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CAPÍTULO MECÂNICA DOS

MATERIAIS
Notas de Aula:
Introdução à
João Vizinha
ISEC 2006-2007 Resistência de Materiais –

Baseado no livro:
Mechanic of Materials
Conceito de Tensão
3rd Edition
Ferdinand P. Beer
E. Russell Johnston, Jr.
John T. DeWolf
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Conteúdo Programático
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS

Conceito de Tensão Tensões em Ligações

Revisão de Estática Análise de Tensões e exemplo


de projecto
Diagrama de Corpo Livre
Tensões num Plano Oblíquo
Análise de Tensões
Tensões Máximas
Carga Axial: Tensão Norma
l Estado Geral de Tensões
Carregamento Centrado e
Descentrado Coeficiente de Segurança

João Vizinha - 2006-2007


Tensões de Corte Exercícios Resolvidos

Tensões de Corte: Exemplos Exercícios Propostos

1-2
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Introdução
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS

• O principal objectivo do estudo da Mecânica dos


Materiais é providenciar ao futuro engenheiro dos
meios para analisar e projectar estruturas e elementos
estruturais.

• Tanto a Análise como o Projecto de um


elemento estrutural envolve a determinação de
tensões e deformações. Este capítulo diz
respeito ao conceito de tensão.

João Vizinha - 2006-2007


1-3
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Conceito de Tensão
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS

Tipos de Tensão

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1-4
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Conceito de Tensão e Deformação
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS

O conceito fundamental de Tensão e da Deformação, pode ser


ilustrado considerando uma barra prismática sujeita a uma carga
axial P nas suas extremidades

A barra prismática é um
elemento estrutural recto de
secção constante ao longo do
seu comprimento

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Na figura a força axial produz um alongamento
uniforme da barra. Diz-se que a barra está em tensão e
sofreu uma determinada deformação.

1-5
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Conceito de Tensão e Deformação
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS

• A relação entre a tensão e a deformação é uma


característica típica de cada material e que, portanto,
permite prever o comportamento da estrutura.

• O comportamento mecânico real dos materiais é bastante


complexo, adoptando-se geralmente modelos
simplificados desse comportamento.

• Tais modelos do comportamento mecânico, ditos

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constitutivos, relacionam entre si e com o tempo a tensão
e a deformação e serão estudados em pormenor no
Capítulo 3.7

1-6
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Conceito de Tensão
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS

Tensão
• O conhecimento dos esforços não chega para se definir a
forma como as peças resistem às cargas aplicadas. É
necessário fazer intervir as características geométricas da
secção transversal da peça.
• Admite-se que, ao transmitirem os esforços, as várias partes
em que se pode considerar dividido um elemento estrutural
transmitem, umas às outras, forças distribuídas nas superfícies
de contacto que recebem o nome de tensão (stress).
• Pode então definir-se tensão σ como a relação entre o valor da

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força aplicada P, numa determinada área A :

• σ=P/A

1-7
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Conceito de Tensão
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS

Tensão define-se como sendo a força exercida por unidade de área.

No Sistema Internacional (SI), a força é expressa em Newtons


(N) e a área é expressa em metros quadrados (m2), resultando
a tensão expressa em N/m2 ou Pascal (Pa), sendo comum
utilizar o Megapascal (MPa).

(1MPa =106 Pa) ou o Gigapascal (1GPa =109 Pa);

Outras unidades muito comuns são: o bar e o PSI

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Sabendo que: 1kbar= 105 kPa
1kPa = 0,01019716 Kg/cm2
1bar = 1,0197162 Kg/cm2

1-8
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Carga Axial: Tensão Normal
• A resultante das forças internas, para um corpo
carregado axialmente, é uma força normal à
secção recta, perpendicular do corpo.

