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CORRENTE CONTÍNUA E ALTERNADA

1 Eletricidade
É o efeito do movimento de elétrons (cargas elétricas negativas) de um ponto para o outro,
ou o efeito causado pelo excesso ou falta de elétrons em um material.

1.1 Divisão da Eletricidade


Eletricidade divide-se basicamente em duas partes:

 Eletrostática;
 Eletrodinâmica.

1.1.1 Eletrostática
Estuda os fenômenos que acompanham as cargas elétricas em repouso.

1.1.2 Eletrodinâmica
Estuda as cargas elétricas em movimento, mas só se preocupa com o que ocorre nos
caminhos em que as cargas elétricas se movimentam (circuitos elétricos):
Por estes motivos vamos analisar os processos de transformação elétrica através da
eletrodinâmica que podem ser:

 Produção de eletricidade por pressão;


 Calor;
 Luz;
 Química
 Magnetismo ou eletromagnetismo.

1.1.2.1 Pressão Piezo elétrico


Alguns cristais, sobretudo os
cristais de Quartzo, têm a propriedade
de desenvolver cargas elétricas
quando as suas superfícies ficam
sobre ação de tração ou compressão.
Ex.: Microfones de cristal,
acendedores de fogão.

Fig. 01

1.1.2.2 Calor
Consiste em aquecer o ponto de
solda de dois metais diferentes. Quanto
maior for a diferença de temperatura
entre o ponto de solda e as pontas
opostas a este ponto, tanto maior será a
produção de eletricidade. Ex.:
Termopares utilizados em controle de
temperatura.

Fig. 02
1.1.2.3 Luz
Consiste em manter um feixe luminoso incidindo sobre a superfície de certas substâncias
que, ao serem atingidas pela luz, serão capazes de conduzir com mais facilidade as cargas
elétricas, ou produzirão cargas elétricas, ou emitirão elétrons. Isto provocará o aparecimento de
uma diferença de potencial elétrica (d.d.p) ou seja, a produção de eletricidade.
Ex.: Fotocélulas, bateria solar.
6
1.1.2.4 Química
Consiste em desenvolver uma diferença de potencial entre dois materiais, ou dois metais
diferentes ou um metal e um carvão, através da imersão dos mesmos num líquido condutor de
corrente elétrica, ácido e lixívia (solução alcalina extraída das cinzas fervida em água) ou água
com sal. Ex.: Pilha seca e acumuladores.

1.1.2.5 Magnetismo ou Eletromagnetismo


É o processo de tranformação de energia elétrica utilizando o fenômeno magnético e ou
eletromagnético.

Para entendermos melhor o


processo de Transformação de
Energia elétrica através do
magnetismo ou do
eletromagnetismo, torna-se
necessário conhecermos duas
Leis básicas que regem estes
fenômenos que são:
 Lei de Lenz
 Lei de Faraday Neumann

Fig. 03

2 Lei de Lenz
O sentido da corrente induzida é tal que, por seus efeitos, opõe-se a causa que a originou,
ou seja, ela origina um fluxo magnético induzido que se opõe a variação do fluxo magnético do
indutor.

Observe, na figura ao
lado, quando aproximamos o
ímã da bobina, imediatamente
surge nesta uma corrente
induzida que produz um campo
magnético contrário ao que o
originou. Este é o efeito
magnético para produção de
corrente elétrica.

Fig. 04

Observe, na figura ao lado,


quando afastamos o ímã da
bobina, nota-se que
imediatamente surge nesta uma
corrente induzida que produz um
campo magnético contrário ao
que o originou. Em ambos os
casos é necessário que haja
variação no movimento do ímã,
ou melhor, variação do fluxo
magnético.
Fig. 05

7
O mesmo é válido para o efeito eletromagnético (usando um eletroímã) da corrente elétrica
como mostra a figura abaixo.

Fig. 06

3 Lei de Faraday (1791 a 1867) Físico e Químico Inglês


A força eletromotriz induzida média (f.e.m.) em um circuito elétrico é igual ao quociente da
variação do fluxo magnético pelo intervalo de tempo em que ocorre esta variação, com o sinal
trocado. O sinal trocado é devido ao enunciado da lei de Lenz.

V m = - /t

4 Corrente de Foucaut (1819 a 1868)


Apesar de não possuir nenhuma
instrução científica superior, ele
observou que estas correntes são
aquelas provocadas por um fluxo
magnético variável em uma barra
maciça de metal, por exemplo por um
núcleo de transformador não
laminado.
Em uma barra maciça sua
resistência, dependendo do material e
do seu volume, é muito baixa
causando assim correntes altíssimas
no material e, conseqüente,
aquecimento no mesmo.
Fig. 07

5 Histerese Magnética
Do grego Hysteros que significa depois de, atrás de. É quando magnetizamos uma
substância ferromagnética e a mesma ainda permanece imantada, mesmo retirando-se a causa
de sua imantação. A este fenômeno também conhecemos remanência magnética.

6 Auto Indutância
O fluxo magnético de um circuito pode estar relacionando com a corrente neste circuito e
com as correntes em outros circuitos que estão nas vizinhanças. Observa-se que este fluxo
magnético em uma bobina depende diretamente das condições construtivas e do meio onde a
mesma encontra-se e da corrente elétrica que por ela circular (como visto no módulo 04).
O coeficiente “L” da equação depende das condições desta bobina e é denominado
indutância.

b = Li  Vm = - /t  Vm = - L i/t


8
A unidade de medida da indutância no Sistema Internacional (SI) é o Henry (H) que também
pode ser representado das seguintes formas:

1 H = 1Wb/A = T.m2/A (área)

Conhecidos os princípios básicos para geração de energia elétrica, vamos conhecer o


funcionamento de um gerador magnético e eletromagnético.

7 Geradores Elétricos
Geradores elétricos são máquinas que têm a capacidade de transformar em energia elétrica,
a energia mecânica acionada em seu eixo, através dos fenômenos magnéticos ou
eletromagnéticos

7.1 Gerador Magnético


É quando o campo magnético da máquina é produzido somente por um ímã artificial, estes
geradores são conhecidos como magnetos ou dínamos. Observe figura 03 acima.

7.2 Gerador Eletromagnético

É quando o campo magnético


da máquina é produzido por
eletroímã. Este tipo é mais utilizado
por oferecer maior rendimento.
Observe figura 08 ao lado.

