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Concurso Prefeitura de
Sorocaba
2014
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Enquanto houver vontade de lutar
haverá esperança de vencer. Agostinho
Sumário
1 – Aspectos psicológicos e o contexto familiar no cuidade do idoso.............................................. 03
2 - A psicologia no atendimento às pessoas com Deficiência .......................................................... 06
3 – Compromisso social da psicologia nas diferentes Política Públicas – Saúde, Educação, Assistência
Social................................................................................................................................................. 10
4 – Psicoterapia Breve ...................................................................................................................... 15
5 – Grupo Operativo/ Teoria do Vínculo ......................................................................................... 19
6 – Código de Ética .......................................................................................................................... 27
7 – Referência Bibliográfica ............................................................................................................ 37
Organizadores:
Carolina Laserra Belino Pedroso – 06/70016
Fábio de Almeida Pedroso – 06/72320
Juliana C. Zeborde Pinheiro – 06/69126
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nenhuma forma de renda. As vantagens são ainda maiores para as gerações mais novas, visto que a
renda dos idosos contribui para reduzir a necessidade do trabalho infantil na estabilidade familiar,
especialmente entre os mais pobres, possibilitando aumentar a escolarização das crianças e dar mais
atenção às suas necessidades (Camarano, 2004).
No que se refere aos aspectos psicológicos do idosos, é importante considerar que por conta da
visibilidade e por conta do aumento do número de idosos, estes são uma camada da população que tem
sido objeto de crescente interesse na atualidade. A possibilidade de uma abordagem psicoterapêutica
com os idosos em virtude de situações de sofrimento emocional se torna grande em virtude de uma
vitalidade psíquica que geralmente costuma-se manter, apesar do envelhecimento do corpo,
Vasconcelos et al; Cordioli, (2008).
Existe uma preocupação com o desenvolvimento de técnicas apropriadas para o atendimento
psicoterapêutico do idoso que vem sendo acompanhada pelo crescimento da população dessa faixa
etária. Em 1970 as pessoas de 60 anos representavam 8,4% (304 milhões) da população mundial.
Segundo dados do IBGE de 1996, no Brasil, essa população corresponde a 8,3% da população total,
existe uma estimativa de que em 2025 a população que em 1975 correspondia a 6 milhões no Brasil,
chegue a 31 milhões Vasconcelos et al; Cordioli, (2008).
A maioria dos idosos atravessa o processo de envelhecimento com relativo sucesso, podendo
pensar em seu passado, em seus sucessos e fracassos, obtendo uma imagem realista de si mesmo, isso
lhe possibilita continuar amando e sendo amado, por outro lado existem perdas inerentes a essa fase do
ciclo vital, perdas que podem ser vividas de forma desadaptada, trazendo ao indivíduo um sentimento
de perda da auto-estima, depressão e desespero. Vasconcelos et al; Cordioli, (2008) vem apontar
algumas perdas que são mais frequentes nessa faixa etária:
- Saúde física
- Diminuição das capacidades
- Perda de companhia (sentimento de solidão)
- Perda do cônjuge
- Perda do trabalho
- Declínio do padrão de vida
- Diminuição das responsabilidades.
Como fatores que também podem representar a impossibilidade de seguir adiante com projetos
de vida anteriormente estabelecidos, temos o declínio do padrão de vida e a diminuição das
responsabilidades. Isso irá trazer a evidencia de que ideais constitutivos da identidade do indivíduo não
serão mais alcançados, o que provocará intensos sentimentos de frustração em relação a si próprio,
Vasconcelos et al; Cordioli, (2008).
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Outro tema de grande importância nessa faixa etária é a tentativa do idoso de manter sua auto-
estima, a integridade do ego e um senso de propósito na vida em uma fase caracterizada por um
aumento das incertezas e pela investida violenta de traumas narcísicos, acontecimentos que corroem a
auto-estima, a confiança e a auto-imagem positiva, (Vasconcelos et al; Cordioli, p. 796, apud, Lazarus,
1989), cita as prováveis causas da perda de auto-estima na velhice:
As alterações físicas se tornam tão pronunciadas que a pessoa é forçada a aceitar uma auto-
imagem menos desejada
A auto-estima dependia demasiadamente de papéis sociais ou profissionais
A perda do controle sobre a própria vida e o ambiente
A persistência de problemas com a regulação da auto-estima ligados às etapas anteriores do
ciclo vital que não foram superadas com sucesso.
Segundo Vasconcelos et al; Cordioli, (2008), em resposta à uma ameaça de diminuição da auto-
estima, a regressão dentro do self pode vir a servir a funções adaptativas por meio da preservação da
auto-estima e da evitação de sentimentos de vazio e depressão. Com isso, a tendência dos idosos às
reminiscências sobre o passado pode servir não apenas para afastar a depressão e preservar uma
sensação de continuidade com o passado, mas também para lembrar-lhes de um tempo em que eles se
sentiam dignos, cheios de vida e competentes.
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Atendimento Psicológico
A deficiência em nossa cultura representa o incontrolável e inesperado, ameaçando e
desorganizando as bases existenciais do outro não-deficiente. “A melhor maneira de lidar com o
deficiente é despir-se dos próprios preconceitos” (Gherpelli, p.12, 1995). Quando os preconceitos e
pré-conceitos conseguem ser transformados, as pessoas percebem com mais facilidade que as crianças
e adolescentes com deficiência passam pelas mesmas experiências sociais, processos de
desenvolvimento, aprendizado psicológico, vivência escolar que os demais. Talvez a deficiência seja a
causadora de alguns problemas ou interfira nesses processos até certo ponto; talvez faça com que
desenvolvam certas habilidades e adquiram certas experiências mais tarde do que outros de sua idade,
mas essas habilidades devem ser adquiridas Buscaglia (1997).
Quanto ao atendimento psicológico, à terapia destinada à criança e ao adolescente com
deficiência deve necessariamente ter o envolvimento e o apoio da família, pois as deficiências afetam
toda a estrutura familiar Buscaglia (1997).
Amiralian et al (1991) nos traz que no Brasil ao nos referimos ao atendimento psicológico às
pessoas que são portadoras de deficiência, podemos perceber uma área de trabalho que mantém uma
demanda constante, embora essa área também se mostre como um segmento do mercado ao qual
raramente os jovens profissionais encaminham sua opção de trabalho. Pois ao se deparar com a
necessidade crescente das instituições e dos sujeitos portadores de deficiência, o jovem psicólogo se
engaja com frequência na tarefa sentindo-se despreparado.
Nesse campo de atuação evidenciam-se problemas conceituais, pois se trata de um campo de
ação que pode abrigar concepções que irão do polo do determinismo biológico ao polo do
determinismo social das deficiências. Quando questionamos esses extremos, o psicólogo debate-se
com graves problemas de afirmação de identidade profissional, o que torna de imensa importância os
cuidados na formação de profissionais de psicologia qualificados a darem uma contribuição
competente frente a um desafio constantemente colocado no âmbito acadêmico, Amiralian et al (1991).
Segundo Amiralian et al (1997) os atendimentos que os psicólogos podem prestar às pessoas
com deficiência incluem-se em todas as linhas de atividade (escolar, clínica, desenvolvimento, social,
orientação vocacional) a que esse profissional se dedica. Para todas essas áreas, os psicólogos vão
estar, em alguns momentos de sua atuação profissional, em contato com pessoas que apresentam
algum tipo de deficiência, e irão se perguntar o que fazer com esses clientes.
“Podemos observar que em qualquer dessas áreas de atividade os
psicólogos, muitas vezes, ao se verem diante de uma pessoa com
deficiência mostram-se desconfortáveis, com dúvidas, e, com
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mecanismos de defesa adotados. Segundo a autora essa descoberta pode também ser aplicada às
deficiências de comunicação motoras e mentais.
Para os profissionais que atendem pessoas com deficiência, esta os afeta em vários níveis: na
percepção do objeto, no campo do conhecimento, na área das emoções e afetos e no nível das fantasias
inconscientes.
Amiralian et al (apud, Fedidá, 1984), declara que em seu texto sobre a negação da deficiência,
Fedidá analisa com extrema propriedade as causas dessa negação, tanto pelo sujeito que a possui,
como por aqueles com quem ele se relaciona. Mostra o quanto a percepção da deficiência do outro
pode levar à vivência dos próprios limites e das próprias deficiências. Para Amiralian et al (1997)
segundo Fedidá, a deficiência é intolerável, não só por fazer ressurgir insuportáveis angústias de
castração, destruição e desmoronamento, mas também por lembrar que o deficiente é sempre um
sobrevivente que escapou de um cataclisma, de uma catástrofe que já ocorreu, o que poderá acontecer
a qualquer um.
Para Amiralian et al (1997) por outro lado, o deficiente mostra-nos concretamente a nossa
debilidade e nos surpreende com a maciça negação de nossa onipotência. Com isso, o deficiente, como
um espelho perturbador, pode fazer reviver angústias primitivas que, na fala winnicottiana só podem
ser observadas por meio de defesas organizadas. Entretanto, uma deficiência física, uma mutilação
visível, uma deformidade aparente, podem remeter ao fracasso negado e fazer surgir o medo do
colapso, ou seja, o medo do fracasso das organizações defensivas.
Portanto somente através de um olhar crítico para o nosso interior, e por meio da experiência
pessoal de nossas significações de deficiência, poderemos compreender nossos afetos e emoções para
com a condição de deficiência e apreender nossas negações. Assim, poderemos nos tornar capazes de
conquistar a percepção da deficiência como um objeto compartilhado e de propiciar ao nosso cliente
um ambiente acolhedor e condições facilitadoras para sua aceitação dessa condição, favorecendo e
possibilitando seu próprio desenvolvimento, Amiralian et al (1997).
O conceito de “políticas públicas” possa parecer abstrato para muitos, porém elas são muito
concretas e estão muito presentes na vida dos cidadãos brasileiros. Tais políticas são ações destinadas
ao coletivo, ou seja, como o próprio nome sugere, ao público. Elas ocorrem em todas as áreas da
gestão pública, como saúde, educação, moradia, transporte, assistência social, cultura etc. As políticas
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píblicas mais do que apenas dirigidas à população, também podem e devem ter a participação social
em sua elaboração. É através das demandas da sociedade, usuária dessas políticas, que os gestores
públicos devem formatá-las, CRP-RJ (2010).
