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Nenhum obstáculo será grande se a sua vontade de vencer for maior.

O sucesso é uma questão de vontade, ação e dedicação!


Profª. Doutora ROSANE REIS
LÍNGUA PORTUGUESA
MÓDULO 5
PROMILITARES  AFA/EFOMM/EN 

SUMÁRIO

1. MORFOLOGIA __________________________________________________________________________ 3
ESTRUTURA DAS PALAVRAS ____________________________________________________________ 3
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS ___________________________________________________________ 3
PROCESSOS DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS _______________________________________________ 8
PROCESSOS DE FORMAÇÃO ____________________________________________________________ 9
OUTROS PROCESSOS _________________________________________________________________ 11
OS CONSTITUINTES IMEDIATOS ________________________________________________________ 11
2. CLASSES DE PALAVRAS __________________________________________________________________ 12
SUBSTANTIVO ______________________________________________________________________ 13
ADJETIVO __________________________________________________________________________ 13
FORMAÇÃO DO ADJETIVO ____________________________________________________________ 14
ARTIGO ____________________________________________________________________________ 14
NUMERAL__________________________________________________________________________ 14
PRONOMES ________________________________________________________________________ 15
CLASSIFICAÇÃO DOS PRONOMES _______________________________________________________ 15
FORMAS DE TRATAMENTO ____________________________________________________________ 16
LOCUÇÃO PRONOMINAL INDEFINIDA ___________________________________________________ 18
VERBO ____________________________________________________________________________ 18
ADVÉRBIO _________________________________________________________________________ 20
PREPOSIÇÃO _______________________________________________________________________ 22
LOCUÇÃO PREPOSITIVA ______________________________________________________________ 22
CONJUNÇÃO _______________________________________________________________________ 23
LOCUÇÃO CONJUNTIVA ______________________________________________________________ 23
COORDENATIVAS____________________________________________________________________ 23
SUBORDINATIVAS ___________________________________________________________________ 24
CATEGORIAS LEXICAIS E CATEGORIAS FUNCIONAIS ________________________________________ 24
EXERCÍCIOS DE TREINAMENTO _____________________________________________________________ 25
EXERCÍCIOS DE COMBATE__________________________________________________________________ 27
GABARITO ______________________________________________________________________________ 29

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MORFOLOGIA I
1. MORFOLOGIA
A morfologia é tradicionalmente concebida como a parte da gramática que estuda a estrutura das palavras,
dividindo-se em morfologia derivacional, que estuda os processos de formação das palavras, e em morfologia
flexional, que estuda os processos de flexão das palavras por razões gramaticais.

O termo morfologia vem da língua grega e significa o estudo das formas. De fato, os gregos foram, até onde se
sabe, os primeiros a classificar as palavras e a descrever suas variações de tempo, gênero, número, caso, voz,
modo etc.

ESTRUTURA DAS PALAVRAS


As palavras são unidades complexas, constituídas de mais de um elemento. Há, no entanto, palavras formadas
a partir de outras palavras (e, por isso, constituídas de vários elementos), como infeliz = in + feliz, e palavras
indivisíveis como boi, sal, mar . São consideradas monomorfêmicas, isto é, constituídas de um só elemento.

ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
Dizemos que as palavras são constituídas de um ou mais morfemas, que são unidades constitutivas de
significação. Há morfemas de significação externa, que trazem o significado da palavra (morfemas lexicais) e
os de significação interna, com indicações gramaticais.

1. Os morfemas lexicais são:

Raiz - Por si só pode constituir a base de uma palavra. É o elemento básico da estrutura da palavra e tem um
significado permanente. As palavras que têm a mesma raiz formam uma família léxica e se dizem cognatas.

Ex.: mar - maremoto - maresia - marujo

Diferenças fonéticas, que não alteram a significação da raiz constituem variantes ou alomorfes da raiz.

Ex.: fazer - faríamos

Em muitos casos, só se podem conhecer as variantes da raiz por meio de análise histórica
(etimológica, diacrônica). As bancas não pedem essa informação.

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Radical - Como a raiz, é a parte lexical da palavra que se opõe à parte correspondente à flexão, que se liga,
muitas vezes, por uma vogal chamada temática, pois se junta à raiz para formar o tema da palavra, ou a base.

Ex.: menino < meninos

menin + o + s

radical + vogal temática + flexão de número

Nas palavras primitivas, o radical se diz primário e coincide com a raiz. Nas palavras não-primitivas, o radical é
secundário e, pelo decréscimo dos elementos constitutivos, se chega à raiz.

Ex.: es clar ec i mento > es clar ec e r > clar o

base= claro

raiz = clar

radical primário = clar

radical secundário = esclarec

O radical secundário (esclarec-) é o constituinte imediato da palavra esclarecimento.

2. Os morfemas gramaticais são:

Tema - Normalmente é a soma do radical com a vogal temática; é o elemento básico para formar novas
palavras. Quando não há vogal temática, o próprio radical é o tema da palavra.

casa < casinha - tema casa

vender < vendemos - tema vende

conto < contos - tema conto

pé < pezinho - tema pé

Vogal temática - É a vogal do tema, que facilita a afixação de um elemento flexional ou derivacional ao radical
(Flexão de gênero e número nos nomes; flexão de pessoa, número, tempo e modo nos verbos. São morfemas
de nome desinências).

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Na flexão verbal, a vogal temática serve para classificar as três conjugações:

1- primeira conjugação - vogal temática -a-

2- segunda conjugação - vogal temática -e-

3- terceira conjugação - vogal temática -i-

Em algumas formas verbais essa vogal não existe:

1- Na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo: canto, vendo, parto (a desinência - o liga-se


diretamente ao radical)

2- No presente do subjuntivo: cante, venda, parta (ao radical segue-se diretamente a característica temporal,
ou seja, a desinência modo-temporal)

No verbo pôr e derivados, a vogal temática -e- falta no infinitivo, mas aparece em algumas formas como põe,
puseste, dispuseram.

Em algumas formas verbais, os índices temáticos de cada conjugação apresentam variantes sistemáticas:

1- Na 1ª conjugação, -a- se transforma em -e- e em -o- no pretérito perfeito do indicativo, 1ª e 3ª pessoas do


singular, respectivamente: cantar - eu cantei, ele cantou.