Fig. 08

7.3 Tipos de Geradores


Existem dois tipos de geradores elétricos:
 Geradores de Corrente Contínua (CC) ou (DC)
 Geradores de Corrente Alternada (CA) ou (AC)

7.3.1 Geradores de Corrente Contínua


São aqueles que produzem corrente elétrica semelhante as produzidas pelas pilhas ou
acumuladores. A corrente elétrica nestes geradores circula em um único sentido e com polaridade
definida.

7.3.2 Geradores de Corrente Alternada


São aqueles que produzem corrente elétrica que varia seu sentido de circulação em função
do tempo, ou seja, ora a corrente está circulando em um sentido na carga, e no momento seguinte
passa a circular em sentido oposto e assim sucessivamente, não tendo assim polaridade definida
nos seus terminais de saída.

7.4 Divisão de um Gerador


Um gerador divide-se basicamente em seis partes:

Observe figura 08.

9
 Peças polares;  Anéis coletores
 Rotor;  Escovas
 Espira;  Carcaça (ou estator).

7.4.1 Peças Polares


São dois ímãs que estão fixos no estator e possuem forma interna de uma meia lua para se
adaptar em forma do rotor. Sua função principal é fornecer o campo magnético ao gerador.

7.4.2 Rotor
É peça giratória do gerador. É formado por finas lâminas de ferro com silício, o seu eixo é de
aço, e seus extremos são apoiados em rolamentos. No rotor estão enroladas as espiras.

7.4.3 Espira
Geralmente é feita de fio de cobre esmaltado, enrolado e isolado no rotor. A figura 08 nos
mostra apenas uma espira em torno do rotor.

7.4.4 Anéis Coletores


Nas pontas das espiras estão ligados os anéis coletores. Os anéis coletores, como o próprio
nome diz, são peças de cobre em forma de anéis, isolados e fixados no eixo do rotor. O conjunto
de rotor, espiras e anéis chama-se induzido. As espiras estão contidas no rotor. Este, por sua vez ,
é movimentado no sentido rotativo por uma força mecânica externa, como por exemplo através de
água, em uma hidrelétrica..

7.4.5 Escovas
As escovas são materiais construídos de carvão com propriedades de condução elétrica.
Esse material é muito usado por ser bom condutor e não sofrer muito desgaste por atrito. Ela é
responsável também pelos processo de retirada da eletricidade do induzido. As escovas de
carvão estão presas em peças isolantes chamadas porta-escovas que está fixo na carcaça.

7.4.6 Carcaça
É a parte externa do gerador. Ela tem por função sustentar as peças do gerador.

Vamos estudar, agora, o mesmo gerador porém com um coletor diferente chamado: “coletor
de lâminas ou comutador”.

8 Coletor Comutador
É um anel metálico que foi dividido em uma ou mais partes iguais, formando dois ou mais
segmentos isolados entre si e ligados, cada um, a uma extremidade da espira.
Em um gerador de corrente contínua cada
ponta de uma espira ou de uma bobina está
ligada a uma lâmina do coletor comutador.
Portanto, se o gerador tiver apenas uma bobina,
o coletor é composto por apenas duas lâminas.
A espira é colocada com isolação sobre o
rotor, e cada uma de suas extremidades é
conectada a cada parte da lâmina do coletor que
está isolada do eixo do rotor e entre si.
Os geradores de corrente contínua com
coletores comutadores, usados industrialmente
onde se necessitam de grandes potências,
possuem um grande número de bobinas.

Fig. 09

10
Consequentemente o coletor é composto também de muitas lâminas. Porém, cada lâmina
recebe uma extremidade de bobina, duas pontas, entrada e saída de bobinas adjacentes.

O processo de retirada da eletricidade do induzido é feito através de contatos deslizantes.


Este contatos são feitos de escovas de carvão que se apoiam nos coletores em movimento.

8.1 Geradores para Alta e Baixa Potência


Os geradores de baixa potência usam ímãs permanentes como peças polares. Já os
geradores de maior potência usam eletroímãs, pois estes podem oferecer grandes volumes de
fluxo magnético. Na verdade, nesses geradores, as peças polares são ímãs artificiais de pequena
intensidade e sobre elas são enroladas as bobinas formando um eletroímã.
 Aqui você tem um exemplo de um gerador
com peças polares formadas por
eletroímãs.
 As bobinas que formam o eletroímã são
chamadas de bobinas de campo.

Os ímãs artificiais fornecem um pequeno fluxo


magnético. Quando o induzido do gerador é
movimentado, as espiras cortam esse pequeno
fluxo magnético gerando uma corrente de fraca
intensidade que é conduzida para as bobinas de
campo, enroladas nos ímãs artificiais. Circulando
correntes pelas bobinas de campo, formam-se um
eletroímã com fluxo magnético de alta intensidade.
As espiras do induzido continuam girando e
cortam o intenso fluxo magnético produzido pelos
eletroímãs. Agora, uma corrente elétrica de grande
intensidade está sendo gerada. Colhida pelas
escovas, ela é retirada do gerador para ser utilizado
pelo consumidor.
Fig. 10

Você viu que a teoria eletrônica nos define o sentido real da corrente como sendo do pólo
negativo para o pólo positivo. Porém seu sentido convencional é do pólo positivo para o pólo
negativo. E assim você encontra a maioria das situações.

Sentido da corrente elétrica


Neste módulo instrucional, vamos
empregar o sentido real da corrente:
considerar que ela vai do negativo para o Convencional +  -
positivo.

Real -  +

9 Funcionamento de um Gerador Magnético de Corrente Alternada


Em uma fonte geradora, a corrente sai do pólo negativo e entra no pólo positivo. Nos
geradores magnéticos, os pólos variam com o movimento rotativo das espiras. Para que
possamos analisar a polaridade de uma espira, utilizamos a “Regra da mão esquerda para
geradores” .

11
Vamos observar como se representa a variação dos pólos pelo movimento das espiras.

 O dedo médio nos dá o sentido da corrente


elétrica.

 O dedo indicador aponta o sentido do fluxo


magnético.

 O dedo polegar indica o sentido do movimento da


rotação da espira. A parte escura vai descer.