A Constituição Federal de 1988 e as legislações complementares (Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA) e a Lei 8.080/90, que criou o (SUS) Sistema Único de Saúde), definiram a forma
que as políticas públicas nacionais deveriam assumir, criando perspectivas de avanços para a área no
país, CRP-RJ (2010).
Segundo o CRP-RJ (2010), as políticas públicas configuram-se não como ações de um
governo, mas como políticas do Estado em sua interação com os movimentos do público e voltadas
para o atendimento de suas demandas e necessidades. Isso significa que as políticas que apresentarem
resultados positivos devem permanecer independentemente da gestão que assumir o governo em
determinado momento. Para tanto, não apenas os gestores devem ter compromisso social, como a
própria sociedade deve ser conhecedora de seus direitos e cobrar que eles sejam respeitados.
Muitos problemas, apesar de algumas conquistas alcançadas, ainda persistem devido a diversos
fatores, entre os quais a falta de vontade política. Fila que duram horas em um hospital do SUS,
pessoas não conseguirem matricular os filhos em uma escola pública, dificuldades em conseguir
emprego fazendo com que as pessoas precisarem morar nas ruas, tudo isso são sinais de que essas
políticas estão servindo a interesses muito mais privados do que públicos, CRP-RJ (2010).
A Psicologia tem um papel fundamental nesse contexto. Segundo CRP-RJ (2010) os psicólogos
que atuam em hospitais, escolas, serviços de assistência social e outras instituições públicas precisam
estar atentos às consequências que sua prática gera e refletir permanentemente sobre como tornar seu
trabalho mais potente na construção de políticas que sejam realmente públicas.
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política dos destinatários da nossa ação, são geradas avaliações descontextualizadas e superficiais.
Nesse momento, talvez, alguns estejam trabalhando de forma submissa à relação de poder
estabelecida. Os profissionais que estão nas equipes, muitas vezes, não dialogam a partir de um lugar
de potência com os coordenadores. Cada um pede um laudo, um parecer, e os psicólogos vão
assimilando e fazendo, CRP-RJ (2010, apud, Giugliani).
Para que os psicólogos tenham uma prática mais potente nas políticas públicas, o primeiro
passo Segundo CRP-RJ (2010, apud, Zamora) é fazer com que eles se interessem por esse campo e se
dediquem a transformá-lo. “A via das políticas públicas é uma maneira que podemos encontrar de
apressar o processo de rompimento com as injustiças sociais, com a desigualdade. Hoje, por exemplo,
quando discutimos violência, falamos da violência individual, mas não discutimos que processos
sociais a explicam razoavelmente. O psicólogo tem que pensar o que pode ser feito no campo das
políticas públicas para que tal coisa não aconteça. Acho importante chamar para a participação não
somente profissional, mas também cidadã”.
Outro ponto de grande importância é o trabalho em equipes transdisciplinares. “Não se fala em
políticas públicas de forma isolada, mas de forma articulada, intersetorial. As políticas públicas nos
devolvem um exercício de diálogo com gestões, com colegas, com equipes, para, intersetorialmente,
construir um conhecimento e contribuir na formulação de práticas inclusivas e geradoras de
cidadania”, CRP-RJ (2010, apud, Giugliani).
A Psicologia lentamente vem alcançando essa forma de trabalho. “Aos poucos, temos mudado.
Quando os profissionais começam a articular considerando ações de corresponsabilidade, começam a
ocupar outro lugar, que eu chamaria de proativo, comprometido com os direitos humanos. Os
processos coletivos têm possibilitado transformar a presença da Psicologia nas políticas públicas”,
aponta. “Já vivemos resultados desse processo: temos ingressado de forma mais organizada nos
espaços de controle social, temos reconhecido a formulação de políticas públicas que dialoguem com
as questões da Psicologia”, CRP-RJ (2010, apud, Giugliani).
Porém, para alcançar plenamente esses objetivos, é preciso uma mudança na própria formação
do psicólogo, que, atualmente, não inclui as políticas públicas. Segundo CRP-RJ (2010, apud,
Zamora). “O psicólogo ainda não tem formação para trabalhar com políticas públicas. O campo do
psicólogo se ampliou extraordinariamente para esses setores de atendimento ao público, mas o modelo
clínico de consultório infelizmente continua sendo, muitas vezes, o único que a universidade tem para
oferecer. Isso é uma distorção e nada tem a ver com a realidade que vivemos”.
Devido a essa formação, o psicólogo acaba exercendo o modelo individual da clínica no
atendimento público. “Esse profissional está chegando ao mercado de trabalho sem saber como
trabalhar. Ele tem que trabalhar com escuta, mas não é atendimento individual nem psicoterapia. E
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acho que, muitas vezes, o profissional que trabalha com políticas públicas leva esse modelo de
atendimento. Poucas universidades brasileiras têm, por exemplo, uma disciplina que trabalhe com
Estado. Como o psicólogo vai trabalhar com políticas públicas se nem sabe o que é o Estado?” CRP-
RJ (2010, apud, Zamora).