2- Na 2ª conjugação, -e- se transforma em -i- no pretérito imperfeito do indicativo (vendia) e no particípio


(vendido).

Nos nomes, menos sistematicamente do que nos verbos, a vogal temática serve para distribuí-los em grupos,
com as vogais -a-, -e-, -o-, átonas e finais:

casa, estante, livro

Os nomes terminados em vogal tônica são atemáticos e, se for a forma primitiva, toda a palavra constitui seu
radical:

café, tatu, tatuí

Assim, o radical de café é café.

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Os nomes terminados no singular em l, r, s e z devem considerar-se como de tema em -e no plural, reduzido a


zero no singular; a vogal temática só aparece no plural:

bar - bares

cônsul - cônsules

revés - reveses

gravidez - gravidezes

1- Na maioria dos nomes terminados em -l, a vogal temática -e, com a queda do -l, passa a
-i semivogal para formar um ditongo com a vogal anterior:
animal (animales > animaes > )animais

2- Nos nomes terminados em -il átono, o -i passa previamente* a -e e a vogal temática -e


se modifica para -i, como nos outros casos:
fácil (* faceles > facees > )fáceis

3- Se a terminação -il é tônica, apenas se acrescenta -s após a queda do -l final, não


havendo reposição da vogal do tema, ou seja, essas palavras são atemáticas.
barril > barris

Desinências - São morfemas de flexão. Podem ser nominais ou verbais.

1) desinências nominais - indicam a flexão de número (plural) e gênero (feminino).

Ex.: garoto (VT) - garotos (DN) - garota (DG)1

No masculino e no singular a desinência se reduz a zero.

A oposição masculino/feminino e singular/plural se opera pelo contraste ausência/presença de morfema.


Então, se uma palavra terminada em -o não fizer o contraste com outra em -a, não podemos dizer que se
trata de desinência de gênero:

barato / barata
barco / barca
jarro / jarra
Nestes casos, ambas as vogais finais são classificadas como vogal temática.

1 VT = vogal temática DG = desinência de gênero DN = desinência de número


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2) desinências verbais - indicam o modo e o tempo (modo-temporais) e o número e a pessoa (número-


pessoais).

Ex.:

venderíamos

radical = vend-

vogal temática = -e-

desinência modo-temporal = -ria-

desinência número-pessoal = -mos

Afixos - elementos que se acrescentam à raiz para formar novas palavras. São morfemas portadores de
significado.

Os afixos subdividem-se em:

prefixos - acrescentam-se antes do radical ( reler )

sufixos - acrescentam-se depois do radical ( barzinho )

Vogal e consoante de ligação - são letras desprovidas de significação que aparecem para facilitar a pronúncia
da palavra formada (eufonia)

1) Vogal de ligação - Aparecem principalmente nos compostos por aglutinação, entre a consoante final de
um radical e a consoante inicial de outro radical ou de sufixo.

Ex.: frutífero, horticultura, cafeicultura

2) Consoante de ligação - Aparecem entre a vogal final de um radical e a vogal do elemento seguinte.
Normalmente ela desfaz um hiato. É muito comum nos derivados e compostos de palavras atemáticas.

Ex.: cafeteria, paulada, tricotar

Nas terminações - zinho, -zada, -zeiro, -zal, -zão etc, muitos autores consideram o -z uma
consoante de ligação. Mas a maioria já concebe essa consoante incorporada ao sufixo,
representando, assim, uma variante do mesmo sufixo sem o -z.

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PROCESSOS DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS


As palavras são elementos de que dispomos para formar enunciados. Um falante nativo faz uso delas sem
muito pensar. Quando lemos um texto não nos damos conta de que algumas palavras não faziam parte de
nosso repertório e passam a ser adquiridas no momento, por meio do próprio ato de leitura.

Por que precisamos formar palavras a partir de outras? a resposta é simples: para dar conta da quantidade de
vocabulário necessário para nomear, caracterizar, expor ideias no mundo biossocial. Então, formamos
palavras a partir de outras, porque nossa memória não daria conta de reter uma quantidade infinita de
termos novos para cada evento linguístico.

Mas não é sempre que nos conscientizamos dos processos que formam as palavras. Certas palavras são mais
naturais e aceitamos com mais rapidez em nosso vocabulário; outras, no entanto, soam estranho e logo são
descartadas.

Ex.: convencional (aceita) religional (inaceitável)

religioso (aceita) convencioso (inaceitável)

Muitas vezes não aceitamos certas construções, por já existirem outras formas já consagradas na língua pelo
uso.

Vamos ver agora alguns exemplos de construções aceitáveis e outras inaceitáveis ao usar sufixos formadores
de adjetivos a partir de substantivos, por exemplo.

SUBSTANTIVO ADJETIVO SUBSTANTIVO ADJETIVO

atenção atencioso atração atracioso

pretensão pretensioso intenção intencioso

COMBINAÇÕES PERFEITAS COMBINAÇÕES INACEITÁVEIS

A principal razão de formarmos palavras é a mudança de classe gramatical, mantendo o mesmo significado
lexical da base.

Por exemplo, acrescenta-se o sufixo -são ao verbo compreender com o objetivo de torná-lo um substantivo:
compreensão. Ou seja, temos uma palavra de uma classe gramatical e precisamos usá-la em outra.

Mas temos muitos processos que não mudam a classe das palavras. O caso dos diminutivos, por exemplo. O
sufixo adiciona ao significado de uma palavra uma referência a uma dimensão pequena, uma liguagem afetiva
ou uma expressão pejorativa. Mas o diminutivo sempre acompanha a classe básica da palavra.

Ex.: carro - carrinho (ambas são substantivos)

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CONCLUSÃO: há dois motivos básicos para formarmos palavras:

1- a utilização da ideia de uma palavra em uma outra classe gramatical;

2- a necessidade de um acréscimo semântico numa significação lexical básica.

Em última análise, formamos palavras pela mesma razão por que formamos frases. Essa flexibilidade nos
permite contar com um número gigantesco de elementos básicos de comunicação sem sobrecarregarmos
nossa memória.

PROCESSOS DE FORMAÇÃO
Nossa língua possui dois processos gerais para a formação de novos vocábulos e, portanto, para o
enriquecimento de nosso léxico: a derivação e a composição.

