artrose:   Complicação   mais   comum.   Ossificação   Heterotópica:muito  
comum  nos  casos  de  fx-­‐luxação  posterior.Mais  comum  ainda  apos  redução  aberta  de  uma  luxação  
posterior.Swiontkowski   relatou   maior   incidência   no   acesso   anterior,   comparada   ao  
posterior.Indometacina  e  radioterapia  são  alternativas  para  reduzir  a  incidência.  
Disfunção   do   nervo   ciático.   Lesão   do   feixe   femoral:ocorre   principalmente   em   luxações  
anteriores,  com  maior  incidência  naquelas  do  tipo  púbica.  
36                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Fratura  do  colo  do  fêmur  


Epidemiologia  

 M:H;  3:1  ;  Mais    mulheres  brancas,  90%  acima  de  65a  

Mecanismo  de  lesão    


Idosos:   Queda   com   um   golpe   direto   sobre   o   trocanter   maior     Jovens:   Alta   energia   -­‐-­‐>força   ao  
longo  da  diáfise  com  ou  sem  rotação.    

Classificação  
Anatômica:  Subcapital  e  transcervical  (intracapsulares).  Basocervical  (extracapsular)  

Angulação  (Pauwels):  direção  do  traço  com  a  horizontal  -­‐Tipo  I:  30º,  Tipo  II:  60º  ,Tipo  III:  70º    

Garden:  Tipo  I:  incompleta  ou  impactada  em  valgo,  Tipo  II:  completa  e  sem  desvio.  Trabéculas  de  
carga     interrompidas   pela   fratura,     Tipo   III:   completa   com   desvio   parcial.   A   retinacula   de  
Weitbrecht   aderida   e   mantém   a   continuidade   entre   os   fragmentos   proximal   e   distal.   O   padrão  
trabecular   da   cabeça   nao   se   alinha   com   o   do   acetábulo   Tipo   IV:   completa   com   desvio   total.   A  
cabeça  assume  sua  relação  normal  com  o  acetábulo  

AO  –  31-­‐B:  B1:  Subcapital  com  pouco  desvio,  B2:  Transcervical  e  B3:  Subcapital  com  desvio  

Quadro  clínico  
Fraturas  desviadas:  Dor  na  região  inteira  do  quadril,  membro  em  RE  Abd  e  leve  encurtamento  

Tratamentos  
Não  cirúrgico:Falta  de  condições  clínicas  e  nao  deambuladores  com  desconforto  mínimo  

Cirúrgico:   Não   desviadas   (Garden   I   e   II)   -­‐-­‐>   Todos   em   até   24   horas:   OSS   com   parafusos  
esponjosos:   3   em   triangulo   invertido,   sendo   o   inferior   primeiro,   depois   o   póstero   superior;  
alcançar  até  5mm  do  osso  subcondral,  Parafuso  deslizante;    

Desviadas   (Garden   III   e   IV):   Parafusos   canulados:   <60a   ou   entre   60-­‐70   com   alta   demanda   em  
bom  shape:  deve  ser  tentada  RAFI  em  todos  os  pacientes.  Técnicas  de  redução  fechada:  Membro  
em  extensão,  RI  e  abdução    

Hemiartroplastia   (Thompson:   cimentada;   Austin-­‐Moore:   não-­‐cimentada):   Baixa   demanda   ou  


erosão  acetabular.  Bipolar:    Menor  stress  no  acetábulo,  conversão  fácil  para  ATQ  e  escolha  para  
fraturas  desviadas  em  deambuladores  comunitários  

ATQ:     Mais   lx   do   que   hemiartroplastia,     mais   cara,   cirurgia   maior   com   aumento   da   perda   de  
sangue,   salvamento   de   complicações   .   Indicações:   OA   prévia,   AR   ,   pacientes   ativos,   pacientes   com  
bom  status  mental    e  sobrevida  >  10  a  ou  fx  metastática  envolvendo  o  acetábulo  

Índice   de   Garden:   -­‐-­‐-­‐>   AP:   Ângulo   formado   pelo   eixo   central   do   sistema   trabecular   medial   no  
fragmento  capital  e  o  córtex  femoral  .  Normal  –  160º.    Perfil:  Eixo  central  da  cabeça  e  eixo  central  
do   colo.   Normal   –   180º   .   Parâmetros:   Calcar   dando   suporte   a   cabeça,   sem   varo   ou   desvio   inferior  
da  cabeça  e  <  20º    angulação  posterior.  

Complicações  
Precoces:   Mortalidade,   em   idosos   durante   o   primeiro   ano:   14   a   50%   (Perioperatória:   25%),  
Infecção  (1  a  4%)  ,  TVP  com  ou  sem  TEP  (Sem  profilaxia:  TVP  >50%  e  TEP  fatal  0,5  a  2%  /  Com  
profilaxia:  TVP  3-­‐4%  e  TEP  fatal:  0,08%),    Luxação:  1  a  10%  

Tardias:  Pseudoartrose  (20  a  30%),  Necrose  asséptica  (2  a),  Ossificação  heterotópica(25  a  40%)  ,  
Dor  crônica  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    37  
 

Fratura  transtrocantérica  
Fraturas   que   acometem   a   região   entre   os   trocanteres,   ocasionalmente   se   prolongando   para   a  
região  subtrocanterica.  

Etiologia  
Em  idosos:  simples  queda  ao  solo  (90%)./  Jovens:  traumas  de  alta  energia.  

Epidemiologia  
50%  das  fraturas  da  extremidade  proximal  do  fêmur.  

Pacientes   de   66   a   76   anos   de   idade.   Geralmente   acometem   pacientes   mais   idosos   que   os   das  
fraturas  do  colo,  em  média  10  anos./  M2-­‐8:1H  

Quadro  Clínico  
Fraturas   desviadas   cursam   com   impossibilidade   para   deambulação,   membro   encurtado   e   em  
rotação  externa.  

Lesoes  Associadas  
Idosos:   fraturas   da   extremidade   distal   do   radio,extremidade   proximal   do   umero,costelas   e  
fraturas  por  compressao  da  coluna  vertebral./  Jovens:  TCE,  fratura  da  pelve  e  diafise  femoral  

Imagens  
Radiografias:  frente  da  pelve  e  frente  com  rotação  interna  de  15°  do  membro.  

Classificação  
Evans/   Estáveis:   cortical   postero-­‐medial   intacta   ou   com   cominuiçao   minima,   possibilitando   a  
obtençao  de  uma  reduçao  estavel./  Instáveis:  maior  cominuicao  da  cortical  postero-­‐medial.  

AO   31A/   1-­‐   Peritrocantéricas   simples./   2-­‐   Peritrocantericas   multifragmentarias./   3-­‐  


Intertrocantericas.  
Tronzo  

1. Fraturas  incompletas.  
2. Fraturas  completas  sem  cominuiçao  da  parede  postero-­‐medial,  com  ou  sem  desvio.    
3. Fraturas  com  cominuiçao  da  parede  postero-­‐medial  com  o  calcar  impactado  no  interior  
do  canal  intramedular.  
3A:  fraturas  do  tipo  3,  com  prolongamento  da  fratura  para  o  trocanter  maior.  
4. Fraturas  com  cominuiçao  da  parede  postero-­‐medial  com  o  calcar  desviado  para  fora  do  
canal  intramedular,  diáfise  lateralizada.    
5. Fraturas  com  obliquidade  reversa  com  ou  sem  separaçao  do  trocanter    maior.  

Tratamento  
Nao  cirúrgico-­‐  Repouso  no  leito  e  tração  por  10  a  12  semanas.  Maior  mortalidade.  
Cirurgico-­‐   Fixacao   interna   estavel   da   fratura   possibilitando   movimentacao   e   carga     precoce   no  
pos-­‐operatorio./   De   preferencia   nas   primeiras   24   a   48   hs   desde   que   o   paciente   esteja  
compensado  clinicamente  

Complicações    
Perda   da   fixaçao   –   cut   out:   geralmente   resultado   de   um   colapso   em   varo   do   fragmento  
proximal.Geralmente  ocorre  nos  3  primeiros  meses  apos  a  cirurgia.TAD>25mm  é  fator  de  risco  
assim  como  colocaçao  do  parafuso  nao  centrico  no  colo  femoral.  
Pseudoartrose:  rara  geralmente  relacionada  com  infecçao  
Consolidacao  viciosa:  resultado  da  rotaçao  interna  do  fragmento  distal  durante  a  cirurgia.  
38                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Fratura  subtrocantérica  
 

Introdução:  
Mecanismos   de   trauma:   acidentes   automobilísticos,   atropelamentos,   acidentes   de  
motocicleta,  queda  de  altura,  armas  de  fogo  e  acidentes  industriais.  
Podem   ser   causadas   por   trauma   de   baixa   energia   em   idosos   e   de   forma   patológica   por  
metástase  ou  doenças  ósseas  primarias.  

Diagnóstico:    
Exame   clinico   revela:   dor   intensa,   deformidades   da   coxa,   membro   encurtado   com  
angulação  (varo  +  freqüente,  musculos  adutores)  e  rotação  anormais.  

Classsificação:  
Seinsheimer:  
o Tipo  I  :  fx  sem  desvio  (<  2mm).  
o Tipo  II  A  :  fx  transversa  em  2  partes.  
o  Tipo  II  B  :  espiral  em  2  partes,  trocânter  menor  proximal.  
o Tipo  II  C  :  espiral  em  2  partes,  trocânter  (TM)  menor  distal.  
o Tipo  III  A  :  espiral  em  3  partes,  T  menor    destacado.  
o Tipo  III  B  :  espiral  em  3  partes,  T  menor  no  fragmento  proximal.  
o Tipo  IV  :  fx  cominuta  em  4  ou  mais  fragmentos.  
o Tipo  V  :  fx  sub-­‐intertrocanterica  com  traço  para  T  maior.  

Russell-­‐  Taylor:    
o I  A:  fx  abaixo  do  T  menor  em  direção  a  diáfise.  
o I  B:  fx  do  T  menor,  não  envolve  o  T  maior  ou  a  fossa  piriforme.  
o II  A:  extensão  à  fossa  piriforme  e  T  menor  intacto.  
o II  B:  extensão  à  fossa  piriforme  e  ruptura  da  coluna  medial  acima  T  menor.  

Forças  deformantes:    
Parte  proximal,  é  afetada  pelo  abdutores,  flexores  e  rotadores  externos  do  quadril  e  os  
efeitos  variam  conforme  o  padrão  de  fx  e  da  cominuição  do  fragmento  proximal.  
A   parte   distal   esta   sujeita   principalmente   a   força   dos   adutores,   que   promovem  
encurtamento  e  varo,  em  virtude  desta  disposição  caótica,  de  forças  de  deformação  que  se  exige  
mesa  ortopédica  na  maioria  dos  casos.  

Tratamento:  
• Tratamento   conservador   com   tração   (90-­‐90o   por   4-­‐6   semanas   e   +   6   semanas   de   gesso  
hemipelvico  podalico)  só  devera  ser  usado  excepcionalmente  
• Cirúrgico   dispomos   de   dispositivos   intramedulares,   hastes   centromedular,  
cefalomedular  (longa  e  curta);  extramedulares,  placa  lateral  e  parafuso  deslizante  130o  
e   95o   (não   deverão   ser   usados   se   houver   grave   cominuição   medial)   e   placa   lamina   de  
95o.  
• Para   as   fraturas   com   cominuição   medial   se   indica   dispositivos   intramedulares,  
centromedular  se  abaixo  do  T  menor  e  cefalomedular  se  extensão  para  T  maior  e  fossa  
piriforme.  
• Para  as  fraturas  sem  cominuição  podem  ser  utilizados  os  dispositivos  extramedulares,  
ressalva  que  possuem  menor  resistência  e  maior  exposição  cirúrgica.  

Complicações:  
• Pseudoartrose;  Consolidação  viciosa;  Falha  do  implante;  Falha  de  fixação;  Infecção  

 
 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    39  
 

Fratura  diafisária  do  fêmur  


EPIDEMIOLOGIA  
§ Bimodal:  Homem  jovem  -­‐-­‐  >  alta  energia  ;  ,  mulher  velha  -­‐-­‐>  queda  
§ Alta  energia:  associação  com  fx  fêmur  proximal  e  distal.  Patela,  tíbia,  acetábulo  e  pelve.  
§ Lesão  de  menisco  em    25  -­‐  30%  ;  LCA  5%  e  LCP  (2,5%)  

CLASSIFICAÇÃO  
§ AO  -­‐  Duh  
§ Winquist  e  Hansen  (E  VIVA  ELE!!!!!)  
o Grau  de  cominuição    
o 0  (sem)  e  1  (pequena  cominuição)  estáveis  (não  precisa  usar  bloquieo)  
o 2   (asa,   50%   do   córtex   ingtacto)   -­‐-­‐>   risco   de   desvio   rotacional,   recomeda  
bloqueio  
o 3  (asa  com  provável  impacção  cortical)  e  IV  (sem  contato)  -­‐-­‐>  bloquear  

TRATAMENTO  
Conservador  (66%  de  ruim  X  4%  HIM)  

§ Gesso/  brace:  (Paciente  sem  condições,  tração  inicial  por  6  a  8  sem)  


§ Tração  esquelética:  Ganhar  comprimento  temporariamente  
o Fêmur:  Medial  para  lateral  
o Tíbia:  Lateral  para  medial  

FIXADOR  EXTERNO  

PLACA  
§ Maior  agressão  cirúrgica,  risco  de  infecção  e  perda  sanguínea  
§ Oito  corticais  de  cada  lado  é  menos  importante  que  o  tamanho  da  placa    

HASTE  INTRAMEDULAR  
§ Fresagem:  Sempre!  (Basicamente)  
o Bloqueio  estático  aumenta  as  chances  de  consolidação  
o Dinamização  não  é  indicada  
o Fresagem  aumenta  calo  e  aumenta  a  perfusão  no  foco  
§ Retrógradas  
o Ponto  de  entrada:  Anterior  a  LCP  e  ápice  da  linha  de  Blumensaat.  (5  a  9  graus  de  
valgo  no  AP)  Entrada  perpendicular  a  linha  articular  -­‐-­‐>  redução  em  varo  

COMPLICAÇÕES    
§ Lesão  nervosa:  rara  na  HIM  e  relacionada  com  tração  
§ Consolidação   viciosa   (>5º   de   varo-­‐valgo):   Mais   nos   1/3   proximal(30%)   e   distal(10%).    
Rotacional  é  tolerado  até  15º,  praticamente  não  existe  com  placa  -­‐-­‐>  RE  é  pior  
§ Rigidez  e  dor  no  joelho:    A  rigidez  não  tem  relação  com  tratamento  com  placa  ou  HIM.  A  
dor  tem  relação  com  o  ponto  de  entrada  da  HIM  (quadril  ou  joelho)  

 
40                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Fratura  da  extremidade  distal  do  fêmur  


 

Carga  axial  com  força  em  varo,  valgo  ou  rotacional  


5  a  10%  são  fraturas  expostas    
Local   mais   comum   de   exposição:   face   anterior   da   coxa   proximal   à   patela   (lesão   tendão  
quadriceps)  
 
Quadro  Clínico  
• Desvio  posterior  do  fragmento  distal  
• Fraturas  associadas:  acetábulo,  colo  do  fêmur,  diáfise  do  fêmur,  planalto  tibial  
• Lesões  associadas:  lesão  ligamentar  do  joelho  (20%)  
• Raramente  há  lesão  artéria  poplítea  

Classificação  
AO  33  
A1   Extra  articular  simples  
A2   Extra  articular  cunha  metafisária  
A3   Extra  articular  metafisária  complexa  
B1   Côndilo  lateral  (plano  sagital)  
B2   Côndilo  medial  (plano  sagital)  
B3   Frontal  (plano  coronal)  
C1   Articular  simples,  metafisária  simples  (T  ou  Y)  
C2   Articular  simples,  metafisária  multifragmentada  
C3   Articular  multifragmentada  
 

Tratamento  
 
Não  cirúrgico  –  indicações:  
• Falta  de  condições  clínicas  para  tratamento  cirúrgico  
• Pacientes  não  deambuladores  
• Fraturas  sem  desvio  
• Fraturas  impactadas  estáveis  
• Fraturas  irreconstrutíveis  
• Osteopenia  severa  
• Falta  de  experiência  do  cirurgião  
• Não  disponibilidade  de  material  e  local  
Cirúrgico  
• Parafusos,   Placa   lâmina   95°,   DCS,   Placa   condilar,   LISS,   HIM   retrógrada   ou   anterógrada,  
Fixador  externo  

Complicações  
Agudas  
• Vascular:  a.  poplítea,  Infecção:  20%  fx  expostas,  1%  fraturas  fechadas  
• Falha  na  redução,  Falha  na  fixação  por  baixo  estoque  ósseo,  paciente  não  colaborativo  às  
instruções  PO,  falha  planejamento  e  execução  cirúrgica  
Tardias  
• Infecção:  5%  
• Pseudoartrose:  incomum.  Exceções:  tipo  B,  pelo  traço  vertical  e  forças  de  cisalhamento  
• Consolidação  viciosa:  mais  comum  fragmento  distal  em  varo  
• Fixação  interna  dolorosa:    
• Rigidez  do  joelho  
• OA  pós-­‐traumática  
 
 
 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    41  
 

Luxação  do  joelho  


Etiologia:  
Pode  ocorrer  devido  a  acidentes  de  alta  ou  baixa  energia  (velocidade),  como  acidentes  esportivos  
ou  automobilisticos.  

Epidemiologia:  
Ocorre  predominantemente  em  homens  .  Sua  incidencia  esta  crescendo  atualmente.  E  estimado  
que  20%  das  luxacoes  sao  reduzidas  espontaneamente.  

Quadro  clinico:  
Importante:  avaliacao  neurovascular:  
Alguns  autores  recomendam  que  se  o  paciente  apresentou  lesao  de  pelo  menos  2  ligamentos  do  
joelho,  deve  ser  considerada  como  uma  luxacao.  

Mecanismo  de  trauma  


Hiperextensao   e   o   mais   comum.   LCA   lesa   primeiro.   Com   30  °   de   hiperextensao   e   lesado   o   LCP   e   a  
capsula  posterior.  Com  50°  de  hiperextensao  ocorre  a  lesao  da  arteria  poplitea.  

Lesoes  associadas:  
Sao  descritas  lesoes  da  a.poplitea  em  7  a  64%  das  luxacoes.  
Quando   ocorre   a   luxacao   anterior=   lesao   por   tracao   da   arteria,   levando   a   uma   lesao   da   intima.  
Quando  ocorre  uma  luxacao  posterior=  lesao  por  ruptura  da  arteria.  Avaliacao  da  lesao  vascular  
pode  ser  feita  por  estudos  nao-­‐invasivos  (indice  tornozelo-­‐braco,  US  Doppler).  Caso  ocorra  uma  
lesao  da  a.poplitea,  deve  ser  reconstruida  em  6  a  8  horas.  Caso  contrario  ocorre  80%  de  chance  
de  amputacao.  
Caso   o   paciente   nao   apresente   pulso   (pedioso   ou   TP)   com   o   joelho   luxado,   e   apos   sua   reducao  
nao   ocorra   sua   volta=   exploracao   imediata.   Nao   se   pode   sugerir   que   o   espasmo   vascular   possa  
causar  a  ausencia  de  pulso.  
 
Neurologicas:  o  nervo  fibular  e  o  mais  acometido  com  14  a  35%.  

Exames  imagem  
Rx=  exame  inicial.  
RM  

Classificacao  
Kennedy   Anterior   –   mais   comum.   Associada   com   lesao   arterial   por   tracao.   Mecanismo   de  
hiperextensao.   Posterior-­‐   Lesao   arterial   pos   rompimento.   Associada   a   lesao   do   mecanismo  
extensor.  Lateral.  Medial.  Rotatoria  (anterolateral,  anteromedial,  posterolateral  e  posteromedial).    
Anatomica-­‐  associam-­‐se  as  letras  C  (lesoes  arteriais)  e  N  (lesoes  nervosas).  
KDI-­‐   lesao   de   1   dos   cruzados   e   joelho   luxado.   KDII-­‐   lesao   de   ambos   os   cruzados   e   colaterais  
intactos.  KDIII-­‐  mais  comum.  KDIIIM-­‐  lesao  dos  cruzados  e  colateral  medial.  LCL  e  canto  postero  
lateral  intacto.  KDIIIL-­‐  lesao  dos  cruzados,  colateral  lateral  e  canto  postero  lateral.  LCM  intacto.  
KDIV-­‐  Cruzados,  colaterais  e  canto  postero  lateral  acometidos.  Raras  
KDV-­‐  Fratura  luxacao  do  joelho.  

Tratamento  
Depende  do  tipo  de  lesao  ligamentar.  
Precoce   (<   de   1   semana)=   avulsoes   osseas.   Aguda   (2   a   4   semanas)=   lesoes   de   ambos   cruzados.  
Retardadas  (>  1  mes)=  lesoes  associadas  ou  problemas  de  pele.    
Fixador  externo  dinamico  e  remocao  apos  6  a  8  semanas=  verificar  estabilidade  apos.  

Complicacoes  
Artrofibrose-­‐   Mais   de   1/3   dos   pacientes.   Caso   nao   ocorra   ganho   de   movimento   apos   2   meses  
(>90o  de  arco  de  movimento)  deve  ser  realizada  uma  artroscopia  para  a  retirada  de  debris.  
Ossificacao   heterotopica-­‐   associada   a   infeccoes   e   vias   mediais.   Incidencia   muito   variavel.  
Frouxidao  ligamentar-­‐  Ocorre  em  37%  dos  pacientes.  
 
42                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Fratura  da  patela  


Epidemiolologia:    
1%  de  todas  as  fx.,  2HxM  e  20-­‐50  anos  pico  de  incidência.  
Mecanismo  de  trauma:    
direto  mais  comuns  (quedas  e  acidentes  de  transito);  alta  energia  avaliar:  colo  e  diáfise  do  fêmur,  
lx  do  quadril,  fx  do  femur  ou  tíbia  proximal;  indireto  geralmente  decorrentes  de  altura,  fx  quando  
a   força   de   tração   do   quadríceps   é   maior   que     resistência   óssea,   maior   lesão   a   retinacula,  
geralmente  fx  transversas,  as  verticais  por  impacto  direto  e  joelho,  fx  estreladas  impacto  direto  
alta  energia,  lesão  da  retinacula  =  ao  grau  de  desvio.  
Sinais  e  sintomas:    
dor,  equimose,  gap  palpável,  perda  da  extensão  ativa  (indicando  ruptura  da  retinacula).  
RX:    
AP,   P   e   axial;   avaliação   da   posição   patelar:   localizada   na   linha   media   do   sulco   femoral,   pólo  
inferior   dista   <2cm   da   extremidade   do   côndilo   f.   Medial,   pólo   proximal   abaixo   da   cortical   ant.   em  
flexão   de   90o;   radiografia   lateral   padrão   de   desvio   e   cominuição;   axial   útil   em   fx   vertical   e  
deslocamento,   Técnica   de   Merchant   joelho   fletido   a   45o,   raio   a   30o   em   relação   a   horizontal     e  
filme  perpendicular  ao  raio  (sobre  a  tíbia)  é  o  mais  fácil  de  se  realizar.  
Classificação:    
Descritiva:    
sem   desvio,   transversa,   pólo   superior   ou   inferior,   multifragmentada   com   desvio,   vertical,  
ostecondral  (mais  comum  faceta  medial).  
AO  -­‐  45:    
A  :  extra  articular,  A1  fx  do  pólo,  A2  fx  obliqua  extra  articular;    
B  :  intra  articular  parcial  s/  lesão  do  mecanismo  extensor,  B1  longitudinal  lateral,  B2  longitudinal  
medial,  B3  cominuta  sem  lesão  retinacular;    
C   :   intra   articular   total   c/   lesão   do   mecanismo   extensor,   C1   transversa,   C2   fratura   em   T,   C3  
cominuta  com  lesão  retinacular.  
Anatomia  e  biomecânica:    
Wiberg   dividiu   em   3   tipos:     Tipo   1   facetas   medial   e   lateral   =;   Tipo   2   e   3   medial   progressivamente  
<;  Tipo  4  Baumgartl  descreveu  sem  faceta  e  Medial  “gorro  de  caçador”.  
quadríceps   :   RF   (7O),   VM   (15O),   VMO   (55O),   VL(30O)   e   VIM.   Ângulos   em   relação   a   diáfise   do  
fêmur,  aumenta  em  2x  a  força  do  quadríceps.  
Tratamento:  
Tratamento   conservador:   indicação:   desvio   articular   <=   2mm,   Desvio   <=   3mm   entre  
fragmentos  e  Mecanismo  extensor  integro.  imobilização  gessada  em  extensão  coxo  maleolar  por  
4-­‐6  semanas,  com  carga  liberada  conforme  tolerado,  98%  de  resultados  bons  ou  satisfatórios.  
Tratamento  cirúrgico:  indicação  :  desvio  articular  >  2mm,  Desvio  entre  fragmentos  >  3m,  Lesão  
do  mecanismo  extensor  e  fx  osteocondral  com  corpo  livre.  
Banda   de   tensão:   maior   resistência   (fio   na   face   anterior   de   tensão)   contra   a   cerclagem,    
transforma   força   de   tensão   na   superfície   anterior   em   compressão   na   superfície   articular  
(posterior),  mobilização  precoce  ativa  e  passiva  é  importante  previne  aderências.      
Patelectomia  parcial:          
alternativa  quando  algum  fragmento  é  tão  cominuido  que  não  é    passível  de  fixação  interna.  
bons  resultados  quando  associada  a  banda  de  tensão.  
fixação  do  tendão  o  mais  próximo  possível  da  articulação  para  evitar  a  báscula  do  fragmento  para  
a  articulação.  
Patelectomia  total:  
fx  excessivamente  deslocada  e  cominuida  não  passível  de  fix.  interna.  
todos   os   esforços   para   se   manter   o   que   for   possível   da   patela   visando   preservar   braço   de  
alavanca  do  mecanismo  extensor  foi  comprovada  por  estudos.    
perda  de  50%  da  força  do  quadríceps.    

 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    43  
 

Fratura  do  planalto  tibial  


Etiologia  
Alta   energia   em   jovens   (acidentes   automobilísticos).   Idosos   -­‐-­‐>quedas   simples.   Combinacao   de  
varo   ou   valgo   e   trauma   axial.   Adultos   jovens  -­‐-­‐>  cisalhamento  +lesões  ligamentares.    Idosos  -­‐-­‐>  
depressão   articular.   Ligamento   é   raro.     Bicondilar   -­‐-­‐>   forca   axial   grande   com   o   joelho   em  
completa  extensão.  

Epidemiologia  
1%  de  todas  fraturas.  8%  das  fraturas  no  idoso.  55  a  70%  isoladas  do  platô  lateral(tipo  III>II>I),  
10  a  25%  do  medial  e  10  a  30%  bicondilares.  

Lesões  Associadas  
Lesões  meniscais  em  50%.  Ligamentares  em  30%,  (jovens).    

Platô  medial  -­‐-­‐>  alta  energia,  lesões  de  partes  moles,  lesões  ligamentares,  nervosas  e  vasculares.    
Lesões  do  fibular  -­‐-­‐>  estiramento  Lesões  arteriais  -­‐-­‐>  da  intima,    raramente  lacerações.  

Fraturas  que  mais  acarretam  lesões  dos  tecidos  moles:  II  e  IV.  Lesão  do  LCM:  I.  Lesão  meniscal:  
tipo  IV.  Avulsao  de  fragmento  fibular,  sinal  de  Segond(avulsao  capsular  lateral,  lesão  do  LCA)  e  
sinal  de  Pellegrini-­‐Stieda(calcificação  na  região  do  LCM).  

Classificação  
Schatzker:   I:   cisalhamento   do   platô   lateral,   II:   cisalhamento   +   depressão   ,   III:   depressão   ,   IV:  
planalto   medial.(   A:   split.   B:   depressão.),   V:     bicondilar,   VI:   fratura   do   planalto   com   separação  
entre  a  diáfise  e  metáfise  

AO  41  :  A:  extra-­‐articulares,  A1:  avulsao  da  eminência  intercondilar.A2:  simples  metafisaria.  A3:  
complexa   metafisaria.   B:   articulares   parciais,   B1:   cisalhamento   puro.   B2:   depressão   pura.   B3:  
cisalhamento   e   depressão.   C:   articulares   completas.   C1:articular   simples,   metafisaria   simples.   C2:  
articular  simples,  metafisaria  complexa.  C3:  articular  complexa.  

Tratamento  
Não   Cirúrgico:   Sem     ou   com   pouco   desvio.   Idosos   com   osteoporose   avançada.   Sem   condição  
clinica.  

Cirúrgico:  Depressão  articular  >  2mm  a  1cm.  Campbell:  operar  mais  que  10mm  de  desvio  ou  mais  
que   5mm   com   instabilidade   (Instabilidade   >   10°   com   joelho   em   extensão).   Expostas.   Síndrome  
compartimental.  Lesão  vascular.  

A   redução   satisfatória(menor   que   1mm)   deve   ser   conseguida   e   mantida   por   redução   aberta   e  
osteossintese.  Redução  fechada  e  contra-­‐indicada.  Elevar  superfície  articular  pelo  foco  ou  janela.  
O  defeito  pode  ser  preenchido  por  enxerto.  

Tipo  V  e  VI  -­‐-­‐>  fixadores  híbridos  e  placas.  Fragmentos  posteriomediais  -­‐-­‐>  via  posteromedial.  FE  
transarticular  -­‐-­‐>  controle  de  danos    Artroscopia  nas  fraturas  I  e  III.  Não  indicada  em  fraturas  IV  a  
VI.  

Via  única  mediana  nas  bicondilares.  Atentar  para  proximidade  de  incisões  e  evitar  cortes  em  S  ou  
L.  Lesoes  ligamentares  -­‐-­‐>  conservador  inicialmente.  Menisco  pode  ser  realizado  agudamente.  

Complicações  
Rigidez   articular,   infecção,   síndrome   compartimental   (incomum),   pseudoatrose   e   consolidação  
viciosa(   tipo   VI   (IV   no   Rock5))   ,   Lesão   do   nervo   fibular:     traumas   diretos   na   região   lateral   ,   Lesão  
vascular  ,  Necrose  avascular,  Artrose  pos-­‐traumatica  (pior  no  varo)  

   
44                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Fratura  da  tibia  


 

  Epidemiologia  
  Fx  mais  comum  de  ossos  longos.-­‐  26  por  100.000  habitantes/ano..  4  machos  :  1  femea  

  Distribuiçao  bimodal-­‐  homens  jovens  alta  energia  e  mulheres  velhas  quedas.  

  Quadro  clinico  
  -­‐  Sd.  Compartimental  (4  Compartimentos):  ANTERIOR  (TA,  ELD,  ELH,  FT,  A.  TA,  N.  FP).  
LATERAL   (FC,   FL   e   N.   FS).   POSTERIOR   SUPERFICIAL   (GC,   SOL,   POP,   PD,   V.   SAF).   POSTERIOR  
PROFUNDO  (TP,  FLD,  FLH,  N.  TIB,  AA.  TP  e  FIB).  

  -­‐  Lembrar  da  associação  com  lesão  ligamentar  do  joelho  e  outras  fraturas  

  Classificaçao  
  AO-­‐  .1  sem  fx  da  fibula,  .2  fx  en  biveis  diferentes,  .3  mesmo  nivel./  Gustillo  

  Tscherne-­‐  C0-­‐  fx  simples,  sem  lesoes  importantes  de  partes  moles/  C1-­‐  fx  em  cunha  ou  
segmentar,  com  abrasoes  superficiais.  /  C2-­‐  fx  com  contusao  muscular  e  lesao  muscular.  Fraturas  
do   parachoque.   Risco   de   compartimental./   C3-­‐   fx   com   esmagamento   da   pele   e   destruiçao  
muscular.  Lesoes  arteriais  e  compartimental  diagnosticada.  

  Tscherne  exposta:   O1-­‐  lesao  pontual  sem  contusao  da  pele.  Fraturas  de  baixa  energia./  
O2-­‐   Contusao   pequena   de   pele   e   partes   moles.   Contaminaçao   moderada   e   padroes   variaveis   de  
fratura./   O3-­‐   Grande   contaminaçao,   danos   de   tecidos   moles   e   muitas   vezes   lesoes   arteriais   e  
nervosas./  O4-­‐  Amputaçoes  completas  ou  incompletas.  

  Tratamento  
  Conservador:  Gessos  longos,  PTB  ou  Brace  funcional.  
  Desvios  aceitaveis:  5°  varo/valgo/rotaçao  e  ate  15  mm  de  encurtamento  
  Cirurgicos:  placas,  hastes  e  fixadores  externos.  
  -­‐  Fixadores  Externos  (Conversão  para  Haste  se  não  for  politrauma  –  Até  2  semanas)  
  -­‐  Placas  Abertas  (Mais  infecção  e  pseudoartrose)  e  Placas  em  Ponte  (Técnica  Biológica)  
  -­‐  Hastes  Intramedulares  (Fresada  até  exposta  IIIA  é  comprovadamente  melhor)  
  -­‐   Amputação   Imediata:   Absolutas   (Lesão   N.   tibial   e   Esmagamento   com   Isquemia  
quente   >   6h)   e   Relativas   (politrauma   grave,   perda   grave   de   tecido   e   lesão   grave   do   pé  
ipsilateral).  MESS  >  7  sugere  amputação.  

  Seguimento  
  -­‐  Carga  parcial  por  6  semanas  e  total  depois.  
  -­‐   Complicações:   Sd.   Compartimental   (4%   -­‐   Principal   Anterior   e   Posterior   Profundo)  
PAD-­‐PIC  <  30mmHg  
  -­‐  Incisão  Lateral:  Comp  Anterior  e  Lateral        -­‐  Incisão  Medial:  Comp  Posteriores  
  Haste:  Dor  no  Joelho  (50%),  Lesão  NV  (nn.  safeno  e  sural  –  bloqueio),  Necrose  Térmica  
pela   fresagem/   Infecção   (Mais   comum   no   trajeto   dos   pinos   do   fixador)/   Consolidação   Viciosa  
(Osteotomia  corretiva  se  mais  de  10o    angular  mesmo  se  assintomático  à  OA)  
  à  Pseudartrose  (9  meses  ou  3  meses  sem  progressão)  
  à  Distrofia  Simpático-­‐Reflexam  (Gesso,  Haste  e  Fixador)  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    45  
 

Fratura  do  pilão  tibial  


Traço   deve   acometer   a   região   de   carga   da   articulação   tíbio-­‐társica   (Rockwood   6th).  
Envolve  a  superfície  articular  com  extensão  para  metáfise  (Jupiter)  

Epidemiologia  
35-­‐40a.  Queda  de  altura  ou  acidente  automobilístico  

Mecanismo  de  trauma  


Carga  axial  .  Geralmente  alta  energia  
Acometimento   de   diferentes   porções   da   articulação     de   acordo   com   a   posição   do  
tornozelo.  

Imagem  
AP/  P  /  Oblíquo  com  tração.  TC:  estudo  da  articulação  

Classificação  
Ruedi  &  Algower  
o Tipo  I:  Sem  desvio  
o Tipo  II:  Desviada  com  mínima  cominuição  
o Tipo  III:  Desviada  e  cominuída  
AO:  A  -­‐-­‐>  extra-­‐articular  ;  B  -­‐-­‐>  articular  parcial  ;    C  -­‐-­‐>  articular  total  
Tscherne  para  partes  moles  

Lesões  associadas  
25  a  50%  
Bilateral  em  até  8%;  Expostas  em  até  50%;  Sd  compartimento  até  5%  
Grande  lesão  de  partes  moles  se  trauma  de  alta  energia  associado  
Flictenas  serosas  e  hemorrágicas  (ambas  na  junção  dermo-­‐epidérmica):  Hemorrágicas  
indicam  lesão  mais  grave.  Aparecem  6  a  8h  após  o  trauma  

Tratamento  
Realinhar  se  pulso  ausente  
Tala  e  elevação  previne  trauma  adicional  às  partes  moles  
Enrugamento:  Avalia  o  edema.  Cirurgia  de  emergência  quase  nunca  é  indica  pela  lesão  
de  partes  moles  (7  a  14  dias  depois;  além  de  3  semanas  a  cirurgia  torna-­‐se  tecnicamente  difícil)  
Tratamento  fechado  para  A  ou  C1:  (2mm  e  10˚)  
Fixador  externo  temporário  para  manejo  de  partes  moles  
Definitivo:  Fixação  articular  com  parafusos,  pode  usar  placa  (40%  de  probelmas  de  pele)  
ou  fixação  híbrida  (no  mínimo  2cm  de  osso  são  necessários  distalmente)  para  a  fx  metafisária  
o Podem  ser  usados  parafusos  de  3,5  e  4,0  mm  ;  placas  DCP  de  3,5mm,  terço  
tubular,  trevo,  em  T  ou  placas  bloquedas  específicas  para  tíbia  distal.  Zaba  
também  é  opção  
o Fixar   a   fíbula   é   recomendado:   Previne   deformidade   em   valgo   e  
encurtamento  
o Pode  demorar  até  1  ano  para  melhora  máxima  
Artrodese  primária  e  amputações  em  fxs  irreconstruíveis  são  opções  

Complicações  
§ Consolidação   viciosa:   Em   até   30%,   mais   comum   no   FE   sem   fixação   da   fíbula;  
Pseuadoartrose:   5%,   independente   do   método   de   tratamento;   Infecção   e   deiscência  
de   ferida:   Relacionado   com   RAFI;   Rigidez:   É   comum   e   independe   do   método   de  
tratamento;  OA:  Em  até  50%,  geralmente  de  1  a  2  anos  pós  trauma;  OMC:  Em  até  1/3  

 
46                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Fratura  do  tornozelo  


 

Exame  de  imagem:  


 

Regras  de  Otawa:dor  próximo  aos  maléolos  e  1  ou  mais  das  condições:  

-­‐  idade  >  55  anos,  incapacidade  de  apoio,  dor  na  borda  posterior  ou  ponta  de  qualquer  maléolo  

Incidências  radiográficas:  

-­‐   AP   (   alinhamento   com   o   2o   meta   ),   AP   verdadeiro   (   15o   de   RI   e   raio   a   90o   ),   P   (   pé   90o   e   raio  
centrado  no  talus  ).  

-­‐  angulo  talocrural:8  –  15o  normal.(utilizar  o  contralateral  a  diferença  <  2-­‐3o  valores  maiores)  

-­‐  espaço  vazio  medial:distância  entre  a  borda  lateral  do  medial  e  a  borda  medial  do  talus.  Se  >  4  
mm  é  anormal  desvio  lateral  do  talus.  

-­‐  avaliação  da  sindesmose:  espaço  entre  a  borda  medial  da  fíbula    e  a  superfície  reentrante  da  
tíbia  <  6mm.  

Classificação:  
-­‐  Lauge-­‐Hanssen:  
-­‐  leva  em  consideração  a  posição  do  pé  e  direção  da  força.  
-­‐  Supinação-­‐Rotação  externa:  40-­‐75%  das  fx.  
-­‐  Supinaçao-­‐  Adução:    10-­‐20%  das  fx.  
-­‐Pronação-­‐rotação  externa:  5-­‐20%  das  fx.Antero  sup.  Para  postero  inf  
-­‐  Pronação-­‐abdução:  5-­‐20%  das  fx.  
-­‐    Weber  AO:  A  classificação  de  DANIS  WEBER  se  baseia  apenas  na  altura  da  fx  da  fíbula  e  não  
leva  em  consideração  lesões  associadas  e  a  AO  acrescentou  as  lesões  associadas.  
-­‐  tipo  A:  fx  abaixo  da  sindesmose.A1  isolada  .A2  com  fx  medial.A3  com  fx  medial  e  posterior.  
-­‐   tipo   B:   fx   trans-­‐sindesmal.B1   isolada.B2   com   lesão   medial.B3   com   lesão   medial   e   fx   postero  
lateral  
-­‐   tipo   C:   fx   supra-­‐sindesmal.C1   fx   diafisária   simples   na   fíbula.C2   fx   diafisária   complexa.C3   fx  
proximal  da  fibula  (Maisonneuve).  

Lesões  associadas:  
-­‐  sd.  Compartimental:  rara  é  mais  comum  no  posterior  profundo  da  perna.    

Tratamento:  
-­‐  redução  aberta  ou  fechada.  
-­‐  fx  estáveis  gesso  ou  órtese  removível  com  carga.  
-­‐   fx   deslocadas   redução   incruenta   e   gesso   (inguinopodalico)   é   uma   opção   mas   a   maioria   exige  
redução  aberta  e  síntese  interna.  

Complicações:  
-­‐perda  de  redução:  
-­‐  +  freqüente  no  tto  conservador.  
-­‐  rara  em  fx  do  maléolo  lateral  isoladas  tratadas  cirurgicamente.  
-­‐  nas  fx-­‐lx  é  mais  comum  e  o  cirurgião  deve  obter  estabilidade  suficiente.  
-­‐  consolidação  viciosa:tipicamente  rotação  externa  da  fíbula  ou  encurtamento.  
-­‐  pseudoartrose  
-­‐  deiscência  e  infecção,  redução  do  movimento,  artrose:  2  a  3  anos  apos  lesão  

   

 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    47  
 

Fratura  do  tálus  


Segundo  osso  do  tarso  mais  fraturado.    
Vascularização:  
-­‐ Artérias  do  seio  do  tarso:  ramos  da  fibular  e  dorsal  do  pé.  
-­‐ Artéria  do  canal  do  tarso:  ramo  da  tibial  posterior.  
-­‐ Artéria  deltóidea:  ramo  da  tibial  posterior.  Ramo  da  artéria  do  canal  do  tarso.  Supre  o  corpo  
medial.  
-­‐ Vasos  capsulares  e  ligamentares.  Anastomoses  intraósseas.  

Mecanismo  de  Trauma  


Associado  com  acidentes  automobilísticos  ou  queda  de  alturas.  Componente  de  extensão  do  
tornozelo.  O  colo  impacta  contra  a  margem  inferior  da  tíbia  ou  contra  o  maléolo  medial.  
Colo:  trauma  de  hiperdorsiflexão  (astrágalo  do  aviador).    

Lesões  Associadas  
Calcâneo:  10%.  Maléolos:  19  a  28%,  geralmente  medial.  Lesão  da  sindesmose.  

Imagens  
Radiografias:  AP,  lateral  e  mortalha  do  tornozelo.  AP,  perfil  e  obliquas  do  pé.  
Incidência   de   Canale:   Melhor   visualização   do   colo   talar.   Tornozelo   em   equinismo   máximo  
sobre  o  filme  e  pé  pronado  em  15  graus.  O  feixe  é  inclinado  cefálicamente  a  15  graus  da  vertical.  
Broden:  pé  em  45º  de  rotação  interna.  Feixe  para  o  seio  do  tarso  em  inclinações  externas  de  
10,  20,  30  e  40º.  
Anthosen:  pé  em  rotação  externa  de  45º.  Feixe  para  o  seio  em  inclinações  internas.  
TC:  melhor  estudo  da  congruência  e  superfície  articular.  
RM  e  CIntilografia:  avaliação  de  fraturas  ocultas  ou  osteonecrose.  

Classificação  
Fraturas  do  Colo  Talar:  Hawkins  modificada  por  Canale.  
I  –  Fratura  sem  desvio  ou  luxação  (15%  de  osteonecrose).  
II   –   Fratura   do   colo   desviada   e   luxação   ou   subluxação   subtalar   (mais   comum;   20   a   50%   de  
osteonecrose).  Desvio  em  varo.  
III   –   Fratura   do   colo,   luxação   subtalar   e   luxação   do   tornozelo   (20   a   100%   de   osteonecrose).   O  
fragmento  do  corpo  desvia  para  medial.  25%  são  expostas.  
IV*–  Fratura  do  tipo  III  acrescido  de  luxação  da  talonavicular  (incomum;  osteonecrose  de  
praticamente  100%).  
AO  72:  A  -­‐  Extra  articular;  B  -­‐  Articular  parcial;  C  -­‐  Articular  total.  

Tratamento  
Tratamento  Clínico:  para  fraturas  do  colo  tipo  I.    
Tratamento   Cirúrgico:   indicado   para   todas   fraturas   desviadas   ou   luxadas.   Recomendada  
redução  fechada  ou  redução  aberta  e  osteossíntese  nas  abertas  e  irredutíveis.    
Via   antero-­‐medial   (mais   usada):     diretamente   sobre   o   colo   do   tálus,   medial   ao   tendão   do  
tibial   anterior   Os   implantes   de   preferência   são   dois   parafusos   interfragmentários,  
perpendiculares  ao  traço,  podendo  ou  não  ser  canulados.    
Podem   também   ser   inseridos   de   maneira   anterógrada   ou   retrograda.   Os   de   posterior   para  
anterior   tem   se   demonstrado   mais   fortes(risco   intra-­‐articular).   Quando   há   cominuição   medial,  
passar  de  antero-­‐lateral  para  postero-­‐medial  e  impedir  consolidação  em  varo.  

Complicações  
Proporcionais  ao  grau  de  deslocamento  inicial.  
Infecção   e   necrose   cutânea:   35   a   45%.   Osteonecrose   do   talus:   Complicação   mais   comum  
(média:   21   a   58%   das   fraturas).   Sinal   de   Hawkins:   entre   sexta   e   oitava   semana,   na   radiogarfia  
de   frente   do   tornozelo   sem   tala,   a   presença   de   atrofia   subcondral   no   domo   do   talus   exclui  
osteonecrose.    
Hoje,  sabe-­‐se  que  sua  presença  não  exclui  necrose,  tão  pouco  sua  ausência  a  indica.  
Consolidação  viciosa:  Redução  anatômica  é  o  fator  preditivo  mais  importante  de  bons  resultados.  
Tipo  mais  freqüente  em  varo.  Artrose  pós  traumatica:  40  a  90%  dos  casos.  
48                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Fratura  do  calcâneo  


2%   das   fraturas(principal   fx   do   tarso).   60   a   75%   intra   articulares.   >10%   associadas   a   fx   da  
coluna.   >10   %   com   fx   do   calcâneo   contralateral.   >26%   com   outras   fx:   colo,   acetábulo   e   platô  
tibial.  >10  %  apresentam  sd  compartimental.  

Homem  de  30  a  50  anos,  que  caem  de   uma  altura  de  aproximadamente  2,4  metros.O  calcanhar  
geralmente  é  evertido  nas  fraturas  intraarticulares  e  invertido  se  extraarticular.    

Imagens    
AP   do   retropé   até   a   articulação   calcâneo-­‐cuboidea.   Axial   de   Harris:   flexão   dorsal   passiva   do  
tornozelo  obtendo-­‐se  uma  radiografia  tangencial  a  face  plantar  do  calcanhar  
Perfil  Gissane:parte  descendente  da  faceta  posterior,  onde  ela  se  conecta  a  parte  posterior,  onde  
ela  se  conecta  a  parte  ascendente.Este  angulo  normal  mede  entre  120  e  140º.  Bohler:a  primeira  
linha  deve  ser  traçada  entre  a  parte  mais  alta  do  processo  anterior  e  a  parte  mais  alta  da  faceta  
posterior  ou  superfície  articular.A  segunda  linha  deve  ser  traçada  do  mais  alto  da  faceta  posterior  
e  o  ponto  mais  alto  da  tuberosidade  posterior  do  calcâneo.O  valor  normal  deve  medir  entre  25  e  
40º.  
Tomografia:  importante  para  planejamento  cirúrgico  e  classificação.Avaliar  a  superfície  articular  

Classificação  
extra   articular:processo   anterior,   parte   media   do   calcâneo(sustentáculo   do   talus),   corpo,   face  
posterior  intra  articular:subtalares,  faceta  anterior,  media  e  posterior  
AO:73  A:extraarticulares  B:isoladas  do  corpo  do  calcâneo  C:intraarticulares  
Essex  Lopresti:  Extra-­‐articular/  Intra-­‐articular  (75%):  Língua:  linha  de  fx  ao  longo  do  eixo  axial,  
na   direção   plantar   medial   para   dorso-­‐lateral,   com   uma   linha   secundaria   prolongando-­‐se  
posteriormente   a   partir   do   angulo   crucial   de   Gissane.   Depressão:   mais   freqüente,   linha   de   fx  
secundaria   que   avança   a   partir   do   angulo   crucial   de   Gissane   e   contorna   a   face   posterior   da   faceta  
posterior.  
Sanders   Cortes   coronais,   levando   em   conta   a   fx   da   faceta   posterior.   Divide-­‐se   a   faceta   em   4  
partes,  3  linhas,  de  lateral  para  medial  em  A,  B,  C,  sendo  a  região  mais  medial  do  sustentaculum  
tali.   1:   sem   desvio,   independente   do   numero   de   fragmentos.   2:   fx   em   duas   partes(A,   B,   C).   3:   3  
partes,  com  fragmento  central  afundado(AB,  AC,  BC).  4:  4  partes,  ou  muito  cominutivas(ABC).  

Tratamento  
Não   Cirúrgico:   imobilização   por   6   a   8   semanas   sem   apoio.   3   criterios   referentes   a   escolha   do  
paciente  ser  imobilizado  sem  redução  da  fratura:aparência  clinica  normal  do  calcanhar,  fraturas  
intraarticulares   não   deslocadas,   fraturas   em   idosos   ou   portadores   de   doenças   crônicas.   Omoto:  
joelho   fletido   e   pressão   para   comprimir   o   fragmento   da   tuberosidadde,   tracionando  
simultaneamente  o  membro  
Cirurgico:   Melhor   momento-­‐teste   da   ruga   positivo.   Método   de   Essex   Lopresti:   apenas   para   as  
intra-­‐articulares  em  língua  e  avulsões  da  tuberosidade  posterior.  Nas  lesões  do  tipo  IV  pode  ser  
considerada   artrodese.   Dreno   por   24/48h(<25ml/8h),   retirar   tala   após   3   a   5   dias,   mobilizar  
assim  precoce  se  não  houver  lesão  de  pele.  Carga  a  partir  da  12ª  semana.  
Via  lateral(  em  L  ou  mini  via  lateral),  recuperar  faceta  articular  posterior  da  subtalar,  altura  do  
calcâneo(Bohler),   reduzir   a   largura,   descompressão   do   espaço   subfibular,   realinhar   a  
tuberosidade   em   valgo   e   redução   da   calcaneocuboidea.  McReynolds:   via  medial   para   redução   e  
fixação  interna  das  fraturas  do  calcaneo  

Complicações  
Lesões   de   pele:   necrose,   deiscência,   infecção.   Perda   de   redução   ou   redução   insuficiente.   Lesão   do  
nervo  sural  e  tendões  fibulares.  Tardia  por  artrose,  impacto  lateral,  perda  da  posição  em  flexão  
plantar  do  talus  (impacto  anterior),  atrofia  do  coxim  gorduroso,  compartimental.  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    49  
 

Fratura-­‐luxação  de  Lisfranc  


Ligamento   de   Lisfranc   =   Cunha   medial   plantar   para   base   do   2o   meta;   Luxação   ou   fratura   da  
articulação  tarso-­‐metatarsica.  É  rara,  predominantemente  adultos  jovens  de  20  a  45  anos.  20%  
não   identificadas   no   exame   inicial,   principalmente   politrauma.   10   a   20   graus   de   mobilidade  
dorsal   plantar   na   articulação   5   meta   cubóide   e   diminuição   progressiva   medial,   com   exceção   da  
articulação  1  metacuneiforme.  
Mecanismo  de  trauma:  Torção:  Abdução  forçada  do  antepé  sobre  o  tarso  com  pé  em  hiperflexão  
plantar  (fx  base  do  2º  MTT).  Estribo  de  moto  e  cavalo.  carga  axial  com  pé  fixo:  Compressão  axial  
ao   tornozelo,   como   objeto   pesado   caindo   sobre   o   tornozelo   de   paciente   ajoelhado   ou   queda   de  
altura  com  pé  em  flexão  plantar  máxima.  Ruptura  dos  ligamentos  dorsais  e  depois  os  plantares.  
Trauma   direto   (esmagamento):   Freqüente   desvio   sagital,   lesão   extensa   de   partes   moles   e  
síndrome  compartimental.  Queda  de  objeto  sobre  o  pé.  indiretos  são  os  mais  comuns.  
Quadro   clínico:   Dor,   Edema,   alargamento   do   ante-­‐pé,   hematoma   importante.   Incapacidade   de  
apoio.  Essencial  exame  neurovascular.    Artéria  dorsal  do  pé  mergulha  entre  o  1º  e  2º  MTT  e  pode  
sofrer   lesão   no   trauma   ou   na   redução.   Atentar   pra   sinais   de   síndrome   compartimental.   Trevino   e  
Kodros   teste   de   rotação   forçar   a   segunda   articulação   tarsometatarsal   elevando   e   deprimindo   a  
segunda  cabeça  metatarsal,  dor  na  articulação  de  lisfranc.  
Imagem:   Rx   AP,   Perfil   e   oblíquo   medial   (ideal   com   carga);   Relação   da   borda   medial   do   4o   com  
cubóide   e   da   borda   lateral   do   segundo   com   cunha   media   são   parâmetros   de   avaliação  
melhor   na   oblíqua.   Se   não   suportar   carga,   stress   (adução   e   abdução,   pronação   e   supinação).  
sinal   do   floco   no   espaço   cuneiforme   medial-­‐2   meta,   representa   avulsão   do   ligamento   de   Lisfranc.    
fratura   compressão   do   cubóide   deve   ser   procurada.   Desvios   maiores   do   que   2mm   são  
considerados  subluxação.  
lesões  associadas:  fx  metatarsos  (mais  comum)Principalmente  2,  cuneiforme  e  cubóide.  
dificuldade   de   redução:   impactaçao   das   superfícies   articular,   interposição   da   cápsula   ou   de  
fragmentos  por  avulsão  e  a  interposição  do  tibial  anterior  entre  o  primeiro  e  segundo  meta.  
Classificação:  
Quenu  e  Kuss,  modificada  por  Hardcastle:  I  –  Homolateral  (medial  ou  lateral);  II  –  Isoladas  (1  ou  
2  metas);  III  –  Divergente.  
Myerson:  A  -­‐  incongruência  total  em  qquer  plano  ou  direção;  B1-­‐  Incongruência  parcial  afeta  o  
raio  medial  isoladamente;  B2  -­‐  Incongruência  parcial  afeta  os  metas  laterais  em  qquer  direção  ou  
plano;   C1-­‐   Padrão   divergente   com   1º   meta   deslocado   medial   e   metas   laterais   deslocados   em  
outro  padrão  com  incongruência  parcial;  C2  -­‐  Padrão  divergente  com  incongruência  total.  
TRATAMENTO:  
Conservador:  Menos  do  que  2  mm  de  desvio,  sem  instabilidade  com  carga:  Gesso  suropodálico  
com  apoio  de  peso  progressivo  6  a  8  semanas    
Cirúrgico:   Fraturas   com   mais   de   2   mm   de   desvio:   Redução   aberta   tem   melhor   resultado:   2  
incisões   longitudinais   (1ºespaço   intermeta   e   outra   no   4º   MTT).   Parafuso   da   cunha   medial   para  
base  do  segundo,    FK  do  4o  ou  5o  para  o  cubóide.  Ordem  de  fixação:  2o,  3o,,1º  ,  4º  e  5º.  A  destruição  
de  mais  de  50%  da  superfície  articular  dos  metas  mediais  fusão  primaria.  
Pós-­‐operatório:    
imobilização   do   pé   em   posição   plantígrada,   sem   apoio   por   6   a   8   semanas.   Depois   apoio  
progressivo,   conforme   tolerado,   tira   o   gesso   assim   que   paciente   apoiar   totalmente   sem   dor,   RMS  
com  3  a  6  meses  mediais  e  6  a  12  semanas  p/  os  FKs  laterais.  
Complicações:  
Atrite   pós-­‐traumática:   Maioria   ,   mesmo   que   assintomática;   Relacionada   a   lesão   inicial   e  
adequação  da  redução;  Tto:  artrodese  da  coluna  medial  se  mais  que  3mm  ou  15  graus  de  desvio.  
Sd.  do  compartimento  
Infecção  
Lesão  neurovascular  
Falha  do  implante  
Distrofia  simpática  regional  
Redução  incompleta,  perda  da  reducao  
50                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Síndrome  compartimental    
 

EPIDEMIOLOGIA  

3:  100.000  ;  30a  ;  Causa  mais  comum  -­‐-­‐>  fx  diáfise  tíbia,  nas  crianças  antebraço,  seguido  por  lesão  
extensa  das  partes  moles  

FISIOPATOLOGIA  
Diminuição   no   tamanho   do   compartimento   ou   aumento   na   pressão   do   compartimento   pode  
iniciar.   Pressão   intracompartimental   se   eleva,   a   pressão   sanguínea   capilar   reduzida   a   um   nível  
em  que  não  é  capaz  de  manter  a  viabilidade  tecidual.  

Isquemia  tecidual  local  -­‐-­‐>edema  local,  aumenta  a  pressão  intracompartimental.  

Músculos  -­‐-­‐>  comprometimento  funcional  após  de  2  /  4  h  :  irreversível  apos  4  a  12  h  


O  tecido  nervoso  -­‐-­‐>  função  anormal  apos  30  min    isquemia,  com  perda  funcional  depois  de  12  a  
24  h.  
QUADRO  CLÍNICO  

Dor  é  o  sintoma  mais  freqüente.  Estiramento  passivo  dos  dedos  aumenta  a  dor.    5  Ps  

Alteração  sensitivo-­‐motora  de  acordo  com  o  local  afetado  


Antebraço:  Flexores  longo  do  polegar  e  profundo  dos  dedos  

MENSURAÇÃO  
Whitesides:  mede  a  pressão  necessária  para  superar  a  pressão  tecidual  enquanto  se  injeta  uma  
quantidade   pequena   de   soro   fisiológico   dentro   de   um   compartimento   fechado.   Recomendam  
fasciotomia   quando   a   pressão   tecidual   se   aproxima   de   30mm   Hg   da   pressão   diastólica   do  
paciente.  

TRATAMENTO  
Fasciotomia,  exposição  de  todos  os  compartimentos.  Estabilizar  fraturas  

COMPLICAÇÕES  
Lesão  neurológica,  contratura  muscular,  infecção,  amuptação  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    51  
 

Alongamento  ósseo  
 
O   fator   mais   importante   com   relação   a   longevidade   da   performance   da   montagem   é   a   força   e  
competência  da  interface  pino-­‐osso.  
Design  do  pino:  
A  rigidez  angular  aumenta  em  função  da  quarta  potencia  do  raio  do  pino.  
Um  furo  >30%  do  diâmetro  do  osso  resulta  em  uma  redução  de  45%  da  força  torsional  do  osso.  
Técnicas  de  inserção:  
O  pré-­‐tensionamento  da  interface  implante-­‐osso  tem  um  efeito  na  soltura  do  pino.  
Pré-­‐tensionamento   radial   é   um   conceito   que   pré-­‐estressa   a   interface   pino-­‐osso   de   uma  
forma  circunferencial  ao  invés  de  somente  em  uma  direção.    
Componentes  que  aumentam  a  estabilidade  fixador  circular:  
Aumento  diâmetro  do  fio;  número  de  fios;  aumento  da  tensão  do  fio  (130kg);  cruzar  fios  próximo  
90º   (pelo   menos   60º);   diminuir   o   diâmetro   do   anel;   usar   fios   olivados;   anel   próximo   à   fratura;  
centrar  o  osso  no  meio  do  anel.  
Osteogênese  por  distração:  

Interzona   é   a   região   central   do   crescimento   envolvida   na   gênese   do   osso   novo   durante   a  


distração.  

Com   fixação   estável,   a   osteogênese   na   zona   da   distração   prossegue   pela   ossificação  


intermembranosa   direta,   omitindo   a   fase   cartilaginosa   característica   da   ossificação  
endocondral.   A   osteogênese   da   distração   igualmente   fornece   um   efeito   significativo   do  
neovascularização.  

Ilizarov:  1mm  dia,  dividido  em  4x  

Melhor  resposta:  osso  >  músculo  >  ligamento  >  tendão  >  outras  estruturas  

Alongamento  ósseo:    
Depois   que   a   fixação   do   segmento   do   transporte   é   feita,   uma   corticotomia   proximal   ou   distal   é  
realizada.   Por   causa   do   ferimento   que   ocorre   frequentemente   após   fraturas   tibiais   abertas,   é  
melhor  executar  a  corticotomia  longe  de  tecido  mole  comprometido.  Um  período  de  latência  de  7  
a  10  dias  é  reservado  antes  da  iniciação  do  transporte.  A  distração  começa  lentamente,  em  0.25  a  
0.5   mm/dia.   Uma   taxa   mais   lenta   da   distração   é   recomendada   inicialmente   por   causa   da  
variabilidade  de  lesão  vascular  do  membro.  Em  fraturas  mais  extensivas  com  uma  grande  zona  
de   ferimento,   o   transporte   deve   ser   empreendido   muito   lentamente   e   o   osso   regenerado  
visualizado   em   aproximadamente   2   a   3   semanas   após   corticotomia.   A   taxa   da   distração   pode  
então  ser  ajustada,  dependendo  da  qualidade  do  regenerado  ósseo.  O  transporte  na  fratura  aguda  
prossegue   em   uma   taxa   muito   mais   lenta,   0.5   a   0.75   milímetros   por   o   dia,   ao   contrário   da   taxa  
padrão  de  1  milímetro  por  dia  típico  para  o  alongamento  padrão  do  membro.  

Cuidados  trajeto  pino:  

Se   cicatrizado,   limpeza   simples;   se   crosta   serosa,   limpar   com   peróxido   hidrogênio   diluído   e  
solução  salina;  não  usar  pomadas  (altera  flora  da  pele)  

Para  retirar  a  montagem,  deve-­‐se  ter  de  3  a  4  corticais.  


52                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Rigidez  do  cotovelo  


 

Definição  
                           Articulação   trocoide   e   gínglimo   com   amplitude   de   movimento   normal   de   0º   a   145º   de   F-­‐E  
e  170o  de  prono-­‐supinacao  sendo  75o  de  pronacao  e  85o  de  supinacao.  
  Praticamente   todas   lesões   do   cotovelo   estão   associadas   a   alguma   perda   de   movimento.O  
cotovelo  é  a  articulação  que  mais  desenvolve  anquilose.  
  Podem   prejudicar   significativamente   a   habilidade   de   posicionamento   da   mão   no  
espaço(contratura  em  flexão  >  45o)  
  Arco  funcional  de  30º  a  130º  flexo-­‐extensão  (Morrey  e  Chao).  50º  prono-­‐supinação.  

Etipatogenia  
Traumatismos.Ossificação   heterotópica.   Queimaduras.   Espasticidade.     Cicatrizes.   Congênita  
(artrogripose,   PC)   Imobilização   prolongada   (única   que   pode   ser   efetivamente   prevenida).     AR.  
Artros    TCE.    Infeccao  

Diagnóstico  
Solicitação  de  exames  de  imagem.  Radiografias  em  flexão  e  extensão  máximas.  
As   calcificações   são   observadas   apos   luxação   do   cotovelo,   comuns   na   região   dos   complexos  
ligamentares.  
A   ossificação   heterotopica   aparece,   em   media,   3   meses   apos   trauma   ou   cirurgia,   mas   muitas  
vezes  pode  ser  detectada  antes  deste  período  com  exame  apurado  por  radiografia  e  TC.  
No  cotovelo,  o  local  mais  frequentemente  de  neoformacao  óssea  é  a  região  postero-­‐lateral.  
Queixas  dolorosas  não  são  comuns  na  rigidez  do  cotovelo.  

Classificação  
*Localização:  
-­‐Intra-­‐articular   -­‐   Seqüelas   de   fraturas   intra-­‐articulares,   lesão   cartilaginosa,   incongruência  
articular  e  aderências  
-­‐Extra-­‐articular  -­‐  Contraturas  da  cápsula  ou  ligamentos  colaterais  
Causas  extrínsecas  estão  sempre  presentes  quando  as  intrínsecas  são  primárias.  
70%  das  limitacoes  articulares  tem  como  causa  lesões  traumáticas(perda  da  congruência  
articular).  
Outra   causa   de   bloqueio   articular   é   o   preenchimento   das   fossas   do   olecrano   e   do  
coronoide.  
Gravidade:  Muito  grave:  0-­‐30º.  Grave:  31-­‐60º.  Moderado:  61-­‐90º.  Leve:  maior  que  91º.  

Tratamento  
Inicialmente  conservador  para  todas  (Morrey).  Fisioterapia  e  talas.    
Devemos   considerar   a   possibilidade   de   cirurgia   para   pacientes   com   arco   de   movimento  
inferiores   a   100o(Campbell)depois   do   tratamento   não   cirúrgico,   especialmente   aqueles   com  
contraturas   por   flexão   maiores   que   45o.A   perda   de   flexão   é   muito   mais   incapacitante   que   a   da  
extensão.  
A  rigidez  intra-­‐articular  é  mais  difícil  de  tratar  e  tem  pior  prognostico  que  a  extra-­‐articular.  
A   manipulação   sob   anestesia     não   deve   ser   realizada:   alem   do   risco   de   fratura,   geralmente   na  
região  supracondiliana,  pode  produzir  hematomas,  evoluir  com  aderências  e  novas  ossificações.  

Cirúrgico    
Geralmente  2  a  3  meses  após  tratamento  conservador.  
Superfícies  articulares  normais  e  contraturas  são  secundárias:  liberação  artroscópica  ou  aberta.  
Superfícies  articulares  incongruentes  ou  destruídas,  aderências  intra-­‐articulares:  artroplastia  de  
distração  com  ou  sem  interposição  de  fáscia.  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    53  
 

Lesões  fisárias  
A  fise  é  classicamente  dividida  em  4  zonas:repouso,proliferativa,hipertrofica  e  calcificaçao.  
O   periosteo   na   criança   é   mais   espesso.Geralmente   os   ligamentos   nas   crianças   é   mais   forte   que   os  
ossos   portanto   lesoes   que   causariam   lesoes   ligamentares   em   adultos   causam   fraturas   em  
crianças.  