• A intensidade dessa força, nessa secção,


é definida como tensão normal.
∆F P
σ = lim σ med =
∆A→0 ∆A A
• Num ponto particular da secção, a tensão normal
pode não ser igual à tensão média, mas a
resultante da distribuição das tensões é :
P = σ med A = ∫ dF = ∫ σ dA

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A

• A distribuição precisa da tensão é estaticamente


indeterminada, i.e., não pode ser determinada
somente através dos conhecimentos da estática.

1-9
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Conceito de Tensão
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS

A carga P actua na extremidade inferior da barra.

Na parte superior da barra existem


forças representando a acção sobre a
parte removida da barra

A intensidade da força pela unidade de área é designada por

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TENSÃO

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Conceito de Tensão
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS

σ =PA

[
σ ≡ F N / m2
A
] pascal ( Pa)

δF dF
σ = lim =
δA → 0 δA dA

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1 - 11
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Conceito de Tensão
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS

Estado inicial Estado final

Tensão
baixa

Tensão

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elevada

Noção intuitiva da noção de tensão versus força.

1 - 12
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Conceito de Tensão
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS

A força axial, P, é igual ao produto da


tensão existente na secção transversal
pela respectiva área

Quando a barra é solicitada por uma força, P,


que a alonga, fica sujeita a Tensão de Tracção

Quando a barra é solicitada por uma força, P, que a


comprime, fica sujeita a Tensão de Compressão

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Tensão que actue perpendicularmente à secção transversal
é denominada Tensão Normal.

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Conceito de Tensão
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS

A expressão: σ =PA
Permite determinar a Tensão Normal média, pois como
veremos mais adiante esta não é uniforme ao longo da
secção.

Se a mesma barra tivesse o dobro da área da secção


transversal, então teria metade do valor da tensão e

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portanto o dobro da resistência (dada pela tensão máxima a
que o material resiste).

NOTA: Como simplificação, admite-se

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Conceito de Deformação
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS

• Sob a acção da carga aplicada a


estrutura deforma-se, isto é, muda a
forma geométrica dos seus elementos.

A variação de comprimento de uma barra


linear sujeita a uma carga axial, P, é

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designada por DEFORMAÇÃO (Strain) e
representa-se pela letra, δ.

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS Conceito de Deformação

Sujeita à carga axial a barra alonga por


acção de uma carga de tracção e
“encolhe” sob acção de carga de
compressão.

A deformação normal de uma peça linear é a


variação relativa do seu comprimento, e
denomina-se por Extensão, linear média,

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grandeza adimensional expressa por:

ε = ∆l l

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Conceito de Deformação
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS

Se a barra está à tracção, a deformação uniaxial resultante


é denominada, deformação à tracção (+).
Se a barra está à Compressão, a deformação uniaxial
resultante é denominada, deformação à compressão (-).

v v Tensile stress (+)


F F

v v
F F Compressive stress (-)

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A deformação δ é denominada por deformação normal, porque
está associada a tensões normais.
Porque a deformação δ é uma relação entre dois comprimentos
ela é adimensional

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Problema Resolvido
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS

Exemplo 2.4.2 Determine a extensão sofrida por uma barra de


aço de 2,0 m de comprimento, a qual alonga
1,4 mm quando sujeita a carga de tracção.

O resultado obtido é vulgarmente designado por estado


uniaxial de deformação

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Problema Resolvido
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS

Exemplo 2.4.3 Uma barra prismática de secção circular é sujeita a uma força
axial de tracção de 100 KN. O alongamento sofrido pela
barra é δ = 1,5 mm.

