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MÓDULO 1 – AULA 11
Objetivo
• Usar as fórmulas derivadas da Regra da Cadeia no caso das funções de
várias variáveis.
Introdução
Há uma parte importante da cultura matemática que diz respeito às
fórmulas. É impossı́vel folhear os livros e os trabalhos de Matemática sem
encontrar, perfilados, seguindo por páginas e páginas, fórmulas e sı́mbolos,
em arranjos que vão dos mais simples aos mais elaborados. Não se pode
mencionar, por exemplo, o Teorema de Pitágoras sem pensar na fórmula
a2 = b2 + c2 .
119 CEDERJ
A Regra da cadeia (segunda parte) – fórmulas grandes e pequenas
Exemplo 11.1
Seja f : lR 2 −→ lR uma função diferenciável, tal que ∇f (−1, 0) =
(1, 2) e seja α(t) = (cos(3πt), 1 − t2 ). Vamos usar a Regra da Cadeia para
calcular (f ◦ α) (1). Note que α(1) = (−1, 0). Aqui está o cálculo de α (1):
Assim,
dz dx dy
(t) = ∇f (x(t), y(t)) · (t), (t) =
dt dt dt
∂f dx ∂f dy
= (x(t), y(t)) (t) + (x(t), y(t)) (t).
∂x dt ∂y dt
dz ∂f dx ∂f dy
= + ,
dt ∂x dt ∂y dt
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A Regra da cadeia (segunda parte) – fórmulas grandes e pequenas
MÓDULO 1 – AULA 11
ou
dz ∂z dx ∂z dy
= + .
dt ∂x dt ∂y dt
dy dy dx
= ,
dt dx dt
dy
apresentada no inı́cio da aula anterior. Veja, no lugar de , temos as deri-
dx
∂z ∂z
vadas parciais e .
∂x ∂y
É preciso atenção no uso da fórmula, pois omitimos os pontos nos quais
cada uma das derivadas envolvidas deve ser calculada.
Está na hora de observar como isso funciona na prática.
Exemplo 11.2
Sejam z(x, y) = 2xy 2 − x2 y, x(t) = 3t2 e y(t) = sen 2t. Vamos
dz
calcular , a derivada da composta, usando a fórmula da Regra da Cadeia
dt
e diretamente, após obter a expressão de z(t).
dz ∂z dx ∂z dy
= + =
dt ∂x dt ∂y dt
= (2y 2 − 2xy) 6t + (4xy − x2 ) (2 cos 2t) =
= (2 sen2 t − 6t2 sen 2t) 6t + (12t2 sen 2t − 9t4 ) (2 cos 2t) =
= 12t sen2 2t − 36t3 sen 2t + 24t2 sen 2t cos 2t − 18t4 cos 2t =
= 12t sen 2t (sen 2t − 3t2 ) + 3t2 cos 2t (8 sen 2t − 6t2 ).
∂z
Note que, da equação z = 2xy 2 − x2 y, calculamos = 2y 2 − 2xy e
∂x
∂z
= 4xy − x2 , e das equações x = 3t2 e y = sen 2t calculamos
∂y
dx dy
= 6t e = 2 cos 2t. Além disso, substituı́mos x por 3t2 e y
dt dt
dz
por sen 2t, pois a resposta de deve ser dada apenas em termos da
dt
variável t, a menos que tenhamos de deixar subentendido.
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A Regra da cadeia (segunda parte) – fórmulas grandes e pequenas
Exemplo 11.3
Seja w = f (x, y, z) uma função diferenciável e seja
α(t) = (x(t), y(t), z(t)) = (t2 , cos 2t, sen 2t).
dw ∂w dx ∂w dy ∂w dz
= + + .
dt ∂x dt ∂y dt ∂z dt
Uma vez que não dispomos das informações sobre f (sabemos apenas
que é uma função diferenciável e que a composição é possı́vel), suas derivadas
parciais serão apenas indicadas.
dw ∂f ∂f ∂f
= 2t + (−2 sen 2t) + (2 cos 2t) =
dt ∂x ∂y ∂z
∂f ∂f ∂f
= 2t − 2 sen 2t + 2 cos 2t.
∂x ∂y ∂z
∂f ∂f ∂f
Observe que os sı́mbolos , e representam funções na variável
∂x ∂y ∂z
t, pois devemos substituir x, y e z pelos seus respectivos valores em t.
Aqui está uma oportunidade para você experimentar.
Atividade 11.1
Seja w = f (x, y, z) uma função diferenciável, definida em todo o lR 3 .
Escreva a fórmula indicada para calcular a derivada de
w(t) = f (e2t , t e3t , t2 )
dw
e expresse essa derivada, , em termos das derivadas parciais de f .
dt
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A Regra da cadeia (segunda parte) – fórmulas grandes e pequenas
MÓDULO 1 – AULA 11
Parciais e parciais
∂z ∂z ∂x ∂z ∂y
= +
∂u ∂x ∂u ∂y ∂u
∂z ∂z ∂x ∂z ∂y
= + .
