You are on page 1of 23

A partir do século III o Império Romano começou a se enfraquecer,

e diversos povos começaram a invadir seu território. Quando o império


caiu, vários reinos bárbaros tomaram seu lugar. Durante alguns séculos a
cultura romana e arte romana foram esquecidas, sendo conservada
somente pela Igreja católica, nos mosteiros.
Essa situação só seria mudada com o surgimento do Império
Carolíngio, fundado pelo rei dos francos, Carlos Magno. Ele tentou
restabelecer o império romano e torna-se ele mesmo imperador do
ocidente. Ele tentou recuperar o conhecimento romano que estava
espalhado através da criação de oficinas de arte, onde a cultura grega e
romana foi sendo recuperada.
A arte Românica é como é
chamada a arte surgida nesse
período, nos séculos XI e XII. Ela
leva esse nome por ser semelhante
a arte romana, e usar algumas de
suas técnicas.
Ela no entanto é formada da
união da arte romana com a dos
diversos povos que a adotaram,
principalmente os povos
germânicos.
Outra grande diferença
é que a arte românica é
extremamente religiosa, toda
voltada para a transmissão do
cristianismo, que foi se
espalhando pelo império
romano a partir do século I.
Na arquitetura
românica as técnicas e
modelos romanos (como
a abóbada e o arco) foram
novamente surgindo,
porém de maneira
diferente.
As principais
construções que
observamos nesse
período são as igrejas.
As igrejas românicas se
caracterizam por serem mais
largas, possuírem as paredes
grossas e janelas estreitas,
semelhantes as de um castelo.
Por causa disso, essas igrejas são
chamadas de “Fortalezas de
Deus”
Em locais como a Itália, a herança romana era ainda muito forte,
como vemos na Catedral de Pisa, que parece um templo antigo, com suas
colunas e frontões.
Nas construções românicas percebemos dois tipos de
abóbadas: A abóbada de berço e a de aresta.
As abóbadas de berço eram feitas como um arco longo. Mas elas tinham diversos problemas.
Como eram construídas de pedra e não com cimento, elas eram muito pesadas, o que
aumentava o risco de desabamento. Para suportar todo esse peso, era necessário construir
pilares e paredes bastante grossos. No caso das paredes, elas não podiam ter muitas aberturas e
nem aberturas muito grandes (pois aumentaria o risco de a estrutura desabar). Isso tudo
resultava em igrejas com muito pouca luminosidade em seu interior.
Após muitas experiências e tentativas, os arquitetos passaram a desenvolver uma nova
forma de abóbada, que cruzava duas abóbadas de berço e utilizava as arestas desse encontro
para suportar a maior parte do peso do telhado. Daí surgiram as abóbadas de arestas.
A grande vantagem desse novo tipo de abóbada é que ela era mais resistente e distribuía
melhor o peso nos pilares, fazendo com que as paredes não precisassem ser tão grossas e assim
se poderia abrir mais janelas, melhorando a iluminação no interior das igrejas.

As arestas são essas linhas formadas na junção de duas abóbadas


A maioria da pintura e escultura dessa época estava localizada na igrejas, principalmente
naquelas que ficavam nos caminhos das peregrinações.
As peregrinações são longas viagens com destino a locais sagrados, feitas completamente
ou a maior parte a pé. Ao longo do caminho eram construídas igrejas como pontos de
descanso e culto para os peregrinos. Na época românica essas igrejas em especial eram cobertas
de esculturas e pinturas, que tinham como intenção ensinar as histórias sagradas.

O caminho para a igreja de


Santiago de Compostela,
muito visitada até hoje
A pintura e a escultura nas igrejas românicas serviam para ensinar as pessoas, que na sua
maioria eram analfabetas, as histórias sagradas e a religião, esse era o único tema que
observamos nessas igrejas.
Como a função é contar uma história, essas pinturas e esculturas não se preocupam com o
realismo. As pessoas são mostradas muito alongadas e com os braços e pernas muito grandes.
Isso acontece porque o que importa é o que elas estão fazendo e não se estão retratadas iguais à
realidade.
A maioria das esculturas era feita diretamente na parede. As esculturas localizadas na parte de
cima do arco da porta principal (um local chamado tímpano) eram sempre as mais detalhadas,
pois são as primeiras que as pessoas iriam ver ao entrar na igreja.

tímpano
Lembram do Egito? Aqui também existia a técnica de
representar as pessoas mais importantes em um tamanho
maior do que as outras. Como na escultura de Jesus
mostrada abaixo.
Como as paredes das igrejas eram
grandes e com janelas estreitas, a técnica do
afresco era utilizada nessa época. Serão
criados os murais: que são grandes cenas
pintadas nas paredes das igrejas.
A pintura românica terá duas
características que a diferenciam das pinturas
anteriores:

Colorismo: uso de cores puras, uniformes,


sem gradação ou transição entre as cores

Deformação: É o exagero intencional de uma


das partes do corpo, para ressaltar uma ideia
ou mensagem, como por exemplo as mãos
muito longas para mostrar a benção ou os
olhos muito grandes para mostrar sabedoria
Além dos murais, outro
tipo de pintura muito comum
nessa época são as iluminuras: as
pinturas feitas para ilustrar os
livros.
As pinturas que
tomavam uma página inteira e
geralmente ilustravam uma cena,
eram chamadas de miniaturas.
As que eram uma forma
desenhada da primeira letra dos
capítulos, eram chamadas de
capitulares.
Esse tipo arte era
dominada quase que
exclusivamente pelos monges
que copiavam os livros.

You might also like