Assim, é possível perceber que adentrar o campo das políticas públicas é estar imerso em um
espaço de conflitos, avanços e retrocessos. Entretanto, a Psicologia tem conseguido fomentar e manter
a discussão em pauta, não só no que diz respeito às áreas de atuação do psicólogo, mas ampliando essa
pauta para as dimensões ética e política em que está implicada.
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permitirá visualizar o panorama geral da atuação do psicólogo nessa área e irá dispor de informações
que servem de referência para novas propostas de atuação profissional, Silveira (2007).
Sintonizado com essa mobilização nacional, segundo Silveira (2007) o Conselho Regional de
Psicologia da 8ª Região criou, em março de 2006, o Núcleo de Articulação em Políticas Públicas
(NAPP-08). Esse núcleo vem como uma resposta à necessidade de se ter uma estrutura permanente na
8ª Região, para tratar da especificidade do tema, gerando condições para um maior engajamento dos
psicólogos com a Política Pública no estado do Paraná e no Brasil. Desde a sua criação, o NAPP-08
vem realizando diferentes ações que visam aproximar cada vez mais o psicólogo da temática em
questão. Entre essas ações constam também: seminários conceituais, grupos de estudo, sistematização
de dados sobre os profissionais que atuam na rede pública e nos Conselhos de Controle Social,
levantamento de referências teóricas, curso de atualização, jornada científica e pesquisa de campo.
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oportunidade de fazer representar a Psicologia e defender seu espaço profissional na área das Políticas
Públicas, Silveira (2007).
Psicoterapia breve
Esta tem sua origem na psicanálise de Freud, a partir das contribuições de Ferenczi e Rank no
sentido de encurtar o tempo de duração dos tratamentos psicanalíticos. Seu desenvolvimento ocorreu
após a segunda Guerra Mundial.
Segundo Fiorini (2004) uma terapêutica breve pode ser organizada tendo como referência
alguns modelos que dizem respeito à etiologia e funcionamento normal e doentio da personalidade.
Gostaríamos de citar alguns conceitos básicos que podem ser incluídos entre os fundamentos que dão
apoio teórico à ideologia assistencial característica dessas modalidades terapêuticas:
a) Modelo etiológico - orienta-se fundamentalmente no sentido da compreensão psicodinâmica
dos determinantes atuais da situação de doença, crise ou descompensação.
Na psicoterapia breve busca-se uma compreensão psicodinâmica da vida cotidiana do paciente,
que se operacionaliza nas interpretações, no planejamento de sua vida cotidiana, em orientação
familiar ou de trabalho.
b) Relações entre psicopatologia e comportamentos potencialmente adaptativos. A
psicopatologia dinâmica esclareceu fundamentalmente o campo dos fenômenos de "doença" do
paciente.
Nesse modelo todo um conjunto de dados da experiência clínica, assim como da psicologia
geral e social, levou a questionar a possibilidade de que modelos de comportamento patológico possam
explicar todo o comportamento do paciente, a totalidade de sua existência.
c) Modelos motivacionais e cognitivos da personalidade. Aqui existe uma dualidade funcional
da personalidade que é encontrada em nível motivacional na coexistência no sujeito de motivações de
tipo infantil e adulto.
Nesse modelo, a hierarquia motivacional se caracteriza por uma combinação de autonomia,
dependência e interpenetração.
Atualmente segundo Lemgruber; Cordioli, (2008) as psicoterapias breves (PBs), são divididas
em duas grandes linhas:
- As de abordagem psicodinâmica – PBPs (Psicoterapias breves psicodinâmicas) que tem suas
origens nos primeiros atendimentos psicanalíticos do século XX.
- As de abordagem cognitiva comportamental – PBC/Cs (Psicoterapias breves
cognitivo/comportamentais) que tem origem nas teorias de aprendizagem de Skinner e Thorndike.
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Lemgruber; Cordioli, (2008) vem trazer sete características que são mais comumentes
enfatizadas nas PBPs do que nas PFC/Cs, são elas:
- Afeto
- Resistência
- Identificação de padrões consistentes de relacionamentos, sentimentos e comportamentos
- Experiência passada
- Experiência interpessoal
- Relacionamento terapêutico
- Desejos, sonhos ou fantasias.
Embasada nos conceitos psicodinâmicos a PBP traz aspectos importantes da metapsicologia de
Freud, como por exemplo, os processos mentais inconscientes, sintomas como expressão de conflitos
internos, mecanismos de defesa e relação entre paciente e terapeuta como fator de tratamento.
Como modalidade de Psicoterapia Breve Psicodinâmica, temos a Terapia Focal que se
desenvolveu a partir das contribuições de S. Ferenczi (Técnica Ativa); F. Alexander (Experiência
Emocional Corretiva); D. Malan (Foco e Triângulos de Interpretação); P. Sifneos (Psicoterapia como
experiência de aprendizado) e L. McCullough (Integração de diferentes táticas terapêuticas),
Lemgruber; Cordioli, (2008).
Como base central do processo terapêutico a EEC (Experiência Emocional Corretiva) cujo
conceito foi considerado por D.Malan (1981) como o aspecto central do processo psicoterapêutico. Para F.