∂v ∂x ∂v ∂y ∂v
Exemplo 11.4
Sejam z = f (x, y) = xy − y 2, x = g(u, v) = u2 + v 2 e y = h(u, v) =
3u − v. Considerando z uma função de u e v, ou seja, tomando a composição
∂z ∂z
vamos calcular as derivadas parciais e de ambas as maneiras: usando
∂u ∂v
as fórmulas da Regra da Cadeia e, diretamente, após obter a expressão
explı́cita de z em termos de u e v.
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A Regra da cadeia (segunda parte) – fórmulas grandes e pequenas
∂z ∂z ∂x ∂z ∂y
= + =
∂v ∂x ∂v ∂y ∂v
= y (2v) + (x − 2y) (−1) =
= (3u − v) (2u) + (u2 + v 2 − 6u + 2v) (−1) =
= −u2 + 6uv − 3v 2 + 6u − 2v.
Atividade 11.2
Seja w(u, v) = f (u e2v , v e2u , uv), onde f (x, y, z) é uma função dife-
renciável, definida em todo o lR 3 .
∂w ∂w ∂f ∂f
(a) Expresse e em termos das derivadas parciais de f , ,
∂u ∂v ∂x ∂y
∂f
e .
∂z
(b) Sabendo que ∇f (e2 , e2 , 1) = (1, −1, 2), calcule ∇w(1, 1).
Você observou que, uma vez conhecida a expressão que define a função
composta, é menos trabalhoso derivá-la diretamente. No entanto, nem sem-
pre dispomos de todas as informações para obter as leis de definição explici-
tamente. Nesse caso, a fórmula é o único recurso de que dispomos.
Além disso, é bom estar preparado para usar uma variedade de dife-
rentes nomenclaturas e notações para as derivadas parciais.
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A Regra da cadeia (segunda parte) – fórmulas grandes e pequenas
MÓDULO 1 – AULA 11
Exemplo 11.5
Seja g(x, y, z) uma função diferenciável, definida em todo o lR 3 , e
suponha que x(u, v) = u2 cos v, y(u, v) = u2 sen v e z(u, v) = uv.
Vamos considerar G(u, v) = g(x(u, v), y(u, v), z(u, v)) e expressar
as derivadas parciais de G, em relação a u e v, em termos das derivadas
parciais de g, em relação a x, y e z.
Nesse caso, as fórmulas que serão usadas são:
∂G ∂g ∂x ∂g ∂y ∂g ∂z
= + + ;
∂u ∂x ∂u ∂y ∂u ∂z ∂u
∂G ∂g ∂x ∂g ∂y ∂g ∂z
= + + .
∂v ∂x ∂v ∂y ∂v ∂z ∂v
Assim,
∂G ∂g ∂g ∂g
= (2u cos v) + (2u sen v) + v ;
∂u ∂x ∂y ∂z
∂G ∂g ∂g ∂g
= (u2 sen v) + (u2 cos v) + u .
∂v ∂x ∂y ∂z
∂g ∂g ∂g
Note que , e devem ser vistas, nas duas equações anteriores,
∂x ∂y ∂z
como funções de u e v, uma vez que substituı́mos nelas x, y e z por seus
respectivos valores em termos de u e v: x = u2 , cos v, y = u2 sen v e z = uv.
Exemplo 11.6
Vamos calcular wr e wt sabendo que w = xy + 2yz − xz, x = r et ,
y = r e−t e z = t2 .
Nesse exemplo, a ênfase está na notação wr e wt . Isso é uma outra
maneira de denotar as funções derivadas parciais de w em relação a r e a t,
respectivamente. Usando essa notação, as fórmulas ficam:
w = wx xr + wy yr + wz zr ;
r
wt = wx xt + wy yt + wz zt .
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A Regra da cadeia (segunda parte) – fórmulas grandes e pequenas
Assim, obtemos
Exemplo 11.7
Seja zf (x, y) uma função diferenciável definida em todo o lR 2 , x =
dz
2u − v, y = 3u + 2v, u = t2 + 2t e v = 3 − t. Vamos expressar em termos
dt
das derivadas parciais de f .
Sabemos que
∂z ∂f ∂x ∂f ∂y
= + ,
∂u ∂x ∂u ∂y ∂u
∂z ∂f ∂x ∂f ∂y
= +
∂v ∂x ∂v ∂y ∂v
e
dz ∂z du ∂z dv
= + .
dt ∂u dt ∂v dt
Portanto,
dz ∂f ∂x ∂f ∂y du ∂f ∂x ∂f ∂y dv
= + + +
dt ∂x ∂u ∂y ∂u dt ∂x ∂v ∂y ∂v dt
dz ∂f ∂f ∂f ∂f
= 2+ 3 (2t + 2) + (−1) + 2 (−1) =
dt ∂x ∂y ∂x ∂y
∂f ∂f
= (4t + 5) + (6t + 4) .
