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Leite e Derivados
Nas proteínas do leite existem mais de 30 sítios alergênicos, que podem causar
problemas. O que ocorre na alergia é a produção de grandes quantidades de
imunoglobulinas contra os sítios alergênicos, causando reações as mais
diversas.
Nestes casos, as pessoas não podem consumir a lactose, pois ela não é
hidrolisada pela enzima lactase chegando-se à glicose e à galactose (seus
constituintes). Em conseqüência não consegue atravessar a parede intestinal
para ir para a corrente sangüínea.
O uso exclusivo do leite humano até aos seis meses de vida, reduz
significantemente a incidência cumulativa de alergia ao leite de vaca, durante
os primeiros 18 meses de vida.
A alergia ao leite de vaca é uma das alergias mais comuns em crianças, talvez
porque o leite de vaca usualmente é o veículo para a primeira proteína
estranha ser introduzida no estômago das crianças.
Nos adultos, a alergia pode ser considerada rara, parecendo ser mais comum
em mulheres. Entretanto, pessoas de todas as idades podem apresentar alergia
às proteínas do leite de vaca pela primeira vez, desde a adolescência até a
idade adulta.
Sistema
Sistema Respiratório Olhos
Gastrointestinal
Cólica Nariz escorrendo Olhos lacrimejantes
Vômito Espirros Olhos vermelhos
Diarréia Tosse Círculos escuros
Sangue nas fezes Asma Coceira
Constipação Congestão Conjuntivite
Gases Bronquite
Colite Coceira no nariz
Náusea Sintomas de gripe
Respiração pela boca
Respiração difícil
Sistema Nervoso
Pele Outros sintomas
Central
Irritabilidade Eczema Infeção no ouvido
Perda de sono Dermatite Perda de peso
Tontura prolongada Urticária Suar em excesso
Cansaço Vermelhidão Baixo rendimento escolar
Vermelhidão no reto Dificuldade de
Coceira convivência
Inchamento dos lábios, boca, língua e Depressão
garganta Choque anafilático
Quando a alergia for diagnosticada, o alimento que a está causando deve ser
eliminado da alimentação da criança. É importante observar que, em alguns
casos, a própria mãe pode estar consumindo as proteínas com sítios
alergênicos, e passando-os para o próprio leite. Neste caso, deve-se eliminar
estes produtos da alimentação da mãe. Esta é uma decisão muito séria e não
deve ser tomada sem que haja uma certeza da causa do problema, pois o leite
é um excelente alimento para as mães em lactação.
- Primeiro, trocar o leite de vaca por leite de cabra, pois o leite de cabra
apresenta uns dois ou três sítios alergênicos diferentes do leite de vaca.
Se, por sorte, a reação alérgica for contra um destes sítios o problema
está resolvido. As chances de sucesso são de cerca de 10%.
As crianças geralmente deixam de ser alérgicas ao leite até cerca de seis anos.
Neste caso, os produtos de laticínios devem ser tentativamente reintroduzidos
na dieta a cada 6-12 meses, sob supervisão médica, para reduzir ao mínimo
possível as restrições alimentares.
Parece que não. As crianças com alergia às proteínas do leite de vaca mediadas
por IgE apresentam a mesma reação ao leite cru e ao leite pasteurizado,
homogeneizado ou não.
A maioria das crianças deixa de ser alérgicas ao leite: cerca de 60 % aos quatro
anos e cerca de 80 % aos seis anos. Alguns pacientes podem ter as reações
alérgicas por toda a vida. Se o leite for excluído da dieta por dois a três anos, a
criança então tem cerca de 80 % de chances de tolerar leite em pequenas
quantidades.
As crianças que ficam alérgicas após os três anos de vida têm a tendência de se
manter alérgicas por mais tempo. Estudos tem sugerido que,
aproximadamente, um terço das crianças e adultos perdem a condição de
alérgicos após evitarem os produtos de laticínios que causam a alergia por dois
ou três anos. Entretanto, os pacientes com hipersensitividade a amendoim,
nozes, peixes e crustáceos raramente perdem sua condição de alérgicos. Além
disso, estes quatro alimentos é que causam a maioria das reações alérgicas que
podem causar a morte por choque anafilático.
Somente as reações ao leite que ocorrem após poucos minutos podem ser
diagnosticadas com a da análise de sangue ou teste na pele, porque estes
testes detectam a IgE que está envolvida na reação imediata. Cerca de 60%
das reações ao leite são do tipo de reação tardia e, talvez, não apresentem
resultados positivos nas análises de sangue ou pele.
Quais são os alimentos que podem causar alergia com mais freqüência?
O leite, ovo, crustáceos, peixes, nozes, trigo, frutas cítricas e amendoim são os
alimentos que causam a maioria dos problemas de alergia. A alergia ao leite
pode começar em qualquer idade, mas é mais comum em crianças com
problemas de alergia na família. Felizmente, a alergia na maioria das crianças
tende a diminuir ou desaparecer dos quatro aos seis anos.
Os sintomas podem levar de alguns minutos até muitas horas para aparecer. A
peristaltase, ou seja o movimento muscular que empurra o alimento ao longo
do estômago pode influenciar o tempo para o aparecimento dos sintomas.
Certamente não. Além de não ser necessário, não é uma boa idéia. Adultos e
crianças precisam dos nutrientes do leite para se manter saudáveis. Existem
diversos meios de você se alimentar de produtos de laticínios sem apresentar
os desconfortos da intolerância. Tente descobrir seu próprio nível de
intolerância à lactose. Experimente beber pequenas quantidades de leite de
uma vez e, então, beba mais vezes durante o dia. Beba o leite com outros
alimentos e não com o estômago vazio. O leite integral é melhor tolerado
porque ele é digerido mais lentamente do que o leite desnatado. Produtos como
o iogurte e queijos curados podem ser melhor tolerados. Experimente o leite
hidrolisado.
Texto:
Sebastião Cesar Cardoso Brandão, Engenheiro Químico, Ph.D. Laticínios
Colaboração:
Milede Abdo Lacerda Matedi, Médica Pediatra
Maria das Graças Lacerda Oliveira Cardoso, Econ. Dom., Especialista em Saúde Pública
Departamento de Tecnologia de Alimentos
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