Classificação  das  fraturas  


Salter-­‐Harris  
-­‐Tipo   1   –   Fraturas   transepifiseais   envolvem   a   camada   hipertrofica   e   camada   de   ossificaçao.  
Prognostico  geralmente  excelente  devido  a  preservaçao  da  camada  de  repouso  e  proliferativa.  
-­‐Tipo  2  –  Fraturas  transepifisarias  que  saem  pela  metafise.O  fragmento  metafisario  é  conhecido  
como  fragmento  de  Thurston-­‐Holland.  Envolvem  a  camada  hipertrofica  e  camada  de  ossificaçao  
Prognostico   é   bom,   embora   possa   ocorrer   parada   de   crescimento   parcial   ou   total   em   fraturas  
desviadas.Mais  comum.  
-­‐Tipo  3  –  Fraturas  transepifisarias  que  saem  pela  epifise,  acometendo  as  camadas  de  repouso  e  
proliferativas.Reduçao   anatomica   e   fixaçao   sem   violaçao   da   fise   sao   necessarias.Prognostico   é  
reservado,  pois  parada  de  crescimento  e  deformidade  angular  sao  problemas  comuns.  
-­‐Tipo   4   –   Fraturas   que   atravessam   a   epifise,fise   e   metafise,   atravessando   todas   as   camadas   da  
fise.  Reduçao  anatomica  e  fixaçao  sem  violaçao  da  fise  sao  necessarias.  Prognostico  é  reservado,  
pois  parada  de  crescimento  e  deformidade  angular  sao  problemas  comuns.  
-­‐Tipo   5   –   Fratura   por   compressao   da   fise.   Diagnostico   geralmente   é   realizado  
retrospectivamente.   Prognostico   é   reservado,   pois   parada   de   crescimento   parcial   ou   total   sao  
problemas  comuns.  
Ogden  
-­‐Tipo   6   –   Lesao   do   anel   pericondral   na   periferia   da   fise.   Geralmente   resultado   de   uma   lesao  
aberta.Acompanhamento  deve  ser  realizado  devido  a  possivel  formaçao  de  barra.  Prognostico  é  
reservado  devido  a  formaçao  frequente  de  barras.  
-­‐Tipo   7   –   Fratura   envolvendo   somente   a   epifise.   Inclui   as   fraturas   osteocondrais   ou   avulses  
epifiseais.Prognostico   é   variavel   e   depended   a   localizaçao   da   fratura   e   do   deslocamento   da  
mesma.  
-­‐Tipo  8  –  Fratura  metafisaria.Hipervascularizaçao  pode  causar  supercrescimento.  
-­‐Tipo   9   –   Fratura   diafisaria.Prognostico   bom.Pode   ocorrer   sinostose   entre   radio   e   ulna   ou   tibia   e  
fibula.  

Epidemiologia  
30%  das  fraturas  das  crianças  envolvem  a  fise.  
O   local   mais   comum   foram   as   falanges   dos   dedos   das   maos   com   37%   das   fraturas   fisarias,  
seguida  pela  porção  distal  do  radio.  Maioria  das  fraturas  no  membro  superior.  

Tratamento    
Remanipulaçao  nao  deve  ser  realizada  apos  5  a  7  dias.  
Maioria  das  fraturas  podem  ser  tratadas  com  reduçao  e  imobilizaçao,  pricipalmente  as  SH  1  e  2.  
Fraturas   intraarticulares,   SH   3   e   4,   requerem   reduçao   anatomica(<1a2mm   de   desvio)   para  
restaurar  a  congruencia  articular  e  minimizar  a  formaçao  de  barra.  

Indicação  para  reduçao  aberta:  


-­‐Fraturas  expostas  
-­‐Fraturas  desviadas  tipo  SH  3  e  4,  Fraturas  com  lesao  vascular  
-­‐Fraturas  associadas  com  sd.compartimental  
-­‐Fraturas   instaveis   que   necessitam   de   imobilizaçao   em   posiçao   extrema   para   manutençao   da  
reduçao.  

Complicações  
A  complicação  mais  frequente  de  uma  fratura  fisaria  é  a  interrupçao  prematura  do  crescimento,  
que  resulta  em  menor  comprimento  osseo,deformidade  angular  ou  ambos.  
 

 
54                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Fratura  da  extremidade  proximal  do  úmero  em  crianças  


Raras,menos  de  5%  das  fraturas  pediátricas.  Podem  estar  relacionadas  com  o  parto.  

Geralmente   causadas   por   hiperextensao   ou   rotação   durante   o   parto.   Em   crianças   mais   velhas  
principal  causa  é  trauma  geralmente  na  porção  posterolateral  do  ombro.  

Diferencial:  Lesão  do  plexo,infecção,fraturas  da  clavícula.  

Diagnostico  
A   epífise   proximal   do   úmero   só   é   visualizada   no   Rx   depois   dos   6   meses   de   idade.   O   US   pode  
ajudar  na  avaliação  nesta  faixa  etária.  

Classificação    
As  lesões  SH  1  ocorrem  predominantemente  em  pacientes  com  menos  de  5  anos.  Apos  os  11  anos  
quase  todas  as  fraturas  são  do  tipo  SH  2.  

Neer-­‐Horowitz   (grau   de   deslocamento)   Grau   1   –   deslocamento   de   ate   5mm.   Grau   2   –  


deslocamento   ate   um   terço   do   diâmetro   da   diáfise   do   úmero.   Grau   3   -­‐   deslocamento   ate   dois  
terços   do   diâmetro   da   diáfise   do   úmero.   Grau   4   –   deslocamento   superior   a   dois   terços   do  
diâmetro  da  diáfise    do  úmero.  

A  angulação  em  varo  é  a  mais  comum.  

Anatomia  Cirurgica  
O  centro  de  ossificação  do  tubérculo  maior  surge  entre  1  e  3  anos  de  idade,  o  do  tubérculo  menor  
entre  4  e  5  anos.  Os  dois  tubérculos  se  unem  aos  5  a  7  anos  e  se  fundem  com  a  cabeça  por  volta  
dos  7  a  13  anos.  

O   periósteo   é   bastante   forte   na   face   postero-­‐medial   da   porção   proximal   do   úmero,   mas   o  


periósteo   da   face   Antero-­‐lateral   é   relativamente   fraco,   permitindo   que   o   fragmento   da   fratura  
penetre  e  impeça  a  redução.Em  função  disto,  o  fragmento  distal  desloca-­‐se  anteriormente.  

Tratamento  
Maioria   das   fraturas   são   tratadas   com   redução   e   imobilização.   A   redução   é   realizada   com  
tração,abdução,flexão  e  rotação  lateral.  As  estruturas  anatômicas  que  podem  impedir  a  redução  
são  o  periósteo,manguito  periosteal,a  cápsula  articular  e  o  tendão  do  bíceps.  

Deformidades  toleradas    
1  a  4  anos  –  70  graus  de  angulação  e  qq  deslocamento  

5  a  12  anos  –  45  graus  de  angulação  e  deslocamento  ate  50%  

12  anos  –  15  a  20  graus  de  angulação  e  <  30%  de  deslocamento  

LW  –  aceita  ate  3  cm  de  encurtamento  em  crianças  com  fise  aberta.  

Indicações  para  tratamento  cirúrgico  


Fraturas   expostas,   fraturas   associadas   com   lesao   neurovascular,   politraumatismo,   fraturas  
intraarticulares   deslocadas   (SH   3   e   4),   fraturas   irredutíveis   e   fraturas   com   deslocamento  
acentuado  em  crianças  mais  velhas.  

Complicações    
Varismo   do   úmero   proximal   (rara   geralmente   ocorre   em   cças   <   5anos),   desigualdade   do  
comprimento  dos  braços  (mais  comum  no  tto  cirúrgico,  mais  prevalente),  perda  de  movimento,  
subluxaçao  glenoumeral,  osteonecrose,  lesão  nervosa  e  parada  do  crescimento.  

 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    55  
 

Fratura  supracondiliana  do  úmero  na  criança  


Epidemiologia:   >   incidência   5   -­‐7   anos;   E>D   (não   dominante);   Lesão   nervosa   em   pelo   menos   7%  
(mediano  (interosseo  anterior,  radial  antigamente),ulnar  iatrogênico.  
A.  Fraturas  do  tipo  extensão    
Mecanismo  de  trauma  
Desvio   Póstero-­‐Medial   Póstero-­‐Lateral  
Mecanismo  de  trauma   Queda  com  mão  espalmada  e  pronada   Queda   com   mão   espalmada   e  
supinada  
Redução   Pronacão  do  antebraço   Supinação  do  antebraço  
Incidência   75%   25%  
Estrutura  em  risco   Nervo  radial   Nervo  mediano  e  artéria  braquial  
Classificação  
Garthland:  Tipo  I:  sem  desvio;  Tipo  II:  contato  de  1  cortical;  Tipo  III:  desviada  
Quadro   clínico:   I:   edema,   distensão,   derrame   articular,   restrição   de   movimentação.   RX:   somente  
sinal  do  coxim  gorduroso  posterior;  III:  deformidade  grosseira,  sinal  de  pucker  (prega,  covinha),  
kimerson  (hematoma)  
Tratamento  
Tipo   I:   Imobilização   60   a   90   graus   de   flexão;   RX   3   a   7   dias   apos   para   verificar   desvio;   Gesso   com  
anel  distal;  3  a  4  semanas.  
Tipo  II:   Identificar  colapso  da   coluna  medial,  deformidade  em  varo,  Nesse  caso  pinagem;  Edema  
significativo,   obliteração   do   na   flexão,   lesão   neurovascular,   angulação   excessiva   são   indicações  
para  pinagem.  
Tipo  III:  Estabilização  na  emergência  se  comprometimento  de  perfusão  ou  sd  compartimental  
Técnica   de   redução:Tração   corrige   da   translação   medial   ou   lateral,   pressão   sobre   olecrano   e  
côndilos,  Flexão  +  pronação,  Se  instável  rodar  o  aparelho  p/  P,  Falha  na  redução  indica  redução  
aberta.  
Tração  
Técnica   fixação   com   pinos:   Controvérsias:   (cruzados,   laterais),   Cruzados   mais   estáveis   do   que  
paralelos,  porém  maior  lesão  nervosa  (ulnar  subluxa  anterior  com  hiperflexão  em  30%).  
Redução  aberta:  Taxa  8%,  exposta  é  indicação,  lado  do  periósteo  lesado,  PL  media,  PM  lateral,  
via  posterior  bons  resultados  cuidado  c/  vascularização  do  côndilo  lateral.  
Complicações:  Infecção:  2,5%,  Miosite  ossificante:  1,4%,  Perda  de  movimentação:  complicação  
mais  comum,  relacionado  no  passado  com  a  via  posterior,  Cúbito  varo  33%,  redução  inadequada.    
Lesão   vascular:   10   a   20%   tipo   III   tem   ausência   de   pulso;   Perfusão   cor,   calor   e   enchimento  
capilar;  Não  arteriografia  de  imediato;  imediata  redução  fechada  e  FK,  Avaliar  pulso  e  perfusão  
apos   redução,   Apos   fixação   o   pulso   frequentemente   não   retorna   imediatamente,   devido   a  
espasmo   arterial,   em   10   a   15   minutos   recupera   perfusão   (se   explora   via   anterior   transverssa),  
bpp  e  sem  pulso  a  maioria  retorna  em  10  dias,  Lesão  no  nível  da  a.  Supratroclear.  
Síndrome  compartimental:5  Ps:  Pain  (dor),  Pallor  (palidez),  Pulselessness  (ausência  de  pulso),  
Paresthesias  (parestesia),  Paralysis  (paralisia):  indicadores  sd  compartimental,  Fasciotomia:  via  
de  Henry:  se  lesão  da  artéria  braquial  ou  nervo  mediano,  entre  BR  e  FRC.  
Déficit  neurológico:  na  entrada  RFFP  e  não  está  indicada  a  exploração,  Maioria  recupera  2-­‐2,5  
meses,  Se  não  recuperar  em  6  meses  (fibrose  perineural  causa+  comum),  Neurólise  ou  enxerto  se  
descontinuidade,   fratura   irredutível   com   déficit   redução   aberta   (nervo   interposto),  
Encarceramento  crônico  no  calo  ósseo:  sinal  de  Matev  =  buraco  no  osso,  Transecção  é  raro,  mas  
quando  acontece,  quase  sempre  é  o  radial.  
Rigidez  do  cotovelo:  rara  no  tipo  extensão;  Miosite  ossificante:  Raro;  Pseudoartrose:  Rara  
Necrose   avascular:   Suprimento   da   tróclea   é   frágil   (+   em   fx   distal),   NA   do   centro   de   ossificação   e  
deformidade  em  rabo  de  peixe,  Assintomática  por  meses  ou  anos  e  não  compromete  a  função.  
Deformidade   angular:   Diminuída   apos   FK,   póstero-­‐medial   varo   e   póstero-­‐laterais   valgo,  
cúbito   varo   +   comum   por   consolidação   viciosa,   mais   do   que   lesão   fisaria,   observação  
(remodelação),  hemiepifisiodese  ou  osteotomia  corretiva.  
Fraturas   do   tipo   flexão:   2%,   Instável   em   flexão,   queda   direta   sobre   o   cotovelo,   distal   desvia  
anteriormente  e  pode  migrar  proximal,  ulnar  é  vulnerável  pode  ficar  encarcerado;  Classificação  =  
tipo   extensão;   Tratamento,   Tipo   I:   imobilização   gessada,   Tipo   II:   redução   em   extensão   e  
imobilização   em   extensão   completa,   Tipo   III:   redução   difícil,   geralmente   com   cotovelo   em  
extensão,   tornando   difícil   estabilizar   o   fragmento   distal   com   pinos,   Redução   aberta   por   via  
anteromedial  ou  posterior,  pois  o  braquial  está  intacto,  Identificar  ou  explorar  o  nervo  ulnar.  
56                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Fratura  do  côndilo  lateral  em  crianças  


6  a.  Fxs  mais  comuns  da  epífise  distal  do  úmero  .  2º  fx  mais  comum  no  cotovelo  da  criança.  

Mecanismo  de  trauma  


Forca   varizante   com   antebraço   supinado,   em   que   os   extensores   longo   e   curto   do   carpo  
promovem  avulsão  do  fragmento  condilar  

Estágios   :fx   relativamente   sem   deslocamento,depois   corresponde   ao   deslocamento   de   toda   a  


superfície  articular,  e  por  fim  o  fragmento  gira  ,  totalmente  deslocado  do  côndilo  lateral.  

Classificações  Milch    
Tipo   I:   a   linha   de   fx   corre   medialmente   a   troclea,   através   e   até   a   incisura   troclear.É  
rara,tipo  IV  de  Salter  Harris.Estavel  

Tipo   II:a   linha   de   fratura   estende-­‐se   até   a   área   da   troclea.   É   mais   comum,   tipo   II   de   Salter  
Harris.  É  instável,  por  causa  da  capacidade  que  o  fragmento  distal  e  o    antebraço  tem  não  só  de  
angular,  mas  também  de  desviar  para  uma  posição  mais  lateral  

Classificação  de  Finnbogason  


Tipo  A:  fx  através  do  côndilo  lateral  do  úmero  com  fenda  lateral  mínima-­‐estavel  
Tipo  B:  fx  através  do  côndilo  lateral  do  úmero  ate  a  cartilagem  epifisária  com  fenda  lateral  
Tipo  C:  fx  do  côndilo  lateral  com  fenda  da  mesma  largura  lateral  e  medialmente.Alto  riso  
de  desvio  subseqüente.  

Tratamento  
Fx  sem  desvio  ou  <  2mm:  conservador  com  imobilização    
Se  a  fx  estiver  desviada  ou  rodada,  RAFI(sutura,  FK,  parafusos)  
Abordagem  lateral,  evitar  dissecção  excessiva  para  reduzir  o  risco  de  necrose  

Complicações  
Consolidação   tardia,   os   fragmentos   ficam   em   posição   adequadas.   Irrigação   sanguinea  
deficiente  do  fragmento  metafisario  .Vista  no  tto  conservador.  Com  o  tempo  consolidam  

Esporão   lateral   é   comum.   Tanto   apos   tto   conservador   como   cirúrgico.   Pode   produzir   a  
aparencia  de  um  leve  cúbito  varo(  pseudovaro)  

A  verdadeira  pseudoartrose  (>12  sem)  é  rara,  fx  deslocada  da  fise  do  côndilo  lateral  que  não  foi  
tratada.  

Pseudoartrose  com  deslocamento  posterior  do  fragmento  é  mais  comum  em  lesões  instáveis,  
causando  deformidade  em  valgo(  seqüela  mais  comum  da  pseudoartrose)  associada  a  paralisia  
tardia  do  ulnar.  Tratamento  cirúrgico  se  dor  ou  apreensão  para  o  uso  desta  articulação.  

Milch   criou   duas   osteotomias   para   a   pseudoartrose   do   côndilo   lateral.Para   a   fx   Milch   I   o   valgo  
não   é   tão   acentuado.   Osteotomia   em   cunha   medial   fechada   ou   cunha   lateral   aberta   Na   Milch   II  
cunha  lateral  aberta  está  indicada  associada  ao  reposicionamento  do  fragmento    

Cúbito   varo   (40%).   Mais   comum   que   o   cúbito   valgo   (secundario   a   pseudoartrose).  
Resultado   de   redução   inadequada   e   estimulação   fisaria   em   virtude   da   agressão   da   fx.  
Raramente  o  cúbito  varo  é  grave  ou  debilitante  

•A   deformidade   em   rabo   de   peixe   não   produz   limitação   funcional   .   Fenda   entre   o   centro   de  
ossificação  da  fise  do  côndilo  lateral  e  o  centro  de  ossificação  medial  da  troclea  

•A   osteonecrose     pode   ser   iatrogênica   associada   a   extensa   dissecção   .Ela   sofre   reossificacao  
tardia.  Qualquer  deformidade  residual  esta  relacionada  com  a  perda  da  mobilidade.  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    57  
 

Fratura-­‐luxação  de  Monteggia  em  crianças  


Pico  entre  4  e  10a  

A  linha  de  Muraback  (curvatura  ulnar)  identifica  a  deformidade  plástica  da  ulna  

CLASSIFICAÇÃO  (BADO)  
1-­‐  Lx  anterior  da  cabeça  do  rádio  +  fx  da  ulna  geralmente  no  1/3  médio  (70%)  

2-­‐  Lx  posterior  da  cabeça  radial  com  fx  da  diáfise  ou  metáfise  com  angulação  posterior:  Incomum  
em  crianças,  ocorre  em  mais  velhos  (13a)  -­‐>  Risco  de  lesão  n.  ulnar  (6%)  

3-­‐   Lx   lateral   ou   anterolateral   da   cabeça   radial   associada   com   fx   em   galho   verde   da   metáfise   ulnar  
(23%)  :  Associada  com  lesão  do  n.  radial/  interósseo    e  interposição  intra-­‐articular  a  redução  da  
cabeça  do  rádio  

4-­‐  Lx  anterior  da  cabeça  radial  com  fx  dos  2  ossos  no  mesmo    nível  ou  fx  radial  distal  a  da  ulna  
(1%)  

CLASSIFICAÇÃO  DE  LETTS  


A:  Bado  I  com  deformidade  plástica  da  ulna/  B:  Bado  I  com  fx  em  galho  verde  da  ulna/  C:  Bado  I  
com   fx   completa   da   ulna/   D:   Lx   posterior   da   cabeça   com   fx   da   metáfise   ulnar/   E:Lx   lateral   da  
cabeça  radial  com  fx  em  galho  verde  da  metáfise  ulnar  

MECANISMOS  DE  TRAUMA  


Tipo  I:  Trauma  direto,  hiperpronação  e  hiperextensão  

Redução:   Tração     em   supinação   (redução   do   comprimento   e   angulação   da   ulna-­‐-­‐>   até   25   graus  


aceitável),     flexão   a   90   graus   (redução   da   cabeça   radial)   e   depois   a   110   para   estabilizar.  
Imobilizar  em  axilopalmar  110  a  120  graus  de  flexão.  Manter  gesso  por  4  a  6  semanas  

Cirurgia:   na   falha   da   redução   da   ulna   ou   da   cabeça   radial:   Síntese   intramedular   na   ulna   ou   placas  
em   crianças   mais   velhas.   Retirada   da   interposição   com   reparo   ou   reconstrução   do   ligamento  
anular  e  proteção  com  fio  transarticular      

Tipo  II:  Cotovelo  fletido  a  60  graus  com  carga  axial  

Redução:   Tração   com   antebraço   em   pronação   fletido   a   60   graus   (redução   da   ulna),   pressão  
posterior  (redução  da  cabeça  radial)  e  extensão  do  cotovelo  para  estabilizar.  Gesso  em  extensão  
ou  se  combinado  com  pinagem  a  80  graus,  mantido  por  3  a  4  semanas  

Tipo  III:  Stress  em  varo  com  trauma  axial  na  mão  

Redução:  Extensão  do  cotovelo  +  tração  e  valgo  na  ulna  (realinha  a  ulna),  compressão  da  cabeça  
luxada   (redução   da   cabeça).   Supina   e   flete   a   110   e   faz   o   gesso.   Aceita   10   graus   de   desvio   na   ulna.  
3  a  4  semanas  

Tipo   IV:   Hiperpronação.   Geralmente   a   redução   fechada   é   difícil/   Pinagem   intramedular   e  


placas  acima  de  12a  

COMPLICAÇÕES:  MONTEGGIA  NEGLIGENCIADO    


Osteotomia   da   ulna,   redução   da   luxação   com   sua   manutenção   por   fixação   do   colo   do   rádio   à  
metáfise  da  ulna  sem  reconstrução  ligamentar  

Bell-­‐Tawse:   Usa-­‐se   uma   tira   central   do   tendão   do   tríceps   passada   por   uma   perfuração   no   colo  
radial.  Imobiliza-­‐se  em  extensão  

LESÕES  NERVOSAS  10  a  20%  -­‐-­‐>  Lesão  do  nervo  radial  nos  tipos  I  e  III,  relação  com  a  arcada  de  
Fhrose  nas  crianças  
58                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 
   

Fraturas  do  antebraço  em  crianças  


Epidemiologia  
Meninos(2  picos-­‐  9  e  13  anos)  e  meninas  (1  pico-­‐  5-­‐6  anos)  3a  fratura  mais  comum.  
Local  mais  comum  de  refraturas.  
75%  das  fraturas  ocorrem  no  1/3  distal  da  diáfise  dos  ossos  do  antebraço.  
Quando   da   fratura   de   somente   um   osso   deve-­‐se   investigar   a   presença   de   lesões   de  
Montegia  e  Galeazzi.  

Mecanismos  de  lesão  


Queda  com  a  mão  espalmada  (mecanismo  indireto).  Transição  1/3  médio  para  distal  do  
radio  e  ulna  é  a  porção  mais  propensa  a  fraturas.  
Geralmente  o  radio  fratura  primeiro  e  a  ulna  depois.  Apresenta  componente  rotacional.  
Radio  acima  =  supinação.  Ulna  acima  =  pronação.  
As   fraturas   em   galho   verde   apresentam   mais   comumente   ápice   volar   com   mecanismo   de  
trauma  em  supinação.  

Lesões  associadas  
Maioria  são  lesões  isoladas.  Pode  ocorrer:  fraturas  do  punho  e  cotovelo.  
Lesões  do  nervo  mediano  (nervo  com  mais  lesões)  10%.  
Fratura  exposta  mais  comum  em  crianças.  
A   deformidade   pode   ter   ápice   volar   quando   a   lesão   é   em   supinação   e   ápice   dorsal  
quando  a  mesma  é  em  pronação.  
Classificação:  descritiva  

Tratamento  
<   10°   angulação   não   gera   perda   significativa   de   movimentação   (sentido   da   membrana  
interossea).   Aceita-­‐se,   com   pelo   menos   2   anos   de   crescimento   fisario:   20°   no   terco   distal;   15°  
terco  médio;  10°  terço  proximal;  100%  de  translação  e  1cm  de  encurtamento.  
A  epifise  distal  do  radio  pode  compensar  ate  10°  por  ano  de  crescimento  (independente  
da  idade).  
 
Tratamento  conservador:  
Arqueamento  plástico:  redução  e  gesso  em  3  pontos.  Galho  verde:  redução  em  rotação.  
Ápice   dorsal   redução   com   supinação   e   extensão.   Ápice   volar   redução   com   pronação   e  
flexão.  Imobilização  por  6  semanas  com  gesso  axilopalmar  e  mais  6  semanas  com  tala  de  velcro  
para  proteção.  
Evans  (não  pode  ser  absoluto):  Terço  proximal  =  imobilizar  em  supinação;  Terço  médio  
=  neutro;  Terço  distal  =  pronação.    
Rang:  Imobilizar  de  acordo  com  a  tuberosidade  biciptal  e  estiloide.  
 
Tratamento  cirúrgico:  
Indicações:   Fraturas   Expostas,   sd   compartimental,   cotovelo   flutuante   e   desvio  
inaceitavel  pos  reducao.  Refratura.  Mulher  >14  anos  e  Homem  >  15  anos  
Osteossintese  com  placas  (4  corticais  antes  e  4  depois);  Placas  tubulares;  Fios  de  Nancy  
(hastes  elásticas),  FK,  Steinman.  

Complicações  
Curto  prazo:  perda  da  redução  (10  a  25%)  mais  comum.  Devido  a  imobilização  ruim.  
Perda   de   movimento   do   antebraço:   complicação   mais   freqüente   a   longo   prazo.   Pode  
chagar  a  53%.  Pronação  é  duas  vezes  mais  comum  do  que  supinação  
Refraturas:   4   a   8%.   Mais   em   galho   verde,   meninos,   mais   velhos   (12   anos).   O   mais  
comum  é  ocorrer  atraves  do  local  original  da  fratura.  
Retardo   de   consolidação:   raro;   Sinostose;   Infecção:   0   a   33%   nas   expostas;  
Neuropraxia:  mais  comum  no  mediano;  Sd  compartimental.  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    59  
 

Fratura  fisária  do  rádio  distal    


 

Anatomia  
Epífise  surge  até  os  2  anos  na  média,  na  ulna  por  volta  dos  7  anos.  80%  do  crescimento  do  ante-­‐
braço.  40%  de  todo  MMSS.  

Epidemiologia  
Mais  comum  em  meninos  mas  incidência  em  meninas  tem  aumentado.  
Membro  não  dominante  ligeiramente  mais  comum.  
Estirão  pré  adolescência.  50%  associadas  a  Fx  da  ulna.  
Salter  II  mais  comum.  

Mecanismo  de  trauma  


Queda  com  a  mão  espalmada.  

Classificação  
Mais  usada  no  nosso  meio  Salter  Harris.  

Mais  usada  na  Europa  Aitken  

Mais  atual  Peterson  (  parecida  com  SH  ,  o  tipo  I  é  Fx  metafisária  com  traço  que  vai  até  a  fise,  Tipo  
II  =  SH  II  tipo  III  =  SH  I,  Tipo  IV  =  SH  III,  V  =  SH  IV  e  tipo  VI  perda  óssea.  

Tipo   VI   de   Rang   no   SH   é   discutível   se   realmente   existe   etc...   nunca   ninguém   viu   e   é   impossível   de  
fazer  Dx.  

Quadro  Clinico  
-­‐  Dor  ,  deformidade,  equimose,  edema,  impotência  funcional,  etc.  Em  geral  o  desvio  é  dorsal  

Exames  
-­‐  Rx:    
AP  +  P  do  punho  se  precisar  oblíquas.  
Pode  haver  sinal  do  coxim  na  região  do  Pronador  Quadrado.  
TC  para  melhor  avaliação  de  Fx  intra  –  artic.    

Tratamento  
Conservador:   realiza-­‐se   a   redução   incruenta   e   imobilização   com   gesso   de   apoio   em   3   pontos.  
Reavaliação  semanal  e  com  3  a  4  semanas  gesso  curto,  4  a  6  retira  o  gesso.  
Redução  Fechada  e  Fixação  :  quando  houver  suspeita  de  Sd.  Compartimental,  ou  Túnel  do  Carpo  
agudo  –  Passar  um  FK  liso  de  Titânio  percutâneo  e  imobilizar  com  tala  frouxa.  
Redução  Aberta:  quando  irredutível  por  interposição  do  Pron.  Quad.    ou  periósteo.  

Complicações  
Consolidação  viciosa  –  não  repetir  a  redução  depois  de  7  dias.Monitorar  por  6  a  12  meses,  se  não  
remodelar,  osteotomia.Quando  intra-­‐articular  pode-­‐se  tentar  corrigir  mas  é  difícil  –  ARTROSE  

Parada  do  Crescimento  Fisário  :  7%  aprox.    Depende  do  Potencial  de  crescimeto,  pode  dar  alt.  Na  
RUD,  lesão  da  Fibrocart.  Triang,  impacto  ulno  carpal,  Dor,  diminuição  do  ADM.  Se  a  ponte  óssea  
ocupar  menos  de  45%  da  fise  pode  voltar  a  crescer  se  houver  ressecção.  

Sd.  Túnel  do  Carpo   –   se   houver   sintomas   e   P   ≥   40mmHg   abrir.   Liberar   tb   lig   transverso   do   carpo  
por  zetaplastia    e  fáscia  do  compart  anterior  s/n.    

 
60                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Fratura  do  fêmur  proximal  em  crianças  


Epidemiologia  
1%  das  fraturas  em  criancas.  
Meninos  (3:2),  12  a.  
Mecanismo  de  trauma  -­‐  Alta  energia.  

Classificacao  
  Delbet  e  Colonna  
Tipo  I:  Transfisarias.  8%  das  fraturas.  ON  em  100%  dos  pacientes.  50%  associadas  com  luxacao  
da   epifise   (IB)Melhor   prognostico   em   criancas   com   menos   de   2-­‐3   anos.   A   ON   torna-­‐se  
infrequente,   porem   coxa   vara,   breva   e   fechamente   prematuro   acarretando   discrepancia   de  
comprimento  sao  frequentes.  
Tipo  II:  Transcervicais.  46%  das  fraturas.  77%  sao  desviadas.  
  Melhor  prognosticos  nas  sem  desvio,  independentemente  do  tratamento.  
Tipo  III:  Basocervicais.  34%  das  fraturas.  ON  em  20-­‐30%  dos  casos.  
  Ocorre  fechamento  prematuro  da  fise  em  25%  dos  pacientes  e  coxa  vara  em  14%.  
Tipo  IV:  Intertrocantericas.  12%  das  fraturas.  Menores  complicacoes  que  as  demais.  
Ordem  de  frequencia:  2/3/4/1  

Tratamento  
Tipo  I:  
  Menores  de  2  anos:  
  Sem  desvio=  imobilizacao  com  gesso.  
Desviadas=   reducao   com   tracao,   abducao   e   RI.   Caso   a   fratura   "trave"   em   uma   posicao  
estavel  ela  pode  ser  imobilizada.  Caso  contrario  deve  ser  fixada  com  pinos  lisos.  

Maiores  de  2  anos:  


  Tratamento  cirurgico  em  todos  os  pacientes  mesmo  nas  nao  desviadas.  
  A  fixacao  deve  cruzar  a  fise.  
  Em  criancas  menores:  fios  lisos.  
  Em  maiores:  parafusos.  

Tipos  II  e  III:  


  Fraturas  desviadas  do  colo  devem  ser  SEMPRE  tratadas  com  reducao  e  fixacao  interna.  
  3  parafusos  se  possivel:  triangulo  invertido.    

Tipo  IV:  

Pode  ser  tratada  com  imobilizacao.  


PHS:  pediatric  hip  screw.  

Complicacoes  
Coxa  vara  ou  coxa  breva  ou  coxa  valga.  
Osteonecrose  

Classificação  
  Ratliff  
  Tipo  I:  toda  a  cabeca.  Lesao  aos  vasos  epifisarios  laterais.  
  Tipo  II:  parcial  da  cabeca.  Lesao  da  porcao  terminal  dos  vasos  epifisarios  proximos  a  sua  
insercao.  
  Tipo  III:  colo  do  femur.  Lesao  dos  vasos  metafisarios.  Rara  e  com  bom  prognostico.  

 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    61  
 

Fratura  da  diáfise  do  fêmur  em  crianças  


Epidemiologia  
Cerca  de  1,6%  das  fraturas  pediátricas.  Meninos  2,6:1  Meninas.  Incidencia  bimodal.  Primeiro  pico  
dos   2   aos   4   anos.   Segundo   pico   na   adolescência.   Em   criancas   na   idade   não   deambuladora,   a  
porcentagem  de  abuso  e  de  cerca  de  80%.  Nas  deambuladoras  e  de  cerca  de  30%.  

Examinar  quadril  e  joelho  ipsilateral  por  fraturas  associadas.  Triade  de  Waddell:  associação  de  
fratura  do  fêmur,  TCE  e  lesão  intratorácica  ou  intraabdominal.    

Imagens  
Frente   e   perfil   do   fêmur   com   joelho   e   quadril   no   mesmo   filme.   RM   pode   ser   necessária   em  
fraturas  ocultas  ou  por  estresse.  

Classificação  
Descritiva.  Aberta  e  fechada.  Nivel:  proximal,  terço  médio,  distal.  Traco:  transverso(50%),  espiral,  
obliqua,  cunha.  Cominuicao.  Desvio.  Angulacao.  Subtrocanterica.  Diafisaria.  Supracondilar.  

Tratamento  
Menores  de  6  meses.  Supensorio  de  Pavlik  ou  tala  posterior.    

6   meses   a   6   anos:   Gesso   imediato   e   o   tratamento   de   escolha   em   mais   de   95%   das   fraturas.  
Tracao   esquelética   seguida   de   gesso   deve   ser   considerada   em   fratura   encurtadas   e   muito  
desviadas.  Controverso.  

6   a   12   anos:   Hastes   intramedulares   são   frequentemente   utilizadas   nesse   grupo.   O   gesso   e   opção  
viável.  

12   anos   a   maturidade:   Síntese   intramedular   flexível   ou   bloqueada.   Placas   bloqueadas  


submusculares  podem  ser  utilizadas  em  fraturas  subtrocantericas  ou  supracondilianas.  

Age   Varus/Valgus  (degrees)   Anterior/Posterior  (degrees)   Shortening  (mm)  


Birth  to  2  yr   30   30   15  
2  to  5  yr   15   20   20  
6  to10  yr   10   15   15  
11  yr  to  maturity   5   10   10  
Rotacao  de  5  a  10°.  

Gesso  Imediato  Em  posicao  90°/90°  ate  os  dedos  do  pé.  Quanto  mais  proximal  a  fratura,  maior  a  
flexão  do  joelho.  E  utilizada  a  tracao  em  90°/90.  

Indicaçoes  Cirurgicas:  politrauma.  Fratura  exposta.  Lesao  vascular.  Fratura  patológica.Paciente  


pouco   colaborativo.   Habitos   incompatíveis   com   o   gesso.   *Outros:   acima   de   9   anos.   Maiores   de  
30Kg.  Fratura  associada.  Encurtamento  maior  de  2cm.  

Sintese   intramedular   flexível:   inserção   retrógada   2cm   proximal   a   fise   distal.   Pacientes   com  
menos   de   50kg.   E   medido   a   diâmetro   do   canal   no   frente   no   perfil,   sendo   dividido   por   2   e  
subtraído  0,5.  A  menor  medida  e  a  considerada.  

Hastes   bloqueadas:   não   e   recomendada   para   pacientes   menores   de   12   anos   pelo   risco   de  
osteonecrose.   Fixacao   Externa:   instabilidade   hemodinâmica,   expostas,   queimaduras.   Placas:  
indicação  e  evitada  pela  incisão,  desperiostizacao,  lesão  do  quadríceps,  necessidade  de  retirada.  

Complicações  
Consolidacao   viciosa:   a   remodelação   não   corrige   deformidades   rotacionais.   Deformidades   no  
plano   anteroposterior   corrigem-­‐se   muito   mais   rapidamente   que   o   varo   e   valgo.   Pseudoartrose:  
raro.   Fraqueza   muscular.   Anisomelia:   complicação   mais   comum,   secundaria   a   encurtamento   ou  
hipercrescimento.Osteonecrose:   pode   ser   conseqüência   de   uma   haste   inserida  
anterogradamente.  
62                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 
 

Fratura  do  fêmur  distal  em  crianças  


Histórico:    
1-­‐6%   das   fx     fisárias;   <   1%   das   fx   em   crianças;   mais   comum   tipo   II   de   Salter;   era   conhecida   como  
“lesão   da   roda   da   carroça”   e   “o   cavalo   e   a   carroça   foram   substituídos   pelo   campo   de   futebol  
americano.  
Anatomia:   fise   é   extraarticular;   a   inserção   dos   ligamentos   e   capsula   são   na   epífise;   o  
gastrocnemio   se   insere   proximal   a   fise,   por   isso   deslocamentos   posteriores   a   redução   em  
extensão  é  estável;  intimo  contato  com  artéria  poplítea,  risco  de  lesão  vascular  (principalmente  
intima);  nervo  fibular  principal  acometido,  estiramento  (varo  ou  torção  medial)  e  contusão  direta  
na  região  postero  lateral  do  joelho.  
Mecanismo   de  lesão:  Desvio  epifisário  do  lado  de  tensão  e  fx  no  lado  de  compressão  (Salter  II);  
Traumas  em  varo,  valgo  e  hiperextensão.  Causas:  Traumas  esportivos  49%;  Atropelamento  25%;  
Quedas   12%;   Acidente   de   carro   5%   e   Outros   9%.   Infantil,   maior   chance   de   distúrbio   de  
crescimento,   parto   pélvico   e   espancamento;   Juvenil,   queda   e   atropelamento;   Adolescentes,    
traumas  esportivos  e  menor  chance  de  distúrbio  do  crescimento.  
Classificação:  Salter  Harris:  
Tipo  I  fechamento  prematuro  da  fise  ao  contrario  de  outros  locais.  
Tipo  II  é  o  mais  comum,  ocorre  em  adolescentes,  desloca-­‐se  na  direção  do  fragmento  metafisario,  
fechamento  prematuro  da  fise  é  comum  e  a  região  do  fragmento  é  polpada.  
Tipo   III   traço   vertical   em   direção   a   articulação,   na   região   da   fossa   intercondilar,   trauma   em  
valgo,  hemartrose  e  se  deslocada  OSS  interna.  
Tipo  IV  raras,  redução  anatômica  e  fix.  interna  pelo  alto  índice  de  distúrbio  de  crescimento.  
Tipo  V  raros,  o  diagnostico  em  geral  é  retrospectivo.  
Sinais  e  sintomas:      
dor  e  incapacidade  de  carga  e  edema  rápido;  pode  referir  um  estalo;  Instabilidade  anormal  com  
radiografias   normais   podem   ser   causadas   por   lesões   fisarias   e   não   apenas   por   lesões  
ligamentares;   hemartrose,   não   só   na   lesões   tipos   III   e   IV,     nas   outras   por   lesão   da   bursa  
suprapatelar;   maioria   dos   deslocamentos   no   plano   coronal;   No   desvio   anterior   a   patela  
extremamente   protuberante   e   o   pulso   poplíteo   palpado   no   subcutâneo;   posterior   a   parte  
proximal  metafisaria  fica  protuberante  suprapatelar;  A  tíbia  proximal,  patela  e  a  epífise  sempre  
alinhadas  diferenciando  de  lx  do  joelho;  avaliação  criteriosa  neurovascular  do  membro.    
Rx:    
Fx   I   e   III   podem   passar   desapercebidas   se   não   houver   deslocamento,   incidências   obliquas   podem  
ser  úteis;  Se  quadro  clinico  sugestivo  e  Rx  nl  radiografias  sob  stress  com  analgesia  adequada;  Tc  
pode  ser  útil  nas  fx  tipo  III  pela  dificuldade  de  se  avaliar  o  desvio.  
Tratamento:    
Objetivos:   redução   satisfatória   (anatômica);   Recuperar   a   amplitude   funcional   de   movimento;  
Recuperar   a   FM;   Evitar   danos   a   placa   de   crescimento.   plano   sagital   o   desvio   pode   ser   de   15o.  
bebes  deslocamentos  consideráveis  capacidade  de  remodelação;  Crianças  mais  velhas  a  redução  
fechada   bons   resultados     ate   10   dias   apos   lesão;   Redução   aberta   só   apos   a   falha   da   redução  
fechada;  A  causa  de  não  redução  interposição  de  periósteo  ou  músculo;  Evitar  transfixar  a  fise,  II,  
III   e   IV   parafusos   transversais,   quando   não   possível   fios   lisos   de   pequeno   diâmetro;   A  
necessidade  de  a/c  a  longo  prazo  pelos  riscos  de  distúrbio  de  crescimento.  
Prognóstico:      
bom,   2/3   em   crianças   no   final   do   crescimento;   Recém   nascidos   prognostico   bom   remodelação  
rápida  desde  que  fise  OK  (raro  lesão).  
Complicações:    
Discrepância   24%;   Desvio   angular   19%;   Rigidez   do   joelho   16%;   Lesão   do   fibular   3%;   Lesão  
artéria  poplítea  1%.  
Lesão  vascular:    
Observar  por  48-­‐72  horas,  descartar  trombose  por  lesão  da  intima.  
Lesão  do  fibular:    
Normalmente  normaliza  apos  6  meses,  persistência  eletromiografia.  
Desvio  angular:    
Se  salter  I  e  II  por  dano  fisario,  III  e  IV  formação  de  barra  óssea  ou  desnível  da  fise;  Alto  índice  
devido  a  estabilidade  da  fise  desta  região  denotando  trauma  de  alta  energia.  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    63  
 

Fratura  da  tuberosidade  anterior  da  tíbia  


Epidemiologia  
Representa  0,4  a  2,7%  das  lesões  fisarias  São  mais    vistas  em  meninos  atletas  com  14-­‐16  anos.  
Diferenciação  com  Osgood-­‐Schlatter.  

Mecanismos  de  Lesão  


Indireto,   forca   de   aceleração   ou   desaceleração   envolvendo   o   quadríceps.   Fatores  
Predisponentes:patela  baixa,Osgood-­‐Schlatter  prévio,anormalidades  da  fise  

Quadro  Clinico  
Limitação   da   extensão,   geralmente   joelho   esta   em   20   a   40º     de   flexão   com   isquiotibiais  
espasticos.  Dor  e  edema  na  TAT,    palpa-­‐se  um  defeito  no  local.  Hemartrose  variável  

Avaliação  Radiográfica  
Patela   alta   pode   ser   observada.   Incidências   AP   e   P   .   AP   com   rotação   interna,pois   a   TAT   encontra-­‐
se  lateral  ao  eixo  da  tíbia.  Fragmento  pode  ser  subestimado,  TAT  não  esta  totalmente  ossificada    

Classificação  
Watson-­‐Jones  
Tipo  1  –  Pequeno  fragmento  avulsionado  e  desviado  proximalmente;fx  pelo  centro  de  ossificação  
secundário  
Tipo  2  –  Centro  de  ossificação  secundário  coalescido  com  a  epífise  da  tíbia  proximal;todo  o  lábio  
formado  pela  parte  frontal  da  epífise  superior  da  tíbia  se  dobra  para  cima;  
 Tipo   3   –   Traço   de   fratura   atravessando   a   epífise   proximal   da   tíbia   e   atingindo   a   articulação;pode  
ser  confundida  com  fratura  SH  3  da  fise  proximal  da  tíbia.  
Ogden  
Tipo   1   –   a   separação   da   porção   distal   da   fise   sob   a   tuberosidade   irrompe   proximalmente   através  
do  centro  de  ossificação  secundário  da  tuberosidade  
Tipo   2   –   a   separação   estende-­‐se   anteriormente   pela   área   que   une   os   centros   de   ossificação   da  
TAT  e  da  epífise  proximal  da  tíbia.  
Tipo  3  –  a  separação  sob  a  tuberosidade  propaga-­‐se  superiormente  pela  epífise  proximal  da  tíbia  
ate  a  articulação  do  joelho,  sob  as  inserções  anteriores  dos  meniscos.  
Cada  tipo  se  divise  em  2  subtipos  dependendo  da  gravidade  do  deslocamento  e  da  cominuição.  
Tratamento  

Não  cirúrgico:    
1A   com   mecanismo   extensor   intacto.redução   manual   e   imobilização   por   4   a   6   semanas   com  
joelho  em  extensão.  

Cirúrgico  
Tipos   1B,   2   e   3     e   para   fx   do   tipo   1A     irredutíveis   (interposição   do   periósteo).   Parafusos  
esponjosos  paralelos  a  articulação  ou  fios  lisos  quando  faltam  mais  de  3  a  para  maturidade  

Complicações  
-­‐Geno   Recurvatum   –   ocorre   devido   ao   fechamento   prematuro   da   fise   anterior;raro   pois   estas  
fraturas  ocorrem  em  pacientes  próximos  da  maturidade  esquelética.  
-­‐Perda   de   ADM   do   Joelho   =   perda   da   flexão   relacionada   a   imobilização;Perda   da   extensão  
relacionada  a  redução  não  anatômica  
-­‐Patela  alta  –  redução  insuficiente.  Sd  compartimental  –  rara;  Rupturas  de  menisco,  Infeccao  

 
 
64                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Fratura  da  metáfise  proximal  da  tíbia  -­‐  Cozen  


Epidemiologia  
Crianças  entre  3  e  6  anos(2  e  8  anos  LW)  de  idade  vitima  de  trauma  na  região  lateral  do  joelho  
estendido.  

Deformidade  em  valgo  


Deformidade   em   valgo   é   a   seqüela   mais   comum.em   crianças   com   menos   de   10   anos   de   idade   que  
sofreram   fratura.Fxs   mal   reduzidas   e   também   quelas   reduzidas   adequadamente   podem   evoluir  
para  esta  deformidade.Ocorre  em  geral  no  primeiro  ano  pós  lesão.  

Varias  teorias  podem  ser  citadas:  

•reducao  deficiente  ou  joelho  imobilizado  em  flexão.  


•calo  medial  expansivo  produzindo  a  deformidade  
•lesão  da  porção  lateral  da  tíbia  (Salter  Harris  V?)    
 
•apoio  prematuro  de  peso  
•deformidade  com  lesão  concomitante  da  placa  tendinia  da  pata  de  ganso(trava  a  porção  medial  
da   fise.com   a   fx   ocorre   a   ruptura   da   porção   tendinea,   produzindo   uma   perda   do   efeito   de  
travamento  e  levando  ao  supercrescimento  da  porção  medial  da  fise.  
•fluxo  sanguineo  da  fise  proximal  da  tíbia  aumentado  apos  a  fratura,  produz  uma  resposta  Fisaria  
assimétrica  causando  maior  crescimento  medial.  

Tratamento  
 

Fx  sem  desvio  são  estabilizadas  em  gesso  inguinopodalico  com  o  joelho  em  extensão  quase  total  e  
uma  moldagem  do  gesso  em  varo.  

Fxs   desviadas   requerem   redução   fechada.Depois   da   redução   é   recomendado   que   o   angulo  


formado  por  uma  linha  que   atravessa  a  placa  de  crescimento  e  por  outra  linha  que  acompanha  a  
diáfise   tibial   situe-­‐se   dentro   de   5º   da   tíbia   oposta   intacta.Se   a   redução   não   ficar   em   posição  
anatômica  ou  leve  angulação  em  varo,  indica-­‐se  redução  aberta.  

Tecidos  interpostos  devem  ser  retirados  e  o  gesso  é  removido  6  semanas  depois.  

Deformidade  em  valgo  é  acompanhada  até  que  seja  observada  a  correção  espontanea  ou  que  ela  
tenha   idade   suficiente   para   ser   submetida   a   uma   intervenção   cirúrgica.Osteotomias   raramente  
são  indicadas  e  devem  ser  protoladas  até  a  adolescência.  

Orteses  não  alteram  a  evolução  natural  da  tíbia  valga  pós-­‐traumatica  e  não  são  recomendadas.  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    65  
 

Fratura  do  tornozelo  em  crianças  


Epidemiologia  
58%   ocorrem   durante   atividade   esportiva.   Mais   comum   em   meninos.   As   lesoes   ligamentares  
são  raras  pois  essas  estruturas  são  mais  fortes  que  a  placa  fisaria.  

Anatomia  
Todos  esses  ligamentos  se  inserem  distalmente  a  placa  fisaria.  O  núcleo  de  ossificação  distal  
da   tíbia   aparece   ao   redor   dos   6   a   24   meses.   Sua   fusão   a   diáfise   tibial   ocorre   aos   15   anos   nas  
meninas  e  17  anos  nos  meninos.    

Durante  cerca  de  18  meses  a  região  lateral  da  fise  permanece  aberta  com  a  medial  fechada.  
Seu   fechamento   se   inicia   centralmente,   se   estendendo   para   anteromedial   e   depois   para  
posterolateral  antes  da  sua  fusão  final  lateral.  

Imagens  
Os   critérios   de   Ottawa   não   são   bem   definidos   para   a   população   pediátrica.   Acredita-­‐se   que   o  
maior   sinal   seja   a   dor   perimaleolar.   As   TC   são   auxiliares   na   avaliação   de   fraturas   intraarticulares  
complexas   e   fazem   diagnostico   diferencial   entre   as   mesmas.   São   importantes   na   avaliação   do  
Tillaux  e  das  triplanares.  

Classificação  
Dias   Tachdjan.   Incorpora   os   princípios   de   Salter-­‐Harris   com   os   mecanismos   de   Lauge-­‐
Hansen.  Conduz  a  monobra  de  redução.  

SER:   Estagio   I:   Salter   II   da   tíbia   com   o   fragmento   metafisario   posterolateral.   Thurston-­‐


Holland   visto   no   AP,   o   que   o   difere   da   SFP.   Estagio   II:   a   forca   continua   e   produz   uma   fratura  
espiral  na  fíbula  que  começa  medial  e  se  estende  posterosuperiormente.  

PER:   Deformidade   em   valgo.   Fratura   tibial   e   fibular   ocorrem   simultaneamente.   Salter   II(mais  
comum)   ou   I   na   tíbia.   Fragmento   metafisario   e   lateral.   Fratura   da   fíbula   e   uma   obliqua   curta,  
cerca  de  4  a  7cm  da  ponta  maleolar.  

SFP:   Geralmente   Salter   II   da   tíbia   com   fragmento   metafisario   posterior   (perfil).   Tipo   I   e   raro,  
assim  como  a  fratura  da  fíbula.  

SI:  O  mais  comum.  Estagio  I:  Salter  I  ou  II  da  fíbula.  Ocorrem  pela  adução  ou  supinacao  que  
avulsiona   a   epífise.   Sinal   mais   característico   e   dor   na   placa   com   radiografia   normal.   Tipo   mais  
comum   das   fraturas   de   tornozelo   da   criança.   Estagio   II:   com   a   progressão   da   forca   ocorre   uma  
fratura   Salter   III   ou   IV   da   fise   tibial   medial   pelo   impacto   do   talus   contra   a   superfície   articular.  
Maior  índice  de  distúrbio  de  crescimento.  

Tillaux  :  Salter-­‐Harris  III  da  epífise  tibial  anterolateral.  Avulsao  pelo  tibiofibular  anterior  em  
uma  forca  de  rotação  externa.  No  grupo  etário  de  13  a  16  anos.  Idade  em  que  a  porção  medial  e  
central  da  fise  tibial  estao  fechadas,  enquanto  a  lateral  ainda  esta  aberta.  Pacientes  mais  velhos  
que  os  da  triplanar.    

Triplanar:   transverso,   coronal   e   sagital.   E   explicada   pela   progressão   de   fechamento   fisario  


distal   da   tíbia.Pico   dos   13   aos   15   nos   meninos   e   12   a   14   nas   meninas.   Provavelmente   por   um  
trauma  em  rotação  externa  do  pe  e  tornozelo.  Tem  a  aparência  de  uma  Salter  III  na  radiogarfia  de  
frente   e   uma   Salter   II   no   perfil.   Pode   ocorrer   fratura   fibular,   geralmente   um   traço   obliquo   de  
anteroinferior  para  posterosuperior,  4  a  6cm  da  ponta  do  maléolo.  

Tratamento  
Maléolo  lateral.  Salter-­‐Harris  I  ou  II:  redução  fechada  e  imobilização  curta  por  4  a  6  semanas.  
Salter-­‐Harris  III  ou  IV:  redução  fechada  e  fixação  com  FK.  Imobilizacao  curta.  Pode  ser  necessária  
redução  aberta  pela  interposição  de  periósteo.  FK  perpendicular  a  fise.  
66                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 
Maleolo   medial.   Salter-­‐Harris   I   ou   II:   redução   fechada   em   geral   e   efetiva.   Em   criancas  
menores  de  10  anos,  alguma  angulação  e  aceitável  pelo  remodelamento.  Reducao  aberta  deve  ser  
realizada   na   presença   de   interposição.   Fixado   com   parafuso   metafisario   ou   FKs   paralelos   e  
proximais   a   tíbia.   Salter-­‐Harris   III   ou   IV:   redução   anatômica.   Desvios   maiores   que   2mm   são  
inaceitáveis,  devendo-­‐se  proceder  redução  aberta.  Via  anteromedial  e  sintese  parafusos  paralelos  
a  placa.  6  semanas  de  imobilização,  vigilância  intensa.  

Tillaux.   Fraturas   com   mais   de   2mm   de   desvio   devem   ser   reduzidas   cruenta   ou  
incruentamente.   Reducao   fechada   com   tração   e   acompanhada   de   rotação   interna   do   pe   e  
compressão  anterolateral.  Deve  ser  mantida  em  uma  imobilização  curta  ou  longa,  dependendo  da  
estabilidade.  Sem  carga  por  3  semanas  e  mais  3  semanas  deambulando  Fraturas  instáveis  exigem  
fixação   percutânea   com   FKs.   Desvio   maior   de   2mm   e   inaceitável.   Reducao   aberta   por   via  
anterolateral  e  fixação  através  de  parafusos  esponjosos.  

Triplanar.  Fraturas  sem  desvio  devem  ser  tratadas  com  imobilização  longa  com  30°  de  flexão  
do   joelho   por   3   a   4   semanas,   seguidas   por   3   semanas   de   imobilização   curta   com   carga.   Desvio  
maior  de  2mm  requer  estabilização  através  de  redução  fechada  e  fixação  percutânea  ou  redução  
aberta   e   síntese.   Pos   com   imobilização   longa   ou   curta,   dependendo   da   estabilidade,   utilizando  
mesmo  protocolo  que  o  não-­‐cirurgico.  

Complicações  
Deformidade   angular.   A   deformidade   em   varo   e   a   mais   comum   nas   supinacoes-­‐inversoes  
pelo   fechamento   da   fise   medial.   A   deformidade   em   valgo   e   encontrada   quando   há   lesão   da   fise  
fibular   distal.   Não   há   grau   definido   para   deformidade   angular   aceitavel.   A   persistência   do  
alinhamento  ao  final  da  maturidade  exige  correção  com  osteotomias  supramaleolares.  

Deformidades  rotacionais  são  causadas  por  fraturas  triplanares  inadequadamente  reduzidas.  


Quando   essa   deformidade   e   extraarticular,   pode   ser   corrigida   por   osteotomia,   algo   impossível  
nas  intraarticulares.  

Anisomelia.  Pseudoartrose:  rara.  Artrose.  Necrose.  

 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    67  
 

Maus  tratos  
Epidemiologia  
Incidência  =  4,9/1000  crianças.  Homens  =  mulheres.  1-­‐1,5%  de  todas  as  crianças.  
Metade  das  crianças  que  sofrem  fratura  com  menos  de  1  ano  de  idade  e  1/3  das  criancas  
com  fraturas  antes  dos  3  anos  de  idade.  

Crianças  que  correm  riscos  


A  maioria  dos  casos  relatados  envolve  crianças  de  menos  de  3  anos  de  idade.  
Primogênitos,  prematuros,  filhos  adotivos  e  crianças  deficientes  são  as  maiores  vitimas  
de  violência.  
Atrasos  no  tratamento  devem  levantar  suspeitas  para  situação  de  abuso.    
Importante  saber  quem  são  os  responsáveis,  ambiente  domestico,  nível  de  estresse  em  
casa,  reações  e  atitudes  dos  pais  e  guardiões.  

Exame  Físico  
Lesões  neurológicas  –  síndrome  do  bebe  sacudido  –  hematomas  subdurais  
Maioria  das  contusões  concentram-­‐se  nas  nádegas  e  no  tronco.  
Lesões  em  tecidos  moles  foram  observadas  em  ate  92%  das  crianças  com  suspeita  de  
abuso  infantil.  Achado  mais  comum  de  abuso  infantil.  
A   lesão   aguda   é   azul   ou   roxo   avermelhada   (0-­‐3   dias);   verde,   depois   para   amarelo(3-­‐7  
dias)  e  por  fim  para  uma  cor  acastanhada  (8-­‐28  dias)  a  medida  que  a  hemoglobina  é  degradada.  
Deve-­‐se  suspeitar  de  sevicias  quando  queimaduras  profundas  de  segundo  ou  terceiro  
grau  estão  bem  demarcadas  com  formas  circulares.  

Fraturas  em  Crianças  vitimas  de  maus  tratos  


Fraturas  de  fêmur  levantam  suspeitas  especialmente  em  crianças  mais  novas.  
As   fraturas   das   costelas   posteriores   são   consideradas   as   mais   comuns   em   casos   de   maus  
tratos  infantis.  
Fraturas  da  coluna  são  raras  e  30%  são  por  compressão.  
Kleinman  classificou  a  especificidade  do  traumatismo  esquelético  por  maus  tratos.  
Alta  Especificidade  
Qualquer  lesão  metafisaria   Fratura  do  processo  espinhoso  
Fratura  da  costela  posterior   Fratura  do  esterno  
Fratura  Escapular    
Especificidade  Moderada  
Múltiplas  Fraturas,  sobretudo  bilaterais   Fratura  ou  subluxacao  do  corpo  vertebral  
Fraturas   de   idades   diferentes   (10-­‐15%   dos   casos   Fratura  Digital  
de  abuso)  
Separação  Epifisaria   Fratura  Complexa  do  cranio  
Baixa  Especificidade  
Fratura  Clavicular   Fratura  linear  do  cranio  
Fratura  da  diáfise  de  ossos  longos    
A   chamada   fratura   patognomônica   de   maus   tratos   é   a   fratura   do   canto   ou   fratura   em  
alça  de  balde  da  metáfise.  Rx  não  revela  deslocamento  visível  da  epífise  mas  sim  uma  fratura  de  
canto   ou   uma   lasca   na   borda   da   metáfise   envolvida.   Geralmente   são   bilaterais.   Não   são   tão  
freqüentes  quanto  as  fraturas  diafisarias.  

Diagnostico  diferencial  
OI,   doença   de   Caffey,   OM,   artrite   séptica,   raquitismo,   doença   neuromuscular,  
osteopetrose,  leucemia,  tumores,  fratura  por  estresse.  

Exigências  legais  
Uma  vez  identificado  um  caso  de  maus  tratos,  o  primeiro  passo  é  a  internação  hospitalar.  
O   medico   é   obrigado   por   lei   a   notificar   todos   os   casos   suspeitos   de   maus   tratos   aos   órgãos   de  
proteção  a  criança  e  as  autoridades  legais.  
68                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Síndrome  compartimental  do  antebraço  /  Volkmann  


Qualquer   situação   que   cause   uma   diminuição   no   tamanho   do   compartimento   ou   aumento   na  
pressão  do  compartimento  pode  iniciar  uma  síndrome  compartimental.  À  medida  que  a  pressão  
intracompartimental   se   eleva,   a   pressão   sanguínea   capilar   é   reduzida   a   um   nível   em   que   não   é  
capaz  de  manter  a  viabilidade  tecidual.  

Músculos  têm  comprometimento  funcional  depois  de  2  a  4  horas  de  isquemia  e  perda  funcional  
irreversível  apos  4  a  12  horas.  
O   tecido   nervoso   mostra   função   anormal   apos   30   minutos   de   isquemia,   com   perda   funcional  
depois  de  12  a  24  horas.  
Nos  membros  superiores,  é  mais  comum  no  antebraço  
4  compartimentos  no  antebraço:    
1. Compartimento  volar  superficial  
2. Compartimento   volar   profundo:   Flexor   profundo   dos   dedos;   Flexor   longo   do   polegar;  
Pronado  quadrado  
3. Compartimento  dorsal  
4. Compartimento  móvel  de  Henry:  Braquiorradial;  ERLC;  ERCC  
Mais  comum  nos  compartimentos  volares,  difícil  isolar  superficial  e  profundo.  
Dor  é  o  sintoma  mais  freqüente.  A  extensão  passiva  dos  dedos  aumenta  a  dor.    
O  antebraço  é  sensível  à  palpação,  tenso  e  apresenta  edema,  e  a  sensibilidade  da  ponta  dos  dedos  
pode  estar  diminuída.  
Teste   de   Whitesides:   mede   a   pressão   necessária   para   superar   a   pressão   tecidual   enquanto   se  
injeta   uma   quantidade   pequena   de   soro   fisiológico   dentro   de   um   compartimento   fechado.  
Recomendam   fasciotomia   quando   a   pressão   tecidual   se   eleva   de   10   a   30mm   Hg   da   pressão  
diastólica  do  paciente.  

Síndrome  compartimental  aguda  do  antebraço  


Murabak  recomenda  fasciotomia:  
• Em  normotensos  com  achados  clínicos  positivos,  pressões  compartimentais  maiores  que  
30mmHg  ou  isquemia  prolongada  desconhecida  ou  por  mais  do  que  8  horas  
• Pacientes  com  baixa  pressão  arterial  e  pressão  compartimental  maior  que  20mmHg  

Contratura  de  Volkmann  estabelecida  do  antebraço  


Se  uma  síndrome  compartimental  não  for  tratada  ou  for  inadequadamente  tratada,  a  pressão  do  
compartimento  continuar  a  aumentar  até  ocorrer  isquemia  tecidual  irreversível.  
Contratura   isquêmica   de   Volkmann   é   o     resultado   de   vários   graus   de   lesão   tecidual,   porém,   as  
primeiras  mudanças  geralmente  envolvem  o  músculo  flexor  profundo  dos  dedos  no  terço  médio  
do  antebraço.    
Quadro   clínico   típico:   flexão   do   cotovelo,   pronação   do   antebraço,   flexão   do   punho,   adução   do  
polegar,  extensão  metacarpofalangiana,  e  flexão  dos  dedos.  
Leve  
• Talas  dinâmicas  para  prevenir  contratura  do  punho,  treinamento  funcional,  e  uso  ativo  
dos  músculos    
• Após  3  meses,  as  unidades  músculo-­‐tendíneas  podem  ser  liberadas  e  alongadas.    
Moderada:  
•  Cirurgia  de  deslizamento  do  musculo,  neurólise  cuidadosa  do  mediano  e  ulnar;  excisão  
de  toda  a  massa  muscular  fibrosada  encontrado  podem  ser  feitos  
• Quando   não   há   movimento   útil   dos   flexores   dos   dedos,   as   transferências   musculares  
podem  ser  feitas  
Grave:  
• Excisão  precoce  de  todos  os  músculos  necróticos,  combinado  com  neurólise  mediano  e  
ulnar  completo  para  restaurar  a  sensibilidade  e  possivelmente  função  intrínseca.    
• Transferências   de   tendão   para   restaurar   a   função   deve   ser   executada   como   um  
procedimento  secundário.    
• Estes   podem   incluir   a   transferência   do   braquiorradial   ao   longo   do   polegar   e   do   extensor  
longo  radial  do  tendão  flexor  profundo.  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    69  
 
 

Paget  
  Entidade   de   causa   desconhecida   caracterizada   por   reabsorção   osteoclástica   do   osso  
seguido  por  regeneração  osteoblástica.    
Alteração  na  taxa  de  remodelação  do  esqueleto.  
Etiologia    
  Desconhecida.  
  Teoria   de   formação   de   osteoclastos   pagéticos   em   conseqüência   de   uma   infecção   viral  
(paramyxovirus)  nos  primeiros  anos  de  vida.  
Epidemiologia  
  3%  da  população  acima  de  40  anos.  10%  acima  de  90  anos.  
  Mais  comum  nos  EUA,  Inglaterra,  Austrália,  Nova  Zelândia  e  Alemanha.  
  Rara  em  paises  tropicais,  maior  incidência  na  ascendência  européia.  
  Em  15  a  25%  dos  casos  uma  maior  incidência  familiar  é  documentada.  
  3H:M2.  Brancos.  
  Mais   freqüente   na   pelve,   fêmur,   crânio,   tíbia,   coluna   lombar   e   torácica,   clavícula   e  
escápula.  
  Ossos  da  mão  e  pé  são  cometidos  raramente,  mais  na  forma  poliostótica.  
  Mais  comumente  apenas  um  ou  dois  ossos  são  acometidos.  

Quadro  Clínico  
  Grande  número  assintomático.  
  Sensação  de  calor.  Dor  óssea.  
Pode  haver  compressão  neurológica  pela  compressão  dos  mesmos  em  forames  de  osso  
pagetóide.  Isso  pode  ser  uma  indicação  cirúrgica.  
Cegueira.  Calculose  renal.  ICC  de  alto  débito.  
A  desorganização  estrutural  aumenta  a  chance  de  fraturas.  A  consolidação  ocorre  em  um  
tempo  mais  longo  e  nunca  restaura  a  força  do  local  às  condições  anatômicas  normais.  

Imagens  
Radiografias  
Esclerose.  Aumento  de  volume  do  osso.  
Aspecto  que  simula  tumor  maligno.  
Deformidade.  Fratura  patológica  de  osso  longo.  
Vértebra  em  aspecto  de  moldura,  vértebra  em  marfim.  
Crânio   com   osteoporose   circunscrita,   imagem   em   bola   de   algodão,   trabeculado  
grosseiro.  
     
Cintilografia  
    Extensão  do  envolvimento.  

Laboratorial  
O   aumento   da   taxa   de   osso   neoformado   pode   elevar   os   níveis   de   fosfatase   alcalina  
plasmática.  Indicador  da  fase  ativa  da  doença.  
Cálcio  e  Fósforo  normais.  Hipercalcemia  rara  e  associada  com  imobilização  ou  hiperpara  
Urina:  aumento  da  hidroxiprolina  e  creatinina  pela  reabsorção  colágena.  

Classificação  
Três  fases  da  doença:  
 Fase  inicial:  atividade  basicamente  de  absorção  óssea.  
 Fase   de   atividade:   maior   atividade   da   doença,   destruição   osteoclástica   e   formação  
osteoblástica  na  mesma  área  do  osso.  
 Fase  de  inatividade:  osso  com  padrão  de  mosaico  e  pouca  atividade  celular.    
 
70                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 
Anatomopatológico  
Biópsia  necessária  para  diagnóstico.  
Osso   pagetóide:   padrão   irregular   ou   em   mosaico   de   formação   óssea   e   ocupação   dos  
espaços  medulares  por  tecido  fibrovascular.  
Modificações  arquiteturais  caracterizadas  pela  formação  de  osso  não  lamelar,  maior  em  
tamanho,  mais  vascular  e  menos  compacto  que  o  osso  normal.  
Pode-­‐se  encontrar  as  três  fases  da  doença  em  uma  mesma  área.  
Múltiplas  lacunas  e  desorganização  das  fibras  de  colágeno.  
Processo  de  mineralização  normal.  

Diagnóstico  Diferencial  
  Osteoartrose.  Osteoporose.  Osteomalácia.  Mieloma.  Metástases.  