Fig. 11

Se a corrente elétrica está saindo do


gerador o sinal é negativo, se está entrando
é positivo.

O movimento rotativo da espira será


da esquerda para a direita, no mesmo
sentido de deslocamento do ponteiro do
relógio, sentido horário.

Fig. 12

Agora você verá através de desenhos, as variações que a corrente elétrica sofre com o
deslocamento da espira dentro do campo magnético tendo como referência a parte escura da
mesma. Observe a representação da espira em vista frontal na figura 13.

Posição 1  A espira não se deslocou portanto não há variação de fluxo magnético na


espira.

Fig. 13

12
Os dois lados da espiras não
estão cortando as linhas de força;
portanto, não há produção de força
eletromotriz. O ponteiro do galvanômetro
está na posição zero.

Fig. 14

Posição 2  A espira se deslocou 45º a partir do ponto inicial e houve variação do fluxo
magnético na espira do gerador.
Observe a posição do ponteiro do galvanômetro.

Fig. 16

Fig. 15

Agora você pode ver, acima, que os condutores das espiras estão começando a cortar as
linhas de força do campo magnético. A corrente neste momento está entrando na parte escura da
bobina e passando pelo Pólo Sul.
O ponteiro do galvanômetro está indicando o surgimento de uma força eletromotriz induzida
nos condutores da espira, ou seja, tensão e corrente.
Posição 3  A espira se deslocou 90º a partir do ponto inicial.

Fig. 18

Fig. 17

13
Note que, nesta posição, houve um maior deslocamento do ponteiro do galvanômetro que
na posição anterior. Isto porque o plano da espira está paralelo ao campo magnético onde os
condutores estão cortando ao máximo as linhas de força e o galvanômetro registra tensão (ddp).
Quando maior a quantidade de linhas de força cortadas pela espira, maior é a força
eletromotriz nela induzida. Portanto, o ponteiro do galvanômetro está marcando a máxima
quantidade de força eletromotriz produzida na espira.

Posição 4  A espira se deslocou 135º a partir do ponto inicial.

Observe, agora, que o ponteiro do galvanômetro está indicando valor menor que o valor
marcado anteriormente. Os dois lados da espiras estão, neste momento, em posição inclinada
entre as peças polares. Nesta posição, apenas partes do fluxo magnético estão sendo cortadas
pela espira, produzindo nesta uma força eletromotriz cada vez menor.

Fig. 20
Fig. 19

Observação:

Na proporção em que a espira se afasta da posição horizontal o galvanômetro registra


menor força eletromotriz (tensão ou ddp).

Posição 5  A espira se deslocou 180º a partir do ponto inicial.

O ponteiro do galvanômetro retornou novamente para a posição zero. Aqui os dois lados da
espira não estão cortando as linhas de força, portanto não há indução de força eletromotriz nos
condutores da espira.

Fig. 22
Fig. 21

14
Posição 6  A espira se deslocou 225º a partir do ponto inicial.

Fig. 24

Fig. 23

Observe, agora, que o ponteiro do galvanômetro está se deslocando para a esquerda.


Lembre-se de que, até a posição 5, a parte escura da espira estava cortando o fluxo de cima
para baixo (Sul) e a parte clara de baixo para cima. A partir da posição 6, a parte escura começou
a deslocar-se dentro do campo magnético de baixo para cima (Norte) e a parte clara de cima para
baixo.
Como o sentido do deslocamento dos lados da espiras ficou invertido, inverteu-se também o
sentido de deslocamento da corrente elétrica (regra da mão esquerda). Por este motivo é que o
ponteiro do galvanômetro mudou de sentido. Agora ele está se deslocando para a esquerda. A
corrente, a partir deste instante, está saindo da parte escura da espira.

Posição 7  A espira se deslocou 270º a partir do ponto inicial.

Fig. 26
Fig. 25

Nesse momento, observe que o ponteiro do galvanômetro está marcando atividade máxima
da corrente elétrica fornecida pela espira. Nesta posição, em que o plano da espira está paralelo
ao fluxo magnético, induz-se a máxima corrente nos fios desta espira no sentido negativo.

Posição 8  A espira se deslocou 315º a partir do ponto inicial. A seguir.

15
Fig. 28
Fig. 27

Novamente os valores medidos pelo aparelho estão diminuindo. A corrente elétrica induzida
na espira está se reduzindo, pois os dois lados da espiras estão cortando um número cada vez
menor de linhas de força.
Posição 9  Finalmente, completou-se uma volta ou 360º.

Fig. 30
Fig. 29

Segundo o ponteiro do aparelho, não há presença de corrente elétrica na espira. Se você


está lembrado da primeira posição da espira no campo magnético, notará que é idêntica a esta
última posição com o lado escuro da espira na posição vertical superior.
Com isto, completamos uma volta de deslocamento da espira (ciclo) dentro de um campo
magnético. Para cada volta seguinte, os fenômenos de indução elétrica serão idênticos aos da
demonstração que você acabou de ver. Observe que a senóide que se formou representa as
oscilações da corrente alternada, saindo do ponto zero e retornando ao mesmo ponto. Após atingir
os pontos máximos e mínimos, desta forma a equação de saída do gerador monofásico é:

A = Área da bobina do gerador VS = VP . sen


B = Campo magnético uniforme
N = Número de espiras VS (t) = VP . sent   = t
da bobina do gerador Δ
 = Fluxo magnético na espira VM = VP = -  = Ângulo
Δt
 = NBMÁX A cos 
 = Velocidade angular
t = Tempo
VP = -  [NBMÁX . A cos (t)] VS = Tensão de saída
t VP = Vm = Tensão
máxima positiva ou
VP = N.BMÁX . A.  = Vm negativa
VS = NBMÁX A sen t
VMÁX. = NBMÁX A = VP

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Com isso, podemos dizer que:
 A Corrente alternada é o movimento de elétrons, ora em um sentido, ora em outro.
 O gráfico que desenvolvemos anteriormente foi feito em função das medidas obtidas do
gerador com coletor em anel.
 O gráfico de CA pode assumir diversas formas, mas sempre atingirá um ponto máximo
negativo e um ponto máximo positivo cruzando um ponto zero.

Vejamos alguns exemplos de outras formas de ondas de corrente alternada:

Na figura ao lado, vemos o exemplo de


forma de onda triangular, (dente de serra e
triangular ceifada respectivamente).

