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FACULDADE UNINASSAU JOÃO

PESSOA
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

Trabalho de conclusão de curso

MERCADO LIVRE DE ENERGIA – ESTUDO DE CASO

ELTON FARIAS HENRIQUES


FRANCISCO NIEPCE EVANGELISTA PINHEIRO

JOÃO PESSOA - PB
2018
ELTON FARIAS HENRIQUES
FRANCISCO NIEPCE EVANGELISTA PINHEIRO

MERCADO LIVRE DE ENERGIA – ESTUDO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado pelos alunos: Elton Farias
Henriques e Francisco Niepce Evangelista
Pinheiro. Faculdade Uninassau – João
Pessoa, como requisito para obtenção do
título de Engenheiro Eletricista, sob a
orientação do Professor MSc. Guilherme
Penha.

JOÃO PESSOA - PB
2018
ELTON FARIAS HENRIQUES
FRANCISCO NIEPCE EVANGELISTA PINHEIRO

MERCADO LIVRE DE ENERGIA – ESTUDO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Banca Examinadora da
Faculdade Uninassau – João Pessoa,
como requisito parcial para obtenção do
título de Engenheiro Eletricista.

Aprovada em: _______ de _________________ 2018

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________
Professor MSc. Guilherme Penha
(Orientador)

________________________________________________
Professor (a) Título e nome completo
(Membro)

_________________________________________________
Professor (a) Título e nome completo
(Membro)

JOÃO PESSOA - PB
2018
AGRADECIMENTOS

Agradeçemos à Deus, por nos conceder saúde, sabedoria ao longo do curso,


nos fornecer perseverança, sabedoria e forças para persistir na caminhada.
Aos nossos pais, pelos sacrifícios, apoio, amor, dedicação e compreensão e
principalmente educação.
Agradeço especialmente ao professor orientador Guilherme Penha, pela
orientação, e compreensão na concretização não só de mais que um trabalho, mas
um sonho.
Agradeçemos à todos que fazem parte da Coordenação de Engenharia
Elétrica, da biblioteca, enfim da Faculdade Maurício de Nassau como um todo.
SUMARIO

1 INTRODUÇÃO
2 METODOLOGIA
3 MERCADO DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL
4 A ORGANIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO
4.1 Órgãos
4.2 Agentes
5 MERCADO LIVRE DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL
5.1 Diferenças entre o mercado livre e cativo
5.2 Vantagens e desvantagens do consumidor livre
5.3 Processos de Migração para o Mercado Livre
5.4 Mercado SPOT
5.5 Mercado de Energia no Brasil Comparados a outros Países
5.6 Comercializado de Energia
6 ESTUDO DE CASO: CATIVO X CONSUMIDOR LIVRE
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
HENRIQUES, Elton Farias; PINHEIRO, Francisco Niepce Evangelista. Mercado livre
de energia – contexto geral. João Pessoa, 2018.1. Monografia (Bacharelado em
Engenharia Elétrica) Faculdade Uninassau – João Pessoa.

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo geral demostrar ao leitor informações sobre o
mercado livre de energia, bem como identificar quais os tipos possíveis de contratação
de energia e como identificar qual a melhor opção de contratação de energia. No Brasil
existem as seguintes formas regulamentadas para o funcionamento e utilização: o
ambiente de contratação livre e o ambiente de contratação regulamentada. No
ambiente livre de contratação de energia elétrica, mais comumente conhecida como
mercado livre, no qual se adquire energia elétrica por um preço menor em relação ao
mercado regulado ou mercado cativo. Por uma questão de regulação da Agência
Nacional de Energia Elétrica; o mercado livre de energia elétrica ou ambiente de
contratação livre é um ambiente, em que os consumidores podem escolher livremente
os seus fornecedores de energia. No ambiente regulado não sendo possível a escolha
dos fornecedores, o consumidor cativo não tem liberdade para negociar as condições
de contratação e flexibilidades de seu suprimento de energia elétrica para atendimento
das suas necessidades, devendo seguir as determinações da Distribuidora. O
mercado livre é uma ferramenta extremamente útil para que a indústria brasileira seja
mais competitiva. Tendo em vista que, a energia elétrica vendida no Brasil é a mais
cara do mundo. Existe perspectiva que futuramente haja flexibilização nos requisitos,
e que mais e mais consumidores possam negociar a sua energia no mercado livre.
Inclusive as pessoas físicas, como já ocorrem em países desenvolvidos, como a
Alemanha, Austrália e Coréia do Sul.

Palavras-chave: Mercado livre. Energia elétrica. Funcionamento. Legislação.


HENRIQUES, Elton Farias; PINHEIRO, Francisco Niepce Evangelista. Free energy
market - general context. João Pessoa, 2018.1. Monografia (Bacharelado em
Engenharia Elétrica) Faculdade Uninassau – João Pessoa.

ABSTRACT

The objective of this work is to demonstrate to the reader information about the free
energy market, as well as to identify the possible types of energy contracting and how
to identify the best option for contracting energy. In Brazil there are the following
regulated forms for operation and use: the free contracting environment and the
regulated contracting environment. In the free environment of electric power
contracting, more commonly known as free market. Market where electricity is
purchased for a lower price in relation to the regulated market or captive market. As a
matter of regulation of the National Electric Energy Agency; the free electricity market
or free hiring environment is an environment in which consumers can freely choose
their energy suppliers. In the regulated environment where it is not possible to choose
the suppliers, the captive consumer is not free to negotiate the contracting conditions
and flexibilities of their electricity supply to meet their needs, and must follow the
determinations of the Distributor. The free market is an extremely useful tool to make
the Brazilian industry more competitive. Considering that, the electric energy sold in
Brazil is the most expensive in the world. There is a prospect that future requirements
will be relaxed, and that more and more consumers will be able to negotiate their
energy in the free market. Including individuals, as is already the case in developed
countries such as Germany, Australia and South Korea.

Keywords: Free market. Electric power. Operation. Legislation.


1 INTRODUÇÃO

No Brasil existem as seguintes formas regulamentadas para o funcionamento


e utilização: o ambiente de contratação livre e o ambiente de contratação
regulamentada. No ambiente livre de contratação de energia elétrica, mais
comumente conhecida como mercado livre.
O Mercado de energia livre é um assunto extremamente interessante; o
ambiente de livre de contratação de energia elétrica comumente conhecida como
mercado livre. Mercado onde se adquire energia elétrica por um preço menor em
relação ao mercado regulado de energia elétrica, ou simplesmente mercado cativo
(ABRACEEL, 2016).
Existe uma estimativa de que 60% dos consumidores industriais já aderiram
essa modalidade de contratação, ou seja, realizaram a “portabilidade” para o mercado
livre de energia de acordo com a ABRACEEL (Associação Brasileira dos
Comercializadores de Energia). No Brasil desde 2003 é utilizada essa modalidade de
contratação. O mercado livre de energia elétrica ou ambiente de contratação livre é
um ambiente em que os consumidores podem escolher livremente seus fornecedores
de energia e nesse ambiente a indústria brasileira já obteve ganhos significativos com
redução de até 21% na conta de energia. Entre os anos de 2003 e 2016, ou seja, um
período de 13 (treze) anos a economia estimada para as empresas com a liberdade
de escolha de fornecedor foi de 70 bilhões de reais (TRADENER, 2018).
O presente trabalho, tem por objetivo geral demostrar ao leitor informações
sobre o mercado livre de energia, bem como identificar quais os tipos possíveis de
contratação de energia e como identificar qual a melhor opção de contratação de
energia. Com objetivos específicos demonstrar as peculiaridades dessa prática, assim
como demonstrar os fatores caracterizadores de cada tipo de contratação de energia,
apontar vantagens e também desvantagens. Além de apresentar como funciona a
cobrança na modalidade de mercado livre de energia. Que consumidores podem
aderir à modalidade de contratação livre e como migrar com segurança, apresentar a
regulação atual.
Dessa forma, apresenta-se no trabalho de conclusão de curso: Introdução;
Metodologia; Mercado de energia elétrica no Brasil; A organização e agentes do setor
elétrico Brasileiro; Agentes reguladores e operacionais; Mercado livre de energia
elétrica no Brasil: aspectos gerais; Considerações finais; Referências.
2 METODOLOGIA