DERIVAÇÃO - é quando, a partir de uma palavra de determinada classe gramatical, forma-se outra de classe
diferente. Dividimos esse processo em grupos:

1) Derivação propriamente dita , que se faz com o acréscimo de sufixos, certos prefixos e vogais temáticas.
Subdivide-se em:

a- derivação sufixal - consiste no acréscimo de sufixos ao radical:

- de palavras de outras classes formam-se substantivos, adjetivos, verbos e advérbios:

belo < beleza, forma < formoso, real < realmente, canal < canalizar.

- de substantivos de formam outros substantivos para diferentes usos nas frases:

pão < padeiro (agente) < padaria (local).

b- derivação prefixal - consiste no acréscimo de um ou mais prefixos a um radical. Com a prefixação, obtêm-
se novos significados de uma palavra, mas se mantém a classe gramatical.

Ex.: desnutrido, relembrar, intercâmbio

c- derivação parassintética - com o acréscimo de prefixos e sufixos simultaneamente, para formar verbos, quase
sempre a partir de nomes.

Ex.: joelho < ajoelhar , maduro < amadurecer, quarto< esquartejar

Observe que não há possibilidade de retirar um dos elementos derivacionais. Sem um deles, o derivado não
existe na língua:

maduro - amaduro ou madurecer.

Quando isso acontece, temos uma parassíntese.


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d- derivação prefixal e sufixal - com o acréscimo não simultâneo de prefixo e sufixo a um radical. Nesses
casos, podemos retirar qualquer um dos elementos de derivação e teremos uma palavra existente na língua.

Ex.: infelicidade > feliz

feliz < felicidade

feliz < infeliz

Com o acréscimo de alguns sufixos latinos, há uma tendência de a palavra base voltar à sua forma original do
latim.

Vejamos alguns exemplos:

PALAVRA
SUFIXO LATINO NOVA PALAVRA PALAVRA LATINA
PORTUGUESA
fiel -dade fidelidade fidele
pobre -érrimo paupérrimo paupere
amável -íssimo amabilíssimo amabile

e- derivação deverbal (também chamada de regressiva) - Neste processo de formação, não se utilizam sufixos,
mas vogais temáticas nominais (-a, -e, -o): a partir de verbos, se formam substantivos sem oposição de
gênero. O derivado exprime ação ou resultado de ação.

Ex.: balançar > balanço, desenhar > desenho, combater > combate

2) Derivação imprópria ou conversão, que se faz sem acréscimo de afixos, mas pela mudança da classe
gramatical da palavra em uma frase. Portanto, a palavra não sofre qualquer alteração de sua forma.

Ex.: Quem ama o feio, bonito lhe parece. (feio é adjetivo convertido em substantivo pela anteposição do
artigo)

Procedeu segundo o costume da tribo. (segundo é numeral convertido em preposição acidental)

O caso mais comum de conversão é a substantivação: qualquer palavra que venha anteposta de um artigo
converte-se em substantivo: O jantar está servido. (jantar é verbo convertido em substantivo)

COMPOSIÇÃO - é a formação de palavras novas por associação de:

a- duas ou mais palavras da língua, cujas significações se complementem para formar uma significação nova:
guarda-chuva, pontapé, aguardente.

b- um radical latino ou grego e uma palavra portuguesa: aeroclube, agricultura, lobisomem

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c- dois ou mais radicais que só aparecem em compostos: agrícola, puericida, claustrofobia, protozoário

Do ponto de vista fonológico, a composição pode ser feita por justaposição ou aglutinação.

1) por justaposição, quando as palavras componente conservam sua pronúncia original, mantendo o acento
tônico (mais forte, no entanto, no último elemento): guarda-roupa, pontapé, bem-te-vi.

2) por aglutinação, quando as palavras perdem a delimitação fonética dos elementos originais ( o primeiro
elemento é o que mais se altera ): vinagre (vinho que se tornou acre), embora ( em boa hora), fidalgo (filho de
algo = homem de posse, com foros de nobreza)

OUTROS PROCESSOS
1) Hibridismo - associação de radicais de línguas diferentes.

Ex.: sociologia (latim e grego), televisão (grego e latim), abreugrafia (português e grego)

2) Abreviação - uso de palavras abreviadas com o mesmo sentido das formas plenas.

Ex.: foto por fotografia, pneu por pneumático, cine por cinema

3) Onomatopeia - palavra que sugere o som característico do que representa.

Ex.: reco-reco, cacarejar, miar

4) Reduplicação - palavra formada pela duplicação de sílabas.

Ex.: mamãe, papai, corre-corre, xixi

5) Sigla - siglas usadas como palavras autônomas de tanto que se popularizaram.

Ex.: Petrobras, Detran, ONU, Uerj

OS CONSTITUINTES IMEDIATOS
Examinando o processo de formação de algumas palavras, chegamos à conclusão de que houve um processo
gradual, formando uma palavra derivada ou composta de cada vez, para chegar à formação final. Vejamos:

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DESEMBARQUE

barco embarcar embarque* desembarque

base 1º - parassíntese 2º - regressão 3º - prefixação

Portanto, o constituinte imediato da palavra desembarque é o radical secundário embarc-, o que nos permite
concluir que desembarque é formado por prefixação.

* A variante embarqu- foi realizada para manter a fonética original da palavra, com o fonema /k/. Se
mantivesse a grafia original, haveria alteração do som diante de vogais como -e ou -i (embarce).

2. CLASSES DE PALAVRAS
As palavras de uma língua são organizadas, do ponto de vista lexical, em classes, de acordo com suas funções
e formas. As palavras que se apresentam sempre com a mesma forma são chamadas invariáveis; são variáveis
as que apresentam flexão ou variação da forma.

Ao falarmos, reunimos, nas frases, palavras de diversas classes, de acordo com seus propósitos (funções), tais
como substantivos, adjetivos, advérbios, preposições etc. Qualquer falante nativo sabe que as palavras
pertencem a classes distintas (mesmo os falantes não escolarizados, ainda que não seja consciente) e devem
ser postas na frase de acordo com suas funções (nomear, caracterizar, ligar ...). Ninguém se expressa apenas
por conjunções ou substantivos, como por exemplo: "mas e por isso contudo" ou "sabonete toalhas menina
banho". Essas frases são completamente agramaticais, ou seja, não representam um discurso na língua e,
portanto, não podem ser consideradas como uma comunicação completa.