Fig. 31

Fig. 32 Fig. 33

10 Propriedades da Corrente Alternada


A corrente alternada, por ser uma onda que varia seu valor no tempo, possui algumas
características que lhes são particulares tais como período, freqüência, valor máximo (tensão
de pico, amplitude) e tensão de pico a pico.
10.1 Período
É o tempo em que uma onda executa uma volta completa, ou seja, o tempo que mesma


leva para realizar um ciclo. O período é representado pela letra “ ”e tem como unidade de
tempo o segundo (s).
10.2 Freqüência
É o número de oscilações ou ciclos que uma onda executa num tempo de um segundo. A
unidade de freqüência é o hertz “Hz” que representa um ciclo por segundo.

O período vária em função da freqüência, quanto maior for a freqüência menor será o
período desta onda, conseqüentemente existe uma relação inversa entre estes dois termos, logo
podemos deduzir a equação:
 = 1/f
 = período dado em segundo
f = freqüência, dada em hertz.

17
Exemplo 1.

18
Uma hidrelétrica fornece uma corrente alternada de 60 Hz. Calcular o período da corrente
alternada.
1 1
f = 60 Hz = f 
= 60 = 0,016 s

Vamos ver os valores mais importantes assumidos durante as variações da tensão e


corrente elétrica.

10.3 Valor Máximo ou Valor de Pico (Vp)


É o valor extremo, positivo ou negativo, que a tensão elétrica ou corrente elétrica alcança
em um semi-ciclo (metade de um ciclo).
Num ciclo existe sempre um valor de pico positivo e um valor de pico negativo. A soma, em
módulo, desses valores é denominado valor de pico a pico.

10.4 Valor Pico a Pico (Vpp)


É o valor que vai do máximo positivo ao máximo negativo. Em ondas simétricas este
corresponde a duas vezes o valor de pico.

Valor de pico a pico = 2 vezes o valor máximo  Vpp = 2 . Vmáx  Vpp = 2 Vp

Observação: Existem certas situações em que a onda da tensão e ou da corrente alternada


não são simétricas; isto é, os valores positivos não são iguais aos valores negativos. Nestes
casos, o valor pico a pico é obtido somando-se o valor máximo positivo com o valor máximo
negativo.

Exemplo 1.

Um gerador produz corrente alternada com valor máximo de 120 V. Calcule o valor de pico a
pico desta tensão.
Vpp = 2 . Vmáx  Vpp = 2.120  Vpp = 240 Volts.

Exemplo 2.

Calcule o valor máximo de uma tensão, onde o valor de pico a pico é 220 V.

Vmáx = Vpp /2  Vmáx = Vpp 220/2  Vmáx = 110 V

Você já viu o funcionamento do gerador com anel coletor e já sabe que ele produz um tipo
de corrente elétrica chamada corrente alternada. Estudaremos o tipo da corrente elétrica fornecida
pelo gerador com coletor comutador.

11 Funcionamento de um Gerador de Corrente Contínua (CC)


O gerador de corrente
contínua tem o mesmo
princípio de funcionamento
que o gerador de corrente
alternada, exceto pela forma
de coletarmos a tensão
gerada.
A posição da espira,
ao lado, está perpendicular
ao fluxo magnético; portanto
a espira não corta as linhas
de força do campo.

Fig. 34

19
Nessa posição, Fig. 36
a espira está paralela ao
fluxo magnético. Portanto,
ela está cortando as linhas
de força da esquerda para a
direita com máxima
intensidade no sentido
horário; também o ponteiro
do galvanômetro deslocou-
se para a direita.
Da posição inicial até a
posição ao lado, as
variações elétricas são
idênticas às do gerador com
anel coletor que você já
estudou.

Fig. 35 Fig. 36

A partir daqui, o
funcionamento é diferente
do gerador de anel coletor.
Veja a posição do ponteiro
do galvanômetro na
ilustração ao lado.
O ponteiro sempre se
desloca no mesmo sentido.

Fig. 37

Fig. 38

Observe que, de acordo com a “Regra da mão esquerda”, a corrente sempre sai da escova
negativa. O galvanômetro indica que a corrente está sempre no mesmo sentido.
Na espira a corrente é alternada; num momento, ela vai do lado escuro para o lado claro, e,
no outro, vai do claro para o escuro.
Porém a corrente terá sempre o mesmo sentido de deslocamento no galvanômetro; no
exemplo citado, da esquerda para a direita.
Isto quer dizer que a corrente de saída terá sempre a mesma polaridade, variando apenas
de valor, crescendo do zero até um valor máximo e voltando a zero. Posteriormente, cresce
novamente até o valor máximo caindo, por fim, outra vez a zero. Isto ocorre para cada volta
completa da espira.

De acordo com que você acabou de ler, acreditamos que já tenha condições de entender a
função do coletor comutador.

11.1 Coletor Comutador


Tem a função de comutar (mudar) a polaridade da tensão recolhida pelas escovas.

20
Vamos agora representar
graficamente os valores da tensão elétrica
fornecida pelo gerador coletor comutador.
Unindo as pontas do gráfico
anterior, teremos o gráfico da tensão ou
corrente elétrica produzida pelo gerador
de corrente contínua com coletor de
lâmina ou comutador.
Porém, pelo que representa o
gráfico, você observa os valores máximos
e mínimos onde o valor mínimo é zero.

Fig. 39

Essa corrente tem um só sentido; porém é pulsativa, pois tem grande variação de amplitude
(valor de pico). Mas se você tiver duas bobinas teremos outros valores intercalados. Está onda
também teve seu período reduzido na metade em relação a onda alternada monofásica que a
gerou. Com isso conclui-se que sua freqüência dobrou.
Já no caso da figura 40, vemos que a tensão gerada tem um valor constante
conseqüentemente a corrente na carga também é constante e a freqüência neste tipo de onda
elétrica é zero.

11.2 Tipos de Corrente Contínua


A representação gráfica da CC também pode assumir diversas formas, como nos exemplos
abaixo:

Fig. 40 Fig. 41

Você já viu que existem dois tipos de


corrente elétrica fornecidas pela fonte
geradora: A Corrente Alternada e Corrente
Contínua. Vejamos as aplicações dessas
Correntes e as vantagens que elas oferecem.

