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Abertura da peça:
Uma breve entrada das personagens. A ideia seria que as personagens entrassem no
palco fazendo uma dinâmica entre si, que ocorreria enquanto uma música dançante e
gostosinha tocasse, e seria da seguinte maneira:
- Entram no palco Leonardo Pataca e Maria das Hortaliças. Leonardo pisa no pé dela e
ela vai atrás dele tentar revidar. Ambos saem do palco em ritmo acelerado.
- D. Maria e Luísa entram no palco, sendo que Luísa deixa claro seus cuidados ao ajuda-
la
- Neste momento o major Vidigal dividirá o palco com Leonardo Pataca, cada um
entrará por um lado em direção ao centro. Major sempre com sua pose de oficial eles se
cruzam e o major deixa claro seu desprezo, enquanto Leonardo deixa claro sua
vergonha.
- Leonardo entra no palco com o barbeiro, de mãos dadas, porem Leonardo corre e
começa a interagir com a plateia, o barbeiro tentar conter, mas não consegue. Após isso
Leonardo volta e as cortinas se fecham.
Separação
Entra Leonardo com chapéus na mão, e ele começa a jogar, vestir, pisar
Enquanto essa fala do narrador, Maria tenta tirar os chapéus de Leonardo, E eles saem
do palco
Narrador: Assim, chegou ele à idade de 7 anos, e sua vida tomaria um outro rumo.
Abre as cortinas
Leonardo Pataca (Com papeis na mão): Menino, outra vez recebo reclamação de sua
madrinha! Nunca vi um menino fazer tanta idiotice como você
Leonardo: Ah, eu já disse, eu não gosto da minha madrinha
(Barulho de gemidos)
Do fundo do palco, sai um homem, que atravessa correndo o palco para a saída deste. E
grita:
Leonardo-Pataca: Mas que grande... (Leonardo se engasga, dando tempo para o homem
correr. Maria, por outro lado, aparece e cruza os braços como se não tivesse medo do
marido).
Pataca: Não chame pelo meu nome, infeliz. Ou encherei sua boca de socos!
Maria: Tu não tens esse direito. Quem mandou por se de namoricos comigo a bordo?
Maria responde com um sorriso irônico e frio.
Leonardo-Pataca coloca a mão sobre o peito e começa a chorar, partindo sobre Maria
e enchendo-a de socos
Pataca: Eu... tanto te amei Maria... (Diz em tom baixo, enquanto arfa e soca Maria)
Maria: Ai! Socorro! Sr. Compadre, por favor ajuda! (Maria grita desesperada e chora).
Narrador: O Barbeiro, porém, estava ocupado. Mas o menino não. O menino assistia
aquela cena como imperturbável sangue frio. Enquanto Maria apanhava e Leonardo-
Pataca gritava. O menino apenas abaixou-se em um canto com as folhas que seu pai trazia
do trabalho e as rasgava, uma por uma.
Leonardo, notando que o filho estava rasgando todo seu trabalho, larga Maria chorando
no chão e puxa a orelha do menino com raiva.
Entrando na casa, o barbeiro segura Leonardo que havia voltado a gritar com
Maria.
Barbeiro: Oras, compadre. Perdeu o juízo? (Segura o braço de Leonardo, que o afasta
com um empurrão).
Leonardo-Pataca: O juízo não. A honra! (Ele responde ainda com raiva e respirando
profundamente).
Maria: E desde quando meirinhos tem honra? (Ainda caída no chão, rindo)
Leonardo novamente parece irritado e tenta bater em Maria, mas o Compadre entra no
meio e separa os dois, acaba levando um soco acidentalmente também. Então Pataca sai
gritando
Narrador: No outro dia, todos já sabiam que a mulher de Leonardo tinha fugido para
Portugal com o capitão de um navio. Se o perguntassem o porquê, ele apenas dizia “Ah,
eram saudades da antiga terrinha”
Abrem-se as cortinas
Narrador: O Barbeiro adotou o menino. No começo era até que tímido. Conforme o
tempo passava, foi se acostumando com sua casa e colocando as manguinhas de fora. O
barbeiro, por sua vez, achava tudo isso muito engraçado.
Simultaneamente a narração: Cenário de uma barbearia, Leonardo entra e pega uma
tesoura. Começa a brincar com ela e bagunçar tudo.
Barbeiro: você está ficando um homem, é preciso que aprenda alguma coisa para vir
um dia a ser gente; de segunda-feira em diante começarei a ensinar-lhe o bê-á-bá.