Alexander pode ocorrer sem que haja conhecimento completo das causas determinantes da
problemática atual por parte do paciente. Ela representa a possibilidade de o paciente experimentar
situações traumáticas do passado, penosamente reprimidas, revivendo-as na relação com o terapeuta. A
ideia é que uma nova experiência emocional possa ocorrer na relação terapêutica, Lemgruber;
Cordioli, (2008).
Outro conceito importante é o de Efeito Carambola, este foi desenvolvido por Lemgruber em
analogia ao termo do jogo de bilhar, que gera impulso de uma tacada em uma bola, movimentando em
direção a outras bolas que não foram diretamente atingidas pelo impacto inicial do taco, para exemplificar
o mecanismo de potencialização dos ganhos terapêuticos através de repetidas EEC. O Efeito Carambola
provoca mudanças no “script” usado habitualmente pelo paciente, isto é, na maneira como ele se percebe e
reage diante da vida. As repetidas interações corretivas criam um novo "set" cognitivo e afetivo e
possibilitam a reestruturação da imagem interna da pessoa como um todo, transformando a forma como vê
o mundo e sua relação com outros indivíduos, Lemgruber; Cordioli, (2008).
Como base psicodinâmica para a compreensão dos comportamentos e dificuldades dos pacientes,
usa-se o Modelo dos Triângulos, este modificado por L. McCullough que, ao não se restringir ao enfoque
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intrapsíquico psicanalítico clássico, acrescentou a Teoria das Emoções, de Tomkins, ao modelo original de
interpretação do esquema dos dois Triângulos, criado pelo grupo de orientação psicanalítica da Clínica
Tavistock de Londres e utilizado por D. Malan como o "princípio universal da psicoterapia psicodinâmica",
Lemgruber; Cordioli, (2008).
Este triangulo também é conhecido como Triângulo Psicanalítico, pois derivou-se da Teoria
Estrutural de Freud e era geralmente interpretado sob o referencial do conflito intrapsiquíco, referente às
três instâncias da 2ª Tópica freudiana (Id, Ego, Superego). O Triângulo da Pessoa é um esquema
representativo de padrões de respostas mal adaptadas do paciente, originadas nas relações passadas e que
continuam a ser repetidas, tanto nas relações de seu cotidiano como com o terapeuta.
Lemgruber; Cordioli, (2008) ainda afirma que segundo estudos realizados demonstram que as
PBPs tem as seguintes características:
1. Terapeutas mais ativos, que estimulam o desenvolvimento da aliança terapêutica e transferência
positiva;
2. Focalização em conflitos específicos ou temas definidos previamente no início da terapia;
3. Manutenção de foco de trabalho e objetivos definidos;
4. Atenção dirigida para as experiências atuais do paciente, inclusive os sintomas;
5. Ênfase na situação transferencial da dimensão do “aqui e agora”, que não necessariamente é
correlacionada ao passado.
As PBP se utilizam de táticas psicanalíticas específicas, como a associação livre, resistência,
transferência e insight. Entretanto a neurose de transferência não deveria ser estimulada e a
transferência (negativa) deveria ser interpretada no contexto da relação terapêutica e ser remetida
imediatamente ao foco. As defesas adaptativas são interpretadas com a finalidade de fortalecimento.
Os silêncios devem ser ativamente desencorajados e interpretados com resistência, assim como outras
manifestações como atrasos, faltas, tentativas de inundar o tratamento com vários assuntos, etc
Lemgruber; Cordioli, (2008).
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a esse foco por meio de interpretações parciais e atenção seletiva, deixando passar o material atraente
sempre que este se mostre irrelevante ou afastado do foco.
É importante detectar as situações conflitivas mais significativas daquele momento, pois as
pessoas sempre chegam com vários conflitos. Diferentemente da psicanalise que pode durar anos, a
psicoterapia breve é comum que se fixe um prazo mais curto, geralmente alguns meses. Pois quando se
fixa um prazo de encerramento, segundo Braier (1991), automaticamente é criada uma situação que irá
influenciar no modo decisivo os diferentes aspectos do vínculo terapêutico, em especial o fim de seu
tratamento.
Knobel (1986) com relação à técnica da PB vem sustentar quatro princípios: não-transferencial,
não-regressiva, elaborativa de predomínio cognitivo, e a mutação objetal. Para ele, a entrevista inicial é
fundamental para determinar o futuro da relação terapêutica, que pode iniciar ou acabar nesse
momento. Tal entrevista deve conter um diagnóstico holístico, bio-psico-social, fenomenológico e
metapsicológico, determinando assim o tipo de tratamento que se irá realizar.
É importante também nessa primeiro entrevista, se avaliar os aspectos resistenciais do
entrevistado, sua motivação real para terapia, sua capacidade egóica, as estruturas mais ou menos
patológicas e rígidas, os mecanismos de defesa e os potenciais do entrevistado, bem como sua
capacidade intelectual de simbolização e abstração, suas limitações totais, e tonalidade afetiva diante
de assuntos e problemas apresentados.
A entrevista deve geralmente ocorrer em uma única sessão ou encontro, ao seu final deve-se
efetuar a devolução do material utilizado, através do qual irá se realizar a avaliação, um diagnóstico e
uma proposta terapêutica. A qual depois de formalizada e aceita pelo paciente precederá da
formalização da relação contratual da psicoterapia.