Fig. 42

11.3 Vantagens da CA
1- A principal vantagem da corrente alternada é que nós podemos aumentá-la ou diminuí-la
através de transformadores, que serão estudados no próximo módulo.

Por exemplo: Você sabe que a distância entre as hidrelétricas e as cidades é muito grande.
Portanto, para transportar a eletricidade de um ponto até outro costuma-se elevar a sua tensão.
Se vamos transmitir uma potência de 100 KW com 100 V, a corrente será:
21
P 100000
I=  I  I  1000 A
V 100

Mas se a tensão for elevada para 10 000 V para transmitir essa potência, a corrente será de:

P 100 000
I=  I  I  10 A
V 10 000

Diminuindo a intensidade da corrente elétrica, podemos diminuir também a bitola dos fios
condutores; diminuindo, conseqüentemente, a perda na rede. Nas hidrelétricas, a tensão é
elevada e assim transportada até os centros de consumo onde, novamente, é reduzido o valor da
tensão sucessivamente até a tensão de 127/220 V que é usada nas residências.
2 - A construção de motores elétricos que podem ter seus rotores curto-circuitados; assim,
seu custo torna-se mais barato.
11.4 Vantagens da CC

 Elevado torque inicial em motores;


 Grande gama de rotações;
 Controle fácil de rotação.
Exemplo: Essas aplicações são comuns em: ônibus elétricos, elevadores, metrô, eletroímãs,
trens elétricos etc.

Observação:

 A corrente contínua não oferece as mesmas possibilidades de ser transportada a longa


distância pelo fato de não ser facilmente transformada de uma tensão para outra.
 Os rotores dos motores para a corrente contínua são bobinados e possuem coletores.
Com isso o motor torna-se mais complexo, de difícil manutenção e mais caro.
 Atualmente muitos motores de corrente contínua estão sendo substituídos por motores
de corrente alternada, onde suas velocidades são controladas por inversores de freqüência.

Você vai ver agora que quando um gerador de corrente alternada, com dois pólos, completa
uma rotação a tensão completa um ciclo. Num gerador de quatro pólos uma rotação
corresponde a dois ciclos.
Se o gerador der 30 rps teremos 30 ciclos/s. Os alternadores têm, em geral, mais pólos. Se
ele tiver 4 pólos, por exemplo em 1 rotação/s, teremos 2 ciclos/s. Se der 10 rotações, será 20
ciclos/s. Assim, vimos que o número de ciclos/s depende de dois fatores: números de pólos e
rotação do gerador.
Veja a seguir a representação na figura 43.
Como podemos observar, a freqüência de
saída de um gerador está diretamente relacionada
com a rotação com que o mesmo está sendo
impulsionado pela força externa e ao número de
pares de pólos que o mesmo possui como podemos
constatar na equação que se segue.

f = r. Npp

onde:

f = freqüência da tensão de saída do gerador


r = rotação de impulso
Npp = número de pares de pólos

22
Fig. 43

23
Ex.: Qual deve ser a rotação por minuto de um gerador monofásico de quatro pares de
pólos para que o mesmo tenha 60Hz em sua saída?

f = r. Npp  60 = r . 4  r = 60/4  r = 15 ciclos/s  r = 15 . 60 rpm  r = 900 rpm


Npp = 4
f = 60 Hz

12 Valor eficaz da Corrente Alternada ou valor RMS


É o valor da corrente alternada que efetivamente (efeito real) corresponde ao da corrente
contínua. A experiência nos mostra que a média dos valores da corrente alternada, para um
mesmo tempo, produzem o mesmo efeito da corrente contínua.

Exemplo 01.

Por hipótese, se você fizer passar 1 ampère de corrente contínua (CC) por um resistor ele
se aquecerá a 80º C em dois minutos. Fazendo passar pelo mesmo resistor, no mesmo tempo
uma CA com o valor máximo de um ampère, você não obterá os mesmos 80º C.
Elevando-se o valor de CA até o ponto em que seu efeito seja igual ao da CC, você vai
verificar que ele chega ao valor máximo de 1,414 ampères, que é seu valor de pico. Então para
produzir o mesmo efeito que um ampère da CC é necessário uma CA cujo valor de pico seja
1,414 A.
O valor da CA que, no mesmo tempo, produz o mesmo trabalho que a CC é chamado valor
eficaz da corrente alternada.

1 A de corrente contínua em CC = 1 A de corrente eficaz em CA.

Ip = 2 . I ef ou Imáx = 1,4142 I ef

Vp = 2 . V ef ou Vmáx 1,4142 V ef
Observação:

Os aparelhos de medição, exceto o osciloscópio, não marcam o valor máximo da corrente


alternada e sim o valor eficaz e com a tensão elétrica ocorre a mesma situação já analisada.

Ex.: Um técnico leu com um multímetro uma tensão de 127Vac. Qual a tensão máxima (Vp) desta
tensão?

Vmáx = 2 . V ef  Vp = 2 . 127VAC  Vp = 179,6 VAC


Resumo:

 Os geradores podem produzir corrente contínua (CC) ou corrente alternada (CA) de


acordo com tipo de coletor usado, ou como futuramente iremos estudar, de acordo com
retificação eletrônica usada.

 A corrente contínua parte de um valor zero e cresce até um valor máximo decrescendo,
em seguida, até zero. Neste ponto, volta a crescer no mesmo sentido até o valor
máximo, voltando a decrescer até zero novamente.
Devido a isto, o sentido da corrente elétrica será sempre o mesmo e,
conseqüentemente, os pólos da fonte da corrente contínua serão denominados: pólo
positivo e pólo negativo.

 A corrente alternada parte de um valor zero e cresce até um valor máximo decrescendo,
em seguida, até zero. Neste ponto, passa a crescer no sentido oposto até o valor
máximo, voltando a decrescer até zero novamente. Nesta situação, a corrente tem um
sentido de circulação. Em um momento seguinte, inverte o sentido; e assim
sucessivamente. Logo, as fontes de corrente alternada não têm seus pólos fixados como
positivo ou negativo pois, neste caso, cada pólo torna-se positivo ou negativo quase que
24
simultaneamente. Portanto os pólos de um gerador de corrente alternada são chamadas
de Fase.