Tratamento  
Objetivo   é   aliviar   os   sintomas.   Nenhum   medicamento   comprovou   efetividade   na  
prevenção  da  progressão  da  doença.  
A   utilização   de   calcitonina   e   bifosfanados   está   indicada   na   dor   refratária   ao   uso   de   AINE,  
preparação   cirúrgica,   sintomas   de   compressão   neurológica   e   na   prevenção   de   fraturas   em  
pacientes  jovens  com  lesões  progressivas.  
 
Osteossíntese  de  fraturas  
Osteotomias  de  realinhamento.  
ATQ  ou  ATJ.  
 
Compressão  neurológica  pode  ser  indicação  cirúrgica.  
Desvios   arteriovenosos   intraósseos   podem   levar   a   sangramento   excessivo   durante  
procedimento  cirúrgico.  
Deformidades   de   arqueamento   podem   tornar   difícil   a   fixação   interna   das   fraturas  
patológicas.      
 
ATQ  
O   uso   de   difosfanados   e   calcitonina   pré-­‐operatória   pode   diminuir   a   dor   e   a   perda  
sanguínea  perioperatória.    
A   calcitonina   também   diminui   índice   de   soltura   protética   no   quadril   se   utilizada  
previamente  e  após  o  procedimento.    
Podem  ser  necessárias  osteotomias  femorais  para  correção  do  arqueamento.  
Bons   resultados   com   artroplastia   e   na   síntese   de   fraturas   de   colo   nos   pacientes  
portadores  de  Paget.      
 
Complicações  
Transformação  sarcomatosa  não  é  rara.  Até  1%.  
Mais  comum  na  forma  poliostótica  da  doença.  
Mais   freqüentes:   osteossarcoma,   condrossarcoma,   histiocitoma   fibroso   maligno,  
fibrossarcoma  e  TGC.  
Comprometimento  geralmente  pélvico,  femoral  e  umeral.  
Prognóstico  ruim.  
 
Transformação  para  osteossarcoma:  mais  em  pacientes  entre  a  sexta  e  oitava  décadas  de  
vida.  Fase  ativa.  Pelve  é  a  localização  mais  comum.  
Osteoartrose  degenerativa  uni  ou  bilateral.  
Protusão  acetabular.  
Colo  varo.  Deformidade  em  arqueamento  anterolateral  da  diáfise  femoral.  
Ossificação  heterotópica  pós  ATQ  é  comum.  Uso  de  profilaxia  recomendada.  
 
 
 
 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    71  
 

Mieloma  múltiplo  
Tumor  maligno  primario  do  osso  que  se  origina  da  medula  ossea.  

Epidemiologia  
malignidade   primária   mais   comum   do   osso.   predomina   nos   homens   2:1.   incidência   5ª   a   7ª  
década.  deve  ser  incluído  junto  com  metástase  no  diagnóstico  diferencial  de  qq  pcte  com  mais  40  
anos  com  tumor  ósseo  novo.  

Quadro  Clínico  
Dor   óssea.   Lombalgia   e   ciatalgia.   Sintomas   sistêmicos   estão   presentes   no   momento   do  
diagnóstico.   Fraqueza,   perda   de   peso,   anemia,   trombocitopenia,   neuropatia   periférica   (tipo  
esclerótico),  hipercalemia  ou  insuficiência  renal  podem  acompanhar  o  quadro.  

Complicação   importante   é   o   acometimento   renal   (devido   ao   acumulo   de   amiloides)   com   lesões  


tubulares  e  amioloidose.  

Coluna   vertebral   é   a   localização   mais   comum   seguida   da   costela   e   pelve   (ossos   que   contem  
medula  vermelha).  

Exames  de  imagem  


Radiografias:   múltiplas   lesões   osteolíticas   em   “saca-­‐bocado”,   nitidamente   demarcadas,   sem  
qualquer   esclerose   reativa   adjacente   ou   reação   periostal.   Na   coluna   podem   ser   observadas  
múltiplas  fraturas  por  compressão.  

Cintilografia:   freqüentemente   normal   ou   hipocaptante.   A   substituição   do   tecido   normal   pelo  


plasmocitoma,   diminuindo   a   captação   regional.   Só   é   positiva   em   áreas   em   que   ocorre  
neoformação  óssea  reacional.  

Tomografia:   avaliação   da   extensão,   destruição   e   comprometimento   extra   ósseo.   Ressonância  


magnética:  lesões  com  baixo  sinal  em  T1  e  alto  sinal  em  T2  

Exames  laboratoriais  
Anemia,   aumento   de   VHS,   hipercalcemia.   Esfregaços   com   presença   de   plasmócitos   e   roleau   de  
glóbulos  vermelhos.  Diagnóstico  com  mais  de  20%  de  células  plasmáticas.    

Biopsia   de   medula   (mielograma=plamócitos   com   atipia   celular   >15%   com   um   ou   mais   nucleos  
atipicos).  Presença  de  proteínas  anormais  no  sangue  e  urina  (Bence-­‐jones)  

Imunoforese   sérica   =   gamopatia   monoclonal.   A   eletroforese   de   proteínas   fecha   o   diagnóstico   a  


partir   da   identificação   de   um   pico   monoclonal   de   imonoglobulinas.   IgG(65%)   e   IgA(20%).  
Relação  entre  albumina/globulina  inverte-­‐se.    

Anatomopatologico  
Biopsia   da   lesão   ocasionalmente   necessária.   Histologia   =   lâminas   de   células   plasmáticas   =  
pequenas  células  azuis,  redondas  com  núcleo  em  mostrador  de  relógio  e  citoplasma   abundante  
com  uma  rarefação  perinuclear  ou  “halo”.  Produção  de  amilóide  pode  ser  abundante.  

É   difícil   diferenciar   plasmocitoma   com   osteomielite   crônica   com   abundantes   células   plasmáticas.  
Nestes   cassos   imunohistoquimica   é   útil.   (mieloma   cora   para   natural   killer   CD56).   O  
plasmocitoma   apresenta   cadeias   monoclonais   leves   k   ou   l,   enquanto   na   osteomielite   esatas  
cadeias  sao  policlonais.  Também  diferenciar  com  linfoma  que  cora  para  CD45  e  CD20,  e  MM  não  
cora.  

Tratamento  
Quimioterapia  é  o  principal.  Lesões  ósseas  sintomáticas  respondem  rapidamente  à  radioterapia.  
Radioterapia   nas   lesões   isoladas.   Risco   de   fratura   =   redução   da   massa   de   tumor   +   cimento   e  
fixação  interna.  Após  3  semanas  radioterapia.  

Prognóstico  =  Ruim.  Maioria  morre  depois  3  anos  do  diagnóstico.  


72                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Osteocondroma  
Definição:   Tumor   benigno   de   origem   cartilaginosa.   Provavelmente   malformação   do  
desenvolvimento,   antes   de   um   neoplasma   verdadeiro.   Crescimento   paralelo   ao   paciente,  
cessando  na  maturidade  esquelética.Termos:  exostose,  exostose  cartilaginosa.  
Etiologia:   Massa   óssea,   muitas   vezes   pedunculada,   produzida   por   ossificação   endocondral  
progressiva   de   uma   capa   cartilaginosa.   Distúrbio   na   localização   e   direção   da   cartilagem  
endocondral   de   crescimento.   A   exostose   possui   sua   própria   placa   de   crescimento   que   produz  
osso  na  exostose.  A  massa  é  recoberta  por  um  capuz  cartilaginoso.  
Epidemiologia:  Tumor  beigno  mais  comum.  10%  entre  os  tumores  ósseos  e  30%  dos  benignos.  
90%   com   lesão   única.   encontrados   nas   metáfises   de   ossos   longos,   próximos   à   fise   em   crianças.  
Mais  comum  distal  do  fêmur  e  proximal  da  tíbia,  proximal  do  úmero  e  do  fêmur.  
Quadro   Clínico:   Maioria   poucos   sintomas   e   descobertos   acidentalmente.   Ocasionalmente  
inflamam   estruturas   adjacentes   e   raramente   fraturam.   Neuropatia   por   compressão.   Tumoração  
palpável.   Osteocondoma   da   falange   distal:   “exostose   subungueal”,   proliferação   de   cartilagem  
hialina   ou   fibro   na   região   sub   ou   periungueal,   dor   e   alteração   na   forma   da   unha,   ressecção  
preservando  o  leito  ungueal.  
Imagens:   Rx:   Pediculados   (mais   comum)   ou   sésseis;   Tumores   afastam-­‐se   da   fise;   Continuidade  
do   osso   cortical   e   esponjoso   do   com   o   osso   adjacente;   Cartilagem   espessa   e   não   visível   nas  
radiografias   pode   significar   malignização.   Tomografia:   Avaliação   da   bursa   inflamatória   e   seu  
conteúdo;   Calcificações   em   lóbulo   como   manchas   algondonosas.   Ressonância:   Visualização   da  
capa  cartilaginosa.  
Classificação:  Enneking:  Benignos,  1  Latente,  2  Ativo  e  3  Agressivo.    
Os  osteocondromas  são  B1  ou  B2.  
Anatomopatológico:   coberta   por   pericôndrio   contínuo   com   o   periósteo;   Ossificação   porém  
desorganizada;  Medula  com  detritos  de  cartilagem  calcificada;  Uma  bursa  pode  se  formar  sobre  o  
osteocondroma  pelo  processo;  A  camada  cartilaginosa  diminui  com  a  idade.  
Tratamento:   ressecção   cirúrgica   Indicações:   Compressão   de   nervos;   Compressão   arterial;  
Compressão   tendínea;   Interferência   no   crescimento;   Alterações   funcionais   ou   mecânicas;  
Irritação   da   bursa;   Malignização;   As   fraturas   podem   ser   de   tratamento   conservador   ou   cirúrgico.  
Remover  lesão  como  um  bloco,  com  sua  capa  cartilaginosa  e  pericôndrio,  evitar  a  recorrência.  
Complicações:  Malignização:  suspeitar  no  crescimento  e  aparecimento  de  dor.  condrossarcoma  
de  baixo  grau.  Incidência  de  0,1%  a  5%,  H>M,  20  a  40  anos.  Mais  comum  escapula,  bacia  e  fêmur,  
Rx:  perda  da  continuidade  da  exostose  com  a  cortical,  aumento  da  espessura  da  cartilagem.Tto:  
ressecção  com  margem  amplas.  Prognóstico  bom.  
EXOSTOSE  MÚLTIPLA  HEREDITÁRIA:  
diversas   e   geralmente   simétricas.   Lesões   no   joelho,   tornozelo   e   escápula.   Autossômica  
dominante.   Manifesta-­‐se   geralmente   até   os   12   anos.   0,9   a1,4   por   100000   habitantes.   H>M.   Até  
50%   dos   filhos.   Baixa   estatura,   valgismo   do   joelho   e   tornozelo,   assimetria   da   pelve   e   escapula,  
deformidades  ósseas.    
Limitação  de  rotação  do  antebraço,  extensão  do  cotovelo,  abdução  e  adução  do  quadril,  inversão  
e   eversão   do   tornozelo.   Colo   femoral   curto   e   calibroso.   Ulna   hipoplásica,   rádio   encurvado   e  
desvio  ulnar  do  punho  (deformidade  de  Bessel-­‐Hagen).  
Classificação:  
Massada  para  deformidades  no  antebraço  por  osteocondromatose  múltipla:    
-­‐tipo  I  ulna  hipoplásica  distal,  radio  encurvado  
-­‐tipo  II  ulna  distal  hipoplásica,  radio  proximal  subluxado  lateral  
-­‐tipo  III  ulna  distal  e  radio  proximal  normal,  radio  distal  hipoplásico.  
Crescimento  da  lesões  após  maturidade  esquelética  pode  ser  indicio  de  transformação  maligna.  
Essa   pode   chegar   a   10%   e   evoluir   para   condrossarcoma.   Mais   comum   em   lesões   na   pelve   e  
coluna.  
Resseca-­‐se   a   lesão   quando   a   mesma   preenche   os   critérios   cirúrgicos   do   osteocondroma.   Não  
ressecar   diversos   no   mesmo   tempo   pelo   risco   de   sangramento.   Histologicamente   idênticos   ao  
osteocondroma.    
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    73  
 

Osteossarcoma  
• Tu  caracterizado  pela  produção  de  osteóide  por  células  malignas  

  EPIDEMIOLOGIA  
• 2º  mais  comum(20  %)-­‐Perde  para  o  mieloma  .  Sem  diferença  entre  raças  ;mais  comum  
em  homens  

• Convencional  de  alto  grau  acomete  2º  década,  Paraostal    3º  década;  Secundários  >  50a.  
Joelho  em  mais  de  50  %(  fêmur  distal>tíbia  proximal),  alem  do  úmero  proximal.  

  QUADRO  CLINICO  
• Dor  progressiva(noturna  em  25%).  Fx  patológica  não  é  freqüente  

DIAGNÓSTICO  
• Rx:   lesão   agressiva   na   metáfise   de   um   osso   longo,   com   aspecto   permeativo   e   margens  
mal   definidas.   Reação   periostal,   Codman     e   raios   de   sol.   Imagens   blasticas   e   líticas   em  
uma  mesma  lesão.  

• RMN:   para   extensão   do   tumor   Para   pesquisa   de   meta:CO   para   meta   óssea   e   Rx   +   TC  
para  pulmonar  (a  mais  comum).  FA  pode  aumentar  

• Diferencial:calo,   OMC,   miosite   ossificante,   cisto   ósseo   aneurismático,   Ewing,   carcinoma  


metastático.  

  CLASSIFICAÇÃO  
• Convencional:maioria,  de  alto  grau,  inicio  intramedular,  com  pleomorfismo  nuclear  

• Periostal:grau  intermediário,inicio  superficial  e    em  grupo  etário  pouco  mais  elevado  

• Parostal:baixo  grau,  de  inicio  superficial  

• De  superfície  de  alto  grau:menos  comum,  agressivo  

• Teleangectásico:  lítico,lembra  um  Cisto  Ósseo  Aneurismático,  sangue  dentro  da  cavidade  

• Pequenas  células  de  alto  grau:lembra  Ewing  

• Secundário   -­‐-­‐>   Pós   radiação:costelas,   crânio,   clavícula,   escapula,   pelve   e   Paget:pelve.  


mais  forma  poliostótica  

  TRATAMENTO  
• Para   osteossarcoma   de   alto   grau:   Quimio   neo   adjuvante(3   a   4   ciclos   -­‐-­‐>   micrometa)+   Cir  
+   Quimio   Adjuvante   (6   a   12   meses).   RT   resistentes.   Meta   pulmonar   ressecada   apos  
quimio  se  possível  

• Para  osteossarcoma  de  baixo  grau:cirurgia  de  ressecção  ou  amputação  sem  quimio  

  PROGNÓSTICO  
• Sobrevida   a   longo   prazo   de   70   %   para   alto   grau   (90%   para   baixo)   ou   pós   rt.   50   %  
recidiva   apos   tto.   20   %   para   meta   pulmonar.   Não   pulmonar   ainda   pior.   15   %   para  
pacientes  com  dç  de  Paget.  Mais  proximais  pior  que  tumores  mais  distais.  

• Fator   prognostico   mais   importante:extensão   da   doença.A   seguir   é   o   grau   histológico.  


Tamanho  parece  ter  prognóstico  melhor  quanto  menor    

• Resposta   a   quimio   :   Huvos   -­‐   Grau   I:mínimo   ou   sem   efeito,   Grau   II:50   a   90   %   de   resposta,  
Grau   III:mais   de   90   %   ,   Grau   IV:não   é   mais   observado   áreas   tumorais.   Grau   I   e   II   troca  
quimio,  Graus  III  e  IV  mantém  

 
74                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Sarcoma  de  Ewing  


Tumor   maligno   primário   do   osso   de   origem   neuroectodérmica   primitiva     (nao   e   mesenquimal)  
assim  como  o  PNET  (=  tumor  de  Askin).  Translocação  t(11,22)(q24,q12)  em  90%  dos  casos.    

Epidemiologia:   4a   malignidade   mais   comum   do   osso/   2a   em   pacientes     <30   anos   (1a  


osteossarcoma),/  1a  em  <10  anos./  ocorre  de  lactentes  a  idosos  porem  a  maioria  entre  5-­‐25  anos    

ligeiramente  mais  comum  em  homens.  (3:2)  

Diagnóstico  diferencial  

Osteossarcoma,   osteomielite,   granuloma   eosinofílico   (histiocitose   X   -­‐   ou   de   celulas   de  


Langerhans),  reticulossarcoma,  linfoma  ósseo  e  metástase  de  neuroblastoma.  

RX:   Lesão   destrutiva   da   diáfise   dos   ossos   longos   com   reação   periosteal   em   casca   de   cebola   –  
comum  mas  não  específico,  triangulo  de  Codman  ou  raios  de  sol.  

Origina-­‐se   na   metáfise   na   verdade   mas   se   estende   pela   diáfise   e   até   mesmo   pelo   osso   inteiro.  
(tem  que  pensar  na  diafise  E  UM  TU  DE  MEDULA)  

RNM:  Útil  para  avaliar  toda  a  extensão  do  tumor  e  o  acometimento  de  partes  moles.  

TC  torax:  é  o  local  mais  comum  de  metástase/  5%  dos  pacientes  apresentam  mx  pulmonar  

Cintilografia  óssea:  Obrigatória,  pois  o  osso  é  o  2o    local  mais  comum  de  metástase  

Patologia:   Micro:   camadas   compactas   de   pequenas   células   poliédricas   com   citoplasma   claro   e  
limites  mal  definidos.  Núcleos  uniformes,  redondos  ou  ovais  com  áreas  dispersas  da  cromatina  
Inúmeras  células  pequenas  azuis  com  pouca  matriz  extracelular  
Estudos  citogenéticos  e  imunohistoquímicos  são  necessários  para  diferenciar  de  linfoma  e  outros  
tumores  de  pequenas  células.  
Imumohistoquímica:  presença  do  gene  MIC2  é  especifico  para  Ewing.  p30  e  p32  positivos  
Geralmente  PAS  +  (inclusão  intracelular  de  glicogênio)=  chamado  teste  de  Macmanus  
Laboratório:  Leuco,  VHS  e  PCR  aumentados.  DHL  E  PROGNOSTICO  (RJG)  
Estadiamento:  RM:  extensão  do  tumor  no  osso  (T1),  partes  moles  (T2)  e  relação  com  estruturas  
neurovasculares.  Metástase  em  25%  (50%  das  mx  =  pulmão,  25%  osso)CT  torax,  cintilografia
   
Tratamento:  

Não-­‐metastático  Quimioterapia  VACA  4  a  6  ciclos  antes  do  controle  local  

Sinais  de  resposta  a  Qt:  Diminuição  do  tamanho  do  tumor/  Diminuição  do  DHL/  Necrose    

Radioterapia:  Eficiente  para  controle  local  da  doença  

Cirurgia:  Cirurgias  reconstrutoras  X  Amputação:  crianças  pequenas  com  tumor  primário  em  MI,  
principalmente   perto   do   joelho   em   que   RT   causaria   anisolielia   inaceitável;   fx   patológica  
intratável;  tumores  volumosos  que  não  respondem  a  Qt  e  RT.  
Doença  metastática  Intensificação  de  dose  da  Qt  
Prognóstico:  50  a  60%  de  sobrevida  em  5  anos  geral  
O  pior  fator  prognóstico  é  a  presença  de  metástases    
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    75  
 

Tumor  de  células  gigantes  (TGC)  


  É  um  tumor  benigno  agressivo(B3).  Representa  5%  das  neoplasias  ósseas  

Características  Clinicas  
A  faixa  etária:  entre  20  e  40  anos,  geralmente  em  pacientes  com  placas  de  crescimento  
fechadas.  Ligeira  predominância  feminina.  
Desenvolve-­‐se  nas  epífises  dos  ossos  longos,  sendo  especialmente  acometidas  as  epífises  
distais  do  fêmur,  proximal  da  tíbia  e  distal  do  radio(mais  agressivos),  úmero  proximal.  
50%  dos  TGCs  são  ao  redor  do  joelho.  Comumente  são  solitários.    
Fratura  patológica  pode  ser  o  primeiro  sinal  da  lesão.  
Aqueles   localizados   na   coluna   ou   sacro   frequentemente   apresentam-­‐se   com   distúrbios  
neurológicos.15%   são   lesão   estagio   1,   70%   são   estagio   2   e   15%   estagio   3.   Existe   maior  
acometimento  de  TGC  na  coluna  em  mulheres  na  segunda  e  terceira  décadas  de  vida.  

Diagnostico  por  imagem  


Osteolitico,  excentricamente  localizados  na  epífise,  chegando  ate  a  cartilagem  articular.  
Na  evolução,  o  tumor  insufla  o  osso  cortical  epifisário,invade  a  região  metafisaria  e  acaba  
por  levar  a  fratura  da  extremidade  óssea.  
Aneis  e  halos  escleroticos  são  raros.A  neoformaçao  óssea  periosteal  também  é  rara.  
Na  coluna  aparecem  como  lesões  líticas  puras  acometendo  o  corpo  vertebral.Na  RNM,  a  
lesão  é  de  hiposinal  em  T1  e  hipersinal  em  T2.  
Classificação  de  Campanacci  
Grau   1   –   são   radiograficamente   quiescentes   e   parecem   ser   relativamente   indolentes;   são  
lesões  pequenas  e  inteiramente  intra-­‐osseas.  
Grau   2   –   parecem   ser   mais   ativas;   tem   uma   aparência   radiográfica   agressiva,   sendo   mais  
extensa,  mas  com  periósteo  intacto.  
Grau   3   –   tem   um   aspecto   ainda   mais   agressivo   e   estendem-­‐se   alem   do   periósteo   e   nos  
tecidos  adjacentes.  

Tratamento  
Objetivo   é   remover   todo   o   tumor   e   preservar   ou   restaurar   a   função   da   articulação  
adjacente.  
Remoção   do   tumor   –   curetagem,   ressecção/curetagem,   ressecção   ampla,   amputação  
(rara).  
Radioterapia   –   indicada   somente   para   lesões   avançadas,   tumores   recidivados   na   coluna  
e  sacro.  
Reconstrução   –   Auto   enxerto,   homoenxerto,   endoprotese   não   convencional   e  
metilmetacrilato.  
Auto   enxerto   -­‐     risco   de   implantação   tumoral   na   área   doadora.O   enxerto   ósseo   tem   a  
vantagem   teórica   de   restaurar   a   biomecânica   normal   da   superfície   articular   para   prevenir   futura  
artropatia   degenerativa,   bem   como   restaurar   o   tecido   ósseo,   facilitando   procedimentos   futuros  
se  necessários.  
Metilmetacrilato  -­‐  vantagens  –  permite  sustentação  imediata  e  no  seguimento  da  lesão,  
há  maior  facilidade  na  detecção  e  diagnostico  precoce  de  recidivas.  

Recorrência  e  recidivas  
  Recidivam  com  freqüência  quando  tratados  com  curetagem  simples.    
  Fenol,  nitrogênio  liquido,  cauterização  e  cimento.    
  A  utilização  de  nitrogênio  líquido  como  adjuvante  à  curetagem  tem  como  complicações  
fraturas  patológicas,  lesões  nervosas  e  problemas  com  a  cicatrizaçao  da  ferida.  
Recorrência:  17%  e  geralmente  ate  2  anos  apos  a  cirurgia  com  pico  aos  8  meses  PO.  

Metástases  
Freqüência  de  2  a  3%,  sendo  a  maioria  para  os  pulmões.  

Prognostico  
Esta  diretamente  relacionado  com  a  qualidade  da  cirurgia.  
76                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Cisto  ósseo  unicameral  


 

É   uma   lesão   pseudotumoral,   classificada   como   benigna   ativa   e   caracterizada   por   uma   cavidade  
repleta   de   um   líquido   claro   ou   sanguinolento   às   vezes,   restos   de   hemorragias   recentes   ou  
antigas  ou  depósitos  de  colesterol.  Uma  concentração  elevada  de  prostraglandina(PGE2)  no  
liquido  aspirado  de  cistos  radiograficamente  ativos  foi  relatada  por  vários  observadores.  

As   fraturas   patológicas   são   comuns   e   costumam   modificar   as   características   macroscópicas   e  


microscópicas   das   lesões.   Eventualmente   podem-­‐se   encontrar   verdadeiros   septos   ósseos,  
principalmente  nos  casos  que  já  sofreram  fraturas  anteriormente.    

Características  Clinicas  
 
Aparecem  na  infância  e  adolescência(ocorrem  mais  comumente  em  pacientes  com  <  15  anos)  
e  têm  predileção  pela  metáfise  proximal  do  úmero(50%)  e  do  fêmur,tíbia  proximal  e  distal.    
Após  a  adolescência,  o  calcâneo  e  a  pelve  são  as  localizações  mais  freqüentes  
Sao  mais  comuns  em  homens(2:1).  
Com  a  idade  o  cisto  tende  a  afastar-­‐se  da  fise,  com  diminuição  da  recorrência  após  10  anos  
de  idade.    

Diagnostico  por  imagem  


 

Na   radiografia   costuma-­‐se   encontrar   uma   lesão   osteolítica,   com   afilamento   e   abaulamento  


das   corticais,   relativamente   bem   delimitada.   Podendo   apresentar   o   sinal   da   espícula   ou  
trabécula   caída,   que   significa   um   fragmento   desprendido   da   parede   e   flutuando   em   meio   ao  
líquido  do  cisto,apresentam  maior  risco  de  fratura  concomitante.  

Biopsia  para  diagnostico  habitualmente  não  é  necessária.  

Tratamento  
 

O   tratamento   convencional   do   cisto   ósseo   unicameral   é   sua   curetagem,   seguida   do  


preenchimento  com  enxerto  autólogo  ou  homólogo.  

Alguns  autores,  visando  diminuir  as  taxas  de  recorrência,  têm  proposto  novas  técnicas,  como  a  
injeção  local  de  corticosteróides  após  esvaziamento  do  conteúdo  cístico,  com  bons  resultados  
(Técnica  de  Scaglietti  -­‐  1976).  

Os   cistos   ósseos   solitários   do   membro   superior   são   tratados   de   forma   conservadora,   enquanto  
que   aqueles   localizados   nos   membros   inferiores   são   submetidos   à   curetagem   mais  
enxertia(EPM).    

O  prognóstico  dos  pacientes  é  excelente.  

Complicações  
 

Recorrência  apos  curetagem  


                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    77  
 

Metástase  óssea  
Estadiamento  identifica  85%  das  lesões.  
Forma  mais  comum  de  lesões  ósseas  malignas.  
A  maioria  dos  carcinomas  metastáticos  são  de  próstata  ou  mama.    
Acima  dos  40  anos.  Acomete  homens  e  mulheres  igualmente  

Quadro  Clínico  

Em   qualquer   paciente   acima   de   40   anos,   mesmo   sem   historia   de   malignidade,   lesão   óssea   de  
aparência   agressiva   tende   a   ser   metástase   ou   mieloma   múltiplo.   Lesões   vertebrais:   dor,  
compressão  radicular  ou  medular,  instabilidade,  fraturas.  

Imagens  

-­‐ Radiografias:    
Indispensáveis  para  o  diagnóstico.  Lesões  podem  ter  aspecto  lítico,  blástico  ou  misto.    
-­‐ Cintilografia:    
Sensíveis  na  detecção  de  metástases  ósseas.  Pode  mostrar  alterações  de  3  a  18  meses  antes  das  
radiografias.  

-­‐ Ressonância  Magnética:  


Avaliação   dos   tecidos   adjacentes.   Observação   do   comprometimento   do   canal   medular   e   extra-­‐
ósseo.  Alto  sinal  em  T2.  
Estadiamento  

  História  clínica  e  exame  físico.  


  Exames  mamário,  prostático  e  da  tiróide.  
  Exames  laboratoriais  gerais  e  específicos.  
  PSA;  Urina  I;  Função  tiroideana:  TSH  e  T4.  
  Eletroforese  de  proteínas.  
  Radiografias  locais;  TC  tórax;  TC  abdome  e  pelve.  
  Cintilografia.  
  PET  e  RM  se  necessário  para  prosseguimento  investigativo.  
Biópsia  

Imprescindíveis  no  diagnóstico  desses  tumores  e  constituem  o  único  método  de  certeza  
diagnóstica.  
Lesões  Vertebrais  
  As   metástases   geralmente   acometem   o   corpo   da   vértebra(85%).   Há   facilidade   de  
inoculação,  pois  o  plexo  venoso  de  Batson,  avalvular,  comunica-­‐se  livremente  com  a  
drenagem  venosa  mamária,  renal,  prostática  e  tiroideana(75%  das  metástases).  
  As   fraturas   ou   lesões   sem   indicação   cirúrgica   são   tratadas   por   radioterapia   ou  
vertebroplastia  percutânea.  
  As   lesões   vertebrais   devem   ser   candidatas   a   procedimento   cirúrgico   quando  
crescem   mesmo   após   radioterapia,   apresentam   comprometimento   medular,  
instabilidade  mecânica,  dor  intratável  e  quando  provoca  fratura  luxação  da  coluna.  
  Comumente  se  realiza  descompressão  via  anterior,  substituidor  vertebral  anterior  e  
instrumentação  via  posterior.  

Complicações  

Recidiva  tumoral.  Infecção.  Efeitos  adversos  da  quimioterapia  e  radioterapia.  Óbito.  


 

 
78                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Condrossarcoma  
Definição  
Tumor   maligno   formador   de   cartilagem   (condróide)   e   não   osteóide.   Terceiro   tumor   ósseo  
maligno  mais  comum,  atrás  do  mieloma  múltiplo  e  osteossarcoma.  

Clinica  
Pico   de   incidência   da   terceira   e   quarta   década   de   vida   (25   a   45   anos)   para   os   secundários   e  
quinta   e   sexta(40   a   60   anos)   para   os   primários,   geralmente   na   metáfise   ou   diáfise   de   ossos  
longos.Sexo  masculino  e  feminino  com  incidência  parecida  

Dor   é   a   principal   queixa,   sendo   a   fx   patológica   rara   (DOR   SEM   FX   =PENSAR   EM  


CONDROSSARCOMA),  e  o  crescimento  é  bastante  lento,  podendo  produzir  metástases  a  distancia,  
principalmente   para   o   pulmão.Acomete   principalmente   a   pelve,   seguidos   de   fêmur   proximal,  
úmero  proximal,  fêmur  distal  e  costelas  

Imagens  
As   calcificações   no   tumor   de   baixo   grau   apresenta   um   padrão   anelar(ossficacao   ao   redor   dos  
nódulos   de   cartilagem).   Nos   tumores   de   alto   grau   grande   áreas   não   calcificadas   surgem,   mas  
quando  ocorre  calcificação,  o  padrão  é  sombreado  ou  amorfo.  
Caracterizado  por  ser  uma  lesão  que  se  origina  da  cavidade  medular  com  calcificação  irregular  da  
matriz,   descrito   com   pontilhado,   pipoca   ou   forma   de   virgula,   porém   ,   mais   agressivo   que   um  
encondroma  por  exemplo.  

Histologia  
Células   grande   e   vacuolizadas,   com   núcleos   grandes   ou   duplos.,   hipercelularidade.a   maior  
quantidade  possível  de  lesão  deve  ser  retirada  be  biopsia  de  lesão  fronteiriça.  

Classificação  
Primários(originam  de  um  osso  normal)  e  secundários(originam  de  uma  lesão  cartilaginosa  pré  
existente.Geralmente   são   de   baixo   grau.Sitios   primários:   exostose   múltipla   hereditária,  
osteocondroma   solitário,   Ollier,   Maffucci,   encondroma,   condromatose   sinovial,   fibroma  
condromixóide  ,  condroma  periostal,  condroblastoma,  displasia  fibrosa,  etc.)  

#Localização:Central,   periférico   (baixo   grau),   outros   -­‐   20%(Justacortical,     mesenquimal,  


desdiferenciado(prognostico  bem  reservado)  e  células  claras(origem  da  epífise))  

Tratamento  
Tratamento   cirúrgico,   com   ressecção   ampla   do   segmento   acometido,   objetivando   erradicar   a  
doença  do  local.  A  curetagem  esta  associada  a  uma  recidiva  de  mais  de  90%.  Depois  da  ressecção  
ampla,  a  chance  de  recidiva  é  de  10  %,  e  pode  ser  tratada  com  nova  ressecção  ou  amputação.  
O   condrossarcoma   não   responde   bem   a   quimioterapia   ou   radioterapia.   (exceção   em   alguns   casos  
do  condrossarcoma  mesenquimal)  
A  recidiva  no  local  é  freqüente  se  não  for  retirado  todo  o  material  doente.O  grande  problema  está  
na   identificação   da   lesão   nas   partes   moles,   e   na   avascularidade   da   cartilagem,   sobrevivendo   à  
transplantação  com  muita  facilidade.  
 
Prognóstico:   70   %   dos   tumores   de   alto   grau   apresentam   metástases   pulmonares,mas   são  
infreqüentes  naquelas  lesões  grau  I(baixo  grau)  

Sobrevida  de  90%  em  10  anos  para  baixo  grau  e  20  a  40%  em  10  anos  para  alto  grau.  
 

 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    79  
 

Osteoma  osteóide  
 

  Definicao  
  Tumor   osseo   benigno   de   pequeno   tamanho   (<   1,5cm)   com   bordos   claramente  
delimitados.  

  Epidemiologia  
  Predomina  em  adolescentes  e  adultos  jovens.  Mais  no  sexo  masculino  3:1.  

  Ocorre  predominantemente  no  femur  e  na  tibia  (65%)   um  pouco  mais  no  femur  que  
na  tibia,  mas  pode  ocorrer  em  qualquer  lugar.    

  Quadro  clinico  
  Dor  e  o  principal  sintoma  (parece  que  ha  fibras  nervosas  no  tumor).  

  A  dor  piora  a  noite  e  melhora  com  o  uso  de  AINH  e  salicilatos  (principalmente).  

  Pode   ocorrer   nas   vertebras   principalmente   nos   elementos   posteriores   e   pode  


ocasionar   uma   escoliose   dolorosa   sem   rotacao   das   vertebras   alem   de   ciatalgia.   Na   coluna  
vertebral   e   no   femur   proximal   nao   produz   reacao   ossea   significativa   tendo   seu  
diagnostico  dificultado.  

  Historia  natural  
  Lesao  autolimitada  com  maturacao  espontanea  em  2  a  5  anos.  

  Exames  de  imagem  


  RX:   nicho   radiotransparente   oval   ou   arredondado   com   uma   zona   reacional   de   esclerose.  
A  radiografia  mais  o  quadro  clinico  sao  suficientes  para  o  diagnostico.  

  TC:  melhor  exame  para  se  detectar  efetivamente  o  nicho  litico.  

  Cintilo:  aumento  na  concentracao.  

  Diagnostico  diferencial  

  Osteoblastoma  (o  osteoma  osteoide  e  menor,  apresenta  maior  grau  de  esclerose  e  curso  
natural   mais   benigno)./   Abscesso   de   Brodie   =   bacteria   circunscrita   a   neoformaçao   ossea  
reacional./  Fratura  por  stress./  Ilhota  ossea.  

  Anatomopatologico  
  Osteoide   imaturo!/   A   esclerose   e   osso   reacional./   Alguns   patologistas   observam   raizes  
nervosas  no  nicho.  

  Tratamento  
  Devem  ser  tratados  os  pacientes  sintomaticos.  

  O  sizinio  fala  para  so  ressecar  o  nicho  e  condena  a  resseccao  da  area  de  esclerose  devido  
a   possibilidade   de   fraturas   (conduta   do   HC).   O   empadinha   fala   para   se   ressecar   em   bloco   para   se  
diminuir  o  risco  de  recorrencias  (conduta  do  Reynaldo).  O  Campbell  cita  as  duas.  

  Pode   ser   realizada   a   ablacao   por   radiofrequencia   (   a   temperatura   chega   a   90°   e   e  


mantida  por  6  minutos)  e  normalmente  e  guiada  por  TC.  

  Recorrencia  menor  de  10%.  

  Pode  ser  realizada  a  curetagem  ou  a  resseccao  em  bloco.  

  A  curetagem  pode  ser  feita  com  uma  broca  (identificando  o  nicho  com  a  radioscopia  ou  
cintilografia  intra-­‐operatoria  com  tecnecio).  
80                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Paralisia  cerebral  
DEFINIÇÃO  
§ Anormalidade  do  controle  motor,  podendo  ocorrer  alterações  sensitivas  e  de  outras  
funções  cerebrais,  causado    por  lesão  neurológica  não  progressiva  ate  os  2  anos  (7  anos).  
CLASSIFICAÇÃO  
TIPOS  NEUROPÁTICOS  
§ Espástico:  mais  comum.  neurônio  motor  superior.    
§ Atetóide:  Discinesia  causado  por  lesão  extra-­‐piramidal.  Contraturas  são  raras.    
Alongamento  é  imprevisível.  Relacionada  ao  kernicterus  
§ Atáxico:  Incomum.  Disfunção  cerebelar  principalmente  na  marcha.  Contraturas  são  
raras.  Cirurgia  para  escoliose  e  DDQ.  
§ Misto  
§ Hipotônico:    Hipotonia  dura  2  a  3  anos.  Evolui  para  ataxia  ou  espasticidade.  Lesão  
mascarada  por  não  mielinização  
PADRÕES  ANATÔMICOS  
§ Quadriplegia  (tetraplegia):  Envolve  4  membros  e  retardo  mental.  Apresenta  
convulsões,  relacionado  a  hipóxia  severa.    
§ Diplegia:  MMII  >  MMSS.  Associado  a  prematuridade  e  hemorragia  ventricular.  
Inteligência  costuma  ser  normal    
§ Hemiplegia:  Um  lado  do  corpo  e  MMSS  >  MMII.  Diagnóstico  geralmente  após  início  da  
marcha.  Evento  focal  (traumático,  vascular  ou  infeccioso).  É  o  mais  relacionado  a  
convulsões  nos  primeiros  2  anos.    
§ Duplo  hemi:  MMSS  >  MMII  nos  2  lados.  
§ Triplegia:  Afeta  3  membros.  
§ Monoplegia:  1  membro.  
§ Papraplegia:  Só  MMII,  considerar  patologia  na  medula.  
 

Ganho   Meses  em  média   Percentil  95  


Sustentar  a  cabeça   3   6  
Sentar   6   9  
Engatinhar   8   às  vezes  nunca  
Puxar  para  levantar-­‐se   8   12  
Andar  sozinho   12   17  
 

Deformidade  em  Eqüino  


Epidemiologia    
Deformidade  mais  encontra.  
Tratamento  
Até   3   anos   alongamento   manual   e   uso   de   órteses,   mantido   durante   a   noite   até   a   maturidade  
esquelética,  toxina  botulínica  pode  ter  validade  nos  casos  leves.  Sua  correção  é  temporária  e  adia  
a  cirurgia.  Efeito  de  4  a  6  meses.  
Tratamento  cirúrgico  Alongamentos  musculares  ou  tendíneos.  
Alongamento  do  gastrocnêmio:  preserva  força,  minimiza  hipercorreção,  imobilização  pouco  
necessária.  Silfverskiold  positivo.  Recorrência  até  48%.  Vulpius:  aponeurose  é  dividida  em  corte  
tipo  chevron,  com  o  septo  fibroso  do  sóleo.  
Strayer:  corte  transverso  no  gastrocnêmio.  
Baker:  incisão  em  u  invertido.  Após  correção,  as  extremidades  são  suturadas.  
Alongamento   do   tendão   calcâneo:   menor   recorrência.   Marcha   pós-­‐operatória   igual   nos   dois  
procedimentos.  
Aberto:  incisão  lateral.  Alongamento  em  Z,  6  semanas  de  imobilização  curta.  
Percutâneo:  dois  cortes  de  White,  medial  distal  e  lateral  proximal  e  manipulação.  3  cortes  Hoker,  
lateral  médio,  proximal  medial  e  distal  medial  para  varo.  
Transferências  musculares:  indicado  para  recidiva  ou  dorsiflexores  deficientes.  Flexor  dos  dedos  e  
do   hálux   para   o   dorso   do   pé   após   alongamento.   O   uso   de   AFO   no   ajuda   na   manutenção   da  
correção  e  melhora  a  marcha  desses.  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    81  
 
Complicações:   recorrência   (<apos   4   a   e   0   apos   8a),   Rotura   iatrogênica   e   Hipercorreção/pé  
calcâneo.    
Deformidade  em  Eqüinovaro  
Teste  de  confusão  (TP  ou  TA  responsável  pelo  varo.  
Epidemiologia:  Presente  na  hemiplegia  espástica.    
Tratamento:  O  tratamento  clínico  é  muito  mal  tolerado  e  pode  piorar  as  calosidades,  indicado  nas  
deformidades  dinâmicas,  fisioterapia  e  órtese,  menores  de  quatro  anos.  
Cirúrgico:  Correção  cirurgias  tendineas    determinar  músculo  responsável,  Alongamento  em  z  do  
tibial  posterior,pacientes  jovens,  deformidades  leves,  alongamentos  proximais.  
Transferência  em  split  do  tibial  posterior:  a  metade  proximal  do  tendão  é  redirecionada  atrás  
da  fíbula  e  tíbia  e  solidarizada  com  fibular  curto.  Mais  utilizada.  
Transferência   em   split   do   tibial   anterior:   metade   anterior   do   tendão   é   passada   anterior   ao  
retináculo  extensor  e  reinserido  no  cubóide.  Podem  ser  necessário  liberações  lig.  e  capsulares.  
Na  ausência  da  correção  passiva:  cirurgias  ósseas.  
Osteotomias   valgizantes   do   calcâneo:   cunha   de   fechamento   lateral   (Dwyer)   ou   obliqua  
invertida.  
Tríplice   artrodese:   combinação   de   supinação   do   antepé   ao   retropé   varo.   Deformidades   de  
crescimento  podem  ocorrer,  pois  as  superfícies  articulares  do  tarso  são  centros  de  crescimento.    
Complicações:  Recorrência,  Hipercorreção,  Pseudoartrose  e  Artrose  do  tornozelo.  
Deformidade  em  Valgo  
Epidemiologia:  25%  dos  PCs,  mais  comum  em  diplegicos  e  quadriplegicos  mais  velhos.  
Imagens:  Rx  com  migração  proximal  da  fise  fibular  indica  valgo  tibiotarsal.  
Tratamento:   Piores   resultados   que   equinovaro.   Tratamento   clínico   tentado   vigorasamente  
através  de  manipulações,  órteses  e  calçados.  
Cirurgias   ósseas,   alternativas   para   correções   completas   ou   derradeiras.   Idade   6   a   7   a,   pois   já  
deambulam  e  alterações  ósseas  ainda  não  ocorreram.  
Osteotomia  extra-­‐articular  de  Grice:  enxerto  ósseo  estruturado  é  no  seio  do  tarso  lateralmente  
,objetivo  corrigir  a  flexão  plantar  do  tálus  e  o  valgo  da  subtalar.  Combinada  a  alongamento  dos  
fibulares  e  Aquiles.  Complicação  migração  do  enxerto  (síntese  diminui).  
Osteotomia  do  calcâneo:  Evans  cunha  de  adição  lateral.  Osteotomia  de  deslizamento(koutsog.).    
Artrorise  subtalar:  redução  da  subtalar  e  espaçador,  via  lat.  (50%  vai  para  artrodese).  
Tríplice  atrodese:  rigidez  grave  e  sintomática  em  adolescentes.  Permite  pé  plantígrado.  
Complicações:  Recidiva,  Hipercorreção,  Pseudoartrose,  Rigidez,  Anisomelia  e  Artrose  do  tnz.  
Deformidade  em  Calcâneo  
Rara,   geralmente   decorrente   do   alongamento   do   tendão   calcâneo,   isoladamente   ou   com  
neurectomia  do  nervo  tibial.  A  correção  geralmente  é  insatisfatória.    
Deformidade  em  Cavo  
Raro.   Pode   ser   do   retropé   ou   do   antepé.   retropé   osteotomia   em   crescente;   antepé   a   liberação  
plantar  de  Steindler.  Artrodeses,  opções  na  adolescência.  
Deformidade  por  Adução  do  Antepé  
Espasticidade  do  abdutor  do  hálux  após  alongamento  do  Aquiles.  Alongamento  por  ressecção.  
Hálux  Valgo  
Resposta  a  uma  deformidade  equinovalga  no  retopé.   Correção  da  deformidade  causadora,  evita  
recidiva,  melhor  resultado  com  artrodese  (McKeever),  osteotomias  e  liberações  foram  descritas.  

Quadril  no  PC  


1)  Contratura  em  flexão  do  quadril  
Quadro  clínico:  Mais  comum  na  diplegia  e  quadriplegia  espástica.  Geralmente  combinado  com  
adução  e  RI  do  quadril,  flexão  do  joelho,  deformidade  em  eqüino,  calcâneo  ou  valgo  do  pé.  
Manobra  de  Thomas  e  Staheli.  
Tratamento  
Tenotomia  do  psoas  via  anterior  (prox  se  deambulador  e  distal  se  não);  Tenotomia  proximal  reto  
anterior  é  eficaz  na  correção  da  deformidade,  porém  não  houve  melhora  da  marcha.  
2)  Contratura  em  adução  do  quadril  
 
82                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 
Quadro  clínico  
Resulta   em   base   estreitada   e   marcha   em   tesoura;   Com   o   tempo,   pode   levar   a   subluxação  
progressiva.   Músculos   acometidos:   adutor   longo,   curto  e   magno,   grácil   e   ocasional,   pectíneo.   <30  
graus  de  abdução  brusca  quadril  em  risco.  
Diagnóstico  
Perda  a  abdução  em  flexão  e  em  extensão,  Tendão  do  adutor  longo  palpável  e  visível,  Marcha  com  
choque  de  joelhos  (knocking  knees)  e  marcha  em  tesoura.  Pseudoadução:  aumento  e  anteversão  
femoral  com  crouching  knee  produzindo  aparência  de  marcha  em  tesoura.  
Tratamento  cirúrgico  
Brace  não  melhora  e  Toxina  botulínica,  alivia  adução  dinâmica,  porém  ainda  em  investigação.  
Release   do   adutor   com   ou   sem   neurectomia   do   obturador   –   Banks   e   Green:   Realizado   em  
criança   pequena   em   ortostatismo   com   suporte   e   dificuldade   em   andar,   incisão   transversa   do  
adutor  longo,  as  vezes  parte  do  adutor  curto  e  grácil,  magno  não  é  liberado.  PO:  gesso  de  Petri  ou  
barra  de  abdução  removível.  Recorrência  10  a  37%  >  na  neurectomia.  
3)  Luxação  /  subluxação  do  quadril  
Etiologia  e  epidemiologia  
Quadriplegia   espástica,   maior   taxa   de   instabilidade   do   quadril,   subluxação   ou   luxação   em   50%.  
Luxações  do  quadril,  70  a  90%  em  quadriplegia  espástica,  não  deambuladores  >  risco  e  estão  
envolvidos  em  90%  das  inst.  Do  PC.  Idade  media  7  a,  alterações  radiográficas  a  partir  de  
18  m.  
Diagnóstico  
Perda   de   ADM   é   primeiro   sinal,   Limitação   de   abdução   (<30   graus),   contratura   em   flexão,  
aumento  de  RI  e  diminuição  da  RE.,  Sinal  de  Galeazzi.  
RX:  
Primeiro     sinal   é   pequena   quebra   na   linha   de   Shenton   e   leve   descobrimento   lateral   da   cabeça.  
Índice  de  Reimers:  porcentagem  do  diâmetro  transverso  da  cabeça  que  sai  lateralmente  da  linha  
de  Perkins  .  
Aumento  do  índice  acetabular  pela  displasia  
Tratamento  
Objetivos  do  tratamento:  
Para  paciente  nao-­‐deambulador:  quadril  indolor  que  permite  sentar  e  posicionamento  estável  
Em  paciente  deambulador:  reduzir  totalmente  o  quadril,  para  que  a  marcha  possa  ser  indolor  
Para  quadril  subluxado:  prevenir  luxação  
Categorias  de  tratamento  cirúrgico:  
1. Liberação  de  partes  moles  para  subluxação  ou  quadril  em  risco  
Quadril  em  risco:  
a) Contratura  em  flexão  (>  450)  e  adução  (<  300)  
b) Subluxação  mínima  =  Índice  de  Reimers  <  30%  
c) Idade  <  5  anos  
Técnicas  cirúrgicas:  
a) Liberação  de  adutores  
b) Liberação  ou  alongamento  de  iliopsoas  
c) Transferência  de  adutores  
Complicações:Falha  na  prevenção  de  subluxação  e  luxação,  Infecção,  Hematomas,  Contratura  em  
extensão-­‐abdução  (bilat.  neurectomia  do  obturador  e  uni  quadril  em  ventania)    
2. Redução  e  reconstrução  do  quadril  luxado  ou  subluxado  
Indicações:  
• O  paciente  deve  ser  moderadamente  maduro  intelectualmente,  
• O  paciente  deve  ter  ao  menos  ter  um  potencial  para  sentar    ou  deambular  
• Obliqüidade  pélvica  deve  ser  mínima  ou  corrigida.    
• A  luxação  deve  idealmente  ser  unilateral.  
Osteotomia   femoral:   subluxação   mais   significante,   liberação   de   partes   mole   é   inadequada.   Ex:  
Osteotomia  varizante  derrotativa.  
Complicações:Displasia   recorrente,   Perda   da   fixação,   Fratura   /   pseudoartrose   /   retardo   de  
consolidação  e  Calcificação  heterotópica.  
Osteotomia  pélvica  e  femoral  varizante  combinadas:  casos  que  osteotomia  femoral  somente  
não   estabiliza,   ex:   de   redirecionamente:   Steel;   de   remodelação:   Pemberton,   Dega   e   de  
salvamento:  shelf,  Chiari.  
3. Cirurgia  de  salvamento  para  luxações  dolorosas  de  longa  data  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    83  
 
A  redução  cirúrgica  limitado  a  crianças  sem  significativas  alterações  ósseas  da  cabeça.    
Nestes   a   redução   do   quadril   não   deve   alíviar   a   dor,   e   pode   ate   piorar.   Indicações   para   a  
cirurgia  neste  grupo  de  pacientes  incluem:  
• Dor  no  quadril  
• Incapacidade  de  se  sentar  em  uma  cadeira  de  rodas    
• Dificuldade  com  a  higiene  perineal  devido  a  contraturas.    
Existem  quatro  opções  cirúrgicas:    
• Ressecção  proximal  do  fêmur  (Castel)  
• Osteotomia  valgizante  do  fêmur  proximal  (Shans  ?)  
• Artrodese  do  quadril  
• Artroplastia  do  quadril  
84                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Artrogripose  
 

Definição    
• Doenças  em  comum  mov  fetal  diminuído,rigidez  articular  congênita  e  fraqueza  muscular  
• Sintoma  complexo  ao  invés  de  doença  e  dx  defintivo  deve  ser  procurado.  
• Mais  comum  é  a  amioplasia  ou  artrogripose  clássica.  Artrogripose  distal  é    diminuição  da  
movimentação  das  articulações  distais  dos  pés  e  mãos,  as  vezes,  joelhos.  
• 1:3.000  nv,  com  amioplasia  verdadeira  em  1:10.000  nv.  

Etiologia  
• Acinesia   fetal,   fibrose   articular,   falta   de   pregas,   extremidades   finas   e   atróficas   e  
acumulação  gordurosa  nas  articulações.    
• Alterações  corno  anterior  da  medula.  Medula  menor  que  o  normal,  principalmente  
lombar  e  cervical.  Céls  do  corno  anterior  <  em  nº,  normal  na  aparência.    
• Associada  com  gastrosquise,  atresia  intestinal,  sequencia  de  Poland,  anomalia  de  Mobius    
•  Defeito  de  genes  reguladores  miogênicos,  miastenia  gravis  materna.  
• Maioria  isolados.  Transmissão  autossômica  dom,  rec,  lig  ao  X  e  raros  mitocondriais.  

Achados  clínicos  Artrogripose  clássica  


• Extensão  do  cotovelo,  flexão  do  punho  e  desvio  ulnar,  joelho  em  extensão  ou  flexão,  pés  
equinovaros,  mas  podendo  ser  eqüino  puros  ou  deformidade  talo  vertical  
• Mobilidade   articular   passiva   e   ativa   muito   limitada.   Cabeça   e   pescoço   com   mobilidade  
normal.  Escoliose,    C  neuropática  com  obliqüidade  pelvica  

Classificação    
Hall    
• tipo  I  :apenas  acomete  os  membros,  podendo  ser  distais  ou  amioplásicos    
o A:  MMSS  e  MMII  
o B:  MMSS  
o C:  MMII  
• tipo  II:  membros  +  vísceras    
• tipo  III:  membros  +  SNC  
 
Goldberg  
• tipo  I:  4  membros,  tipo  II:  mãos  e  pés,  tipo  III:  sd  pterígeo,  tipo  IV:  sinostose    

Tratamento  
• Alongamento  manual  das  artic.  é  ruim.  Objetivos:  andar  e  função  independente  de  MMSS    

• Articulação  não  forma  normalmente,  Pele  e  TCSC  desenvolvem-­‐se  como  um  cilindro  sem  
pregas  normais.  Cápsula  é  espessada,  fibrotica  e  pequena.  

• Liberação  capsular  e  artroplastia  não  cria  a  anatomia    para  uma  articulação  móvel.  

• Joelho  antes  do  quadril  6  m  de  idade.  Redução  do  quadril  entre  6  e  12  m    

Quadril:   Lx   do   quadril:   A   maioria   com   quadril   luxado   tem   ADM   ativa   de   flexão   e   extensão   de  
60   a   90˚.     Se   flexão   ou   extensão   muito   limitado   e   não   deambuladora,   redução   pode   não   ser  
necessária.  

• Redução   aberta   via   medial.   Bilat   ao   mesmo   tempo   s/n,   aos   6   m.   Mais   velhas,   via   ant   +  
encurtamento  femoral.  Redução  cirúrgica  so  se  melhorar  função  e  diminuir  dor.    
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    85  
 
• Contraturas   do   quadril:   Ao   nascimento   estão   fletidos   e   abduzidos.   Contratura   da  
banda  iliotibial  (Ober-­‐Yount  )/  Osteotomias  em  contraturas  graves  

Joelho:  Contraturas  em  flexão  são  mais  freqüentes  

• Joelhos  hiperextendidos  podem  responder  a  alongamento  e  gesso  ou  outras  técnicas  não  
cirúrgicas.   Quadricepsplastia:   alongamento   V-­‐Y   através   da   porção   central   do   quadríceps.  
Fêmur  pode  ser  encurtado.  

Contratura  em  flexão  :Resistente  a  alongamento  passivo,  difícil  correção  cir.  Recorrência  comum  
Alongamento   do   bíceps   e   transecção   fáscia   lata./   Alongamento   do   semitendíneo,  
semimembranáceo,   grácil   e   sartório./   Secção   da   cápsula   posterior/   Ressecção   da   fibrose   e   tecido  
gorduroso  anterior/  Ilizarov  
 
Pé:   (Talipe   equinovaro):   Atrofia   da   panturrilha,   articulações   fibrosadas,   com   espaço   diminuídos  
ou  fundidos.  Impede  correção  com  alongamento  e  gesso.  
Ombro:  Osteotomia  derrotativa.  
Cotovelo:  Se  <  90˚    tricepsplastia.  Transferências  musculares:peitoral  ,  grande  dorsal,  tríceps  
Punho:  Osteotomia  em  cunha  de  fechamento  dorsal  e  radial  do  mediocarpo  com  transferência  de  
tendão,  Carpectomia  proximal/  Artrodese  do  punho  
Mão:   Contraturas   em   flexão   dos   dedos   limitam   função.   Alongamento   e   gesso   raramente   ganha  
ADM.   Cirurgia   não   adiciona   mobilidade   dos   dedos   ou   função.   Polegar   na   palma   pode  
responder  a  liberação  tênar.  
Escoliose:  TL  simples,  associadas  a  obliqüidade  pélvica  e  não  deambulação.  Órteses  inefetivas.    
 
86                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Mielomeningocele  
É  um  defeito  de  fechamento  do  tubo  neural,  no  qual  há  falha  na  fusão  dos  elementos  posteriores  
da  coluna  vertebral.  

Associado  com  mulheres  com  dieta  pobre  em  ácido  fólico    

1:1000  nascidos  vivos/  o  sexo  feminino  é  mais  acometido  (58%  dos  casos)/  40%  dos  pacientes  
não  deambularão  na  idade  adulta  e  apenas  30%  são  independentes  funcionalmente.  

Quadro  Clinico/  Afecções  associadas  

Hidrocefalia/  Hidrossiringomielia/  Medula  presa/  Malformacao  de  Arnold-­‐Chiari  

Tipo  I  :apenas  herniacao  das  tonsilas  cerebelares/   Tipo  II:  herniacao  mais  extensa  com  cerebelo  
e   tronco   cerebral   passando   no   forame   magno   (mais   comum)/   Tipo   III:   cerebelo   ultrapassa   o  
forame  magno  

-­‐Hipersensibilidade  ao  látex:  incidência  de  34%(LW)  ou  10  a  15%(  TAD).  

Classificação-­‐  Dias:  

 -­‐grupo  I:  lesão  no  nível  neurológico  torácico  ou  lombar  alto,  sem  função  do  quadríceps(  fator  
físico   mais   importante   para   manutençao   da   deambulaçao   em   adultos   é   a   força   do   musculo  
quadríceps),   rara   deambulação   comunitária   na   idade   adulta.   Apresentam   flexores   fortes   do  
quadril  e  alguma  força  em  adutores,  mas  sem  controle  motor  do  joelho  e  pés.  

Apresentam   mais   displasia   paralitica   do   quadril   e   luxaçao   porque   apresentam   desbalanço  


muscular  com  flexores  e  adutores  fortes  sem  extensores  e  abdutores  fortes.Serão  sentadores  

-­‐grupo  II:  lesão  no  nível  lombar  baixo:  quadríceps,  adutores  e  isquiotibiais  presentes  e  glúteo  
médio   ausente.   Necessitam   de   órtese   de   tnz   e   pé   e   muletas   para   deambulação.30   %   serão  
deambuladores  comunitários  

-­‐grupo   III:   lesão   sacral:   Quadríceps   e   glúteo   médio   funcional,   a   maioria   deambula   sem  
sustentação    e  podem  ou  não  necessitar  de  órtese    de  tnz  e  pé.    

Outra  classificação  é  a  de  Hoffer  que  é  igual  a  classificação  de  Dias  mas  separa  o  nivel  toracico  do  
lombar  alto.  

Exames  sensoriais  e  motores  seriados,  pode  não  ser  possível  determinar  o  nível  antes  de  3-­‐4  
anos.  

Tratamento-­‐   Principios:   Fechamento   da   bolsa   nas   primeiras   24   horas   pelo   neurocirurgião   e  


derivação  da  hidrocefalia  quando  necessário.(90  %  necessita)  

O   tratamento   ortopédico   deve   ser   elaborado   visando   as   metas   estabelecidas   para   cada  
paciente.  Quase  todos  os  pacientes  com  nível  de  L2  ou  superior  são  usuários  de  cadeira  de  
rodas  e  2/3  dos  com  nível  de  L3-­‐L5  usam  cadeiras  de  rodas  pelo  menos  parte  do  tempo.  

 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    87  
 

Doença  de  Legg-­‐Calvé-­‐Perthes  


Condição   na   qual   um   evento   avascular   afeta   a   epífise   capital   do   fêmur   esqueleticamente  
imaturo.  

Etiologia  
Desconhecida.   Relacionada   com   trauma,   susceptibilidade,   hereditariedade,   coagulopatias,  
hormônios,   condições   nutricionais,   TDAH   e   fumo   passivo.   A   hereditariedade   não   e   fator  
predisponente  comprovado.  

Epidemiologia  
De  4  a  8  anos  principalmente.  5H:1M.  Bilateral:  10  a  12%.  Meninas  tem  pior  prognostico.  
Mais  comum  em  asiáticos,  esquimós  e  europeus.  Menos  em  índios  e  negros.  

Quadro  Clínico  
Sintoma   mais   comum   é   a   claudicação.   Seguido   por   dor   no   quadril   (anterior   ou   lateral),   coxa  
ou   joelho.   As   dores   pioram   ao   final   do   dia   ou   a   atividade.   Historia   de   trauma   pode   estar   presente  
(17%).  
Limitação   de   abdução   e   rotação   interna   do   quadril.   Atrofia   leve   muscular   regional.Pode  
apresentar   marcha   antalgica   e   de   Tredelenburg.   Teste   de   Tredelenburg   positivo.   Teste   de  
rolagem  positivo.  

Imagens  
Classificação  radiográfica  de  Waldenstrom  para  os  estágios  da  DLCP:  

Estagio  I   inicial  Núcleo   de   ossificação   menor,   cabeça   densa,   fratura   subcondral,  


6  meses   radioluscencia  metafisaria.  
Estagio  II   fragmentação   Padrões   de   radioluscencia   na   epífise,   pilares   demarcados   na   cabeça,  
8  meses   cabeça   achatada   ou   alargada,   alterações   metafisarias   cessam,  
contorno  acetabular  pode  se  alterar  
Estagio  III   cicatrização   Aparecimento  de  osso  novo  na  cabeça,  epífise  homogênea  
51  meses  
Estagio  IV   residual   Cabeça   completamente   ossificada   e   remodelada.   Acetábulo  
remodelado  
Aceatabulo:  osteoporose,  bicompartimentalização.  

Ressonância  Magnética:  Diagnostico  precoce.  Mais  acurada  que  a  cintilografia.  Visualização  da  
configuração   coxofemoral.   Mesma   capacidade   da   artrografia.   Extensão   da   lesão.   Evolução   da  
doença.  

Cintilografia:  Eficaz  no  diagnostico  precoce.  Extensão  e  revascularizacao.  

Artrografia:   Configuração   da   cabeça   e   sua   relação   com   o   acetábulo.   Sua   maior   vantagem   e   a  
determinação  da  congruência  do  quadril  em  diferentes  posições.  

Classificação  

Catterall  
è Grupo  I:  porção  anterior  da  epífise  afetada.  
è Grupo  II:  mais  que  o  segmento  anterior  afetado,  seqüestro  central.  Altura  da  epífise  mantida.  
è Grupo  III:  maioria  da  epífise  “seqüestrada”.  
è Grupo  IV:  toda  epífise  seqüestrada.  

Sinais  de  cabeça  em  risco:    


• Subluxação  da  cabeça  (aumento  da  cabeça),    
• Sinal  de  Gage  (“V”  radioluscente  na  lateral  da  epífise),    
• Calcificação  lateral,    
• Linha  fisaria  horizontal  (abdução  em  dobradiça).    
• Radiotransparencia  metafisaria.  
88                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 
Herring:  pilar  lateral.  Inicio  da  fase  de  fragmentação.  
• Grupo  A:  alteracao  de  densidade  minima,  sem  perda  da  altura.  
• Grupo  B:  radioluscencia,  perda  de  ate  50%  da  altura  original.  
• Grupo  B/C:  ossificação  tênue.  Altura  maior  que  50%.  
• Grupo  C:  colapso  maior  que  50%.  

Salter  Thompson:  extensão  da  linha  de  fratura  subcondral.  Fase  inicial  
• Grupo  A:  menos  da  metada  da  cabeça.  
• Grupo  B:  mais  da  metade.  

Prognóstico  

Quanto   mais   nova   a   criança   (idade   de   início   da   doença),   melhor   o   resultado   final.   A   extensão  
radiográfica   da   lesão   também   e   fator   que   influencia   o   prognostico.   O   tempo   de   duração   dos  
sintomas  também.  
O  fator  mais  importante  na  determinação  do  prognostico  e  a  deformidade  residual  da  cabeça  
e  a  incongruencia  do  quadril.  

Classificação  de  Mose:  comparação  do  formato  da  cabeça  com  círculos  concêntricos.    
• Desvio  menor  de  1mm  equivale  a  bom  resultado.    
• Entre  1  e  2mm,  moderado.    
• Mais  de  2mm  de  desvio  o  resultado  e  pobre.  

Classificação  radiográfica  de  Stulberg  na  maturidade:  


• Grupo  I:  cabeça  normal.  
• Grupo  II:  cabeça  redonda,  contorno  em  ate  2mm  do  circulo  concêntrico(AP  e  ra).  
• Grupo  III:  cabeça  ovóide,  contorno  acetabular  acompanha.  
• Grupo  IV:  cabeça  achatada  mais  de  1cm  em  área  de  carga,  acetábulo  acompanha.  
• Grupo  V:  cabeça  colapsada,  acetábulo  integro.  
Grupo  II:  bom  prognostico.  Grupo  III  e  IV:  incongruência  congruente,  alterações  degenerativas  
moderada.  Grupo  V:  incongruência  incongruente,  artrose  grave.  

Sinais   de   prognostico   reservado:   extensão   da   cabeça   não   coberta,   Catterall   III   ou   IV,  
calcificação  lateral,  desvio  lateral  da  cabeça,  alargamento  da  cabeça  previamente  a  fragmentação,  
fenômeno   de   Saturno   (epífise   esclerótica   cercada   de   anel   de   radioluscencia),   alargamento   do  
colo.  

Diagnostico  Diferencial  
Causas   de   necrose   avascular:   hemoglobinopatias,   talassemia,   uso   de   esteroides,   fratura-­‐
luxação  do  quadril,  tratamento  de  DDQ.  
Displasias   epifisárias:   displasia   epifisária   múltipla,   displasia   espondiloepifisial,  
mucopolissacaridoses,  hipotiroidismo.  
Síndromes:  osteocondromatose,  metacondromatose,  Schwartz-­‐Jampel,  Maroteux-­‐Lamy.  
Displasia  de  Meyer(antes  dos  4  anos),  condrolise,  ARJ,  linfoma,  tumor.  

Tratamento  
Muito  variável.  
Tachdjian:  baseia-­‐se  na  classificação  do  pilar  lateral  e  idade  do  paciente.    
• Pacientes  A  ou  B  antes  dos  8  anos:  clinico.  
• Pacientes  B  ou  B/C  com  mais  de  8  anos:  cirúrgico.  
• Pacientes  C:  incerto.  Tratamento  cirúrgico  não  melhorou  a  historia  da  doença.  Em  8  anos,  ¾  
serão  Stulberg  IV.  Tratamento  clinico  indicado.  

Clinico  
Alivio  da  dor.  Redução  das  atividades.  Na  dor  intensa,  repouso  no  leito.    
Orteses:   não   tem   efeito   terapêutico   comprovado.   Utilizados   quando   paciente   apresenta  
limitação  de  ADM  e  na  ineficácia  de  outras  modalidades.  
-­‐ Gesso  de  Petrie:  45°  de  abdução  e  10°  de  rotação  interna.  
-­‐ Ortese   Atlanta   Scottish   Rite:   barra   entre   as   coxas,   contenção   pélvica.   Utilizada   ate  
evidencia  de  neoformacao  óssea.  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    89  
 
Mais  importante:  manter  arco  de  movimento  do  quadril.  