Determine a tensão a que a barra está sujeita, assim como a extensão

RESOLUÇÃO:
Assumindo que a carga é aplicada axialmente e no centro da secção
transversal, a tensão será:

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E a deformação

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Análise de Tensões
Poderá a estrutura suportar seguramente uma
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carga de 30 kN?
• A partir da análise estática
FAB = 40 kN (compressão)
FBC = 50 kN (tensão)

• Em qualquer secção do membro BC, a força


interna é de 50 kN, pelo que a tensão será

dBC = 20 mm P 50 × 103 N
σ BC = = - 6 2
= 159 MPa
A 314 × 10 m

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• A partir das propriedades do material da barra
(aço). A tensão admissivel é
σ adm = 165 MPa
• Conclusão: a resistência do membro BC é
adequada

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Verificação dos elementos
• O projecto de novas estruturas requer a selecção
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS

dos materiais apropriados e das dimensões


adequadas para satisfazer os requisitos estruturais
de funcionamento
• Por razões baseadas no custo, peso,
disponibilidade, etc, a escolha é feita por forma a
que a barra superior seja de alumínio(σadm= 100
MPa). Qual o diâmetro apropriado para a barra?
P P 50 × 103 N
σ adm = A= = = 500 × 10 −6
m 2

A σ adm 100 × 106 Pa


d2
A=π

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4
4A 4(500 ×10−6 m 2 )
d= = = 2.52 ×10−2 m = 25.2 mm
π π
• Deveremos utilizar um varão de alumínio, com o
diâmetro de 26 mm ou superior
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LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS

Problemas Resolvidos
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Problemas Resolvidos
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS

A carga axial P é suportada pela coluna de perfil em I, cuja


área da secção recta é de 8580 mm^2. A mesma carga deve
ser suportada por uma fundação de cimento, de 450*450 mm.
Sabendo que a tensão média na viga não deve ultrapassar 130
MPa, e que a tensão na fundação não deve ultrapassar 10 MPa,
determine a máxima carga P

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Problemas Resolvidos
No seguinte guindaste portuário, a barra CD tem uma secção
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recta uniforme de 50*150 mm. Para as cargas apresentadas


determine a tensão normal desenvolvida a meio da mesma
barra.

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Cargas concêntricas e excêntricas
• Uma distribuição uniforme da tensão na
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secção pressupõe que a linha de acção da


resultante das forças internas passa no centro
geométrico da secção.
• Uma distribuição uniforme de tensão só é
possível se as cargas concentradas, aplicadas
nas extremidades das barras, passarem pelo
centro geométrico das secções. A isto
chamamos de cargas concêntricas.
• Se uma barra for carregada com
excentricidade, a resultante da tensão resulta

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de uma carga axial e de um momento.

• A distribuição das tensões em carregamentos


excêntricos não é uniforme ou simétrica.

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Tensão de Corte
• As forças P e P’ são aplicadas transversalmente no
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elemento estrutural AB
• As forças internas correspondentes actuam no
plano de secção C e são chamadas de tensões
tangenciais (ou tensões de corte) .
• A resultante da distribuição dos esforços transversos
internos é definida como força de corte, P.

• A tensão de corte média é dada por,


P
τ med =
A

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• A distribuição das tensões de corte, ao longo da secção
transversal C, varia de zero à superfície da barra até
um valor máximo que poderá ser muito superior ao
valor médio.
• A distribuição das tensões de corte não pode ser
assumida como sendo uniforme.
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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Exemplos de Tensão de Corte
Corte Simples Corte Duplo

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P F P F
τ med = = τ med = =
A A A 2A

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Tensão de Esmagamento em Ligações

• Parafusos, rebites e pinos estão


criam tensões nos pontos de
contacto ou nas superfícies de
rolamento dos elementos com
aos quais estão ligados.
• A força resultante na superfície
da placa, P, é igual, de sentido
oposto, à força exercida no pino,
F.
• A correspondente tensão de
contacto (ou esmagamento) é

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dada por,
P P
σb = =
A td

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Análise de Tensões - Projecto
• Determinar as tensões nos
membros e nas ligações da
Planta da barra BC
estrutura da figura.

