Bíblica. Esse material tem importancia para o estudante
da Bíblia em pelo menos quatro aspectos. Em primeiro lugar, ele fornece o pano de fundo geral da historia bíblica. Não é suficiente ler apenas a Bíblia se quisermos apreciar o significado das suas narrativas. Os homens da história bíblica viveram em um determinado ambiente. Abraão, por exemplo, moveu-se em um mundo com costumes peculiares; é necessário aprendermos, mediante a informação não-bíblica, como era este mundo dele se quisermos compreender mais claramente a importância das coisas ditas e feitas por esse indivíduo. Compreendemos que a idéia que obtemos de Abraão na Bíblia lembra muita coisa do Oriente Médio da antigüidade, no período que vai de 1800 a 1500 a.C. A mesma coisa poderia ser dita sobre José, Moisés, Josué, Davi e toda a família das personalidades bíblicas. Em segundo lugar, a Bíblia não é de forma alguma um registro completo. Seria necessária uma biblioteca inteira para poder recapitular lodos os eventos necessários, com o fito de apresentar um relato abrangente das experiências do povo de Deus. Mas, já existe agora uma grande quantidade de material extra-bíblico disponível para suplementar a nossa história bíblica. Os autores da Bíblia selecionaram somente certos aspectos da vida de um homem específico. Eles não queriam nos dar um quadro completo, mas simplesmente escreveram o que era importante para o seu propósito e deixaram passar em silêncio outras coisas. O arqueólogo nos ajuda a preencher o quadro. Aprendemos, por exemplo, que o rei Onri, descrito em apenas seis versículos no livro de Reis, era conhecido dos assírios e conquistou Moabe. Descobrimos que o rei Acabe enviou um enorme contingente de tropas para uma grande batalha contra os assírios. Nenhum desses fatos é mencionado na Bíblia. Estes e muitos outros informes são colocados à nossa disposição pelo arqueólogo. Nas páginas seguintes iremos descobrir vários deles. Material com direitos autorais Introdução 23 Em terceiro lugar, a arqueologia bíblica nos ajuda na tradução e explanação de muitas passagens bíblicas difíceis de entender. Algumas vezes encontramos uma passagem num idioma semelhante que nos dá um sentido alternativo, o qual se ajusta melhor ao contexto bíblico. Outras vezes, aprendemos que a Bíblia preservou informação geográfica valiosa, à qual não demos importância por não haver compreendido bem o trecho. Outras vezes, obtemos uma impressão totalmente nova de uma passagem à luz de conhecimento histórico mais completo. Hm último lugar, é perfeitamente verdadeiro dizer que a arqueologia bíblica fez mais para corrigir a impressão existente cm fins do século passado e na primeira parte deste século, de que a história bíblica era passível de suspeita em muitos pontos. Se uma impressão se destaca mais claramente do que qualquer outra hoje, é que em todos os setores a historicidade geral da tradição do Antigo Testamento é admitida. Neste particular, as palavras de W. F. Albright podem ser citadas: "Não há dúvidas de que a arqueologia confirmou a historicidade substancial da tradição do Antigo Testamento". 2