Cirúrgico  
Osteotomia   femoral   derrotativa   em   varo:   conter   a   cabeça   do   fêmur.   Obter   ângulo  
cervicodiafisario  entre  100  e  110°.  Ocorre  remodelação  com  o  crescimento.  

Osteotomia   do   inominado:   Salter/Kalamchi.   Melhor   indicação:   maior   de   6   anos,   cabeça  


afetada   moderadamente,   perda   da   contenção.   Mínima   deformidade   da   cabeça,   quadril   não  
irritável,  ausência  de  restrição  de  movimentos.  Alongar  iliopsoas  e  adutores  se  necessário.  

Osteotomias   combinadas:   podem   ser   indicadas   em   quadris   graves   com   alto   risco   de  
resultados  ruins.  Geralmente  pacientes  após  os  9  anos  de  idade.  Subluxação  lateral,  calcificação  
lateral  e  alterações  metafisarias.  

Osteotomia  em  valgo:  tratamento  da  abdução  em  dobradiça.    

Artroplastia   em   prateleira:   subluxação   lateral,   cobertura   insuficiente   ou   abdução   em  


dobradiça.  Procedimento  de  escolha  para  alguns  autores.  

Distração   articular:   com   fixador   externo   articulado   ou   rígido.   Resultados   ainda   não  
esclarecedores.  

Osteotomia   de   Chiari:   tratamento   da   cabeça   em   cicatrização   que   permanece   lateralizada.    


Também   em   crianças   mais   velhas   que   apresentam   dor,   deformidade   e   incongruência   articular.  
Resultados  incertos.  

Incongruência   articular   e   impingement:   tratamento   cirúrgico   e   indicado   quando   há   dor  


persistente  apesar  do  tratamento  clinico.  Luxa-­‐se  a  cabeça  e  remove-­‐se  toda  parte  não  esférica  da  
mesma.  Se  houver  desinsercao  labral,  reparar.  Bons  resultados.  

Complicações  
Osteoartrose:  prevalência  10  vezes  maior  que  a  população  geral.  
Osteotomias:   varismo   excessivo,   rotação,   encurtamento,   marcha   abdutora,   fratura,  
pseudoartrose.   Perda   de   movimento.   Abdução   em   dobradiça.   Parestesia   do   cutâneo   lateral   da  
coxa.  
Impacto  femuroacetabular:  CAM  ou  PINCER.  FADURI  +.  

 
90                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Epifisiólise  
 

Deslocamento   anterior   e   proximal   do   colo   do   fêmur   na   camada   hipertrofica.   A   epifise   esta  


"deslocada"   posteriormente   ao   colo   do   femur.A   grande   maioria   das   criancas   afetadas   NAO  
TEM  anomalias  endocrinas(embora  sua  composicao  corporea  pode  sugerir  o  contrario).  

Epidemiologia  
1  a  2  por  100.000  habitantes  (podendo  variar  de  1  a  7    dependendo  da  raca  e  da  area).  

Menino  negro  na  puberdade  a  esquerda  

Bilateral  de  17  a  80%  dos  casos.      

Parece  que  ha  uma  maior  chance  de  desenvolvimento  de  condrolise  em  meninas  negras.  

Associado  com  2  biotipos:  

-­‐  Adiposo  genital  (FROLICH):  obeso  com  atraso  de  desenvolvimento  sexual.    

-­‐  Magros  e  altos  (MIKULIKZ):  estirão  do  crescimento.    

Classificacao  
Temporal:  aguda(  até  3  semanas),  crônica(  mais  de  3  semanas)  e  cronica  agudizada.  

Funcional   (Loder):   estável-­‐   demabula   ou   instável-­‐   não   deambula   (depende   da   capacidade   de  


suportar  o  peso).  

Grau  de  desvio  (Wilson):  

Grau  0:  pré-­‐deslizamento  

Grau  I:  <1/3  da  largura  epífise  /  <  30°  de  angulação  

Grau  II:  1/3  –  1/2    /  30°  -­‐    60°  

Grau  III:  >1/2  da  largura  epífise  /  >60°  

Classificação  de  Southwick  :  quantifica  em  graus,  tendo  como  parâmetros  os  limites  radiográficos  
da  epífise  nas  radiografias  de  AP  e  Perfil(  Lauenstein).     Unindo   com   uma   linha   os   pontos  
extremos   da   epífise,   traça-­‐se   a   seguir   sua   perpendicular,   que   formará   um   determinado   ângulo  
com  uma  terceira  linha  que  é  paralela  ao  eixo  da  diáfise.    

Etiologia  
Multifatorial,   com   aumento   de   30   a   70%   da   fise   hipertrófica(   desliza   entre   a   hipertrófica   e   a  
proliferattiva)  

Aspectos  clinicos  
ADM  esta  diminuido  na  rotacao  interna,  abducao  e  flexao.  

Sinal   de   Drehmann:   Quando   o     quadril   afetado   e   flexionado   a   coxa   tende   a   rodar  


externamente  e  a  flexao  e  limitada.    

Achados  radiograficos  
O  sinal  mais  precoce  e:  alargamento  e  irregularidade  da  fise  na  sua  porcao  justoepifisaria.  

Linha   de   Klein=   tracada   tangencialmente   na   parte   superior   do   colo   deve   passar   sobre   uma  
pequena  parte  da  epifise.  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    91  
 
Sinal  de  Trethowan  ou  Perkins=  a  linha  de  Klein  passa  por  uma  parte  menor  da  cabeca  ou  nem  
passa.  

Sinal   de   Steel=   area   de   aumento   de   densidade     na   metafise   adjacente   a   fise.   Isso   deve-­‐se   a  
sobreposicao  do  colo  sobre  a  epifise  deslocada  posteriormente.  

Ângulo    de  Southwick:    RX  ap  e  rã  -­‐-­‐nl  =  145o  AP  e  nl  =  -­‐10o  perfil  (post)    

Tratamento  
 

a-­‐)  Para  evitar  maior  deslizamento/  b-­‐)  Reduzir  o  grau  de  deslizamento/  c-­‐)  Salvamento.  

Conservador  com  GPP-­‐associado  a  um  alto  índice  de  condrolise.  Indicado  quando  nao  e  possivel  
operar  o  paciente.  

Cirurgico:Fixacao   in-­‐situ,   fixacao   pos-­‐reducao,   epifisiodese   com   enxerto   osseo   e   osteotomia  


basocervical  ou  intertrocanterica  com  ou    sem  fixacao  da  epifise.  

Pos-­‐operatorio  
Carga   parcial   quando   suportada   pelo   paciente.   Uso   de   muletas   por   6   semanas.   Atividades  
esportivas  apos  3  meses.  RX  a  cada  3-­‐6  meses  ate  a  maturidade  esqueletica.  

Complicacoes  
 

Perfuracoes   intra-­‐articulares   (mais   comum),   fechamento   prematuro   da   fise,   perda   da   fixacao,  


falha   no   implante   fraturas   no   colo   ou   intertrocantericas   devido   ao   efeito   de   concentracao   de  
stress.  

Necrose  avascular  ocorre  de  0  a  15%  dos  casos.  Associadas  a  colocacao  supero-­‐lateral  do  
parafuso.  47%  nos  casos  instaveis  e  4%  nos  estaveis.  

Condrolise  e  mais  comum  em  meninas  e  negros.  Ocorre  de  16  a  20%  dos  casos.  

Fixacao   pos   redução:   A   redução   somente   esta   indicada   para   casos   agudos   e   graves   e   deve   ser  
feito  de  maneira  gentil  pelo  alto  risco  de  osteonecrose.  No  caso  agudo  deve  ser  operada  antes  das  
24  hs.    

Epifisiodese  
Indicada   em   escorregamentos   cronicos,   associacos   a   osteopenia   intensa   e   dificuladade   em  
realizar  a  fixacao  "in-­‐situ".  

Osteotomias  
Podem  corrigir  a  deformidade  e  impedir  o  deslocamento.    

Pinagem  profilatica  contrlateral  


Controversa.  

Deve   ser   realizada   na   presenca   de   alteracoes   endocrinas,   raca   negra   e   condicoes  


socioeconomicas  e  cognitivas  precarias  dos  pais  
92                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Displasia  do  desenvolvimento  do  quadril  


 

Termo  que  engloba  as  displasias  congênitas,  subluxações  da  cabeça  do  fêmur,  luxações  completas  
e  displasias  acetabulares.  

Incidência  e  Fatores  de  Risco  


   
1:1000  

Bebês  brancos  e  primogênitos.  


Torcicolo(8%)  e  metatarso  aduto(1,5-­‐10%)  
PTC  não  apresenta-­‐se  relacionado  com  DDQ.  
Oligoidrâmnio.  
Raro   em   distúrbios   caracterizados   por   excessiva   frouxidão   ligamentar,   como   as   Sd   de  
Down,Ehlers-­‐Danlos  e  Marfan.  
Sexo  feminino  4:1  masculino.  
Parto  pélvico  (até  20%).  
Histórico  familiar  positivo.  
Quadril  esquerdo  mais  afetado  

Quadro  Clínico  

Teste  de  Ortolani  e  Manobra  de  Barlow  

-­‐Sinal  de  Hart;  Sinal  de  Nelaton-­‐Galeazzi  ou  Allis  

Imagens  

Ultrassonografia:        
Método  de  Graf  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    93  
 
Radiografias  

 
Tratamento  
Neonatos  até  6  meses  de  vida  -­‐  Suspensório  de  Pavlik  

6   meses   a   2   anos   de   idade   -­‐   manipulação   fechada   seguidas   de   imobilização   gessada  


pelvicopodalica.  Havendo  necessidade,  considerar  redução  aberta.  

Crianças   maiores   de   2   anos   -­‐   a   redução   aberta   geralmente   se   faz   necessária.   Encurtamento  
femoral  deve  ser  levado  em  consideração  (praticamente  mandatário  após  os  3  anos)  
Graças   à   redução   do   potencial   de   remodelação   acetabular   nessa   faixa,   cirurgias   acetabulares  
podem  ser  realizadas  no  mesmo  tempo  cirúrgico  ou  posteriormente  à  redução.  Elas  garantem  e  
aumentam   estabilidade   da   mesma,   porem   só   devem   ser   realizadas   a   partir   de   um   quadril  
reduzido.  
-­‐Osteotomia  de  Salter  

Complicações  
§ Displasia  residual  
§ Necrose  asséptica  da  cabeça  do  fêmur.  
§ Anisomelia.  
§ Artropatia  degenerativa  
   

 
 

   
 
94                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Paralisia  obstétrica  
Paralisia   flácida   parcial   ou   total   que   acomete   o   membro   superior   resultante   de   uma   lesão   do  
plexo  braquial  causada  por  manobras  de  parto.  

Epidemiologia  
Incidência   de   0,42   a   5   por   1000   nascidos   vivos.   D>E.   Masculino>Feminino.   Fatores   de   risco:   >  
4Kg,  distocia  do  ombro,  uso  de  fórceps,  apresentação  pélvica.  

Mecanismo   de   Lesão:   Abaixamento   do   ombro   e   flexão   lateral   do   pescoço.Geralmente   por  


estiramento.   Lesoes   do   nervo   frenico   ocorrem   em   5%   das   lesoes   do   plexo   superior.   Raizes  
superiores   sao   mais   afetadas,   raramente   por   avulsao(presenca   de   fixacao   na   coluna).   Raizes  
inferiores  geralmente  sofrem  avulsao(  nao  fixadas  na  coluna).  

Ganglio   cervicotoracico   ou   estrelado   mantem   comunicacao   com   T1.Lesoes   causam   predominio  


do  parassimpatico(miose,  ptose  e  enolftalmia)  –  Sd  Claude-­‐Bernard-­‐Horner  

Classificação  
Narakis.  Grupo  1:  lesões  do  plexo  superior  –  C5-­‐C6  .  Grupo  2:  lesoes  de  C5-­‐C6-­‐C7.  Grupo  3:  lesoes  
completas  do  plexo  braquial.  Grupo  4:  lesoes  completas  do  plexo  e  sinal  de  Horner.      

Mallet                                  2                                    3                                      4  
Abdução  Global   <  30  graus   30-­‐90  graus   >  90  graus  
Rot.  Ext.   0   0-­‐20  graus   >  20  graus  
Mão  na  cabeça   impossivel   dificil   possivel  
Mão  na  coluna   impossivel   S1   T12  
Mão  na  boca   corneteiro   Corneteiro  parcial   <  40  graus  de  abducao  
Escala   de   Toronto:   Utilizando   flexão   e   extensão   do   cotovelo,   extensão   do   punho,   dedos   e  
polegar.   Cada   grupo   muscular   recebe   a   seguinte   pontuação:   0(sem   movimento);   1(movimento  
presente  mas  limitado);  2(movimento  normal),  para  um  escore.  Maximo  de  12  pontos.  Um  escore  
inferior  a  3,5  previa  um  resultado  ruim  a  longo  prazo  sem  microcirurgia.  

Quadro  Clinico  
O   diagnostico   é   clinico   membro   superior   apresenta-­‐se   flácido   e   pode   ser   doloroso.   Ocorre   tb  
lesao  do  ramo  posterior  da  raiz  com  denervacao  da  musculatura  posterior  da  região  cervical.  

ERB-­‐DUCHENNE:  Acometimento  de  C5-­‐C6.  Corresponde  a  75%  dos  casos.  Membro  superior  em  
atitude   de   rotação   interna   e   pronacao   do   antebraço   com   impossibilidade   de   abdução   ativa   do  
ombro.  Função  da  Mao  está  normal.  Moro  assimétrico.  Preensão  preservado.    

PARALISIA   TOTAL:   Segunda   lesao   mais   comum.   Todo   membro   superior   flácido,   Mao   em   garra,  
sem  tônus  muscular.  Moro  e  preensão  ausentes.  Pode  ou  não  haver  associação  com  Horner.  

KLUMPKE:  Acometimento  de  C8-­‐T1.  Deficiência  motora  e  sensitiva  da  Mao  com  ombro  e  cotovelo  
preservando  movimento  ativo.  Preensão  negativa.  Moro  positivo.  Regressão  espontânea  em  40-­‐
90%  dos  casos  em  no  Maximo  18  meses.  

Diagnostico   Diferencial:   Fratura   da   clavícula   ou   diáfise   do   úmero.   Paralisia   cerebral.   Artrite  


séptica  Osteomielite(Streptococo  Beta).  Sífilis  Congênita  

Exames  
RX   –   Fraturas   e   paralisia   do   diafragma.   ENMG   –   Não   é   útil   para   diagnostico;Utilizada   no  
acompanhamento.  RNM  –  avaliar  o  nível  da  lesão  

Sequelas:  Deformidade  osteoarticular  e  contraturas  musculares.  Sinal  do  corneteiro  –  déficit  de  
rotação  externa  do  ombro;observado  quando  paciente  leva  mao  a  boca.  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    95  
 
 

Tratamento  
80-­‐95%   das   criancas   com   disfuncao   neurologica   na   extremidade   superior   em   decorrencia   de  
lesao   do   plexo   conseguirao   um   funcionamento   normal   ou   proximo   do   normal.   Inicial   –  
Conservador   com   enfaixamento   toracobraquial   por   10-­‐14   dias.Fisioterapia   para   ganho   de   ADM  
assim  que  tolerado  pelo  paciente.  

Cirúrgico:  indicado  quando  nao  ha  recuperacao  da  atividade  do  biceps  ate  3  meses.  A  janela  para  
intervencao  cirurgica  é  entre  4  meses  e  1  ano.Opcoes:Neurolise,enxertos,neurotizacoes  internas  
e   externas.   Prioridades:   abducao   do   ombro,flexao   do   cotovelo,supinacao   do   antebraço   A  
recuperacao  pode  ser  notada  a  partir  do  8  mes  de  PO(2  a  4  anos)  

Sequelas.   Cirurgia   de   Hoffer:   Tenotomia   ou   alongamento   do   músculo   peitoral   maior   e  


transferência   do   músculo   redondo   maior     e   grande   dorsal   para   manguito   rotador.   Osteotomia   do  
úmero:   deformidade   articular   e/ou   subluxacao   posterior.   Cirurgia   de   Sever   e   L`Epíscopo:  
liberação  aberta  da  cápsula  anterior  do  ombro  contraída,  e  divisão  dos  músculos  subescapular  e  
grande   peitoral,   o   que   permitirá   rotação   externa,   musculos   redondo   maior   e   grande   dorsal  
transferidos  para  borda  lateral  do  úmero.  

 
96                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 
Torcicolo  congênito  
DEFINIÇÃO  
  É   uma   fibromatose   do   m.   esternocleidomastóideo,   causando   uma   massa   palpável   ao  
nascimento  ou  nas  2  primeiras  semanas  de  vida.  
EPIDEMIOLOGIA  
• Causa  mais  comum  de  torcicolo  na  infância  
• Idade  média  de  diagnóstico  aos  2m  
§ Lado  D  é  mais  comum  
§ Mais  frequente  na  inserção  clavicular  
§ Máximo  tamanho  de  1  a  2m  ;  geralmente  desaparece  em  1a  
§ Parto  difícil;  primogênitos  ;  apresentação  cefálica  
§ Relação  com  metatarso  aduto,  DDQ(7  a  20%),  PTC  
ETIOLOGIA  
§ Causa  desconhecida  
§ Hipóteses:   Mau   posicionamento   intra-­‐uterino,   trauma,   infecção   e   lesão   vascular;   lesão  
neurogênica  
§ Mais  aceito:  Sd  compartimental  intra-­‐uterina  ou  perinatal  
TIPOS  CLÍNICOS  
1. Tumor  palpável  no  esternocleidomastóideo  (43%):  Relacionado  com  tto  cirúrgico  
2. Grupo  muscular  (espessamento  e  contratura  do  ECM  -­‐  31%)  
3. Torcicolo  postural  (22%):  Carcterísticas  clínicas  sem  tumor  ou  contratura  palpável  
QUADRO    CLÍNICO  
§ A  cabeça  se  inclina  em  direção  o  lado  afetado  e  a  face  para  o  lado  oposto  
§ Nas  deformidades  severas  o  ombro  ipsilateral  se  eleva  e  o  diâmetro  frontoccipital  pode  
diminuir  em  relação  ao  normal  
§ Plagiocefalia  -­‐-­‐>  Achatamento  do  rosto  relacionado  com  a  posição  de  dormir  
EXAMES  
§ USG:  Útil  na  previsão  dos  casos  cirúrgicos  
o 1/3  distal:  Sem  cirurgia  
o 1/3  médio  e  inferior,  só  1/3  médio  ou    músculo  inteiro:  Cirurgia  
§ Rx  cervical:  Excluir  anomalias  congênita  
§ RMN:  alteração  de  sinal  no  ventre  do  ECM.  O  diâmetro  do  músculo  é  2-­‐4X  maior  
TRATAMENTO  
§ Durante   a   infância   -­‐-­‐>   Tto   conservador   (bons   resultados),   orientar   os   pais   a   alongar   o  
pescoço  
o Aguarda-­‐se  a  lesão  maturar  para  excisão,  se  for  necessária  (1  ano)  
o Maior   duração   do   tratamento:   Lado   direito,   diagnóstico   tardio,   parto   difícil,  
dificuldade  rotacional  >  15  graus  
§ Cirúrgico:  Se  não  se  resolveu  até  1a,  opera  de  1  a  4a  
o Antes  dos  6  a  8  a  cirurgia  pode  permitir  a  remodelação  da  assimetria  facial  e  a  
plagiocefalia  
o Release  unipolar  distal  é  suficiente  para  deformidades  leves  
o Pós-­‐op:  Manter  alongamento  manual  por  3x/dia  por  3  a  6  meses,  sem  órteses  
o Release   bipolar:   Deformidade   severa   ou   reoperação,   mantém-­‐se   a   inserção  
esternal,  pode  ser  acrescida  a  Z-­‐plastia  
o Risco  de  lesão  do  n.  acessório  (Incisão  próxima    a  orelha)  e  do  n.  facial  
o Pós-­‐op:   Continuar   com   alongamento   manual,   pode   ser   usada   uma   órtese  
cervical  de  6  a  12  sem  
o LW    usa  bipolar  e  usa  órtese  no  pós  op  por  3m  
o Pode  ser  feita  também  ressecção  do  1/3  médio  e  ressecção  total  
COMPLICAÇÕES  
§ Adesão  da  cicatriz  aos  planos  profundos  
§ Perda  de  contorno  do  músculo  
§ Falha  na  correção  do  tilt  da  cabeça  
§ Falha  na  correção  da  assimetria  facial  

 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    97  
 

Pé  torto  congênito  
• Displasia  congênita  de  todos  os  tecidos  abaixo  do  joelho,  pode  ser:  postural,  neurológico,  
sindrômico,  idiopático  

Epidemio:  1  -­‐2  por  1000  ;  H:M(2:1),  Bilat(50%),  Parentes  1º  grau    (17X)  ,  direita  

Etiologia:  Multifatorial  

Quadro  clínico  
• Eqüino  da  parte  posterior  do  pé,  varo  da  subtalar,  cavo  e  adução  do  antepé    
• Prega  cutânea  posterior  (simples  ou  dupla).  Pé  e  perna  em  bastão    
• Cabeça   do   tálus   no   dorso   lateral   da   parte   média   do   pé,   anterior   ao   tnz.   Navicular  
deslocado  medial  e  dorsal  em  relação  ao  talus  
• Rx   AP:     Talus   e   calcâneo   paralelos   (Kite   diminuído);   MTTs   em   adução   em   relação   ao  
talus.  Atraso  na  ossificação.  
• RX  P:  Angulo  entre  o  talus  e  o1º  MTT  negativo  (Meary).  dx  por  US  pré-­‐natal    
• Colo  do  talus  é  curto  e  está  desviado  plantar  e  medial    
• Ângulo  de  declinação  do  talus:  Normal:  150-­‐160  º.  PTC:  115-­‐135º.  
• Faceta  articular  posterior  nl  ;  anterior  e  média  deformadas  e  fundidas    
• O  calcâneo  em  eqüino  e  varo  sob  o  talus,    o  cubóide  medialmente  em  relação  ao  calcâneo.  
Talus  rodado  externo.  
• A  fáscia  plantar,  músculos  plantares  curtos  e  ligamento  mola  estão  contraídos  da  mesma  
forma  que  os  tendões  de  Aquiles,  tibial  posterior,  flexor  longo  dos  dedos  e  do  halux.  

Critérios  de  avaliação:  Pirani  e  Dimeglio  

Tratamento  
Inicial:  Não  cirúrgico    com  aplicação  seriada  de  gesso    
§ Kite:  Seqüencial:  abdução  do  antepé,  varo  e  eqüino.    Fulcro  na  calcâneo-­‐cubóide.  22  m    
de  gesso,  órtese  até  10a  
§ Ponseti:  Simultâneas.  CAVE.  (Cavo,  Adução,  Varo  e  Eqüino).  Fulcro  na  borda  lateral  do  
tálus.   No   último   gesso   o   antepé   é   abduzido   (70º)   sem   pronação.   Correção   total   é  
obtida  em  95%.    85%  necessária  tenotomia  do  t.  calcâneo  para  correção  do  eqüino  
• Denis   Brown:   Pé   a   70   º   de   RE   e   5   a   10   º   de   dorsiflexao.   Unilaterais   o   pé  
contralateral  deve  ficar  em  40  º  de  RE.  3  m  integral  e    noturno  ate  3  a  4a  

Contraturas:   Lig   calcâneonavicular   plantar   e   tibionavicular,   cápsula     ,   Tendão   t   post   e   Nó   de  


Henry  

Método  funcional  francês  :Alongamento,  Esparadrapagem  ,  CPM    

 
Tratamento   cirúrgico:   ao   redor   de   1a   idade,   em   pés   sem   resposta   ao   tto   não   cirúrgico.  
Procedimento  a  La  Carte  com  LPML    

• Via  de  Cincinatti.  nova  intervenção  em  5  a  50%.  


• Mc  Kay;  dupla  incisão  de  Carroll,  post-­‐medial  de  Turco    ou  Codvilla    
• Seccionados:   fibulocalcaneo,   talocalcaneo   posterior,   talocalcaneo   lateral,   deltóide  
superficial,   bifurcado,   spring,   m   abdutor   do   hálux,   se   necessário,   parte   posterior   do   lig  
deltóide  profundo.  Preservar:lig  talocalcaneo  interosseo.  FK  na  Talonavicular  e  subtalar    
Outras  opções  cirúrgicas:    
• Dwyer,  artrodese  tríplice  (pacientes  >10a),  Ilizarov,  Talectomia  

Complicações  
• Problema  FO,  Lesão  nv,  Necrose  do  talus,  Deformidade  residual  ou  recorrente,  Joanete  
dorsal,  Valgo  do  retropé:  (Lig  fibulocalcaneo  e  interosseo)  
• Recidiva  mais  comum  é  o  pé  metatarso  varo  
98                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 
 

Coalizão  tarsal  (pés  planos  peroneiros  espásticos)  


Consiste   em   uma   conexão   fibrosa,   cartilaginosa,   ou   óssea   entre   dois   ou   mais   ossos   tarsais,  
resultante  de  um  defeito  congênito  de  diferenciação  e  segmentação  do  mesênquima  primitivo.  

Epidemiologia  

1%  da  populacao  geral  (2  a  6%  em  outros  estudos)/  50  a  60%  bilateral  

Mais   comuns:   faceta   média   talocalcânea   e   o   processo   anterior   do   calcâneo   e   o   navicular,   sendo  
responsáveis  por  90%  das  coalizões.  

Historia   Natural   Apenas   25%   dos   individuos   tornam-­‐se   sintomáticos./   Normalmente   a   dor   se  
inicia  com  a  metaplasia  de  cartilagem  para  osso.  

Inicio  da  dor:/  Calcanenonavicular  dor  entre  os  8  e  12  anos./  Talocalcanea  dor  entre  os  12  e  16.  

Exames   de   Imagem/   O   RX   obliquo   e   o   melhor   para   se   identificar   as   coalizoes  


calcaneonaviculares./   O   RX   de   P   mostra   um   alongamento   anterior   do   calcaneo,   chamado   de  
focinho   do   tamandua.   Mostra   tambem   o   sinal   de   C   de   Lateur=   uma   linha   da   face   externa   do  
domo   do   talus   ate   sua   margem   inferior   que   e   um   indicativo   de   coalizao   talo-­‐calcaneana./   Harris:  
e   uma   incidencia   obliqua   posterior   com   os   raios   direcionados   para   a   faceta   posterior   talo-­‐
calcaneana.  

Tomografia:   Melhor   forma   de   observar   as   coalizões   e   devem   ser   solicitadas   quando   optado   pelo  
tratamento  cirúrgico  devido  ao  risco  de  coexistência  de  uma  ou  mais  coalizões.  

RM:  melhor  exame  para  identificar  coalizoes  fibrosas.  

Tratamento  Conservador:  o  alivio  da  dor,  não  a  eliminacao  da  coalizão  ou  o  restabelecimento  
do  arco  longitudinal.  

Tratamento  Cirúrgico:  Pacientes  com  sintomas  recidivantes  e  incapacitantes.  

Ressecção  da  coalizão,  osteotomia,  e  artrodese.  

Calcaneonavicular:   incisao   dorsolateral.   ressecção   com   interposição   do   M.   Extensor   Curto   do  


Dedos.  Apresenta  melhor  prognostico.  

Talocalcanea:   Mais   complexa   que   a   calcaneonavicular.   Incisao   horizontal   medial   da   margem  


anterior  do  tendao  de  aquiles  ate  a  articulacao  talonavicular  (abaixo  do  sustentaculo  do  talus)  -­‐  
porcao  medial  de  Cincinati.  

Osteotomia   de   alongamento   do   calcâneo   (EVANS)   pode   ser   uma   opção,   no   paciente   jovem   que   se  
quer  optar  por  um  tratamento  menos  agressivo.  

Complicacoes:  Quando  a  coalizao  da  faceta  posterior  do  calcaneo  e  maior  que  50%  os  resultados  
nao   sao   bons.   Esses   pacientes   apresentam   calcaneo   valgo   maior   que   16°,   e   a   maioria   tem   uma  
diminuicao  do  espaco  articular  talocalcaneano  e  impingement  do  processo  lateral  do  talus  e  do  
calcaneo.  

Caso   a   coalizao   seja   muito   grande   e   permaneca   sintomatica   apos   a   cirurgia,   recomenda-­‐se  
artrodese.  

Prognóstico  

Bons  resultados  quando  o  tratamento  e  bem  indicado.  Até  89%  de  resultados  satisfátorios  em  10  
anos.  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    99  
 

Metatarso  aduto  
DEFINIÇÃO  
Deformidade  em  que  o  antepé  se  encontra  aduzido  em  relação  ao  retropé  

EPIDEMIOLOGIA  
Deformidade  mais  comum  do  pé  (1:1000)  

Maior  incidência  com  história  familiar  e  em  gêmeos  ;  Sem  relação  com  DDQ  

FISIOPATOLOGIA  
Causa  desconhecida  ;  Cuneiforme  medial  trapezóide  

Desbalanço  muscular  

Subluxação  das  tarso-­‐metatársicas  

QUADRO  CLÍNICO  
Desvio  medial  do  antepé,  proeminência  proximal  do  5º  

Retropé  em  neutro  ;  antepé  supinado;  Marcha  em  rotação  interna  

CLASSIFICAÇÃO  
Bleck:  

• Leve:  antepé  pode  ser  clinicamente  abduzido  além  da  linha  média.  Bissetor  do  calcâneo  
cruza  3o  raio.  
• Moderada:  pode  ser  abduzido  até  linha  media.  Bissetor  cruza  entre  3o  e  4o  
• Grave:  deformidade  rígida,  havendo  uma  prega  transversa  na  borda  medial  ou  aumento  
do  espaço  no  primeiro  interdígito.    Bissetor  cruza  entre  4o  e  5o  

Flexibilidade:  Baseia-­‐se  na  correção  passiva  da  deformidade  

RADIOGRAFIAS  
Desnecessárias;  Forma  trapezóide  do  cuneiforme  medial  +  desvio  do  antepé  

Subluxação  lateral  do  navicular  -­‐-­‐>  Pé  serpentiforme  

TRATAMENTO  
Correção  espontânea  até  3-­‐4a  ;  deformidades  residuais  menores  não  causam  incapacidade  

Gessos  corretivos  em  até  1a  -­‐-­‐>  risco  de  produzir  pé  serpentiforme  iatrogênico  

Em  menores  que  6m  -­‐-­‐>  Alongamento  ou  calçado  de  Bebax  

Release  do  abdutor  do  hálux  -­‐-­‐>  Pode  causar  hálux  valgo  

Capsulotomias  mediais  (41%  de  falha)  ;  osteotomias  dos  mtt  -­‐-­‐>  fechamento  da  fise  do  hálux  

Osteotomia  de  fechamento  do  cubóide  e  abertura  do  cuneiforme  associadas  a  osteotomias  das  
bases  do  2º,  3º  e  4º  MTT  

 
100                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Osteogênese  imperfeita  
Definição:   Distúrbio   hereditário   do   tecido   conjuntivo,   afetando   osso   e   tecido   mole.  
Incidência  3:100.000    
Etiologia:   Alterações   nos   cromossomos   7   (cadeia   α2)   e   17   (cadeia   α1),   responsáveis  
pela  síntese  de  colágeno  tipo  I;  Redução  absoluta  na  quantidade  de  colágeno  tipo  I  no  osso  ou  a  
sua  substituição  por  um  colágeno  mutado;  Osteopenia,  distúrbios  de  crescimento,  deformidades  
esqueléticas,  fragilidade  óssea  
Quadro   Clínico:   Surdez   (condutiva   por   ostosclerose   ou   neurossensorial   por   pressão  
sobre   n   auditivo);   Fragilidade   óssea,   Frouxidão   ligamentar,   Dentinogenese   imperfeita,   Esclera  
azul  
Exames   radiográficos:   Epífise   -­‐   calcificação   irregular,   Metáfise   alargada,  
Adelgaçamento  da  cortical,  Osteopenia  :Vértebra    bicôncava,  Cifoescoliose  ,  Platispondilia    
Classificação  
Classificação  de  Silence  
Tipo   Herança   Dente   Fragilidade   Esclera   Deformi//   Retardo   Perda   Prognóst.  
óssea   ossos   crescimento   auditiva  
longos   pré-­‐
senil  
IA   AD   Normal   Variável,   Azul   Moderada   Baixa   40%   Bom  
menos   estatura,   2   a  
severa   q   3%   abaixo   da  
outros  tipos   média  
IB   AD   Dent.  imperf.   Variável,   Azul   Moderada   Baixa   40%   Bom  
menos   estatura,   2   a  
severa   q   3%   abaixo   da  
outros  tipos   média  
II   AR   Desconhecida   Extrema   Azul   Fêmur   em   Desconhecida     Morte  
concertina   perinatal  
III   AR   Dent.  imperf.   Grave   Normal   Progressiva   Grave     Morte  
prov.   3ª  
década  
IV  A   AD   Normal   Moderada   Normal   Moderada   Baixa  estatura   Baixa   Bom  
freq.  
IV  B   AD   Normal   Moderada   Normal   Moderada   Baixa  estatura   Baixa   Bom  
freq.  
 
Classificação  de  Shapiro  
Tipo   Características  clínicas   História  familiar  positiva  
Congênita     Fraturas  in  utero  ou  ao  nascimento    
   Tipo  A   Fx  fêmur  e  costelas     0%  
   Tipo  B   Contornos  ósseos  normais,  mas  com  fx   4%  
Tardia        
   Tipo  A   Fx  antes  de  andar   11%  
   Tipo  B   Fx  após  andar   76%  

Tratamento  
Clínico:  Bifosfonados:  inibem  reabsorção  osteoclástica  do  osso    
Ortopédico:   Maximizar   função,   Prevenir   deformidades   causadas   por   fraturas,   Correção  
de  deformidades  
Ortótico:   Evitar   imobilização   excessiva   ou   prolongada   para   não   agravar   osteopenia   e  
induzir   rigidez   articular;   Órteses   protetoras   para   auxílio   na   deambulação;   Cadeiras   de   roda  
motorizadas  para  pacientes  não  deambuladores  
Manejo  de  fraturas  de  ossos  longos  :Depende  da  gravidade  da  fratura  e  idade  do  paciente;  
Consolidação  em  tempo  normal;    
Manejo  deformidade  de  ossos  longos:  Osteoclasia  fechada  sem  fixação  interna;  Osteoclasia  
fechada   com   fixação   intramedular   percutânea;   Osteotomias   múltiplas   com   fixação   interna  
(procedimento  de  Sofield);  Haste  alongadora  de  Bailey-­‐Dubow  
Manejo   deformidade   da   coluna:   Baixa   tolerância   com   órteses;   Artrodese   coluna   (>40   –  
50°)  progressiva  
    Complicações:  Formação  de  calo  hiperplástico:  Tumores:Osteossarcoma  e  COA,  COS    
 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    101  
 

Artrite  séptica  
  Resultado   da   invasão   de   bactérias   no   espaço   articular,   pode   ser   por   via   hematogenica,  
inoculação  direta  (trauma  ou  cirurgia)  e  por  contigüidade  de  infecções  adjacentes  (osteomielite  e  
celulite).As  complicações  estão  associadas  com  a  demora  do  diagnostico  e  o  impedimento  de  se  
iniciar  o  tto  adequado.  

Quadro  clinico:      
  Edema,   hiperemia,   dor   a   movimentação,   bloqueio   articular,   febre   e   queda   do   estado  
geral.   Mais   comum   em   crianças   e   idosos.Outras   condições   predisponentes   são:   DM,   alcoolismo,  
câncer,  cirrose,  uremia  e  imunossuprimidos.  Articulações  dos  MMII  são  mais  acometidas  61-­‐79%  
(mas  carga).  

Exames  de  imagem:  


  Rx   no   inicio   é   normal.   Mais   tardiamente   pode   haver   estreitamento   do   espaço   articular,   e  
as  seqüelas  como  artrose,  anquilose  e  perda  óssea,  alem  de  evidenciar  osteomielite  adjacente.  
Ultra-­‐som  pode  evidenciar  pequenas  coleções  articulares.    
Cintilografia   com   gálio   e   índio   são   mais   especificas   e   sensíveis   para   infecção   mas   não  
diferenciam   osso   de   partes   moles.   Índio   111   com   leuco   marcado   detecta   infecção   aguda,   mas  
pode  ser  falso  positivo  em  osteoartrose.  

Patogênese:  
  A   cartilagem   começa   a   ser   destruída   em   2   dias   (alguns   trabalhos   mostram   perda   de  
glicosaminoglicanos   em   8   horas),     e   é   aparente   em   4-­‐6   dias   (destruição   do   colágeno),   pela  
produção   de   toxinas   (entero   toxina   estafilococica),   enzimas     e   estimulação   de   linfócitos   T   que  
degradam   a   substancia   base   e   expõem   o   colágeno   a   colagenase.Destruição   articular   completa   em  
4  semanas.  Pode  ocorrer  lx,  sublux  e  osteomielite.  

 Microbiologia:  
Clinical  Factor   Organism  
Patient  Age  
Neonate   Staphylococcus  aureus  
<2  y   Haemophilus  influenzae,  S.  aureus  
>2  y   S.  aureus  
Young  adults  (healthy,  sexually  active)   Neisseria  gonorrhoeae  
Elderly  adults   S.  aureus  (50%),  streptococci,  gram-­‐negative  bacilli  
Structural  Abnormalities  
Aspiration  or  injection   S.  aureus  
Trauma   Gram-­‐negative  bacilli,  anaerobes,  S.  aureus  
Prosthesis  
Early  infection   S.  epidermidis  
Late  infection   Gram-­‐positive  cocci,  anaerobes  
Medical  Conditions  
Injecting  drug  use   Atypical  gram-­‐negative  bacilli  (e.g.,  Pseudomonas  species)  
Rheumatoid  arthritis   S.  aureus  
Systemic  lupus  erythematosus,  sickle  cell  anemia   Salmonella  species  
Hemophilia   S.  aureus  (50%),  streptococci,  gram-­‐negative  bacilli  
Immunosuppression   S.  aureus,  Mycobacterium  species,  fungi  
 

Tratamento:  
  3  princípios  essenciais  no  tratamento  da  artrite  séptica  aguda:    
(1) A  articulação  deve  ser  adequadamente  drenada,    
(2) ATB  para  diminuir  os  efeitos  sistêmicos  de  sepse,  e    
(3) Articulação  deve  permanecer  em  repouso  numa  posição  estável.    
102                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 
Normalmente,   a   contagem   de   leucócitos   é   superior   a   50.000   /   mm3,   porém   50%   dos  
pacientes  com  artrite  infecciosa  pode  ter  28.000  /  mm3  ou  menos,  principalmente  em  pacientes  
com  comprometimento  imunológico.  Além  a  proporção  de  neutrófilos,  é  superior  a  90%.    
A  cultura  pode  ser  negativa  em  18-­‐48%  dos  pacientes  e  em  crianças  pode  chegar  a  70%.    
Antibiótico  inicial  é  empírico  com  base  na  idade  do  paciente  e  fatores  de  risco  (Quadro  
17-­‐2).  Se  nenhum  organismo  é  isolado,  a  terapêutica  empírica  deve  ser  mantida.  
Comparações   clínicas   de   aspiração   com   artroscopia   ou   artrotomia   são   inconclusivos.  
Exceto   para   a   artrite   gonocócica,   que   geralmente   podem   ser   tratadas   eficazmente   com  
antibióticos,  a  drenagem  deve  ser  realizada  para  todos  os  outros  tipos.  
Em   articulações   como   ombro   ou   quadril,   a   drenagem   cirúrgica   aberta   deve   ser   feita.  
Drenagem  artroscópica  é  uma  boa  alternativa  para  joelho,  cotovelo,  ombro  ou  tornozelo.    
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    103  
 

Sindactilia  
 
Dedos  unidos  pela  falha  da  separação  dos  dedos  durante  o  desenvolvimento  embriológico  
Mais  comum  anomalia  congênita  da  mão  
Histórico  familiar  de  40  %  
Ocorre   entre   os   dedos   médio   e   anular   em   mais   de   50%   dos   pacientes.A   quarta,   segunda   e  
primaeira  membranas  são  afetadas  

 
Bilateral  em  50%  dos  casos  
Meninos  mais  afetados  que  meninas  
Classificadas  como  completa  ou  incompleta  e  como  simples(  apenas  pele)  e  complexa(  elementos  
ósseos  comuns  compartilhados).  
Acrosindactilia:  fusão  lateral  de  dedos  nas  suas  extremidades  distais,  com  fenestração  proximal.  
Braquisindactilia  denota  encurtamento  associado  dos  dedos  com  sindactilia.  
Sd   de   Poland:   ausência   da   porção   esterno   costal   do   músculo   peitoral   maior   ipsilateral   +  
sindactilias  
Sd  de  Apert:  sindactilias  múltiplas  com  fácies  atípicas  
Sd  de  Carpenter:acrocefalopolissindactilia  com  polidactilia  
Tratamento:a  intervenção  cirúrgica  não  é  urgente.Os  pais  devem  ser  encorajados  a  massagear  a  
comissura   na   tentativa   d   alongar   a   pele   para   facilitar   a   cirurgia,   que   de   preferência   deve   ser   feita  
antes  que  a  criança  chegue  a  idade  escolar  
A   Idade   ideal   parece   ser   18   meses   para   procedimento   cirugico(   procedimentos   mais   precoces  
evoluíram  com  mais  complicações)  
Se   houver   dedos   de   diferentes   tamanhos   comprometidos,   separação   precoce,   entre   6   e   12   meses  
é  melhor  em  virtude  da  probabilidade  de  deformidades  angulares,  rotacionais  e  de  flexão.  
Quando   múltiplos   dedos   estiverem   acometidos,   os   das   bordas   devem   ser   liberados  
primariamente,  com  liberações  subseqüente  6  meses  depois.  
O  procedimento  cirúrgico  envolve  3  passos:  separação  dos  dedos,  reconstrução  da  comissura,  e  
ressuperficializacao  das  bordas  intervenientes.(  incisão  em  ziguezague)  
Complicação  mais  comum:  deformidade  cicatricial  do  dedo  ou  comissura.A  mais  grave  é  o  dedo  
avascular,  mas  é  rara  
 
104                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Deficiência  femoral  focal  proximal  


E  uma  falha  na  formacao  da  extremidade  proximal  do  femur.  

Epidemiologia  
Incidencia  de  1:52.029.  Associado  a  deficiência  fibular  em  até  80%  dos  casos.(  com  pé  valgo  etc.).  
Bilateral  em  15%    

Etiologia  
A   causa   exata   é   desconhecida.   Atribui-­‐se   a   alguns   fatores   extrínsecos,   como   trauma,   drogas,  
infecção   viral,   irradiação,   isquemia   local,   mudanças   de   condições   hormonais.   Parece   que   existe  
um  padrao  de  heranca  autossomico  dominante.  

Quadro  clinico  
Coxa   curta   e   volumosa,   deformidade   em   RE   de   flexão-­‐abdução   do   quadril,   encurtamento   do  
membro  afetado.  
Anomalias   em   80%   dos   pacientes   com   DFFP,   incluindo   deficiência   longitudinal   congênita   da  
fíbula,   encurtamento   congênito   da   tíbia,   deformidade   em   flexão   do   joelho,   ausência   dos  
ligamentos   cruzados   do   joelho,   patelas   ausentes   ou   hipoplásicas,   coalizão   tarsal,   ausência   de  
raios   do   pé   ou   de   uma   parte   do   membro   superior.   O   joelho   sempre   se   mostra   instável   na   direção  
antero-­‐posterior.  

Classificacoes  
Aitken  A:  fêmur  curto  com  a  coxa  vara.  Presença  de  cabeça  do  fêmur  e  acetábulo  bem  formado.  
B:   fêmur   curto,   atraso   da   ossificação   da   cabeça   do   fêmur   e   acetábulo,   lateralização   da  
extremidade   superior   do   fêmur.   Extremidade   proximal   do   fêmur   acima   do   acetábulo.   C:  
acetábulo   raso   e   cabeça   femoral   não   existe,   extremidade   superior   do   fêmur   é   esclerótica   e  
pontiaguda.  D:  diáfise  femoral  extremamente  curta,  ausência  da  cabeça  e  acetábulo.    

Tratamento  
Quadril   estável.   Previsao   de   crescimento   do   membro   na   maturidade   <50%   em   relacao   ao  
contralateral:  Artrodese  do  joelho  e  amputacao  de  Syme  Artrodese  do  joelho  e  rotacaoplastia  
Previsao   de   crescimento   do   membro   na   maturidade   >50%   em   relacao   ao   contralateral:  
Alongamento  do  membro  
Quadril  instável:  Fusao  de  steel  e  amputacao  de  syme  Fusao  de  steel  e  rotacaoplastia.  Fusao  de  
Brown  do  femur  com  a  pelve  e  rotacaoplastia  

As   decisões   cirúrgicas   podem   ser   proteladas   até   3   anos   de   idade,   por   ser   melhor   idade   para  
realizar  cirurgia.  Alongamento  ósseo  é  o  mais  indicado  para  alguns  casos,  quando  a  discrepância  
dos   MMII   for   até   20   cm.   Para   este   procedimento,   o   paciente   deve   ter   pé   plantígrado,   estabilidade  
do   quadril,   joelho   e   tornozelo.   Não   deve   ser   realizado   em   crianças   muito   pequenas.   Quando   o  
encurtamento   for   >   50%   do   fêmur   contraleteral,   o   alongamento   não   é   eficaz,   tornando-­‐se  
necessária   a   protetização   do   paciente,   ou   amputação   seguida   de   protetização.   Procedimento   de  
Van  Nes:  rotação  do  MI,  com  o  pé  retrovertido  para  substituir  a  função  do  joelho.  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    105  
 

Mão  torta  radial  


Caracterizada   por   músculos   tênares   deficientes   ou   ausentes,   polegar   encurtado,   instável   ou  
ausente  e  um  radio  encurtado  ou  ausente.  
Isoladas   ou   associadas   a   outras   ma   formações   musculoesqueleticas   ou   sistêmicas   mais  
comumente(25  %  ).As  síndromes  mais  frequentes:  
Holt-­‐Oram(  defeito  no  septo  atrial),  anemia  de  Fanconi(  pancitopenia),  TRA  (trombocitopenia)  e  
síndrome  VATER.Tambem  se  associa  com  trissomias  do  13  e  18.  
Escafóide  e  trapézio  ausentes  em  mais  da  metade  dos  pacientes,  e  o  polegar  ausente  em  mais  de  
80%.  
50  %  dos  casos  bilateral.  Se  unilateral,  direito  é  maior  que  esquerdo  
Sexo  masculino  =  feminino  
Maioria  de  causa  desconhecida  
Classificação  modificada  de  Heikel  ou  Bayne  Klug  
Tipo  I:  radio  distal  curto  
Fise  radial  distal  presente  mas  com  aparecimento  retardado  e  fise  proximal  normal.Radio  apenas  
ligeiramente  encurtado  e  a  ulna  não  arqueada  
Tipo  II:  radio  hipoplásico  
Ambas   as   fises   estão   presentes   mas   são   retardadas   no   seu   aparecimento,   resultando   em  
encurtamento  moderado  e  espessamento  e  arqueamento  da  ulna  
Tipo  III:  ausência  parcial  do  radio  
Pode   ser   proximal,   distal   e   media,   sendo   no   terço   distal   mais   comum.É   comum   o   carpo   distal  
estar  desviado  e  não  suportado  e  a  ulna  espessa  e  arqueada.  
Tipo  IV:ausência  total  do  radio  
Mais   comum,   com   desvio   radial   do   carpo,   subluxacao   palmar   e   proximal,   ulna   encurtada   e  
arqueada  
Os  nervos  periféricos  apresentam  comportamento  anômalo,  com  o  nervo  mediano  sendo  o  mais  
importante  clinicamente.  
Tratamento   :imediatamente   apos   o   nascimento   a   Mao   torta   radial   pode   muitas   vezes   ser  
corrigida   passivamente,   sendo   geralmente   recomendado   aparelho   e   tala.A   mão   e   punho   são  
corrigidos  primeiro,  e  a  seguir  o  cotovelo  é  corrigido  o  melhor  possível.  
Há  concordância  geral  favorecendo  correção  operatória  aos  3  aos  6  meses  de  idade  em  crianças  
com  suporte  radial  inadequado  do  carpo.Já  A  policizacao  ,  quando  indicada,  segue-­‐se  aos  9  a  12  
meses  de  idade.  
A  reconstrução  destes  membros  exige  tres  tipos  de  procedimento:    
•Centralização   do   carpo   sobre   o   antebraço(   osteotomia   ulnar   pode   ser   necessária   se  
arqueamento   maior   que   30o   complicação:lesão   de   estruturas   neurais,   em   particular   lesão   do  
nervo  mediano)    
•Reconstrução/policização   do   polegar(   dedo   indicador   rodado   160o   e   colocado   em   40o   de  
abducao    
Ocasionalmente,  transferência  do  tríceps  para  restaurar  a  flexão  do  cotovelo.  
•Oponentoplastia  do  abdutor  do  dedo  mínimo  apropriado  para  o  raro  paciente  com  aplasia  tênar  
isolada  em  associação  com  a  mão  torta  radial  ou  para  pacientes  com  fraqueza  na  oposição  apos  
policização.  
 

 
106                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Pseudoartrose  congênita  de  tíbia  


Arqueamento   da   Tíbia:   3   tipos   de   arqueamento:   Antero-­‐lateral,   associado   com   pseudoartrose  
congênita  e  displasia  da  tíbia  (existe  a  benigna);  Postero-­‐medial,  geralmente  benigno;  e  anterior  
ou  Antero-­‐medial  associada  com  deficiência  congênita  da  fíbula.  
Arqueamento   Antero-­‐Lateral   (Pseudoartrose   congênita   da   Tíbia):Geralmente   associado  
com  pseudoartrose  congênita  da  tíbia,  Incidência  de  1/140.000.  
Etilogia  e  Patologia:5,7%  das  NF1  possuem  esta  deformidade,  55%  das  pseudoartrose  de  tíbia  
sao   associados   a   NF.   A   presença   de   NF   não   afeta   a   incidência   de   união   ou   o   prognostico   dos  
pacientes.   Displasia   fibrosa   esta   presente   em   15%   dos   pacientes   com   arqueamento   Antero-­‐
lateral.   Raramente   Tb   pode   existir   uma   associação   de   pseudoartrose   congênita   com   banda   de  
constrição.  
Classificação:  
Crawford  e  Schorry:  Tipo  1  –  tíbia  não  displasica;  Tipo  2  –  apresenta  arqueamento  com  falha  na  
tubularizacao  e  alargamento  do  canal  medular;  Tipo  3  –  apresenta  arqueamento  com  lesão  cística  
antes   da   fratura   ou   alargamento   do   canal   devido   a   fratura   previa;   e   Tipo   4   –   apresenta  
pseudoartrose  franca  e  extremidades  ósseas  atroficas.  
Boyd:  Tipo  1  –  arqueamento  anterior  presente  ao  nascimento;    
Tipo   2   –   arqueamento   anterior   em   forma   de   ampulheta   presentes   ao   nascimento.   fraturas   são  
comuns  antes  dos  2  anos.”Tíbia  de  alto  risco”-­‐  canal  medular  obliterado.  mais  comum.  associado  
a  NF;    
Tipo  3  –    cisto  congênito  ,  em  geral  próximo  a  junção  do  1/3  medio  para  distal  da  tíbia;    
Tipo   4   –ósso   esclerotico   de   localização   clássica   sem   estreitamento   da   tíbia.   Uma   Fratura   por  
insuficiência   ou   por   estresse   ocorre   na   tíbia   e   estende-­‐se   gradualmente   pelo   osso   esclerosado;  
Tipo  5  –  Observada  como  uma  fíbula  displasica;  
Tipo  6  –  presença  de  neurofibroma  intraosseo  ou  Schwanoma.  Raro.  
Quadro   clinico:   diagnostico   é   realizado   ao   nascimento.   Presenca   de   proeminência   lateral   e   pe  
em   inversão   ou   pelo   menos   desviado   medialmente   em   relação   a   perna.   Geralmente   a  
deformidade  é  unilateral.  
Tratamento:   historia   desfavorável.   Depois   de   uma   fratura,   tendência   a   não   consolidação,  
principalmente  antes  da  marcha.  Objetivos  –  manter  um  alinhamento  satisfatório  do  membro  e  
proteção  para  consolidação.  
Modalidades   de   tratamento:   fixação   interna   ou   externa,   enxerto,   estimulação   elétrica,  
amputação.  
Profilaxia:  Objetivo  é  previnir  a  fratura,  antes  da  marcha  nenhum  tratamento  somente  educação  
dos  pais.  Na  marcha,  ortese  de  proteção,  não  demonstrado  que  previna  fraturas,  continuada  ate  a  
maturidade   ou   ate   a   fratura   acontecer.   Strong   e   Chung   defendem   um   enxerto   profilático   em  
bypass   posterior   a   deformidade,   dois   problemas:   violação   da   perna   não   acometida   e   não   é  
corrigida  a  deformidade.  Geralmente  a  fratura  sem  dor.  
Fixação   intramedular(pinos   de   Sofield   e   Millar):   de   escolha   na   primeira   tentativa   de  
consolidação,  ressecção  da  pseudoartrose,  encurtamento,  enxerto.  Não  ha  consenso  sobre  a  idade  
para   cirurgia.   Alguns   autores   defendem   antes   dos   3   anos   devido   a   obtenção   de   melhores  
resultados.   Outros   dizem   que   a   chance   de   amputação   aumenta   quanto   antes   primeiro  
procedimento.   sucesso   de   85%.   Deve-­‐se   realizar   fasciotomias   no   procedimento.A   ressecção   da  
pseudoartrose   da   fíbula   quando   presente   é   realizada   por   uma   segunda   incisão   lateral.   A   haste  
atravessa   o   tornozelo   em   dorsiflexao   neutra.Pode   ocorrer   refratura   ou   valgo   do   tornozelo   no   pos  
operatorio.   O   encurtamento   relacionado   a   ressecção   da   pseudoartrose   e   possível   lesão   da   fise  
distal  da  tíbia.  
Enxerto   vascularizado   da   fíbula:   atualmente   os   enxertos   vascularizados   são   de   escolha  
(principalmente   >3cm)   .   Geralmente   fíbula   ipsilateral   ou   contralateral.   refratura   em   1/3   dos  
casos,  provavelmente  devido  a  impossibilidade  de  fixação  intramedular.  no  local  doador  valgo  do  
tornozelo   e   fraqueza   dos   flexores.   sinostose   tibiofibular   distal   (cirurgia   de   Langenskiold)   ou  
reconstrução  da  fíbula  com  enxerto  para  previnir.  
Estimulação  elétrica:  utilizada  adjuvante  a  fixação  interna  e  enxerto.  
Fixação   externa:Mais   comumentemente   ressecção   com   transporte   ou   encurtamento   e   posterior  
alongamento.   <   5   anos   falho   refratura   quase   que   imediata.   Indicação   mais   velhos   com   falha   de  
outras  opções,  encurtamento  >  5cm,  deformidades  importantes.  
Amputação:  ultima,  Desarticulação  do  tnz  é  recomendada.  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    107  
 

Tíbia  vara  de  Blount  


Etiologia:   Multifatorial   relacionada   a   Deambulação   precoce.   Autossômica   dominante  
penetrância  variável  /  não  congênita.Pior:  meninas  negras  e  fíbula  mais  comprida  que  a  tíbia.  

Fisiopatologia:   Parada   na   ossificação   endocondral   normal   no   aspecto   medial   da   metáfise  


proximal  da  tíbia  e  sua  porção  correspondente  da  fise.O  crescimento  continua  na  porção  lateral.  
Pode   ocorrer   a   formação   de   barra   e   parada   do   crescimento   medial.   Platô   tibial   medial   pode  
parecer  deficiente  postero-­‐medialmente.  

Quadro  Clinico:  Obesos  e  bilateral(  60%).  Varo,  torção  medial  da  tíbia  e  recurvato.  

Achados   Radiográficos:   Varo   da   metáfise,linha   fisaria   medial   larga   e   irregular,epífise   medial  


ossificada   com   slope   e   irregular,   bico   proeminente   medial   na   metáfise   com   ilhas   de   cartilagem  
lucente,  subluxacao  lateral  da  porção  proximal  da  tíbia.  Rx  nl  do  joelho  não  exclui  Blount.  
Levine   e   Drennan   –   ang   metáfise-­‐diafisario,   linha   traçada   do   ponto   mais   proeminente   da  
metáfise  medial  e  lateral  com  uma  linha  perpendicular  ao  longo  eixo  da    diáfise  da  tíbia.  >  11  º  
maior   risco   de   tíbia   vara.   Isoladamente   não   é   suficiente   para   dx.   Altera-­‐se   com   rotação   do  
membro.  No  Blount  mede  >  16o  e  a  relação  entre  os  ângulos  M-­‐D  femoral  e  tibial  é  ≤  1.    

O   angulo   metáfise-­‐epifisario   -­‐-­‐>   auxiliar   no   dx   precoce   de   tíbia   vara   e   ângulos   >   20º   em  
combinação  com  ângulos  de  LD  >  10  º  identifica  uma  criança  em  risco.  

Diferencial:  geno  varo  fisiológico,  displasia  epifisária  múltipla,acondroplasia,  raquitismo,  


osteodistrofia  renal,  pos-­‐trauma,  seq    infecção.  

Classificação:   Langenskiold   :   6   estagios     progressivos   com   a   idade.   Define   prognostico.   (Pré  


Blount,   barra   e   sequela).1   e   2   :   alterações   irregulares   reversíveis   na   ossificação,   indistinguíveis  
do   varo   fisiológico.   4:     Barra   inferior,   verticalmente   deformada.     5   (>8a)   desorganização   da   fise   e  
do  tecido  ósseo  adjacente,  que  resulta  em  depressão  articular  no  estagio  6.  

Tto:  Não  existe  observar  paciente  diagnosticado.  Osteotomias  isoladas:  bons  resultados  em  <  4  a  
Orteses:  <  3  a  e    g2  ou  menor,(50%  suc).  KAFO  23-­‐24  h/dia.  Tentar  até  1a.  Na  falha  osteotomia  
mesmo   antes   dos   4a.   Mais   falha   em   instab   ligamentar,   peso   >   p90   e   inicio   tardio   da   ortese.  
Critérios  TC(barra):    >  5  a,  inclinação    da  fise  de  a  50  a  70  º,  grau  4,  Peso  >  p95,  Meninas  negras    
Estagio  2  de  Langenskiold  
Osteotomia  hipercorretiva:  5º  de  valgo  em  relação  ao  eixo  mecânico  e  desvio  lateral  do  frag  distal  
e   correção   da   rotação   medial.   Distal   a   inserção   do   t.   patelar   para   evitar   a   fise.   Osteotomia   da  
fíbula.  Fasciotomia  previne  compartimental.  Fraqueza  do  ELH  por  neuropraxia  fibular  
Estágio  3  de  Langenskiold  
Osteotomia  corretiva  isolada  em  >  4  a,  quanto  mais  tardio  o  tto  maior  a  chance  de  recorrência.  
Não  se  deve  observar  ou  tratar  com  orteses.  
Estagio  4  e  5  de  Langenskiold  
Não  pode  osteotomia  isolada.  já  fechou  a  fise,  mesmo  sem  barra.  Osteotomia  +  epifiodese  lat,  mas  
em  crianças  novas,    causa  anisomelia  a  ser  corrigida  posteriormente.  Com  mais  de  2  a  restantes  
de  crescimento  -­‐-­‐>  osteotomia  +  epifisiodese  medial  e  interposição  para  evitar  barra.  
Estagio  6  de  Langenskiold  
Ressecção  de  barra  e  interposição  <  que  7  a,  (geralmente  são  mais  velhos-­‐-­‐>  tto  impróprio).  FE    
para   correção   da   deformidade   e   alongamento   +   epifisiolise   lat.   Osteotomia   com   levantamento   do  
planalto   medial   +   enxerto   +   epifisiodese   lat.   Pode   ser   necessária   a   osteotomia   do   fêmur   distal  
para  correção  do  valgo,    secundario  ao  supercrescimento  relativo  do  côndilo  femoral  medial.  
Complicacoes:   Recorrência   da   deformidade,   Sd   compartimental,   Lesao   a.   tibial   anterior  
(29%),Lesao  n.  fibular,  Recurvatum  

 
108                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Doença  de  Freiberg  


  Necrose  avascular  do  osso  esponjoso  seguida  por  processo  de  reparação.  
  Segundo  dedo  freqüentemente  é  o  mais  longo  e  o  segundo  raio  o  menos  móvel.  
  A   pressão   excessiva   sobre   a   cabeça   poderia   causar   microfraturas,   perda   de   irrigação,  
colapso   do   osso   esponjoso   e   deformação   cartilaginea./   Trauma,   estresse   repetido,   anomalias  
vasculares  e  uso  de  sapato  alto  são  relacionados.  

  Epidemiologia  Mais  comum  na  cabeça  do  segundo  metatarso  (68%)  ou  terceiro(27%),  
podendo  ocorrer  também  no  quarto  ou  quinto  metatarsiano.  

  Segunda  década  de  vida.  Após  os  13  anos./  M3:1H.  Bilateralidade  menor  que  10%.  

  Imagens  

  Fragmentação  osteocondral  em  torno  da  cabeça.  Achatamento  da  extremidade  articular  
distal./  Alargamento  da  diáfise  por  espessamento  bicortical  (transferência  da  carga).  

  Cintilografia:  diagnóstico  precoce.  Lesão  central  hipocaptante  e  halo  hipercaptante.  

  RM:   além   de   útil   na   duvida   diagnostica,   ajuda   no   planejamento   cirúrgico,   pois   delimita  
área  de  acometimento  da  cabeça.  

  Anatomopatológico  

  Três  estágios:    

  No  primerio  os  tecidos  intra-­‐articulares  estão  espessados  e  edemaciados.  /  No  segundo  


as   células   da   epífise,   nutridas   pelo   liquido   sinovial,   são   privadas   do   mesmo   pelo   aumento   de  
pressão   secundária   a   sinovite   crônica.   /   No   terceiro   há   incopetencia   dos   vasos   intraepifisarios  
por  trombose  ou  microfraturas.  Ocorre  reparo  e  substituição  nesse  estágio.  

  Um  segmento  de  osso  necrosado  pode  separar-­‐se,  constituindo  um  corpo  livre.  

  Tratamento  

  Maioria   responde   a   tratamento   consevador.   Modificação   de   atividades,   órteses   e   barras  


metatarsais.  Podem  ser  necessários  gesso  e  muletas.  
  Não   é   recomendado   o   tratamento   cirúrgico   na   fase   aguda,   que   pode   durar   de   6   meses   a  
2  anos.  
  As  indicações  são  dor,  deformidade  e  inaptidão.  
  A  simples  excisão  de  um  corpo  livre,  quando  presente,  pode  aliviar  os  sintomas.  
  Giannestras:   ressecção   da   cabeça.   Não   deve   ser   realizada   isoladamnete   pelo   risco   de  
hálux  valgo.  Contra-­‐indicada.  
  Smillie:  raspagem  da  necrose  e  substituição  por  osso  esponjoso.  
  Gauthier   e   Elbaz:   osteotomia   de   cunha   dorsal.   Ideal   quando   apenas   a   região   dorsal   da  
cabeça  está  acometida.  
  Trott:  ressecção  da  base  da  FP  e  sindactilização  do  segundo  e  terceiro  dedos.  
  Freiberg   e   Mann:   desbridamento   articular   e   remodelação   da   cabeça.   Preferido   do  
Campbell.    
  Artroplastia.  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    109  
 

Raquitismo  
Conjunto   de   doenças   que   têm   como   mecanismo   patogênico   comum   a   diminuição   de   cálcio,  
fósforo   ou   ambos.   Devem   ser   de   tal   magnitude   que   interfiram   nos   processo   de   crescimento  
epifisário  e  mineralização  normal  do  esqueleto  da  criança.  

Quadro  Clinico  
Apatia  e  irritabilidade.  Déficit  de  atenção.  Fraqueza.    
Altura  abaixo  do  terceiro  percentil.  Peso  normal  ou  maior  pela  idade.    
Aumento   dos   componentes   cartilaginosos   das   linhas   de   sutura   (caput   quadratum;   bossa  
frontal  de  Parrot).  Aumento  das  cartilagens  costais  (rosário  raquítico).  Identação  das  costelas  
inferiores  na  inserção  do  diafragma  (sulco  de  Harrison).  Pectus  carinatum.  Cifose  dorsal.    
Alargamento  da  região  epifisemetafisaria.  Articulações  aumentadas.  Fraturas  freqüentes.  
O   alinhamento   esquelético   existente   na   época   de   ocorrencia   do   raquitismo   é   acentuado.   A  
doença  no  primeiro  ano  de  vida  geralmente  leva  a  um  varismo  e  rotação  interna  acentuados.  No  
final  da  infância,  sua  tendência  e  a  exacerbação  do  valgismo.  

Imagens  
Osteopenia.  Corticais  finas  e  trabéculas  menores.  
O  achado  histológico  de  sutura  osteóide  se  traduz  radiograficamente  por  marcas  corticais  e  
trabeculares  borradas  ou  irregulares.  
Os   achados   mais   significativos   são   as   linhas   de   Looser   (umbauzonen   ou   pseudofraturas   de  
Milkman):   correspondem   a   extensas   coleções   focais   de   osteóide   em   locais   específicos   do  
esqueleto.  Esse  achado  e  patognomônico.  