A metodologia empregada foi a de pesquisa bibliográfica através de uma


análise sobre esta temática, quais sejam, livros, doutrinas, resoluções normativas,
artigos, entre outras fontes de reconhecimento científico, nos quais serão elencadas
nas referências bibliográficas.
A pesquisa bibliográfica como retrata o autor, ela é feita a partir do
levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e
eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Todo e qualquer
trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao
pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem pesquisas
científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando
referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou
conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta
(FONSECA, 2002).
Segundo Koche (1997, p. 122) a pesquisa bibliográfica pode ser realizada com
diferentes fins:
a) para ampliar o grau de conhecimentos em uma determinada área,
capacitando o investigador a compreender ou delimitar melhor um problema de
pesquisa;
b) para dominar o conhecimento disponível e utilizá-lo como base ou
fundamentação na construção de um modelo teórico explicativo de um problema, isto
é, como instrumento auxiliar para a construção e fundamentação de hipóteses;
c) para descrever ou sistematizar o estado da arte, daquele momento,
pertinente a um determinado tema ou problema.
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os
estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas
desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Boa parte dos estudos
exploratórios pode ser definida como pesquisas bibliográficas. As pesquisas sobre
ideologias, bem como aquelas que se propõem à análise das diversas posições
acerca de um problema, também costumam ser desenvolvidas quase exclusivamente
mediante fontes bibliográficas (GIL, 2002).
3 MERCADO DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL

Com o crescimento de pequenos geradores elétricos economicamente viável,


surge uma nova forma de operação dos sistemas elétricos, denominado de geração
distribuída (GD). Em diversos países no mundo a descentralização da geração tem
transformado o papel das redes de distribuição, que passaram a protagonizar a
operação do sistema, contrabalançando os efeitos intermitentes dos pequenos
geradores, elevando a qualidade do fornecimento de energia elétrica (ABRADEE,
2018).
Em busca da eficiência e autonomia econômica, a partir da década de 1990, o
setor elétrico mundial começa a passar por reformas estruturais na forma de
operação, inclusive o Brasil, onde os segmentos de geração, transporte e
comercialização de energia passaram a ser separados e administrados/operados por
agentes distintos. Prevaleceu a ideia da livre concorrência e para o estado o papel da
regulação onde necessário. Dada a existência de muitos agentes, os segmentos
foram caracterizados como competitivos. Sobre o transporte de energia, transmissão
e distribuição, devido a estrutura física, a competitividade é economicamente inviável
para uma mesma área de concessão (ENGIE, 2018).
Nesse caso, tanto a transmissão quanto à distribuição predominou o modelo
de regulação de preços ou regulação por incentivos. É importante saber que o
mercado livre de energia é um ambiente de negócios onde os vendedores e
compradores podem negociar energia elétrica livremente entre si. No Brasil, o
mercado livre de energia foi criado com a reestruturação do setor elétrico em 1995,
quando a mudança na regulamentação passou a permitir que determinados
consumidores passassem a contratar bilateralmente o seu fornecimento de energia
elétrica diretamente com Geradores e Comercializadores, independentemente de sua
localização geográfica (ENGIE, 2018). Observa-se no Quadro 1, as mudanças que
ocorreram no setor elétrico Brasileiro no decorrer dos anos.
Quadro 1 – Mudanças no setor elétrico brasileiro
Modelo Antigo (até Modelo de Livre Novo Modelo (2004)
1995) Mercado (1995 a 2003)
Financiamento Financiamento através de Financiamento através de
através de recursos recursos públicos e recursos públicos e
públicos privados privados
Empresas Empresas divididas por Empresas divididas por
verticalizadas atividade: geração, atividade: geração,
transmissão, distribuição e transmissão, distribuição,
comercialização comercialização,
importação e exportação.
Empresas Abertura e ênfase na Convivência entre
predominantemente privatização das Empresas Estatais e
Estatais Empresas Privadas
Monopólios - Competição na geração e Competição na geração e
Competição comercialização comercialização
inexistente
Consumidores Consumidores Livres e Consumidores Livres e
Cativos Cativos Cativos
Tarifas reguladas em Preços livremente No ambiente livre: Preços
todos os segmentos negociados na geração e livremente negociados na
comercialização geração e comercialização.
No ambiente regulado:
leilão e licitação pela menor
tarifa
Mercado Regulado Mercado Livre Convivência entre
Mercados Livre e Regulado
Planejamento Planejamento Indicativo Planejamento pela
Determinativo - Grupo pelo Conselho Nacional de Empresa de Pesquisa
Coordenador do Política Energética Energética (EPE)
Planejamento dos (CNPE)
Sistemas Elétricos
(GCPS)
Contratação: 100% Contratação : 85% do Contratação: 100% do
do Mercado mercado (até mercado + reserva
agosto/2003) e 95%
mercado (até dez./2004)
Sobras/déficits do Sobras/déficits do balanço Sobras/déficits do balanço
balanço energético energético liquidados no energético liquidados na
rateados entre MAE CCEE. Mecanismo de
compradores Compensação de Sobras e
Déficits (MCSD) para as
Distribuidoras.
Fonte: CCEE, 2018.

Conforme a Abraceel (2017), aproximadamente 60% da energia elétrica


consumida pelas indústrias do Brasil é adquirida no Mercado Livre de Energia e cerca
de 30% do consumo nacional da energia vem do Mercado Livre de Energia.
Com isso, as transações de compra e venda de energia neste mercado são
registradas e contabilizadas pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica
(CCEE), órgão privado sem fins lucrativos e responsável por registrar as operações
realizadas no Mercado Livre de Energia. Representando aproximadamente 30% do
total do mercado de energia elétrica nacional, o mercado livre de energia conta com
cerca de 5.158 participantes entre consumidores livres e especiais, comercializadoras,
produtores independentes, autoprodutores, distribuidoras e geradores. Em si tratando
das contratações de fornecimento de energia neste mercado podem ser feitas por um
período de curto, médio ou longo prazo, sendo negociadas livremente entre as
empresas compradoras e vendedoras. Contudo, para se tornar Agente do Mercado
Livre de Energia, a empresa consumidora precisa atender a alguns requisitos, tanto
de consumo quanto de registro na CCEE e, necessariamente, comunicar a empresa
Distribuidora à qual está conectada. Para receber a energia adquirida é necessário
também que a empresa consumidora firme os contratos de conexão e de uso dos
sistemas de distribuição junto à sua Distribuidora local e que adeque seu sistema de
medição para a classe de precisão exigida pela CCEE (ENGIE, 2017).
4 A ORGANIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

Em 2004, com a implantação do Novo Modelo do Setor Elétrico, o Governo


Federal, por meio das leis no 10.847/2004 e no 10.848/2004, manteve a formulação
de políticas para o setor de energia elétrica como atribuição do Poder Executivo
Federal, por meio do Ministério de Minas e Energia (MME) e com assessoramento do
Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e do Congresso Nacional. Os
instrumentos legais criaram novos agentes. Um deles é a Empresa de Pesquisa
Energética (EPE), vinculada ao MME e cuja função é realizar os estudos necessários
ao planejamento da expansão do sistema elétrico. Outro é a CCEE, que abriga a
negociação da energia no mercado livre (ANNEL, 2018). Na Figura 1 vemos o
Mapeamento Organizacional das Instituições do Setor Elétrico Nacional.

