Utilização de aulas práticas e ou aulas de campo nas aulas de Ciências no Ensino
Fundamental: Por que é tão necessária?
O Ensino de Ciências, por meio da atividade Prática e ou de campo são de fundamental importância para que haja uma aprendizagem significativa, uma vez que é possível relacionar a teoria à prática (PINHEIRO). Essa abordagem proporciona um ensino de Ciências diferente do tradicional como as aulas expositivas. É importante reconhecer o papel da aula prática e de campo no processo de construção do conhecimento de Ciências (PINHEIRO). Os Parâmetros Curriculares Nacionais recomendam que a utilização de experimentos com alunos dos terceiro e quarto ciclos é de suma importância, a fim de que eles ganhem de forma gradativa a noção das características básicas de um experimento (BRASIL, 1998). A aula prática consiste em realizar uma determinada atividade com o intuito de explorar e de problematizar um conteúdo teórico ou de prová-lo, de forma concreta, ou seja, a prática deve existir o contato físico. Essa atividade pode consistir de experimentos no laboratório, pelo contato com estruturas dimensionais como maquetes, pela aula de campo e pela produção de materiais didáticos como modelos tridimensionais e etc. (PINHEIRO). O laboratório de Ciências deve unir a teoria à prática, deve ser o elo entre o abstrato das ideias e o concreto da realidade física. Pode ser usado para demonstrar um fenômeno, ilustrar um princípio teórico, coletar dados, testar uma hipótese, desenvolver habilidades básicas de observação ou medida, propiciar à familiarização com os instrumentos, propiciar experiências com a luz e o som, conhecer os hábitos alimentares e o modo de vida de determinadas espécies. Há uma infinidade de ações e procedimentos a serem desenvolvidos em um laboratório de ciências, não apenas a observação em microscópios ou a mistura de reagentes químicos (BRASIL, 2009). As aulas práticas devem propiciar a discussão, o levantamento de ideias e promover a contextualização e interdisciplinaridade, além do mais não deve ser um instrumento somente para que seja comprovada ou negada alguma teoria, mas que possibilite a reflexão e o posicionamento de cada aluno frente a um determinado problema científico, possibilitando a investigação do tema proposto e,promovendo a aprendizagem (PINHEIRO). Segundo ANDRADE & MASSABNI 2011, os professores, ao deixarem de utilizar atividades práticas, podem estar incorporando formas de ação presentes historicamente no ensino, pautado pela abordagem tradicional, sem maiores reflexões sobre a importância da prática na aprendizagem das Ciências. Para esses autores as atividades práticas devem estar situadas em um contexto de ensino e aprendizagem em que se desenvolvem tarefas de compreensão, interpretação e reflexão. Em relação as atividades de campo, muitos autores ressaltam as potencialidades das mesmas e discute que a mente tem a capacidade de aprender e reter melhor as informações quando o corpo interage de maneira ativa na exploração de lugares, enquanto experiências em que o sujeito é passivo tendem a ter impacto de curta duração e atenuam-se com o tempo (VIVEIRO & DINIZ, 2009). A atividade de campo pode ocorrer em um jardim, uma praça, um museu, uma indústria, uma área de preservação, um bairro, incluindo desde saídas rápidas ao entorno da escola até viagens que ocupam vários dias (VIVEIRO & DINIZ, 2009). Para VIVEIRO E DINIZ, 2009 a atividade de campo pode constituir uma excelente alternativa metodológica que permite explorar múltiplas possibilidades de aprendizagem dos alunos, desde que bem planejada e elaborada. Os principais desafios a serem vencidos são a questão da infraestrutura das escolas para ter um laboratório de ciências e técnico responsável pelo laboratório, além de materiais para uso nesse laboratório. Pode-se pensar em um laboratório que atenda várias escolas de uma comunidade. Os professores de Ciências também devem estar preparados para utilizar o laboratório com os alunos de modo a utilizar todo o potencial possível que um laboratório pode proporcionar aos alunos. que queiram introduzir na parte teórica o que seria visto na prática, buscando contextualizar o conteúdo de Ciências. Em relação a aula de campo, muitas vezes o colégio não dispõe de ônibus e combustível nem de condições financeiras para refeições quando a aula de campo é realizada em lugares mais distantes da escola. Os benefícios da utilização de aulas práticas e ou de campo são a possibilidade de contextualização e interdisciplinaridade dos conteúdos de Ciências visto em sala de aula. Nos alunos os benefícios são de aproximar de forma concreta de experimentos, possam refletir sobre os esses experimentos realizados fazendo com que se interessem e despertem mais por Ciências e Tecnologia. As aulas em campo podem fazer com que os alunos entendam mais a teoria vista na sala de aula. As aulas práticas pode proporcionar uma melhora na interação entre os alunos com o professor de Ciências. Em relação as possibilidades, o professor pode pesquisar na internet sobre experimentos científicos feitos com materiais alternativos e de fácil aquisição. Na aula sobre tipos de rochas e minérios o professor pode previamente buscar amostras de rochas em lojas de material de construção ou pedreiras/marmorarias e com isso trazer para a sala de aula exemplos de tipos de rocha, fazendo com que a aula se torne mais interessante para as crianças do 6º ano. Também pode realizar uma aula de campo num jardim ou no pátio do colégio ou em alguma área verde do bairro. Exemplos de conteúdos vistos em sala de aula e que poderiam ser utilizados em aulas práticas e ou de campo seriam a visita a parques nacionais/estaduais e municipais onde a flora e fauna de região poderiam ser apresentadas aos alunos, incluindo o conteúdo de classificação dos seres vivos (reinos, filos e etc). Materiais como células animais e vegetais poderiam ser visualizadas em um laboratório de ciências de modo que os alunos pudessem observar na prática as diferenças entre as mesmas. Visitas de campo a planetários para os alunos de modo que eles possam visualizar melhor os fenômenos (como eclipses e etc.) que ocorrem no sistemas solar, os planetas e suas luas vistos na sala de aula, despertando neles o interesse por Ciências e Tecnologia. Portanto, muitas vezes uma simples maquete sobre um dado assunto,por exemplo, o Sistema Solar pode fazer com que uma aula sobre Planetas, suas luas e fenômenos como eclipse solar e lunar podem contribuir com a aula teórica sobre esses assuntos. Na aula sobre tipos de rochas, no estágio, que me foi permitido dar aos alunos do 6° ano, busquei antes alguns tipos de rochas e minerais para apresentá-los na aula. De modo que a aula não fosse apenas teórica e sim mais interessante com esse material mostrado. ANDRADE, M.L.F. & MASSABNI,V.G.,2011. O Desenvolvimento de Atividades Práticas na Escola: um desafio para os professores de ciências. Ciência & Educação, v. 17, n. 4, p. 835-854. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Introdução. Ciências Naturais. Brasília: MEC/SEF, 1998 BRASIL. Pró-Funcionário – Curso Técnico de Formação para os Funcionários da Educação. Brasília: MEC / UnB, 2009. PINHEIRO, J.P.S., O Ensino de Ciências por meio da Atividade Prática e de Campo - Prática de Ensino em Ciências nos Anos Finais do Ensino Fundamental. Cruzeiro do Sul Virtual-Educação a distância. VIVEIRO, A. A. & DINIZ, R.G.S.,2009. As atividades de campo no ensino de ciências: reflexões a partir das perspectivas de um grupo de professores . Ensino de ciências e matemática, I: temas sobre a formação de professores [online]. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica.