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AUTARQUIAS
São usadas para se descentralizar funções típicas de Estado.
Principais características:
• São serviços tipicamente estatais.
Quando o poder público quer descentralizar atividade típica de estado (atividades
que só o Estado presta). Não é serviço de utilidade pública – aqueles que podem
ser explorado por Estado e pelo particular ao mesmo tempo.
Ex: Banco Central – a fiscalização do sistema financeiro é
típica de Estado (no Brasil e no mundo). É atribuição típica da União
– poderia ser prestado pelo Ministério da Fazenda, porém foi melhor
ter um corpo técnico especializado e dar autonomia a esta entidade
criada.
• Pessoa de direito público. Porque vai desempenhar atividade típica de
Estado. Tem a mesma personalidade jurídica da União ou das entidades
que a criaram, isto define o regime jurídico da entidade.
• Sujeição a normas de direito público (Regime jurídico de direito
público). Os agentes públicos poderão ser empregados (celetistas) desde
que não desempenhem atividade típica de Estado, pois, a emenda 19, que
extinguiu o RJU, abriu possibilidade de ter celetistas dentro das entidades
públicas e, portanto, também poderá ter celetistas nas autarquias. O RJU
era uma obrigação para que todas as entidades da administração direta ou
indireta se sujeitassem ao regime jurídico único.
Tem os mesmos privilégios e prerrogativas das entidades públicas da
Administração Direta. Prazos em dobro no processo civil, imunidades
tributárias (em parte, pois, somente se aplica às atividades essenciais ou delas
decorrentes, conforme o Art. 150 §2º da CF), a obrigação do duplo grau de
jurisdição – remessa obrigatória no processo civil.
Caso: UNB não paga IPTU dos prédios onde exerce a atividade de ensino.
O poder de hierarquia entre agentes ou entre órgãos não acontece
diretamente com as autarquias, o controle é político. Nomeando e afastando
dirigentes, mediante exoneração, porém é poder discricionário e não punitivo, não
é punição tanto não é punição que não há contraditório e nem devido processo
legal.
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FUNDAÇÕES PÚBLICAS
Qual a natureza? É pessoa jurídica de direito público ou de direito privado? O
antigo Dec-lei 200 definia as fundações públicas como pessoas de direito privado.
O Ministro Moreira Alves entendeu que as fundações públicas são equivalentes às
autarquias e por isso são pessoas jurídicas de direito público. Este entendimento
do STF deu à justiça federal a competência para julgar as fundações públicas. A
lei é que cria as entidades, a lei diz se é autarquia, fundação pública ou empresa
estatal.
A fundação pública desempenha serviços de utilidade pública (convém que
seja explorado pelo Estado, mas, também, poderá ser explorado pelo particular).
Já as autarquias desempenham atividade típica de Estado – só podem ser
exploradas pelo Estado. Até hoje, na prática, as fundações têm sido tratadas como
autarquias. A EC 19, em um ponto, separou as autarquias das fundações.
Art. 37:
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
As autarquias, necessariamente, estão regidas pelo direito público e, pela
CF, as outras entidades só são instituídas por lei, posteriormente o regime da
Fundação pública poderá ter personalidade de direito público ou de direito privado,
até hoje, como já explicitado, não existem fundações de direito privado. Mesmo
que fosse criada fundação pública de direito privado esta fundação terá que
prestar contas, fazer concurso, licitação e, mais importante, as fundações devem
passar pela curadoria do Ministério Público (que exerce fiscalização sobre as
fundações de direito privado) e etc. A lei complementar que trata o inciso não
indica que será uma lei complementar para cada entidade e sim uma lei
complementar geral para todas as entidades.
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EMPRESA PÚBLICA:
Chama-se empresa pública por causa do Capital Social, ou seja, o capital
inicial, de quem cria aquela empresa. O capital social da empresa pública é
todo público. Os bens são privados, então, podem inclusive, serem
desapropriados. Capital social tem conceituação contábil, na contabilidade existe
uma regra de que para cada débito deve haver um crédito. O capital social entra
no patrimônio líquido, que está no lado passivo. O dinheiro ou bens/mercadorias
entram no lado do ativo, e estes são privados nas estatais. Para se ter empresa
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pública deverá ter todo o capital inicial público, não será, necessariamente de um
só sócio. Exemplo: TERRACAP tem capital social dividido entre a União e o DF,
dois sócios, a CEF tem apenas um sócio, que é a União.
A organização societária: Podem adotar qualquer forma de organização
inclusive S/A.
Exemplo: a CEF adota forma própria. Não necessariamente deverá ser
um tipo de sociedade empresária que está no CC – a lei disse que a forma
de organização será definida em seus regulamentos.
Na prática só terá, normalmente, um sócio, mas não é necessário que
assim seja, o que caracteriza é o capital social público e não a organização
societária.
Exemplo: TERRACAP tem dois sócios, o DF que possui 51% e a União que
possui 49%. O capital social continua todo ele Público.
Bens da Terracap: Será decidido (pendência judicial) se são públicos ou não, a
relevância é acerca da usucapião.
Foro privilegiado: Só adotado na esfera da administração pública federal. A
empresa pública federal tem foro privilegiado justiça federal (exceção para justiças
especializadas – trabalho – Se é celetista, mesmo da União, será competente a
justiça do trabalho).
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem
interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de
acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
* No DF, temos que compete à Vara de Fazenda Pública do DF em que as
empresas públicas ou sociedades de economia mista do DF forem autoras ou rés
(O erro é incluir estas pessoas jurídicas de direito privado na Fazenda Pública).
Exemplo: BRB entra na Vara de Fazenda Pública, se for contra o BB será na
Vara Comum da Justiça Federal.