Figura 1 – Mapeamento Organizacional das Instituições do Setor Elétrico Nacional

Fonte: CCEE, 2018.


4.1 Órgãos

 Ministério de Minas e Energia (MME)

O Ministério de Minas e Energia tem como sua principal


responsabilidade conduzir e implementar políticas definidas para o setor
energético, como também, monitorar o abastecimento do setor elétrico,
definindo ações preventivas para segurança de suprimentos em caso de
desiquilíbrios entre oferta e demanda (CCEE. 2018).

 Conselho Nacional de Política Energética (CNPE)

O CNPE tem a função de acompanhar e avaliar o fornecimento através


da continuidade e segurança do Sistema Elétrico em todo território nacional
(CCEE, 2018).
As principais atribuições do CNPE são: Acompanhar o desenvolvimento
da geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica;
Avaliar as condições de atendimento a abastecimento; Análise integrada
periódica de abastecimento e fornecimento; Identificar aas dificuldades e
obstáculos que podem afetar o abastecimento e expansão do setor elétrico
(CCEE.2018).

 Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE)

O CMSE tem trata-se de um órgão coordenado pelo MME destinado a


avaliar a continuidade do abastecimento e segurança do sistema elétrico.
Podemos destacar como suas principais responsabilidades como:
acompanhamento das atividades nas áreas do setor elétrico avaliando as
condições de suprimentos e de atendimento; identificar problemas que possam
causar o desabastecimento e segurança do setor elétrico; elaboração de
propostas e ações que possam manter a segurança no suprimento e no
atendimento do setor elétrico(CCEE, 2018).

 Empresa de pesquisa Energética (EPE)

A EPE tem funções na área de planejamento energético através de


prestação de serviço elaborando estudos e pesquisas. Entre suas atribuições
algumas se destacam: elaboração de análise de viabilidade técnico-econômica
e socioambiental de usinas geradoras; desenvolver estudos e projeções de
matriz energética brasileira através de estudos que viabilizem o planejamento
da expansão da geração e transmissão de energia elétrica e obtenção de
licenças para viabilizar o aproveitamento hidrelétricos e de transmissão de
energia elétrica (CCEE, 2018).

 Agencia Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)

A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) que é uma “autarquia


em regime especial vinculada ao Ministério de Minas e Energia, foi criada para
regular o setor elétrico brasileiro, por meio da Lei nº 9.427/1996 e do Decreto
nº 2.335/1997” (ANEEL, 2018).
A ANEEL iniciou suas atividades em dezembro de 1997, tendo como
principais atribuições: Regular a geração, transmissão, distribuição e
comercialização de energia elétrica; Fiscalizar convênios com órgãos;
Implementar as políticas e diretrizes do governo federal relativas à exploração
da energia elétrica e ao aproveitamento dos potenciais hidráulicos; Estabelecer
tarifas; Promover atividades de outorgas de concessão, permissão e
autorização de empreendimentos e serviços de energia elétrica; Fiscalizar,
diretamente ou mediante convênios com órgãos estaduais, as concessões, as
permissões e os serviços de energia elétrica (CCEE, 2018).

 Operador Nacional do Sistema (ONS)

Responsável por operar, supervisionar e controlar a geração de energia


elétrica e por controlar a rede básica de transmissão de energia elétrica. Criado
em 27 de Maio de 1998, através da lei nº 9.648, com o objetivo principal de
garantir da confiabilidade do sistema, o atendimento de necessidades de
cargas, otimização dos custos e a definição das condições de acesso a malha
de transmissão de alta tensão da rede básica (CCEE, 2018).

 Câmera de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE)

A CCEE é a instituição responsável por viabilizar todas transações de


compra e venda de energia elétrica do país, reunindo empresas de geração,
comercialização, consumidores livres e especiais, além de importações e
exportações de energia elétrica (CCEE, 2018).
Com atuação desde a medição da energia gerada até a consumida com a
liquidação financeira dos contratos de compra e venda de energia a curto prazo,
promovendo leilões sob anuência da ANEEL. Tem como principais atribuições:
implantar e divulgar regras e procedimentos para comercialização; gestão de
contratos do ACR e ACL; realizar leilões de compra e venda de energia no
ACR, sobre supervisão da ANEEL; apurar infrações e calcular possíveis
penalidades cometidas por agentes do setor elétrico (CCEE, 2018).

4.2 Agentes

São agentes, as empresas que atuam no setor de energia elétrica nas áreas
de geração, distribuição e comercialização. Os agentes adquirem direitos e
comprometem-se com as condições estabelecidas na Convenção de Comercialização
de Energia Elétrica, bem como nas Regras de Comercialização, nos Procedimentos
de Comercialização e em todos os documentos e normas aplicáveis ao mercado
(CCEE, 2018).
Os Agentes, empresas que atuam no setor de energia elétrica, dividem-se em:
geração, distribuição, comercialização, consumidores livres e especiais, de acordo
com o que foi definido na Convenção de Comercialização.

 Agentes de geração
Os agentes de geração são classificados como sendo produtores de
energia, podendo ser autoprodutores, que produzem sua própria energia,
produtores independentes, que produzem energia e a comercializa,
respeitando todas as regras do CCEE e os do serviço público, que produzem
energia através de concessões públicas. Todos os agentes de geração
descritos podem comercializar energia tanto para o ACR, quanto para ACL
(CCEE, 2018).

 Agentes Transmissoras
São os agentes responsáveis para a transmissão da energia através das
linhas de transmissão inseridas na rede básica. Elas estão classificadas como:
Linhas de interesse para centrais de geração, responsáveis pela conexão a
usinas geradoras a rede básica; Linhas próprias das concessionárias, com a
finalidade de conectar as áreas ao qual atendem me determinada região
(CCEE, 2018).

 Agentes distribuidores
São agentes detentoras de concessão para realizar a distribuição de
energia elétrica as quais realizam o atendimento em determinadas regiões
através de contratos de fornecimento de energia no ACR por meio de leilões,
conforme regulados pela ANEEL (CCEE, 2018).

 Agentes comercializadores
Os agentes comercializadores têm a função de comprar e vender
volumes de energia elétrica. As comercializadoras podem comprar e vender
energia para clientes livres e empresas de distribuição através de leilões e
transações comerciais (CCEE, 2018).
5 MERCADO LIVRE DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL

Criado em 1995, através da lei 9.074, o mercado livre de energia surgiu como
sendo um ambiente de negócios onde a energia é livremente negociada entre
compradores e vendedores. Após a reestruturação do setor elétrico, ocorrido em
1995, passando assim a permitir o livre comércio entre consumidores pré-
determinados através de regulamentação, passando assim a escolher o seu
fornecedor de energia elétrica diretamente com geradoras e comercializadoras.
Com a função de atrair investimentos do setor privado, o mercado livre de
energia tinha o objetivo de aliviar a máquina pública de investimentos em
infraestrutura no setor elétrico atraindo o investimento do capital privado, com a
promessa de estimular a livre concorrência (ABRACEEL, 2017).
Como exemplo do funcionamento do mercado livre: quando um consumidor
quita a conta de energia no mercado cativo, custeia dois produtos de natureza distinta:
a energia, que fomenta a produção e proporciona o conforto nas residências, e o
transporte da eletricidade, feito por meio dos condutores elétricos que podem ser
vistos nas ruas de nossas cidades. Estima-se que, de cada R$ 100,00 de conta de
energia de consumidores de média tensão, R$ 80,00 são relativos ao custo da energia
elétrica e R$ 20,00 ao transporte da energia. Do ponto de vista das distribuidoras, os
custos são separados em duas parcelas diferentes (ABRACELL, 2016).
Mundialmente, a energia oriunda de hidrelétricas está entre as mais utilizadas.
Apesar da tendência de crescimento de outras fontes de energia, devido às restrições
socioeconômicas e ambientais de projetos hidrelétricos e principalmente aos avanços
tecnológicos no aproveitamento de fontes não-convencionais, tudo indica que a
energia proveniente de hidrelétricas continuará sendo por algum tempo a principal
fonte geradora do Brasil (OLIVEIRA, 2008).
Apesar de implantado no ano de 2000, o mercado livre de energia no Brasil tem
hoje um crescimento acelerado e competitivo, mas ainda apresenta uma tímida
presença, se compararmos a outros países, como os Estados Unidos e a Europa. Nos
Estados Unidos 65% dos consumidores o mercado livre de energia em vários países
da Europa 100% dos consumidores já utilizam o mercado livre de Energia, a exemplo
de Portugal (EUA e Europa despontam no uso de do mercado livre de energia, 2012).
O mercado livre de energia elétrica, ou Ambiente de Contratação Livre (ACL),
é um ambiente em que os consumidores podem escolher livremente seus
fornecedores de energia, exercendo seu direito à portabilidade da conta de energia.
Nesse ambiente, consumidores e fornecedores negociam as condições de
contratação de energia.
No Mercado Cativo a opção tradicional dos consumidores é adquirir a energia
no Ambiente de Contratação Regulada (ACR). Trata-se da contratação compulsória
via a distribuidora da região em que estão. As tarifas pelo consumo da energia são
fixadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e não podem ser
negociadas. Todos os consumidores residenciais estão nesse mercado, assim como
algumas empresas comerciais, indústrias e os consumidores rurais (ABRACEEL,
2016).
As principais usinas de geração de energia e consumidores do País estão
unidos pelo Sistema Interligado Nacional (SIN), que possibilita intercâmbios de
energia entre as diferentes regiões. Quem coordena esses intercâmbios é o Operador
Nacional do Sistema (ONS). O objetivo teórico é combinar o menor custo e as
melhores condições de segurança para todo o Sistema. A rigor, o SIN funciona como
uma única máquina elétrica de diferentes proprietários, cujas relações comerciais são
regidas por meio de diferentes contratos regulados (transporte e energia) e livremente
negociados no mercado livre (energia). A operação do sistema não possui relação
com os contratos de energia realizados entre os agentes. A operação está em um
ambiente físico e a contratação em um ambiente apenas financeiro. A garantia do
fornecimento da energia para os agentes de consumo é obtida mediante o registro de
seus contratos na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE)
(ABRACEEL, 2016, p. 11).
Conforme a cartilha da ABRACEEL, no mercado livre, o consumidor deve ter a
capacidade de prever seu consumo de energia. É também o consumidor que define
sua estratégia de contratação de energia e toma as suas próprias decisões de compra.
É fundamental que cada consumidor tenha uma estratégia de longo prazo. Apenas a
energia contratada protege o consumidor de variações de preços, que são muito
voláteis no setor elétrico brasileiro. Essa volatilidade se deve principalmente às
características de nosso parque gerador predominantemente hidroelétrico e, portanto,
dependente do regime de chuvas. É importante ressaltar que não existe estratégia
melhor ou pior em termos de contratação de energia – ela deve ser definida com base
nas características de consumo de cada empresa e no perfil de aversão ao risco de
seus dirigentes. As alternativas mais comuns são apresentadas a seguir, conforme a
Cartilha Mercado Livre de Energia Elétrica:

 Perfil Conservador: a estratégia contempla contratos de longo prazo, que dão


alta previsibilidade à empresa. Os custos são previamente negociados e
conhecidos durante todo o período contratado.

 Perfil Arrojado: o mercado de energia oferece oportunidades diferenciadas


de compra que podem contribuir para maiores vantagens econômicas,
diminuindo os valores pagos pela eletricidade. Uma possibilidade é a
contratação de volumes inferiores à necessidade, no longo prazo, e o
complemento do montante total em contratos de curto prazo. Porém, o risco
associado a esse tipo de estratégia é significativamente superior, como se
verá a seguir.

 Alternativas contratuais: os consumidores também podem utilizar


mecanismos derivativos de compra futura, opções de compra, ou ainda,
contratos de compra de energia com descontos garantidos em relação à tarifa
regulada.

 Consumo flexível: o contrato pode prever um consumo flexível (por exemplo,


10% acima ou abaixo do total contratado), reduzindo o risco de déficits ou de
superávits. As margens de flexibilidade podem ser precificadas pelos
vendedores.

Com o intuito de estabelecer os procedimentos técnicos necessários para a


adequação dos sistemas de medição já existentes para os consumidores
enquadrados no ACR e que optam para o mercado livre ou ACL, foram estabelecidos
normas e procedimentos ao qual são detalhados no Quadro 2.
Quadro 2 – Normas gerais de contratação do acesso, compreendendo o uso e a
conexão, aos sistemas de transmissão e distribuição de energia elétrica.
Resolução Aneel nº 281, de 1 de outubro de 1999: A Resolução nº 281, da Aneel,
de outubro de 1999 tem a finalidade de estabelecer as condições necessárias para
a contratação ao acesso para a conexão aos sistemas de transmissão de energia.

Resolução Aneel nº 247, de 21 de dezembro de 2006: A Resolução nº 247, da


Aneel, de 21 de dezembro de 2006 estabelece as circunstâncias necessárias para
a comercialização de energia elétrica, através de sistemas de geração que
utilizarem fontes primárias incentivadas, com um consumidor ou conjunto de
consumidores cuja carga seja maior ou igual a 500 kW.

Resolução Aneel Nº 414, de 09 de setembro de 2010: A Resolução nº 414, da


Aneel, de 09 de setembro de 2010 estabelece condições gerais de fornecimento de
energia elétrica, cujo o disposto deve ser cumprido pelas distribuidoras e pelos
consumidores.

Resolução Aneel Nº 506, de 04 de setembro de 2012: A Resolução nº 506, da


Aneel, de 04 de setembro de 2012 estabelece as circunstâncias necessárias para o
acesso ao sistema de distribuição de energia por meio de conexão a instalação de
propriedade da distribuidora de energia.

Resolução Aneel Nº 718, de 17 de maio de 2016: A Resolução nº 718, da Aneel,


de 17 de maio de 2016 altera a metodologia relativo ao sistema de medição de
faturamento – SMF para as unidades consumidoras e centrais geradoras
conectadas ao sistema de distribuição.

Resolução Aneel Nº 759, de 07 de fevereiro de 2017: A Resolução nº 759, da


Aneel, de 07 de fevereiro de 2017 estabelece requisitos e procedimentos relativos
ao sistema de medição de faturamento aplicáveis a instalações conectadas ao
sistema de distribuição, sendo: consumidores especiais; consumidores livres;
centrais geradoras e distribuidoras.

Procedimentos de rede – Submódulo 12.2, do ONS: O submódulo 12.2, do ONS,


tem como objetivo principal condicionar as atividades necessárias a instalação do
sistema de medição de faturamento, sejam quanto a definição do local de instalação
do ponto de medição do sistema de faturamento, elaboração e execução do projeto,
aquisição de equipamentos necessário, montagem da medição, comissionamento
do sistema de medição. Definindo prazos, responsabilidades e etapas relativos ao
processo de instalação do sistema de medição para faturamento.