Sabemos, então, que, para formarmos frases completas, precisamos escolher palavras de classes distintas de
acordo com suas funções no arranjo verbal. Embora os falantes não escolarizados façam isso de forma
intuitiva, somente os que frequentam a escola e sabem gramática podem usar as palavras conscientemente
de acordo com suas classes.

O estudo dessas classes de palavras é parte dos estudos da Morfologia. São, ao todo, dez, divididas
globalmente em variáveis e invariáveis:

CLASSE VARIÁVEL EM
substantivo gênero, número e grau
adjetivo gênero, número e grau
artigo gênero e número
VARIÁVEIS
numeral gênero e número
pronome gênero, número e pessoa
verbo modo, tempo, número e pessoa
advérbio* grau

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preposição
INVARIÁVEIS conjunção
interjeição

* Os advérbios só apresentam flexão em grau e, mesmo assim, em casos muito limitados, razão pela qual
alguns teóricos os incluem nas classes invariáveis.

SUBSTANTIVO
É a palavra que nomeia os seres, animados ou inanimados, reais ou fictícios, concretos ou abstratos.

Classificação:

1) quanto à maneira de existir podem ser concretos (conceito independente, como casa, floresta, Deus, fada)
ou abstratos (conceito dependente de um outro elemento, como fidelidade, beleza, dor). Os substantivos
abstratos nomeiam qualidades, sensações, sentimentos, estados e ações.

2) quanto à maneira de nomear podem ser comuns (nomeiam seres de uma maneira geral, como casa, rua,
país, sala) ou próprios (nomeiam o ser de uma maneira particular, dentro de sua espécie, como Brasil, Maria,
São Paulo).

3) quanto à maneira de formar podem ser:

primitivos - que não derivam de outra palavra, como boi, papel, gaveta.

derivados - que originam-se de outra palavra, como boiada, papelaria, engavetado.

simples - que possuem apenas um radical, como chuva, água, plano.

compostos - que possuem mais de um radical, como guarda-chuva, aguardente, planalto

4) substantivos coletivos são os que, mesmo estando no singular, representam a pluralidade de seres, como
alcateia (lobos), matilha (cães), conclave (cardeais), cardume (peixes).

ADJETIVO
É a palavra modificadora do substantivo, atribuindo-lhe uma característica.

Ex.: bola amarela, dias chuvosos

Locução adjetiva - é a expressão formada por uma preposição e um substantivo com valor de adjetivo.

Ex.: bola de borracha, casa de campo, dias com sol

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FORMAÇÃO DO ADJETIVO
1) primitivo - que não deriva de nenhuma outra palavra

Ex.: fácil, bom, triste

2) derivado - que se origina de um substantivo, de um verbo ou de outro adjetivo

Ex.: cheiroso (do substantivo cheiro), lavável (do verbo lavar), infeliz (do adjetivo feliz)

3) simples - tem apenas um radical

Ex.: claro, completo

4) composto - tem mais de um radical

Ex.: azul-claro, luso-brasileiro

ARTIGO
É a palavra que antecede os substantivos, designando-os de forma determinada (o, a, os, as) ou indeterminada (um,
uma, uns, umas).

Ex.: O carro, as luvas, uns botões, umas coisas

Os artigos se classificam em:

a) definidos: determinam os substantivos de um modo preciso, particular.

Ex.: A moça da saia azul é minha filha.

b) indefinidos: determinam os substantivos de um modo vago, geral.

Ex.: Compramos uns pastéis para o lanche.

NUMERAL
É a palavra que designa os números, ou a ordem de sua sucessão, em relação ao substantivo. Pode-se usar
individualmente, com valor substantivo (dois mais três são cinco), ou como adjetivos (trinta dias),
determinando um substantivo, ao qual acrescenta a informação de quantidade.

Classificação do numeral:

1) cardinal - é o numeral que exprime a ideia de quantidade.

Ex.: um, dois, três, quatro...

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2) ordinal - é o numeral que exprime a ordem numérica, relativa ao cardinal.

Ex.: primeiro, segundo, terceiro, quarto ...

Há alguns numerais ordinais que não possuem numeral cardinal correspondente: último, penúltimo,
antepenúltimo, respectivos .

3) fracionário - exprime a divisão da quantidade.

Ex.: meio, terço, quarto, quinto, décimo, milésimo

Para muitos fracionários, emprega-se o numeral cardinal seguido da palavra avos, extraído de oitavo, como se
fosse um sufixo: onze avos, treze avos, quinze avos etc.

4) multiplicativo - exprime multiplicação da quantidade.

Ex.: duplo ou dobro, triplo, quádruplo, sêxtuplo

Ainda existe um outro tipo de numeral, chamado dual: a palavra ambos.

PRONOMES
Os pronomes são palavras gramaticais que exercem a função referencial. Podem ser classificados, de acordo
com a função, em substantivos, quando substituem um nome, ou adjetivos, quando acompanham o nome.

Ex.:

Ela é bonita. = pronome substantivo / substitui o nome = Renata é bonita.

Meu carro é novo. = pronome adjetivo / acompanha o nome "carro".

CLASSIFICAÇÃO DOS PRONOMES


Os pronomes podem ser pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos.

1) Pronomes pessoais - designam as pessoas do discurso:

1ª pessoa - quem fala


2ª pessoa - com quem se fala
3ª pessoa - de quem se fala

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A classe dos pronomes é a única que apresenta formas distintas para três grupos de funções sintáticas, relacionados
no quadro seguinte.

PESSOAS RETOS OBLÍQUOS ÁTONOS OBLÍQUOS TÔNICOS


1ª pessoa eu me mim
SINGULAR 2ª pessoa tu te ti
3ª pessoa ele, ela se, o, a, lhe ele, ela
1ª pessoa nós nos nós
PLURAL 2ª pessoa vós vos vós
3ª pessoa eles, elas se, os, as, lhes eles, elas
objetos (direto e complementos e adjuntos
sujeito e
FUNÇÕES indireto) e adjuntos necessariamente precedidos
predicativo
adnominais de preposição

FORMAS DE TRATAMENTO
Ainda existem formas substantivas de tratamento de 2ª pessoa, mas que fazem concordância com o verbo na
3ª pessoa.