Laboratorial  
Tipos     Soro   Urina  
Ca   P   FA   PTH   25vitD   1,25D  
Ca  uri   %TRP  
Carencial   ou   D   ↓→   ↓   ↑   ↑   ↓   ↓  
↓   ↓  
deficiente  
Deficiencia  de  P   →   ↓   ↑   →   →   →   →   →  
Gastrointestinal   ↓   ↓   ↑   ↑   ↓   ↓→   ↓   ↓  
Osteodistrofia   ↓   ↑   ↑   ↑↑   ↓↓   ↓↓     ↓↓  
Renal  
Raquitismos  resistentes  a  vitamina  D  
Diabetes  P   →   ↓↓     →   →   →   ↓↓   →  
Redução  de  1,25   ↓   ↓   ↑   ↑   →   ↓↓   ↓   ↓  
Insensibilidade   ↓   ↓   ↑   ↑   ↑→   ↑→   ↓   ↓  
órgão  final  
Acidose  renal   ↓   ↓   ↑   ↑   ↑→   ↑→   ↓   ↑  
As   alterações   associadas   ao   raquitismo   nutricional   são   mais   precoces   e   mais   leves   que   o  
raquitismo  vitamina  D  resistente.  
Pacientes  com  doença  renal  crônica  apresenta  achados  compatíveis  com  hiperparatiroidismo  
secundário  e  podem  ocorrer  calcificação  e  ossificação  ectópica  

Tratamento  
O  tratamento  do  distúrbio  metabólico  é  quase  sempre  inicial,  pois  pode  ser  curativo,  melhora  
o  estado  do  individuo  e  o  sucesso  do  tratamento  ortopédico.  
Doses  de  ate  50.000UI    de  vitamina  D  são  descritas  para  os  resistentes  a  essa  vitamina.  
A  correção  do  distúrbio  usualmente  leva  a  um  retorno  ao  padrão  de  Salenius  e  Vankka.  
Se  essa  melhora  não  ocorrer,  considerar  o  uso  de  órtese  apesar  da  sua  controvérsia.  
Nos   casos   refratários,   considerar   o   tratamento   cirúrgico.   No   inicio   da   infância   há   preferência  
para  procedimentos  que  não  lesem  a  fise.  
Podem   ser   utilizadas   placas   para   osteotomia   ou   fixação   intramedular   nas   correções   de  
desvios  múltiplos.  

Complicações  
Rigidez.  Imobilidade.  
110                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 
Hipercalcemia.  Artrose  degenerativa.  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    111  
 

Geno  valgo  
 

O   alinhamento   em   valgo   das   extremidades   inferiores   é   normal   em   crianças   entre   2   e   8   anos.O  


Maximo   de   valgo   é   atingido   com   2   a   4   anos.   Com   8   anos   é   esperado   pequena   ou   nenhuma  
mudança  no  alinhamento.  

Correção   do   valgo   apos   8   anos   de   idade   esta   indicado   quando   ha   anormalidade   na  


marcha,dificuldade   para   correr,desconforto   no   joelho,   mal   alinhamento   patelar,evidencia   de  
instabilidade  ligamentar  ou  preocupação  cosmética.  

Tratamento  
 

Hemiepifisiodese  

Utilizada  para  correção  do  valgo  quando  ha  pelo  menos  1  a  2  anos  de  crescimento  restantes.  

Blount   recomendou     ligeira   supercorrecao   porque   existe   a   tendência   de   recorrência   da  


deformidade  apos  a  remoção  dos  grampos.  

Os  grampos  são  colocados  extraperiosteais.  

3  grampos  geralmente  são  utilizados.Blount  recomendou  que  os  grampos  so  devem  ser  retirados  
apos  1  ano  no  local.  

Depois  da  remoção  dos  grampos  o  crescimento  é  imprevisível  podendo  ocorrer  geno  recurvato  
ou  flexo  como  complicações.  

Osteotomias  

São   apropriadas   para   pacientes   que   se   encontram   próximos   da   maturidade  


esquelética.Geralmente  são  realizadas  no  fêmur  distal  com  uma  cunha  de  ressecção  medial.  

Pode  ocorrer  um  geno  valgo  secundário  a  fratura  da  tíbia  proximal(Cozen).O  tratamento  inicial  
deve   ser   a   simples   observação.A   deformidade   máxima   geralmente   é   atingida   com   um   ano   de  
fratura.Seguida  de  vários  anos  de  remodelação.Se  a  deformidade  for  extrema  e  sintomática  deve-­‐
se   tratar   cirurgicamente   com   epifisiodese   de   preferência   nos   3   primeiros   anos   para   evitar   a  
deformidade  em  Z.  

Geno   valgo   pode   ser   causado   por   osteodistrofia   renal   e   nas   displasias   metafisarias   e  
espondiloepifisarias  e  Morquio.  

Complicações  –  lesão  do  nervo  fibular,correção  excessiva  ou  insuficiente,infecção.  

 
112                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Hemimelia  fibular  
 
Definição  

  Também   conhecida   como   ausência   congênita   da   fíbula.É   a   deficiência   mais   comum   dos  
ossos  longos  (seguida  por  aplasia  do  rádio,  do  fêmur,  da  tíbia,  da  ulna  e  do  úmero).  

  A   hemimelia   fibular   consiste   em   um   conjunto   de   anomalias,   sendo   o   quadro   de   menor  


gravidade   um   leve   encurtamento   fibular   e   o   de   maior   gravidade,   a   ausência   total   da   fíbula,  
associada  a  defeitos  no  pé,  na  tíbia  e  no  fêmur.  

   

Epidemiologia      

  A  incidência  situa-­‐se  entre  7,4  a  20  /  1.000.000  nascidos  vivos  

Quadro  clínico  e  exame  físico    

  Em   geral   há   uma   discrepância   no   comprimento   da   perna,   com   deformidade   em  


equinovalgo   do   pé,   contratura   em   flexão   do   joelho,   encurtamento   femoral,   instabilidade   do   joelho  
e  tornozelo  e  rigidez  do  retropé  com  ausência  dos  raios  laterais.  

  O   membro   típico   caracteriza-­‐se   por   pé   valgo,   encurtamento   da   perna,   arqueamento  


anterior   variável   da   tíbia   com   uma   depressão   sobre   o   ápice,   e   valgo   variável   do   joelho.  
Frequentemente   o   pé   está   deformado,   exibindo   ausência   de   um   a   vários   raios   laterais   (pós-­‐
axiais).  

  Anomalias  do  fêmur  são  comuns,  assim  como  hipoplasia  da  patela  e  do  côndilo  lateral  do  
fêmur.  Os  ligamentos  cruzados  são  clinicamente  instáveis.  Casos  de  coalizão  tarsal  e  ausência  dos  
raios  laterais  são  comuns.  

Imagens  

  Alem   do   encurtamento   ou   ausência   da   fíbula,   pode   ser   observado   o   arqueamento  


anterior   da   tíbia   (mais   intenso   nas   deficiências   mais   graves).   O   tornozelo   pode   ter   um   aspecto  
normal   nas   deficiências   leves,   mas   o   aspecto   clássico   é   uma   articulação   tipo   bola   e   soquete   ou  
esferóide   do   tornozelo,   que   é   observadas   em   deficiências   menos   graves.   O   pé   pode   ter   um  
aspecto  normal  porém  é  mais  freqüente  a  ausência  de  um  ou  mais  raios  laterais.  Coalizão  tarsal  
estão   presentes   em   54%   dos   pacientes,   todavia   são   observados   radiograficamente   em   15%,  
devido  a  natureza  cartilaginosa  da  lesão.  

  A  epífise  distal  da  tíbia  muitas  vezes  é  cuneiforme  (ou  triangular).    

Classificação    

  A  classificação  mais  conhecida  é  a  de  Achterman  e  Kalamchi:  

• Tipo  I  à  hipoplasia  da  fíbula  (  deficiência  intercalar  paraxial  incompleta)  


                                                     IA  à  fíbula  proximal  está  curta  

                                                     IB  à  fíbula  proximal  está  ausente  em  30  a  40%  do  seu  comprimento  (fíbula  menor  
que  a  IA)  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    113  
 
• Tipo   II   à   ausência   completa   da   fíbula   (deficiência   intercalar   paraxial   completa   ou  
deficiência  terminal  paraxial  quando  há  ausência  dos  raios  laterais)  
 

Obs:    

A  angulação  da  tíbia  é  mais  freqüente  no  tipo  II  


As  articulações  talocrurais  estão  presentes  na  maioria  no  tipo  IA  
Articulação  tipo  bola  e  soquete  (esferoidal)  é  mais  freqüente  no  tipo  IA  
Os  problemas  mais  graves  nos  pés  e  tornozelos  estão  no  tipo  II  
O   encurtamento   ou   deformidade   do   fêmur   esta   associada   a   70%   no   tipo   I   e   a   50%   no  
tipo  II  
 

Tratamento  

  No   tratamento   da   deficiência   fibular,   os   principais   problemas   são   a   discrepância   no  


comprimento  dos  membros  e  deformidade  e  instabilidade  do  pé  e  tornozelo.  Na  avaliação  inicial  
é   importante   prever   a   discrepância   final   de   comprimento,   com   base   na   porcentagem   atual   do  
encurtamento  (que  tende  a  permanecer  constante  durante  todo  o  crescimento).  

  Quando   a   discrepância   prevista   é   pouca   podemos   optar   por   procedimentos   como  


epifisiodeses,   encurtamento   contra   lateral   (estes   levando   ao   encurtamento   dos   MMII)   ou  
alongamentos   ósseos.   Alguns   autores   relatam   que   discrepâncias   menores   que   10%   (outros   até  
20%)  e  pés  normais  são  indicação  de  alongamento  ósseo.  

  A   amputação   (Syme   ou   Boyd)   é   indicada   quando   a   discrepância   final   é   maior.   O   valor  


exato  varia  entre  os  autores,  podendo  ser  de  12  a  15cm  com  pé  deformado  (Campbell),  7,5cm  e  
pés  não  funcionais  (Lowell  Winter)  e  pés  funcionais  e  discrepância  de  30%  (Lowell  Winter).  

  A   amputação   de   Syme   tem   como   vantagem   a   possibilidade   de   suportar   peso   na  


extremidade   do   membro   residual,   e   uma   das   principais   complicações   é   a   migração   do   coxim  
gorduroso   do   retropé   para   fora   da   extremidade   do   membro   residual   (todavia   pode   ser  
clinicamente  irrelevante).  

  Outra  opção  é  a  amputação  de  Boyd,  na  qual  o  tálus  é  excisado  e  o  calcâneo  preservado  
com  o  coxim  do  calcanhar  sendo  o  mesmo  artrodesado  com  a  tíbia  

  O   arqueamento   tibial   pode   ser   corrigido   concomitantemente   com   outras   cirurgias  


através  de  osteotomias  de  cunha  com  base  anterior.  

  A   correção   do   equinovalgo   exige   a   liberação   do   tendão   calcâneo   bem   como   o   molde  


fibrocartilaginoso  da  fíbula.  Devendo  ser  realizado  osteotomias  varizantes.  A  mais  conhecida  é  a  
osteotomia  de  Wiltse  pois  além  do  valgo,  corrige  a  deformidade  de  translação.  

  Alguns   autores   recomendam   a   reconstrução   da   articulação   talocrural   por   meio   de  


procedimentos  em  tecidos  moles  ou  a  reconstrução  óssea  de  um  encaixe  do  tornozelo  estável.  O  
procedimento  de  Gruca  (a  tíbia  é  seccionada  longitudinalmente,  o  segmento  medial  é  deslocado  
proximalmente  com  o  tálus  deixando  um  suporte  lateral)  somente  é  indicado  quando  o  objetivo  
for  salvar  o  membro,  necessitando  de  um  tornozelo  estável.    

   

   
114                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Osteomielite  crônica  
Osteomielite   crônica:   comumente   conseqüência   de   falha   em   erradicar   OHA,   durando   meses   a  
anos   com   achados   clínicos   de   osso   morto   (seqüestro)   circundado   por   osso   novo   reativo  
(invólucro)  

Classificação    
Cierny-­‐Mader  (1984):  
Estágio  anatômico:  1.Medular  2.Superficial  3.Localizado  4.  Difuso  
Status   patológico   do   hospedeiro:   A.Normal   B.Comprometimento   sistêmico   e/ou   local  
C.Tratamento  pior  do  que  a  doença  
Considera  OMC  como  estágio  4B,  devido  a  presença  de  osteomielite  difusa  em  um  hospedeiro  que  
é  comprometido  tanto  localmente  quanto  sistemicamente.    

Epidemiologia  
Conseqüência   de   OHA   que   levou   a   necrose   extensa   do   osso,   formação   de   seqüestro   e   defeitos  
ósseos   segmentares.   Fatores   mais   significantes   para   redução   da   incidência   de   OMC   parace   ser  
diagnostico  precoce  de  OHA  e  pronto  inicio  de  antibioticoterrapia  
S.  aureus  é  o  mais  comum.  Local  mais  comum:  tíbia,  seguido  de  fêmur  e  úmero  

Fisiopatologia  
Na  criança,  córtex  metafisário  é  fino  e  periósteo  não  é  firmemente  aderido  ao  osso.  Se  infecção  
não  tratada  irromper  no  espaço  subperiosteal,  atinge  a  diáfise  e  eventualmente  afeta  suprimento  
sanguíneo  do  osso.  Resultado  é  osso  morto  (seqüestro)e  tecido  de  granulação.  

Avaliação    
Exames  laboratoriais.  VHS  e  PCR  elevadas  na  maioria  dos  pacientes.  Leucocitose  em  apenas  35%.  
RX  para  avaliar  seqüestro,  invólucro,  necrose  avascular  e  defeitos  ósseos.  Fistulografia.  RM  com  
ou   sem   contraste   pode   diferenciar   áreas   de   infarto   ósseo   e   áreas   de   seqüestro   de   áreas   de  
osteomielite   ativa   e   formação   de   abscesso.TC:   defeitos   ósseos.   Se   diagnóstico   de   OMC   não  
confirmado:  Bx.  

Tratamento  
Antibioticoterapia:   Tratamento   de   até   6   a   9   meses   pode   ser   necessário   direcionado.   Avaliação   da  
resposta  com  exames  laboratoriais,  radiográficos  e  clínicos.  
Cirurgia:   Desbridamento.   Remoção   do   seqüestro,   cavidades   de   abscesso,   tecido   de   granulação.  
Fixador   externo.   PMMA.   Reconstrução:   enxerto,   enxerto   vascularizado   de   fúbula,   tranferencias  
de  tecidos  moles,  Ilizarov.  
A   técnica   de   Papineau   consiste   em   ressecção   do   tecido   infectado   com   ou   sem   estabilização,   auto-­‐
enxerto  esponjoso  e  fechamento  da  pele.  
As  transferências  de  tecidos  variam  desde  um  retalho  muscular  até  transferência  microvascular  
de  tecido  livre.  Ocorre  melhora  do  ambiente  local  ao  se  trazer  tecido  vascularizado,  auxiliando  na  
defesa  do  hospedeiro,  liberação  antibiótica  e  cura  óssea.    

Complicações  
Recorrência  em  2  anos:  20  a  30%.  Desbridamento  mais  agressivo  com  método  de  Ilizarov:  80  a  
100%  de  bons  resultados.    
Osteopenia,  rigidez  articular,  deformidade  angular,  pseudoartrose,  luxação  tibiofibular  proximal  
e  infecção  dos  pinos.  
Depressão.  Anisomelia.  
 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    115  
 

Estenose  do  canal  medular  


  Adultos   de   meia   idade   e   idosos,   homens   na   maioria,   com   dor   lombar   e   nas   extremidades  
inferiores,  precipitada  por  ficar  em  pé  e  andar,  agravada  pela  hiperextensão.  
Anatomia:  
• mais  comum  na  região  lombar,  cervical  Tb  é  freqüente  e  torácica  é  rara.  
• Central:   entre   as   facetas.   Geralmente   por   protusão   discal,   ânulo   fibroso   ou   ligamento  
amarelo  arqueado  ou  espessado.  Claudicação  neurogênica.  
• Lateral:   Artrose   facetaria,   doença   do   disco   ou   ânulo   e   osteofitos   do   corpo   causas   mais  
comuns,  apresenta  sintomas  radiculares.  
• Foraminal:   Causas   são   fx   da   pars   com   proliferação   fibrocartilaginosa   e   hérnia   discal  
lateral,  sintoma  radicular.  
• Extraforaminal:   Causa:   hérnia   discal   lateral   distante,   espondilolistese   e   subluxação  
associada  ou  artrose  facetaria.  Sintoma  radicular.  
• Forma  do  canal  vertebral:  
o Triangular  (juntamente  com  o  ovóide  são  mais  comuns).  
o Ovóide.  
o Trevo  (presente  em  15%  e  mais  vulnerável).  
• Mais   comumente   é   causada   por   artrose   degenerativa   (Sd.   de   Forestier,   hiperostose   e  
rigidez   vertebral   em   idosos).   As   congênitas   acondroplasia   e   espondilolistese   displasica  
são  muito  menos  frequentes,  geralmente  central.  
• O  nível  L4-­‐L5  é  o  mais  acometido  seguido  por  L5-­‐S1  e  L3-­‐L4.    
Historia  natural:  
• Desenvolvimento   insidioso   dos   sintomas   e   ocasionalmente   exacerbados   por   trauma   ou  
atividade  extenuante.  
Avaliação  clinica:    
• Sintomas:  
o 95%  lombalgia  (14  anos  em  antes  da  apresentação,  ciática  2  anos).  
o 91%  claudicação  neurogênica.  
o 70%  alterações  sensitivas  nas  pernas.    
o 33%  fraqueza  motora.  
o 12%  distúrbio  de  micção.  
• A   Sd.   da   cauda   eqüina   (anestesia   em   cela   ,   perda   da   função   urinária   e   intestinal   e  
disfunção   sexual),   sua   causa   mais   comum   é   a   hernia   discal   extrusa   em   um   canal  
estenotico  (aguda  horas  ou  dias)  ou  estenose  lombar  (crônica  insidiosa  meses  ou  anos).  
• Diferenciar   a   claudicação   neurogênica   de   vascular,   os   neurogênicos   demoram   mais    
tempo   para   melhorar   (20   min   contra   5),   toleram   subir   ladeira   e   escadas,   empurrar  
carrinho  de  supermercado  e  pedalar  bicicleta.  Distancia  variável  na  neurogênica.        
•        Lasegue   geralmente   é   normal,   exame   neurológico   Tb,   pode   se   alterar   se   o   paciente  
caminhar  ate  o  limite  da  dor  e  for  reexaminado.  
Classificação:    Arnold:  
o 1)  congênita/desenvolvimento:  
§ a)  acondroplasia.  
§ b)  idiopática.  
o 2)  adquirida:  
§ a)  degenerativa  (  é  a  mais  comum,  lombar,  H  e  >50  anos).  
§ b)  espondilolistese  degenerativa.  
§ c)  iatrogênica.  
§ d)  pós  metabólica.  
§ e)  metabólica  (Paget  e  fluorose).  
o 3)  combinada:  1+2.    
Diagnostico  por  imagem  
RX:  triagem  (dor  >6  s,  e  sinais  de  risco:  trauma  recente,  historia  de  câncer,  imunossupressão,  
idade  >  50  ou<  20  a,  déficit  neurológico  ou  cirurgia  previa).  Alterações  degenerativas.  
RM:  Não  deve  ser  usada  como  triagem  alto  índice  de  doença  assintomática.  
116                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 
Tratamento:    
  Não   cirúrgico:   bons   resultados   em   69%:   repouso   máximo   2   dias,   AINH   ou  
corticosteróides  em  mais  graves,  programa  de  exercícios  de  estabilização  do  tronco  e  exercícios  
aeróbicos.  
Cirúrgico:    
• Bom   prognostico:   hernia   de   disco,   estenose   de   um   nível,   fraqueza   com   menos   de   6   s,  
idade  <  65  anos  e  monoradiculopatia.  Indicação  por  sintoma  neurológico  só  agudos.  
• A  incapacidade  do  paciente  tolerar  as  limitações  impostas  pela  doença  e  o  insucesso  do  
tto  conservador  são  as  principais  indicações.  
• A  descompressão  por  laminectomia  (idosos)  ou  fenestração  (jovens)  é  o  tto  de  escolha  
na   estenose   vertebral   lombar,   a   artrodese   é   necessária   se   a   ressecção   óssea  
comprometer   a   estabilidade,   ou   se   houver   espondilistese   istmica   ou   degenerativa,  
escoliose  ou  cifose.  
• Em  casos  de  síndrome  da  cauda  eqüina  crônica,  o  tto  apos  avaliação  completa,  não  deve  
melhorar   os   sintomas   e   sim   impedir   progressão;   nas   agudas   o   tto   deve   ser   de   urgência   e  
o  déficit  neurológico  pode  não  melhorar  impede  a  progressão.  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    117  
 

Doença  de  Scheuermann  


Definição  
Acunhamento   de   5   ou   mais   graus   de   pelo   menos   3   vertebras   consecutivas.(critérios   de  
Sorenson).  Cifose  >  50º  considerada  anormal.  
Coluna   cervical   é   lordótica   /   Coluna   Torácica   é   cifótica(   20   a   40º)/   Coluna   lombar   é  
lordótica(40  a  60º)/  Coluna  sacral  é  cifótica  
Etiologia  
Multifatorial.   Scheurmann:Necrose   avascular   da   apófise   anular   do   corpo   vertebral.   Schmorl:  
acunhamento  por  herniação  de  material  discal  para  dentro  do  corpo  
Epidemiologia  
Ápice  entre  T7  e  T9,  mais  homens  ,  Idade  media  10-­‐12a  
Classificação  
Típicos:  Preenche  Sorenson  e  acomete  coluna  torácica  e  Atípicos:  não  preenche  Sorenson  
e   acomete   toracolombar.  Mais   flexível,   mais  progressivo  e  pode  se  tornar  doloroso  no  adulto,  
tto  mais  difícil.  
Quadro  Clinico  
• Estirão   do   crescimento-­‐-­‐>   deformidade   pequena   e   poucos   sintomas.(no   ápice   da  
deformidade).   Isquiotibiais   e   peitorais   retesados.   Neurológico   normal.   Cifose   é  
angular  e  não  se  corrige  com  o  teste  de  extensão  
• Se  dor  lombar  e  deformidade  torácica  -­‐-­‐>  espôndilolise  
• Scheurmann  lombar  -­‐-­‐>  lombalgia  sem  deformidade  acentuada  característica.    
Imagem  
Mais  que  5o  de  acunhamento  em  3  vértebras  consecutivas  e  irregularidades  das  placas  com  
angulação  maior  que  45o  -­‐-­‐>  critérios  para  Scheurmann.  (Sorenson)  
• Escoliose  em  1/3  dos  pacientes,  de  10  a  20º.  Raramente  progressiva,  Espondilolise  
lombar    frequente  (50  %)  
• 2   padrões,   torácico,   mais   rígido(   diferencia   do   dorso   curvo   post)   e   toracolombar   (s/  
acunhamento  vertebral).  Irregul.  placas  vertebrais,  Schmorl,  e  estreitamento  discal.  
Historia  Natural  
• Deformidade   mínima   e   poucos   sintomas.   Risco   de   progressão:   Anos   faltantes   para  
crescimento  e  nº  de  vertebras  acunhadas.Boa  função  pulmonar  .Piora  >  100  º  
Diagnostico  diferencial  
• Dorso  curvo,  Espondilite  infecciosa,  Osteocondrodistrofias,  Tu  e  def  congênitas  e  PEA  
Tratamento  
• Ortese  integral  por  14  m,  bons  resultados  se  crescimento  restante.  Milwalkee  ou  Boston  
• Cirurgia  se  dor  e  deformidade  inaceitável,  por  curva  progressiva  >    70/80º  
• Liberação   anterior   +   fusão   posterior.Se   esqueleto   imaturo,   com   correção   para  
menos  de  50º  -­‐-­‐>  fusão  instrumentada  posterior  
• Ideal   é   fundir   uma   vértebra   acima   e   uma   abaixo,   pelo   sistema   de   Cotrel-­‐Dubousset   .  
Construcao  deve  conter  no  mínimo  8  ganchos  acima  e  6  abaixo  do  ápice.  
Até  50º   Observação/Alongamento  
Entre  50  e  70º   Colete  de  Milwalkee  
Maior  que  70º   Fusão  vertebral  
Pos-­‐operatório  
• Órtese  pós-­‐op  não  é  necessária.  Fusão  em  3  a  6m.  
• Lowe:   Não   corrigir   >   50%   ou   deixar   <   40º   para     evitar   a   cifose   juncional   proximal,  
resultado  hipercorreção.  
118                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Escoliose  idiopática  
  Desvio  lateral  da  coluna  no  plano  frontal  que,  quando  medido,  supera  os  10°.  E  a  forma  
mais   comum   das   escolioses   (80%)./   As   curvas   maiores   e   progressivas   sao   mais   frequentes   em  
mulheres.    

  Classificaçao  

  Não  estruturais  –  são  as  curvas  flexíveis.  Quando  se  corrigem  para  menos  de  25º  Cobb  
segundo  Lenke  ou  correção  de  >  de  40%  da  curva  segundo  King.  

  Nash   e   Moe:   relaçao   entre   os   pediculos   e   o   centro   do   corpo   vertebral.   Dividido   em   5  


graus./  Grau  0:  normal/  Grau  I:  o  pediculo  convexo  afasta-­‐se  do  corpo  vertebral./  Grau  II:  entre  o  
grau  I  e  III/  Grau  III:  o  pediculo  convexo  esta  no  centro  do  corpo./  Grau  IV:  o  pediculo  convexo  
passa  do  centro  do  corpo  

  KING/  1.  dupla  curva  toracolombar,  com  flexibilidade,  verdadeira,  artrodese  das  duas;/  
2.   curva   torácica   e   curva   lombar,   lombar   mais   flexivel,   artrodese   torácica;/   3.   curva   torácica   com  
descompensação   mínima,   e   curva   lombar   não   cruza   linha   média,   artrodese   torácica;/   4.   curva  
torácica   longa   com   descompensação   significativa,   artrodese   total;/   5.   dupla   curva   torácica,  
artrodese  das  duas.  

  LENKE  

 
  Instrumentaçoes  posteriores  

  Harrington:  Ganchos  aplicam  forcas  de  distraçao  no  lado  concavo  da  curva.  

  Instrumentaçao  de  Luque  (dupla  em  L):  Utiliza-­‐se  de  fios  sublaminares.  Pode  manter  a  
cifose  toracica  e  a  lordose  lombar.  Nao  precisa  de  brace  pos-­‐operatorio.  

  Sistema   de   ganchos   multiplos:   Cotrel-­‐Dubosset,   Texas   Scottich   Rite   e   Isola.   Permite  


correçao  3-­‐D.  E  feita  uma  manobra  de  "derrotaçao".  

  Parafusos  pediculados/  Menos  complicaçoes  que  o  Cotrell-­‐Dubosset./  Melhor  correçao  


no  plano  axial  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    119  
 

Hérnia  discal  lombar  


Epidemiologia  
Terceira  e  quarta  décadas  de  vida.  Mais  comum(95%)  L4-­‐L5  e  L5-­‐S1.  
Quadro  Clinico  
Dor  lombar,  irradiação  para  sacroiliaca  e  nádegas.  Pode  irradiar  para  coxa  posterior.  
A  dor  radicular,  diferente  de  outras  doenças  que  afetam  a  coluna,  estende-­‐se  abaixo  do  joelho  
e  compromete  o  dermatomo  especifico.  
Escoliose   antálgica.Sinal   de   Lasegue(L4-­‐L5;L5-­‐S1):   positivo   para   o   lado   acometido.   Dor   na  
nádega  e/ou  perna  ipsalteral.  Extensão  do  joelho  com  quadril  a  90°  de  flexão.    
Dor  na  perna  contralateral:  patognomonica  de  disco  herniado.  Sua  ausência  não  exclui  o  
diagnostico,  principalmente  em  idosos.  
• Compressão   de   L4:   Sensibilidade:   perna   medial(maléolo   medial).Fraqueza:   Tibial   anterior.  
Reflexo  diminuído  ou  ausente  do  tendao  patelar.  
• Compressão  de  L5:  Sensibilidade:  dorso  do  pe(primeiro  espaço).  Fraqueza  do  extensor  longo  
do  halux;Reflexo  difícil  do  tibial  posterior.  
• Compressão   de   S1:   Sensibilidade   do   maléolo   lateral(dorso   do   quinto   dedo);   Fraqueza   dos  
fibulares;  Reflexo  calcaneano.  
Imagens  
Radiografias  excluem  outras  possíveis  causas.  RM:  teste  mais  útil.  
Classificação  
Tipo:  Normal;  Protusao;  Extrusão;  Hérnia  Migrada.  
Estagio  de  ruptura:  Ruptura  do  anulo;  Protusao;  Extrusão;  Seqüestro.  
Forma:  Protusao:  altura  da  hérnia  e  maior  que  seu  diâmetro.  Extrusão:  diâmetro  e  maior  que  
altura.  
Localização  em  relação  ao  canal:  Zona  central;Recesso  lateral;  Zona  intraforaminal;  Zona  
extraforaminal.  
Localização  anatômica:  Lateral;  Axilar;  Foraminal;  Migrada;  Central.  
Tratamento  

Conservador:   Repouso   por   2   dias.   Posicao   semi-­‐Fowler   (lateral,   quadris   e   joelhos  


flexionados)  com  travesseiro  entre  as  pernas.  Gelo,  massagem,  AINE.  Corticoterapia.  Opioides.  
Na   melhora   da   crise,   iniciar   exercícios   abdominais   e   da   extremidade   inferior.   Caminhadas.  
Sentar  no  automóvel  e  contra-­‐indicado.  Educação  postural.  Fisioterapia.  Atividade  física.  
Esteroides   epidurais:   combinados   com   anestésico.   Metilpredinisolona   associado   a  
lidocaina,  bupicaina  ou  procaína.  Três  injeções  em  intervalos  de  7  a  10  dias.  Bons  resultados  em  
pacientes  com  doença  subaguda  ou  crônica.  

Cirúrgico:   Falha   do   conservador,   síndrome   da   cauda   eqüina   ou   déficit   neurológico   progressivo.  


Recidivas  freqüentes.  Não  cura  a  doença  ou  a  síndrome  localizada.  
Resultados   de   ate   99%   de   alivio   quando   disco   se   encontra   solto   no   canal   ou   seqüestrado.  
82%  nos  pacientes  com  disco  extruso  ou  herniacao  incompleta.  63%  no  disco  protuso  e  38%  na  
remoção  do  disco  normal.  
Via   posterior.   Laminectomia.   Ressecção   do   ligamento   amarelo.   Afasar   dura   medialmente.  
Pode  ser  necessária  ressecaco  de  parte  da  faceta.  Se  mais  de  uma  faceta  for  removida,  artrodese  
deve  ser  considerada.  Especialmente  em  pacientes  jovens,  onde  são  ressecadas  as  duas  facetas  e  
o  disco  no  mesmo  interespaco.  
Complicações  

Injeção   epidural:   locação   de   material   fora   do   espaço   (25%).   Hipotensão,   dificuldade   para  
urinar,  angina,  cefaléia,  hipercorticoidismo,  hemorragia  retiniana,  meningite.  
Cirúrgica:   chegam   a   10%.   Mortalidade   0,1%.   TVP   1%.   Infecção   3%.   Laceração   dural   1,6%.  
Neuropatia.  Fistula  liquorica.    
Fibrose  epidural:  uso  de  enxerto  livre  de  gordura  parece  diminuir.  
 
 
120                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 
 

Espondilolistese  
Deslizamento  para  frente  de  uma  vértebra  sobre  a  vértebra  caudal  seguinte.  

Devido   ao   defeito   ser   mais   comum   em   L5   ,   o   deslizamento   é   mais   comum   neste   nível  
com  L5  deslizando  sobre  S1.  

Classificação    
Wiltse  

Tipo   1   –   Displastica   ou   Congênita   –Frequentemente   associada   com   espinha   bífida  


oculta.Mais  comum  em  mulheres.  

Tipo   2   –   Istmica.Ha   um   defeito   da   pars   articularis   que   permite   o   deslizamento   para  


frente,  com  as  articulações  facetarias  normais.Ha  3  subtipos:Fratura  lítica  da  pars;pars  
alongada,  mas  intacta;fratura  aguda  da  pars.  

Tipo  3  –  Degenerativa  

Tipo  4  –  Traumática.  Uma  fratura  aguda  em  uma  área  da  vértebra  que  não  a  pars.  

Tipo  5  –  Patológica.  Uma  lesão  da  pars  ou  pedículo  devido  a  doença  óssea  generalizada  
que  permite  deslizamento  para  frente.  

Somente   os   tipos   1   e   2   ocorrem   em   crianças   e   adolescentes.Sendo   o   tipo   1   o   menos  


comum.Mas  apresenta  maior  risco  de  lesao  neurológica.  

Meyerding  

Grau  1  –  deslizamento  de  1  a  25%  

Grau  2  -­‐  deslizamento  de  26  a  50%  

Grau  3  -­‐  deslizamento  de  51  a  75%  

Grau  4  -­‐  deslizamento  de  76  a  100%  

Grau  5  –  espondiloptose,  o  deslizamento  ultrapassa  a  borda  anterior  do  sacro  

Progressão/Quadro  Clinico  
Dor  é  o  sintoma  de  apresentação  mais  comum.  

O   numero   de   crianças   com   espondilolise   que   irão   desenvolver   espondilolistese   apos   6  


anos  é  pequeno.  

Maior  incidência  em  meninos  brancos.  

Embora  seja  mais  comum  no  sexo  masculino,  os  deslizamentos  mais  graves  são  4  vezes  
mais  comuns  no  sexo  feminino.  

 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    121  
 
Etiologia  
Desconhecida.Teorias   relacionadas   com   fatores   hereditários,predisposição  
congênita,trauma,postura,  crescimento  e  fatores  biomecânicos.  

Angulo  de  Deslizamento  


Mede   a   quantidade   de   cifose   lombossacral   ou   rotação   sagital.Angulos   superiores   a   55o  
tem   maior   associação   com   progressão   da   deformidade   mesmo   depois   de   artrodese  
posterior  solida.  

Tratamento  
A   idade   nao   apresenta   valor   prognostico.O   deslizamento   inicial   apresenta   valor  
prognostico.  

Não  Operatório  
Indicado  para  deslizamentos  menores  que  30  a  50%  na  criança  em  crescimento  e  para  
alguns  deslizamentos  maiores  no  adolescente  maduro.  

Observação   se   assintomático   menor   que   30-­‐50%   em   uma   criança   em   crescimento   e  


redução  das  atividades  se  sintomático  menor  que  30-­‐50%.  

Operatório  
Criança  sintomática  que  não  responde  ao  tratamento  não  cirúrgico.  

Criança   em   crescimento   com   deslizamento   maior   que   30-­‐50%   ou   adolescente   maduro  


com  deslizamento  maior  que  75%  mesmo  na  ausência  de  sintomas.  

O   procedimento   cirúrgico   usado   é   a   artrodese   postero-­‐lateral.Com   fusão   de   L5   e   S1.A  


fusão  estendida  ate  L4  é  realizada  em  casos  de  graus  maiores  de  deslizamento(>50%).  

Complicações  
 

Pseudoartrose  –  15%  com  maior  taxa  atribuída  a  espondilolistese  grave.  

Complicações  neurológicas  –  descritas  na  redução    

Aumento  do  deslizamento  

 
122                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Espondilolistese  degenerativa  
 
Deslizamento  para  frente  de  uma  vértebra  sobre  a  vértebra  caudal  seguinte.  

Ocorre   em   pacientes   com   mais   de   40   anos.Deformidade   L4   e   L5   é   a   mais   comum.E   4x   maior   com  


L5  sacralizada.Mais  comum  em  mulheres  e  ooforectomizadas.  

Classificação    
 
Wiltse  
Tipo   1   –   Displastica   ou   Congênita   –Frequentemente   associada   com   espinha   bífida   oculta.Mais  
comum  em  mulheres.  
Tipo  2  –  Istmica.Ha  um  defeito  da  pars  articularis  que  permite  o  deslizamento  para  frente,  com  as  
articulações   facetarias   normais.Ha   3   subtipos:Fratura   lítica   da   pars;pars   alongada,   mas  
intacta;fratura  aguda  da  pars.  
Tipo  3  –  Degenerativa  
Tipo  4  –  Traumática.  Uma  fratura  aguda  em  uma  área  da  vértebra  que  não  a  pars.  
Tipo   5   –   Patológica.   Uma   lesão   da   pars   ou   pedículo   devido   a   doença   óssea   generalizada   que  
permite  deslizamento  para  frente.  
Somente  os  tipos  1  e  2  ocorrem  em  crianças  e  adolescentes.Sendo  o  tipo  1  o  menos  comum.Mas  
apresenta  maior  risco  de  lesao  neurológica.  
Na  degenerativa  o  pars  está  intacto.  
Meyerding  
Grau  1  –  deslizamento  de  1  a  25%  
Grau  2  -­‐  deslizamento  de  26  a  50%  
Grau  3  -­‐  deslizamento  de  51  a  75%  
Grau  4  -­‐  deslizamento  de  76  a  100%  
Grau  5  –  espondiloptose,  o  deslizamento  ultrapassa  a  borda  anterior  do  sacro  
Deformidade  não  parece  ser  escorregamento  simples  mas  sim  uma  deformidade  rotatória.  
Ângulos   sagitais   das   facetas   maiores   que   45   graus   em   L4-­‐5   probabilidade   25   x   maior   de  
espondilolistese  degenerativa  segundo  Boden.  
 
 
Quadro  Clinico  
Lombalgia,   Claudicação   neurogênica,   radiculopatia   e   mais   raramente   disfunção   vesical   e  
intestinal.  
Achatamento  da  lordose  lombar.  
Tratamento  
Clinico  –  período  curto  e  repouso,  AINH,  raramente  ortese.  
Injeção  de  esteróide  epidural  
Cirúrgico   –   Falha   do   tto   conservador(10   a   15%   dos   pacientes)   ou   presença   de   sintomas  
neurológicos.  
Descompressão  sem  artrodese  –  bons  resultados  em  70%  dos  pacientes  
Descompressão  com  artrodese  –  qdo  altura  do  disco  preservada  apos  laminectomia,  osteoporose,  
ausência  de  osteofitos  no  RX,  pequeno  movimento  não  patológico  no  RX.  
 
 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    123  
 

Espondilolistese  traumática  do  áxis  


Imagem  
Rx  lateral  da  coluna  vertebral  cervical:  exame  de  triagem  inicial.  Rx  AP  e  transoral:avaliação  do  
odontoide  e  das  massa  laterais  do  atlas.O  odontóide  deverá  estar  centrado  entre  as  massas.  

Linha   laminar   espinal   anterior:   entre   as   corticais   anteriores   da   lamina   do   atlas,   do   axis   e   de  
C3.Todos  esses  pontos  deverão  estar  a    1  ou  2  mm  de  distancia  desta  linha.    

Intervalo  atlas  dente:  cortical  anterior  do  dente  até  cortical  posterior  do  arco  anterior  deverá  ser  
de  3  mm  no  adulto  e  5  mm  na  criança.  Se  maior  deve-­‐se  suspeitar  de  insuficiência  do  ligamento  
transverso.  Espaço  disponível  para  a  medula:  deverá  medir  no  mínimo  13  mm  adulto.  

TC   com   cortes   de   2mm   é   indicada   para   pacientes   portadores   de   fx   da   coluna   cervical   confirmada  
ou   suspeita.   RM   é   indicada   para   pacientes   portadores   de   lesão   da   medula   espinal.As   imagens  
ponderadas  em  T2  podem  mostrar  ruptura  ligamentar  da  coluna  cervical  

Classificação  
Classificação  de  Effendi  modificada  por  Levine  e  Edwards,  Starr    

Tipo  I     Estavel   Fx  não  deslocada  


Tipo  Ia   Starr   instavel   Obliquamente  deslocada  
Tipo  II     Instável   Deslocada   com   flexão   de   um   componente,mais   de   3   mm  
translação  anterior  e  angulação  significativa  
Tipo  IIa   Levine     Instavel   Ruptura   C2-­‐C3   e   ligamento   interespinal.=   II   com   translação  
Edwards   minima  
Tipo  III     instavel   Completa  luxação  C2-­‐C3  ini  ou  bilateral  da  faceta  

Tratamento  
Para  fx  do  tipo  I  e  II  o  tto  com  ortese  ou  halo  ainda  é  o  mais  realizado.Para  fx  do  tipo  III  redução  
aberta  e  artrodese  é  necessário.Opcao  para  o  tipo  II  é  a  discectomia  e  artrodese.  

A   tração   é   contra   indicada   no   caso   de   lesões   por   distração(nunca   em   IIA).   A   redução   fechada  
pode  exigir  a  colocação  precoce  de  um  colete  e  um  anel  em  forma  de  halo,  ou  reducao  postural  
em   uma   cama   com   tração.   A   existência   de   lesão   da   medula   espinal,   geralmente   requer  
descompressão   cirúrgica   definitiva   e   artrodese.   Em   termos   gerais   lesões   ligamentares  
representam   um   prognostico   inadequado   de   recuperação,   se   as   lesões   forem   tratadas   não-­‐
cirurgicamente.  

Tratamento  
Orteses   cervicais:   nenhum   desses   dispositivos   conseguirá   a   redução   da   fratura   ou   mante-­‐la  
Halo:forma   mais   estável   de   estabilização.Permitem   certa   manipulação   da   fx   e   correção   de  
eventual  desvio.  12  semanas.  Observação  da  redução.  

Cirúrgico:   descompressão   raramente   é   necessário,   apenas   se   manobras   de   redução   indireta  


fracassarem  e  a  compressão  dos  elementos  nervosos  persistir.  Osteossintese:  o  reparo  cirúrgico  
da  espondilolistese  traumática  do  tipo  II    do  axis.  

Artrodese:   mais   comum   atlantoaxial   seguida   da   artodese   occipitocervical.C1-­‐C3   raramente   é  


indicada.  Artrodese  anterior  é  mais  realizada  nos  casos  de  fx  do  enforcado  do  tipo  IIa  e  artrodese  
atlantoaxial  anterior  como  procedimento  de  salvamento.    

Posteriores   Gallie:   em   forma   de   X,   fixado   por   uma   laçada   de   cabo,   centralmente   locada   sob   a  
lamina   do   atlas   e   ancorada   no   axis.   Brooks:   mais   estável,   par   de   fios   de   cerclagem   lateral   e  
localizado  sublaminarmente  no  atlas  e  no  axis  ao  redor  de  duas  cunhas  de  osso  corticoesponjos.  

Complicações  
Lesão   Vascular.   Complicações   do   uso   de   halo   e   colete.   Riscos   da   via   anterior:lesões  
neurológicas(laríngeo  recorrente),  esôfago,  traquéia  e  estruturas  vasculares.  
124                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Fratura  do  atlas  


Fx  cervical  alta:  
Definição:  lesão  de  estruturas  ósseas  ou  ligamentares  entre  a  base  do  crânio  e  o  lado  craniano  
do  segmento  vertebral  de  C3,  incluindo  o  forame  magno.  
Quadro  clinico:  Dor  no  pescoço,  cefaléia  e  dor  a  palpação  nucal.  
Sindrome  da  medula  cervical:  rara  lesão  medular  incompleta  inclui  a  paralisia  cruzada  descrita  
por   Bell   e   a   hemiplegia   cruzada   inicialmente   descrita   por   Wallenberg.   A   síndrome   da   paralisia  
cruzada  pode  ser  semelhante  a  síndrome  da  medula  espinhal  central,  entretanto  ela  pode  afetar  
os  músculos  do  antebraço  mais  do  que  a  função  das  mãos.  
Imagem:   Rx   lateral   da   coluna   vertebral   cervical:   exame   de   triagem.   Linhas   de   referencia:   Linha  
de   Wackenheim:   reta   na   direção   caudal   a   partir   do   clivo,   até   a   coluna   cervical   superior,   a  
ponta   do   odontóide   deverá   ficar   a   1   ou   2   mm   inferior;   Intervalo   atlas   dente:   cortical   anterior  
do  dente  até  cortical  posterior  do  arco  anterior    de  3  mm  no  adulto  e  5  mm  na  criança,  maior  
suspeitar   de   insuficiência   do   ligamento   transverso;   Espaço   disponível   para   a   medula:  
mínimo   13   mm   no   adulto;   Relação   de   Powers:   basion   até   a   linha   laminar   posterior   de  
C1/cortical   posterior   do   arco   anterior   do   atlas   ao   opístio,   deverá   ser   de   1,   se   maior  
tranlocacao   anterior   se   menor   posterior;   Relação   de   Harris:   95   %   dos   adultos   distancia  
entre   o   basion   e   a   ponta   do   odontoide(IDB)   <12mm,   menos   de   15   %   a   linha   axial   é   4   mm  
anterior  ao  basion.  
Rx  AP  e  transoral:  avaliação  do  odontoide  e  massa  laterais  do  atlas.  O  odontóide  deverá  estar  
centrado  entre  as  massas.  
Outras  radiografias:  obliquas,  AP  da  coluna  cervical  inferior  e  PE  do  nadador.  
radiografias   em   flexão   e   extensão   devem   ser   evitados   na   suspeita   de   dissociação  
occipitocervical,   risco   neurológico.   O   exame   sob   tração   deve   ser   considerado   antes   da  
manobra  de  flexão  ou  extensão,  iniciada  com  2,5  kg  de  peso,  aumenta-­‐se  a  tração  para  5  kg  e  
compara-­‐se   a   imagem   obtida,   sem   instabilidade   avaliação   em   flexão   e   extensão.   Em   adultos  
saudáveis,   os   pontos   de   contato   da   articulação   occipitocervical   deverão   se   afastar   menos   de  
2mm,  as  articulações  atlantoaxiais  não  deverão  se  afastar  mais  que  3mm.  
TC  cortes  de  2mm  é  indicada  para  fx  da  coluna  cervical  confirmada  ou  suspeita.  
RM  lesão  da  medula  espinal.  T2  podem  para  ruptura  ligamentar.  
Fx  do  Atlas:  
As  fraturas  do  arco  anterior  e  posterior  são  visíveis  no  P.  A  congruência  das  massas  laterais  na  
transoral.   Spence   sugeriu   que   a   soma   das   projeções   das   massas   laterais   maior   de   7   (6.9)  
mm  indica  ruptura  do  ligamento  transverso.(sinal  de  instabilidade)  
Classificação   de   Levine   e   Edwards:   A   Fx   isolada   das   hipófises   (a,   vertebral),   B   Fx   do   arco  
posterior   (hiperextensao)   ;   C   Fx   das   massas   laterais   (flexão   lateral   ou   rotação);   D   Fx   do   arco  
anterior     (pouco   desvio   ou   cominuida,   hiperextensao)   e   5   Fx   de   Jeferson   (explosão,   axial,   2fx   nos  
arcos  post  e  ant);  A,  B  e  C  estaveis.    
Tratamento:  
A,   B   e   C:   tto   conservador   com   colar   rígido,   no   C   pode   haver   instabilidade   e   tração   seguida   de  
halovesti  ou  artrodese  (instabilidade  massa  a  massa  >  7mm  e  desvio  do  arco  anterior  para  região  
do  dente).  
D  igual  ao  C.  
E  se  congruência  de  massas  laterais  <7  mm  colar  rígido  ou  halovesti,  se  >  7mm  tração  +  halovesti  
ou  artrodese.  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    125  
 

Espondilolistese  traumática  do  axis  


2º   tipo   mais   comum   de   fxs   axis.   Lesão   em   hiperextensão   e   distração.   Acidente  
automobilístico  e  enforcamneto.  Fulcro  na  pars  

Quadro  clinico  
Dor  no  pescoço,  cefaléia  e  dor  a  palpação  nucal.Neurológico  normal  em  sobrevivientes  

Imagem  
Rx  lateral  e  nadador  da  coluna  vertebral  cervical:  exame  de  triagem  inicial  
• Linha   laminar   espinal   anterior:   entre   as   corticais   anteriores   da   lamina   do   atlas,   do  
axis  e  de  C3.Todos  esses  pontos  deverão  estar  a    1  ou  2  mm  de  distancia  desta  linha.  
• IAD:   cortical   anterior   do   dente   até   cortical   posterior   do   arco   anterior   <   3   mm   no  
adulto   e   5   mm   na   criança(arcabouço   cartilaginoso).Se   maior   -­‐-­‐>     insuficiência   do  
ligamento  transverso.  >  10mm  =  ruptura  ligamento  alar  
Rx   AP   e   transoral:avaliação   do   odontoide   e   massas   laterais   do   atlas.   Odontóide   -­‐-­‐>   centrado  
entre  as  massas.  
TC    para    fx  da  coluna  cervical  confirmada  ou  suspeita.  e  RMN  para  lesão  da  medula  espinal.  T2  
pode  mostrar  ruptura  ligamentar.  

Classificação  de  Effendi  modificada  por  Levine  e  Edwards,  Starr    


Tipo  I     Estavel   Fx  não  deslocada  
Tipo  Ia   Starr   instavel   Obliquamente  deslocada  
Tipo  II     Instável   Deslocada   com   flexão   de   um   componente,mais   de   3  
mm  translação  anterior  e  angulação  significativa  
Tipo  IIa   Levine     Instavel   Ruptura   C2-­‐C3   e   ligamento   interespinal.=   II   com  
Edwards   translação  minima  
Tipo  III     instavel   Completa  luxação  C2-­‐C3  ini  ou  bilateral  da  faceta  
Francis    
Grau   Translação   Angulação  
I   <3,5mm   <11º  
II   <3,5mm   >11º  
III   >3,5mm   <11º  
IV   >3,5mm   >11º  
V   Ruptura  do  disco   Raramente  encontrada  

 
Tratamento  
Conservador  -­‐-­‐>  Tipo  I.  Rx  dinâmico  supervisionado,  Philadelphia  e  halo.  Para  o  tipo  II  -­‐-­‐>  Halo  
veste  não  segura  a  redução,  tração  por  6  semanas  em  extensão  e   halo  veste  por  mais  6  semanas.  
Tipo   IIa   -­‐-­‐>   Confecção   do   halo   veste   com   compressão   (com   auxílio   de   fluoroscopia)   +   extensão  
por  12  semanas  
Tipo   III   -­‐-­‐>   única   tipicamente   cirúrgica   e   associada   a   déficit.   Oss   com   parafuso,   artrodese  
posterior  C2/C3  e  halo  por  3  meses.  Ou  artrodese  C2/C3  por  VA  com  placa  
Cirúrgica  -­‐-­‐>  Tipo  II,IIA  e  III    e  contra-­‐indicações  para  conservador  (Jupiter)  
Abordagem   Antero-­‐Superior(Smith-­‐Robinson):   3   indicações   principais:   Oss   fx   tipo   II  
odontóide  ,  artrodese  C2-­‐C3  com  placa  e  artrodese  anterior  das  faceta  C1-­‐C2,    em  salvamento  
apos  tentativas  frustradas.  

Complicações  

Lesão   Vascular   (lesão   distrativa)   Complicações   do   uso   de   halo   e   colete,   tração:   por   repouso  
prolongado,   invasao   da   membrana   dural,   fx   craniana,   infecção   do   trajeto   de   pinos,   ulceras  
occipitais   Riscos   da   via   anterior:lesões   neurológicas(laríngeo   recorrente),   esôfago,   traquéia   e  
estruturas  vasculares.  
126                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Fraturas  da  coluna  cervical  baixa  


40%  de  dano  neurológico  em  lesões  cervicais/  10%  sem  evidência  radiográfica  

Perfil  incluindo  C7/T1  vê    85%  das  lesões  ba  coluna  cervical  

TC:  Mais  sensível  que  o  RX  em  detectar  e  delinear  fx,  principalmente  no  plano  sagital    

RMN=   Indicações:   Pacientes   com   déficit   neurológicos   sem   contraindicação   para   RMN   e  
possibilidade  de  lesão  ligamentar  posterior  que  irá  influenciar  no  plano  de  tratamento  

Classificaçoes:  

ALLEN   (POR   MECANISMO   DE   TRAUMA   -­‐   radiográfico)=   Flexo   compressão/   Compressão  


vertical/  Extensão  +  compressão/  Extensão  +  distração/  Flexão  lateral  

Flexo   distração:   +   comum.   Eixo   anterior   ao   corpo   vertebral.   Falha   dos   ligamentos   posteriores  
sem   fratura   significante   do   corpo   .   /1-­‐   Subluxação   facetária   com   falha   do   complexo   posterior,  
com   ou   sem   impacção   do   corpo   (Conservador)/   2-­‐   Luxação   facetária   unilateral.   Complexo  
ligamentar  posterior  íntegro,  deformidade  rotacional.  Mais  comum  em  C5/C6.  Ânterolistese  não  
excede   25%   do   diâmetro   AP   da   vértebra   (Conservador)/   3-­‐   Luxação   facetária   bilateral,  
translação  da  vértebra  superior  de  50%.    Relacionada  com  a  Síndrome  de  Brown  Sequard.    

AO  /  MAGERL  

ESTABILIDADE=  Definição  de  White  &  Panjabi:  Capacidade  da  coluna  de  em  cargas  fisiológicas  
manter  as  relações  entre  as  vértebras  de  uma  maneira  que  a  medula  e  raízes  não  sejam  lesadas  
ou  deformidade  e  dor  não  apareçam.  

CRITÉRIOS  DE  WHITE  &  PUNJABI  (»  5  É  INSTÁVEL)  

Destruiçao   anterior,   posterior,   translaçao   sagital   >3,5mm,   rotaçao   sagital   >   11°,   teste   do  
estiramento  e  dano  medular=  2  

Dano  a  raiz,  estreitamento  anormal  do  disco  e  carga  perigosa  antecipada=  1  

Teste  do  estiramento:  Mede  os  padrões  de  deslocamento  em   condições  controladas  e  identifica  
lesões  ligamentares.  Contra-­‐indicado  na  instabilidade  óbvia.  Uso  de  tração  craniana,  começando  
com   4,5   kg   em   incrementos   de   2,3kg.   Feitos   rx   de   perfil   a   cada   incremento   até   1/3   do   peso  
corporal   ou   30kg   .   Positivo   se   encontrarmos   déficit   neurológico   ou   separação   anormal   dos  
elementos  vertebrais  (1,7mm  ou  7,5  graus)  

TRATAMENTO  

Conservador:   para   as   estaveis.   Orteses   nao   rigidas,   rigidas   (Philadelphia),   Cervicotoracicas,  


Traçao  temporaria  e  halo-­‐veste  (RM  previa  devido  a  possibilidade  de  hernia  de  disco).  

Cirurgia:     Abordagem   anterior:   Pode   ser   feita   descompressão,   redução   de   lx   facetária,  


reconstrução   com   enxerto   e   artrodese   com   placas/   Descompressão:   Por   discectomia   ou  
corpectomia.  Depende  do  acometimento  ósseo  e  da  localização  da  compressão.  /   Reconstrução:  
Após  a  descompressão,  enxerto  do  ilíaco  pode  ser  usado  para  reconstruir  as  falhas  ósseas.  O  uso  
de   um   cage   pode   tornar   possível   o   aproveitamento   do   material   oriundo   de   uma   corpectomia/  
Estabilização  com  placas:  Após  o  enxerto,  a  estabilização  com  placas  deve  ser  utilizada  

Abordagem   posterior:   Pode   ser   feita   descompressão,   redução   de   lx   facetária   e   intrumentação  


posterior   /   Descompressão:   Incomum,   fxs   do   arco   posterior   desviadas   anteriormente,   PEA.  
Laminectomia   ampla   pode   levar   a   instabilidade/   Instrumentação   posterior:   Baseadas   em  
montagens  com  fios  de  cerclagem  (3),  pode  ser  usado  com  enxerto  corticoesponjoso.      

Complicaçoes:  Na  via  anterior:  Mais  frequente  (50%)  disfagia.,  principlamente  abaixo  de  C5  e  em  
revisões/  Lesão  do  saco  dural/  Infecção/  Pseudoartrose  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    127  
 

Fraturas  e  luxações  da  coluna  toracolombar  


São   as   mais   freqüentes   do   esqueleto   axial   e   correspondem   a   (89%).   Lesões   neurológicas  
ocorrem  em  15  a  20%.  As  causas  mais  comuns  das  lesões  da  coluna  vertebral  são  os  acidentes  de  
transito(45%)  seguidos  pela  queda  (20%).  

Achados  Radiográficos    
Rx   AP   e   P   da   coluna   toracolombar;   TC:   melhor   visualização   dos   arcos   vertebrais,   das  
facetas   articulares   e   do   canal   medular.   RM:   déficit   neurológico   não   puder   ser   explicado   por  
patologia   óssea   demonstrada   pelas   radiografias   e   pela   TC;   avaliação   do   complexo   ligamentar  
posterior  e  exame  das  condições  da  medula  espinal.  

Classificação  
AO  
Tipo   Grupo  
A  –  Compressão   1.  Impacção(em  cunha)  
  2.  Divisão  (coronal)  –  split  
  3.  Explosão  
B  –  Distração     1.  Através  do  tecidos  moles  posteriores  
  2.  Através  do  arco  posterior  (Chance=B2.1)  
  3.  Através  do  disco  anterior(Anterior  por  extensão)  
C  –  Multidirecional  com  translação     1.  Lesão  tipo  A  +  rotação  
  2.  Lesão  tipo  B  +  rotação  
  3.  Cisalhamento  +  rotação(Slice  fracture)  
Classificação  de  Denis:  3  colunas.  
Tipo  de  Fratura   Anterior     Media   Posterior  
Compressão   Compressão   Nenhuma   Nenhuma  ou  distraçao  
Explosão   Compressão   Compressão   Nenhuma  ou  distraçao  
Cinto  de  segurança   Nenhuma  ou  distração   Distração   Distração  
Fratura-­‐Luxação   Compressão   e/ou   rotação,   Distração   e/ou   rotação,   Distração   e/ou   rotação,  
cisalhamento   cisalhamento   cisalhamento  
McComarck  

 
Lesões  com  score  >  6  pontos  são  melhores  tratadas  com  estabilização  anterior  e  posterior.  
Fatores   de   instabilidade:   perda   de   50%   da   altura   do   corpo   vertebral   ou   angulação   da  
junção   toracolombar   superior   a   20o;   falha   de,   no   mínimo,   2   das   três   colunas   de   Denis.   Nas  
fraturas   por   explosão   a   integridade   da   coluna   posterior   é   que   determina   a   estabilidade   das  
fraturas.  
Tratamento  
Não   cirúrgico:   lesões   estáveis:   órteses.   A   junção   toracolombar   poderá   ser   sustentada  
através  de  uma  ortese  TLSO.    
Vertebroplastia:  injeção  de  cimento  ósseo  no  interior  do  osso  fraturado  para  aliviar  a  dor  
e   prevenção   de   colabamento   maior.  Cifoplastia   por   balão:   pequeno   balão   inflado   para   restaurar   a  
altura  do  corpo  e  criar  uma  cavidade  em  seu  interior  que  será  preenchida  por  cimento.    
Cirúrgico:   recompõe   o   alinhamento   no   plano   sagital,   corrige   a   translação   e  
descomprime  as  estruturas  neurológicas.  
Indicações   absolutas:   agravamento   do   quadro   neurológico   causado   pela   presença   de  
compressão  persistente  e  a  ocorrência  de  ruptura  ligamentar  completa  associada  a  luxação.  
Tipos   de   instrumentação   posterior:   Harrington:   haste   com   gancho   dando   compressão.  
Luque:   fio   sublaminares   (fixação   segmentar),   múltiplos   planos.   Cotrel-­‐Debousset:   hastes   com  
ganchos  múltiplos  ou  parafusos  pediculares.  
Instrumentação  anterior:  placas,  sistemas  híbridos  com  placas  e  hastes.  
Complicações:   Tratamento   cirúrgico   –   lesões   neurais,   vasculares   e   viscerais;  
infecção;fistulas  liquórica.  
 
128                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Trauma  raquimedular  
 

Epidemiologia:  
• 50%  das  lesões  vertebrais  apresentam  comprometimento  neurológico.  

• >  50%  associado  a  acidentes  de  transito  

• 50-­‐64%  região  cervical,  20-­‐24%  lombares  e  17-­‐19%  torácicas.  

• 10%  apresentam  tetraplegia,  15%  lesões  parciais  e  4%  paraplegia.  

Mecanismo  de  lesão:  


Terminologia  das  lesões  medulares:  

• Quanto  a  etiologia:  

o primarias:  concussão,  contusão,  laceração.  

o Secundarias:  agudas,  subagudas  e  cronica.  

• Quanto  a  gravidade:completa,  incompleta  e  transitória  

Tratamento  farmacológico:    

• O   único   medicamento   que   justificou   seu   uso   foi   a   Metilpredinizolona,   na   dose   de  


30mg/Kg  por  45  min  e  apos  15  min  5,4mg/Kg/Hora  por  23  horas  se  a  infusão  iniciada  
ate  3  horas,  47  horas  se  infusão  iniciada  de  3-­‐8  horas  da  lesão  e  nenhum  beneficio  apos  8  
horas,  contra  indicada  para  trauma  penetrante,  esta  evidencia  ficou  provada  no  estudo  
NASCIS  I,  II  e  III  (national  spinal  Cord  injury  study).  

Princípios  de  tratamento:  


Avaliação  no  PS:  

• Importante  na  avaliação  inicial  do  paciente  chocado    e  lesado  medular  é  a  diferenciação  
do   choque   neurogênico   (bradicardia,   hipotensão,   extremidades   quentes   e   debito  
urinário   nl)   do   choque   hipovolêmico   (taquicardia,   hipotensão,   extremidades   frias   e  
debito  urinário  diminuído).  

• O  tto  do  choque  neurogênico  fundamenta-­‐se  na  administração  de  drogas  vasoativas  para  
aumentar   o   tônus   simpático   periférico,   a   administração   de   fluidos,   tto   para   o   choque  
hipovolêmico,  pode  levar  o  paciente  com  choque  neurogênico  a  edema  de  pulmão.  

• Choque   medular   se   caracteriza   por   ausência   de   função   da   medula   abaixo   do   nível   da  


lesão  inclusive  dos  reflexos.  Dura  em  torno  de  24  horas.  

• Reflexos  para  teste  de  choque  medular  (  cone  medular):  

o Contração  anal:  S2-­‐S4,  estimula-­‐se  a  pele  ao  redor  do  anus,  e  o  anus  se  contrai.  

o Bulbocaveroso:   S3-­‐S4,   compressão   do   penis,   clitóris   ou   tração   do   cateter  


urinário,  contração  do  esfíncter  anal.        

• ASIA  (american  spinal  injury  associaton)  definiu  os  elementos  mínimos  essenciais  para  
avaliação  neurológica  de  todos  os  pacientes  com  lesão  na  coluna  vertebral,  resistência  de  
pelo   menos   10   músculos,   alfinetamento   de     28   pontos   sensoriais   específicos,   de   cada  
lado  do  corpo.  

• Escala  motora  totaliza  20  músculos  total  de  100  pontos  e  a  escala  sensitiva  avaliados  em  
uma   escala   de   0   a   2   para   cada   dermátomo   totalizando   112   pontos.   Os   achados   nesta  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    129  
 
escala   permitirão   classificar   a   lesão   em   completa   e   incompleta   e   identificar   o   nível  
neurológico.  

• Escala  de  comprometimento  segundo  a  ASIA:  

A   COMPLETA   Nenhuma  função  motora  ou  sensitiva  no  segmento  sacral  inferior  S4-­‐
S5.    
B   INCOMPLETA   Função   sensitiva   presente   abaixo   do   nível   neurologico,   nenhuma  
função  motora  abaixo  do  nível  neurológico.    
C   INCOMPLETA   Função   motora   preservada   abaixo   do   nível   neurológico,   e   mais   da  
metade  tem  escore  abaixo  de  3  pontos.  
D   INCOMPLETA   Função   motora   preservada   e   mais   da   metade   tem   escore   igual   ou  
superior  a  3  pontos.  
E   NORMAL   Funções  sensitivas  e  motoras  normais.  
 

• A  lesão  completa  é  caracterizada  por  ausência  de  funções  sensitivas  e  motoras  no  
segmento   sacral   mais   inferior,   a   presença   de   função   motora   do   esfíncter   anal  
voluntaria,   a   sensibilidade   na   transição   da   pele   e   mucosa   anal     e   ao   toque  
profundo   e   flexão   do   halux   caracterizam   a   poupança   sacral,   e   por   sua   vez   lesão  
incompleta.  Desde  que  sem  choque  medular.  

• O   prognostico   da   lesão   medular   é   melhor   elucidado   nos   exames   entre   72horas   e   1  


semana  do  que  na  avaliação  inicial.      

Padrões  de  lesões  incompletas:  

• Sd.  da  medula  anterior:  .  Perda  motora  variável  e  perda  sensitiva  a  dor  e  a  temperatura,  
preservando  propriocepção,  sensibilidade  profunda  e  pressão.  

• Sd.   da   medula   central:   lesão   incompleta   da   substancia   branca   cervical,   preservação  


sacral  e  MMSS  mais  acometidos  que  os  MMII.  

• Sd.   de   Brown-­‐Séquard:   lesão   se   uma   das   metades   laterais   da   medula   espinal,   perda  
motora  e  propriocepção  ipsilateral,  perda  da  dor  e  temperatura  contralateral.  

• Sd.   do   cone   medular:   lesão   do   cone   medular   e   raízes   lombares,   bexiga,   intestino,   MMII  
sem  reflexo,  pode  haver  preservação  do  bulbocavernoso  e  urinário.  

• Sd.  da  cauda  eqüina:  lesão  das  raízes  nervosas  lombosacras,  bexiga,  intestino  e  MMII  sem  
reflexo.  

• Lesão  radicular:  lesão  por  avulsão  ou  compressão  de  uma  ou  mais  raízes  nervosas,  perda  
sensitiva  no  dermátomo,  perda  motora  e  reflexo  tendineo  profundo.  

Sequencia  de  exames  de  imagem:        

Tomografia:suspeita  de  fx  ou  lx  da  coluna  vertebral  

Ressonância:  lesão  da  medula  espinal  cervical  e  qualquer  outras  lesões  incompletas  da  
medula   e   avaliação   dos   discos   e   ligamentos.   RM   apresenta   90%   de   sensibilidade   para  
lesões  ligamentares  posteriores  e  100%  de  especificidade.  

Tratamento:  
  Redução  fechada:  

• a   redução   fechada   da   coluna   cervical   é   segura   e   eficaz.   A   tração   através   de   um   peso  


correspondente  a  70%  do  peso  do  individuo  é  seguro,  as  hastes  de  fibra  de  carbono  que  
podem   ser   usadas   na   RM   não   toleram   mais   do   que   35   Kg.   A   tração   é   proibida   em  
pacientes  com  lesão  por  distração.  
130                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 
• A   redução   previne   lesões   secundarias   e   estabiliza   durante   o   intervalo   de   tempo   para   o  
tto  cirúrgico  definitivo.  Quando  realizada  dentro  das  primeiras  2  horas  pode  reverter  a  
tetraplegia,  e  quanto  antes  pode  ser  responsável  por  melhoras  neurológicas  acentuadas.  

• Ao   contrario   das   lesões   cervicais   as   lesões   toracolombares   não   possuem   nenhuma  


técnica   efetiva   de   redução   fechada,   e   a   redução   aberta   imediata   e   descompressão  
continua  sendo  a  única  técnica  confiável,  a  recuperação  neurológica  das  lesões  torácicas  
é  limitada.  

Tratamento  fechado:  

• Este   continua   sendo   o   tratamento   de   escolha   para   a   maioria   das   lesões   da   coluna  
vertebral.   Talvez   a   única   indicação   consistente   para   tratamento   cirúrgico   seja   a   lesão  
óssea  com  déficit  neurológico  e  lesão  ligamentar  instável  em  pacientes  esqueleticamente  
maduro.  