Fonte: Ministério de Minas e Energia Agência Nacional de Energia Elétrica, 2018.

As regras para o mercado livre e mercado cativo são definidas pela ANEEL.
Todos os contratos de energia são contabilizados mensalmente pela Câmara de
Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). O detalhamento das regras está descrito
na Lei 10.848/04 e no Decreto nº 5.163, de 30 de julho de 2004 (ANEEL, 2004).
O Mercado Livre de Energia possui um alto potencial de redução de custos com
energia, uma vez que a empresa passa a ser detentora das estratégias de compra e
consumo de energia que podem propiciar tanto ganhos contra o mercado regulado,
com tarifas determinadas pela ANEEL e pelo perfil da distribuidora, como contra o
concorrente (INTERENERGIA, 2017).

5.1 Diferenças entre o mercado livre e cativo

Conforme a COMERC (2018), o Mercado Livre de Energia no Brasil surgiu para


estimular a livre concorrência assim reduzindo os custos com energia elétrica. O
consumidor livre pode traçar suas estratégias e negociar as condições comerciais de
contratação da sua energia. Também tem a possibilidade de escolher preço, prazo e
indexação. Além de ter flexibilidade quanto ao montante de consumo. O consumidor
livre também pode escolher seu fornecedor de energia, que pode ser um Gerador ou
um agente Comercializador. Já no mercado cativo, os consumidores só podem
comprar energia elétrica de uma concessionária ou de uma permissionária que tem a
concessão para fazer o serviço de distribuição. O consumidor cativo não tem a
possibilidade de negociar preço, ficando sujeito às tarifas de fornecimento
estabelecidas pela ANEEL. Compram energia elétrica de distribuidoras que
adquiriram essa energia através de leilões, portanto precisam repassar esses custos
ao consumidor. Observa-se na Figura 2 a diferença entre Mercado Livre e Mercado
Cativo.
Figura 2 – Diferença entre mercado livre e mercado cativo

MERCADO LIVRE MERCADO CATIVO

GERAÇÃO
GERAÇÃO

TRANSMISSÃO
TRANSMISSÃO
Agente
comercializador DISTRIBUIÇÃO
DISTRIBUIÇÃO

CONSUMIDOR
CONSUMIDOR
CATIVO
LIVRE

Fonte: COMERC, 2018.

Os critérios de migração para o mercado livre foram estabelecidos pela Lei no


9.648/1998, que criou dois grupos de consumidores aptos a escolher seu fornecedor
de energia elétrica. Sendo eles compostos:

 Pelas unidades consumidoras com carga maior ou igual a 3.000 kW, com
tensão maior ou igual a 69 kV. As unidades consumidoras do subgrupo A3, A2
e A1. Também são livres para escolher seu fornecedor novas unidades
consumidoras instaladas após 07 de julho de 1995 com demanda maior ou
igual a 3.000 kW e atendidas em qualquer tensão. Estes consumidores podem
comprar energia de qualquer agente de geração ou comercialização de
energia.

 Pelas unidades consumidoras com demanda maior ou igual que 500 kW, com
qualquer tensão, podendo escolher seu fornecedor, porém a escolha está
restrita à energia oriunda das chamadas fontes incentivadas, são elas:
Pequenas Centrais Hidrelétricas – PCH´s, Usinas de Biomassa, Usinas Eólicas
e Sistemas de Cogeração Qualificada (ABRACEEL, 2018).

Já o consumidor especial é a indústria de pequeno e médio porte que só podem


atingir um determinado consumo de energia. Como exemplo, um estabelecimento
comercial como um shopping center ou uma rede de lojas. Observa-se na Figura 3, a
diferença entre o consumidor livre e especial.

Figura 3 – Consumidores livres “tradicionais” e especiais

Fonte: Cartilha ABRACEEL., 2018

Segundo ABRACEEL (2018), de acordo com a legislação atual, o poder


concedente pode diminuir os requisitos de demanda para elegibilidade do mercado
livre. Existe um projeto de Lei 1.917/2015, que tramita na Câmara dos Deputados e o
projeto de Lei 232/2016, que tramita no Senado, que preveem a expansão do mercado
livre de energia brasileiro por meio da adoção da portabilidade para todos, sendo
assim pode haver a possibilidade de que todos os consumidores escolham o próprio
fornecedor de energia, independentemente do montante contratado.

5.2 Vantagens e desvantagens do consumidor livre

As vantagens do mercado livre seriam: o poder de escolha; competitividade;


flexibilidade e previsibilidade (ABRACEEL, 2016).
Pesquisou-se como exemplo, uma empresa que a partir do momento ela passa
a realizar a compra de energia elétrica livremente, esta passa a ter os benefícios bem
como passa a ter de administrar os riscos envolvidos nesta tomada de decisão. A
seguir são descritos as principais vantagens e desvantagens.
VANTAGENS
 Livre negociação: os consumidores livres podem negociar os preços da
energia, situação esta que é impossibilitada a qualquer outro agente que esteja
consumindo energia elétrica no mercado cativo. Se bem utilizada a ferramenta
de negociação, o custo da energia livre pode ser mais atrativo que o preço do
mercado regulado, gerando competitividade àqueles que souberem aproveitar
bons momentos de compra de energia (Interenergia, 2017).
 Controle de custos: Somente no mercado livre de energia é possível ter
controle de custos, sabendo exatamente o valor que será pago pela energia
durante o tempo de contrato firmado. Dado que o consumidor agora atua no
mercado livre de energia, as alterações de tarifas de energia da Aneel não
surtirão efeito, visto que o contrato de suprimento de energia já foi realizado
com um gerador ou comercializador de energia. No caso das tarifas de
distribuição, seja o consumidor livre ou cativo, estas serão aplicadas da mesma
forma, visto que o consumidor livre tem a prerrogativa de negociar apenas a
parte de energia, mas continuará pagando e recebendo pelos serviços de
distribuição (Interenergia, 2017).
 Possibilidade de venda de energia elétrica: Em momentos de alto preço de
geração de energia no país, aqueles que detém sobras contratuais de energia
podem ter grandes benefícios, vendendo excedentes a preços de mercado que
podem ser muito maiores que o preço pago em contrato de compra. Há casos
de empresas que lucraram mais vendendo a energia excedente do que em sua
atividade principal em alguns períodos (Interenergia, 2017).
 Compra de energia no perfil do consumidor: Mesmo havendo algumas
preocupações que se deve ter em relação à energia elétrica quando se está
atuando no mercado livre de energia, uma gestão ativa destes contratos, com
constante monitoramento de consumo, preços e condições de contratação
podem significar um grande salto na lucratividade da indústria. Situação
bastante diferente do mercado regulado, onde sua empresa não tem muitas
alternativas. Seja sua empresa com perfil conservador ou mais arrojado, é
possível ter grandes economias no custo de aquisição de energia elétrica,
podendo impactar positivamente nos resultados de lucro da organização.
Apenas empresas no mercado livre de energia podem adequar produtos e
condições de compra que se enquadrem no perfil de risco desejado, além de
ser possível que a empresa garanta o consumo de 100% de energia renovável
(Interenergia, 2017).