• Da análise estática:
FAB = 40 kN (compressão)
Alçado FBC = 50 kN (tracção)
principal

• Devem considerar-se as
tensões normais máximas

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em AB e BC, e as tensões
Alçado de corte e de contacto em
Lateral cada ligação
direito
Planta da barra AB

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Tensão Normal na Barra e Articulação
• A barra está sujeita a tracção com uma força axial
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de 50 kN .
Numa qualquer secção da barra (secção recta circular,
(A = 314x10-6m2), a tensão média é σBC = +159
MPa.
• Na extremidade da barra (tirante), a menor secção recta
é onde se encontra o pino. Aí, a secção resistente é,
A = (20 mm )(40 mm − 25 mm ) = 300 ×10− 6 m 2

P 50 ×103 N
σ BC ,end = = = 167 MPa
A 300 ×10− 6 m 2

• A barra AB está sujeita a compressão, com uma força

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axial de 40 kN e uma tensão normal de –26.7 MPa.

• As áreas mínimas nas extremidades da viga não estão


sob tensão visto a viga estar em compressão.

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Tensão de Contacto no Parafuso
• A secção recta dos pinos em A, B, e C, é,

2
 25 mm  −6 2
A = πr = π
2
 = 491×10 m
 2 

• A força do pino em C é igual à força


exercida pela barra BC,
P 50 × 103 N
τ C ,med = = −6
= 102 MPa
A 491× 10 m 2

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• O pino, em A está sujeito ao corte em
duas secções, com a força exercida pela
barra AB,
P 20 kN
τ A,med = = −6
= 40.7 MPa
A 491×10 m 2

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Tensão de Contacto no Parafuso
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS

• Considerando as forças e secções no pino B,


por forma a encontrar a maior tensão de corte,
temos,
PE = 15 kN
PG = 25 kN (máxima)

• A correspondente tensão média de corte é


dada por,

PG 25 kN
τ B ,med = = = 50.9 MPa
A 491×10−6 m 2

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Tensão de Contacto no Parafuso
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS

Para determinar a tensão de contacto em A, no membro


AB, temos t = 30 mm e d = 25 mm,
P 40 kN
σb = = = 53.3 MPa
td (30 mm )(25 mm )

Para determinar a tensão de contacto em A no apoio


(chapa), temos t = 2(25 mm) = 50 mm e d = 25 mm,
P 40 kN
σb = = = 32.0 MPa
td (50 mm )(25 mm )

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Tensão em ambos os elementos
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS

• Forças axiais resultam apenas


em tensões axiais, no plano
perpendicular ao da aplicação da
força .
• Forças transversais, em parafusos
ou pinos, resultam apenas em
tensões de corte, no plano
perpendicular ao eixo dos pinos
ou parafusos.
• Vamos agora verificar que tanto

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esforços axiais como transversos
produzem tanto tensões normais
como tensões de corte, em planos
diferentes do plano perpendicular
aos eixos dos membros .

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Problemas Resolvidos
Uma carga P é aplicada numa barra de aço. Esta é, por sua vez, suportada por um prato
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de alumínio, no qual foi feito um furo de 12 mm de diâmetro. Sabendo que a máxima


tensão de corte admissível é de
180 MPa para o aço, e de 70 MPa para o alumínio, determine a máxima carga P que
pode ser aplicada na barra. A máxima tensão normal admissível para o aço é de 360 MPa

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Problemas Resolvidos
Os componentes de madeira da figura, estão colados nas zonas de contacto. Sabendo
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que a distância entre os elementos principais é de 6 mm, e que a tensão de corte


máxima da cola é de 2,5 MPa, determine o comprimento L, de colagem, necessário,
para a carga aplicada. Utilize um coeficiente de segurança de 2,75. Sabendo ainda
que a tensão normal admissível da madeira é de 30 MPa, determine a espessura
mínima das tábuas.

