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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS


Processo Nº. : 0003794-19.2016.8.05.0110

Classe : RECURSO INOMINADO


Recorrente(s) : COELBA COMPANHIA DE ELETRICIDADE DO
ESTADO DA BAHIA

Recorrido(s) : SALVADOR JOSE DE SOUZA

Origem : 2ª VARA DO SISTEMA DOS JUIZADOS - IRECÊ


Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

G
SITUAÇÃO IDÊNTICA AO PROCESSO ANTERIOR
DRA, A PARTE JUNTA NO EV 01 DOCUMENTO DO INSS QUE INDICA SER
APOSENTADA POR IDADE. N JUNTA DOCUMENTO QUE PROVE ATIVIDADE RURAL.
SENT REFORMADA PELA IMPROCEDÊNCIA
VOTO-E M E N T A
RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. FORNECIMENTO DE ENERGIA
ELÉTRICA. ALEGAÇÃO DE COBRANÇA INDEVIDA. PEDIDO DE
ENQUADRAMENTO DO IMÓVEL COMO RURAL. IMPRESCINDÍVEL
COMPROVAÇÃO DA DESTINAÇÃO ECONÔMICA DO IMÓVEL. APLICAÇÃO
DE TARIFA PRÓPRIA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DAS ALEGAÇÕES.
ART. 373, I DO CPC. IMPROCEDÊNCIA. SENTENÇA REFORMADA .
1. A Recorrente insurge-se contra sentença que julgou procedente a ação,
nestes termos: “Diante do exposto, e de tudo mais que dos autos JULGO
PROCEDENTE EM PARTE os pedidos e com fundamento no art. 186 do Código Civil.
CONDENO a parte ré no pagamento da importância de R$ 1.000,00 (hum mil reais) a
título de danos morais, acrescido de correção monetária pelo INPC e juros de mora na
base de 1% por cento ao mês, contados da data do arbitramento, nos termos da Súmula
362 do Superior Tribunal de Justiça. DETERMINO que a parte ré emite a parte autora
faturas de energia na qualidade de tarifa rural, a partir desta.Por fim, considerando os
descontos das faturas de energia a devolução em dobro instituída pelo Código de Defesa do
Consumidor, CONDENO a parte ré ao pagamento a título de repetição de indébito no
importe R$ 2.160,00 (dois mil cento e sessenta reais) acrescido de correção monetária
pelo INPC e juros de mora na base de 1% por cento ao mês, contados da data do
desembolso..”.
2. Trata-se de ação movida buscando o enquadramento do seu imóvel
como rural e refaturamento das contas nos últimos 5 anos de acordo com
tal tarifa, bem como indenização pelos danos sofridos. A recorrente busca a
reforma da sentença, reiterando os argumentos a favor da tese do
enquadramento na tarifa especial destinada a imóveis rurais, argumentando
ter preenchido os requisitos para tanto.
3. A parte recorrente busca a reforma da sentença, alegando , em síntese, a
incompetência absoluta dos juizados em virtude da complexidade da prova
a ser produzida, que a cobrança observou o quanto disposto nas normas
regulamentares, que a mera localização geográfica não é suficiente para a
comprovação da atividade rural, sendo mister a prova da destinação
econômica do bem.
4. A sentença impugnada entendeu em síntese que a instrução probatória
esclareceu que, de fato,a parte autora desenvolve atividades econômicas que
se relacionem com os requisitos necessários para a concessão do benefício da
tarifa rural, tendo sido demonstrada a destinação econômica dada ao imóvel.
5. 3. Da leitura atenta dos autos, verifica-se que, a despeito da alegação de
localização em zona rural, o entendimento consolidado da Turma exige ainda a
comprovação da destinação do imóvel para a prática de agricultura, pecuária
ou aqüicultura.
4. A jurisprudência confirma o critério da destinação econômica do imóvel
como o definidor da tarifa aplicável em caso de consumo de energia elétrica:
Ementa: FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. TARIFA RURAL EM
FACE DA DESTINAÇÃO ECONÔMICA DO IMÓVEL. -Já é reiterada a
jurisprudência das Turmas Recursais no sentido de assegurar a tarifa segundo a
destinação econômica do imóvel, independentemente da sua localização.
-Preponderância do Estatuto da Terra sobre as definições outorgadas por lei
municipal ou pelas resoluções da ANEEL. -Destinação rural do imóvel
suficientemente demonstrada. -Negado provimento ao recurso, mantida a sentença
por seus fundamentos. (Recurso Cível Nº 71000503151, Segunda Turma Recursal
Cível, Turmas Recursais, Relator: Mylene Maria Michel, Julgado em 19/05/2004).
5. Diante da ausência de comprovação da destinação econômica dentre as
atividade rurais acima referidas, não há verossimilhança nas alegações para
acolhimento das pretensões autorais.
6. A parte acionante não colaciona documentos que atestem o preenchimento
do aludido requisito, sendo insuficiente para tanto a mera comprovação de
estar o imóvel situado na zona rural do município . O documento do INSS
colacionado aos autos no evento 01, doc “documento rural”, apenas comprova
a condição de aposentada por idade, o que por óbvio indica situação distinta se
fosse o caso de aposentasdoria rural. Não houve a produção de prova
testemunhal, bem como inexistem nos autos outros documentos que atestem
que a parte acionante efetivamente desenvolvia atividade rural.

.
6. ISTO POSTO, voto no sentido de CONHECER e DAR PROVIMENTO ao
recurso interposto para refromar a sentença e julgar improcedente o pedido.
Sem custas e honorários advocatícios pelo êxito da parte no recurso.
Salvador, Sala das Sessões, 20 de Julho de 2017..
BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Presidente e Relatora

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA


2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS
Processo Nº. : 0003784-72.2016.8.05.0110

Classe : RECURSO INOMINADO


Recorrente(s) : COELBA COMPANHIA DE ELETRICIDADE DO ESTADO DA
BAHIA

Recorrido(s) : SALVADOR JOSE DE SOUZA

Origem : 2ª VARA DO SISTEMA DOS JUIZADOS - IRECÊ


Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

ACÓRDÃO

Acordam as Senhoras Juízas da 2ª Turma Recursal dos Juizados


Especiais Cíveis e Criminais do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, MARIA
AUXILIADORA SOBRAL LEITE –Presidente e Relatora , ISABELA SANTOS LAGO e
ALBÊNIO LIMA DA SILVA HONÓRIO, em proferir a seguinte decisão: RECURSO
CONHECIDO E PROVIDO . UNÂNIME, de acordo com a ata do julgamento. Sem custas
processuais e honorários advocatícios pelo êxito da parte no recurso. .
Salvador, Sala das Sessões, 20 de Julho de 2017.
BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Presidente e Relatora

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