• As   órteses   devem   ser   mantidas   por   8-­‐12   semanas   nas   cervicais   e   12-­‐24   semanas   nas  
toracolombares,  capacidade  de  sustentar  a  carga.      

Cirurgia:  

• As   cirurgias   implicam   em   artrodese,   com   exceção   das   fx   do   odontoide   e   do   arco   de   C2,  


que   são   tratadas   com   OSS.   A   cirurgia   precoce   reduz   o   tempo   de   hospitalização.   A   fixação  
com   placa   anterior   ou   instrumentação   posterior   são   igualmente   bem   sucedidas,   as  
fixações  anteriores  permitem  mobilidade  precoce  e  menor  custo  hospitalar,  os  enxertos  
usados   entre   os   corpos   melhoram   o   alinhamento   enquanto   a   fixação   o   mantém.   Em  
fraturas  explosão  as  fixações  anteriores  se  mostraram  mais  estáveis.  

• As   fixações   toracolombares   podem   ser   realizadas   por   via   anterior   ou   posterior  


transpedicular,   poderá   ser   necessário   o   aumento   do   conjunto   transpedicular   para  
aumentar  a  rigidez  principalmente  se  ruptura  da  coluna  posterior.  A  fixação  combinada  
posterior  e  anterior  esta  indicada  nas  fx  mais  instáveis.  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    131  
 

Tuberculose  na  coluna  


 
• Antes   do   advento   do   maior   controle   quimioterápico   da   TB,   era   a   principal   causa   de  
espondilite  infecciosa.    

• Hoje   infecção   tuberculosa   de   ossos   e   articulação   se   responsabiliza   por   2-­‐3%   de  


todos   os   casos   de   Mycobacterium   tuberculosis   e   destas   1/3   a   1/2   são   na   coluna  
vertebral   (inicia-­‐se   na   região   anterior   do   corpo).   A   região   toracolombar   é   a   área  
mais  acometida.  

• H=M  e  a    incidência  parece  aumentar  com  a  idade.  

• Patologicamente   se   caracteriza   por   granulomas   caseosos,   Gram-­‐positivos,   ácido-­‐


resistentes,  com  ou  sem  pus.  Tubérculos    de  monócitos  e  células  epitelioides,  formando  
massas   diminutas   com   caseificação   central   e   presença   de   células   gigantes   tipo  
Langerhans,  são  típicos  do  exame  microscópico.  

• A   reação   óssea   pode   ser   intensa   ou   nenhuma,   na   coluna   poupa   os   discos  


intervertebrais   (a   não   ser   que   as   duas   vértebras   adjacentes   sejam   acometidas)     e  
dissemina-­‐se  através  do  ligamentos  LA  e  LP,    na  infecção    peridural  é  mais  comum  levar  
a  dano  neurológico  permanente.  

Quadro  clinico:  
• No  inicio  sintomas  gerais:  febre,  fraqueza,  mal-­‐estar,  sudorese  noturna  e  perda  de  peso.    
Dor  é  um  sintoma  tardio  associado  a  colapso  e  paralisia.  

• Abscesso   anterior   no   acometimento   cervical,   pode   levar   a   rouquidão   (laríngeo  


recorrente),  disfagia,  estridor  respiratório  (asma  de  Millar)  e  ate  morte  súbita  se  erosão  
dos  grandes  vasos.  

• A   sintomatologia   neurológica   é   tardia   pode   se   exacerbar   ou   regredir,   o   canal   pode  


se  obliterar  76%  sem  quadro  neurológico,  e  60-­‐90%  dos  pacientes  com  paralisia  
podem  se  recuperar  apenas  com  repouso.  

Exames  laboratoriais  e  imagem:      

       
• Laboratório   sugere   doença   crônica:   anemia,   hipoproteinemia   e   pequena   elevação   do  
VHS.   Teste   cutâneo   pode   ser   útil   mas   não   é   diagnostico,   contra   indicado   em   pacientes  
com  infecção  tuberculosa  previa.  

• Achados   radiográficos:   diminuição   sutil   de   um   ou   mais   espaços   discais   e   osteopenia  


localizada.  Tardiamente  colapso  vertebral  (“colapso  em  sanfona”  por  Seddon  assemelha-­‐
se  a  acordeão.),  edema  de  tecido  moles  que  se  calcificam  tardiamente  é  característico  .  

• TC   com   ou   sem   contraste   possibilita   uma   melhor   avaliação   do   grau   de  


comprometimento   neural.   A   RM   a   formação   de   abscesso   e   a   presença   de     fragmento  
ósseo,  são  os  únicos  achados  que  ajudam  a  diferenciar  de  neoplasia.  

Diagnostico:    
 

• Nenhum   dos   exames   acima   é   diagnostico,   ele   se   define   apenas   com   a   cultura   do  
organismo  através  de  biopsia  

• Diagnostico  diferencial:  infecções  piogenicas  ou  fungicas,  metástases,  neoplasia  primaria  


do   osso   (osteossarcoma,   condrossarcoma,   mieloma,   granuloma   eosinofilico   e   cisto   ósseo  
aneurismático),  sarcoidose,  TGC  e  deformidades  ósseas  como  Scheuermann.  
132                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 
Tratamento:    
 

• Melhores   resultados   em   relação   a   deformidade,   recorrencia,   paralisia   e   resolução   se  


associando   cirurgia   radical   e   quimioterapia   e   a   associação   de   isoniazida   e   rifampicina  
parece  ser  superior,  outros  (etambutol,  pirazinamida).  

• Indicação  cirúrgica:  mais  de  uma  vértebra  acometida,  biopsia  aberta,  resistência  a  
quimioterapia,  recorrência  da  doença,  cifose  progressiva,  cifose  grave  com  doença  
ativa,  piora  da  funcao  pulmonar  e    compressão  medular.  

• Pode   se   indicar   descompressão   e   enxerto   anterior,   com   instrumentação   anterior   ou  


posterior.   Enxerto   de   costela   (piores   resultados)   e   fíbula   se   desbridamento   amplo   do  
contrario  enxerto  tricortical  de  iliaco.  

• A  região  toracolombar  mais  acometida,  foi  desenvolvida  uma  formula:  

o y=  a  +bx  para  prever  a  cifose  final.  

o y   é   a   medida   em   graus   da   cifose   final,   a   e   b   são   constantes   (5,6   e   30,5  


respectivamente)  e  x  é  a  perda  inicial  do  corpo  vertebral.  

• Com  esta  formula  se  indica  artrodese  para  os  pacientes  com  provável  cifose  final  grave.  

 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    133  
 

Cisto  sinovial  
Epidemiologia  
Causa  mais  comum  de  massas  focais  da  mão  originam-­‐se  da  sinovial  das  articulações  ou  bainhas  
de  tendão  ou  dos  tendões.  

Local  mais  freqüente;  e  o  ligamento  escafosemilunar  dorsal,  palpáveis  entre  o  segundo  e  o  quarto  
compartimentos  em  mulheres.  

O   segundo   local   mais   comum   é   palmar   imediatamente   radial   ao   tendão   flexor   radial   ao   tendão  
flexor  radial  do  carpo.  

Tratamento  
Ocasionalmente   desaparecem   esponaneamente,   mas   alguns   recidivam   quando   tratados   por  
ruptura-­‐pressão   ou   trauma   ou   aspiração(cuidado   se   for   cisto   volar   devido   ao   risco   de   lesão   da  
artéria  radial)  

A  incisão  cirugica  de  um  cisto  deve  incluir  a  remoção  de  uma  margem  capsular  ampla  em  torno  
da  base  do  cisto,  e  nenhuma  tentativa  deve  ser  feita  de  fechar  a  capsula  articular.  

Recorrência  pos  excisão  completa  é  rara.  

 
134                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Lesão  muscular  
Anatomia  
Fibra  tipo  I  (vermelha)  
Contração  lenta.  Resistentes  a  fadiga.  Metabolismo  aerobio.  
Fibra  IIA  (vermelha/branca)    
Pode   transitar   entre   tipo   I   e   IIB.   Tipo   intermediário.   Capacidade   oxidativa   variável.  
Metabolismo  anaeróbio  de  media  duração  (1  a  3  minutos).  
Fibra  IIB  (branca)  
Contração  rápida.  Alto  potencial  para  energia  de  curta  (1  a  50s)  e  media  duração.  
Metabolismo  anaeróbio.  Diminui  fibras  tipo  II  no  idoso  (diminui  arranque  para  levantar).  
Anatomopatologico  
Fase   de   destruição,   ruptura   e   necrose   da   miofibrila,   hematoma   (intramuscular   ou  
intermuscular)   é   formado   e   se   inicia   o   processo   inflamatório.   Em   seguida   fase   de   reparação  
absorve   tecido   necrótico,   regenera   miofibrilas   (nunca   o   mesmo   tecido)   e   produz   tecido  
conjuntivo  cicatricial.  Finalmente  fase  de  remodelação.  
Etiologia  
Traumáticas:  
Ruptura:  em  geral  indireto  na  fase  excêntrica  da  contração,  alongamento  alem  do  fisiológico.  
Contusoes:  Micro  ou  macro  rupturas,  abundante  sangramento  e  edema  por  eamagamento.  
Lacerações.  
Não  traumáticas:  acidose  lática  ou  câimbras.  
Cãibra:  contração  muscular  repentina,  por  alterações  químicas.  Etiologia  variável.  
Fatores  Predisponentes  
Fadiga  e  acumulo  de  acido  lático,  Temperatura  baixa,  Umidade  alta,  Erros  de  treinamento  e  
Disturbio  externo  ao  movimento.  

Epidemiologia  
E  a  lesão  mais  comum  na  pratica  esportiva.  De  15  a  55%  de  todas  lesões.  É  mais  comum  em  
músculos   biarticulares,   fibras   tipo   II,   no   movimento   excêntrico   e   na   transição   miotendinea.  
Relacionadas   com   doping,   tabagismo   e   erros   de   treinamento.   Músculos   mais   acometidos   são   o  
isquitibial  e  o  quadríceps.  Sizinio:  tríceps,  isquitibial,  quadríceps  e  adutores.  
Geralmente  atletas  de  velocidade.  Atletismo  e  futebol.  

Quadro  Clinico  
Dor.   Dificuldade   funcional   relativa   ao   grau   de   lesão,   Edema,   Hematoma   palpável,   Gap  
muscular.  O  diagnostico  é  fundamentalmente  clinico.  Pode  haver  historia  previa.    
Imagens  
O  US  quantifica  a  lesão  dinamicamente.  A  RM  caracteriza  e  classifica  a  garvidade  da  lesão.    
Classificação  
Leve  ou  grau  I:  menos  de  5%  das  fibras  acometidas.  Não  há  perda  da  funcao.  
Moderada  ou  grau  II:  5  a  50%  da  fibras.  Gap  palpável.  
Grave  ou  grau  III:  mais  de  50%.  Perda  funcional,  reabilitação  lenta,  gap  visível.  
Aguda:  ate  3  semanas.  
Cronica:  maior  de  3  semanas.    
Traumatica  ou  não-­‐traumatica.  
Tratamento  
O   tratamento   e   conservador   em   quase   todas   as   lesoes.   Imobilizacao   parcial   nos   primeiros  
dias.   PRICE.   Gelo   local   por   20   minutos,   diversas   vezes   ao   dia,   Analgesia,   US   ondas   curtas   e  
Fisioterapia.  Infiltracao  é  proscrita.  
Mobilizacao  a  partir  do  terceiro  dia,  Ate  a  quarta  semana  ganho  de  forca  muscular,  A  partir  
da   quinta   semana   há   programação   de   retorno   ao   esporte   com   relizacao   de   exercícios   excêntricos  
e  treinos  voltados  para  a  atividade  especifica.  
A   proibição   do   alongamento   passivo   nas   primeiras   10   semanas   não   é   consenso.   Alguns  
autores  sugerem  alongamentos  leves.  
A  miorrafia  é  exceção,  não  há  consenso  sobre  a  melhor  indicação  e  melhor  localidade.  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    135  
 
Complicações  
Re-­‐Ruptura:  maior  chance  nas  2  semanas  após  o  trauma  inicial,  maior  fragilidade  do  tecido  
cicatricial.  
Diminuicao  de  forca:  por  volta  de  15%  menor  que  o  contralateral.  
Rabdomiolise:  controle  através  de  CPK,  mioglobina,  eletrólitos,  transaminases  e  funcao  renal.    
Há  risco  de  insuficiência  renal  aguda  por  necrose  tubular.  
Miosite   ossificante:   dor   e   edema   sem   melhora   após   duas   semanas.   Massa   dura   e   palpável,  
radiográfia  após  3  semanas.  O  tratamento  uso  de  indometacina  e  cirurgia  após  12  a  18  meses.  
Hemorragia  grave.  
Hernia  muscular:  não  exige  tratamento  na  ausência  de  sintomas.  

 
136                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Lesão  nervosa  
Na   lesão   cortante   -­‐-­‐>   reconstrução   cirúrgica   ;   Arma   pequeno   calibre   -­‐-­‐>   Não   cirúrgico  
§
por  60d  antes  de  conduta  definitiva  
CLASSIFICAÇÃO  

Seddon   Sunderland   Lesão  


Neuropraxia   GI   Disfunção  (Ausência  de  lesão)  
Axoniotimese   GII   Lesão  do  axônio  
Axoniotimese   GIII   Lesão  do  axônio  +  endoneuro  (fibra)  
Axoniotimese   GIV   Lesão  do  axônio  +  endoneuro  +  perineuro  (fascículo)  
Neurotimese   GV   Lesão  do  axônio  +  endoneuro  +  perineuro  +  epineuro  (nervo)  

TÉCNICA  CIRÚRGICA  
§ Neurólise,:  Liberação  e  descompressão  de  nervo  periférico  submetido  a  compressão  
§ Reparo:  Suturas  perineurais,  epiperineurais,  epineurais  internas  ou  externas  
§ Reconstrução:  O  enxerto  mais  usado  é  o  sural.  Adesivo  de  fibrina:  Diminui  a  quantidade  
de  pontos  necessários  e  agressão  da  manipulação,  reduzindo  o  tempo  cirúrgico  

REABILITAÇÃO  
§ Cicatrização  da  reconstrução  de  3  a  4  sem:  Proteger  com  órtese  
§  Avaliar  com  Tinel  (1mm  por  dia).  Sem  progressão  -­‐-­‐>  Mau  prognóstico  
§ Dor  e  temp  1º  a  retornar,  seguido  por  vibração  ,  toque  ao  movimento  e  toque  constante.  
§ Músculos  degenerados  e  fibróticos  se  não    reinervados  em  até  1a  

NERVO  RADIAL  
§ Mão  caída,  paralisia  da  musc  extensora  dos  dedos,  punho  e  polegar  (Compartimentos)  
§ Face  dorsal  do  polegar,  indicador,  3º  e  porção  radial  do  4º  

NERVO  ULNAR    
§ Paralisia  e  hipotrofia  dos  intrínsecos:  Interósseos  palmares,  dorsais,  lumbricais  do  4º    e  
5º,  eminência  hipotenar,  adutor  do  polegar  e  porção  profunda  do  flexor  curto  do  polegar  
o Garra:  Hiperext.  das  MF  e  flexão  das  IF,  principalmente  do  4º  e  5º  .  5º  aduzido  
o Perde-­‐se  abdução  e  adução  dos  dedos.  Adução  do  polegar  comprometida  
o Perda  sensitiva  5º  dedo  e  metades  ulnar  e  volar  do  anular  
§ Lesões  altas:  Pega  FUC  e  flexor  profundo  do  4o  e  5o  -­‐-­‐>  Garra  menos  nítida  

NERVO  MEDIANO  
§ Paralisia  e  hipotrofia  da  região  tenar  
o Punho:   Abdutor   curto   do   polegar,   porção   superficial   do   flexor   curto,   oponente   e  
1º  e  2º  lumbricais.  Distal:  Deformidade  em  adução  do  polegar  
o Proximal:  Supinação  do  antebraço,  extensão  do  polegar,  indicador  e  médio  
§ Perda  da  sensibilidade  do  polegar,    indicador,  médio  e  metades  radial  e  volar  do  anular  
§ Lesão   proximal:   Pega   extrínsecos   -­‐-­‐>   Flexor   longo   do   polegar,   porção   radial   do   flexor  
longo  dos  dedos,  flexor  superficial  dos  dedos,  pronadores,  FRC  e  palmar  longo  
§ Perda  da  flexão  da  FD  do  indicador  e  médio,  flexores  superficiais,  déficit  de  pronação  e  
tendência  a  desvio  ulnar  do  punho  
 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    137  
 

Ruptura  do  tendão  calcâneo  


  O  tendao  de  aquiles  e  derivado  do  m.Gastrocnemio  e  do  M.Solear.  Ele  varia  de  forma  de  
redondo   proximalmente   ate   mais   chato   distalmente   (mais   ou   menos   4   cm   antes   de   sua   insercao)  
e   insere-­‐se   na   tuberosidade   do   calcaneo./   Sua   fibras   rodam   90°,   sendo   que   suas   fibras   mediais  
tornam-­‐se  posteriores.  

  Sua  vascularizacao  acontece  na  parte  anterior./A  porcao  intermediaria  do  tendao  e  mal  
vascularizada.    

  As  fibras  colagenas  do  tendao  suportam  um  alongamento  de  ate  4%.  Entre  4  e  8%  elas  
sofrem  um  estiramento.  Apos  8%  e  possivel  evidenciar  a  ruptura  macroscopica.  

  Epidemiologia  

  44-­‐83%   em   atividades   esportivas   (Muito   comum   em   badmington   em   paises  


escandinavos)./  Mais  comum  em  homens  1.7  ate  12:1./  Mais  comum  do  lado  esquerdo  que  no  
direito   (provavelmente   porque   a   maioria   da   populacao   e   destra   e   faz   o   movimento   de   impulso  
com   a   perna   esquerda!!!-­‐   /   3   e   4   decada   de   vida,   trabalham   de   colarinho   branco   e   praticam  
esporte  ocasionalmente.  

  A  area  de  ruptura  e  sua  zona  hipovascular.  A  vascularizacao  diminui  com  a  idade.  

  Corticoides/  Fluoroquinolonas/  Hipertermia  

  Exame  fisico  

  Teste   de   Thompson/   Teste   da   flexao   do   joelho:   paciente   em   posicao   prona.   E  


solicitado  para  que  flexione  os  joelhos  (bilateral)  ativamente.  Caso  o  pe  fique  em  neutro  ou  em  
dorsiflexao   o   tendao   esta   rompido./   Teste   da   agulha:   coloca-­‐se   uma   agulha   na   regiao   do   tendao  
e   e   solicitado   que   se   faca   flexao   e   extensao   do   tornozelo./   Teste   do   esfigmomanometro:  
paciente   na   posicao   prona.   Coloca-­‐se   o   esfigmo   na   perna   e   infla-­‐se   ate   100   mmHg   com   o  
tornozelo  em  flexao  plantar.  O  tornozelo  e  entao  estendido.  Caso  a  pressao  va  para  140  mmHg  o  
tendao  esta  integro.  Caso  permaneca  perto  de  100  mmHg  o  tendao  esta  rompido.  

  Imagem  

  RX:   pode   aparecer   o   triangulo   de   Kager   (sinal   de   edema   gorduroso   posterior   a   tibia   e  
anterior  ao  tendao)./  US:  imagens  dinamicas  do  tendao  rompido./  RM:  lesoes  adjacentes.  

  Tratamento  

  Conservador  -­‐  nao-­‐atletas.  Imobilizacao  de  6  a  8  semanas.    

  Cirurgico   percutaneo-­‐   tecnica   de   Ma   e   Griffith.   Pode   ocorrer   lesao   do   nervo   sural.  


Parece  haver  mais  risco  de  rerruptura.  

  Cirurgico  aberto  (com  ou  sem  reforco)  -­‐  sutura  boca-­‐a-­‐boca  (kesler,  Bunnel,  Krakoff)  ou  
reforco   com   fascia   ou   tendoes.   Nao   existe   evidencia   de   superioridade   de   um   sobre   o   outro.  
Problemas  de  cicatrizacao.  

 
138                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Moléstia  de  Dupuytren  


Definição:   Fibroplasia   proliferativa   do   tecido   palmar   subcutâneo,   que   ocorre   na   forma   de  
nódulos  e  cordões,  e  que  pode  resultar  em  contraturas  secundárias  progressivas  e  irreversíveis  
das  articulações  dos  dedos.  
Etiologia:  Desconhecida  
Epidemiologia:    
• Associação  lesões  semelhantes  na  fáscia  plantar  medial   –  Ledderhose:  5%   -­‐10%;  3%  dos  
pacientes  apresentam  Peyronie.  
• Mais  comum  na  5a  a  7a  décadas  de  vida.  
• 6-­‐10  X  mais  frequente  em  homens.  Rara  em  asiáticos  e  negros.  
• Mais  grave  e  frequente  em  diabéticos  e  epilépticos  em  uso  de  fenobarbital.  
• Frequentemente  bilateral  (45%),  mas  não  simétrica.  
• Mais   comum   em   homens   com   alterações   degenerativas   nas   maos   e   nos   pes,  
acompanhadas  de  diminuição  do  fluxo  arterial  dos  membros  inferiores.  
Fisiopatologia  –  Quadro  clínico  
Dedos  anular  e  mínimo  são  os  mais  afetados.  Contratura  é  indolor.  
Nódulos   subcutâneos   desenvolvem-­‐se   primeiro   e   os   cordões   formam-­‐se   proximalmente   em  
resposta  a  tensão  intermitente,  resultando  em  contraturas.  
O  ligamento  de  Cleland  geralmente  esta  preservado.  
A  contratura  é  irredutível  e  progressiva.  
Teste  de  Hueston  –  solicita  ao  paciente  que  coloque  a  mão  em  uma  superfície  plana;  quanto  mais  
a  prega  palmar  distal  e/ou  as  pregas  digitais  ficarem  distantes  dessa  superfície,  maior  o  grau  de  
deformidade  e,  consequentemente,  da  incapacidade.  

Classificação  
Luck  classifica  a  doença  em  3  fases:  

-­‐ Fase  proliferativa  –  proliferação  celular  com  uma  disposição  anárquica    


-­‐ Fase  involutiva  –  alinhamento  dos  fibroblastos  na  direção  das  linhas  de  tensão  
-­‐ Fase  residual  –  se  formam  tecidos  conjuntivos  pouco  celulares  e  semelhantes  a  tendão.  
Tubiana,  Michon  e  Thomine  

A  somatória  os  ângulos  das  contraturas  ativas  da  MCFs  e  IFs    

• Tipo  0  –  sem  lesão;  Tipo  N  –  Nódulo  palmar  


• Tipo  1  –  deformidade  total  em  flexão  entre  0  e  45o;  Tipo  2  -­‐  entre  45  e  90o.  
• Tipo  3  -­‐  entre  90  e  135o;  Tipo  4  -­‐  maior  que  135o.  
Prognóstico:  Pior  prognóstico  –  hereditariedade,  alcolismo,  epilepsia  (+recidiva),    bilateralidade.  
Tratamento  
Cirúrgico:   único   tratamento   efetivo,   por   meio   da   remoção   da   fáscia   palmar   ou   digital  
comprometida.  
Alternativas  –  uso  de  enzima  Clostridial  collagenase  para  lise  e  rotura  das  cordas.  
Injeções  de  esteróide    nos  nódulos  tem  algum  efeito  na  fase  inicial.  
Indicação  de  cirurgia:  15  a  300  de  flexão  das  articulações  IFP  e  MTF  

Cirurgias  
-­‐  Fasciotomia  subcutânea  -­‐  pacientes  idosos  e  com  condições  clinicas  pobres  
-­‐  Fasciectomia  parcial  -­‐  recorrência  50%,  necessidade  de  novo  procedimento  (15%)  
-­‐  Fasciectomia  total  -­‐  não  impede  recidiva,  hematoma,  cicatrização  retardada  e  contratura.  
-­‐  Fasciectomia  com  enxerto  de  pele  -­‐  jovens  com  prognostico  ruim  e  recidiva  

Complicações  
Laceração   do   nervo   digital   (complic   IO   +   comum);   comprometimento   vascular;   formação   de  
hematoma  (complic  PO  +  comum);  contratura  articular  residual  ou  recorrente  (complic  tardia  +  
comum).  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    139  
 

Hálux  valgo  
 

Definição  

Desvio  lateral  do  primeiro  raio,  causando  sofrimento  e  dor(Hueter)  

Desvio   medial   do   primeiro   metatarsal,   com   saliência   interna   da   articulação  


metatarsofalangica  e  desvio  lateral  do  primeiro  dedo(Sizinio)  

Deformidade   complexa   do   primeiro   raio,   que   frequentemente   é   acompanhada   por  


deformidade  e  sintomas  nos  dedos  menores.(Campbell)  

Fatores  de  Risco  

Fator  Extrínsico:calçado  com  forma  inadequada(sapatos  de  ponta  e  biqueiras  de  aço)  

Fatores  Intrinsicos:  

-­‐Pé   plano   valgo,   Hipermobilidade   do   primeira   metatarsocuneiforme,   Forma   inclinada   ou  


convexa   da   primeira   metatarsocuneiforme,   Formato   da   cabeça   do   primeiro  
metatarso(redonda   é   instável   e   em   V   ou   plana   é   estável),   AAMD,   Congruencia   articular,  
Formula   digital.O   pé   quadrado   e   o   pé   egipicio   tem   maior   propensão   a   deformidade),  
Frouxidão   ligamentar,   Pé   espraiado,   Inclinação   da   articulação   interfalagiana,   Primeiro  
metatarsal   curto   ou   em   varo,   Discrepancia   entre   o   primeiro   e   segundo   metatarsos:índex  
minus   apresenta   maior   chance   de   deformidade   que   índex   plus   e   plus-­‐minus,   Doenças  
sistêmicas(desequilíbrios   neuromusculares,   AR,   gota,   LES,tumores,   etc),   Histórico  
familiar(60  a  70%)  
 
Fisiopatologia  

Tratado   de   Ortopedia:A   presença   de   fatores   extrinsicos   e   intrinsicos   provoca   o   desvio   do   dedo  


em   valgo.A   ocorrência   do   valgismo   determina   a   frouxidão   dos   elementos   de   contenção  
medial   da   articulação   metatarsofalangeana,   favorecendo   as   forças   adutoras(lateral).As  
ações  musculares  do  conjunto  flexor-­‐extensor  propiciam  o  efeito  corda  de  arco,  que  favorece  o  
desvio   do   primeiro   metatarsiano   em   varo,   caindo   pelo   lado   medial   sobre   os   ossos  
sésamoides.  

Quadro  Clinico  

-­‐Dor,   Estética,   Calosidades,   Deformidades   dos   dedos   vizinhos,   Limitação   do   arco   de  


movimento(pressupõe  artrose  desta  articulação)  
 
Radiografias  
 
AP  e  PE  com  carga  e  axial  para  sésamoides  
-­‐Angulo  intermetatarsal(até  9o  é  normal)  
-­‐Valgismo  do  halux(até  15o  é  normal)  
-­‐AAMD(até  15o  normal)  
-­‐AAFPP(até  8o  normal)  
-­‐AAFPD(até  10o  normal)  
-­‐Angulo  interfalângico(até  6o  normal)  
-­‐  Avaliação  da  congruência  articular(linhas  tangentes  as  superfícies  articulares  paralelas  
são  congruentes  e  incongruente  se  convergentes)  
 

-­‐Desvio  sesamoideo:grau  de  subluxacao  dos  sesamoidesO  critério  de  graduação  de  Smith  toma  
como   base   a   posição   do   sesamoide   tibial   com   relação   ao   eixo   mecânico   do   primeiro   metatarso,  
140                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 
podendo   ser   obtida   quatro   gradações:Grau   I-­‐menos   de   50%.Grau   II-­‐mais   de   50   %.Grau   III-­‐
luxação  lateral  completa    

Avaliação   do   formato   do   meta   com   o   cuneiforme(plana   é   estável,   curva   e   inclinada   é  


instável)  

Classificação  de  Mann  

1)Deformidade  leve:AVH  menor  que  20o  ,  AIM  menor  que  11o  e  sesamoides  luxados  menos  
que  50%.  

2)Deformidade  moderada:AVH  entre  20  e  40o  ,  AIM  entre  11  e  16o,  e  sesamoides  luxados  
entre  50  e  75%.  

3)Deformidade  grave:AVH  maior  que  40o  ,AIM  maior  que  16o,  e  sesamoides  luxados  mais  
do  que  75%.  

Tratamento  

Conservador:modificação   do   calçado,   proteção   nas   áreas   de   atrito,e   orteses   para  


distribuição   das   pressões   sob   a   cabeça   dos   metatarsos.A   finalidade   do   tto   conservador   é  
puramente   de   alivio   e   conforto,   sem   contudo,   interferir   nas   alterações   estruturais.  
 

Cirúrgico:  

Na  falha  do  tto  conservador,  presença  de  dor,  e  estética(controverso)  

>>>se  articulação  MTF  for  congruente:  

1)leve  +  AAMD  <8o  :chevron  simples  ou  procedimento  de  partes  moles(McBride)  

2)leve  +  AAMD  >8o  :chevron  biplano  

3)se  angulo  interfalangico  >15o  avaliar  a  AAPFP  e  AADFP.Se  AAPFP>8o=Akin  proximal;  se  
AADFP>10o  =Akin  distal,  e  se  os  dois  >+Akin  centro  diafisario.  

>>>se  articulação  MTF  for  incongruente:  

1)leve:chevron  distal  

2)moderado:Mitchell,  osteotomia  da  base  do  metatarso  

3)grave:osteotomias  diafisarias  ou  metafisarias  proximais  

>>>se  articulação  MTF  for  degenerativa:  

Keller  ou  artrodese  

 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    141  
 

Hálux  rígido  
 

Definição  
  Limitação  de  movimento  da  articulação  metatarsofalângica  do  hálux.  

Osteofito  na  região  dorsal  do  primeiro  metatarso  é  obstáculo  à  extensão  do  hálux.  

Epidemiologia    
2M:1H  Predomínio  aos  40  anos  (30-­‐60).  

  80%  unilateral  na  apresentação,  evoluindo  para  a  bilateralidade  em  80%  após  9  anos.  

Quadro  Clínico  
  Dor  é  o  principal  sintoma.  

Extensão  limitada.  

Imagem  
Osteófito  dorsal.  Bloqueio  mecânico  à  extensão.  

  Tardiamente   alterações   degenerativas   na   e   em   torno   da   primeira   articulação  


metatarsofalângica.  

Classificação  
  Radiográfica  de  Hattrup  e  Johnson:  

Grau  I:  formação  branda  a  moderada  de  osteofitos  com  preservação  do  espaço  articular.  
  Grau   II:   formação   moderada   de   osteofitos   com   estreitamento   articular   e   esclerose  
subcondral.  
  Grau  III:  formação  acentuada  de  osteofitos  e  espaço  diminuído,  inclusive  inferior  

Tratamento  
  Clínico:  calçado  com  câmara  anterior  ampla,  palmilhas  firmes  moldadas  com  barra  rígida  

Queilectomia:  Pacientes  grau  I  e  II.  PO  com  calçado  de  solo  de  madeira  por  10  dias.  
Artroplastia  de  substituição:  descrita  com  silicone.  Bons  resultados.  Sinovite.  

  Artroplastia   de   ressecção   de   Keller:   grau   III.   Ressecção   da   base   da   falange   proximal.  


Indicações  limitadas.  Pacientes  acima  dos  50  anos  de  idade.  

Artrodese:   grau   III.   Diversas   técnicas.   Falange   em   15°   de   inclinação   dorsal   à   superfície  
plantar  ou  30°  em  relação  ao  metatarso.  15°  de  valgo  e  rotação  neutra.  

Complicações  
  Infecção.  

  Soltura  de  material.  

  Recorrência   da   deformidade.   Pricipalmente   quando   não   se   alcança   70°   de   extensão   no  


intra-­‐operatorio.  

 
142                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Lesão  de  extensores  da  mão  


ZONAS  DE  KLEINERT  E  VERDAN  
§ Zonas  ímpares  sobre  as  articulações  

TRATAMENTO  
§ Espessura  variável  do  tendão  nas  zonas  
§ Mais  finos  -­‐-­‐>  Pontos  simples  ou  U  
§ Mais  grossos  -­‐-­‐>  Semelhante  a  flexores  

ZONA  I  (IFD)  
§ Martelo:   Flexão   IFD   -­‐-­‐>   Geralmente   não   cirúrgico   (6   semanas   de   tala   em   hiperextensão).  
Sem  extensão  ativa  
§ Rotura  do  tendão  extensor  terminal,  geralmente  fechada  
§ Sexo  masculino,  jovens,  esportes  com  bola  
§ Maior  no  4  e  5  QD  
§ Martelo   crônico   (>   12   sem):     Difícil   tto   conservador.   Pardini   >   15d     ou   falha   ao   tto  
conservador  
o Brooks  Graner:  Dermotenodese  sobre  a  prega  distal  da  IFD  
CLASSIFICAÇÃO  DE  ALBERTONI  

TIPO   DESCRIÇÃO  
A1   Lesão  tendínea  pura,  IFD  <  30  graus  
A2   Lesão  tendínea  pura,  IFD  >  30  graus  
B1   Lesão  com  arrancamento  ósseo,  IFD  <  30  graus  
B2   Lesão  com  arrancamento  ósseo,  IFD  >  30  graus  
C1   Lesão  com  fratura  da  base  da  FD  com  IFD  estável  
C2   Lesão  com  fratura  da  base  da  FD  com  IFD  instável  (1/3)  
D1   Descolamento  epifisário  da  FD  
D2   Fx  -­‐  Lx  epifisário  da  FD  
§ A1  e  B1:  Tala  em  hiperextensão  por  6  semanas  
§ C1:  Redução  incruenta  e  imobilização  com  tala  metálica  (Sem  hiperextensão)  
§ A2  e  B2:  Lesão  do  L.  Landsmeer.  Fixação  em  extensão  com  FK  +  tala  por  6  sem  
§ C2:   Redução   aberta   e   fixação   com   FK,   sutura   em   pull   out   e   fixação   percutânea    
bloqueando  dorsalmente  o  fragmento  (Ishiguro)  
§ Pode   complicar   no   tto   conservador   com   pescoço   de   cisne   -­‐-­‐>   Nesse   caso   incluir   IFP  
imobilizada  por  6  sem  em  ligeira  flexão  
§ D1:  Redução  incruenta  com  tala  por  4  sem  
§ D2:  Redução  +  fixação  com  FK  (Salter  III)  

ZONA  II  (FD)  


§ Sutura  
§ Traumatismos  abertos  
§ Sem  grande  retração  

ZONA  III  (  IFP)  


§ Deformidade  em  botoeira  
§ Subluxação  palmar  das  bandas  .  
§ Os  ligamentos  retinaculares  oblíquos  e  as  bandas  laterais  forçam  a  IFD  em  hiperextensão  
§ Se  extensão  ativa  da  IFP  -­‐-­‐>  Lesão  parcial  -­‐>  Tto  conservador  -­‐-­‐>  Tala  em  extensão  
por  4  a  6  semanas,  depois  com  tala  noturna  
§ Na   deformidade   crônica   -­‐-­‐>   Se   IFP   flexível-­‐-­‐>   Tenotomia   das   bandas   laterais   +  
Matev.  Se  artrose  -­‐-­‐>  artroplastia  e  artrodese  

ZONA  IV  
• Geralmente  abertas  
§ Reparo  em  pontos  simples  
§ Lesões  parciais  de  40%  -­‐-­‐.  Conservador  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    143  
 
ZONA  V  
§ Tendão  seguro  pelas  bandas  sagitais  e  capuz,  pouca  migração  
§ U  em  duas  passadas  
§ Soco:  Mudança  de  posição  da  lesão  e  associação  de  Eikenella  Corrodens  

ZONA  VI  
§ Lesões  abertas  -­‐-­‐>  explorar  
§ Quiasmas  intertendíneos,  lesão  pode  passar  desapercebida  
§ Podem   ser   resolvidas   com   transposição   (próprio   do   indicador   e   mínimo)   ou  
solidarização    

ZONA  VII  
§ Retináculo  dos  extensores  (deixar  aberto  se  não  formar  corda)  
§ Rotura  espontânea  do  extensor  longo  do  polegar  ente  3  semanas  e  3m  de  fx  1/3  distal  do  
rádio   (mesmo   sem   desvio)   -­‐-­‐>   Transferência   do   extensor   próprio   do   indicador   ou  
enxerto  

ZONA  VIII  
§ Ferimentos  cortantes  
§ Reparação  primária  é  ideal  
§ Reparo  ou  transposição  dos  flexores  superficiais  do  médio  e  anular  (Crônica)  

POLEGAR  
§ Zona  I  e  II  semelhantes  aos  dedos  longos,  em  geral  lesões  abertas  
§ Zona  III  é  botoeira.  Lesa    extensor  curto,  longo  ou  ambos.  Reparo  
§ Zona  IV  crônico  -­‐  enxerto  ou  transferência  do  próprio  do  indicador  para  extensor  longo  
§ Zona  V:  Não  repara  túnel  -­‐-­‐>  Reparo  direto  do  tendão  
§ Zona  VIII:  Lesão  do  sensitivo  radial  e  supinador  -­‐-­‐>  reparo  de  ambos  

PÓS  -­‐OPERATÓRIO  
§ Punho  em  extensão  de  45  graus,  dedos  em  extesão  e  discreta  flexão  MCF  
§ 3  a  4  semanas  
§ Flexão  ativa  estimulada  
§ Extensão  ativa  após  4  semanas  e  contra  resistência  após  7  
§ Botoeira  -­‐-­‐>  6  semanas  com  proteção  de  FK  transarticular  

COMPLICAÇÕES  
§ Aderência  do  tendão  no  osso  ou  pele  -­‐-­‐>  Tenólise  após  6m  

 
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Lesão  dos  tendões  flexores  


EPIDEMIOLOGIA  

§ ~2%  dos  atendimentos  cirúrgicos,  50%  das  lesões  de  flexores  associadas  a  nervos  
§ Rotura  mais  frequente  -­‐  FP  anular  

EXAME  FÍSICO  

§ Atitude  em  hiperextensão  com  perda  do  efeito  "tenodese"na  extensão  passiva  do  punho  
§ Perda  da  flexão  a  compressão  da  massa  muscular  do  antebraço  
§ Na  MF  FS  divide  e  recebe  o  FP  (Quiasma  de  Campers)  -­‐-­‐>  Lesão  isolada  do  profundo  

Zonas  

§ Críticas:  TC  e  túneis  osteofibrosos  do  polegar  e  dedos  menores  


§ Túnel  osteofibroso  dos  dedos:  Efeito  de  polia  Mais  importantes:  A2  e  A4    

CLASSIFICAÇÃO  

1. Tendão  isolado  
2. Tendão  e  nervo  
3. Tendão  e  osso  ou  articulação  
4. Tendão,  nervo,  osso  e  pele  
5. Todos  os  elementos  (+  vascular)  -­‐-­‐>  reimplante  

Tratamento  

§ Primárias-­‐-­‐>  Na  urgência,  Urgências  retardadas  (1  sem),  Secundária  precoce  (terceira  ou  
quarta  semana)  ou  tardia  (espaçador  de  silicone)  
§ Na   lesão   recente,   limpa   e   cortante   com   secção   dos   dois   tendões   e   um   ou   dois   nervos:  
Reparo  de  todos  os  elementos,  se  a  lesão    for  >  60%  do  diâmetro  tratar  como  completa  
§  Kessler  e  se  tendões  têm  diâmetros  diferentes  (enxertos)  -­‐-­‐>  Pulvertaft  

ENXERTOS  

§ Indicações   Absolutas:   Perdas   de   substância   ou   grandes   retrações   e   lesões   circulatórias  


graves  do  tendão  ;  Relativa:  Áreas  críticas  
§ Momento:  Mobilidade  passiva  normal  ou  perto  do  
§ Fontes:  Palmar  longo,  plantar  delgado  ,  extensores  dos  dedos  do  pé  e  flexor  supeficial  
§ Imobilização  em  flexão  por  3  sem,  Reparar  nervos  ao  mesmo  tempo  -­‐-­‐>  reabilitação  
§ Cirurgia  de  Hunter:  Lesão  do  sistema  de  deslizamento  
o 1o   tempo:   Reconstrução   polias   +   cordão   de   silicone   suturado   no   coto   distal   e  
livre  na  palma  -­‐-­‐>  mobilizar  passivo  
o 2o  tempo  (2  a  6  m  depois):  Prende  proximal  o  enxerto  no  espaçador  e  usa  como  
guia  para  passar  pelo  túnel  

TENÓLISE:  Aderência  é  definitiva  em  6  meses,  há  previsão  de  cirurgia  secundária  

PÓS  OPERATÓRIO  

§ Imobilizar  o  punho  com  tala  dorsal  em  flexão  


o As  técnicas  variam  desde  30º  de  flexão  no  punho  e  20  na  MF  com  elásticos  a  40º  
no  punho  e  70  na  MF,  Mobilização  precoce  é  importante  (passiva  assistida)  
o Período  curto  de  imobilização:  até  dor  e  edema  regredir  
o 3º  sem:  Flexão  ativa  e  passiva,  6º  sem:  extensão  passiva  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    145  
 

Osteoartrose  do  joelho  


Doença  de  caráter  inflamatório  e  degenerativo  que  provoca  destruição  da  cartilagem  articular  e  
leva  a  deformidade  articular.  
Epidemiologia    
Predominância   do   sexo   feminino(osteoporose   e   menor   musculatura).   Inicio   das   manifestações  
por   volta   dos   50   a   60   anos./   Varismo   em   70%   e   valgismo   em   30%   dos   casos.   Bilateralidade  
comum./  Alta  incidência  de  associação  com  lesões  degenativas  do  menisco:  70%.  
Classificação  
Primaria:   artrose   degenerativa,   poliarticular,   de   origem   desconhecida,   raramente   ocorre   antes  
dos   35   anos.   /   Secundaria:   monoarticular,   reação   a   alguma   condição   que   produziu  
incongruência  nas  superfícies  articulares.  
Dejour=   I:   pré-­‐artrose.   Apenas   abrasão   da   cartilagem.   Sintomas   pouco   significativos.  
Ocasionalmente   se   apresenta   com   lesão   degenerativa   meniscal,   sinovite   e   cisto   poplíteo.  
Radiografias   normais.   10   anos   ate   estagio   II./   II:   inicial.   Pouco   sintomático.Estreitamento  
articular,  esclerose  subcondral  e  osteofitose.  Dura  cerca  de  8  anos,  pouco  evolutivo./  III:  artrose  
com  desequilíbrio.  Báscula  do  joelho.  Varismo,  rotação  interna  da  tíbia  ou  valgismo  com  rotação  
externa.  Pincamento  total  da  interlinha.  Evolução  rápida  em  1  a  2  anos./  IV:  artrose  grave.  Seja  
pelo   conflito   da   espinha   com   o   côndilo   levando   lesao   no   varismo   ou   pelo   afrouxamento   no  
valgismo,  há  lesão  do  LCA.  Lesão  femuropatelar  importante.  
Classificação   de   Ahlback   modificada   por   Keyes   &   Goodfellow:   1-­‐   reduçao   espa   artic/   2-­‐  
obliteraçao   esp   artic/   3-­‐   depressao   <5   mm   planalto   intacto/   4-­‐   depressao   >   5   mm   e   osteofito  
post/  5-­‐  subluxaçao  grave  tibia/  ant>  10  mm  
Tratamento  
Clinico:   Sempre   inicialmente./   Fisioterapia,   suportes,   orteses,   auxílios   à   deambulação.   AINE,  
injeções  intra-­‐articulares  de  esteroides  e  analgésicos.    
Cirúrgico:   A   escolha   do   procedimento   depende   da   idade,   expectativas   do   doente,   gravidade   e  
numero  de  compartimentos  comprometidos.  
Desbridamento:   adultos   mais   velhos,   ativos,   com   artrose   branda   a   moderada   após   tratamento  
clinico   ter   esgotado./   Meniscetomias   parciais:   baixo   índice   de   sucesso   nesse   grupo   de  
pacientes.   Indicada   apenas   na   presença   de   sintomas   mecânicos   e   lesão   aguda.   /  Mosaicoplastia:  
menores   de   45   anos   e   lesões   menores   que   2cm.   Resultados   ainda   não   são   esclarecedores./  
Aloenxero   osteocondral:   osteoartose   e   contra-­‐indicacao   relativa   ao   procedimento   pois  
apresenta  maus  resultados.  
Osteotomias   tibiais:   tratamento   da   artrose   unicompartimental   do   joelho.   /   80%   a   95%   de  
resultados  satisfatórios  em  5  anos,  60  a  80%  em  10  anos.  Relacionados  a  hipocorrecao.    
Osteotomias   femorais:   usualmente   corrige   o   valgismo.   Indicações:   valgo   no   joelho   maior   que  
12°   ou   plano   da   articulação   maior   que   10°.   Coventry:   placa   lamina.   Aglietti:   osteotomia   em   V  
supracondiliana.  Deixar  em  5  a  10°  de  valgo.    
Artroplastias  unicompartimentais:  controversa.  Artrose  limitada  a  um  compartimento.  
Artroplastia   Total   do   Joelho:   varo   maior   que   15°,   valgo   maior   que   10°,   subluxacao   tibial,  
comprometimento  grave  de  pelo  menos  dois  compartimentos.  Pelo  menos  60  anos.  
Corte   tibial   pependicular   ao   eixo   tibial.   Corte   do   fêmur   deve   corrigir   deformidade,   levando   a  
valgismo.  Revestir  todas  superfícies.  Corrigir  tensionamento  ligamentar  no  final.  
Artrodese:  pacientes  jovens,  ativos,  que  limitariam  a  longevidade  de  uma  prótese.  
146                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Artroplastia  do  joelho  


Evolução  e  Modelos  das  Próteses  
Prótese  Tricompartimental:1973Desenvolvida  por  Insall  obedecia  o  principio  de  que  as  condições  
mecânicas  deveriam  superar  o  desejo  de  reproduzir  anatomicamente  a  cinemática  do  movimento  
normal   do   joelho.O   LCA   deveria   ser   sacrificado.   As   criticas   a   esse   modelo   foram:tendência   a  
subluxar-­‐se  posteriormente  em  flexão  se  o  espaço  da  flexão  não  fosse  perfeitamente  equilibrado  
com   o   espaço   da   extensão,   e   uma   amplitude   menor   de   flexão,   quando   comparado   com   a   dos  
modelos  que  permitem  o  roll  back  femoral.Ao  não  rolar  para  trás,  o  fêmur  posterior  colidia  com  a  
tíbia  a  95º  de  flexão.  

Próteses  Condilares  Restringidas:  Substituição  do  LCP  aumentando  o  poste  central  do  polietileno  
tibial,  restringindo-­‐o  de  encontro  as  paredes  medial,  lateral  de  uma  caixa  central  aprofundada  do  
componente  femoral.  Nao  controla  a  hiperextensao,  logo  ,  não  pode  ser  usado  para  recurvatum.  
Tem  sido  muito  usada  como  prótese  de  revisão.  

Biomecânica  da  Artroplastia  


A   favor   de   manter   o   LCP:.maior   amplitude   de   movimento   com   um   rolar   para   trás.(roll  
back)Entretanto  os  últimos  estudos  mostraram  que  a  flexão  média  atingida  no  acompanhamento  
foi   a   mesma   com   ou   sem   o   LCP.Restritor   no   desvio   translacional   do   joelho.Sem   o   ligamento   os  
movimentos   translacionais   tem   de   ser   resisitidos   pela   geometria   articular   da   prótese.   Marcha  
mais   simétrica,   especialmente   ao   subir   escadas.Menor   ressecção   óssea   é   necessária,  
principalmente   do   lado   femoral.Melhor   função   da   articulação   patelo-­‐femoral.A   relação   é   menos  
alterada  com  próteses  retendo  o  LCP  do  que  substituindo-­‐o.Nas  próteses  com  retirada  do  LCP  a  
patela   pode   impactar-­‐se   no   mecanismo   protético   causando   o   que   chamamos   de   Síndrome   do  
Impacto  patelar  

A  favor  de  retirar  o  LCP:  Argumento  de  que  o  ligamento  já  está  doente  e  portanto  é  difícil  de  se  
equilibra-­‐lo  novamente.  LCP  exessivamente  apertado  em  flexão  pode  limitar  a  extensão  da  flexão  
PO,   como   também   levar   a   excessivo   rollback   femoral,   o   qual   acelera   o   desgaste   do  
polietileno.Joelhos   substituindo   o   LCP   mostraram   roll   backs   mais   normais.   correcao   mais   fácil   de  
deformidade  e  de  exposição  cirúrgica  

Alinhamento  Longitudinal  e  Rotacional  do  Joelho  


Causa   de   complicações   a   longo   prazo,   incluindo   instabilidade   tibiofemoral,   patelofemoral,   fx   da  
patela,   rigidez,   desgaste   acelerado   do   polietileno   e   afrouxamento   de   implante.   O   componente  
tibial   é   colocado   perpendicularmente   ao   eixo   mecânico   da   tíbia   no   plano   coronal   e   com  
quantidade   variável   de   inclinação   posterior   dependendo   do   modelo   da   prótese.   Componente  
femoral   usualmente   é   implantado   em   5   a   6º   de   valgo,   o   necessário   para   estabelecer   o   eixo  
mecânico.   Para   criar   um   espaço   de   flexão   retangular,   com   igual   tensão   exercida   sobre   os  
ligamentos  colaterais  medial  e  lateral,  o  componente  femoral  geralmente  é  rodado  externamente  
aproximadamente  3º  em  relação  ao  eixo  condilar  posterior.  

Polietileno  O  desgaste  é  visto  com  menor  frequencia  que  nas  próteses  de  quadril.  Proteses  com  
manutenção   do   LCP   tem   um   gasto   mais   acentuado   do   polietileno.   Polietileno   deve   ter   um  
espessura  mínima  de  8mm.  

Fixação  dos  Componentes  A  fixação  cimentada  tem  produzido  fixação  uniformemete  confiável  a  
longo  prazo  com  menos  osteólise  em  múltiplos  modelos  de  próteses,  e  continua  sendo  o  padrão  
com  o  qual  a  fixação  sem  cimento  deve  se  comparada.  

Indicações  e  Contra-­‐Indicações  
Aliviar   a   dor   causada   por   artrose   grave,   com   ou   sem   deformidade   significativa.   Se   a   flexão  
progride   para   mais   de   20º,   a   marcha   é   significativamente   prejudicada,   e   a   dificuldade   para  
reobter   extensão   pode   justificar   a   intervenção   cirúrgica.   A   medida   que   a   frouxidão   em   varo   ou  
em   valgo   torna-­‐se   grave,   uma   prótese   condilar   restringida   torna-­‐se   necessária   para   prevenir  
instabilidade.  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    147  
 
Contra-­‐Indicações:Infecção   recente,   descontinuidade   ou   disfunção   do   aparelho   extensor,  
deformidade  em  recurvatum  decorrente  de  fraqueza  muscular  e  presença  de  artrodese  do  joelho  
sem  dor  e  bem  funcionante.  

Prótese  Unicompartimental  Indicação:  paciente  idoso,  magro,  com  doença  unicompartimental  


que   de   outro   modo   receberia   ATJ.   Tempo   de   reabilitação   mais   curto,   maior   amplitude   de  
movimento,   preserva   a   função   proprioceptica   dos   cruzados.   Contra-­‐Indicacao   :artrose  
inflamatória,   contratura   em   flexão   de   5º   ou   mais,   ADM   menor   que   90º,   deformidade   angular  
maior  que  15º,  erosão  cartilaginosa  importante,  deficiência  do  LCA  e  osso  abaixo  da  patela.  

Artroplastia  Patelar  Indicação:  dor  residual  anterior.Alguns  autores  são  adeptos  da  artroplastia  
patelar  seletiva,  baseado  no  fato  de  esta  ser  a  principal  causa  de  reoperações  de  joelhos  com  ATJ.  

Técnica  Cirúrgica  para  ATJ  


Via:   incisão   anterior   mediana.   A   incisão   é   continuada   no   lado   medial   da   patela.   O   joelho   é  
estendido   e   a   patela   é   evertida.   O   LCA   e   cornos   anteriores   dos   meniscos   são   excisados  
juntamente   com   possíveis   osteófitos.Os   cornos   posteriores   são   retirados   apos   corte   tibial   e  
femoral.O  LCP  é  retirado  neste  momento.  Tíbia  anteriorizada  e  rodada  externamente.  Os  cortes  
femorais  anterior  e  posterior  determinam  o  grau  de  rotação  externa  e  assim  a  forma  do  espaço  
de  flexão.Rotacao  externa  excessiva  alarga  o  espaço  para  flexão  medialmente  e  pode  resultar  em  
instabilidade.   Rotação   interna   pode   acusar   inclinação   patelar   lateral   ou   mesmo   instabilidade  
patelofemoral.  
A   rotação   do   componente   femoral   pode   ser   determinada   por   vários   métodos:   eixo  
transepicondilar,   eixo   Antero-­‐posterior,   condilos   femorais   posteriores   paralelo   a   uma   linha  
traçada  entre  os  epicôndilos  femorais  medial  e  lateral.  Cortar  a  tíbia  perpendicularmente  ao  seu  
eixo  mecânico  com  0  a  5º  de  inclinação  posterior  
Equilibrio   ligamentar:   A   deformidade   em   varo   é   a   mais   comum   no   joelho   artrítico.Deve   ser  
associado   a   liberação   medial(LCM   profundo,   osteófitos,   LCM   superficial,   pata   de   ganso,   nesta  
ordem   de   acordo   com   o   grau   de   deformidade)   A   deformidade   em   valgo   pode   ser   corrigida  
mediante   liberação   progressiva   dos   componentes   laterais.(trato   iliotibial,LCL,poplíteo,  
LCP)Quando   a   deformidade   em   valgo   e   flexão   estão   presentes   juntas,     correção   aguda   pode  
causar   estiramento   do   nervo   fibular,   e   paralisia   subseqüente.   Em   flexão   recriar   os   recessos  
capsulares  posteriores  normais  da  articulação  do  joelho  descolando  a  cápsula  posterior  aderente  
proximalmente   até   uma   curta   distancia   acima   dos   côndilos   femorais   posteriormente.A   cápsula  
posterior   pode   ter   ainda   maior   liberação   pelo   descolamento   mais   proximal   até   o   aspecto  
posterior   do   fêmur.   Outra   técnica   é   remover   osso   adicional   do   fêmur   distal   para   aumentar   o  
espaço  de  extensão  diminuído  
Patelofemoral:  A  rotação  interna  do  componente  tibial  lateraliza  a  TAT,  aumentando  o  angulo  Q  
e  a  tendência  a  subluxação  patelar  lateral.  Se  houver  necessidade  de  substituir  a  patela,  a  prótese  
patelar   deve   estar   medializada   para   reproduzir   a   saliência   medial   da   patela   normal.A  
centralização  do  componente  patelar  requer  que  a  patela  se  medialize,  o  que  a  obriga  a  funcionar  
com  um  angulo  Q  aumentado.  
Subcutâneo  e  pele  fechados  com  flexão  de  30  a  40º.  Após  soltura  do  garrote.  

Complicações  da  ATJ  


Tromboembolismo  Prevalencia  de  40  a  84  %.  

Infecção:   S.   aureus,   S.   Epidermidis,   Streptococcus.   1.   Atbterapia(raramente   indicada).  


2.Desbridamento   articular   com   retencão   da   prótese:   para   infecção   recente(   <4   semanas)ou  
infecção   hematogenica(>4   semanas),   com   a   prótese   bem   fixada.   3.   Artroplastia   de   ressecção:  
ideal   para   infecção   de   ATJ   em   paciente   com   AR   grave.   4.   Artrodese:   fixador   externo   ou   haste  
intramedular.   5.Artroplastia   de   substituição:   uma   ou   duas   fases(mais   comum).Retira   a   prótese,   6  
semanas  de  Atb  e  coloca  nova  prótese  se  em  dois  tempos  

Complicações   Patelofemoral   Instabilidade   patelofemoral,   fratura   da   patela   e   ruptura   do   tendão  


do   mecanismo   extensor.   Complicações   neurovasculares:   paralisia   do   nervo   fibular(única  
descrita)-­‐VALGO  E  FLEXÃO.Afrouxar  o  curativo  e  fletir  o  joelho.  Fx  Periprotéticas  
148                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Artrose  do  quadril  


A   artrose   é   uma   doença   degenerativa   CRÔNICA   caracterizada   por   deterioração   da   cartilagem   e  
neoformação  óssea  nas  superfícies  e  margens  articulares.  

Epidemiologia  
Mais   comum   em   mulheres,   obesos,atletas   de   alta   demanda   e   trabalhadores   braçais   de   alta  
demanda.Ou  artrose  secundária(seqüela  de  fratura,epifisiolise,LCP)  pode  atingir  pacientes  mais  
jovens.  

Etiologia  
Desconhecida  

Fisiopatologia  
Inicia-­‐se   com   amolecimento   e   afilamento   da   cartilagem   articular.Com   a   progressão   da   doença  
formam-­‐se   fissuras,   fibrilaçoes   e   ulcerações   da   cartilagem   articular.A   cartilagem   torna-­‐se  
ausente,  sendo  substituída  por  osso  ebúrneo.A  cartilagem  muda  de  coloração  e  fica  amarelada.  

Cistos  formam-­‐se  na  cabeça  femoral  e  no  acetábulo  próximos  a  superfície  articular.O  colo  femoral  
alarga-­‐se   e   osteofitos   se   formam   na   margem   articular.Grandes   osteofitos   podem   se   formar   na  
parede  acetabular  medial,  na  fossa  acetabular,  na  periferia  acetabular  e  no  colo  femoral  medial.  

Quadro  Clinico  e  Exame  Físico  


Dor   na   região   inguinal   que   se   irradia     na   região   anterior   e   medial   da   coxa   e   joelho.–   principal  
queixa  e  o  achado  mais  consistente  na  historia  clinica,piora  no  inicio  do  movimento.Limitaçao  do  
ADM  

Exames  Complementares  
Sinais   radiográficos   clássicos:   estreitamento   do   espaço   articular,esclerose   subcondral,presença  
de   osteofitos   marginais   e   aparecimento   de   cistos(primeiro   no   acetábulo   depois   na   cabeça   do  
fêmur)  e  geodos.  

Diminuição   do   espaço   articular   <   3mm   em   idosos   >   70   anos   e   <   4mm   em   pacientes   com   <   70  
anos.  

Classificação  

Bombelli  
-­‐ Etiologia  –  Mecânica,  metabólica  e  combinada  
-­‐ Morfologia  –  Supero  externa,  concêntrica,  interna  e  ínfero-­‐interna  
-­‐ Reação  biológica  –  Atrofica,  normotrofica  e  hipertrófica  
-­‐ Amplitude  de  movimento  –  rígido(flexão  ate  300,adução  e  abdução  00),  hipomovel(flexão  
de  30  a  600,abdução  e  adução  ate  150)  e  móvel(flexão  >600,abdução  e  adução  >  150).  
 

Tratamento  
 

A   necessidade   de   tto   fica   determinada   pela   intensidade   da   dor   e   grau   com   que   esses   sintomas  
interferem  com  as  atividades  do  dia  a  dia.  

Tratamento  não  cirúrgico  


Objetivos  –  alivio  da  dor  e  manter  e  restaurar  a  função  articular.Retardar  o  tto  cirúrgico.  

Tratamento  cirúrgico  
Objetivos  –  alivio  da  dor  e  melhorar  a  função  da  articulação  

São  utilizadas  atualmente  4  modalidades  de  cirurgia  para  artrose:  


                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    149  
 
-­‐ osteotomias  pélvicas  ou  femorais  
-­‐ artrodese  
-­‐ artroplastia  
-­‐ artroscopia  

Osteotomias  
Osteotomia   varizante   –   Indicações   :   adução   dolorosa,deformidade   em   abdução,congruência  
melhora  com  abdução.Cabeca  femoral  esférica,  pouca  ou  nenhuma  displasia  acetabular,sinais  de  
sobrecarga  lateral,  angulo  cervicodiafisario  >  135  graus.Relaxa  os  músculos  abdutores,adutores  e  
psoas,diminui  a  carga  na  articulação  do  quadril  e  aumenta  a  superfície  de  sustentação  de  peso.A  
maioria  dos  autores  recomendam  o  desvio  medial  de  10  a  15mm  para  manter  o  joelho  embaixo  
da   cabeça   femoral.Encurta   o   membro.Muller   mencionou   contratura   fixa   em   rotação   externa   de  
25  graus  ou  mais  como  uma  contra-­‐indicacao  a  osteotomia  intertrocanterica  e  flexão  de  70  graus  
ou  menos  como  contra-­‐indicacao  a  osteotomia  varizante.  

Osteotomia   valgizante   –   indicações   :   abdução   dolorosa,   deformidade   em   adução,   congruência  


melhora  com  adução.Aumenta  potencia  dos  abdutores.Transferem  o  centro  de  rotação  do  quadril  
medialmente,   aumentando   a   área   de   sustentação   de   peso   e   a   congruência   articular.Flexao   pré-­‐op  
<  60  graus  é  contra-­‐indicacao  relativa.  

Artrodese  
 

Indicação:  paciente  jovem  trabalhador  braçal  e  artrose  unilateral.  

Contra-­‐indicacoes:  dç  com  potencial  bilateralidade,  dç  degenerativa,afecção  na  coluna  lombar  ou  
joelho  ipsilateral.  

 
150                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Infecção  na  artroplastia  do  quadril  


Incidência  
2,5%  
Maior   em   DM,   transplantado,   Reumatóides,   Falciforme.   Fatores   que   podem   aumentar   a   chance:  
Drogas  imunossupressoras,  corticóides,  tempo  cirúrgico  prolongado,  cirurgia  prévia  e  ITU.  

Etiologia  
Mecanismos:  Contaminação  intra-­‐operatória  ;  por  contigüidade  na  infecção  da  FO  ;    disseminação  
hematógena  de  foco  distante  ;  reativação  de  antigo  sitio  infectado.  
Dor  no  local  da  cirurgia  é  o  achado  mais  comum  
Profilaxia   ATB:   O   fator   mais   importante     na   prevenção   da   sepse   perioperatória.   Recomendado  
cefazolina  ou  cefuroxima  1  hora  antes  da  incisão,  com  nova  dose  se  cirurgia  prolongada  ou  muito  
sangramento.  Manter  somente  por  24h.  
Flora:  Staphylococcus  aureus  (principalmente  o  coagulase  negativo)  

Classificação    
(Tsukayama  –  igual  a  Fitzgerald  só  acrescenta  o  tipo  4):  
Infecção  aguda  (até  1  mês  PO):  Infecção  da  FO.  LC  e  verifica  se  é  superficial  ou  profunda.  Se  for  
profunda  colhe  culturas,  desbridamento,  troca  liner    e  cabeça.  ATB  EV  por  6  semanas  
Aguda   hematógena(>1   mês):   Sem   sinais   infecciosos   muito   evidentes,   dor   no   quadril,  
diagnóstico   difícil.   Pode   haver   história   de   infecção   a   distancia.   Checar   provas   inflamatórias,  
leucograma   e   proceder   a   aspiração   da   articulação   com   cultura.   Confirmado   à   ATB   +  
desbridamento.  Se  solturaà  revisão.  
Crônica:   Indica-­‐se   a   remoção   dos   componentes   +   desbridamento.   Coleta   de   culturas.   Revisão   em  
1  ou  2  tempos,  com  ou  sem  espaçador.  Uma  nova  prótese  pode  ser  implantada  de  3  meses  a  1  ano  
Cultura  intra-­‐operatória  positiva  na  cirurgia  de  revisão.  Tratamento  com  ATB.  

Exames  
Rx:   Pode   ser   normal,   porém   osteólise   progressiva   com   reação   periostal   é   sugestivo   .  
Pseudobursas  são  diagnósticas  de  infecção  profunda  
Leucograma   geralmente   é   normal.   VHS   >   30   e   PCR   >   10   são   sensíveis   e   específicos   para   infecção.  
VHS  pode  demorar  1  ano  para  voltar  ao  normal  ;  PCR  3  semanas.  
Aspiração:  Leuco  >  25000  com  25%  de  polimorfonucleares  à  suspeitar  de  infecção  
Leucócitos   marcados   com   Índio   à   Superior   a   Te   e   Ga.   CIntilografias   não   ajudam   a   determinar   se  
o  processo  é  profundo  à  fáscia.  

Tratamento  
Na   reconstrução:   o   estado   clínico   do   paciente,   os   germes   infectantes,   a   qualidade   do  
desbridamento   e   o   controle   da   infecção   influenciam   a   implantação   de   uma   nova   prótese.   Em   2  
tempos  à  menor  recorrência    

Fitzgerald  I  (PO  Aguda)-­‐  3  meses   Dor   +   sinais   flogísticos.   VHS   e   PCR   aumentados.   Rx  
normal  
II  (Profunda  retardada)  –  6  a  24  meses   Agudas  e  fulminantes  ou  de  baixo  grau  e  indolentes.  Dor  
Mais  frequente   perisistente   e   inexplicável,   podendo   haver   história   de  
infecção  pregressa  à  distancia.  Febre  pode  estar  ausente,  
VHS,PCR  e  leuco  podem  ser  normais.  Rx  pode  ser  normal.  
Cintilo  positiva.  Aspiração  pode  ser  diagnóstica.  
III  (Hematogênica  Tardia)  >  2a   Quadril  agudamente  doloroso  2a  ou  mais  apos  a  cirurgia  
ao  movimento  ou  à  carga.  VHS  e  PCR  elevados.  
 