Questão da falência: Entende-se que também não será possível a falência.
A União se responsabiliza subsidiariamente pelas suas entidades.
Capital social x patrimônio: Se três pessoas criam uma sociedade, com ativo,
passivo e patrimônio líquido, o conceito de capital social é um conceito contábil;
1. Pessoa 100.000
2. Pessoa 100.000
3. Pessoa 300.000
Então o capital social será de 500.000, espera-se que este dinheiro entre na
empresa. Capital social não está dividido em cotas e sim em ações. A rigor o que
é público é a ação que é de propriedade da União. O patrimônio, o ativo e os bens
não se confundem com o capital social.
No caso da sociedade de economia mista o patrimônio não é público e sim a
maioria das ações que pertencem à União. Os bens são privados porque a
empresa é pessoa de direito privado.
A concepção de capital social é meramente contábil é o quantum que foi destinado
pelos sócios para fazer com que a empresa passe a funcionar, daí para frente se
separa, se dissocia o capital social dos bens que a empresa possui.
Na empresa pública o capital social é todo público. Os bens da CEF são bens
privados (apesar de não ser pacificado na jurisprudência) que não se admitiria
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controle do TCU na administração destes bens. Decisão do STF disse que não
caberia controle do TCU na CEF, BB e Petrobrás porque o patrimônio é privado
e não se encaixaria na definição do art. 70, Parágrafo único;
CF – Art. 70:
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que
utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais
a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
O Regime Jurídico das empresas públicas é de direito privado, aplica-se normas
de Direito público somente naquelas hipóteses que a própria CF definiu (Licitação,
Concursos Públicos).
Caso: Lei dos Correios que instituiu impenhorabilidade para os bens dos Correios.
Desapropriação de bens públicos: União pode desapropriar bens dos Estados e dos Municípios;
Estados podem desapropriar bens dos Municípios. Neste caso haveria hierarquia entre estes Entes
(porém, para o Direito Constitucional, não há hierarquia entre eles).
DF, Estados e Municípios podem desapropriar bens da CEF porque os bens são privados.
Questão do Mandado de Segurança: O STJ decidiu que quando a Estatal faz
licitação cabe MS e quando faz Concurso Público não cabe MS (segundo o STJ
estariam em igualdade com o candidato, disse que seria ato de gestão – o objetivo
foi prático, se livrar de candidatos de concurso público, pois, tanto a Licitação
quanto o Concurso servem para realizar o princípio da ISONOMIA);
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A União deve ter a maioria das ações preferenciais (ações com direito a
voto); A rigor, pela Lei das SA, basta ter um pouco mais da metade das ações
preferenciais.
Exemplo: Uma sociedade anônima com dois sócios, pode acontecer de um sócio
A ter apenas 26% das ações (sendo todas preferenciais) e um sócio B ter 74%
das ações (sendo apenas 24% preferenciais) e, sendo assim, o sócio A teria o
controle sobre a sociedade. Controle societário não pressupõe a maioria do capital
social.
Caso: REFESA – Rede Ferroviária SA foi criada por Lei como Sociedade de
Economia Mista, porém todo o capital social pertencia à União, na prática deveria
ser uma Empresa Pública e não uma Sociedade de Economia Mista, porém, a
questão chegou ao STF e foi sumulado que a REFESA era Sociedade de
Economia Mista porque admite a participação de capital privado (mesmo que
atualmente não haja esta participação – na prática a União nunca vendeu ações
da REFESA).
Pelo STF, então, não há necessidade que se tenha a participação do particular,
basta que seja prevista esta possibilidade para que a Estatal seja definida como
Soc. de Econ. Mista.
Lei 6404 (SA) Art. 15. As ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram a
seus titulares, são ordinárias, preferenciais, ou de fruição.
§ 1º As ações ordinárias da companhia fechada e as ações preferenciais da companhia
aberta e fechada poderão ser de uma ou mais classes.
§ 2º O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas a restrição no exercício
desse direito, não pode ultrapassar 50% (cinqüenta por cento) do total das ações emitidas.
Foro privilegiado: Só adotado na esfera federal. A sociedade de
economia mista não têm foro privilegiado na justiça federal, suas causas são
julgadas pela justiça comum. No âmbito dos Estados, DF e Municípios não há
critério diferenciador para foro privilegiado, todas ficam sujeitas à Justiça comum.
No DF as empresas públicas do DF e as Sociedades de Economia Mista do DF
são julgadas pela Vara de Fazenda Pública (exceção à regra).
Então: As ações da CEF (empresa pública) são julgadas pela Justiça Federal.
CF: Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem
interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de
acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
No DF não há tratamento diferenciado entre Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista,
porém, a Lei de Organização Judiciária do DF errou (não se sabe se intencionalmente) ao dizer
que compete à Vara da Fazenda Pública (mas Fazenda Pública envolve Administração Direta e
não Indireta) julgar as ações que envolvam as Empresas Públicas e Sociedades de Economias
Mista do DF. Nem por isso passam a ser Pessoas Jurídicas de Direito Público.
Questão da falência: havia um artigo de lei dizendo que não poderiam falir,
entretanto, há doutrina que prevê a inconstitucionalidade, pois, se explora
atividade empresarial deve se subordinar às mesmas regras das empresas de
direito privado. Mesmo assim, hoje em dia não é pacífico o entendimento, porque
somente por lei poderá ser criada tal entidade, então, há quem entenda que
somente por outra lei poderia haver a extinção desta empresa. Pois uma sentença
judicial acabaria revogando a lei.
• A falência é decretada para instaurar o concurso de credores, assim,
definir-se-ão prioridades para os bens restantes. Entretanto a União se
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