13 Gerador Trifásico
É aquele que produz três correntes ou tensões alternadas monofásicas simultaneamente. E
defasadas 120º entre si.
Um gerador trifásico é semelhante a um gerador monofásico. A diferença fundamental é que
no gerador trifásico existem três bobinas eqüidistantes entre si. Como mostra a figura 44.

13.1 Funcionamento de Gerador Trifásico


Para entendermos melhor como funciona um gerador trifásico vamos fazer simulações
através dos desenhos mostrados abaixo:

Você deve ter notado que existe uma


numeração ordenada das bobinas como segue:

Bobina:
I - Início 1 - final 4
II - Início 2 - final 5
III - Início 3 - Final 6

Observe que:

 movimentação do ímã é de trinta em


trinta graus;
 a cada movimentação do ímã, e após a
leitura dos valores indicados nos galvanômetros
de cada bobina, registraremos os respectivos
valores num gráfico conforme o modelo na
página 25.

Esta experimentação será totalmente hipotética haja vista que, numa situação real, é
praticamente impossível desenvolvê-la.
Nela acompanharemos a movimentação do ímã durante uma volta completa, ou seja, de 0º
a 360º.

Pronto para acompanhar a experimentação?

1ª Movimentação do Ímã a 0º
Iniciaremos os registros dos valores das três correntes, mantendo o pólo Norte do ímã
voltado para o ponto de 0º figura 44.

Observe que os galvanômetros estão marcando e que o pólo do ímã gera tensões
positivas nas bobinas. A bobina I não está sendo cortada por linhas de campo, consequentemente
não há tensão e corrente na mesma.

 da bobina I = 0
 da bobina II = -2,5
 da bobina III = + 2,5

25
2ª Movimentação do Ímã a 0º a 30º

 da bobina I = + 1,5
 da bobina II = - 3,0
 da bobina III = + 1,5

O valor máximo negativo registra-se


na bobina II, onde o pólo sul está de
fronte a mesma, enquanto nas bobinas I e
III são valores positivos e intermediários
de + 1,5 Volts de amplitude induzidos
pelo pólo norte do ímã.

3ª Movimentação do Ímã a 30º a 60º

 da bobina I = + 2,5
 da bobina II = - 2,5
 da bobina III = + 0

Observação:

Continuar a fazer a movimentação do ímã de 30 em 30 graus e esboçar o gráfico


correspondente a cada bobina do gerador trifásico.

26
4ª Movimentação do Ímã a 60º a 90º

 da bobina I = +3,0
 da bobina II = -1,5
 da bobina III = -1,5

5ª Movimentação do Ímã a 90º a 120º

 da bobina I = +2,5
 da bobina II = 0
 da bobina III = -2,5

6ª Movimentação do Ímã a 120º a 150º

 da bobina I = +1,5
 da bobina II = +1,5
 da bobina III = -3,0

7ª Movimentação do Ímã a 150º a 180º

 da bobina I = 0
 da bobina II = +2,5
 da bobina III = -2,5

8ª Movimentação do Ímã a 180º a 210º

 da bobina I = -1,5
 da bobina II = +3,0
 da bobina III = -1,5

9ª Movimentação do Ímã a 210º a 240º

 da bobina I = - 2,5
 da bobina II = +2,5
 da bobina III = 0

10ª Movimentação do Ímã a 240º a 270º

 da bobina I = -3,0
 da bobina II = +1,5
 da bobina III = +1,5

11ª Movimentação do Ímã a 270º a 300º

 da bobina I = -2,5
 da bobina II = 0
 da bobina III = +2,5

12ª Movimentação do Ímã a 300º a 330º

 da bobina I = -1,5
 da bobina II = -1,5
 da bobina III = +3,0

27
13ª Movimentação do Ímã a 330º a 360º

 da bobina I = 0
 da bobina II = -2,5
 da bobina III = +2,5

Note que, com esta 13ª movimentação, o ímã completou toda uma volta.
Conseqüentemente, o ímã completou um ciclo.
O ciclo da corrente alternada parte de um valor zero e cresce até um máximo decrescendo,
em seguida, até zero. Neste ponto, passa a crescer no sentido oposto até o valor máximo,
voltando a decrescer até zero novamente. Assim, analise o gráfico a seguir contendo o registro
total das correntes das bobinas I, II e III, e determine a partir de quantos graus as referidas
correntes tiveram seu início:

Você deve ter notado que:

 a corrente alternada da bobina I iniciou-se 0º; VR (t) = VP . sent

 a corrente alternada da bobina II iniciou-se 120º; VS (t) = VP . sen (t + 120º)

 a corrente alternada da bobina III iniciou-se 240º; VT (t) = VP . sen (t - 120º)

14 Valores de Tensão
São os valores assumidos pela tensão elétrica alternada com o passar do tempo.

Examine o gráfico da figura 50 montado e note que foram marcados três momentos (A, B e
C), através dos quais podemos visualizar, hipoteticamente, os valores das tensões (V R, VS e VT ),
naqueles momentos.
Você deve ter concluído que:

Momento A  a tensão VR apresenta um valor de +300 Volts; E as tensões V S e VT


apresentam um valor de -150 Volts cada.

Momento B  as tensões VR e VS apresentam um valor de +150 Volts cada; e a tensão VT


apresenta um valor de –300 Volts.

Momento C  a tensão VS apresenta um valor de +300 Volts; e a tensões VR e VT


apresentam um valor de –150 Volts cada.
28
Para determinarmos a tensão total nos momentos A, B e C basta aplicar a 2ª Lei de
Kirchhorff onde: VR + VS + VT = 0.

Exemplo:

Em “A” temos  - 300 V + 150 V + 150 V = 0  300 V = 150 V + 150 V, e assim sucessivamente
para os pontos B e C.

15 Valores da Intensidade da Corrente Elétrica Alternada


As correntes elétricas num gerador trifásico obedecem a primeira Lei Kirchhorff, IR + IS + IT=0

Para visualizarmos, usaremos no nosso estudo o sentido real da corrente elétrica, ou seja, a
corrente circulará do Pólo Negativo para o Pólo Positivo. Observe que se numa CA uma das
metades do ciclo apresentar uma tensão positiva, a outra metade apresentará uma tensão
negativa.

Analise o gráfico da figura 50.

Representamos graficamente a corrente elétrica retornando para o gerador da seguinte


forma.