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
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2) Um tubo e uma barra quadrada de aço são encaixados e


“colados” ao longo de toda a ligação de 500mm, conforme mostra
a figura abaixo. Determine a tensão média de corte na ligação
colada. O tubo tem secção quadrada com espessura das paredes
de 5 mm

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS

Ex. 1.2: A barra de ligação de aço mostrada deve suportar uma força de tração
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de intensidade 120 kN quando rebitada entre suportes duplos em A e B. A


barra será feita a partir de uma chapa de 20 mm de espessura. Para a classe do
aço a ser usado, as tenões admissíveis máximas são σ=175MPa, ζ=100MPa e
σe=350MPa. Projete a barra determinando os valores necessários para (a) o
diâmetro d do parafuso, (b) a dimensão b em cada extremidade, (c) a dimensão
h.

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS

Ex. 1.3: São aplicadas duas forças ao suporte BCD mostrado.


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(a) Sabendo que a barra AB deve ser feita de aço tendo um limite de tensão normal de
600MPa, determine o diâmetro da barra para o qual o coeficiente de segurança com
relação à falha seja igual a 3,3.
(b) O pino em C deve ser feito de um aço com limite de tensão ao cisalhamento de 350
MPa. Determine o diâmetro do pino C para o qual o coeficiente de segurança ao
cisalhamento seja também 3,3.
(c) Determine a espessura necessária para o suporte em C, sabendo que a tensão de
esmagamento admissível do aço utilizado é de 300MPa.

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Problemas Para Resolver
1. Na figura, x = 2 m, y = 1 m, e F = 1 A coluna circular de 5m de altura suporta uma carga de
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kN. Os membros AC e BC têm 3 cm de 200 KN. É sabido que estas colunas cedem devido a
diâmetro. Qual a tensão normal no tensões de corte a 45º. Qual o mínimo diâmetro da
membro BC? coluna para que a tensão não ultrapasse 300 MPa?

R: 20.6 mm
R: 0.707 MPa.
O pino da figura tem 10 mm de O pino na figura tem 10 mm de diâmetro. Sendo t1=5
diâmetro. Para uma força de 500 N mm e t2 = 15 mm determine a tensão de contacto no
qual a tensão média de corte no apoio, para F=150 N.
pino?

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R: 3.18 MPa. R: 3.0 MPa.
1 - 44
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
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Factor de Segurança
Estruturas e equipamentos devem Factor de Segurança depende de:
ser projectados para trabalharem 1. Incertezas nas propriedades do
com tensões inferiores à tensão material (homogenidade)
de rotura do material. 2. Incerteza nas cargas
3. Incerteza da análise
FS = Factor de segurança 4. Número de ciclos de carga
σR Tensão de Rotura (ultimate stress) 5. Tipo de falha
FS = =
σ adm Tensão admissível (allowable stress)
6. Requerimentos de manutenção e
efeitos de deterioração
7. Importância da integridade do
elemento estrutural

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8. Risco para vidas humanas
9. Influência nas funções do
equipamento

1 - 45
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
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4) Qual a máxima carga de tracção que um tubo de plástico,


de secção transversal circular de 10cm de diâmetro externo e 8
cm de diâmetro interno, pode suportar? A tensão de ruptura
desse plástico é de 90 MPa. Adopte um coeficiente de
segurança de 4,5.

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
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Factor de Segurança
A viga S610*149 (área=18970 mm2) suporta uma O elemento estrutural na figura tem 10 mm de
carga de 1 MN. Qual a tensão normal na barra? espessura, e o pino tem 10 mm de diâmetro.
Qual a tensão no pino quando X=0.25 m e Y= 1m ?

R: 52.7 MPa. R: 1.5 MPa.

Duas placas estão coladas como mostra a figura. As placas têm 60 mm de largura e
10 mm de espessura. Quais as tensões de corte nas zonas coladas quando é
aplicada uma força de 200 N?

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R: 0.144 MPa.

1 - 48
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Tensão num Plano Oblíquo
• Seja uma secção que faça um ângulo q com
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o plano vertical e normal ao eixo da peça.