Ex.:

você (s) - tratamento informal

Senhor (a) - tratamento cerimonioso

Existem também os pronomes de tratamento de reverência, usados quando nos dirigimos às pessoas pelos
seus atributos ou postos que ocupam:

Vossa Excelência - para patentes militares, Presidente da República, ministros, pessoas de alta categoria e
escalão

Vossa Magnificência - para reitores de universidades

Vossa Alteza - para príncipes

Vossa Majestade - para reis e imperadores

Vossa Senhoria - para oficiais até coronel, funcionários graduados e pessoas de cerimônia

Emprega-se Vossa Alteza (e demais) para a 2ª pessoa, ou seja, com quem estamos falando e Sua Alteza (e
demais) para a 3ª pessoa, ou seja, de quem estamos falando.

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2) Pronomes possessivos - designam a posse em referência às três pessoas do discurso.

1ª pessoa meu - minha - meus - minhas


SINGULAR 2ª pessoa teu - tua - teus - tuas
3ª pessoa seu - sua - seus - suas
1ª pessoa nosso - nossa - nossos - nossas
PLURAL 2ª pessoa vosso - vossa - vossos - vossas
3ª pessoa seu - sua - seus - suas

3) Pronomes demonstrativos - localizam no tempo, no espaço ou no discurso os objetos, os seres, as coisas,


as noções em relação às pessoas do discurso, que passam a ser pontos de referência.

1ª pessoa este - esta - estes - estas - isto


2ª pessoa esse - essa - esses - essas - isso
3ª pessoa aquele - aquela - aqueles - aquelas - aquilo

São ainda pronomes demonstrativos: tal, mesmo, o* (antes de que e de), próprio e semelhante, quando
designam identidades ou se referem a seres ou ideias já expressos anteriormente.

Ex.:

Não compre semelhantes coisas num jornaleiro. ( = essas coisas)

* Esta menina foi a que caiu no chão.

4) Pronomes indefinidos - são palavras gramaticais de significação imprecisa ou que designam quantidade
indeterminada e se aplicam à 3ª pessoa. Subdividem-se em substantivos (invariáveis) e adjetivos (variáveis
com exceção de cada).

VARIÁVEIS EM GÊNERO E VARIÁVEIS APENAS EM


INVARIÁVEIS
NÚMERO NÚMERO
tudo, nada, alguém, ninguém, algo, um, certo, muito, outro,
outrem, mais, menos, que*, nenhum, algum, pouco,
qual e qualquer (pl. quaisquer)
quanto, quem e as locuções, quem próprio, tanto, quanto, todo,
quer que e o que vário, determinado

*Que garota! (como determinante de um substantivo)

Que belo! (neste caso, classifica-se como advérbio de intensidade, pois determina um adjetivo)

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LOCUÇÃO PRONOMINAL INDEFINIDA


Grupo de palavras equivalente a um pronome indefinido: cada um, qualquer que seja, qual for, alguma coisa,
seja quem for...

Ex.: Cada um que se arranje como puder.

5) Pronomes interrogativos - são os indefinidos que, quem, qual, quanto empregados em frases
interrogativas.

Ex.: Quem vai ao jogo?

Pode-se usar uma forma enfática do pronome que: o que

Ex.: O que você veio fazer aqui?

6) Pronomes relativos - são os que se referem a um termo anterior, chamado de antecedente.

Ex.: Esse é o garoto de que te falei.

Os pronomes relativos são: que, o qual (os quais, a qual, as quais), cujo (cujos, cuja, cujas), onde, quanto
(quantos, quanta, quantas).

VERBO
É a classe que se distingue de todas as outras, morfologicamente, por possuir uma categoria de tempo, que o
define pela associação simples que se pode fazer de suas formas (canto, cantei, cantarei) e pelas noções
cronológicas de presente, passado e futuro. Os verbos expressam fenômenos (trovejar), ações (cantar),
estados (estar, ser) ou mudanças de estado (tornar-se, ficar).

1) As categorias de pessoa e número não são propriamente dos verbos, mas são especificadas na flexão de
tempo, de acordo com o sujeito com quem faz obrigatoriamente a concordância.

Ex.: Eu cheguei cedo. (verbo chegar - passado - 1ª pessoa do singular)

2) São três as conjugações dos verbos:

a) 1ª conjugação - verbos com tema em -A - cantar

b) 2ª conjugação - verbos com tema em - E - vender

c) 3ª conjugação - verbos com tema em - I - partir

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As conjugações constituem o paradigma formal em que o verbo se enquadra para as flexões em tempo e
modo.

3) Formas rizotônicas e arrizotônicas - quando a vogal tônica pertencer ao radical, dizemos que a forma é
rizotônica. Quando a vogal tônica está fora do radical, dizemos que a forma é arrizotônica.

Ex.: cantam = rizotônica cantavam = arrizotônica

4) Estrutura padrão dos verbos - a forma verbal plena tem sua estrutura completa em RADICAL (R) + VOGAL
TEMÁTICA (VT) + DESINÊNCIA MODO-TEMPORAL (DMT) + DESINÊNCIA NÚMERO-PESSOAL (DNP)

FORMA VERBAL RADICAL VT DMT DNP

cantávamos cant a va mos

vendereis vend e re is

partissem part i sse m

A flexão dos verbos será vista no próximo módulo.

5) Os verbos se classificam como regulares, irregulares, anômalos defectivos e abundantes e auxiliares.

Regular – não possui alteração no radical e nas desinências nas flexões.

Ex.: cantar – canto – cantei – cantávamos

Irregular – possui alteração no radical e/ou nas desinências, na 1ª pessoa do singular do presente do
indicativo e tempos derivados2 (irregular fraco) e/ou na 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito do
indicativo e tempos derivados3 (irregular forte).

Ex.: ouvir – eu ouço – tu ouviste (irregular fraco)

caber – caibo – coubeste (irregular forte)

Anômalo – usam mais de um radical em sua conjugação, por serem verbos derivados de mais de uma forma
do latim. São eles: ser e ir, com flexões idênticas em alguns tempos e pessoas.

