You are on page 1of 2

VEYNE, Paul. Apenas uma narrativa verídica in.

Como se escreve a história e Foucault


revoluciona a história. 4 ed. Editora UnB, Brasília, 1998, p. 17-21.

FICHAMENTO DE TEXTO

Para Paul Veyne a história é uma narrativa assim como os romances, no entanto com
personagens reais. O autor diferencia ainda os ventos humanos os quais ele considera
individuais, e os eventos naturais que podem ser repetidos e observados pelo pesquisador.

Se consideramos o fato um evento, é porque julgamos que o próprio fato é


interessante; se nos interessamos por seu caráter repetitivo, ele é, apenas, um
pretexto, para a descoberta de uma lei. (VEYNE, 1998, P. 17).

Contudo sabemos que as leis cientificas não são formuladas com base na repetição de um
fenômeno, mas sim a partir de uma série de testes falseáveis, sendo que esses testes podem ser
reproduzidos em qualquer lugar do mundo obtendo os mesmos resultados. Os eventos históricos
podem não se repetir da mesma maneira, assim como os eventos naturais também não, no
entanto o método investigativo para obter um resultado não muda, o historiador deve seguir os
procedimentos do método cientifico de investigação, afim de evitar cair na tendencioso e na
parcialidade.

Ao mesmo tempo em que o autor coloca o quão difícil é analisar os fatos históricos em sua
totalidade, argumentando que o documento é apernas uma parte de tudo que ocorreu no passado,
negligencia a escrita do historiador e faz com que aspectos da ciência sejam vistos como
aspectos próprios da escrita de um romance.

Como o romance, a história seleciona, simplifica, organiza, faz com que um


século caiba numa página, e essa síntese da narrativa é tão espontânea quanto
da nossa memória, quando evocamos os últimos dez anos que vivemos.
(VEYNE, 1998, p. 17).

O autor esquece que para se produzir um romance é necessário apenas a criatividade, tendo
liberdade assim para inventar estórias ao seu bel prazer ao contrário da história que para se
chegar a uma conclusão é necessário um extenso trabalho investigativo que não envolve
somente o trabalho de um historiador, mas de todos que vieram antes.
O evento é algo peculiar que se destaca em uma determinada época, é a diferença, que mesmo
sendo normalizado pelo senso comum pode explicar muito sobre as visões de mundo de uma
época. As proporções que um evento pode tomar depende segundo Veyne de quem escreve, um
evento pode ser normalizado ou visto como algo exótico a partir do posicionamento e da forma
como se escreve e, portanto, o leitor é induzido pelo texto o que faz com que segundo o autor a
história esteja mais próxima ainda da literatura.

Por fim, o autor explica que mesmo que os fatos se repitam, a maneira como isso ocorre é
individual, dependendo da época e do contexto e que o interesse da história é contar, narrar uma
história, ela narra o que se considera importante, utiliza recursos da linguagem para que essa
história seja interessante para quem ler assim como o romance, a história não necessita de um
método, ela é caótica e nunca poderá ser totalmente compreendida. O que diferencia a história
do romance é que a história procura relatar a verdade do que aconteceu.

You might also like