• Das condições de equilíbrio, as forças


distribuídas na secção têm que ser iguais à
força P.

• Decompondo P nas componentes normal e


tangencial à secção oblíqua,
F = P cosθ V = P sin θ

• A tensão média, normal e tangencial, no


plano oblíquo, são

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F P cosθ P
σ= = = cos 2 θ
Aθ A0 A0
cosθ
V P sin θ P
τ= = = sin θ cosθ
Aθ A0 A0
cosθ
1 - 49
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Tensões Máximas
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• Tensões Normal e Corte num plano oblíquo

P P
σ = cos θ τ = sin θ cosθ
2

A0 A0
• A Tensão Normal Máxima ocorre para um plano
de referência perpendicular ao eixo

P
σ max = τ′ = 0
A0

• A Tensão de Corte Máxima ocorre para um

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plano a + 45o em relação ao eixo de referência,
P P
τ max = sin 45 cos 45 = =σ′
A0 2 A0

1 - 50
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Tensão Sob Carregamentos Genéricos
• Um corpo, sujeito a um
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carregamento genérico é
seccionado num plano que
passa por Q

• A distribuição das tensões internas


podem ser definidas por,
∆F x
σ x = lim
∆A→0 ∆A

∆V yx ∆Vzx
τ xy = lim τ xz = lim
∆A→0 ∆A ∆A→ 0 ∆A

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• Para que exista equilíbrio, iguais
tensões internas têm que existir
na outra secção.

1 - 51
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Estado de tensão
• As tensões são definidas em planos paralelos
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aos eixos x, y e z. No equilíbrio, tensões


iguais e opostas exercem-se nos planos
escondidos.
• A combinação de forças geradas pelas
tensões tem que satisfazer as condições de
equilíbrio:
∑ Fx = ∑ Fy = ∑ Fz = 0
∑Mx = ∑My = ∑Mz = 0

• Considerando os momentos no eixo z:


∑ M z = 0 = (τ xy ∆A)a − (τ yx ∆A)a

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τ xy = τ yx
similarly, τ yz = τ zy and τ yz = τ zy

• Conclui-se que são apenas necessários 6 componentes


de tensão para definir um estado completo de tensão.
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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Estado de Tensão
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS

Sobre qualquer corpo situado actuam forças que


tenderão a deslocá-lo, a deformá-lo ou a fracturá-
lo: qualquer corpo está permanentemente sujeito a
um estado de tensão.

i. Forças distribuídas, i.e., forças que actuam em


todos os pontos de um corpo e que resultam da
situação desse corpo num campo de forças tal
como um campo gravitacional ou um campo
electromagnético;

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ii. Forças externas, i.e., forças que pressupõem uma
superfície externa em que se aplicam, no corpo
onde actuam.
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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Estado de Tensão
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS

Para que o estado de tensão de um corpo fique


perfeitamente determinado, é necessário definir o
estado de tensão em todos os pontos desse corpo.

Para definir o estado de tensão num dado ponto


do corpo, é necessário conhecer as tensões
actuantes em todos os planos que passam por esse
ponto. Mais precisamente, é suficiente conhecer
as tensões exercidas em três quaisquer faces

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normais entre si, que contenham o ponto
considerado.

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Estado de Tensão
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS

Seja δF a resultante das forças actuantes num ponto O de um


dado corpo. Sendo δA a área de um elemento de superfície plano
(face) centrado em O, a tensão nesse ponto, através da face
considerada, é definida como sendo:

A força actuante δF é, habitualmente, decomposta em duas


componentes: uma normal (δFn), segundo a direcção da normal ON à
face; outra, tangencial (δFt), dita de corte, actuante ao longo da própria
face. Correspondentemente, define-se uma tensão normal, representada

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habitualmente pela letra grega sigma (σ), e uma tensão de corte,
representada habitualmente pela letra grega tau (τ):