 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    151  
 

Mão  reumatóide  
Bilaterais  e  simétricas.  Envolvem  tipicamente  os  dedos,  polegar  e  punho.    
Metacarpofâlangica   desvio   ulnar   com   subluxação   ou   luxação   palmar.   É   a   mais  
importante   na   função;   as   interfalângicas   proximais:   botoeira   ou   pescoço   de   cisne;   as   distais:  
martelo;   Polegar:   botoeira   (subluxação   palmar   e   flexão   da   falange   proximal   com   hiperextensão  
da   interfalângica,   AR   da   mtc-­‐falangica),   pescoço   de   cisne   (subluxação   dorsal   do   metacarpo   e  
hiperextensão   da   metacarpofalângica,   AR   na   carpo-­‐mata).   Sinovite   reumatóide   pode   levar  
instabilidade  rotatória  do  escafóide.    
Tratamento:  
Não   cirúrgico:   interfalangianas   proximais   respondem   bem   às   infiltrações,   aliviando   a   dor   e  
postergando   a   cirurgia.   Se   sinovite   e   tenossinovite   após   4   a   6   meses   deve-­‐se   considerar   a  
sinovectomia  ou  tenosinovectomia.  
Deformidade  dos  dedos  na  AR:  
INTRÍNSECO  PLUS:  caracteriza-­‐se  por  extensão  rígida  IFP,  na  extensão  da  MTC-­‐falangica.  
Teste  de  Bunnell,  flexão  passiva  da  MTC-­‐falangica  e  a  IFP  pode  ser  fletida.  
A  simples  liberação  dos  intrínsecos  é  ineficaz,  deve  associar  sinovectomia  e  mobilização  da  banda  
lateral,  se  MTC-­‐falangica  degenerada,  a  artroplastia.  
PESCOÇO  DE  CISNE:  extensao  da  IFP  e  flexão  da  IFD,  às  vezes  com  flexão  da  MTC-­‐falangica.  Pode  
iniciar  como  martelo,  tração  secundaria  do  tendão  central  e  hiperextensão  da  IFP.  
Classificação  de  Nalebuff:  
Tipo  I:  flexíveis,  dermodese,  tenodese  flexora  da  IFP,  artrodese  da  IFD  e  recon.  do  lig.  retinacular.  
Tipo  II:  contratura  de  intrínsecos,  liberação  intrínseca,  associada  aos  acima.    
Tipo   III:   rígidas   sem   destruição   articular,   manipulação   da   articulação   mobilização   das   bandas  
laterais  e  liberação  de  pele  dorsal.  
Tipo   IV:   rígidas   com   destruição   articular,   artrodese   da   IFP,   ou   nos   dedos   anular   e   mínimo  
artroplastia  de  Swanson.  
BOTOEIRA:  IFP  flexionada,  com  IFD  hiperextendida.  
Classifição  de  Nalebuff  e  Millender:  
Leves:  IFP  15o  de  flexão,  corrigida    passivamente,  a  IFD  perde  flexão,  mas  não  se  encontra  fixa.    
Liberação  dos  tendões  laterais  perto  da  inserção  na  FD.  
Moderadas:  IFP  40o  de  flexão,  maior  parte  corrigída  passivamente,  a  IFD  esta  hiperextendida  e  a  
MTC-­‐falangica   é   corrigida   ate   flexão   completa.   Bandas   laterais   volares   pelo   lig.   retinacular  
transversso   contraído.   Restaurar   a   função   da   tira   central   e   restabelecer   a   posição   da   banda  
lateral.  
Fixa:   há   destruição   articular   e   flexão   da   IFP   fixa.   Procedimentos   combinados   nas   duas  
articulações,   artroplastia   ou   artrodese   da   MTC-­‐falangica   e   liberação   ou   artrodese   da   IFP.  
Artroplastia   da   IFP,   indicação   no   anular   e   mínimo   com   MTC-­‐falangica   normal   (dificuldade   de  
estabilidade   no   plano   coronal).   Na   IFD   artrodese.   As   artroplastias   combinadas   da   IFP   e   MTC-­‐
falangiana  são  raras.  
Teste   do   lig.   oblíquo   retinacular   retesado   (landsmeer):   testar   a   resistência   interfalângica  
distal  à  flexão  passiva..  
Deformidade   da   IFD:   martelo,   junto   com   pescoço   de   cisne   ou   afrouxamento   da   banda   central.   E  
hiperextensão,  alterações  capsulo  ligamentares  ou  ruptura  do  tendão  flexor.  Melhor  tratadas  com  
artrodese,  a  não  ser,  com  artrodese  previa  da  IFP  a  IFD  pode  ser  útil  para  função.    
Desvio  ulnar  dos  dedos:  
Desvio   leve   ou   moderado:   liberação   ou   transferência   dos   intrínsecos,   realinhamento   dos  
extensores  e  sinovectomia  da  MTC-­‐F.  Nenhuma  cirurgia  realinha  facilmente  os  extensores.  
Desvio   ulnar  grave  e  Lx  MTC-­‐falangica:  Muitas  vezes   mais  de  uma   metacarpo-­‐falangicas  esta  
Lx,   protegendo   parcialmente,   a   IF.   E   vice-­‐versa.   Os   flexores   longos   são   a   força   deformante  
principal.  A  cirurgia  é  feita  principalmente  na  cabeça  do  metacarpo,  seus  tendões  e  ligamentos.  
Função   de   uma   articulação   metacarpo-­‐falngica   LX   pode   ser   melhorada   através   de  
artroplastia  de  interposição,  Swanson  mais  utilizada.  
Ruptura  dos  tendões:    
Extensores:  Os  tendões  do  extensor  do  médio,  anular   e   minimo   mais   comuns.  Subluxação  dorsal  
da   ulna   distal   (superfície   irregular),   o   longo   do   polegar   Tb   ao   nível   do   tubérculo   de   lister.  
Reparados   por   sutura   direta,   dentro   de   poucos   dias   e   se   o   remanescente   é   suficiente.   Após  
semanas,   enxerto   de   tendão   segmentar,     transferência   de   tendão,   ou   solidarização   com   tendão  
152                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 
adjacente   integro.   Tendão   do   dedo   anular   ou   minímo,   anular   pode   ser   solidarizado   com   o  
extensor   do   médio.   O   extensor   do   próprio   do   indicador   pode   ser   transferido   para   o   minímo.    
Quando   os   três   estiverem   acometidos   por   período   periodo   longo,   a   transferência   de   um   motor,   o  
flexor  do  dedo  anular  é  uma  opção.  Ruptura  do  tendão  extensor  longo  do  polegar,  transferência  
do  extensor  do  próprio  do  indicador.    
Flexores:  Mais  rara,  ruptura  no  assoalho  do  túnel  do  carpo  (atrito  com  radio  distal  e  escafóide  
proximal),  flexor  longo  do  polegar  e  o  profundo  do  indicador,  são  os  mais  comuns.      
Artrodese  dos  dedos:    MTC-­‐falangica:  20-­‐30o  de  flexão;  IFP:  25o  no  indicador  até  40o  no  mínimo.  
(25,  30,  35,  40);  IFD:  deve  ser  artrodesada  em  15-­‐20o  de  flexão.  
Deformidades  do  polegar  
Classificação:  Nalebuff      
1. Botoeira  (mais  comum).  
2. Flexão  da  MTC-­‐F,  hiperextensão  da  IF  e  sublux  ou  lx  da  trapézio-­‐metacarpica  raro.  
3. Pescoço  de  cisne  (segundo  mais  comum).  
4. Abdução  da  FP  com  adução  metacarpal  (incomum,  frouxidão  do  colateral  ulnar).  
TIPO   1:   Redutível   articulação   normal:     sinovectomia   metacarpofalangica   e   reconstrução  
extensora   pode   ser   suficiente;   MTC-­‐F   fixa,   IF   corrigível   e   alterações   articulares   importantes:  
artrodese   metacarpofalangica;   Alterações   articulares   da   IF   e   TPZ-­‐MTC   :   artroplastia   MTC-­‐F  
pode   ser   boa   alternativa,   principalmente   em   idosos   de   baixa   demanda;   Alterações   articulares  
IF  e  MTC-­‐F  fixas  e  TPZ-­‐MTC    satisfatória:  artroplastia  da  MTC-­‐F  e  artrodese  da  IF.  Porem  com  
articulações  muito  danificadas  e  com  pouco  estoque  ósseo,  artrodese  das  duas  articulações.  
TIPO   2:   flexão   da   MTC-­‐F,   hiperextensão   da   IF   e   lx   ou   subluxação   da   TPZ-­‐MTC.   Combinação   de  
artrodese  IF  e  artroplastia  da  TPZ-­‐MTC  e  MTC-­‐F,  podem  ser  tratadas  como  os  tipos  1  e  2.  
TIPO   3:   Pescoço   de   cine,   com   sinovite   da   TPZ-­‐MTC.   Pode   ocorrer   sublux.   Lateral   desta  
articulação.  Leves,  hemiartroplastia  TPZ-­‐MTC  sem  excisão  total.  Só  deformidade  MTC-­‐F  leve,  uma  
hemiartroplastia   de   implante   ou   artroplastia   de   ressecção   TPZ-­‐MTC.   MTC-­‐F   com   degeneração  
articular  grave  e  contratura  em  adução,  artrodese  da  MTC-­‐F  e  hemiartorplastia  ou  artroplastia  de  
ressecção  TPZ-­‐MTC.  
TIPO   4   :   Abdução   da   FP   e   metacarpo   aduzido,   estiramento   do   colateral   ulnar   e   atenuação   da  
cápsula  devido  a  sinovite  crônica.(polegar  do  goleiro).  Leves,  sinovectomia  MTC-­‐F  e  reconstrução  
ligamentar  com  liberação  adutora.  Avançadas,  artroplastia  ou  artrodese  MTC-­‐F  .  

DEFORMIDADES  REUMATÓIDES  DO  PUNHO    


  Sublux.   Dorsal   da   ulna,   deslocamento   ulnar   do   carpo,   desvio   radial   dos   metas,   desvio  
ulnar   dos   dedos   e   o   punho   pode   sublux.   na   direção   palmar.   Se   sinovite   moderada   e   sem  
alterações   ósseas   e   falha   do   tto   clinico   por   6   semanas,   a   sinovectomia   dorsal,   pode-­‐se   realizar  
junto  com  sinovectomia  das  MTC-­‐F.  
 Artrodese  e  artroplastia  do  punho  
Artroplastia:   bilaterais   a   artroplastia   deve   ser   considerada   em   pelo   menos   um   dos   lados.   Varias  
opções   para   a   artroplastia   do   punho   a   de   ressecção   não   se   mostrou   estável.   As   de   implante  
incluem:   silicone   (Swanson,   sinovite   por   debris   e   soltura),   e   as   de   plástico   e   metal.     Resultados  
controverso,  soltura  da  fixação  distal  se  mostra  o  principaL  problema.  Contra  indicações:  sublx.  
Crônica,   osso   porótico   com   pouco   estoque,   infecção   previa,   deficiência   motora   ou   deficit  
neurológico,    uso  de  andador  ou  muleta  e  função  dos  extensores  do  punho  debilitada.  
Artrodese:  O  que  é  melhor  artrodese  ou  artroplastia  para  a  AR?  É  controverso.  Esta  fornece  um  
punho  indolor  e  estável  apos  consolidação,  de  escolha  quando:  deformidade  em  flexão  acentuada  
do  punho  e  dedos,    sublx.  Carpal  ou  um  punho  doloroso  associado  a  ruptura  de  múltiplos  tendões  
(principalmente  extensor  curto  e  longo  radial  do  carpo-­‐  função  estabilizadora).  
A   posição   de   artrodese   é   discutível,   Haddad   prefere   10o   de   dorsiflexão,   Boyes   30o   e   Claiton  
neutro.  Se  fusões  bilaterais  forem  efetuadas,  pode-­‐se  deixar  um  punho  em  dorsiflexão  e  outro  em  
flexão  palmar  para  higiene.  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    153  
 

Osteonecrose  do  joelho  


Osteonecrose  idiopática  (ON)  acomete  geralmente  mulheres  (3:1)  com  mais  de  55-­‐60  anos  de  
idade  e  obesas  (60%).  Etiologia  

Fluxo   sanguineo   deficitario   em   uma   porçao   ossea.   Normalmente   no   condilo   medial.   Inicio  
subito  e  intenso.  

Teoria  vascular  e  traumatica  (microtraumas).  

Muitas   condiçoes   foram   associadas   a   ON   secundária,como   LES,transplante   renal,  


alcoolismo,Doença  de  Gaucher,  hemoglobulinopatias,disbarismo.Trabalho  JBJS  relaciona  ON  apos  
radiofreqüência  ou  laser.  

Classificação  

Patel:    

Espontanea  ou  idiopática/  secundária(maioria  decorre  do  uso  de  esteroides)  

ON  secundária  –  Paciente  tipico  é  aquele  com  menos  de  55  anos,mais  frequentemente  na  quarta  
decada   de   vida.Afeta   o   condilo   lateral   em   60%   dos   casos,é   bilateral   em   50%   e   pode   ser  
multifocal.Geralmente  insidiosa.Mais  comum  na  mulher.  

Koshino  (ON  espontanea)  

Estagio   1   –   incipiente   –   dor,   RX   normal,   CO   positiva/   Estagio   2   –   avascular   –   radiolucencia  


subcondral  na  area  de  carga,  esclerose  distal/  Estagio  3  –  colapso  –  area  de  radiolucencia  com  
halo   esclerotico   ao   redor,   colapso   do   osso   subcondral/   Estagio   4   –   degenerativo   –   pincamento  
articular,  formacao  de  osteofitos,  esclerose  

Aglietti  

Estagio   1   –   Rx   normal,   se   apos   6   meses   nao   houver   progressao,   o   paciente   permanecera   no  


estagio   1   /   Estagio   2   –   discreto   achatamento   do   condilo   femoral/   Estagio   3   -­‐   area   de  
radiolucencia  com  halo  esclerotico  ao  redor.Sinal  da  crescente/  Estagio  4  –  area  de  calcificacao,  
fragmento  com  radiolucencia  e  halo  esclerotico/  Estagio  5  -­‐  Artrose  

Diagnostico   Diferencial/   Osteocondrite   dissecante,OA,Lesão   meniscal,   bursite   dos  


isquiotibiais./  SEMO(Sd  do  edema  da  medula  Ossea)  

Exames  Subsidiarios  

Depois  de  2  a  3  meses,  as  radiografias  tipicamente  demonstram  achatamento  e  radiolucencia  


do  osso  subcondral  do  côndilo  femoral  medial,  com  uma  linha  de  demarcação  esclerótica  
em  torno  da  lesão.  

A   cintilografia   permite   diagnóstico   precoce   (oito   semanas   de   evolução)   e   está  


hipercaptante  em  todas  as  fases  da  doença.  

A  ressonância  magnética  diagnostico  antes  do  Rx.  

Tratamento  

Conservador:  Diminuiçao  da  atividade  fisica  e  retirada  parcial  de  carga.  

Cirurgico:   desbridamento   artroscopico,osteotomia,descompressao,enxerto   osseo   e   Artroplastias  


total  e  parcial.  

A  ATJ  continua  a  ser  a  modalidade  de  tto  com  resultados  mais  previsiveis  a  longo  prazo.  
154                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 
 

Osteomielite  aguda  
Maioria  em  crianças  abaixo  de  5  anos.  Staphylococcus  aureus  é  o  patogeno  mais  comum  
Afeta   mais   comumente   a   região   metafisaria   de   ossos   longos:   fêmur   27%;   tíbia   22%,   fíbula  
5%.  Úmero  12%,  rádio  4%,  ulna  3%  
Até   os   18   meses   de   idade,   existe   circulação   através   da   fise,   permitindo   que   osteomielite  
ganhe  acesso  a  epífise    

Classificação    
Waldvogel  (1970):  
1.   Disseminação   hematogenica;   2.   Por   contigüidade;   3.   Associada   a   insuficiência   vascular  
(predominantemente  diabetes)  
Cierny-­‐Mader  (1984):  
Estágio  anatômico:  1.  Medular;  2.  Superficial;  3.Localizado;  4.Difuso  
Status   patológico   do   hospedeiro:   A.   Normal;   B.   Comprometimento   sistêmico   e/ou   local;   C.  
Tratamento  pior  do  que  a  doença  

Neonato  
2   a   8   semanas   de   vida,   a   termo,   normal;   diminuição   de   movimentação   do   membro   ou   edema  
visível   na   extremidade;   Febre   e   irritabilidade   geralmente   ausentes.   Falha   de   resposta  
inflamatórias.   Exames   laboratoriais   e   avaliação   radiográfica   podem   ser   equivocadas.   Aspiração  
óssea   e   antibioticoterapia   iniciada   assim   que   infecção   for   identificada   seguida   pela   decisão  
cirúrgica  apropriada.  S.  aureus  é  o  mais  comum,  porém  há  possibilidade  de  gram  negativos.  Atb:  
cefalosporina  1a  geração  ou  oxacilina  ou  nafcilina  +  aminoglicosideo.    

Infantil  e  primeira  infância  (early  childhood)  


Entre  3  e  36  meses  de  idade.  Diversos  organismos.  S.  aureus  mais  comum.  Kingella  kingar,  S  
pneumoniae,  Strepto  grupo  A,  B  ou  C,  Hib  (criança  nao  imunizada),  Neisseria  meningitidis  
Autor:  desbridamento  cirúrgico  de  ombros  e  quadril  em  toda  criança  em  sepse  nessa  idade,  
devido  a  altas  taxas  de  seqüela  por  osteonecrose,  principalmente  até  os  18  meses  de  idade.  

Infância  
Entre  3  e  12  anos.  80  –  90%  S.  aureus,  seguida  por  S  pyogenes  beta-­‐hemolítico  do  grupo  A  
(GABHS).  Tratamento  de  escolha  para  GABHS:  Penicilina  

Adolescência  
S.  aureus  seguido  por  GABHS.  Sexualmente  ativos:  Neisseria  gonorrhoeae,  envolvendo  pele,  
articulações  e  raramente  meninges,  coração  e  ossos.  Atb  empírico  =  crianças    

Avaliação    
Mais  de  1/3  apresenta  história  de  trauma.  Se  sintomas  nos  quadril:  US  comparativo  
CO:  útil  quando  infecção  é  suspeita,  porém  difícil  de  localizar  em  crianças  muito  pequenas.  
HMG,  PCR,  VHS  e  HMC.  HMC  +  em  50%  

Tratamento  
Antibioticoterapia:  EV  3  a  14  dias  /  VO  
Cirurgia:  Controvérsia  quanto  ao  timing,  extensão  e  necessidade  de  tratamento  cirúrgico  da  
OHA.  
Irrigação   aberta,   drenagem   do   pus,   hematoma   e   tecido   de   granulação.   Drilling   cortical   ou  
fenestração  e  curetagem  do  canal  medular.    

Complicações  
• infecção   crônica,   necrose   avascular,   distúrbio   de   crescimento,   TVP,   embolia   pulmonar,  
envolvimento  multissistêmico.    
 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    155  
 

Osteonecrose  do  quadril  


• Doença  progressiva  que  atinge  da  3a-­‐5a  década  de  vida,  nas  idiopaticas.    
• 20000  casos  novos  por  ano  no  EUA  e  é  responsável  por  18%  das  artroplastias  totais  do  
quadril  neste  pais.  

Etiologia:  
• Idiopática:  25%  dos  casos.  
• Traumática:  fx,  lx  e  procedimentos  cirúrgicos.  
• Atraumática:   o   estado   avascular   do   osso   necrótico,   é   resultado   da   perda   da   circulação  
com  varias  causas  potenciais  dentre  elas:  
• Acredita-­‐  se  em  processo  multifatorial.  

Classificação:  
Ficat  e  Arlet:  baseia-­‐se  em  alterações  radiográficas.  
• 1:  CO  nl  e  poucos  sintomas  
• 2A:  esclerose  e  cisto  e  CO  aumentada  
• 2B:  crescente  e  captação  aumentada  
• 3:  Perda  da  esfericidade,  colapso.  e  CO  captação  aumentada  
• 4:  Estreitamento  do  espaço  e  alterações  acetabulares.,  CO  aumentada  
Steinberg:   incluiu   a   RNM.   Igual   Arlet   mas   usa   a   RM   para   avaliar   Tb:   A   <   15%   B   15-­‐30%   e   C   >  
30%.  
ARCO:  mais  simplificada.  0:  somente  alterações  histológicas,  1:  RM  ou  cintilo  +,  2:  Rx  +  ausência  
de  colapso,  3:  Rx  +  colapso  parcial,  4:  Rx  +  osteartrite.    

Diagnóstico:  
• Assintomáticos  inicialmente,  eventualmente  com  dor  na  região  da  virilha.  
• Radiografias  devem  ser  obtidas  de  frente  e  perfil  (rã),  as  alterações  dependem  do  estagio  
da  doença.  O  sinal  do  crescente  é  mais  bem  visto  na  radiografia  de  perfil.  
• A  RM  tornou    possível  o  diagnóstico  mais  precoce  da  osteonecrose  da  cabeça  femoral    

Tratamento:  
• Nenhum   método   de   tto   se   mostrou   eficaz,   para   deter   o   processo   antes   do   colapso  
subcondral,  ou  retardar  a  artrose  pós  o  colapso  da  cabeça.  
• A   evolução   da   progressão   da   doença   e   imprevisível,   e   o   quadro   radiográfico   não  
corresponde   aos   sintomas,   muitos   pacientes   apresentam   função   tolerável   mesmo   após  o  
colapso.  
•  Tto  conservador  é  ineficaz  com  uso  de  muletas  e  repouso  no  leito,  entretanto  pacientes  
sintomáticos   devem   permanecer   sem   carga   até   o   ato   cirúrgico   que   tente   preservar   a  
cabeça.  
• Descompressão:  
o Aliviar  a  pressão  intramedular  e  assim  melhorar  a  vascularização.  
o Recomendada   em   estágios   I   e   IIA   de   Ficat,   jovens   não   obesos   e   sem   uso   de  
corticosteróides.  
• Osteotomias  do  fêmur  proximal:  
o Tem  se  mostrado  bons  resultados  para  pacientes  com  menos  de  55  anos  e  área  
de  comprometimento  da  cabeça  <  30%.  
• Sugioka  (osteotomia  rotacional  transtrocanterica):  
o Deve   ser   realizada   em   pacientes   com   menos   de   30%   de   comprometimento   da  
cabeça.  
• Hemiartroplastia  de  ressuperficialização:  
• Artroplastia  total  e  hemiartroplastia  bipolar:  
 
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Pé  cavo  
Definição:  "Exagero  da  curvatura  (profundidade)  da  abobada  plantar"  

Etiologia  
Doenca   neuro-­‐muscular   (Charcot-­‐Marie-­‐Tooth,   distrofias   musculares   -­‐   Becker,   ataxia  
de  friedereich).  2/3  dos  pes  cavos  tem  alteracoes  neurologicas  
O  tibial  anterior  (PRINCIPALMENTE)  e  o  fibular  curto  estao  fracos.  Nao  conseguem  
dorsifletir  o  tornozelo,  elevar  o  1°  raio  e  everter  o  pe.  
O  resultado  desse  desequilibrio  e  o  mediope  varo  e  o  antepe  equino  (cavo)  e  pronado.  
Formam-­‐se  garras  nos  dedos  e  a  cabeca  do  1°  MTT  esta  abaixada.  

Achados  Clínicos  
    Antepe:  aduzido,pronado,  primeiro  raio  fletido  plantarmente.  
  Mediopé  eqüino  
  Calcanhar  varo  e  invertido  

Exame  Físico  
  Direcionado  à  coluna  vertebral,  em  busca  de  disrafismos,  alterações  cutâneas,  presença  
de  pilificação,  etc.  
  Deve  ser  feito  exame  neurológico  e  muscular  rigoroso  
Ducroquet-­‐Kelikian:  redutibilidade  da  deformidade  em  garra  
  Teste   dos   blocos   de   Coleman:   usado   na   avaliação   e   diagnóstico   diferencial   dos   pés   cavos  
varos  flexíveis.  

Achados  Radiográficos  
  AP  em  ortostase  
  angulo  talocalcaneano:  20-­‐40°.  Nos  pes  cavos  esta  diminuido.  
angulo   de   inclinacao   (pitch)   do   calcaneo:   entre   a   horizontal   e   a   borda   plantar   do  
calcaneo.  15-­‐20°.  
  angulo  talocalcaneano:  maior  eixo  do  talus  e  do  calcaneo.  35-­‐50°.  
  angulo   de   flexao   plantar   do   talus:  linha   horizontal   (paralela   ao   solo)   e   o   longo   eixo   do  
talus.  26,5°  (+-­‐5,3°).  Acho  que  da  pra  cagar  mole  para  esse.  
  angulo  de  Meary:  eixo  longo  do  1°  MTT  com  a  cunha  medial,  navicular  e  talus.  Normal  e  
de  0°.  
  Costa-­‐Bertani:   calcaneo   (da   tuberosidade)   ate   o   navicular   (parte   mais   inferior)   e   do  
navicular  ate  os  sesamoides  (mais  inferior).  115  -­‐  128°Diminuido  no  pe  cavo.  
  Hibbs:  eixo  longo  do  calcaneo  com  eixo  longo  do  1°  MTT.  Normal  >  150°.  

Tratamento  
  Em   pacientes   com   deformidade   idiopática,   flexível,   não-­‐progressiva,   a   metatarsalgia  
pode   ser   bem   controlada   com   tto   conservador   (   sapatos   adequados,   órteses   suropodálicas,  
palmilhas,  fisioterapia,  etc).  

Tratamento  cirúrgico  
  As   indicações   são:   deformidades   progressivas,   calosidades   dolorosas   nos   metas   e  
instabilidade  do  tornozelo.  
Correção  da  garra  
Garra  flexível-­‐  procedimento  de  Parrish  
Garra  rígida-­‐  procedimento  de  DuVries  
Correção  do  cavo  flexível  
  Liberação  da  (1)fáscia  plantar,  (2)flexor  curto  dos  dedos  e  (3)quadrado  plantar-­‐  cirurgia  
de  Steindler  
Osteotomias   do   retropé:   osteotomias   no   retropé   podem   ser   de   subtração,   adição   ou  
deslizamento.  A  osteotomia  de  subtração  +  usada  é  a  de  base  lateral  (Osteotomia  de  Dwyer).  A  
osteotomia  de  deslizamento  seria  uma  modificação  da  técnica  de  Koutsogiannis.  
Artrodese  tripla-­‐  deve  ser  usada  como  procedimento  de  salvação  
 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    157  
 

Insuficiência  do  tibial  posterior  


Tenosinovite  crônica  +  perda  da  continuidade  do  tendão,  e  perda  das  relações  antomicas  normais  
do  tendão  com  sua  inserção  =  tendão  tibial  posterior  insuficiente.    

Fisiopatologia  
A   degeneração   do   tendão   do   tibial   posterior   decorre   do   envelhecimento   fisiológico   do   tendão  
devido   ao   seu   atrito   na   polia.O   processo   inflamatório   se   instala,   a   nutrição   se   torna   deficiente   e   o  
tendão  falha  em  sua  ação.  
Diabetes,  as  espondiloartropatias  soronegativas,  a  ARTRITE  REUMATÓIDE,  a  gota,  e  os  distúrbios  
hormonais  são  fatores  etiológicos.O  alcoolismo,  o  tabagismo,  a  hipertensão,o  tipo  sanguineo  O  e  a  
terapia  com  corticosteróides  são  agravantes  da  lesão  tendinea.    
 
Classificação  de  Johnson  e  Strom  1989  modificada  por  Myerson(IV)  
Estagio   I:TENOSSINOVITE   dor   e   aumento   de   volume   local.Nao   há   lesão   parenquimatosa   do  
tendão,  não  ha  deformidade  instalada,  as  articulações  não  estão  envolvidas.  
Estagio   II:TENDINOSE   E   INSUFICIENCIA.Sinais   inflamatórios   presentes,   deformidade   redutível  
no   apoio   da   ponta   dos   pés(demonstra   a   presença     de   microroturas,   ou   seja   o   tendão   ainda   é  
funcional),  as  articulações  ainda  não  estão  comprometidas.  
Estagio   III:TENDINOSE   E   RUPTURA.   Insuficiência   do   tendão   do   tibial   posterior   pela   sua  
degeneração.     Deformidade   é   estruturada   (retropé   em   valgo   e   mediopé   em   abdução)   e   ocorre  
sofrimento  articular.  
Estagio  IV:ARTROSE  E  SUBLUXAÇÃO.  Associado  ao  acometimento  do  tornozelo  

Quadro  Clinico  
Retropé  valgo,  abdução  do  mediopé  e  pronacao  do  antepé.  Rotação  externa  da  perna  
Insidioso,  acometendo  pessoas  com  mais  de  50  anos  de  idade,  com  prevalência  no  sexo  feminino.  
Lado   esquerdo.   Geralmente   associada   a   obesidade.   Dor   no   trajeto   do   tendão   tibial   posterior,   com  
deformidade  progressiva  que  resulta  no  desabamento  do  pé..  
Ao   exame:   sinal   do   too   many   toes   +,   teste   de   elevação   da   ponta   dos   pés   pode   estar   +,   pela  
incapacidade   da   ação   do   tibial   posterior   de   varizar   o   retropé.   Abaulamento   medial(cabeça   do  
talo,   navicular,   edema   e   fibrose   do   tibial   posterior)Ligamento   mola   estirado   e  
alongado(componente  importante  na  instabilidade  medial)  
 
Imagens  AP  e  PE  com  carga  +  tornozelo  AP  e  PE  
Aumento  do  angulo  talo-­‐calcaneo(Kyte).  Verticalização  do  talo.  Angulo  de  Mearry  PE  e  AP(talus-­‐
1o   metatarsal-­‐   0   a   10o   ).   Pitch   do   calcâneo   PE(   se   diminuído   pensar   em   perda   do   arco   medial  
plantar  ou  contratura  do  gastrocnemio).  Tornozelo:  subluxacao  tíbio  tarsica.  
Outros   exames:USom   e   ressonância   Magnética(Gold-­‐Standart),   mas   não   são   totalmente  
necessários.  

Tratamento  
Conservador   controle   da   dor   e   do   processo   inflamatório   como   gelo,   AINH,   USom,  
emagrecimento   ,   orteses   e   tala   gessada(   estagio   I   e   II).   Prevenção   da   recorrência   de   doença  
estagio  I  uso  de  um  aparelho  ortético  que  incorpore  uma  cunha  medial  de  calcanhar.    
Cirúrgico  falha  do  tratamento  conservador  e  baseia-­‐se  na  fase  da  lesão.    Apos  6  meses,  nos  casos  
rebeldes   de   tenosinovite   sem   disfunção   do   tendão(estagio   I)   indica-­‐se   desbridamento   sinovial,  
eventualmente   a   ressecção   do   tecido   desvitelizado   e   a   liberação   do   ligamento   retinacular   para  
descompressão  do  túnel.    
No   estagio   II   os   objetivos   da   cirurgia   são   desbridamento   tendineo   com   ressecção   do   segmento  
degenerado   e   o   tensionamento   das   estruturas   ligamentares(a   reparação   do   ligamento   mola   deve  
ser   feita   rotineiramente   como   parte   do   procedimento   no   tecido   mole   medial).No   caso   de  
ressecção   segmentar   transversa,   cuja   distancia   entre   os   cotos   não   permite   a   sua   aproximação,  
utiliza-­‐se  o  reforço  com  o  tendão  flexor  comum  dos  dedos  para  o  navicular.  
No   caso   de   deformidade   em   valgo   flexível   já   instalada(ainda   II),   é   necessário   proceder-­‐se   o  
alinhamento  do  retropé  por  meio  de  osteotomia  varizante  do  calcâneo  (Kotsougiannis).  
Nos   estágios   aonde   artrose   já   está   presente(III   e   IV),   tem-­‐se   optado   pela   artrodese   tríplice  
modelante  principalmente.  
158                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Lesão  do  manguito  rotador  


descrita  por  diversas  maneiras:  aguda  e  crônica,  parcial  ou  total,  traumática  ou  degenerativa.  
3  fases  evolutivas  de  Neer:  
Fase  I:  edema  e  hemorragias  reversíveis  em  jovens,  e  de  tto  conservador.  
Fase  II:  fibrose,  tendinite  do  manguito  em  pacientes  de  25  a  45  anos,  conservador  costuma  
ser   eficiente   nos   primeiros   episódios   de   dor.   Acromioplastia   clássica   indicação   nesta   fase.  
Fase  III:  ruptura  completa  do  manguito  alterações  ósseas  ao  Raio  X.  Em  pacientes  de  40  a  50  
anos.  indicação  cirugica  com  objetivo  de  acromioplastia  e  reconstrução.  
Quadro  Clinico:  surgimento  insidioso  de  dor  e  disfunção  progressiva,  com  perda  do  arco  de  
movimento   ativo.   Dor   é   noturna   e   melhora   de   dia   (braço   em   leve   abdução   e   flexão  
anterior),  mais  se  músculo  estiver  integro  ou  parcialmente  lesionado.  
Teste  da  xilocaína  (DE  NEER):  injeta  de  8  a  10  ml  de  xilocaina  no  espaço  subacromial  alivio  
imediato  da  dor,  negativando  os  testes  irritativos  e  o  arco  doloroso.  
Etiologia:  2  correntes  antagônicas:  Neer  do  fator  extrinsico  impacto  entre  a  cabeça  do  úmero  
e   o   arco   coracoacromial   causando   pressão   continua   no   supra   e   na   cabeça   longa   do   bíceps  
(acromioplastia   preconizada);   Teoria   do   fator   intrinsico   lesões   inflamatórias   do   músculo  
determinadas  pelo  envelhecimento  e  microtrauma  de  repetição  (reparação  do  tendão  sem  
acromioplastia).  Fukuda  mutifatorial  (relação  das  duas).  
Zona   Critica   de   Codman:   área   1-­‐2cm   prox   inserção   do   supra   espinhal   com   suprimento  
sanguineo  inadequado,  bursal  vascularização  escassa  e  capsular  rica  rede  anastomotica.    
Teoria  de  lesão  na  região  hipovascular:  alterações  degenerativas  do  envelhecimento,  impacto  
ou  traumatismo.  
Lesões  de  espessura  parcial:  Geralmente  na  superfície  articular  do  supraespinhal,  perto  da  
sua  inserção,  podem  envolver  o  infra  espinhal.  
Classificação:  
Cofield:    
• Pequeno:  <  1cm  
• Médio:  >  1  cm,    <3cm  
• Grande:  >3cm,  <  5cm  
• Enorme:  >5cm  
Goutalier:  De  acordo  com  a  degeneração  gordurosa  na  RM  ou  TC  (descrita  na  tomo  hoje  RM).  
• Estágio  0:  normal  
• Estágio  1:  faixas  de  gordura  
• Estágio  2:  mais  músculo  do  que  gordura  
• Estágio  3:  gordura  =  músculo  
• Estágio  4:  mais  gordura  do  que  músculo  
Tratamento:  
Conservador:   modificação   da   atividade,   exercícios   de   alongamento   e   fortalecimento   e   AINH.  
Bons  resultados  33  a  90%.  
Tratamento  cirúrgico  na  falha  do  tto  conservador:  Contra  indicado  se  rigidez.  A  cirurgia  é  
apropriada  para  lesão  aguda  do  manguito  rotador  em  um  paciente  jovem  ou  em  um  paciente  
mais   idoso   com   uma   lesão   definida   e   que,   subitamente,   mostra-­‐se   incapaz   de   fazer   rotação  
lateral  do  braço  contra  a  resistência.  
Quanto   maior   for   o   tempo   de   sintomas,   mais   extenso   é   a   degeneracão   gordurosa   e   maior  
índice  de  re-­‐rotura.    
Se  menor  que  50%  (ate  3cm)  acromioplastia  e  desbridamento,  maior  que  50%  de  excisão  
elíptica  do  tendão  doente.  
5  razoes  de  McLaughlin  para  evitar  o  reparo  imediato  da  ruptura  media:  
•pelo  menos  25%  dos  ombros  de  cadáveres  tinham  um  manguito  rompido  ou  degenerativo  
•50%  dos  pacientes  se  recuperaram  espontaneamente  
•reparo  imediato  não  ofereceu  vantagens  porque  o  tendão  já  era  doente  
•resultados  iguais  entre  o  reparo  imediato  e  tardio  
•dificuldade  no  diagnostico  precoce  
Lesões  de  Espessura  Total  e  Não  reparáveis:  
McLaughlin  descreveu  a  sutura  do  tendão  a  uma  calha  no  osso,  ponto  mais  proximal(2  cm).  
Embora  este  procedimento  possibilite  uma  oclusão  confiável,  ocorre  perda  do  ganho  mecânico  se  
avanço  proximal  exagerado.  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    159  
 
Cofield:   transposição   do   subescapular   para   preenhimento   de   grande   defeito   na   inserção   do  
supraespinhal.  
Gerber:   transposição   do   latíssimo   do   dorso   para   lesões   do   supra   e   infra   maciças,   mais  
apropriado  se  o  sub  escapular  estiver  intacto.  Se  lesão  do  subescapular  associada  ao  supra  
pode  ser  transposição  do  peitoral  maior.  

Pós  Operatório  
6  semanas  de  tipóia  ou  ortese  de  abdução  seguido  de  fisioterapia  com  mobilização  precoce  do  
ombro.  

Complicações  
Lesão  do  nervo  supraescapular(  lesões  maciças).  Se  situa  apenas  a  1,8  cm    da  borda  glenoidal  
postero-­‐superior  
Instabilidade  anterior(apos  mobilização  do  subescapular)  
Aderências  
Atrofia  por  desuso  
Capsulite  adesiva(  ocorre  em  14%  por  imobilidade  decorrente  da  dor)  
Rigidez  P.O.  pela  imobilização  
Dor  noturna  persistente  
Apenas  80%  tem  alívio  completo  da  dor  

 
160                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Fraturas  por  estresse  


DEFINIÇÃO:  Ocorrem  em  osso  normal  submetido  a  estresses  anormais  ou  não  usuais.  Tíbia   -­‐-­‐>  
mais  comuns  nos  MMII  

EPIDEMIOLOGIA:  Atletas  10  -­‐  31%  ;  Recrutas  (4%  H  ;    7%  M),  Adolescentes  e  adulto  jovem  

FISIOPATOLOGIA  
§ Carga   repetitiva   vence   a   capacidade   do   osso   em   formar   mais   osso,   feedback   positivo  
diminui  a  massa  óssea.  Porose,  gaps  e  por  fim  a  fx  

QUADRO  CLÍNICO  
§ Sintomas   nas   primeiras   semanas   após   mudança   na   intensidade   do   treino,   técnica,  
superfície  ou  calçado  
§ Transtornos  alimentares,  anisomelia,  desbalanço  muscular  e  irregularidade  mesntrual  
§ Percussão  e  palpação  geram  dor,  movimento  não  
§ Diferencial  com  shin  split(  sd  stress  tibial  medial)  :  Inflamação  das  origens  musculares  e  
estruturas  aponeuróticas  da  borda  póstero-­‐medial  da  tíbia  
o Pior  de  manhã  e  melhora  após  aquecimento  
§ Geralmente  posteromediais,  nos  terços  proximais  e  distais  
§ A  fx  completa  costuma  ser  transversa  

FATORES  DE  RISCO  


§ Sobrecarga  no  treinamento  
§ Tríade  da  mulher  atleta:  Amenorréia,    dist  alimentar  e  osteopenia  -­‐-­‐>  risco  para  fx  stress  

RADIOGRAFIAS  
§ Raramente  alteradas  antes  de  2-­‐3  sem,  podem  nunca  se  alterar  
§ Reação  perisotal  
§ Padrões  de  esclerose  horizontais  ou  oblíquos  
§ Calo  endostal  ou  linha  franca  de  fx  

CINTILOGRAFIA  
§ Sensibilidade  perto  de  100%,    não  tão  específico.  Três  fases:  Injeção,  pool  e  tardia  
o Fx  stress  agudas  aparecem  nas  três  fases;  periostite  só  não  aparece  na  última  
o Conforme  a  fx  se  cura,  vão  normalizando  a  começar  da  primeira.  Demora  até  1  a  

RESSONÂNCIA  
§ Sensibilidade  idêntica  ;  maior  especificidade  que  a  CO,  exame  de  escolha  
§ Edema  ósseo:  Hipersinal  em  T2  com  supressão  de  gordura  ou  STIR  

TC  :  Bom  detalhe  ósseo,  Boa  na  coluna  

CLASSIFICAÇÃO:  Fredricson  
Tipo   Cintilografia   Ressonância  
1   Aumento  mau  definido  da  captação   Edema   periostal   ;   Aumento   discreto   em   T2   ;  
em  área  pequena   medula  óssea  normal  
2   Melhor   definido;   aumento   Edema  periostal  ;  aumento  moderado  a  severo  
moderado  da  captação   em  T2  ;  edema  da  medula  
3   Área   ampla   ou   fusifome;   grande   Acrescenta  edema  da  medula  em  T1  
aumento  da  captação  
4   Aumento  transcortical  da  captação   Acrescenta  linha  de  fratura  claramente  visível  

TRATAMENTO  
§ Responde  bem  ao  tto  conservador  
o Repouso  modificado,  sem  talas  e  com  muletas.  4  a  6m  
§ No   1/3   médio   e   córtex   anterior   -­‐-­‐>   Zona   de   tensão   (geralmente   pseudoartrose   e   fx  
completa)  -­‐>  Dreaded  black  line:  Defeito  em  cunha  nesta  região  (cronicidade)  -­‐-­‐>  HIM  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    161  
 

Osteomielite  crônica  
Osteomielite  crônica  é  definida  como  a  presença  de  infecção  óssea  contínua  por  mais  de  1  mês,  
na  presença  de  osso  desvitalizado.  

Epidemiologia  

Conseqüência   de   OHA   que   levou   a   necrose   extensa   do   osso,   formação   de   seqüestro   e   defeitos  
ósseos  segmentares.  

19%   das   OHA   que   receberam   3   semanas   ou   menos   de   Atb,   comparado   com   2%   das   que  
receberam  3  semanas  ou  mais  

S.  aureus  é  o  mais  comum  

Local  mais  comum:  tíbia,  seguido  de  fêmur  e  úmero  

Classificação  4B  -­‐  Cierny  mader  

Estágio  anatômico:  
1. Medular  
2. Superficial  
3. Localizado    
4. Difuso  
Status  patológico  do  hospedeiro  
A. Normal  
B. Comprometimento  sistêmico  e/ou  local  
C. Tratamento  pior  do  que  a  doença  
Exames  laboratoriais  

RX   para   avaliar   seqüestro,   invólucro,   necrose   avascular   e   defeitos   ósseos/   RM   com   ou   sem  
contraste  pode  diferenciar  áreas  de  infarto  ósseo  e  áreas  de  seqüestro  de  áreas  de  osteomielite  
ativa  e  formação  de  abscesso./  TC:  defeitos  ósseos  

Se  diagnóstico  de  OMC  não  confirmado:  Bx  (Ewing  e  sarcoma  osteogênico)  

Tratamento  

Objetivo   primário   é   erradicação   do   microorganismo   causador   e   eliminação   da   destruição   de  


tecido  inflamatório  local  e  reestabelecimento  da  anatomia  funcional  

Antibioticoterapia  

Tratamento   de   até   6   a   9   meses   pode   ser   necessário/   Avaliação   da   resposta   com   exames  
laboratoriais,  radiográficos  e  clínicos.  

Cirurgia  

Desbridamento   é   o   fundamento   do   tratamento/   Remoção   do   seqüestro,   cavidades   de   abscesso,  


tecido   de   granulação/   Desbridamento   do   osso   deve   ser   feito   até   observação   de   canais  
haversianos  uniformes  ou  sangramento  esponjoso  (sinal  de  paprika)  

Reconstrução:  enxerto,  enxerto  vascularizado  de  fúbula,  tranferencias  de  tecidos  moles,  Ilizarov  

Complicações  

Recorrência  em  2  anos:  20  a  30%  

Desbridamento   mais   agressivo   com   método   de   Ilizarov:   80   a   100%   de   excelentes   e   bons  


resultados/   Osteopenia,   rigidez   articular,   deformidade   angular,   pseudoartrose,   luxação  
tibiofibular  proximal  e  infecção  dos  pinos  
162                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Luxação  recidivante  da  patela  


Luxação  lateral  da  patela  gerando  uma  instabilidade.  
Epidemiologia  
• Mais  comum  em  meninas  3:1  
• Crianças   menores   de   14   anos   têm   maior   probabilidade   de   ter   episódios   de   luxação  
recorrente  
Etiologia  
• Inicialmente  traumática.  Fatores  do  próprio  paciente  podem  predispor  sua  recorrência.  
• O   principal   estabilizador   é   o   ligamento   patelofemoral   medial,   sendo   responsável   por  
60%  da  estabilização  medial  
Quadro  clínico  
• Dor  difusa  ao  redor  do  joelho  que  piora  subindo  ou  descendo  escadas  ou  ladeiras  
• Dor   geralmente   localizada   anterior;   Sentimento   de   insegurança   no   joelho;   Crepitação   e  
derrame  articular  podem  estar  presentes  
Exame  físico  
Ângulo   Q:   linha   imaginaria   da   EIAS   até   o   centro   da   patela,   e   do   centro   da   patela   até   a  
TAT.  Em  homens  deve  ser  de  8-­‐10°  e  mulheres  deve  ser  de  15  +-­‐5°.  
Sinal  do  J  =  subluxação  lateral  da  patela  quando  e  feita  a  extensão  total.  
Teste   da   apreensão   (Fairbank):   joelho   em   20   a   30°   de   flexão,   a   patela   é   subluxada  
lateralmente.  O  paciente  reclama  de  dor  e  não  deixa  continuar  o  exame.  
Excursão  patelar:  Divide-­‐se  a  patela  em  4  quartos  e  move-­‐se  em  direção  lateral  e  medial  
em  0  e  20°  de  flexão.  Normalmente  a  patela  move-­‐se  1  ou  2  quadrantes  medial  e  lateral.  Retração  
da  retinácula  lateral  é  demonstrada  pela  pouca  mobilidade  medial  e  por  um  tilt  patelar  negativo.  
Tilt  patelar:  joelho  em  extensão.  Polegar  na  face  lateral  e  indicador  na  medial.  Caso  não  
se  consiga  levantar  a  face  lateral  e  indicativo  de  retração  da  retinácula  lateral.  
Deve-­‐se  procurar  também  sinais  de  frouxidão  ligamentar    
Sinal  rabot:  compressão  da  patela  contra  a  tróclea.  Sinal  de  Zohlen  =  Clark:  contração  do  
quadríceps  ativa  contra  resistência.  Sinal  de  Smilie:  é  patognomônico  de  instabilidade,  não  é  dor  e  
sim  apreensão.  Sinal  do  camelo:  patela  alta  
Exames  de  imagem  
Linha  de  Blumensaat:  P  em  30°  de  flexão.  Linha  através  do  nó  intercondilar  deve  passar  
no  pólo  inferior  da  patela.  Corresponde  ao  fundo  da  tróclea.  
Insall-­‐Salvatti:   RX   em   P   com   30°   de   flexão.   Comprimento   do   tendão   patelar   e   igual   a  
diagonal  da  patela  com  uma  variação  de  20%  (TP/DP=1.0  +-­‐0,2).    
Blackburne   e   Peel:   Comprimento   da   superfície   articular   da   patela   sobre   a   distancia   entre  
a  superfície  articular  da  tíbia  e  o  pólo  inferior  da  patela.  Normal  de  0,54  ate  1,06  (+-­‐0,8).  
Caton-­‐Deschamps:   distância   da   borda   inferior   da   cartilagem   da   patela   a   borda   anterior  
do  planalto  sobre  superfície  articular.  Normal  1  (0,8  patela  baixa;  1,2  alta).  
Nas   instabilidades,   o   fundo   da   tróclea   é   raso   e   sobrepõe   a   2   primeiras   linhas  
caracterizando  displasia  (patognomônico)  =  Sinal  do  cruzamento  
Axial:  técnicas  de  Hughston,  Laurin,  Merchant    
Ângulo  de  abertura  troclear  ð  normal  120  °  a  140  °.  Ângulo  patelar  formado  pelas  duas  
facetas  articulares  ð  normal  120°  a  140°  Índice  patelar  ð  versante  externo  sobre  o  interno.  
Três  tipos  segundo  Wiberg.  Chapéu  do  caçador  
Tipo  I  -­‐  VI  =  VE  (10  %);  tipo  II  -­‐  VE  >  VI  (65%);  tipo  III  -­‐  VI  quase  inexistente  (25  %).  
TC:  Detecção  da  lateralização  da  TAT.  TAGT>  15  mm  indicam  mal-­‐alinhamento.  
RM:  Lesões  em  atletas  e  fragmentos  osteocondrais.  

Tratamento  
Conservador:  Aspiração  da  hemartrose  se  muita  dor;  Imobilização  Jones  3  a  5  dias;  Gelo  
+   FT   para   fortalecimento   do   quadríceps   e   uso   de   brace   estabilizador   de   patela   por   6   a   8   semanas  
durante  reabilitação;  Depois  por  tempo  prolongado  brace  somente  durante  atividade  esportiva.  
Cirúrgico:   1°   episodio   (agudo)   =   somente   se   fratura   osteocondral,   corpo   livre   e  
incongruência  articular;  Falha  do  tratamento  conservador  
 
 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    163  
 
Procedimento   Indicações   Técnicas  
Release  lateral   subluxação   recorrente   com   aberta/artroscópica  
angulo  Q  normal  
Reparo   do   LFPM   e   vasto   luxação   aguda   com   fragmento   aberta  
medial   osteocondral  
Realinhamento  proximal   subluxação   com   Q   normal   Insall  
(<20°)  
Realinhamento  distal   subluxação   com   Q   aumentado   Galeazzi,  Elmslie-­‐Trillat  
(>20°)  
Realinhamento   proximal   e   luxações  recorrentes,  Q+-­‐20°   Hughston  e  Elmslie-­‐Trillat  
distal  
Patelectomia   com   Procedimento  de  salvamento   West  e  Soto-­‐Hall  
realinhamento  m.extensor  
 
Fatores  determinantes   Procedimento  
Dor  lateral+Q  normal  e  Insall  normal   release  lateral  
Luxação  aguda  com  fragmento  osteocondral   Reparo  artroscópico  LFPM  +  retinaculo  medial  
Instabilidade   recorrente,   Q<20°   e   TAGT   Reconstrução  LFPM  
<15mm  +  deficiência  medial  
Insall  <1,2+  Q>20°  +  TAGT>15mm   Elmslie-­‐Trillat   transferência   medial   TAT  
(pode-­‐se   associar   release   lateral   e  
reconstrução  medial)  
Insall  >1,2   Distalização   e   medialização   da   TAT   (associado  
a  release  lateral)-­‐  Simmons  
Instabilidade  com  condromalacia  grau  3  ou  4   Osteotomia  obliqua  de  Fulkerson  (com  2/3  do  
córtex  postero-­‐medial  intacto)  
Recorrência   em   pacientes   esqueleticamente   Realinhamento   proximal   de   partes   moles-­‐  
imaturos   Galeazzi  
 

• Só  deve  se  mexer  na  TAT  apos  o  fechamento  da  fise.  


• Hughston=  Rebate  quadríceps.  
•  Elmslie-­‐Trillat:  release  lateral+  plicatura  medial  +  transferência  medial  da  TAT.  
• Trocleoplastia:  raramente  indicada.  

Complicações  
Recorrência  

 
164                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Instabilidade  cárpica  
 

Fraturas  Luxações  dos  ossos  do  carpo  


Maioria  decorre  de  queda  com  hiperextensao  do  punho.  
As   lesões   do   pequeno   arco(através   estilóide   radial,   articulação   mediocarpal   e   espaço   Sl  
piramidal)  provocam  rupturas  ligamentares  levando  a  luxação  do  SL.  
As   lesões   do   grande   arco(através   do   escafóide,   capitato   e   piramidal)   causam   fraturas   luxações  
transescafo,   transcapitato   e   transpiramidal,   ou   seja   uma   grande   variedade   de   combinações   de  
fraturas  luxações.  

Luxação  perissemilunar  dorsal  ou  luxação  volar  do  SL  


É  a  luxação  mais  comum.todos  ossos  do  carpo  são  lançados  para  posterior  do  SL.  
Em   uma   vista   AP,   a   forma   normal   do   SL   é   retangular   e   quando   luxa   torna-­‐se   triangular   em  
virtude  de  sua  inclinação.  
Tratamento  
Redução  incruenta.  Tração  com  punho  em  extensão,  pressionar  SL  para  dorsal  e  flexão  do  punho.  
O   ligamento   escafosemilunar   deve   ser   reconstruído   para   evitar   aparecimento   de   instabilidade  
pos-­‐traumatica   do   carpo.Se   houver   instabilidade   na   articulação   semilunar   piramidal   esta   deve  
ser  estabilizada.Quando  tratada  depois  de  3  semanas  pode  ser  difícil  a  redução  incruenta.Quando  
o   SL   não   puder   ser   reduzido   por   via   aberta   pode-­‐se   realizar   ressecção   da   fileira   proximal   ou  
artrodese.  

Fratura-­‐Luxacao  transescafoperissemilunar  do  carpo  


Ocorre  uma  fratura  do  escafóide.  Mais  comum.  
O   fragmento   proximal   do   escafóide   permanece   em   seu   local   articula   com   o   SL   enquanto   que   o  
fragmento  distal  do  escafóide  e  os  outros  ossos  do  carpo  deslocam-­‐se  dorsalmente.  
Redução  incruenta  com  mesma  manobra  da  luxação  volar  do  SL.  
Tratamento  
Redução  cruenta  do  escafóide  e  estabilização  com  parafuso  de  Herbert  ou  com  2  FKs  cruzados.Se  
houver  instabilidade  na  articulação  semilunar  piramidal  esta  deve  ser  estabilizada.  

Instabilidade  Perissemilunar  Progressiva    


Mayfield   –   4   estagios   de   ruptura   progressiva   das   lesões   ligamentares   e   relações   anatômicas   com  
o  SL,  resultantes  da  hiperextensao  forcada  do  punho  com  desvio  ulnar.  
Estagio  1  –  representa  falha  escafossemilunar  
Estagio  2  –  falha  capitato-­‐SL  
Estagio  3  –  falha  piramidal-­‐SL  
Estagio  4  –  falha  do  ligamento  radiocarpal  dorsal  possibilitando  luxação  do  SL.  

Lesão  ligamentar  entre  o  escafóide  e  SL(dissociação  escafoSL  ou  subluxacao  rotatória  do  
escafóide)  
Forma  mais  comum  de  instabilidade  cárpica.  
Queda   sobre   o   punho   em   extensão   e   antebraço   em   pronacao,   supinacao   mediocarpal   e   desvio  
ulnar.  
Ocorre   colapso   do   escafóide   que   assume   posição   de   flexão,   o   SL   unido   ao   piramidal   assume   a  
posição  de  extensão(dorsal).  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    165  
 
O   termo   DISI(Instabilidade   Segmentar   Intercalar   Dorsal)   refere-­‐se   a   posição   de   flexão   dorsal  
assumida  pelo  SL.  
Quadro  Clinico  
 
Dor,  edema  e  ocasionalmente  presença  de  estalido  no  punho  aos  movimentos  
Teste   de   Watson   é   útil   no   diagnostico.Mas   pode   estar   presente   em   pacientes   com   hiperfrouxidao  
ligamentar.  
Diagnostico  Radiográfico  
Rx  AP  –    
Sinal   do   Terry-­‐Thomas   –   presença   de   afastamento   dos   ossos   escafóide   e   SL   maior   que   2-­‐3   mm  
sugere  lesao  >  5mm  confirma!  
DISI  –  angulo  escafosemilunar  >  60o  e  capitato  semilunar  >  20o.  
Ø >  60o-­‐  Sugere  lesao.  >  80o  -­‐    Confirma  lesao!  
Ø >  15o  angulo  capitoto  SL  sugere.  >  20o  confirma!    
Tratamento  
Lesao  ligamentar  aguda  tratada  com  redução  aberta  e  fixação  interna.  
Redução  fechada  pode  ser  tentada  com  flexão  neutra  e  alguns  graus  de  desvio  ulnar.  
Na  maioria  dos  casos,  observamos  que  o  ligamento  rompido  sofre  avulsão  do  escafóide.  
Redução   e   fixação   do   escafóide   ao   SL   e   escafóide   ao   capitato   com   FK.Sutura   dos   fios   da   ancora  
com  resto  do  ligamento  rompido.  
 
166                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Lesão  do  LCA  


Anatomia  
Composto  por  2  feixes:  
-­‐  ântero-­‐medial:  +  fraco,  tenso  em  flexão,  restritor  primário  da  gaveta  anterior  
-­‐  póstero-­‐  lateral:  +  forte,  maior,  tenso  em  extensão  

Mecanismo  de  trauma  


Perna  fixa  ao  solo  +  valgo  +  RI  do  fêmur.  Pacientes  referem  um  "entorse"  do  joelho  muitas  vezes  
associados   a   um   estalido.Hemartrose   na   puncao   com   esta   historia   tipica   esta   associada   (80%)  
com  lesao  do  LCA.  

Quadro  clínico  
EF:  edema  +  hemartrose.  

-­‐Lachman  

-­‐  Gaveta  anterior  -­‐  3  rotações:  neutra,  30º  de  RE  e  30  RI  

-­‐  Pivô  shift  ou  Teste  de  MacIntosh:  

Lesoes  associadas  
70%  das  rupturas  do  LCA  apresentam  outras  lesoes  intra-­‐articulares.  
Rx:    
  -­‐  pode  evidenciar  fx  em  avulsão  da  eminência  tibial  
  -­‐  Fx  de  Segond:  avulsão  da  cápsula  lateral  (patognomômica  de  lesão  do  LCA)    
RM:  (confirmação  diagnóstica  e  lesões  associadas)  
  -­‐  70  a  100%  de  precisão  para  ruptura  do  LCA  
  -­‐lesão   meniscal:   50   a   70%   associada   (ML)   na   aguda,   lesão   crônica:   menisco   medial   (+  
fixo  a  cápsula)  
  -­‐  21  a  31%  de  fx  osteocondral  
  -­‐  83%  de  contusão  óssea  sobre  o  sulco  terminal  do  côndilo  lateral  do  fêmur  

Tratamento  
Cirúrgico:  

Reconstrução:  

Escolha  do  enxerto.  


-­‐  posição:  isométrica,  guia  a  7  mm  do  LCP;  no  fêmur:  10h  para  joelho  D  e  2h  para  joelho  E  
Reabilitação  -­‐  Fisioterapia  precoce,  em  3  semanas:  extensão  total,  flexão  90º,  contração  ativa  de  
quadríceps,  propriocepção.  
  Carga  total  com  3  –  4  sem.  

Complicações  
  -­‐  Pré-­‐  operatórias:  se  ADM  não  for  completo  houver  edema  a  cir  provavelmente  não  será  
bem  sucedida  

  -­‐   Intra-­‐operatórias:   fx   patela,   comprimento   inadequado   do   enxerto,   erro   no   túnel,  


violação  da  cortical  posterior.  

  -­‐   Pós-­‐operatórias:   déficit   de   movimento   principalmente   à   extensão   (por   posicionamento  


incorreto),  dor  anterior  do  joelho  persistente  (é  a  +  comum)  

  Artrofibrose,  principalmente  por  ciclope  (mal  posicionamento).  

 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    167  
 

Doença  de  Kienbock  


A  faixa  etária  acometida  mais  frequentemente  é  a  de  20  a  40  anos.  Homem  >  Mulher(2-­‐3:1).  70%  
no   Punho   dominante   de   homens   engajados   em   atividades   manuais.   Em   75%   dos   pacientes   a  
doença  é  precedida  por  trauma  grave.  
Dor  no  dorso  do  punho,  de  inicio  insidioso.  Os  sintomas  podem  aparecer  precocemente,  aos  18  
meses   antes   que   as   radiografias   mostrem   evidencia   da   doença.   Com   o   passar   do   tempo,   ocorre  
limitação  progressiva  dos  movimentos  associada  a  diminuição  da  força.  

Exames  Subsidiários  
Na   fase   inicial,   ha   aumento   da   densidade   do   semilunar   e   que   este   deve   ser   diferenciado   do  
aumento   de   densidade   transitória   do   SL   que   ocorre   nas   luxações   do   carpo.Observa-­‐se   flexão  
palmar  do  escafóide  e  encurtamento  da  distância  ulnopiramidal.    
Entre   os   exames   que   permitem   o   diagnostico   precoce,   deve-­‐se   destacar   a   CO.   A   RNM   alem   do  
diagnostico  precoce,  permite  o  prognostico  da  evolução  da  necrose.  Sinal  normal  ou  aumentado  
em  T2  implica  estagio  precoce  e  melhor  prognostico.  

Etiologia  
Desconhecida.  Hipóteses:  lesao  vascular  ,  trauma,  sobrecarga  mecânica  no  SL.Ulna  minus  parece  
não   ser   um   fator   causal   mas   sim   fator   agravante.Ja   que   1/3   da   população   apresenta   variante  
ulnar  negativa.78%  dos  pacientes  com  Kienbock  tem  variância  ulnar  negativa.  O  SL  tem  irrigação  
sanguinea   variável,   havendo   um   ou   2   vasos   nutrientes   que   penetram   neste   osso   pelos   pólos  
dorsal  e  palmar.O  pólo  proximal  é  relativamente  avascularizado.  

Classificação  Lichtman  e  Degnan  


Estágio  1  –  o  Semilunar  não  apresenta  alterações  radiográficas  ou  ocasionalmente  uma  fratura  
linear  por  compressão.  
Estágio   2   -­‐   o   Semilunar   apresenta   densidade   radiográfica   aumentada   em   relação   aos   outros  
ossos   do   carpo.Seu   tamanho,   forma   e   disposição   espacial   não   apresentam   alterações  
significativas.  
Estágio  3  –  o  Semilunar  encontra-­‐se  colapsado  ou  fragmentado  em  toda  sua  extensão.  3A:  sem  
migração   proximal   do   capitato.   3B:   migração   proximal   do   capitato   e   alteração   da   arquitetura  
cárpica.  
Estágio  4  –  ha  alterações  degenerativas  generalizadas  no  carpo,  alem  dos  achados  do  estágio  3.  
Youm:  altura  do  carpo  dividida  pelo  comprimento  do  terceiro  meta  0,54  +-­‐  0,03.  

Tratamento  
Tratamento   conservador:   imobilização   prolongada   não   influencia   o   curso   natural.   Ineficaz.  
Diagnostico   na   fase   inicial:   tratamento   cirúrgico   é   indicado   para   diminuir   a   pressão   sobre   este  
osso.  
Tratamento  cirúrgico:  encurtamento  do  rádio  ou  alongamento  da  ulna:  pacientes  nas  fases  I,  II  
e   IIIA   de   Lichtman   com   variante   ulnar   negativa.   Encurtamento   do   capitato   (com   ou   sem  
artrodese  capitato-­‐hamato):  pacientes  nas  fases  I,  II  e  IIIA  de  Lichtman  com  variante  ulnar  neutra  
ou  positiva;  
Osteotomias  de  encurtamento  do  radio,  assim  como  as  de  alongamento  da  ulna,  são  igualmente  
eficazes   para   diminuir   a   pressão   no   SL,   e   que   o   maximo   de   efetividade   ocorre   quando   as  
osteotomias  a  7,5  cm  proximal  a  superfície  articular  do  radio  são  de  cerca  de  2  mm,  ocorrendo  
diminuição  da  pressão  no  SL  em  ate    50%,  permitindo  assim  a  sua  revascularizacao.  Ulnar  zero  
ou   plus:   osteotomia   em   cunha   com   diminuição   do   angulo   de   inclinação   ou   encurtamento   do  
capitato.  
Artrodese   escafo-­‐trapézio-­‐trapezóide   e   artrodese   escafocapitato:   pacientes   na   fase   III-­‐B   de  
Lichtman.  Fases  mais  avançadas  da  doença  estariam:  cirurgias  de  salvação,  como  a  carpectomia  
proximal,  artrodese  do  punho,  a  denervação  do  punho.  
Nos  estágios  1,  2  e  3A  indica-­‐se  osteotomia  do  radio.  
Artrodese  triescafoide  e  escafo-­‐capitato  podem  ser  utiliozadas  no  estagio  3B.  
Artroplastia  de  ressecção  da  fileira  proximal  do  carpo  +  estiloidectomia  –  indicada  no  estagio  3B  
e  4.  Estagio  4  –  artrodese  do  punho.Com  objetivo  de  melhora  da  dor.  
168                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Pé  reumático  
• 89%  dos  pacientes  com  AR  apresentam  artrite  sintomática  nos  pés  
• 17%  tem  apresentação  inicial  com  sintomas  nos  pés  
• A  maioria  das  cirurgias  no  pé  reumático  envolvem  o  antepé  
• 89%  dos  pacientes  com  AR  tem  envolvimento  no  antepé.  
• Deformidades  sintomáticas  mais  comuns:  Hálux  valgo,  Luxação  das  MTFs,  Formação  de  
dedos  em  garra,  Calosidades  plantares    
• Cubóide-­‐MT,   cuneiforme-­‐MT   e   navículo-­‐cuneiforme   podem   estar   envolvidos   mas    
geralmente  não  requerem  tratamento  cirúrgico  
• Retropé:  deformidade  em  valgo  com  sinovite  erosiva  da  subtalar  e/ou  talonavicular.  
• Colapso   do   retropé/mediopé   pode   ser   iniciado   ou   exacerbado   pela   ruptura   ou  
insuficiência  do  tibial  posterior  
Antepé  
• Manifestação  mais  precoce  da  AR  no  antepé  é  sinovite  das  MTFs  
• Migração  distal  do  coxim  gorduroso  
• Calosidades  plantares  sob  cabeças  dos  metatarsos  
• Ulceração  na  pele  
• Contratura  em  flexão  das  FP  e  FD  dos  dedos  menores  e  IF  hálux  
• Calosidades  dorsais  dos  dedos  
• Em   artropatias   soronegativas,   deformidade   artrítica   da   IFP   resultando   em   dedo   em  
martelo  são  comuns    
• O   comprometimento   da   IFD   (dedo   em   lingüiça)   levanta   suspeita   de  
espondiloartropatia  soronegativa  (Siz3)  
• Tratamento:  
o Calçados  hiperprofundos  com  camara  anterior  larga    
o Órteses  em  geral  
o Cirurgia  se  não  melhora  da  dor,  deformidade  progressiva  e  estética    
o Artroplastias  de  ressecção,  artrodeses  
o Objetivos:   alivia   dor,   correção   de   deformidades,   melhora   da   marcha   e   permitir  
uso  de  calçados  variados  
o Técnicas  descritas:  
§ Artrodese  da  1MTF  com  ressecção  das  MTF  menores.  
§ Ressecção  das  cabeças  metatarsais  via  plantar  com  artrodese  da  1MTF  
e  ressecção  da  cabeça  e  colo  das  FP  dos  dedos  menores.  
Mediopé  
• Deformidades   por   destruição   das   intercuneiformes,   naviculocuneiforme,   MTcuneidorme  
e  MT  cubóide  são  incomuns.  
• Envolvimento   da   1MTcuneiforme   é   o   mais   comum   e   pode   levar   a   instabilidade   e   colapso  
do  arco  longitudinal  medial  com  ou  sem  halux  valgo.  
• Artrosese  da  1MTcuneiforme  com  ou  sem  naviculocuneiforme  pode  corrigir  parte  dessa  
deformidade.  
Retropé  
• A  alteração  mais  importante  é  ou  valgo  com  conseqüente  colapso  do  arco  do  mediopé.  
• Tratamento:  
o Sinovite   persistente   e   hipertrofia   sinovial   da   tibiotarsica   sem   melhora   com  
tratamento  conservador  por  6  meses:  sinovectomia  
o Pé  plano  valgo  com  ITTP:  transferência  tendinea,  avanço  de  tendão  ou  enxerto  
tendineo  
o Se   retropé   valgo   sintomático   que   não   melhora   com   suportes   do   arco,   calçado  
apropriado,   braces   e   AINH:   artrodese   subtalar,   talonavicular,   calcaneocuboide  
ou  tripla  ou    panartrodese.  