∂x ∂y
∂f ∂f
Você deve notar que e representam, na fórmula anterior, funções
∂x ∂y
de t. Para isso, devemos calculá-las em x u(t), v(t) , y u(t), v(t) .
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A Regra da cadeia (segunda parte) – fórmulas grandes e pequenas
MÓDULO 1 – AULA 11
Atividade 11.1
Seja w = f (x, y, z) uma função diferenciável, definida em todo o lR 3 .
Escreva a fórmula indicada para calcular a derivada de
dw
e expresse essa derivada, , em termos das derivadas parciais de f .
dt
Solução:
Usamos a fórmula
dw ∂f dx ∂f dy ∂f dz
= + + ,
dt ∂x dt ∂y dt ∂z dt
dw ∂f ∂f 3t ∂f
= 2 e2t + (e + 3t e3t ) + 2t =
dt ∂x ∂y ∂z
∂f ∂f ∂f
= 2 e2t + e3t (1 + 3t) + 2t .
∂x ∂y ∂z
Atividade 11.2
Seja w(u, v) = f (u e2v , v e2u , uv), onde f (x, y, z) é uma função dife-
renciável, definida em todo o lR 3 .
∂w ∂w ∂f ∂f
(a) Expresse e em termos das derivadas parciais de f , ,
∂u ∂v ∂x ∂y
∂f
e .
∂z
(b) Sabendo que ∇f (e2 , e2 , 1) = (1, −1, 2), calcule ∇w(1, 1).
Solução:
Neste caso, usamos as fórmulas
∂w ∂f ∂x ∂f ∂y ∂f ∂z
= + + ,
∂u
∂x ∂u ∂y ∂u ∂z ∂u
∂w ∂f ∂x ∂f ∂y ∂f ∂z
= + + ,
∂v ∂x ∂v ∂y ∂v ∂z ∂v
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A Regra da cadeia (segunda parte) – fórmulas grandes e pequenas
∂w ∂w
Para determinar ∇w(1, 1), precisamos calcular (1, 1) e (1, 1).
∂u ∂v
Para isso, usaremos
∂f ∂f 2 2 ∂f 2 2
∇f (e2 , e2 , 1) = (e2 , e2 , 1), (e , e , 1), (e , e , 1), = (1, −1, 2).
∂x ∂y ∂z
∂w ∂f 2 2 ∂f 2 2 ∂f 2 2
(1, 1) = e2 (e , e , 1) + 2 e2 (e , e , 1) + (e , e , 1) =
∂u ∂x ∂y ∂z
= e2 − 2 e2 + 2 = 2 − e2 ;
∂w ∂f 2 2 ∂f 2 2 ∂f 2 2
(1, 1) = 2 e2 (e , e , 1) + e2 (e , e , 1) + (e , e , 1) =
∂v ∂x ∂y ∂z
= 2 e2 − e2 + 2 = 2 + e2
e, portanto,
∇w(1, 1) = (2 − e2 , 2 + e2 ).
Exercı́cios
Exercı́cio 1
dw
Calcule , onde w = x2 + x ey + cos(xy), x = t + t2 e y = t3 ,
dt
das duas maneiras: usando a Regra da Cadeia e diretamente, após obter a
expressão que define w como uma função de t.
Exercı́cio 2
∂w ∂w
Seja u = 2xy + x2 , v = y 2 − 2xy e w = e2u−v . Calcule e
∂x ∂y
usando a Regra da Cadeia e diretamente, após obter a expressão que define
w como uma função de x e de y.
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A Regra da cadeia (segunda parte) – fórmulas grandes e pequenas
MÓDULO 1 – AULA 11
Exercı́cio 3
Sabendo que w = ln 4 + x2 + y 2 , x = 2s − t, y = −s + 3t e z = st,
calcule as derivadas parciais de w em relação a s e a t.
Exercı́cio 4
Use a Regra da Cadeia para calcular as derivadas parciais wr e ws , onde
wu − v 2 − uv, u = e3r cos(2s), v = e−3r sen (2s).
2
Exercı́cio 5
Seja f (x, y) uma função diferenciável, definida em todo o conjunto lR 2 .
∂z
Considere z = f (ln (u2 − v 2 ), arctg (uv)) e expresse as derivadas parciais
∂u
∂z
e em termos das derivadas parciais de f .
∂v
Exercı́cio 6
Sabendo que f (u, v) é uma
y xfunção
diferenciável definida em todo o
2
conjunto lR , considere w = f , . Mostre que
x y
∂w ∂w
x + y = 0.
∂x ∂y
Exercı́cio 7
Seja f (x, y, z) uma função diferenciável, tal que
√ √
∇f (1, 3, 3) = (2, −1, 3).
Exercı́cio 8
dw
Seja w = t3 f (x, y), com x = cos t2 , y = sen t2 . Expresse em
dt
termos da função f e das suas derivadas parciais.
Exercı́cio 9
Calcule os valores de a e b tais que a curva α(t) = (a cos t, b sen t) seja
2 2
uma parametrização da curva de nı́vel e36 da função z(x, y) = e9x +4y .
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