DESVANTAGENS
 Exposição à preços voláteis: se o preço de energia no mercado livre de energia
é mais barato que o mercado cativo; o que não é verdade de forma constante.
Ou seja, mesmo que no longo prazo, a energia no mercado livre tem se
mostrado muito mais vantajosa que no mercado cativo, existe a possibilidade
de que o valor seja desvantajoso em relação ao cativo em momentos de
estresse de geração ou de alta demanda do setor. Porém, o segredo é criar
uma estratégia de compra que leve em consideração pontos de gatilhos de
compra/venda (Interenergia, 2017).
 Montantes de energia contratados maiores ou menores que o consumo: o
volume de energia a ser contratado pelo consumidor, que será um montante
referente a projeções e seu perfil de consumo, podendo gerar sobras ou faltas
de energia que não existem no mercado regulado. Isso porque o consumidor
passa a ser responsável pela determinação do volume de energia que será
contratado e pelo seu consumo (Interenergia, 2017).

No Mercado Livre de Energia em uma única negociação é possível assegurar


a compra de energia no curto, médio e longo prazo, já tendo a previsão de quanto irá
gastar com energia no período do contrato. O Mercado Livre de Energia proporciona
assim a previsibilidade dos custos da empresa com energia, pois seu contrato pode
prever um preço fixo, indexado a um índice de inflação, além de ser adequado ao perfil
de consumo da sua empresa (ENGIE, 2017).
O preço da energia é negociado diretamente entre a empresa consumidora e a
Comercializadora (que pode ser a Geradora também). Todo o sistema nacional de
energia está interligado, unindo as principais usinas de geração de energia. Com isso,
o abastecimento da energia contratada é garantido, pois se uma Geradora deixar de
produzir, o contrato de fornecimento de energia elétrica será honrado por outra usina
do sistema. Todos os contratos de compra e venda de energia são registrados na
CCEE (ENGIE, 2017).
Em relação a comercialização de energia, existem dois ambientes para
celebração de contratos de compra e venda de energia: o Ambiente de Contratação
Regulada (ACR) do qual participam agentes de geração e de distribuição de energia;
e o Ambiente de Contratação Livre (ACL), do qual participam agentes de geração,
comercializadores, importadores e exportadores de energia e consumidores livres
(CLÍMACO, 2010).
O segmento da distribuição engloba as empresas públicas ou privadas que
operam e exploram comercialmente a rede de distribuição de energia elétrica
destinada ao consumidor final em determinada região. Este segmento é responsável
pela distribuição da energia elétrica a todos os consumidores através das
concessionárias de energia, que são agentes titulares de concessão ou permissão
federal para prestar o serviço público de energia elétrica (OLIVEIRA, 2008).
A Resolução Normativa nº 247/06 estabelece as condições para a
comercialização de energia elétrica entre empreendimentos de geração que utilizem
fontes primárias incentivadas e unidade ou conjunto de unidades consumidoras, cuja
carga seja maior ou igual a 0,5 MW, no âmbito do Sistema Interligado Nacional – SIN
(ENGIE, 2017).
Conforme as regras de comercialização da ANEEL e através da Lei 10.848/04e
no decreto 5.163/04 determina que os agentes vendedores deverão garantir 100 por
cento dos seus contratos. Se o agente vendedor não cumprir ou apresentar
insuficiência de lastro de energia será notificado pela superintendência do CCEE
sobre as penalidades técnicas ao qual estará sujeira.
No mercado livre, ou ACL, vendedores e compradores negociam entre si as
cláusulas dos contratos, como preço, prazo e condições de entrega. Da parte
vendedora participam as geradoras enquadradas como PIE (produtores
independentes de energia). A parte compradora é constituída por consumidores com
demanda superior a 0,5 MW (megawatt) que adquirem a energia elétrica para uso
próprio. As transações geralmente são intermediadas pelas empresas
comercializadoras, também constituídas na década de 90, e que têm por função
favorecer o contato entre as duas pontas e dar liquidez a esse mercado (ANNEL,
2018).
5.3 Processos de Migração para o Mercado Livre

Conforme a Cartilha Mercado Livre de Energia Elétrica, observa-se no Quadro


3:
Quadro 3 – Etapas do processo de migração

ETAPAS DESCRIÇÃO DAS ESTAPAS


É preciso ter demanda contratada de, no mínimo, 500 kW para
se tornar consumidor especial e de 3 MW para se tornar livre.
1ª etapa: Avaliar os
Caso o consumidor tenha se conectado ao sistema antes de
requisitos de
7/7/1995, deve, ainda, ter nível de tensão igual ou superior a
tensão e demanda.
69 kV para ser consumidor livre.

O contrato de compra de energia regulada ou contrato de


2ª etapa: Analisar
fornecimento tem, usualmente, vigência de 12 meses e deve
os contratos
ser rescindido para a migração com seis meses de
vigentes com a
antecedência.
distribuidora.
Após analisar os contratos vigentes, o consumidor deve
3ª etapa: Realizar
realizar um estudo de viabilidade econômica, comparando as
estudo de
previsões de gastos com eletricidade no mercado livre e no
viabilidade
cativo.
econômica.
Caso decida pela migração para o mercado livre, o
4ª etapa: Enviar consumidor deve enviar uma carta à distribuidora
carta de denúncia comunicando a denúncia dos contratos vigentes. Caso queira
do contrato à antecipar a rescisão contratual, deve pagar pelo encerramento
distribuidora antecipado do contrato.

O próximo passo é a compra de energia no ACL, por meio de


contratos de compra de energia em ambiente de contratação
livre (CCEAL) e/ou de contratos de compra de energia
5ª etapa: Comprar
incentivada (CCEI). O contrato pode ser comprado de
energia no ACL.
comercializadores, geradores ou outros consumidores (por
meio de cessão).

O próximo passo é a adequação do sistema de medição para


6ª etapa: Adequar-
faturamento (SMF).
se ao SMF
7ª etapa: Realizar O último passo para a migração do consumidor é realizar a
adesão à CCEE e adesão à CCEE e fazer a modelagem dos contratos de
fazer a modelagem energia comprados no ACL.
dos contratos.
Fonte: ABRACEEL, Cartilha Mercado Livre de Energia Elétrica, 2016.
Conforme a Cartilha Mercado Livre de Energia Elétrica, observa-se a seguir um
breve os requisitos para a migração dos consumidores:

 A medição específica: Trata-se de investimentos necessários para adequar


os medidores do consumidor ao padrão especificado pela CCEE. Também
deve ser instalado sistema de telemetria para permitir a aquisição remota dos
dados de medição pela Câmara.

 Previsão do consumo e riscos associados: no mercado livre, o consumidor


deve ter capacidade de prever seu consumo de energia. Uma previsão
inadequada pode fazer com que o consumidor fique sobre ou subcontratado,
deixando- -o exposto aos preços de curto prazo. Eventuais sobras de
contrato podem ser vendidas no mercado, por meio de cessão de montantes.

 Aporte de garantias: o consumidor livre deve realizar aporte obrigatório de


garantias financeiras na CCEE. Exigências nesse sentido também podem ser
feitas pelo vendedor da energia.

 A participação na CCEE: todo consumidor do mercado livre precisa ser


agente da CCEE ou deve ser representado por um comercializador varejista.
Essa é uma atividade que requer conhecimentos específicos e prazos
rigorosos. Portanto, recomenda- se que os consumidores de menor porte
sejam e apresentados por comercializadores varejistas.

Assim que um consumidor decide comprar energia no mercado livre de energia,


geralmente, o contrato é feito por um período e com montante pré-estabelecido. A
contabilização de energia ocorre de forma mensal, embora seja possível realizar de
forma horária nas medições do SMF (sistema de medição para o faturamento). Ao
final de cada período de contabilização, a CCEE finaliza os dados de medição do
consumidor e faz o encontro deste consumo com os contratos de compra de energia
nos registros dos sistemas. A partir disso, inicia-se o que chamamos de mercado de
curto prazo. (INTERENERGIA, 2018). “A compra da energia por parte da
comercializadora se dá por contratos bilaterais de curto, médio ou longo prazo ou no
mercado spot. ” (CLÍMACO, 2010, p.45).
5.4 Mercado SPOT

“Um mercado spot cumpre algumas funções importantes numa indústria


desregulamentada: aumenta a flexibilidade das transações; permite ajustes entre a
energia contratada e a energia gerada e referência para contratos de longo prazo. Ou
seja, um mercado spot é um importante mecanismo de ajuste entre demandantes e
ofertantes”, conforme observa-se na Figura 4 (NEWBERY, 1998 apud CASTRO;
LEITE, 2010).
Figura 4 – Mercado SPOT

Fonte: Elaboração própria


No mercado livre, o consumidor compra sua energia elétrica diretamente de um
gerador ou por intermédio de um agente comercializador. Devido ao seu poder de
escolha e a concorrência, o benefício econômico do insumo energia elétrica em
comparação às tarifas praticadas no ambiente cativo é muito evidente (BRASIL,
2018).
No mercado elétrico, os produtores querem vender por preços maiores e a
longo prazo, enquanto os consumidores buscam preços baixos e volumes ajustáveis
à sua demanda. Diferente das geradoras, que têm maior capacidade financeira e
técnica para gerenciar os riscos de preço e volume, os consumidores livres têm maior
restrição para a contratação por prazos muito longos, dada a incerteza quanto à
demanda por seus produtos e serviços e o consequente consumo de energia para
este período. Além disso, os consumidores não dispõem de instrumentos financeiros
para se protegerem da volatilidade dos preços, caso optem por prazos mais curtos. É
aí que entram as comercializadoras de energia (GOMES, 2016).
5.5 Mercado de Energia no Brasil Comparados a outros Países

Pesquisas realizadas em relação ao mercado livre observa-se que no Brasil, se


tem os consumidores livres maior ou igual de 3 MW, consumidores especiais maior
ou igual de 500 kW e demais consumidores são cativos. Já em na Europa, a Nord
Pool todos consumidores são livres tendo competição plena no varejo, bem como a
separação da geração, transmissão, distribuição e comercialização no varejo, as
usinas e as respectivas quantidades despachadas são definidas por mecanismo de
leilão, ou seja, ofertas de compra e venda, coordenado pelo operador de mercado.
No mercado Europeu o consumidor pode vender energia, não existe obrigação
de contratação, e se tiver a contratação de longo prazo é voluntária, formação de
preço de curto prazo (spot), isto reflete o equilíbrio entre oferta e demanda e a
percepção de preço dos ofertantes bem como a leilões de compra e venda de energia
(volume e quantidade). A norte americana PJM, todos consumidores são livres, há o
estímulo a competição nos mercados de energia elétrica, coexistências de mercados
altamente sofisticados com mercados puramente tarifados, livre acesso aos sistemas
de transmissão de energia. Já na Austrália a WAWM (Western Australian Wholesale
Market), todos consumidores são livres; e em NEM (National Electricity Market), todos
consumidores são livres. (FREIRE, 2010).

5.6 Comercializado de Energia

O setor de energia elétrica no Brasil tem evoluído bastante desde o fim do


século passado, quando foi criado o mercado livre. Nesse mercado, os grandes
consumidores podem comprar energia através de livre negociação com produtores e
comercializadoras (GOMES, 2016).
Os agentes comercializadores de energia elétrica são empresas que não
possuem sistemas elétricos e que, sob autorização, atuam exclusivamente no
mercado de compra e venda de energia elétrica para concessionários, autorizados ou
consumidores que tenham livre opção de escolha do fornecedor (consumidores livres)
(ANEEL, 2018). Além das atividades de comercialização desenvolvidas pelos
produtores e pelos distribuidores, há também os comercializadores, ou seja, de
empresas que, sem deter ativos físicos (redes, geradores, etc.), podem comprar
energia e vendê-la para clientes livres e empresas de distribuição, além de realizar
operações de importação e exportação de energia elétrica (OLIVEIRA, 2018).
Os comercializadores de energia são os agentes que mais dão liquidez a este
mercado. Os comercializadores apresentam proposta de compra e de venda de
energia para completar o que falta ou para evitar as sobras por parte dos
consumidores (INTERENERGIA, 2017).
As comercializadoras têm suas vantagens, podendo ter a economia nos custos
de aquisição da energia elétrica, bem como a livre escolha do vendedor de energia
elétrica, o preço da energia e prazo do contrato são negociados livremente entre as
partes e os contratos de energia podem atender a diversas unidades consumidoras,
poder ter como vantagem a melhor previsão de custos com a compra de energia no
ACL, pois no ACR os custos da energia variam anualmente com base nas revisões
tarifárias das distribuidoras. As comercializadoras adquirem agilidade para ofertar
condições mais flexíveis e preços mais competitivos para seus clientes (GOMES,
2016).
No mercado livre, podem vender para grandes consumidores, produtores e
comercializadoras. Podendo comprar desses mesmos agentes, sendo que de grandes
consumidores somente através de cessão de contratos. No mercado regulado, as
comercializadoras podem ofertar eletricidade nos leilões promovidos pela CCEE
(GOMES, 2016).
As comercializadoras de energia podem comprar sobras de contrato, vender
para consumidores subcontratados ou para outros agentes de mercado, reduzindo as
perdas financeiras decorrente da volatilidade de preços. Além disso, as
comercializadoras têm maior capacidade para antecipar movimentos da curva de
preços indicando as oportunidades de mercado para os clientes. Por isso, elas têm o
importante papel de aumentar a liquidez no mercado e estimular a concorrência,
contribuindo para uma melhor formação dos preços. Um ponto importante é que as
comercializadoras absorvem riscos de crédito do consumidor e riscos de performance
do produtor, o que lhes possibilita oferecer opções de contratos mais adequadas às
necessidades de seus clientes (GOMES, 2016).
6 ESTUDO DE CASO: CATIVO X CONSUMIDOR LIVRE

Neste capítulo foi desenvolvido um estudo de caso, onde foi realizado o


comparativo entre o custo mensal de um consumidor com tarifas na modalidade cativo
em relação as tarifas aplicadas, para o mesmo consumidor, como consumidor ACL
(Ambiente de Contratação Livre).
Para a realização da comparação, foram utilizadas planilhas para simular o
cálculo do custo que o consumidor cativo terá em relação ao livre.
Para a simulação foram utilizados os parâmetros listados abaixo, os quais
representam o perfil do consumidor utilizado:
 Subgrupo: A4;
 Tarifa: THS Verde;
 Demanda Contratada Fora Ponta: 600kW;
 Demanda Medida Fora Ponta: 511,2kW
 Energia Ativa Fora Ponta: 231,52MWh;
 Fator de potência considerado será sempre maior que 0,92;
 Não serão consideradas bandeiras tarifarias;
 Se optar pelo ACL, será cliente especial.
A distribuidora utilizada para este estudo foi a Energisa Paraíba – Distribuidora
de Energia S/A. E para o comparativo necessitou-se conhecer as tarifas aplicas por
esta empresa, no qual são demostradas nas Tabelas 1 e 2, em vigência desde 22 de
agosto de 2017 até 28 de agosto de 2018, homologados na ANEEL nº 2.291.
Conforme característica do consumidor utilizado, para a realização do estudo
foram utilizados a categoria de demais classes das Tabelas 1 e 2.
Tabela 1 – Tarifas para Consumidores Cativos Subgrupo A4, Tarifa Verde
TUSD + TE
CONSUMO
DEMANDA (R$/kW)
(R$/kWH)
SUBGRUPO CLASSES
ULTRAPASSAGEM
FORA FORA
PONTA PONTA
PONTA F. PONTA
PONTA
PONTA
SERVIÇO
- 15,12 - 35,58 1,41075 0,21126
PÚBLICO
RURAL - 16,01 - 35,58 1,49373 0,22369
A4
(13,8 kV) RURAL
- 16,01 - 35,58 1,49373 0,22369
IRRIGAÇÃO
DEMAIS
- 17,79 - 35,58 1,65971 0,24855
CLASSES
Fonte: ENERGISA, 2018.