2
Derivados do presente do indicativo: presente do subjuntivo e Imperativo.
3 Derivados do pretérito perfeito do indicativo: pretérito mais-que-perfeito do indicativo, pretérito imperfeito do subjuntivo e futuro do subjuntivo.
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Ex.: ser – sou – foste – és – fui – serei

ir - vou – vais – foste – irei

* São flexões cuja identificação dos elementos mórficos não se faz possível, considerando apenas sua forma
no português atual.

Defectivo – Faltam algumas formas, normalmente a 1ª pessoa do singular do presente do indicativo e seus
tempos derivados.

Ex.: abolir, colorir, precaver-se ( todos os verbos que representam vozes dos animais: latir, miar, cacarejar
etc.)

Abundante – possui mais de uma forma de igual valor ou flexão.

Ex.: matar – particípios: morto (formando locução com o verbo ser) ou morrido (

Ele havia sido morto.

Ele já tinha morrido, quando cheguei.

Auxiliar – auxilia a flexão do verbo principal em uma locução verbal.

Ex.: ter, ser, estar, haver, poder, dever, ir etc.

O verbo pôr pertence à segunda conjugação, pois a vogal do tema


aparece em algumas flexões: põe, põem
Há apenas 4 verbos que têm a vogal E dobrada na 3ª pessoa do plural:
ler, crer, ver e dar (leem, creem, veem e deem)

ADVÉRBIO
É a classe modificadora que expressa uma circunstância dos verbos (a), dos adjetivos (b), dos próprios advérbios (c) ou de toda a frase (d).

Ex.:

a) João passa bem.

b) Esta cidade é muito bonita.

c) Ela fala muito bem.

d) Claramente ela não gostou de mim.

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O advérbio pode também ser formado de mais de uma palavra, constituindo, assim, uma locução adverbial, normalmente expressa
por uma preposição e um substantivo.

Ex.: Ela chegou às pressas.

Quando a locução adverbial for feminina, precedida da preposição A, deve ser sempre
craseada.
Ex.: às claras, à noite, às avessas, à vista etc.

As circunstâncias expressas pelos advérbios são muitas. A seguir, listaremos as principais.

1- De tempo – hoje, ontem, agora, já, nunca, sempre, antes, cedo, tarde etc.
2- De lugar – aqui, lá, acima, acolá, perto, longe, dentro, fora, ali, além etc.
3- De intensidade – muito, mais, menos, pouco, bastante, tão, demasiado, meio etc. (sempre invariáveis)*
4- De modo – bem, mal, depressa, assim, calmamente, completamente etc.
5- De negação – não
6- De certeza – certamente
7- De dúvida – talvez (acompanhado sempre de verbo no subjuntivo – Talvez eu vá. Talvez eles fossem.),
provavelmente, quiçá etc.
8- Interrogativos – onde (aonde, donde), quando, como, por que (nas frases interrogativas diretas ou
indiretas)

* Esses advérbios também podem ser pronomes indefinidos, desde que acompanhando um substantivo.
Nesses casos, haverá flexão, fazendo concordância de acordo com o termo que determina.

ADVÉRBIO DE INTENSIDADE PRONOME INDEFINIDO

Ela é muito bonita. Comprei muitas canetas.

Que lindo! Que beleza!

Elas são bastante inteligentes. Pedro comprou bastantes canetas.

Estou um pouco enjoada. Existem poucos livros de capa dura.

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PREPOSIÇÃO
É a palavra que serve de conectivo de subordinação (relação de desigualdade) entre palavras e orações
(somente as subordinadas).

1) Entre palavras

Ex.: Pedro está com dor de cabeça.

2) Entre orações

Ex.: Pedro saiu para comprar frutas.

São preposições essenciais:

a - ante- após - até – com – contra – de – desde – em – entre - para – per – perante – por – sem – sob –
sobre – trás

São preposições acidentais:

Como, conforme, consoante, durante, exceto, feito, mediante, segundo, etc.

LOCUÇÃO PREPOSITIVA
Geralmente são formadas por um advérbio e uma preposição, com valor e emprego de preposição.

Ex.: abaixo de, acima de, atrás de, antes de, depois de devido a, para com, em face de, etc.

Observe que todas terminam por preposição.

COMBINAÇÃO E CONTRAÇÃO

As preposições a, de, por, e em podem unir-se a outras palavras em:

COMBINAÇÃO – sem alteração fônica

a + o = ao
a + onde = aonde

CONTRAÇÃO – com alteração fônica

a+a=à
de + o = do
em + o = no

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CONJUNÇÃO
É o conectivo de coordenação de palavras e orações (relação de igualdade) e de subordinação de orações
(relação de desigualdade).

1) Entre palavras

Ex.: Pedro e Paulo são irmãos.

2) Entre orações

- coordenação – Paulo estudou, mas não aprendeu.

- subordinação – Paulo deseja que todos aprendam.

LOCUÇÃO CONJUNTIVA
É a locução com valor e emprego de conjunção. Perceba que essas locuções sempre terminam por conjunção.

Ex.: para que, desde que, a fim de que, logo que, etc.

As conjunções se classificam em coordenativas e subordinativas.

COORDENATIVAS
Aditivas – e, nem. As correlativas: não só ... mas também; não só ... mas ainda; não somente ... como
também; não apenas ... mais ainda e outras combinações similares.

Adversativas – mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto, não obstante.

Alternativas – ou, ou ... ou, ora ... ora, quer ... quer, já ... já, nem ... nem.

Conclusivas – logo, portanto, por conseguinte, pois (posterior ao verbo entre vírgulas: Ela não estudou, não
passou, pois, no exame.).

Explicativas – que, porque, porquanto, pois (antes do verbo).

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SUBORDINATIVAS
1) Integrantes – que e se

2) Adverbiais

Temporais – quando, enquanto, logo que, mal, apenas, sempre que, assim que, desde que (com verbo no
modo indicativo: Eu o conheço, desde que ele nasceu.)

Proporcionais – à medida que, à proporção que, quanto mais (em correlação com mais ou tanto mais: Quanto
mais estudo, tanto mais aprendo).