Quando a corrente elétrica está saindo do gerador representamos da forma abaixo.

Agora examine o gráfico da corrente alternada trifásica abaixo e acompanhe a determinação


do sentido das suas três correntes elétricas, Fig. 50, em cada momento A, B e C, aplicando a 1ª
Lei Kirchhorff IR + IS + IT = 0

Momento A Momento B Momento C


IR = + 10 A IR = + 5 A IR = - 5 A
IS = - 5 A IS = + 5 A IS = +10 A
IT = - 5 A IT = - 10 A IT = - 5 A

Você deve ter concluído que, em qualquer instante, uma CA trifásica defasada de 120º tem
sempre: duas correntes elétricas entrando e uma saindo ou uma corrente elétrica entrando e duas
saindo.

Conforme você já estudou na Lei de Ohm, a corrente elétrica é diretamente proporcional a


tensão. Quando a resistência elétrica é mantida, constante a corrente aumenta a medida que a
tensão aumenta e vice-versa.

16 Ligações em um Gerador Trifásico

Agora, vamos verificar como podemos transportar a corrente alternada produzida por um
gerador trifásico. Observando a figura 51, seriam necessários seis condutores para o transporte
de energia para os consumidores, porém podemos diminuir esse número de condutores para três
ou quatro fios.
uir:

29
16.1 Ligação em Estrela com Neutro
Consiste em manter as pontas iniciais (1,2, e 3) das bobinas separadas e as pontas finais
(4,5 e 6) das bobinas conectadas em um único ponto (nó), que neste caso é chamado de neutro.
Simbolicamente esta ligação é representa pela letra maiúscula (Y).

Observe figuras abaixo:

16.2 Tensão de Fase (Vf).


É a tensão elétrica entre dois extremos de cada bobina de um gerador monofásico ou
trifásico. Observe figura 52.

16.3 Tensão de Linha (VL)


É a tensão elétrica entre duas fases, ou seja, entre duas bobinas em série simultaneamente.
Observe figura 52.

16.4 Corrente de Fase (If)


É a corrente elétrica que circula por cada bobina do gerador. Observe figura 52 e note que
IR = IL = If , IS = IL = If , IT = IL = If .

16.5 Corrente de Linha (IL)


É a corrente encontrada em cada uma das linhas de um gerador. Observe figura 52.

30
17 Equações para Tensão de Linha (VL) e Tensão de Fase (Vf)

Esta é uma relação existente entre a


tensão de linha e a tensão de fase em um
gerador trifásico de corrente alternada. Observe
o diagrama fasorial ao lado.
Fasor é um vetor girante de amplitude
igual ao valor de pico de uma onda senoidal,
girando no sentido anti-horário com velocidade
angular constante:
 = / t

VR (t) = Vf . sent ou VR = Vf 0º  VR = Vf

VS (t) = Vf . sen (t – 120º) ou VS = Vf -120º  VS = VP. (-1/2 - j 3 /2)

VT (t) = Vf . sen (t + 120º) ou VT = Vf +120º  VT = VP. (-1/2 + j 3 /2)

De acordo com a figura 52.

VRS = VR – VS = Vf – Vf . (-1/2 – j 3 /2)  VRS = 3 . Vf ( 3 /2 + j 1/2)  VRS = 3 . Vf 30º

VST = VS – VT = Vf (-1/2 – j 3 /2) – Vf.(-1/2 + j 3 /2)  VST = Vf (– j 3 )  VST = 3 . Vf - 90º

VTR = VT – VR = Vf (-1/2 + j 3 /2) – Vf  VTR = Vf (–3/2 + j 3 /2)  VTR = 3 . Vf (- 3 /2 + j 1/2)

VTR = 3 . Vf 150º

Como a tensão entre fases é igual a tensão de linha, conclui-se que:

VRS = VST = VTR = VL  VL = 3 Vf e I f = IL

Exemplo: Qual a tensão de linha em um circuito trifásico cuja tensão de fase é de 127 Vac?
VL = 3 Vf  VL = 3 . 127 VAC  VL = 220 VAC
18 Gerador Trifásico em Estrela
Um gerador trifásico ligado em estrela deve ter seus consumidores também ligados em
estrela e de modo que carreguem por igual as suas três fases. Desta forma podemos dividir este
circuito em:

 Circuito trifásico equilibrado;


 Circuito trifásico desequilibrado.

18.1 Circuito Trifásico Equilibrado em (Y)


É aquele que seus consumidores (carga) estão distribuídos uniformemente entre as fases
ou as linhas de um gerador.

31
Observe a figura ao lado:
Veja que devido os
consumidores possuírem a
mesma resistência, a corrente
elétrica que circula por ele é a
mesma, pois a tensão entre as
fases é igual. Com isso, a
corrente elétrica que circula no
neutro é zero pois como vimos
sempre existe uma corrente
saindo e duas entrando e vice-
versa.

18.1.1 Condutor Neutro em uma Ligação Estrela


O condutor neutro é utilizado caso haja necessidade de se obter, em um mesmo gerador
trifásico, a tensão de linha e a tensão de fase nas cargas. O ponto neutro é o fechamento comum
da ligação estrela.
Com este tipo de ligação podemos ter ligações para cargas de alta potência e cargas de
menor potência.

18.1.2 Cargas de Alta Potência em um Gerador (Y)


Geralmente são consumidores trifásicos de uso industrial tais como: fornos elétricos,
aquecedores e motores trifásicos.

Observe figura ao lado:

Note que, na figura, o neutro não


está conectado ao motor trifásico, isto
porque o mesmo é uma carga trifásica
equilibrada. Em um circuito trifásico
equilibrado a corrente elétrica no neutro é
nula não necessitando que o mesmo seja
conectado.

18.1.3 Cargas de Baixa Potência em (Y)


Geralmente são consumidores monofásicos de uso residencial e ou comercial tais como:
luminárias, eletrodomésticos e motores monofásicos.
Como é do seu conhecimento,
o fio neutro é normalmente aterrado,
assim ele poderá ser usado como
condutor de proteção sempre que a
concessionária local de distribuição o
permitir. Observe que, estando
aterrado, o neutro pode ser utilizado
para proteger o operador contra
choques.
Neste caso o fio neutro deve ser
isolado como os fios de fase e não
deverá ter fusíveis, ser comandado
ou interrompido.