Tabela 2 – Tarifas para Consumidores Livres da Distribuidora


TUSD

CONSUMO
DEMANDA (R$/kW)
(R$/kWH)
SUBGRUPO CLASSES

FORA FORA
PONTA PONTA
PONTA PONTA

SERVIÇO
- 15,12 1,12408 0,02448
PÚBLICO
A4 RURAL - 16,01 1,19020 0,02592
(13,8 kV) RURAL
- 16,01 1,19020 0,00288
IRRIGAÇÃO
DEMAIS CLASSES - 17,79 1,32245 0,02881
Fonte: ENERGISA, 2018.

Com base nas tarifas praticadas pela distribuidora, com seus tributos, e nos
dados do consumidor, o valor da fatura para as tarifas aplicadas considerando como
consumidor cativo, será determinada na Tabela 3.
Na Tabela 3, observa-se que o consumidor, que se enquadra na modalidade
tarifária verde, possui contrato com a distribuidora apenas da Demanda em kW fora
ponta, Energia em kWh Fora ponta e Energia em kWh Ponta.
Tabela 3 – Demonstrativo de Custo para Consumidor Cativo aplicado pela
Distribuidora Energisa Paraíba
Valor total Tarifa Valor total
Tarifa sem
Quantidade sem com com
tributos
tributos tributos tributos
Consumo em kWh -
0,0 R$1,6997 R$0,00 R$2,3756 R$0,00
Ponta
Consumo em kWh -
231.120 R$0,2485 R$57.433,32 R$0,3591 R$82.995,19
Fora Ponta
Demanda de Potência -
511,2 R$17,79 R$9.094,25 R$25,90 R$13.240,08
Fora Ponta
Demanda de Potência
não consumida - Fora 168,8 R$17,79 R$3.002,95 R$18,99 R$3.205,51
Ponta
Total a Pagar a Distribuidora R$99.440,78
Fonte: Dados da pesquisa, 2018.

Nas Tabelas 4 e 5 são apresentados os custos para o consumidor utilizando os


valores levantados e utilizados para o consumidor livre, com base nas tarifas aplicadas
pela distribuidora e pela compra da energia a geradora.
Observa-se que mesmo o consumidor estar no ACL - Ambiente de Contratação
Livre, continua pagando a distribuidora as tarifas de TUSD – Tarifa de Uso do Sistema
de Distribuição, tanto para o consumo de energia, quanto para o de Demanda, através
de tarifas com valores aprovados em Resolução Homologatória da ANELL nº 2.291.
O pagamento referente ao TUSD se refere ao uso do Sistema de Distribuição
da distribuidora pela unidade consumidora. Observa-se também o valor referente ao
Encargo de Conexão de Distribuição, pago por todos os consumidores no ACL, que
conforme a Resolução Normativa nº 506 da ANEEL, se refere ao valor pago pelo
acessante quando conectado as instalações de propriedade da distribuidora.
O valor referente ao crédito do TUSD acontece quando o consumidor especial
realiza a compra da energia a fontes renováveis, podendo esse desconto no TUSD
de 50% a 100%, valor a ser definido proporcionalmente a compra da energia em fontes
de energia incentivadas, ou seja, quanto maior o volume da compra da energia em
fontes energia incentivadas, maior será o desconto, conforme definido nas Regras de
Comercialização do CCEE. Para o caso analisado a compra será através de PCH –
Pequena Central Hidrelétrica, garantindo um desconto de 50% no TUSD, conforme
REN 77/2014.
Tabela 4 – Demonstrativo de cálculo para Consumidor livre aplicado pela
Distribuidora Energisa Paraíba
Tarifa Valor total Tarifa Valor total
Quantidade sem sem com com
tributos tributos tributos tributos
TUSD em kWh - Ponta 0,0 R$1,3224 R$0,00 R$1,9257 R$0,00
TUSD em kWh - Fora
231.120 R$0,0288 R$6.658,57 R$0,0419 R$9.683,93
Ponta
TUSD em kW - Fora
511,2 R$17,79 R$9.094,25 R$25,90 R$13.240,08
Ponta
TUSD em kW isenta de
168,8 R$17,79 R$3.002,95 R$18,99 R$3.205,51
ICMS - Fora Ponta
Encargo de conexão de Distribuição R$1.462,91
Crédito TUSD kW (50%) -R$6.220,04

Total a Pagar a Distribuidora R$21.372,39

Fonte: Dados da pesquisa, 2018.

Tabela 5 – Demonstrativo de cálculo para Consumidor livre por Energia pago a


geradora
Tarifa Valor total Tarifa Valor total
Quantidade sem sem com com
tributos tributos tributos tributos
231.120 R$0,2122 R$53.932,75 R$0,2787 R$64.413,14
Energia Contratada - ACL

Total a Pagar a Geradora R$70.829,88

Fonte: Dados da pesquisa, 2018.

Na Tabela 6, é apresentado o resultado final referente a comparação entre os


custos para os dois ambientes analisados, cativo e livre.

Tabela 6 – Demonstrativo de cálculo para Consumidor livre por Energia pago a


geradora
ACR (Mercado Cativo) ACL (Mercado Livre)
Valor (R$) Valor (R$)
Distribuidora R$99.440,78 R$21.372,39
Geradora R$64.413,14
Total R$99.440,78 R$85.785,53
Fonte: Dados da pesquisa, 2018.
Para o perfil da empresa analisada foi possível verificar uma economia de R$
13.655,25 mensal, corresponde a 15,91% mais barato no ambiente de contratação
livre em relação aos valores aplicados pelo ambiente de contratação regulado.
Dessa forma, com base na análise realizada e os resultados obtidos, é possível
afirmar uma vantagem econômica para a unidade consumidora apresentada e com o
cenário no qual a análise foi realizada.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho procurou contribuir para o mercado de energia elétrica no


Brasil que vem tomando mais poder, conforme foi demostrado informações sobre o
tema. O mercado livre de energia e os tipos de contratação de energia, apontamos
as vantagens bem como as desvantagens e mostramos como funciona a cobrança na
modalidade de mercado livre de energia. Que consumidores podem aderir à
modalidade de contratação livre e como migrar com segurança, apresentar a
regulação atual.
Com a introdução do mercado livre de energia elétrica no Brasil propiciou
oportunidades tanto para empresas fornecedoras quanto para as consumidoras, bem
como gerou investimentos no segmento de geração. Os consumidores obtiveram o
direito de negociar os preços da energia, além dos produtos e dos serviços adicionais
oferecidos pelas empresas geradoras, distribuidoras e comercializadoras.
Com o estudo de caso foi possível verificar uma importante redução nos custos
com energia, demonstrando uma importante economia para o consumidor. Com esta
economia gera uma maior competitividade entre os consumidores, pois poderão
realizar investimentos em outros setores de sua empresa.
REFERÊNCIAS

ABRACELL (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia). Cartilha


mercado livre de energia elétrica. Brasília, 2016. Disponível em:<
http://www.abraceel.com.br/archives/files/Abraceel_Cartilha_MercadoLivre_V9.pdf>
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