Fiorini (2004) orienta a terapêutica breve no sentido da compreensão psicodinâmica da vida
cotidiana do paciente e em compreensão as estrutura da personalidade como uma subestrutura. Para ele
uma das características básicas da PB é operar com uma estratégia multidimensional, já que o
indivíduo doente surge como um objeto complexo, multideterminado por fatores suscetíveis de
integrar estruturas diversas, tornando-se necessária a flexibilidade da escolha da técnica.
Para Fiorini (2004) o terapeuta deve desempenhar na terapia breve um papel essencialmente
ativo, dispondo de uma ampla gama de intervenções. Sua participação orienta a entrevista de modo
direto, não permitindo que o curso da terapia seja entregue à espontaneidade do paciente. Para isso
Fiorini elabora o que chamou de “projeto terapêutico”, um plano de abordagem individualizado a
partir da avaliação da situação total do paciente, compreendendo sua estrutura dinâmica essencial de
sua problemática.
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Os vetores que aparecem ao lado do cone fazem parte da análise grupal para observar seu
movimento em prol da operatividade, vamos conhecê-los:
Afiliação/Pertença: se caracteriza pela maneira como o sujeito está integrado ao grupo, incluso
ou não. Quando esse indicador está fortalecido na dinâmica grupal, há uma identificação com o grupo
e se desenvolve também, a mútua representação interna, ou seja, a pessoa é capaz de incluir-se ao
grupo e incluir os demais no seu mundo interno. Constitui-se assim, a identidade grupal, que permite a
passagem do eu para o nós.
Cooperação: é uma articulação com o outro que leva à tarefa e permite uma elaboração
conjunta dos obstáculos. Cooperar não significa não confrontar, mas sim, discriminar entre o que é
meu e do outro a fim de uma complementação e não ser cúmplice daquilo que se discorda. Os
objetivos grupais e individuais interatuam e se articulam cooperativamente para a realização da tarefa.
Pode-se observar, por exemplo, através deste indicador se há competições entre os integrantes, pois
confrontar não significa competir e se esse for o movimento, não há cooperação no grupo.
Pertinência: esse vetor analisa se o grupo está atuando em tarefa ou pré-tarefa, lembrando que
na tarefa os indivíduos articulam entre si em prol dos objetivos comuns estabelecidos e na pré-tarefa,
há uma evitação dos conteúdos desses objetivos devido à influência dos medos básicos. Esse
movimento é envolvido pelo desemprenho de papéis emergentes e papéis instituídos dos sujeitos que
integram o grupo. A pertinência é caracterizada pelo grau de centramento do grupo na tarefa prescrita e
sua compreensão e clareza.
Papéis instituídos – são as funções explicitadas aos membros do grupo como: coordenador,
gerente ou líder, pai, mãe, funcionário, etc.
Papéis emergentes – são os papéis que surgem da dinâmica invisível grupal como: Porta-Voz
que explicita os conteúdos implícitos e negados pelo grupo, o que permite uma tomada de consciência,
porém, nem sempre os demais membros estão preparados para tal revelação e continuam negando o
que foi trazido, assim, essa pessoa de porta-voz passa para Bode Expiatório. Há também o Líder de
Mudança, que é aquele que aceita, apoia e dá continuidade ao que foi explicitado pelo porta-voz,
conduzindo à tarefa grupal. Contudo, o integrante que atua no papel contrário, torna-se o Líder de
Resistência, que devidos ao nível de ansiedade, procura resistir que o grupo evolua em tarefa,
tentando, inconscientemente, mantê-lo em pré-tarefa, são os chamados de: Sabotador – que sabota a
tarefa de maneira clara e evidente e o Impostor – que também atua como o sabotador, porém de modo
mais sútil e difícil de ser percebido.
Comunicação: através dos processos comunicacionais as pessoas se influenciam
reciprocamente, havendo intercâmbios de significados. Para Pichon-Riviére (1998), toda comunicação
é realizada de modo bicorporal (entre duas ou mais pessoas) e tripessoal, ou seja, os conteúdos do
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mundo interno de cada sujeito se interpõem nessa comunicação é o terceiro elemento. Gayotto (1996)
traz que a comunicação pode ser:
De um para todos – caracterizado pelo papel do líder;
De todos para um – quando emerge o papel do bode expiatório;
Entre todos – quando a comunicação é distribuída e fluída no grupo;
Entre duas pessoas – situação de subgrupo;
Entre vários simultaneamente – situação de confusão e falas paralelas, o que caracteriza
monólogos paralelos.
Aprendizagem: esse indicador denota a plasticidade grupal frente aos obstáculos, se os
participantes conseguem superá-los em movimento ascendente traduz-se a tarefa e há a aprendizagem,
se o grupo recua nesse desenvolvimento, se expressa a pré-tarefa, onde não há aprendizagem.
Tele: é um termo que vem da teoria de psicodrama de Moreno, e Gayotto (1996), coloca que
esse vetor caracteriza a disposição positiva ou negativa dos integrantes do grupo, é a primeira
percepção subjetiva do outro. Essa autora descreve: “Para Pichon-Rivière, todo encontro é um
reencontro, ou seja, um mascaramento da realidade com os nossos personagens internos. Esta
sensação que se tem do outro sem conhece-lo (...).” (p. 93). A tele é localizada no vértice do cone, em
seu aspecto mais profundo e implícito, ela não é vista, é apenas sentida e está em todo encontro, em
toda aprendizagem e em toda a comunicação.
