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COMENTÁRIO: Livro II

No livro II Sócrates propõe uma análise do que vem a ser a justiça. Buscando a justiça no
espectro da cidade. Pela análise da cidade (polis), como reunião de indivíduos, pode-se
analisar com mais clareza, em um momento seguinte, o que a justiça vem a ser no indivíduo.

Sócrates inicia sua argumentação determinando que a cidade nasça por uma falta de
autossuficiência dos homens. A partir daí submete a discussão o projeto de busca da base
fundamento de uma cidade ideal, descrevendo o que é necessário à vida de uma cidade.

Sócrates propõe uma cidade cuja forma de vida seja baseada na simplicidade, priorizando o
necessário do superfulo.

Glauco se indigna com o modelo de vida simples, defendendo que uma vida digna deve ser
pautada no luxo. Após estabelecerem algumas complexidades que fundamentam essa vida
luxuosa, fica claro que esta por tornar-se complexa e exigir mais espaço territorial, por
exemplo, é origem de guerra. Portanto é necessário guardiões bem treinados.

Principais características do guardião: brandos com os seus e rudes com os inimigos (brando e
irascível) e possuir índole filosófica. Pela dificuldade em estabelecer junção entre o brando e
o rude, pois para discernir um rosto amigo de um inimigo não pode ser determinado porque
conhece ou desconhece o outro, é necessário que este possua uma índole filosófica. Portanto
o bom guardião deve ser filósofo, irascível, ágil e forte.

Educação proposta ao guardião: Deve começar pela música, a começar pelas fábulas contadas
as crianças. Para isso é necessário vigiar os fazedores de fábulas, escolher suas boas
composições e rejeitar as más. As primeiras fábulas devem ser as mais belas e as mais
apropriadas para ensinar-lhes a virtude.

Partindo do pressuposto que Deus é bom é importante que as histórias que demonstrem um
caráter “mal” dos deuses, visto que estas não contribuem com a virtude, não devem ser
contadas. Portanto é vedado aos poetas atribuir maldade aos deuses, salvo quando o poeta
evidencie um castigo, desde que a punição seja justa. “Deus não é a causa de tudo, mas
apenas do bem” (PLATÃO, ****).

Visto que muitas das historias podem causar medo e demonstrar um caráter duvidoso dos
deuses, e que as historias devem auxiliar na formação virtuosa, a segunda consideração à
cerca das composições poéticas é que os deuses “não são mágicos que mudam de forma e não
nos extraviam por meio de embustes, em palavra ou em ato” (PLATÃO, ****).
COMENTÁRIO: Livro III

O início do livro retoma a discussão a cerca da educação do guardião. Ainda sobre a poesia,
segue estabelecendo quais a histórias que devem ser contados e quais devem ser banidas.

O guardião não deve ter medo da morte, portanto é necessário que as histórias sobre Hades,
por exemplo, devem ser banidas, visto que essa torna o homem medroso, portanto mais
distante da virtude. O guardião deve temer a escravidão mais que a morte. Para servir a
educação do guardião deve-se eliminar tudo que pode causar medo ou falta de coragem. Pois
estes homens devem encarar qualquer circunstancia, por exemplo, a guerra, com brandura,
sem excessos.

Ao estabelecer que a mentira é inútil aos deuses, mas útil aos homens, se utilizada como
remédio, determina que compete aos chefes da cidade mentir, no interesse da cidade, para
enganar os inimigos ou cidadãos. Para todos os outros é vedado e passível de punição, visto
que ação como esta pode destruir a cidade.

O diálogo segue afim de estabelecer do que deve servir a educação dos guerreiros e do que
não deve. Como por exemplo, os poemas de Homero são frequentemente rechaçados, visto
que estes frequentemente exaltam a injustiça. Ao fim da discussão sobre o que deve ser dito
sobre os deuses, Sócrates afirma que apenas quando puder ser evidenciada a natureza da
justiça e sua estreita relação com a felicidade, que uma historia pode ser contada ao homem.

Ao dar tratativa a imitação, Platão, julga a imitação como algo baixo, que deve ser evitado ao
máximo pelos homens de boa estirpe. Portanto os guerreiros não devem ser imitadores.

Ao encerrar a parte da música que trata dos discursos e das fábulas, nosso autor vai dar
tratativa no que diz respeito ao canto e a melodia.

As harmonias musicais que incitarem paixões exageradas, como as chorosas, não devem ser
praticadas, em vez dessas, são úteis as harmonias que maximizam os valores dos homens
tanto na guerra como fora desta. A discussão sobre harmonia, ritmo e elocução proposta no
texto, determina que há uma certa harmonia e ritmo no homem bom e sábio, que são opostas
aos homens maus. Portanto fica evidente a influencia da música na formação do homem
virtuoso, sendo a música componente importante na educação do guardião. O verdadeiro
amor é definido como aliado a ordem e ao belo. A música deve acabar no amor do belo.

O cuidado do corpo, a ginástica, é imprescindível aos guerreiros, dada a relação entre o corpo
e a alma. Porém, os cuidados com a alma são mais importantes, pois, a boa alma é consoante
ao bom corpo e não, necessariamente, o contrário. A comida deve, também, sofrer moderação,
como as harmonias musicais, pois a extravagância leva à doença do corpo.

Os médicos e os juízes também são necessários a cidade, mas somente os bons. Estes
necessitam de experiência externa, pois não sentem as doenças ou as injustiças, mas se
ocupam de diversas destas em almas alheias.
É admitido uma certa eugenia, visto que é preciso que o homem não deve ter sua vida
prolongada, caso uma enfermidade implique em dificuldade de realização do trabalho.
Também não admite longas investidas médicas em doentes. Além disso, ao dizer que aos que
tiverem alma mal-dotada deve-se matá-los, parece defender, para o bem das próprias almas
ruins e da cidade, a pena de morte.

Concluem que a música torna a alma branda e a ginástica torna-a impetuosa. A virtude do
bom guerreiro se encontra em uma harmonia entre essas duas qualidades: a brandura e a
impetuosidade.

A seguir, tratam sobre o papel que exercerá os governantes da cidade e quem serão estes.
Devem ser escolhidos entre os guardiões. Toda a educação proposta tem como objetivo
condicionar o homem para perceber que o bom governante faz o que é melhor para a cidade.
Entre os guardiões de maior destaque, após teste criterioso, definiria os governantes, sendo
aqueles que nunca se esquecem ou mudam de ideia para com os assuntos da cidade. Utiliza-se
do mito para indicar as divisões na cidade. O mito diz que os homens que foram feitos para
governar são constituídos por ouro, os auxiliares por prata e os artesão e os agricultores por
bronze e ferro. Com relação aos deveres do guerreiro deixa claro que estes não devem ter
riquezas e propriedades. A vida do guerreiro será comum, ou seja, em volta de todos os outros
cidadãos. Os guerreiros precisam reconhecer que já possuem, em suas almas, ouro e prata e
por isso não necessitam do material, que leva a discórdia e ao ódio.
COMENTÁRIO: Livro III

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