32
18.2 Circuito Trifásico Desequilibrado em (Y)
É aquele que seus consumidores (carga) estão distribuídos desigualmente entre as fases ou
as linhas de gerador.
Esta ligação de cargas desiguais
deve ser evitada pois neste caso podem
causar danos ao gerador ou a carga. No
gerador porque uma ou duas de suas
fases podem trabalhar com maior
corrente. Na carga, porque se o neutro
vier a ser interrompido haverá
sobretensões em uma ou duas delas,
pois a tensão nas mesmas será dividida
proporcionalmente as suas resistências.

Observação: Está situação deve ser evitada pelo técnico para que não cause acidentes
elétricos e incêndios.
Caso seja necessário ligarmos cargas que irão carregar desigualmente as fases do gerador
ou poderão ser ligadas ou desligadas a gosto, devem ser conectadas de forma que cada carga
fique entre duas fases, ou seja, ligadas em triângulo.

19 Ligação em Triângulo ou Delta


Consiste em ligar as bobinas de forma que elas fiquem em série entre si, formando um
triângulo e a união entre elas formam as saídas do gerador trifásico.
Simbolicamente esta ligação é representada pela letra grega delta “ ”, observe a figura
abaixo:

Note que neste caso, as


bobinas foram unidas duas a
duas.

Observe:

 a ponta 1 com a ponta 6.


 a ponta 2 com a ponta 4, e
 a ponta 3 com a ponta 5.

19.1 Equações para Corrente de Linha (IL) e Corrente de Fase (If)


Da mesma forma que foram encontradas as relações entre a tensão de linha e a tensão de
fase em um circuito estrela, encontra-se semelhantemente as relações entre a corrente de linha e
a corrente de fase em um gerador ligado em triângulo. Observe figura 57.

IR + IRS - ITR = 0  IR = ITR - IRS IS + IST - IRS = 0  IS = IRS - IST


IT + ITR - IST = 0  IT = IST - ITR IL = 3 . If e VL = Vf

19.2 Gerador Trifásico Fechado em Triângulo () Equilibrado


Note que as cargas ligadas ao gerador são todas de 100, estando também ligadas em
triângulo carregando, portanto, igualmente as fases do gerador. Observe figura 58.

33
19.3 Gerador Trifásico Fechado em Triângulo () Desequilibrado
Nesta situação, temos as cargas ligadas em triângulo ao gerador, porém com resistências
diferentes carregando desigualmente as fases do gerador. Observe a figura abaixo:

Importante!

Esta ligação poderá causar um


excesso de corrente capaz de danificar o
circuito ou o gerador.

34
Exercícios

Marque “V” nas alternativas verdadeiras e “F” nas falsas.

1) A eletricidade divide-se em:

( ) Química
( ) Pressão
( ) Eletrostática
( ) Eletrodinâmica
( ) Calor

2) Na eletrodinâmica os processos de geração de eletricidade são:

( ) Pressão calor
( ) Pressão, calor e luz
( ) Química, luz, calor, pressão, magnetismo e eletromagnetismo
( ) Luz somente
( ) Magnetismo

3) Corrente de Foucaut são:

( ) Quando aquecemos o ponto de solda de dois metais diferentes


Desenvolve cargas elétricas quando suas superfícies ficam sobre ação de tração ou
( )
compressão
( ) Aquelas geradas por uma bateria
( ) Aquelas geradas por ação da luz
( ) Aquelas provocadas por um fluxo magnético variável em uma barra maciça de metal

4) No gerador eletromagnético temos que:

( ) Não existe magnetismo


( ) O campo gerado é o de um ímã
( ) Existe apenas o pólo norte
( ) O campo é gerado por um eletroímã
( ) Existe apenas o pólo sul

5) Quanto ao geradores de corrente alternada podemos afirmar:

( ) São aqueles no qual a corrente elétrica gerada circula em um único sentido


( ) É a peça giratória do gerador
São aqueles que produzem corrente elétrica que varia seu sentido de circulação em função
( )
do tempo.
( ) São dois ímãs que estão fixos no estator.
( ) São feitas de fio de cobre esmaltado.

6) Qual a diferença principal de um gerador CC para um gerador CA, quanto a sua construção?

7) Escreva com suas palavras o enunciado da Lei de Faraday?


35
8) Qual a onda resultante de um gerador CC e CA monofásico?

9) O que é período de uma onda alternada? E qual sua relação com a freqüência da mesma?

10) Que é valor de pico e qual sua relação com o valor de pico a pico em uma onda elétrica?

11) Qual o período de uma onda elétrica de 60 Hz?

12) Em sua residência você mediu com multímetro uma tensão de 127 Vac. Pergunta-se:

a) Qual o valor eficaz ou RMS da tensão?

b) Qual o valor da Vp e Vpp?

13) Qual deve ser a rpm de um gerador de 6 pares de pólos para que a freqüência de sua tensão
gerada seja 60 Hz?

14) Em um gerador trifásico suas bobinas monofásicas estão defasadas de:

15) Conceitue tensão de fase “Vf” e corrente de fase “If” em um gerador trifásico?

16) Conceitue tensão de linha “VL” em ou gerador trifásico.

17) As tensões de fases em um G3F estão defasadas de:

18) Em um gerador 3 F ligado em Y sem o neutro a tensão em uma bobina vale 127 Vac. Qual as
tensões de linha?

19) Qual a tensão de linha em um G3F ligado em “” com tensão de fase de 220 Vac?

20) Um G3F ligado em “Y” tem VL igual a 380 Vac. Qual a Vf?

36
21) Em um gerador 3F ligado em “Y” com neutro, possui tensão de linha de 220 Vac 60 Hz.
Ligado a ele está uma carga 3F em “Y” equilibrada de 12,7  cada. Calcule a corrente de
neutro e as correntes de linha.

22) Suponha que nos exercícios 21 as cargas tenham os seguintes valores: 5; 10; 12,7.
Calcule a corrente de neutro?

23) Um G3F em “” possui cargas ligadas em triângulo para 220 Vac e 12,7  cada. Calcule as
correntes de fase e as de linha.

24) Suponha que no exercício 23 as cargas tenham os seguintes valores 5; 10; 12.7 .
Calcule as correntes de fase e de linha.

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