Esses vetores auxiliam também na identificação do que Pichon chama de pacto grupal. De
acordo com os medos básicos, o mundo interno de cada integrante e a trama vincular determina-se,
inconscientemente, qual será o pacto daquele grupo, podendo como exemplo, atuarem como o “grupo
certinho”, “grupo perfeito ou harmônico” ou mesmo “aqui não se diz o que realmente pensa ou
sente”, “proibido confrontar” e assim por diante. Os pactos são normalmente, alianças de resistência à
mudança, há um contrato grupal em que o que é renegado e ansiógeno não são permitidos emergir por
serem aparentemente ameaçadores. (Gayotto, 2003).
O papel do coordenador de um grupo operativo visa atuar nos processos de interação de modo
que o grupo opere em tarefa e desenvolva aprendizagens. Para isso, requer o desenvolvimento de uma
coerência interna e atitudes psicológicas que facilitem esse processo e esse coordenador não se envolva
no pacto grupal. As atitudes psicológicas de acordo com Gayotto (2003) são:
Observação ativa e criativa da dinâmica grupal: que é a capacidade de perceber a si e ao outro,
sem misturar-se;
Conseguir reconhecer e tolerar no emergente as contradições existentes que progridem e
regridem o movimento grupal;
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O vínculo também é envolvido pelas três instâncias psíquicas também descritas por Freud: id,
ego e superego. Quando o vínculo é estabelecido mais próximo do id, é um vínculo mais amoroso ou
mais agressivo. A proximidade com o ego traz operacionalidade por ser pautado mais na realidade e o
vínculo baseado no superego é mais culpógeno. Mas a estrutura psíquica se relaciona de maneira
mista, não sendo possível fazer uma separação tão clara, por ex: um vínculo perverso pode estar mais
perto do id, mas sofre também uma influência do superego.
Rivière (2007) nomeia uma classificação de tipos vinculares:
1. “Normal”
2. Paranoico
3. Depressivo
4. Obsessivo
5. Hipocondríaco
6. Histérico
Nas histerias de angústia o vínculo se caracteriza pelo medo de tudo, e em certo momento se
localiza em determinado lugar. Na fobia – medo do interior (claustrofobia) e do exterior (Agorafobia).
A ansiedade é advinda no fundo da desconfiança, mas aparece como medo.
Na histeria de conversão, determinadas fantasias se vinculam com o corpo, através de uma
sintomatologia ou ataque histérico.
Na neurose obsessiva o vínculo se caracteriza pelo controle e pela ordem.
Na psicose, os vínculos paranoide, depressivos e maníacos se caracterizam por serem de
controle também, mas são mais rápidos e operantes quanto à paralisação do objeto. O aumento da
ansiedade experimentada por um psicótico determina a necessidade de um controle maior do outro e
para seu alívio, realizar a paralisação desse objeto traz a sensação de que ele deixou de ser
persecutório.
Na esquizofrenia todos esses vínculos podem aparecer juntos, alternadamente ou com
predominância de um deles. É um tipo vincular de controle e desconfiança a certa distância
(isolamento da realidade). Igualmente ocorre na psicopatia.
Nas perversões existem vários tipos de vínculos. Pode-se dizer que a perversão é uma tentativa
de resolução de determinadas ansiedades.
Em sua teoria do vínculo, Rivière (2007) aborda que não existem relações impessoais, pois em
qualquer relação, existem os vínculos internos constituídos a partir da história de vida do sujeito,
também chamado de mundo interno e é a partir desse grupo interno que a pessoa se relaciona e se
vincula com o seu mundo externo. Um exemplo simples: se um grupo de pessoas tiver a tarefa de
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cuidar de um cachorro, em seu mundo interno cada indivíduo irá pensar em algo diferente, mas ao
interagirem e conversarem decidirão o melhor a fazer e nessa relação, entrarão os personagens do
mundo interno de cada um. Se eu estiver nesse grupo e minha base vincular é persecutória, vou querer
liderar a situação para obter o controle.
Há um reforço por parte do autor em afirmar que nenhuma pessoa se apresenta com uma única
maneira de se vincular, ou seja, em nossa dinâmica relacional (interna e externa), trazemos os diversos
tipos de vínculos mencionados acima, com maior ou menor intensidade.
Ainda com base no social, Rivière (2007) coloca que há três dimensões de investigação do
vínculo: do indivíduo, do grupo e da instituição. O que permite, inclusive, três tipos de análise:
Psicossocial - que parte do indivíduo para fora; Sociodinâmica – que analisa o grupo como estrutura e
Institucional – que toma todo um grupo, uma instituição ou um país como objeto de investigação.
Através de um estudo psicossocial, sociodinâmico e institucional da família, por exemplo, o
profissional pode obter um quadro completo da estrutura mental de um paciente. Ao analisar,
primeiramente, as tensões do paciente com os vários membros do grupo familiar (psicossocial), depois
as diversas tensões existentes entre todos os membros (sociodinâmico) e por fim, a relação dessa
família com o social (institucional), há a possibilidade de um diagnóstico e prognóstico pertinentes.