Finais – para que, a fim de que, que (= para que), porque (=para que)

Causais – porque, como, porquanto, visto que, já que, uma vez que.

Concessivas – embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, por mais que, se bem que.

Comparativas – como, que, do que, quanto, que nem.

Consecutivas – que (precedido de termos intensificadores: tal, tanto, tão, de tal forma)

Conformativas – como, conforme, segundo, consoante.

Condicionais – se, caso, desde que (com verbo no subjuntivo: Eu farei a prova, desde que você faça comigo.).

CATEGORIAS LEXICAIS E CATEGORIAS FUNCIONAIS


Se compararmos as dez classes gramaticais estabelecidas pelos gramáticos tradicionais entre si, veremos que
algumas delas contêm palavras que possuem um conteúdo mais bem estabelecido do que outras. Por
exemplo, os substantivos bola , chinelo, Brasil nos remetem a imagens mentais de seres ou objetos existentes
no mundo, na realidade “biossocial”, no dizer do linguista Mattoso Câmara Jr. Também verbos como, por
exemplo, comer ou sair têm um conteúdo descritivo. Advérbios, como cedo ou ontem apresentam valor
semântico de tempo; adjetivos como claro ou alegre também têm seus valores semânticos de caracterização
de um ser ou coisa. Se considerarmos cada uma dessas palavras como pertencentes a uma classe, é possível
definir o que representam. Mas pensemos, qual o significado de conjunções como que ou se? Qual a
representatividade no mundo biossocial de preposições como de ou por ou de artigos, como a ou uns? Se
tomarmos essas palavras isoladamente, não é possível definir qual o seu significado. Essa diferença, percebida
desde a Antiguidade, permite que reagrupemos as dez classes em dois grupos:

1. Categorias lexicais – aquelas que possuem um conteúdo descritivo no mundo externo, “bio-social”, um
significado lexical, por isso têm sido chamadas de palavras lexicais, palavras plenas, palavras de conteúdo. São
elas: substantivo, adjetivo, verbo, advérbio, numeral e pronome.

2. Categorias funcionais – aquelas que têm exclusivamente uma função gramatical; são classificadas por sua
função em relação a outras classes, por isso têm também sido chamadas de palavras funcionais, palavras
vazias, palavras instrumentais. São elas: preposição, conjunção, interjeição, artigo.

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1. (EFOMM-2012) Assinale a opção em que o termo sublinhado NÃO expressa uma circunstância de tempo.
a) ‘- Mordida de leão’, pergunta, desapontada, a enfermeira, para 
logo aceitar este faz de conta (...).
b) Ele implora em vão por uma bebida mais inócua.
c) (...) eu já disse tanto, meu Deus, para essa garota não ir na 
floresta (...).
d) Em seguida, propõe um trato (...).
e) Já estamos a essa altura, como não podia deixar de ser, 
presenciado (...).

2. (EFOMM-2012) A única passagem em que NÃO aparece uma locução verbal encontra-se na opção:
a) ‘- O senhor pode dar injeção que (...)’.
b) O médico, no entanto, prefere enrolar uma gaze em torno do 
pescoço (...).
c) ‘- Tem de tomar, senão quem acaba no médico (...)’.
d) (...) penetra no quarto, onde a doce enfermeira continua a 
brincar(...).
e) A enfermeira dá um grito de horror e começa a chorar 
nervosamente.

3. (EFOMM-2012) Assinale a opção em que a expressão sublinhada NÃO se classifica como substantivo.
a) (...) pergunta, desapontada, a enfermeira, para logo aceitar este 
faz de conta dentro do (...).
b) O médico apanha o pincenê, que escorreu de seu nariz (...).
c) (...) uma cortina que se despenca, um grito, um uivo, um rugido 
animal, é o doce (...).
d) O famoso pediatra, com um esgar colérico, recusa a formidável 
droga.
e) Ainda sob o efeito das vitaminas, preso na solidão escura do mal 
(...).

4. (EFOMM-2012) O processo de formação de palavras que DESTOA dos demais aparece na palavra sublinhada na opção:
a) (...) e depois a injeção que a enfermeira lhe passa.
b) (...) e desfaz com uma espadeirada todo o consultório (...).
c) O famoso pediatra, com um esgar colérico, recusa a formidável droga.
d) (...) para dar um beijo violento no seu amor de filho e também para preparar-lhe um copázio de vitaminas (...).
e) (...) dá um grito de horror e começa a chorar nervosamente.

5. (EFOMM-2012) O elemento mórfico da palavra sublinhada NÃO tem valor diminutivo na opção:
a) (...) ei-lo, grave, aplicando sobre o peito descoberto duma criancinha (...).

b) (...) saem duma caixinha de brinquedos.

c) (...) se ela não quiser, NE, vai ficar muito magrinha. (...).

d) (...) e aplica no menino uma palmadinha carinhosa (...).

e) (...) conte uma história ou lhe compre um carneirinho de verdade.

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6. (EFOMM-2012) Algumas palavras ou expressões escapam de uma classificação mais precisa e são chamadas, por isso, de
denotativas. O único exemplo que foge a essa classificação encontra-se sublinhado na opção:
a) Avental branco, pincernê vermelho, bigodes azuis, ei-lo, grave, aplicando (...).
b) (...) se ela não quiser, NE, vai ficar muito magrinha que até o vento carrega.
c) (...) uma baiana de acarajé, um urso muito resfriado, porque só gostava de neve (...).
d) A mãe se aproveitava disso para dar um beijo violento no seu amor de filho e também para (...).
e) Ainda sob o efeito das vitaminas, preso na solidão escura do mal (...).