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Estado de Tensão
A fim de caracterizar o estado de tensão num ponto é necessário
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS

definir um referencial, no nosso caso, adopta-se um referencial


cartesiano [XYZ] com centro em 0.
Seja um referencial cartesiano, [XYZ], cuja origem coincide com o ponto
considerado, O, onde OZ é normal ao elemento de superfície:

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a) Decomposição de δF em δFZ e δFt e desta, por sua vez, em δFzx e δF
z.

b) Pormenor de a), ilustrando a decomposição de δFt no plano da face;


OZ é a normal à faceta e [XYZ] é o referencial cartesiano adoptado.

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Estado de Tensão
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS

Dada esta decomposição da força actuante na face considerada, a


definição das correspondentes componentes do estado de tensão
em O, através dessa face, far-se-á de acordo com as seguintes
equações:

Analogamente, a tensão no ponto O, através da faceta normal a OX, terá as

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componentes:

e a tensão no mesmo ponto, através da faceta normal a OY, terá as


componentes:

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Estado de Tensão
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AERONÁUTICAS

As nove componentes, acabadas de definir, descrevem o


estado de tensão no ponto O do corpo considerado.
Para simplificar, discriminam-se os valores dessas componentes
segundo um esquema fixo, ou seja, mediante uma matriz 3x3,
cujos elementos se dispõem, sempre, como seguidamente se
indica:

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Estado de Tensão
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Conhecida esta matriz, é possível determinar as componentes normal e


de corte da tensão actuante no ponto O, através de qualquer face,
cuja orientação relativamente ao referencial [XYZ] seja conhecida.

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a) Cubo de aresta infinitesimal, orientado segundo o referencial cartesiano
adoptado, [XYZ]. As tensões actuantes nas suas faces correspondem às nove
componentes do estado de tensão em O (centro do cubo).

b) Representação da faceta normal a Z, indicando-se as tensões exercidas nas


quatro faces paralelas a Z.

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Estado de Tensão
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Estado de Tensão em um Ponto


• Tensão é uma grandeza tensorial: [σ], ou σ, é chamado o tensor de
tensões

• Uma vez conhecidas as nove componentes do tensor de tensões, pode-se


determinar o vector tensão actuando sobre qualquer plano que passa pelo
ponto.

• Pode-se mostrar que o tensor de tensões é simétrico, ou seja, σ xy= σ yx, σ


xz= σ zx, e , σ yz= σ zy. Logo, [σ] possui apenas seis componentes
independentes!

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• Pode-se mostrar que a simetria do tensor de tensões é necessária para que
o balanço de momentos em torno do ponto (balanço da quantidade de
movimento angular) seja satisfeito.

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Estado de Tensão
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Representação Gráfica do Estado de Tensão no Ponto


(Paralepípedo Fundamental)

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Tensões Principais e Planos Principais

Dado o estado de tensão num ponto, os planos principais são


definidos como aqueles planos onde a componente tangencial
(corte) do vector tensão é nula.

A equação abaixo relaciona o vector tensão actuando sobre


um plano definido pela normal n com o tensor de tensões:

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Tensões Principais e Planos Principais

Deseja-se determinar os planos definidos pelas suas normais n,


tais que os vectores tensão actuando sobre eles têm a forma:

Substituindo-se esta expressão na equação da tela


anterior, obtém-se:

ou em forma matricial:

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
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Tensões Principais e Planos Principais

Portanto, a determinação dos planos principais fica


reduzida à solução de um problema de autovalores:

– Os autovectores do tensor de tensão definem os planos


(direcções) principais.

– Os autovalores do tensor de tensão, λ, são as tensões

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principais.

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS


Problema Resolvido
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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS


Problema Resolvido
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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS


Problema Resolvido
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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS


Estado de Tensão
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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS


Estado de Tensão
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Tipos de Esforços
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
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