Pichon ainda enfoca que o paciente que adoece é um representante de uma estrutura tanto
individual quanto familiar. Conhecendo essa estrutura, duas partes podem ser conhecidas e manejadas
para um tratamento: a parte de si que o paciente deposita no grupo familiar e a outra que fica consigo.
Tudo se organiza em uma estrutura, uma Gestalt, na qual uma parte é o paciente e o restante, a família.
Forma-se, assim, uma totalidade e trabalhar essa totalidade e a doença como um emergente traz um
manejo possível para a condução da doença à saúde. Importante o profissional conhecer e analisar as
tensões internas dessa família e o momento em que ocorreu a ruptura e os motivos para essa cisão e
adoecimento.
A teoria da trama vincular que traduz a dinâmica de cada indivíduo também faz parte da teoria
da técnica de Grupo Operativo de Enrique Pichon-Rivière que veremos a seguir.
Código de Ética
Quando falamos no código de ética em concurso, percebemos através de muitas questões as
quais iremos trabalhar nessa apostila, que as bancas têm buscado a literalidade do texto, sendo assim
não temos como viajar muito e sim ler e reler.
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Ao trabalhar nosso código de ética, estamos falando da resolução CFP nº 010/05, essa
resolução embora seja curta cai em praticamente todos os concursos de Psicologia, e aqui não adianta
muito refletir, tem que ler as leis, depois reler e reler de novo.
Abaixo segue o código de ética do psicólogo acompanhado das poucas questões da Consesp e
comentários importantes (sublinhados) a cerca do conteúdo que mais tem caído em concurso, sempre
lembrando que é importante ter conhecimento de sua literalidade.
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Como observamos, esses princípios precisam estar muito claros e “decorados”, note que a
questão nas quatro alternativas coloca na literalidade todos os quatro princípios, alternativa correta
B.
Ao aprovar e divulgar o Código de Ética Profissional do Psicólogo, a expectativa é de que ele
seja um instrumento capaz de delinear para a sociedade as responsabilidades e deveres do psicólogo,
oferecer diretrizes para a sua formação e balizar os julgamentos das suas ações, contribuindo para o
fortalecimento e ampliação do significado social da profissão.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Esses princípios também precisam estar muito claro, pois costumam cair na maioria das
provas de concursos.
I. O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da
igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração
Universal dos Direitos Humanos.
II. O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das
coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão.
III. O psicólogo atuará com responsabilidade social, analisando crítica e historicamente a realidade
política, econômica, social e cultural.
IV. O psicólogo atuará com responsabilidade, por meio do contínuo aprimoramento profissional,
contribuindo para o desenvolvimento da Psicologia como campo científico de conhecimento e de
prática.
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Esse é outro artigo que costuma cair sempre em concursos, sempre falando de um dos dois
incisos, no caso da questão, note a literalidade, como pontuado no artigo, alternativa correta C.
Art. 16 – O psicólogo, na realização de estudos, pesquisas e atividades voltadas para a produção de
conhecimento e desenvolvimento de tecnologias:
a) Avaliará os riscos envolvidos, tanto pelos procedimentos, como pela divulgação dos resultados, com
o objetivo de proteger as pessoas, grupos, organizações e comunidades envolvidas;
b) Garantirá o caráter voluntário da participação dos envolvidos, mediante consentimento livre e
esclarecido, salvo nas situações previstas em legislação específica e respeitando os princípios deste
Código;
c) Garantirá o anonimato das pessoas, grupos ou organizações, salvo interesse manifesto destes;
d) Garantirá o acesso das pessoas, grupos ou organizações aos resultados das pesquisas ou estudos,
após seu encerramento, sempre que assim o desejarem.
Art. 17 – Caberá aos psicólogos docentes ou supervisores esclarecer, informar, orientar e exigir dos
estudantes a observância dos princípios e normas contidas neste Código.
Art. 18 – O psicólogo não divulgará, ensinará, cederá, emprestará ou venderá a leigos instrumentos e
técnicas psicológicas que permitam ou facilitem o exercício ilegal da profissão.
Art. 19 – O psicólogo, ao participar de atividade em veículos de comunicação, zelará para que as
informações prestadas disseminem o conhecimento a respeito das atribuições, da base científica e do
papel social da profissão.
Art. 20 – O psicólogo, ao promover publicamente seus serviços, por quaisquer meios, individual ou
coletivamente:
a) Informará o seu nome completo, o CRP e seu número de registro;
b) Fará referência apenas a títulos ou qualificações profissionais que possua;
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c) Divulgará somente qualificações, atividades e recursos relativos a técnicas e práticas que estejam
reconhecidas ou regulamentadas pela profissão;
d) Não utilizará o preço do serviço como forma de propaganda;
e) Não fará previsão taxativa de resultados;
f) Não fará auto-promoção em detrimento de outros profissionais;
g) Não proporá atividades que sejam atribuições privativas de outras categorias profissionais;
h) Não fará divulgação sensacionalista das atividades profissionais.
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Referência Bibliográfica
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revisão técnica: Marco Aurélio Fernandez Velloso; revisão da tradução: Monica Stahel. 7º edição. São
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