7. (ESCOLA NAVAL-2014) Em que opção houve mudança de classe gramatical do termo destacado?
a) "Era um oásis a caminhar." (2 º §)
b) "E o irmão lá atrás, respeitoso, era a sentinela, [...]." (3 º §)
c) "[...] convertendo a arma em caneta ou lápis [...]." (3º §)
d) "[...] que na mesa interior marulhavam lembranças [...]." (4º §)
e) "O mar é um morrer sucessivo e [...]." (8º §)

8. (ESCOLA NAVAL-2014)
Em que opção o comentário sobre as palavras sublinhadas está correto?
a) "E o irmão lá atrás, respeitoso, [...]." (3º §) - o sufixo "-oso" forma o adjetivo sublinhado a partir de um substantivo.
b) "Não, não enchi a garrafinha de água salgada para [...]."(4º §) - em "garrafinha", o sufixo de diminutivo tem valor pejorativo.
c) "[...] o carioca, com esse modo natural de ir à praia, desvaloriza o mar." (6º §) - o prefixo "des-" denota repetição em
"desvalorizar".
d) "Ele vai ao mar com a sem-cerimônia que o mineiro vai ao quintal." (6º §) - "- sem-cerimônia" é um neologismo formado por
aglutinação.
e) "[...] que surpresas ondearão entre a lareira e a mesa de vinhos e queijos!" (7º §) - o verbo sublinhado é formado por
prefixação.

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1. (EFOMM-2013) Assinale a opção em que se encontra uma oração na voz passiva.


a) Era o equívoco mais consolador, afinal não se perderia a mensagem.

b) Não distinguia bem, as pessoas se afastavam ou escondiam (...).
c) Restam – se restarem – fragmentos que nada contam (...).

d) Imaginei, às vezes, que foras ter a outra porta, e alguém se beneficiava de ti.
e) Quem sabe se a riqueza, de que eu tinha medo, mas (...).

2. (EFOMM-2013) Assinale a opção em que a locução sublinhada NÃO tem valor de adjetivo.
a) Repousava, aos domingos, dessa expectação sem limites.
b) Cismava que te recebera havia longos anos, mas era menino e sem condições (...).
c) Eu indagava os rostos, pesquisava neles a furtiva iluminação, o traço de beatitude (...).
d) E foi o que aconteceu, sem dúvida.
e) A umidade e os ratos de esgoto te consumiram.

3. (EFOMM-2013) Assinale a opção em que se analisou CORRETAMENTE a classe gramatical do termo sublinhado.
a) O resto do dia era neutro. Restava amanhã. E outro amanhã. – substantivo.
b) Muitas recebi durante esse prazo. – advérbio de intensidade.
c) (...) todos os dias passei por tuas proximidades, até mesmo em cima de ti (...) – locução adverbial.
d) Nunca imaginei ao certo o que de grande me reservavas. – advérbio de negação.
e) Quem sabe se a riqueza, de que eu tinha medo, mas revestida de doçura e imaginação (...) – conjunção condicional.

4. (EFOMM-2013) A forma verbal que pertence à segunda conjugação aparece na opção:


a) Imaginei, às vezes, que foras ter a outra porta, e alguém se beneficiava de ti.

b) Via-te aparecer em sonho, e (...).

c) (...) mas era menino e sem condições de avaliar-te, ou vieras em código, (...).
d) Coexistiam, mais a cabeçuda esperança.
e) (...) até mesmo em cima de ti, sem discernir tua pulsação.

5. (EFOMM-2013) Assinale a opção em que a palavra sublinhada NÃO tem relação com a forma verbal colocada ao lado.
a) E o receio de que entre elas rolasses perdida (...) – recear.
b) Ou a glória espiritual, sem seus gêmeos a jactância e o orgulho? – jactanciar-se.
c) (...) foram acumulando debaixo do chão o monte de notícias, lamentos, beijos, ameaças, / /” faturas, ordens, saudades (...). –
saudar.
d) E foi o que aconteceu, sem dúvida. – duvidar.
e) (...) enquanto eu conjeturava mil formas de extravio e omissão. – omitir-se.

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6. (EFOMM-2013) Assinale a opção cuja palavra sublinhada se forma por um processo diferente das demais.
a) Eu indagava os rostos, pesquisava neles a furtiva iluminação (...).
b) (...) O traço de beatitude, que indicasse conhecimento (...).
c) Quem sabe se a riqueza, de que eu tinha medo, mas revestida de doçura (...).
d) (...) as pessoas se afastavam ou escondiam tão finamente tua posse (...).
e) Cheguei a supor que não existisses. Imaginei, às vezes (...).

7. (EFOMM-2014) Assinale a opção em que se analisou ERRONEAMENTE a classe gramatical da palavra sublinhada.
a) (...) e só não ponho a mão na cabeça porque, afinal das contas, o correr dos anos nos dá uma certa filosofia. – substantivo.
b) (...) quando ficou lendo Carlos Drummond de Andrade até às tantas, como prova este “Poesia até agora” (...) – conjunção
subordinativa conformativa.
c) (...) o correr dos anos nos dá uma certa filosofia. – pronome indefinido.
d) Umas acham que um dia dá um estalo de Padre Vieira na cabeça desses moleques (...) – artigo indefinido.
e) Dizer que peregrinei por antiquários para descobrir nobres jacarandás, de boa estirpe (...) – adjetivo.

8. Os adjetivos são palavras que, entre outras funções, indicam uma opinião do enunciador sobre o substantivo adjetivado; o
adjetivo abaixo que está nesse caso é:
a) aspecto fascinante;
b) capitalismo americano;
c) filantropia bilionária;
d) potência filantrópica;
e) proporções inéditas.

9. As gramáticas normativas de língua portuguesa ensinam que alguns advérbios de modo são resultantes da junção da forma
feminina do adjetivo com o sufixo –mente. O advérbio derivado de adjetivos do texto em que isso se pode constatar claramente é:
a) nacionalmente;
b) fascinantemente;
c) religiosamente;
d) internacionalmente;
e) ineficazmente.

10. A alternativa que mostra uma relação INCORRETA entre adjetivo e substantivo correspondentes é:
a) fascinante – fascínio;
b) abnegado – abnegação;
c) consciente – consciência;
d) ineficaz – ineficácia;
e) fundamental – fundo.

11. A alternativa que mostra uma correspondência ERRADA entre substantivo e verbo correspondente é:
a) submissão / submeter;
b) autoridade / autorizar;
c) tendência / tender;
d) mente / mentalizar;
e) providência / provir.

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EXERCÍCIOS DE TREINAMENTO
1. b

2. b

3. c

4. c

5. c

6. e

7. e

8.

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EXERCÍCIOS DE COMBATE
1. a

2. d

3. a

4. b


5. c

6. e

7. d

8. a

9. c

10. e

11. e

30

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