Menino: Mas eu só tenho nove anos... e hoje já é quarta-feira. Como farei minhas
travessuras? (Menino responde como se tivesse nojo do que o padrinho o falava).
Menino: Então eu não hei de ir mais ao quintal, nem hei de brincar na porta?
Fecha as cortinas
Abre as cortinas
Barbeiro está em sua casa e a Comadre entra
Comadre: Eu não vim fazer fofoca, só vim saber se queres ajuda. Faz tempo que não
vejo a peste do meu afilhado, e ce não sabe, menino, hoje na igreja ouvi uma conversa
de duas fofoqueiras lá falando absurdos sobre o menino. Elas disseram também que o
senhor toma conta dele.
Barbeiro: uma delas deve ser essa vizinha do demônio
Comadre: Então quer dizer que a Maria fugiu com o capitão do navio???
Barbeiro: nãoo, só apertaram as saudades de Lisboa
Comadre: Mentiraaaa, não minta para mim homem! E você ainda ficou com as cargas
nas costas?
Barbeiro: Carga não. Ele é um anjinho. Tenho ótimas intenções com o garoto. Quero
faze-lo padre
Comadre: CE ACHA QUE AQUELE MULEQUE TEM JEITO PRA PADRE? ELE
VAI BOTAR FOGO NA IGREJA
Barbeiro: Sim. Ele será padre sim senhora
Comadre: Chega por hoje. Vou colocar meus pés numa água morna, muita besteira pra
um só dia. Fique com Deus.
Fecha as cortinas
Narrador: A muito custo, Leonardo passou 2 anos em uma escola. Sempre que dava
cabulava aula, ia a igreja, pois fizeste amizade com um sacristão da igreja, um menino
tão endiabrado quanto ele. Convenceu seu padrinho a deixá-lo ser um sacristão também,
para assim se acostumar com a vida clerical. Obviamente era apenas uma desculpa para
não ir à escola. Ele aprontou tantas nessa igreja...
Abre as cortinas
Leonardo e Cigana estão em cena
A partir daí se dá uma confusão, passam os figurantes e algum grita ‘Cadê o Padre? Tá
atrasado para a missa’. Os mesmos saem e começa um diálogo entre o Padre e
Leonardo.
Padre: Garoto! Que horas era a missa? (Com muita raiva em sua voz)
Leonardo: Nem eu lembro muito bem da hora que eu falei. - Por que não pergunta para
aquela mulher que o senhor tava.
Padre: Que moça? (Espantado)
Leonardo: Aquela Cigana que tava lá onde o senhor tava! Ela ouviu! Eu falei às 9h!
Padre: Calunia! Esse mentiroso tem grande imaginação! Desde que entrou aqui só
causou problemas! O quero fora daqui!
Fecha as cortinas
Narrador: Como o destino estava a favor do Leonardo, entra agora na história uma
personagem que fará muito bem a ele. D. Maria é seu nome.
Abre as cortinas
O cenário é a casa da dona maria
Comadre: Mas então D. Maria, como vão as demandas?
Maria: Estão dando trabalho né comadre! Mas é o que me satisfaz na vida.
Narrador: Após alguns acontecimentos, Leonardo virou soldado. Quem melhor para
ser soldado se não um vagabundo que sabe de cor e salteado todas as trapaças de rua?
Por isso o Vidigal quis que ele trabalhasse pra ele. E luisinha, após ter se casado com
aquele vigarista não podia colocar a babeça para fora de casa. D. Maria percebeu a
besteira que fez ao dar confiança pra ele... Bom, então ele morreu de derrame cerebral...
Lusinha estava viúva. E Leonardo? Foi para uma vida de sargento, Sargento de
Milicias. Onde vocês estavam que não acompanharam o final da história de Luisinha e
Leonardo? Ah, já sei, no casamento deles
Musica de casamento. Entra luisinha e Leonardo
Leonardo: Vim aqui te ver meu eterno amor!
Luisinha: - Oh! (Começa a chorar)
Leonardo: - Não poderei me casar se for Sargento de granadeiros então me rebaixei
para o cargo de Sargento de Milícias. Comadre fala com o Major Vidigal pedindo outra
ajuda.
Comadre: Poderia fazer isso por ele? Poderia rebaixá-lo?
Major Vidigal: Sim claro! Desejo felicidades a ele. Aqui estão Leonardo, sua baixa de
tropa de linha e sua nomeação de sargento de milícias.
Leonardo: Muito obrigado. Luisinha! Agora podemos nos casar!
Festa, casamento, todos estão felizes e os dois caminham e termina.