 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    169  
 

Rizartrose  
Trapézio-­‐   MTC:     2   tipos   de   superficie   articular:   dupla   sela   responsavel   pela   flexo-­‐extensao   e  
abduçao-­‐aduçao.  Outra  esferóide  -­‐-­‐>movimentos  complexos.Diferencial  com  DeQuervain  

Rizartrose  -­‐-­‐>  esferoidal,  acelerada  com  a  associaçao  de  frouxidao  do  colateral  ulnar.  

Quadro  clinico:  Aumenta  volume  na  base  do  polegar  e  dor  que  piora  ao  mexer  e  pistonagem  

Imagem  RX:  AP  +  P  absoluto  (sesamoides  sobrepostos)  

Classificaçao  
  Eaton   Burton   Dell  
1   Sem   destruiçao   articular,   Frouxidao   ligamentar,   Sintomas  com  uso  intenso,  pistonagem  com  
diminuiçao   espaço   articular   e   pistonagem   com   rotaçao   rotaçao   positiva,   diminuiçao   do   espaço  
menos  de  1/3  de  subluxaçao.   positiva  e  subluxaçao  dorsal.   articular  com  esclerose  subcondral.  
2   Diminuiçao   pequena   no   espaço   Creptaçao,   instabilidade,   Dor   nas   AVD,   creptaçao,   osteofito   ulnar   e  
articular,   osteofitos   <   2   mm   e   subluxaçao   cronica   e   alteraçoes   menos  de  1/3  de  subluxaçao.  
subluxaçao  de  1/3   degenerativas  no  RX.  
3   Diminuiçao   significante   no   Degeneraçao  pantrapezio.   Deformidade   em   aduçao   da   carpo-­‐MTC,  
espaço   articular,   osteofitos   >   2   hiperextensao   da   MTC-­‐F.   Artrose  
mm  e  subluxaçao  maior  de  1/3   pantrapezio  e  1/3  de  subluxaçao.  
4   Envolve  mais  de  1  articulaçao   Estagios   2   ou   3   com   artrose   na   CIstos   ou   perda   total   do   espaço   articular.  
MTC-­‐F.   Imobilidade  da  carpo-­‐MTC.  
 

Tratamento  
Conservador:Imobilizaçao  com  o  polegar  oponencia,  ortese,  .AINH.  Infiltraçoes    
Cirurgia  
Estagio  I  e  II :    Recidiva  de  dor  e  hipermobilidade  articular:  estabilizaçao  da  articulaçao  com  
reconstruçao  do  ligamento  volar.  Fita  com  metade  do  diametro  do  tendao  FRC  
Osteotomia  da  base  do  1°  MTC:  modifica  area  de  apoio  durante  a  realizaçao  da  pinça.  
Estagio   II:   Sinovectomia   artroscopica,   desbridamento   com   ou   sem   capsulorrafia   termica   e  
osteotomia  de  fechamento  dorsorradial.  
Estagios  III  e  IV:  
Ressecçao  do  trapezio:  Alivio  da  dor  e  mobilidade.  Nao  impede  a  migraçao  proximal  do  1°  MTC.  
Pode-­‐se  associar  a  interposiçao  do  tendao  FRC  com  a  trapezectomia.  .  
Suspensoplastia:  Mantém  comprimento,  mobilidade  e  estabilidade  do  1°  raio.  Usada  porçao  do  
tendao  do  abdutor  longo  do  polegar,  mantendo  intacta  sua  inserçao.  
A   artroplastia   de   ressecçao   e   estabilizaçao   ativa(Zancolli):   trapezectomia   e   capsuloplastia,  
estabilizaçao   do   1°   MTC   com   fita   ou   um   dos   tendoes   acessorios   do   abdutor   longo   do   polegar,  
suturada  ao  tendao  do  FRC.  
Schecker:   ressecçao   completa   do   trapezio,   estabilizaçao   da   articulaçao   com   a   metade  
lateral  do  FRC  e  sua  interposiçao.  
 Artrodese  TM:  melhora  a  dor  e  a  força  de  pinça  e  permite  o  uso  da  mao  para  atividades  mais  
pesadas.  Sobrecarga  das  articulaçoes  vizinhas  e  tendencia  a  hiperextensao  da  MF.  O  movimento  
na  MF  aumenta  75%  e  na  trapezioescafoide  25%.  
Posiçao:  30  a  40°  de  abduçao  e  oponencia  (rotaçao  de  30  a  40°).  
Implantes  de  silicone:  luxaçao,  quebra  e  sinovites  relacionadas.  Artoplastias  totais  satisfatorias  
em  idosos.  

   
170                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Garra  ulnar  
  Composto  de  fibras  de  C8  e  T1  e  derivado  do  cordao  medial  do  plexo  braquial.  

  Normalmente  e  lesado  (laceraçoes)  na  altura  do  cotovelo  e  do  punho.  

  O   nervo   pode   ser   lesado   por   traçao,   subluxaçao,   luxaçao   e   encarceramento   e   quando  
causam  deficits  necessitam  tratamento  cirurgico.  

  Paralisia   tardia   pode   ser   o   resultado   de   consolidaçoes   viciosas   do   condilo   lateral   em  


crianças,   fraturas   desviadas   do   epicondilo   medial,   luxaçao   do   cotovelo   e   contusoes   diretas   no  
nervo.  

  Nas   consolidaçoes   viciosas   de   fraturas   do   condilo   lateral,   gera-­‐se   um   cubito   valgo   e   o  


nervo  e  esticado  gradualmente  ate  o  aparecimento  da  paralisia.  

  As  paralisias  tardias  tambem  ocorrem  em  pacientes  com  fossa  do  ulnar  rasas,  hipoplasia  
do  epicondilo  medial,  hipoplasia  da  troclea  e  arco  fibroso  medial  inadequado.  

  Exame  fisico  

  Interrupçao   proximal:   paralisia   do   flexor   ulnar   do   carpo,   profundo   do   4°   e   5°  


dedos,  lumbricais,  interosseo,  adutor  do  polegar  e  curtos  do  5°.  Em  alguns  casos  os  interosseos  
continuam  funcionando  devido  a  inervaçao  anormal  pelo  mediano  (Martin-­‐Gruber).  

  Lesao   completa   ao   nivel   do   punho   causa   paralisia   da   musculatura   intrinsica   dos  


intrinsicos   exceto   quando   ha   a   comunicaçao   entre   o   ulnar   e   o   mediano   na   palma   chamada   de  
Riche-­‐Cannieu.  Quando  a  lesao  e  no  punho  apenas  o  oponente  do  polegar,  a  porçao  superficial  do  
flexor  curto  do  polegar  e  os  2  lumbricais  laterais  continuam  funcionando.  

  Na  pratica,  apenas  3  musculos  -­‐  flexor  ulnar  do  carpo,  abdutor  do  5°  dedo  e  primeiro  
interosseo  dorsal  podem  ser  testados  adequadamente.  

  A  garra  do  4°  e  5°  dedos  sao  evidencias  de  paralisia  do  n.ulnar.  Quando  ocorre  a  
lesao  proximal  ao  cotovelo,  pode  ocorrer  a  lesao  da  inervaçao  do  flexor  profundo  do  4°  e  
5°  e  a  garra  estar  ausente.  

  Zona  autogena=  5°  dedo.    

  Paralisia  tardia  do  nervo  ulnar  e  sindrome  do  tunel  cubital  

  Deve  ser  tentado  o  tratamento  conservador  por  3  meses  antes  da  cirurgia  (evitar  flexao  
extrema  e  talas  para  manter  o  cotovelo  em  extensao  e  em  supinaçao  ao  dormir).  

  Tratamento   cirurgico:   descompressao,   epicondilectomia   medial,   neurolise   e  


transposiçao  anterior  para  subcutaneo,  intramuscular  ou  submuscular.    

  Em   um   estudo   prospectivo   sobre   os   tipos   de   transposiçao   nao   encontrou-­‐se   a  


superioridade  de  um  metodo  sobre  os  demais.  

  Segundo   Gay   e   Love   (Fenomeno   e   Wagner   Love)   a   paralisia   tardia   do   nervo   ulnar  
ocorreu  em  100  pacientes  22  anos  apos  a  fratura  do  condilo  lateral.  

  Associados  a  fraturas  bicondilares  em  6%.  Neurite  esta  associadas  em  pseudoartroses  e  
cubito  valgo.  

  A  compressao  pode  ocorrer  na  arcada  de  Struthers  (5  cm  acima  do  condilo  medial),  no  
septo   intermuscular,   no   tunel   cubital,   na   arcada   de   Osborne   (flexor   ulnar   do   carpo)   e   na  
aponeurose  da  massa  dos  flexores.  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    171  
 

Lesão  do  plexo  braquial  


Ramos   anteriores   de   C5,   C6,   C7,   C8   e   T1.   C5   comumente   recebe   fibras   de   C4   (pré   fixada)  
e  T1  de  T2  (pós  fixada).  

Mecanismo  de  Trauma  


Acidentes  de  motocicleta:  causa  mais  comum  de  lesões  do  plexo  braquial.  Tração  com  o  
braço  abduzido  com  força  ou  com  o  braço  aduzido  e  o  pescoço  desviado  para  o  lado  oposto.  
Jovens   motociclistas   do   sexo   masculino   com   lesões   fechadas   e   que   acontece   por  
estiramento  do  plexo(  97%)  

Lesões  Associadas  
Ruptura  da  artéria  braquial  em  20%.  Lesões  associadas  comuns:  fx  do  úmero  proximal,  
escapula,   costelas,   clavícula   e   processos   transversos   das   vértebras   cervicais   e   luxação   das  
articulações  do  ombro,  AC  e  EC  

Classificação  
Lesão  do  plexo  superior:  Erb.  Lesão  do  plexo  inferior:  Klumpke  
Diagnóstico  
Lesões   podem   ser   supraclaviculares,   infraclaviculares   ou   mistas.   Se   o   nervo  
supraescapular  está  ativo  e  a  porção  clavicular  do  peitoral  maior  contrai,  a  lesao  é  considerada  
infraclavicular.    
Lesão  do  plexo  superior:  comprometimento  das  raízes  de  C5,  C6  e  com  ou  sem  lesão  de  
C7.  Membro  está  com  cotovelo  estendido,  aduzido  e  rodado  medialmente.    
Lesão   do   plexo   inferior:   A   disfunção   principal   é   na   musculatura   intrínsica   da   mão,  
paralisia   dos   flexores   do   punho   e   dedos.   Deficit   sensitivo   ao   longo   da   face   medial   do   braço,  
antebraço  e  mão.  

Avaliação  Clinica  
Importante  definir  se  a  lesao  é  supraclavicular,  infraclavicular  ou  intradural(  avulsão  da  
raiz).   É   importante   diagnosticar   a   lesão   por   avulsão   porque   é   impossível   reparação   cirúrgica.  
Pode   ser   diagnosticada   ao   ver   associada   a   lesão   o   comprometimento   do   serratil   anterior,  
escapula  e  rombóide.  
Testes  Específicos  para  identificar  a  presença  de  raiz  enxertável  ou  avulsão  radicular:  
1. Teste   da   protração   do   ombro:   Movimento   anterior   da   cintura   escapular   em   torno   da  
parede  torácica,  indicando  serratil  anterior  insuficiente  (lesão  do  torácico  longo)  
2. Sinal   de   Tinel:   digitopercussão   na   região   supraclavicular   podendo   indicar   uma   raiz  
potencialmente  enxertável,  o  que  é  interpretado  como  Tinel  +.  
3. Teste   da   Retração   Escapular:   Posição   do   sentido   militar,   este   teste   vai   identificar   a  
funcionabilidade   dos   músculos   rombóides,   o   que   indica   uma   lesão   proximal   da   raiz   de   C5,  
provável  avulsão.  
4. Sinal   de   Claude-­‐Bernard-­‐Horner:   avulsoes   radiculares   baixas,   em   geral   C8-­‐T1.   Sinais:  
ptose  palpebral,  miose  e  enoftalmia.  
Exames  complementares  
ENMG:  tem-­‐se  mostrado  de  pouca  utilidade  ;  RX:  tórax  em  expiração  e  inspiração  para  
acometimento   do   nervo   frênico;   US:   avaliar   lesões   do   manguito   rotador   concomitante;   RM:  
controverso.   Tomomielografia:   exame   de   escolha   para   avaliação   intradural.   A   presença   de  
pseudomeningoceles  indica  avulsão  radicular.  

Tratamento  
  Cirúrgico:   Preferencialmente   todas   as   lesões   devem   ser   operadas   antes   dos   6   primeiros  
meses.        
Neurólise:  importante  para  identificar  a  lesão  
Enxertia   nervosa:   pode   ser   de   cabos   fasciculares   (sural,   fibular   superficial,   cutâneo  
medial  do  antebraço,  radial  superficial),  troncos  nervosos  (nervo  ulnar)  
Transferências   nervosas   ou   neurotização:   podem   ser   intraplexual   (raiz   de   C7  
homolateral   para   raízes   de   C5   e   C6     ou     nervo   toracodorsal   para   o   axilar)   ou   extraplexuais  
(acessório,  hipoglosso  ou  raiz  contralateral  de  C7).  
172                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 
Outra   opção   é   a   transferência   nervosa   fascicular.   Exemplo   é   transferência   de   Oberlin:  
transferência  de  fascículos  do  nervo  ulnar  para  o  ramo  motor  do  bíceps  
Transferências   musculares:   Transferência   de   Saha:trapézio   para   deltóide   para  
melhorar   a   abdução;   Transferência   de   L’Episcopo:   transferência   do   latíssimo   do   dorso   para  
melhorar  a  rotação  lateral  
Ordem  de  prioridades  Pardini:  flexão  do  cotovelo,  extensão  do  cotovelo,  extensão  do  
punho,  flexão  dos  dedos,  extensão  dos  dedos  e  intrinsicos.  
Ordem  de  prioridade  Campbell:  flexão  do  cotovelo,  abdução  do  ombro,  sensibilidade  
da  borda  ulnar  do  antebraço  e  mão  
Reconstrução   nas   lesões   parciais   altas:   nervo   acessório   para   supraescapular,   dois  
fascículos  do  ulnar  para  ramo  motor  do  bíceps,  raiz  de  C6  no  axilar,  raiz  de  C5  com  ramo  anterior  
do  tronco  superior.  
Reconstrução   nas   lesões   parciais   baixas:   não   é   realizado   a   exploração   do   plexo.  
Musculo  braquial  é  transferido  para  músculos  flexores  dos  dedos  e  polegar  e  abdução  do  polegar  
é  reconstruída  com  extensor  próprio  do  indicador.  

Complicações  
Dor   (mais   na   lesão   completa   que   na   parcial).   Dor   intensa   tem   sido   relacionada   com  
avulsão  completa  das  raízes  nervosas.  Amputação  NUNCA  deve  ser  realizada  para  alivio  da  dor!  
Lesao  vascular(  rara)  
 

 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    173  
 

Tendinite  calcárea  
• Causa   desconhecida,   acredita-­‐se   que   tenha   um   componente   hipovascular   do   tendão   e  
80%  no  tendão  do  supraespinhal,  pode  ocorrer  no  sub,  no  infra  e  redondo  menor.    

• A  maioria  se  encontra  na  face  articular  imediatamente  proximal  a  inserção  no  tubérculo  
maior  

• 60%  assintomático  sendo  o  lado  D  mais  acometido  

Quadro  clinico:  
• Progressão  definida  e  resolução  inevitável,  variando  o  tempo  necessário  para  tal.  

• 3  fases  descritas  por  Sarkar  e  Uhthof:  

o Primeira  fase-­‐  pré  calcificação:  metaplasia  fibrocartilaginosa  (provavelmente  


no  local  de  hipovascularização),  assintomáticos.  

o Segunda  fase-­‐  calcificação:  dividido  em:  

Fase  de  formação:  vesículas  de  cálcio    

Fase   de   repouso:     a   dor   é   mínima,   o   aspecto   radiográfico   é   de   deposito   bem  


marginado  e  maduro.  Duração  variada.  

Fase   de   reabsorção:   extraordinariamente   doloroso,   calcificação   com   aspecto   de  


pasta  de  dente  ou  creme  de  leite.  

• Terceira   fase-­‐   pos   calcificação:   tecido   de   granulação   se   torna   colágeno  


maduro  e  o  tendão  é  reconstituído  a  dor  melhora  sensivelmente.  

Tratamento:  
  Conservador:  

• Como  todos  os  pacientes  eventualmente  se  recuperam  de  tendinite  calcárea,  deve  ser  a  
primeira  opção.  Baseia-­‐se  em  fisioterapia,  AINH  e  infiltrações  com  corticóide  (acredita-­‐
se  que  este  faz  retornar  a  fase  de  repouso  favorecendo  recorrência.  

Cirúrgico:  

• Indicações:   progressão   dos   sintomas,   dor   constante   interferindo   nas   AVDS   e   ausência   de  
melhora  com  o  tto  conservador.  

• Aspiração  e  aplicação  de  agulha  nos  depósitos  

• Terapia  extracorpórea  por  ondas  de  choque  

• Técnica   artroscópica:   remoção   dos   depósitos   de   cálcio   são   feitas   com   um   shaver.  
Acromioplastia  e  liberação  do  ligamento  coracoacromial  é  feito  para  os  pacientes  com  EF  
+  para  impacto.  Pacientes  com  eliminação  ou  redução  dos  depósitos  tiveram  resultados  
significativamente   melhores,   resultado   50%   dos   pacientes   sem   sintomas   e   41%  
satisfatórios.    

Pos  operatório:fisioterapia.Evitar  capsulite  adesiva  


174                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Osteocondrite  Dissecante  do  Joelho  


 
Conceito  e  Historia  
 
Condicao   que   afeta   a   superficie   articular   e   envolve   separacao   de   um   segmento   localizado   de  
cartilagem   com   osso   subcondral   adjacente.Pode   ser   encontrada   no   cotovelo,joelho,  
tornozelo.Sendo  que  75%  dos  casos  ocorrem  no  joelho.  

Epidemiologia  
 
Afeta  mais  homens,atletas  na  segunda  decada  de  vida..  

Etiopatologia  
 
A   etiologia   é   controversa.As   principais   teorias   são   vascular,genética,traumática   e   defeito   de  
ossificação.  
Segundo   Fairbank,   o   impacto   repetitivo   da   espinha   da   tíbia   no   côndilo   femoral   seria   responsável  
pelo   aparecimento   da   osteocondrite   dissecante.A   teoria   traumática   é   a   mais   aceita   nos   dias   de  
hoje.  
 Os  achados  patologicos  caracteristicos  da  OD  sao  area  de  necrose  avascular  de  osso,com  graus  
variaveis  de  isquemia  e  fibrose  da  cartilagem  hialina  adjacente.Inicialmente  a  cartilagem  aparece  
normal,mas   quando   o   suporte   do   osso   subcondral   é   perdido   ela   comeca   a   sofrer   alteracoes  
degenerativas,  incluindo  amolecimento,fibrilacoes  e  fissuras.  

Quadro  Clinico  
 
Ha  2  tipos  clínicos  de  osteocondrite:  a  juvenil,  que  ocorre  antes  do  fechamento  da  fise  distal  do  
fêmur  e  a  do  adulto,  que  ocorre  apos  o  fechamento.  
Os   sintomas   são   intermitentes   e   a   dor   é   a   sintomatologia   mais   comum   e   esta   relacionada   a  
atividade  física.As  queixas  de  falseio  e  bloqueio  são  mais  tardias.  
O   paciente   com   acometimento   do   côndilo   femoral   medial   pode   apresentar   marcha   em   rotação  
lateral  da  perna.  
Sinal  de  Wilson  –  o  joelho  é  inicialmente  fletido  a  90  graus  e  progressivamente  estendido  com  a  
perna  em  rotação  interna.O  sinal  é  considerado  positivo  quando  o  paciente  acusa  dor  a  cerca  de  
30   graus   de   flexão,   que   é   aliviada   com   rotação   lateral   da   perna.O   teste   pode   ser   negativo   em  
pacientes  com  OD.  

Diagnostico  
 
A  maioria  das  lesões  esta  localizada  na  região  lateral  do  côndilo  femoral  medial.  
A  incidência  do  túnel  intercondilar  é  a  melhor  para  visibilizar  este  tipo  de  lesão.  
Rx   –   área   circunscrita   de   osso   esclerotico   subcondral   separada   da   epífise   por   uma   linha  
radiotransparente.  
A  CO  é  útil  para  avaliar  progressão  da  doença.  Pode  ajudar  a  diferenciar  a  OD  da  patela  de  defeito  
dorsal  da  patela.Na  OD  a  CO  é  hipercaptante  e  no  defeito  dorsal  é  hipocaptante.  
A  RNM  é  o  melhor  exame  para  avaliar  o  tamanho  e  o  grau  de  destacamento  do  fragmento,  bem  
como   a   integridade   da   superfície   articular.Lesoes   desviadas   com   hipersinal   nas   sequencias   T2   ao  
redor   do   fragmento   sugerem   instabilidade.Presenca   de   cistos   subcondrais   Tb   é   sinal   de  
instabilidade.  

Classificação  Artroscopica  
 
Guhl  
Tipo  1  –  lesão  intacta  
Tipo  2  –  Fragmento  recentemente  separado  
Tipo  3  –  Lesão  parcialmente  destacada  
Tipo  4  –  Corpos  livres  viáveis  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    175  
 
Tipo  5  –  corpos  livres  inviáveis  
-­‐  Classificação  de  Airchoft  
-­‐ Côndilo  Medial  –  Clássica,  Clássica  extendida  e  ínfero-­‐central  
-­‐ Côndilo  Lateral  –  Ínfero  Central  e  Posterior  

Tratamento  

 
Tratamento   inicial   é   conservador   na   maioria   das   vezes.As   atividades   físicas   devem   ser  
restringidas.Em   caso   de   dor   a   deambulação,   os   pacientes   podem   ser   submetidos   a   marcha   com  
carga  parcial.Imobilizacoes  devem  ser  usadas  de  forma  muito  restrita.O  tto  conservador  pode  ser  
realizado  por  6  a  12  meses.  
Os   pacientes   com   lesão   inferior   a   20mm,   sem   efusão   nem   desprendimento   do   fragmento  
obtiveram  resultados  significantemente  melhores  com  tto  conservador  que  aqueles  submetidos  
ao  tto  cirúrgico.  
O  tratamento  cirúrgico  é  empregado  quando  a  falha  do  tto  conservador,presença  de  corpo  livre  
intra-­‐articular,persistência   da   atividade   cintilografica   elevada   durante   o   acompanhamento   e  
lesões  instáveis  em  pacientes  com  fise  fechada  ou  perto  do  fechamento.  
Nas   lesões   com   cartilagem   intacta,   realizam-­‐se   múltiplas   perfurações   com   FK   através   da   lesão  
para   permitir   o   sangramento.Quando   houver   lesão   da   cartilagem   ou   destacamento   parcial,   o  
fragmento  deve  ser  fixado.Na  presença  de  corpo  livre  e  tecido  fibroso  cobrindo  o  leito,  o  defeito  
deve   ser   curetado   antes   da   fixação.Os   métodos   de   fixação   podem   ser   FKs,parafusos   canulados  
,hebert   e   pinos   ósseos.A   simples   retirada   do   corpo   livre   deve   ser   reservada   apenas   para   os  
fragmentos  inviáveis,já  que  uma  pior  evolução  esta  associada  a  esse  procedimento.  

Prognostico  
 
Pior  prognostico:  
-­‐ Lesões  côndilo  femoral  lateral  
-­‐ Lesões  difusas  
-­‐ Pacientes  com  fise  de  crescimento  distal  do  fêmur  fechada  
-­‐ Lesões  destacadas  
-­‐ Fragmentos  não  passiveis  de  fixação  
-­‐ Lesões  que  acometem  maior  superfície  de  carga  
 
Artrose  se  inicia  cerca  de  10  anos  antes  dos  sintomas  causados  por  artrose  primaria.  
 
176                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Lesão  meniscal  
Função  e  anatomia  
O  menisco  funciona  como  um  preenchedor  articular,  uma  vez  que  há  evidente  incongruêcia  entre  
fêmur  e  tíbia.  Previnem  pinçamento  capsular  e  sinovial  durante  a  flexão  e  extensão.  Têm  função  
de   lubrificação   ajudando   a   distribuir   o   liquido   sinovial   ajudando   a   nutrição   da   cartilagem  
articular.   Contribuem   para   estabilizar   o   joelho   em   todos   os   planos,   mas   são   mais   importantes  
estabilizadores  rotacionais.  Têm  a  função  de  absorção  de  choque  ou  energia  entre  40  e  60%  do  
peso  na  posição  ortostática  

O   MM   tem   forma   de   C   com   maior   raio   do   que   o   ML,   e   com   corno   posterior   mais   largo.     O   ML   tem  
forma  mais  circular  cobrindo  até  2/3  do  platô.    
A  profundidade  da  penetração  vascular  periférica  é  de  10  a  30%  da  largura  do  MM  e  10  a  25%  do  
ML.  

Ruptura  dos  meniscos  


Rotação   com   articulação   parcialmente   flexionada.   O   local   mais   comum   é   a   lesão   do   corno  
posterior  No  menisco  lateral  é  mais  comum  lesão  na  junção  dos  terços  anterior  e  médio  do  tipo  
transversal.  O  tipo  mais  comum  é  a  lesão  longitudinal.  

Antes  da  artroscopia:  MM  5-­‐7x  que  ML.  Hoje  acredita-­‐se  que  seja  igual.  

Classificação  
Quanto   a   aparência   artroscópica:   Radial   ou   em   “bico   de   papagaio”.   Em   alça   de   balde   (clivagem  
vertical).  Em  forma  de  retalho  (flap).  Por  clivagem  horizontal  

Quanto  ao  tipo  de  ruptura:  Longitudinais.  Transversais  e  oblíquas.  Longitudinais  e  transversais.  
Associadas  a  cistos  meniscais.  Associada  a  menisco  discóide  

Quadro  clínico  
Travamento.   Efusão.   Falseio.   Hemartrose.   Sinal   de   Smilie.   Teste   de   McMurray:   Teste   de   Apley.  
Teste  do  agachamento:  dor  com  RI  (ML)  ou  RE  (MM).  

Diagnósticos  diferenciais  
Tumor   intra-­‐articular.   Corpo   livre   osteocartilaginoso.   Condromalácia   patelar.   Instabilidade  
ligamentar  

Exames  
RX:  excluir  outras  patologias  RM:Precisão  de  98%  lesão  MM,  90%  ML  

Tratamento  
Não-­‐cirúrgico:   laceração   periférica,   estável   e   pequena   (5mm)   pode   ser   tratada   de   forma  
conservadora   com   resultados   satisfatórios.   Estabilidade:   numa   ruptura   longitudinal,   a   parte  
central   à   ruptura   não   pode   ser   deslocada   mais   do   que   3mm   ,   mede   menos   do   que   10mm,  
espessura  parcial.  Imobilização  coxo-­‐maleolar  por  4  a  6  semanas  com  carga  parcial  e  exercícios  
isométricos.  Cicatrizam  em  torno  de  10  semanas.  Lacerações  crônicas  mesmo  na  zona  vermelha  
não  se  curam  sem  cirurgia.  

Cirúrgico:   Meniscectomia   total   Justifica-­‐se   somente   quando   essa   estrutura   estiver  


irreparavelmente  lacerada.  Meniscectomia  parcial.  Aloenxerto  

Sutura   meniscal   Indicação   ideal:   laceração   periférica   longitudinal   aguda,   de   1   a   2cm,   junto   com  
reconstrução  do  LCA  em  indivíduo  jovem.  Joelho  estável  apos  sutura  do  menisco.  Lesão  deve  ser  
instável.   Lesão   estável   >10mm.   Zonas   vermelho-­‐vermelho   ou   vermelho-­‐branco.   Técnicas:   all  
inside,  inside-­‐out,  outside-­‐in.    

Complicações  
Infecção.  Lesão  vascular  (poplítea)  –  rara.  Lesão  condral  iatrogênica  
Lesão  nervosa  (rara)  Nervo  fibular  no  reparo  do  MLNervo  safeno  no  reparo  do  MM.  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    177  
 

Fratura  por  stress  do  colo  


Fatores  de  risco  
§ Sobrecarga  no  treinamento  
§ Sem   relação   com   baixa   densidade   óssea     ou   nível   de   testosterona   e   fx   de   stress   no  
homem  
§ Sem  relação  com  flexibilidade,    estrutura  do  pé  ,  IMC  
§ Tríade  da  mulher  atleta:  Amenorréia,    distúrbio  alimentar  e  osteopenia  -­‐-­‐>  maior  
risco  para  fx  de  stress  

Classificação    
Fullerton  e  Snowdy:  fraturas  por  estresse  
• Tipo  A  (lateral):  tensão.  Instável  e  susceptível  a  desvio  (idosos)  
• Tipo  B  (medial):  compressão.  Pode  ser  tratado  conservadoramente  (jovens)  
• Tipo  C:  desviadas.  Requerem  redução  fechada  ou  aberta  com  fixação  com  parafusos  ou  
substituição.  
 

Quadro  clínico  
Fraturas  por  estresse  e  fraturas  impactadas  
• Dor  leve  na  coxa  ou  medial  do  joelho  
• Conseguem  deambular  
• Sem  deformidade  ao  EF  
• Disconforto  com  ADM  passivo  e  ativo  
• Espasmo  muscular  
• Dor  a  percussão  do  trocânter  maior  
• CO  =  RM  acurácia  de  fx  ocultas,  porém  RM  é  mais  rápido  e  fácil  
 
Fraturas  desviadas  
• Dor  na  região  inteira  do  quadril  
• Membro  em  RE  Abd  e  leve  encurtamento  
• RX  AP  +  P:  grau  de  cominuição,  presença/ausência  de  osteoporose  
 

Tratamento    
§ Jovens:  Fx  na  zona  de  compressão,  idosos  na  de  tensão  (falha  mais  provável)  
§ Tipo  A:  instável  tto  cirúrgico,  defendido  pela  maioria  dos  autores.  
§ Tipo   B:   na   zona   de   compressão,   pode   ser   conservador   (com   carga,   a   depender   dos  
sintomas,  para  a  atividade)  com  bons  resultados,  cirugico  na  falha  (aumento  do  GAP  e  do  
tamanho  do  traço).    
§ Tipo  C:  Cirúrgico  

 
178                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Lesão  do  LCP  


Origem:   parte   posterior   da   superfície   lateral   do   côndilo   medial   femoral/   Inserção:   depressão  
atrás   e   abaixo   da   porção   intra   articular   da   tíbia   como   uma   tira,   geralmente   se   funde   com   o   corno  
posterior  do  ML  

Por  sua  orientação  mais  vertical,  constitui  o  eixo  em  que  ocorre  a  rotação  do  joelho  

Responsável  por  89%  da  resistência  da  translação  posterior  da  tíbia  

Limitador  da  hiperextensão  apenas  depois  que  o  LCA  sofreu  ruptura  

Lesão   raramente   isolada.   Geralmente   associada   com   rupturas   do   compartimento   medial   ou  


lateral.  

Epidemiologia    

Entre  1  e  44%  e  todas  as  lesões  agudas  do  joelho  

30%  isoladas  e  70%  associadas  a  outras    estruturas  ligamentares  

Lesões  meniscais  associadas:  16  a  28%,  sendo  as  lesões  longitudinais  do  corno  anterior  do  ML  as  
mais  comuns  

Associação  mais  comum  é  lesão  do  canto  PL  

Mecanismo  de  trauma  

Golpe  direto  na  parte  frontal  da  tíbia  com  o  joelho  flexionado  

94%  acidentes  automobilísticos  

Hiperextensão:  lesa  primeiro  LCA,  depois  cápsula  e  por  último  LCP  

Quadro  clínico  

Teste  da  gaveta  posterior:  comparar  os  2  joelhos  na  posição  inicial.  No  joelho  lesado,  a  tíbia  fica  
alinhada  com  o  côndilo  femoral,  não  havendo  o  recuo  anterior  normal  de  5  a  10mm  

Um  recuo  posterior  >  8mm  em  radiografia  com  estresse  é  indicativo  de  ruptura  completa.  

Tratamento  

Não-­‐cirúrgico  

Tradicionalmente  indicado  em  lesões  isoladas  

Critérios  para  tratamento  não-­‐cirúrgico:  

Teste  da  gaveta  posterior  <  10mm  (grau  II)  com  tíbia  em  neutro  

Menos   de   5°   de   frouxidão   rotacional   anorma   e   não   ocorrência   de   frouxidão   anormal   em   varo-­‐


valgo.  

Cirúrgico  

Reconstrução  adiada  por  1  a  2  semanas  para  diminuir  dor,  haver  ganho  de  ADM.  

Reparação  se  avulsão  de  fragmento  ósseo  

Harner:  a  reconstrução  do  LCP  passa  a  ser  ineficaz  se  estrutura  póstero-­‐laterais  associadas  não  
forem  reparadas  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    179  
 

Luxação  e  instabilidade  gleno-­‐umeral  


50%  de  todas  as  luxações  
96%  anterior  e  4%  posterior.  60%  das  posteriores  podem  passar  desapercebidas.  
Fatores  predisponentes:  Frouxidão  ligamentar  e  musculatura  descondicionada  
Recorrência:  <  20a:  55  a  95%  ;  20-­‐40a:  60%;  >  40a:  <  6-­‐10%.  Considerar  atividade  do  
paciente.   Duração   da   imobilização   não   parece   afetar   estabilidade.   Relacionada   com   o   grau   e  
localização  do  trauma  inicial.  Perda  óssea  da  glenóide  >20%  
Mecanismo   de   trauma:   Origem   traumática   em   96%.   Trauma   indireto   no   braço   com  
membro  em  abdução,  RE  e  extensão;  Menos  comuns:  convulsões  e  choque  elétrico  
Quadro  clínico  
• Lx  anterior:  limitação  a  RI  e  abdução;  Lx  posterior:  limitação  a  RE.  
• Luxatio  erecta  (inferior):  atitude  em  total  abdução  
• Braço  morto:  estiramento  do  nervo  axilar  ou  sintomas  de  MR  
• Teste  da  gaveta:  se  translação  excessiva  ou  apreensão  ou  dor  =  instabilidade  
• Teste   do   sulco:   Geralmente   usado   para   frouxidão   inferior,   mas   também   positiva   em  
instabilidade  multidirecional.  
• Teste  da  apreensão:  dor  pode  indicar  instabilidade  mas  não  tão  específico  ou  confiável  do  
que  apreensão  propriamente  dita.  
§ Teste  de  Lachman  do  ombro:  DDH,  translação  anterior  da  cabeça  com  relação  a  glenoide  
Estudo  radiográfico  
• RX  AP,  AP  verdadeiro,  Axilar  /  Velpeau,  P  escapular  
• Axilar   de   West   Point:   25   linha   media/25°   da   horizontal,   glenoide   -­‐   borda   Antero-­‐
inferior;  Apical  obliqua  (Garth):  no  plano  da  escapula  e  45o  crânio  caudal,  bordo  antero  
inferior  da  glenoide  e  Hill-­‐Sachs;  Stryker:  deitado  mao  na  cabeça  e  raio  com  10o   caudo  
cranial  e  centrado  no  coracoide,  lesão  de  Hill-­‐Sachs    
• TC:  fraturas  associadas  
• RM:  lesão  de  partes  moles  (Bankart)  –  defeitos  labrais  e  lesões  do  MR    

Lesões  associadas  
• Defeitos  na  cabeça  umeral:  fx  por  impressão.  Póstero-­‐lateral  =  Hill-­‐Sachs   à   sugere   lesão  
traumática;  Fx  tuberosidades;  Fx  glenoide    
• Lesão  do  MR;  Lesão  vascular;  Lesão  neurológica  (nervo  axilar)  
Classificação  
TUBS:  Traumático,  Unidirecional,  Bankart,  Surgery  
AMBRI:   Atraumático,   Multidirecional,   Bilateral,   Reabilitação   (modo   primário   de  
tratamento),  Inferior  (shift  -­‐  cápsula  inferior)  
• Gravidade:  Subluxação  /  Luxação  
• Duração:  Aguda  (<24-­‐36h)  /  Crônica  (>4  semanas)  
• Ocorrência:  Única  /  Recorrente  
• Mecanismo:  Traumática  /  Atraumática  
• Direção:   Anterior   (subcoracoide,   subglenoidal,   subclvicular   e   intratorácica)   /   Posterior   /  
Multidirecional  
• Volição:  voluntária  /  involuntária  

Tratamento  
Emergência:  Redução  fechada:  Stimson:  DVH,  peso  no  punho;  Milch:  Abd  +  RE  
Tratamento  não  cirúrgico:  Imobilização,  proteção  e  reabilitação.    
Tratamento   cirúrgico:   Indicações:   Falha   do   tratamento   conservador;   Luxação   recorrente  
em  jovem;  Luxação  irredutível;  Luxação  exposta;  Redução  instável  
Defeito   na   glenóide   >   21   –   30%   ou   lesão   de   Hill-­‐Sachs   que   se   engata   na   borda   anterior   da  
glenóide  com  Abd  e  RE  é  associada  com  alta  probabilidade  de  instabilidade  recorrente  

 
180                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 
Procedimentos  artroscópicos:  Vantagens:  Melhor  estética;  Menor  tempo  de  cirurgia  e  
hospitalização;   Diminuição   de   morbidades   e   complicações.   Desvantagens:   Tecnicamente   difícil;  
Dificuldade  em  casos  de  revisão  e  em  anatomia  alterada;Não  pode  acessar  defeitos  ósseos.  
Sutura  com  âncoras  colocadas  a  borda  anterior  da  glenóide;  Capsulorrafia  térmica:    
Procedimentos  abertos  de  partes  moles  
Procedimento  de  Bankart  aberto:  Reinserção  do  labrum  com  suturas  com  âncoras.  
Reconstrução   capsulolabral:   Redução   da   redundância   capsular   com   abertura   em   T   e  
imbricamento  
Procedimentos  abertos  ósseos  
Procedimento   de   Bristow:   Ponta   do   processo   coracóide   com   tendão   conjunto   é  
transferido  através  de  incisão  no  subescapular  para  a  borda  antero-­‐inferior  da  glenóide  
Procedimento   de   Latarjet:   Porção   significamente   maior   do   caracóide   é   transferido   para   o  
colo  da  glenóide  
Procedimento  de  Eden-­‐Hybbinette:  Enxerto  de  crista  iliaca  anterior  na  glenóide  

Instabilidade   Posterior:   Lesão   de   Hill-­‐Sachs   reversa   (McLaughlin):   lesão   na   cabeça  


umeral  antero-­‐medial  
Procedimentos  artroscópico:  Capsulorrafia  posterior  artroscópica:    
Procedimentos  abertos  anteriores:    
Procedimento   de   McLaughlin:   Via   anterior   com   desinserção   do   subescapular   da  
tuberosidade   menor.   O   tendão   é   transferido   para   a   lesão   óssea   para   preencher   o   defeito   .  
Modificação  de  Neer:  osteotomia  da  tuberosidade  menor    
Procedimentos  abertos  posteriores  

Complicações  
Infecção:   0,25%;   Lesão   neurológica;   Restrição   de   movimentação;   Complicações   com  
material  
 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    181  
 

Mão  reumatóide  
DOENÇAS  CAUSADORAS  DE  ARTROSE  NA  MÃO  
⇒ Comumente   bilaterais   e   simétricas.   Muito   dolorosa.As   articulações   metacarpofalangeana   e  
punho  são  inicialmente  acometidas  

TRATAMENTO  

⇒ Não   cirúrgico(infiltrações)   x   Cirúrgico(por   exemplo:fios   de   Kirschner-­‐afrouxam   com   o  


tempo,  artrodese(mais  freqüente  na  IFP.MCF  15  a  20o,  IFD  de  10  a  15o,  e  IFP  no  indicador  de  
25o  e  dedo  mínimo  de  40o.)  
⇒ Estadiamento:Souter:prioridade  para  ombro  e  cotovelo  
                                                       Ferlic:coluna,  pé,  quadril,  joelho,punho,  polegar,cotovelo,  dedos  
⇒ Múltiplos  comprometimentos  pequenos  devem  ser  operados  ao  mesmo  tempo  

TIPOS  DE  DEFORMIDADES  

⇒ Deformidade   tipo   intrínsico   plus:retesamento   e   contratura   da   musculatura   intrinsica.A  


articulação   interfalangica   proximal   não   pode   ser   flexioanda   enquanto   a   articulação  
metacarpofalangeana   estiver   estendida.No   teste   de   Bunnell   na   extensão   metacarpofalangeana  
as   articulações   interfalangeanas   proximal     e   distal   se   mantem   estendidas.Quando   fletida,   ao  
relaxar   os   intrinsicos   a   flexão   dos   músculos   acaba   sendo   possível.Liberacao   dos   intrinsicos  
pode  ser  indicada.  
⇒ Deformidade   em   pescoço   de   cisne:flexão   da   intefalangeana   distal   e   hiperextensao   da  
interfalangeana   proximal.Pode   começar   com   uma   deformidade   em   dedo   em   martelo   ou   pode  
começar   com   uma   sinovite   da   cápsula,   causando   um   retesamento   das   bandas   laterais   e   do  
tendão   central(menos   grave).Pode   exigir   sinovectomia,   mobilização   das   bandas   laterais   e   da  
liberação  da  pele  distal  a  articulação  interfalangeana  proximal.  
⇒ Deformidade   em   botoeira:flexão   da   articulação   interfalangeana   proximal   e   extensão   da  
interfalangeana   distal.Podem   ser   classificadas   em   leves(15o   ,   corrigível   passivamente,   com  
movimento   e   radiografia   normal.Tto:liberação   dos   tendões   laterais),   moderada(flexão   de  
40o,maior  parte  corrigível  passivamente,  com  preservação  do  espaço  artivular,  pode  ser  tratado  
com  reconstrução  da  tira  central    com  a  banda  lateral)  e  graves  ou  fixas(alterações  articulares  
nas  radiografias,  contratura  em  flexão  incorrigível,  tratada  com  artroplastia  ou  artrodese.    

DEFORMIDADE  DO  POLEGAR  

⇒ Classificação  de  Nalebuff  


::Tipo  I-­‐deformidade  em  botoeira,  é  a  mais  comum.  
::Tipo  II-­‐  deformidade  em  flexão  metacarpofalangeana,  hiperextensao  interfalangeana  e  luxação  
ou  subluxacao  trapeziometacarpal,é  rara.  
::Tipo  III-­‐deformidade  em  pescoço  de  cisne.  
::Tipo  IV-­‐deformidade  do  polegar  do  goleiro.Abdução  da  falange  proximal,  adução  do  metacarpo  
causado  por  lesão  do  ligamento  colateral  ulnar.Incomum  
⇒ Osteoartrose:mais   comum   na   trapeziometacarpica,   depois   metacarpofalangeana   e   por   fim  
interfalangeana..A  TMC  mas  freqüente  lesada  por  instabilidade  ligamentar(LCU).  
⇒ Tratamento:1.Sinovectomia,2.reconstrução   de   tecidos   moles(para   instabilidade   ligamentar  
relacionada  a  osteoartrose  e  para  defomidades  da  doença  reumatóide  na  metacarpofalangeana  
e  trapeziometcarapiana.3.Artroplastia:mais  útil  que  reconstrução  de  tecidos  moles.Pode  ser  de  
substituição,   de   interposição(fascia   lata,   flexor   radial   do   carpo   ou   palmar  
longo).Complicacoes:quebra   do   implante,   luxação   e   sinovite   por   plarticulasIndicada   nas  
deformidades   graves.Se   a   restauração   da   estabilidade   articular   for   duvidosa.4:artrodese:mais  
indicada   para   a   articulação   metacarpofalangeana(resulta   em   pouca   perda   de   função).Menos  
indicado   para   a   trapeziometacarpiana(mais   útil   ao   polegar)Posição   de   40o   carpometacarpal,  
25o  metacarpofalangiana,  20o  na  interfalangeana.  
 
⇒ Classificação  de  Eaton-­‐Littler  
::Tipo  I:sem  destruição  articular,  sem  alteração  do  espaço  articular,  subluxacao  menor  que  1/3.  
::Tipo  II:diminuição  do  espaço  articular,  subluxacao  de  1/3,  osteofitos  menores  que  2mm.  
182                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 
::Tipo  III:destruição  importante  importante  com  cistos  e  esclerose,  osteofitos  maiores  que  2mm,  
subluxacao  maior  que  1/3.  
::Tipo  IV:panartrose  

DEFORMIDADE  DO  PUNHO  

⇒ Dorso  do  punho  é  o  local  de  primeiro  inchaço  na  AR,  seguido  de  subluxacao  dorsal  da  ulna  e  
desvio  ulnar  dos  ossos  do  carpo  
⇒ Sinovectomia:  sinovite  moderada  sem  alterações  radiográficas.  
⇒ Reparo  de  tendão:  flexores  pode  ser  feito  tenodese  em  tendão  adjacente  ou  uso  de  enxerto  e  
para  extensores  é  melhor  apenas  realizar  a  tenodese  em  tendão  adjacente.Pode  ser  realizado  a  
manipulação  no  tendão  lesado  durante  a  sinovectomia.Opcoes  são  a  transferência  de  tendão  ou  
reposicionamento  do  mesmo  
⇒ Artrodese  x  Artroplastia:  Controvérsias  
⇒ Artrodese  visa  força  e  posionamento  funcional,  menos  complicações,  com  posição  neutra  ou  
leve  dorsiflexao(10  a  30o  ).Pode  ser  usado  fios,  pinos  ,  grampos,  enxerto.  
⇒ Artroplastia:visa   preensão.Se   doença   bilateral   1   lado   pode   ser   considerado   artrodese   e   o  
outro   artroplastia.Pode   ser   prótese   de   silicone,   metal   ou   plástico.As   principais   complciacoes  
são  flaha  do  material,  afrouxamento,  subluxacao.    

 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    183  
 

Pé  diabético  
Definição  
9   %   das   DM   Tipo   I   e   90   %   tipo   II.   60   a   70   %   tem   algum   grau   de   neuropatia   periférica   após   10  
anos  de  doença.  15  a  20  %  com  problemas  vasculares  associados.  50  a  70  %  das  amputações  não  
traumáticas  são  relacionadas  a  diabetes  
Estão   envolvidos   na   neuropatia   diabética   as   divisões   sensitivas,   motoras   e   autonômicas   do  
sistema  nervoso.  Há  um  predomínio  na  neuropatia  sensitiva,  aparecendo  primeiro  distalmente  e  
progredindo  proximalmente  num  padrão  de  botas  e  luvas.  A  macroangiopatia  manifesta-­‐se  como  
doença   oclusiva   arterial.   A   microangiopatia   aparece   por   um   espessamento   da   intima   dos  
capilares  e  das  arteríolas  do  pé,  promovendo  danos  de  difusão.  
Úlcera:   causa   básica   é   perda   de   sensibilidade   pela   neuropatia   sensitiva.   Com   continuidade   da  
agressão   mecânica   local   e   pela   ausência   da   dor   vai   ocorrendo   maior   necrose   tecidual   com  
aprofundamento   da   úlcera   e   infecção.   Infecção:   polimicrobiana   e   mais   abrangente   do   que  
inicialmente  aparenta  

Classificação    
Wagner:   índice   isquêmico   para   prever   a   cicatrização   (>0,6   deve   ocorrer   cicatrização)Grau   I:  
úlcera   superficial   localizada.   Grau   II:   úlcera   profunda   até   tendão   ,   osso,   ligamento,   articulação.  
Grau  III:  osteomielite,  abscesso  profundo.  Grau  IV:  gangrena  no  ante  pé.  Grau  V:  gangrena  do  pé.  
Brodsky  Grau  0:  lesão  pré  ulcerada  com  pele  intacta.  Grau  I:  ulcera  de  pele  de   espessura  total,  
mas   não   ultrapassa   o   subcutâneo.   Grau   II:   ulcera   ate   o   tendão   ou   cápsula   articular,   mas   osso   e  
articulação  não  visíveis.  Grau  III:  osso  ou  articulação  expostos  ou  osteomielite  

Tratamento  
Qualquer  ulcera  neuropática  com  3cm  ou  menos,  e  pulsos  presentes  deve  ser  tratado  com  gesso  
de  contato  total.  Antibiótico  deve  ser  usado  se  algum  processo  infeccioso  estiver  presente,  ou  em  
conjunto  com  desbridamento  cirúrgico.  (Cobertura  de  Gram  +  e  -­‐).  Uma  vez  cicatrizada  a  ferida  ,  
o   pé   deve   ser   mantido   com   sapato   apropriado,   palmilhas   moldadas   com   alívios   ou   escavações  
embaixo  de  proeminências  ósseas,  sapatos  extra  profundos,  etc.  
Grau  0:Profilaxia  das  úlceras  
Grau   I   e   II:   Alivio   da   pressão   mecânica   na   área   ulcerada.   Repouso   no   leito   e   curativos   diários.  
Calçados   com   palmilhas   moldadas.   Gesso   de   contato   total   aberto   (dedos   dos   pés   descobertos)   ou  
fechada  com  troca  a  cada  7  a  10  dias  
Grau   III:   Internação,   compensação   do   DM,   Atb   largo   espectro   e   tratamento   cirúrgico   do   pé   (LC   +  
desbridamento)  
Grau  IV:  Se  gangrena  seca,  limitada  e  sem  infecção:  aguardar  mumificação  e  auto-­‐amputação.  Se  
houver  infecção:  amputação.  Se  pulso  palpável  tibial  posterior  ou  IS>0,45:  amputação  tipo  Syme.    
Grau  V:Amputação  abaixo  ou  acima  do  joelho  às  vezes  na  urgência.  

Artropatia  Neuropatica  
Pé   de   Charcot   pode   estar   associado   a   siringomielia,   paraplegia,   mielodisplasia,   alcoolismo,   etc.,  
mas  é  o  pé  diabético  que  esta  em  maior  risco  de  desenvolver  esta  doença.  Ocorre  em  0,15  a  2,5%  
da  população  diabética.  Etiologia:  desconhecida  
Einchenholtz:Estagio   0:   edema,   eritema   e   calor   unilaterais,   com   radiografias   normais   ou  
osteoporóticas.  Estagio  I:  edema,  eritema  e  calor  unilaterais,  radiografias  com  destruição  óssea.  
Estagio   II:   edema,   eritema,   calor   diminuídos,   radiografias   com   coalescencia   de   pequenos  
fragmentos   de   fratura   e   detritos   ósseos.   Estagio   III:   ausência   ou   edema   mínimo,   eritema   ou   calor  
aumentado,  radiografias  que  mostram  consolidação  e  remodelação  de  fragmentos  de  fratura.  
Brodsky:Tipo   1:   mais   comum   (60-­‐70%   dos   casos):   mediopé,   rara   instabilidade.   Tipo   2:   20%,  
retropé,   instabilidade.   Tipo   3-­‐A:   tornozelo,   instabilidade   grave.   Tipo   3-­‐B:   calcâneo   com   fratura-­‐
avulsão  da  tuberosidade  posterior  com  incompetência  funcional  do  tendão  calcâneo    
A  tarsometatarsal  é  área  mais  comumente  acometida  do  tarso.  (60%  dos  pacientes  com  Charcot).  
O   ante   pé   luxa   lateralmente,   produzindo   um   ante   pé   abduzido.   Retro   pé   em   valgo   secundário,  
flexão   plantar   do   talus   e   retro   pé,   e   gastrocnêmico   contraído.   Tratamento:   Gesso   de   contato   total  
sem  apoio  até  estágio  III  ou  consolidação  óssea  (cerca  de  12  a  16  semanas).  Artrodeses,  correção  
de  deformidades.  
184                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Síndrome  do  túnel  do  tarso  


Anatomia  e  Etiologia  
• Compressão  do  nervo  tibial  sob  o  retináculo  dos  flexores    
• A   liberação   deste   retinaculo   não   é   tão   efetivo   como   a   liberação   do   ligamento   carpal  
transverso  na  STC  
• Se  estende  da  parte  do  maléolo  medial  posteriormente  e    lado  medial  da  tuberosidade  do  
calcâneo  inferiormente.  
• Entre   estes   dois   tendões,   o   nervo   tibial,   artéria   tibial   posterior,   e   as   veias   que  
acompanham  passam  pelo  "túnel  do  tarso."    
• O   nervo   tibial   pode   ser   comprimido   por   pressão   vindo   de   fora   ou   dentro   deste  
túnel.    
• Fontes  de  constrição  abaixo  e  ao  lado  do  túnel  do  tarso  incluem:  
o Fragmentos  de  ossos  de  fraturas  deslocadas  da  tíbia  distal,  talus  ou  calcâneo  
o Tenossinovite  ou  gânglios  de  uma  bainha  do  tendão  adjacente  e  do  osso  
o Invasão  de  tecidos  moles  na  artrite  reumatóide  ou  espondilite  anquilosante  
o Varicosidades,  tumor  neural    (neurilemoma)  ou  fibrose  perineural.  

Diagnóstico  diferencial  
• Neuropatia   motora   cronica   do   nervo   tibial   posterior   ou   de   um   de   seus   ramos   em   um  
retropé  valgo  rígido  
 Quadro  clínico  
• Sempre   lembrar   de   STT   em   qualquer   parestesia   inexplicada   na   região   plantar   do   pé,   nos  
dedos  ou    região  medial  distal  da  perna  
• Pode  estar  associado  com  piora  dos  sintomas  à  noite,  aos  exercícios  ou  elevar  ou  abaixar  
a  extremidade  e  sintomas  confinados  ao  nervo  plantar  lateral,  medial  ou  nervo  calcâneo  
medial.  
• Qualquer   paciente   com   compressão   do   nervo   tibial   sob   o   retinaculo   dos   flexores  
deve  ser  submetido  a  ENMG  e  estudos  de  condução  nervosa.  
• 90%  dos  pacientes  com  STT  tem  pelo  menos  alterações  mínimas  nesses  exames  
• Alterações  mínimas  sensitivas  ou  diferenças  no  pé  contralateral  de  temperatura,  padrão  
de  sudorese  e  anormalidades  de  pele  podem  levar  a  STT  
• Atrofia  do  AbdH  ou  Abd5odedo  
• Manobra  provocativa  de  Kinoshita:  
o Eversão   e   dorsiflexão   passiva   máxima   do   tornozelo   enquanto   todos   as   MTF  
estão  dorsifletidas.  
o Segurar   nesta   posição   por   5   a   10   segundos   provocando   exacerbação   dos  
sintomas  com  sensibilidade  local  ou  sinal  do  Tinel.  
• História   é   o   que   mais   ajuda   na   revelação   do   diagnóstico,   especialmente   quando  
reforçada  por  ENMG  e  avaliação  da  condução  nervosa.  
• RM   nao   ajuda   na   determinação   da   causa   da   STT.   Usada   somente   para   planejamento  
cirúrgico  

Tratamento  
• Imobilização  6  a  12  semanas  em  tala  noturna  
• AINH  
• Calçado  largo  e  amortecido  
• Cuidado  na  indicação  de  tratamento  cirúrgico  em  pacientes:  
• Idosos  (60-­‐80  anos)  
• Com  cicatriz  pos  traumática  no  canal  do  tarso  
• Em  que  não  há  causa  definida    
• PQ  
• Tratamento  cirúrgico:  
o AbdH  refletido  e  secção  do  retináculo  removido  
o Devem  ser  dissecados  o  nervo  tibial  e  seus  ramos  
 
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    185  
 

Síndrome  do  túnel  do  carpo  


Definição  
Compressão  do  nervo  mediano  no  túnel  do  carpo.  
Etiologia  
Qualquer  condição  que  reduz  a  capacidade  ou  aumenta  o  conteúdo  do  túnel  (Fraturas,  
Infecção,  Trauma,  Tumores  (lipoma  ou  xantoma  mais  comuns),  Imobilização  em  hiperflexão  e  
desvio  ulnar,  Obesidade,  Diabetes,  Tiroidopatias,  Amiloidose,  Sindrome  de  Reynaud,  Atividades  
de   carga   e   repetição,   grávidas,   (melhora   após   parto),   Músculos   anômalos,   trombose   da   artéria  
mediana,  tenossinovite  e  tenossinovite  reumatoide.  
Epidemiologia  
Síndrome  compressiva  periférica  mais  freqüente,  mulheres  (70%).  4-­‐6  décadas,  unilateral  e  
lado  dominante.  
Quadro  Clinico  
Parestesia   na   distribuição   do   nervo   mediano   é   o   mais   freqüente,   Atrofia   tênar,   Tinel,  
torniquete,   Phalen,   Phalen   invertido,   Durkan,   monofilamentos   de   Semmes-­‐Weinstein,   forca   de  
preensão,  diagrama  da  mão  podem  estar  positivos.  
Alteração   sensitiva   no   triangulo   palmar,   compressão   mais   proximal.   Essa   área   e  
inervada  pelo  ramo  cutâneo  palmar,  se  origina  a  6cm  prox  ao  túnel.    
Exames  Subsidiários  
O   diagnostico   e   clinico.   A   eletroneuromiografia   falsos   +   e   –   (s   de   90%/e   de   60%),   Faz  
diagnostico   diferencial   de   outros,   Latência   motora   >4ms   e   sensitiva   >3,4ms,   valor   limitado   no  
pos-­‐operatorio.  
Radiografias  alterações  ósseas.  TC  e  US  são  apenas  citados.  RM  correlação  intra-­‐operatoria.  
Classificação:  Delon  e  Mackinnon  
* Leve:  sinais  objetivos  e  sintomas  transitórios.  
* Moderada:  sintomas  constantes,  paresia  e  hipoestesia.  
* Grave:  hipotrofia  e  alteração  grave  da  sensibilidade.  
Diagnostico  Diferencial:  Hérnia  de  disco,  Síndrome  do  desfiladeiro  torácico  e  Compressão  alta.  
Tratamento  
Clinico:   Sempre   advogado   nos   quadros   leves,   pouco   tempo   de   evolução,   sem   paresia   ou  
atrofia.  Tratar  a  doença  de  base.  Repouso  relativo,  imobilização,  analgesia  e  fisioterapia.  
Injeção  de  corticoide  para  sintomas  brandos  sem  atrofia,  cuidado  não  inserir  no  nervo.  
Fatores   de   insucesso   para   o   conservador:   >50   anos,   +   de   10   meses,   Parestesia   constante,  
Tenossinovite  flexora  estenosante  e  Phalen  positivo  em  menos  de  30s.  

Técnicas:  
Aberta:  neurolise  só  se  fibrose  comprovada.    
Endoscópica:   contra-­‐indicacoes;   necessidade   de   neurolise,   tenossinovectomia   e  
descompressão  do  Guyon,  Lesão  expansiva  ou  alteração  anatômica,  Infecção  e  edema  grave.    
Ramo   tênar   do   nervo   mediano:   extraligamentar   em   46%,   subligamentar   em   31%   e  
transligamentar  em  23%.  
PO:  tala  gessada  ou  curativo.  Membro  elevado.  Mobilização  ativa  assim  que  possível.    
Resultados   piores   com   tratamento   cirúrgico   em   pacientes   que   apresentam   ENMG   pré-­‐
operatoria  normal,  processos  indenizatórios  e  sintomatologia  do  nervo  ulnar.  

Complicações  

Complicações  e  falhas  entre  3  a  19%.  

Recorrência:  indices  de  ate  1,7%.  


Reoperacao  em  12%  dos  pacientes.    
Liberacao  incompleta:  liberar  novamente.  
Cicatrização  ou  fibrose:  epineurolise,  retalhos,  enxerto  de  gordura,  zetaplastia.  
Tenossinovite:  tenossinovectomia,  suporte  clinico.  
Neuroma  do  mediano  ou  cutâneo  palmar.  Reaparecimento  do  retinaculo.  
186                    G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010  
 

Síndromes  compressivas  MMSS  


NERVO  ULNAR  
Síndrome  do  túnel  cubital  
•Anatomia:  atravessa  o  septo  intermuscular  médio  e  entra  no  compartimento  posterior  do  braço,  
na  frente  da  cabeça    medial  do  tríceps.Passa  posteriormente  ao  epicôndilo  medial,  local  em  que  
existe  uma  fascia  inextensível,  formando  o  túnel  cubital  que  é  um  ponto  de  fixação  do  nervo.No  
antebraço   entre   as   duas   porções   do   flexor   ulnar   do   carpo,   e   continua   entre   o   flexor   profundo   dos  
dedos.O   ligamento   arqueado   esta   localizado   neste   nível,   causando   compressão   no   nervo   nos  
movimentos  de  flexão  e  extensão.  

•Hipoestesia,  diminuição  na  força  de  preensão  e  atrofia  intrínseca  

§ Flexão   do   cotovelo/   antebraço   supinado.   Parestesia   face   ulnar   do   antebraço   em   1   min.   Tinel  
ENG  diagnóstica  

•Tratamento:   conservador   nas   fases   iniciais   com   imobilização   em   70º   de   flexão   +   AINH,ou  
toalhas   ou   travesseiros   ao   dormir   entre   o   braço   e   antebraço   para   manter   flexao.Na   falha   ou  
recorrência  do  processo,  liberação  e  transposição  do  nervo  ulnar.  

Canal  de  Guyon  


•Anatomia:  artéria  e  nervo  ulnar,  entre  o  pisiforme,  hamato  e  lig.  Carpal  volar.  

•Fisiopatologia:   massas   ou   hanseníase,   mais   sensitivo(ramo   superficial)   que   motor(   ramo  


profundo)  

•Tratamento:  Descompressão  cirúrgica,  Teste  de  Allen  pré-­‐  operatório  

NERVO  RADIAL  
Síndrome  do  túnel  radial  
•Anatomia:  atravessa  o  septo  intermuscular  lateral  do  terço  médio  do  braço,  entra  no  antebraço  
em   um   sulco   formado   entre   o   braquial,   braquioradial   e   extensor   radial   longo   do   carpo   sob   o  
capitulo  e  cabeça  do  radio.Neste  nível  o  radial  se  divide  em  seu  ramo  sensitivo  superficial    e  seu  
ramo  motor  profundo.O  ramo  motor  profundo  passa  entre  as  duas  cabeças  do  supinador,  e  passa  
a   se   chamar   nervo   interosseo   posterior.Alguns   autores   denominam   como   sd   do   interosseo  
posterior.A  arcada  de  Frohse  é  uma  estrutura  tipo  banda  fibrosa,  portanto  inelástica,  localizada  
na   borda   proximal   do   músculo   supinador,   no   qual   o   nervo   penetra.Este   é   o   local   de   maior  
freqüência  de  compressões.  

•5   locais   de   compressão:   bandas   fibrosas   junto   a   cabeça   do   radio,   conjunto   arteriovenoso   de  


Henry,  parte  tendinea  do  extensor  radial  curto,  arcada  de  Frohse,  banda  fibrosa  do  supinador  

•Dor  no  terço  proximal  e  volar  do  antebraço  pior  aos  esforços.Diminucao  da  forca  de  preensão    

3  sinais  patognomonicos  de  Kleinert:dor  a  palpação,  extensão  ativa  contra  a  resistência  do  dedo  
médio   com   o   cotovelo   estendido   produzindo   dor   (   teste   de   Maudsley),   dor   na   supinacao   contra   a  
resistência  com  o  antebraço  estendido.  Definitivo  pela  ENG  dinamica  

•  Diferencial:proc  inflamatorios  ,  epicondilite  lateral(interosseo  posterior)  

§ Cinicialmente.  Se    melhora  transitória  ou  recidiva  liberação.  

Síndrome  do  Interosseo  Posterior  


Sintomas  puramente  motores.Tratamento  cirúrgico  
                   G.A.A.O.  –  M.A.  our  King  –  TEOT  2010                    187  
 
Síndrome  do  Sensitivo  Radial  (  Wartenberg)  
Dor  no  dorso  radial  do  terço  distal  do  antebraço,  na  Mao  e  polegar,  segundo  e  terceiro  dedo,  com  
percussão  dolorosa  acima  do  estilóide  radial  

 Diferencial  de  De  Quervain  e  intersecção.  

Locais  de  compressão:margens  tendineas  do  braquioradial  e  do  extensor  radial  longo  do  carpo.  

NERVO  MEDIANO
Síndrome  do  Pronador  
•Anatomia:   o   nervo   mediano   atravessa   a   fossa   cubital   em   frente   o   músculo   braquial,  
medialmente  as  artérias  e  veias  braquiais.Mergulha  entre  as  duas  cabeças  do  pronador  redondo  
e  aseguir,  na  massa  dos  flexores  superficiais  e  profundos  

•Fisiopatologia:   4   locais   de   compressão.Lacertus   fibrosus,   ,   emtre   as   duas   cabeças   do   pronador  


redondo,   junto   ao   arco   fibroso   da   massa   muscular   dos   flexores   superficiais   dos   dedos,   mais  
comuns  e  ligamento  de  Struthers  

•Clinica:dor   na   superfície   volar     e   proximal   do   antebraço,   hipoestesia   na   área   de  


inervação.Inabilidade  em  realizar  o  Benediction  

Testes  provocativos:    

flexão   do   cotovelo   contra   a   resistência   em   130º,   com     antebraço   neutro   ou   em   pronacao  


demonstra  a  presença  ou  ausência  de  compressão  do  nervo  pela  aponeurose  bicipital,    

pronacao   forcada   do   antebraço   com   o   cotovelo   fletido   contra   a   resistência   e   a   seguir  


gradualemente  estendido  produzindo  sintomas  localizados  

flexão   contra   a   resistência   do   flexor   superficial   dos   dedos   indicador   e   médio,   com   sugimento   de  
parestesias  

•Diagnostico  Diferencial:  STC.  ENG  

•Tratamento:conservadora  no  inicio  e  liberação  cirúrgica  na  falha.  

Síndrome  do  Interosseo  Anterior      


•Anatomia:ramo   exclusivamente   motor   do   mediano   que   inerva   o   pronador   quadrado,   flexor  
longo  do  polegar,  e  flexor  profundo  do  indicador.  

•Fisiopatologia:   compressão   direta   destes   ramos   no   terço   distal   do   antebraço   por   múltiplas  
causas:  hipertrofia  muscular,  alterações  vasculares  

•Clinica:sem   alteração   sensitiva   e   com   alteração   no   movimento   de   pinça   entre   o   polegar   e   o  


indicador.Tem   sinal   carcateristico   ao   realizar   o   Benediction   com   extensão   do   indicador   e  
interfalanfica  do  polegar.  

•Tratamento:cirúrgico,  por  meio  da  liberação  e  descompressão.  

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