Professional Documents
Culture Documents
Belém/PA
2019
ANA CAMILA SOUZA PEREIRA -17016569
ANA CÉLIA SOUZA FARIAS - 17027749
WILIENE DA SILVA FAVACHO – 17027582
LUANA PATRICIA NASCIEMENTO DUARTE - 17027714
Belém/PA
2019
A sociologia examina a conduta do homem dentro do âmbito social, se
interessando Particularmente pela forma como essa sociedade institui
modelos de comportamento. Tais modelos são Fruto da construção social da
realidade e estabelecem um padrão de relacionamentos entre os indivíduos de
uma sociedade. A sociologia observa e analisa as regras que regem as
relações sociais, estudando a influência mútua, o intercâmbio entre pessoas e
grupos no to cante as seus sistemas de organização, conflitos e
mudanças sociais. As relações de poder também incluem-se nesse estudo.
Observa-se como os grupos dominantes procuram influenciar as pessoas
de tal forma que elas venham a compartilhar desses padrões de
comportamento dominante. Vale ressaltar que a imposição de ordem social
não acontece de forma pacífica, o que pode gerar conflitos relacionados
às regras sociais impostas, que por vezes alteram a organização de uma
sociedade, gerando mudança social.
A sociologia depara-se com que o direito que tem por objetivo o
estabelecimento de regras explicitas e coerentes que apontam o caminho
para a regulamentação de comportamentos sociais. As regras podem sofrer
alterações para adequar-se melhor ao contexto. É nesse sentido que a
sociologia jurídica encontra na leitura do direito, a visão sobre os
fenômenos do conflito, da integração e da mudança social que se revelam
também através do sistema jurídico.
ANOMIA EM MERTON
Explicação:
Explicação
1) Conformidade: o indivíduo busca atingir as metas culturais através
dos meios estabelecidos na sociedade. O indivíduo adere plenamente às
normas sociais, não existindo comportamento desviante. É o que se
denomina de comportamento modal. Neste caso a pessoa não demonstra
nenhum problema de adaptação às regras estabelecidas em determinada
sociedade.
2) Inovação: Neste caso a conduta do indivíduo é condizente com as
metas culturais, mas existe uma ruptura com relação aos meios
institucionalizados. No momento em que percebe que os meios legítimos
não estão ao seu alcance, o indivíduo tenta atingir as mesmas metas
servindo-se de meios socialmente reprováveis.
3) Ritualista: Aqui o indivíduo demonstra um desinteresse em atingir
as metas socialmente dominantes. O medo do insucesso, do fracasso
produz desencanto e desestímulo. A pessoa acredita que nunca poderá
atingir as “grandes metas”, continua, porém, respeitando as regras
sociais, apegando-se às mesmas como em uma espécie de ritual.
4) Evasão: caracteriza-se pelo abandono das metas e do s meios
institucionalizados. Esta conduta indica uma falta de identificação com os
valores e as regras sociais, o indivíduo vive em determinado meio social,
mas não adere ao mesmo.
5) Rebelião: é caracterizada pelo inconformismo e pela revolta. O
indivíduo é negativo com relação aos meios e às metas. Através da
combinação destes modos de comportamento Merton definiu a sociedade
anômica, que é quando a sociedade exacerba a importância de
determinadas metas, sem oferecer à maioria dos seus membros a
possibilidade de atingi-las através dc meios institucionalizados (legítimos).
Esta discrepância favorece o comportamento “inovador”(anômico) e leva
ao aumento dos casos de desvio, pois os membros da sociedade são
comprimidos a atingir as metas, sem que seja possível, para a maioria deles,
atingir este objetivo de uma forma que seja aceita pela opinião dominante.
Considerações críticas acerca da anomia A teoria da anomia de Merton
significou um grande avanço teórico, por ter desenvolvido o conceito de
anomia em consonância com a problemática da sociedade moderna. O
autor diz que há uma cilada na qual se encontram as sociedades
modernas: elas prescrevem ao s indivíduos um determinado projeto de
vida e ao mesmo tempo impossibilitam a concretização deste projeto (ser
rico , famoso e ter (sucesso). Em tal situação, os conflitos e as violações de
regras são inevitáveis.
Esta teoria elucida porque os membros das classes menos favorecidas
praticam infrações, pois eles são excluídos dos meios institucionalizados
para atingir a riqueza, portanto recorrem à delinquência para atingir os
objetivos que a sociedade dissemina. Em geral, a delinquência por motivos
econômicos pode ser bem explicada através da teoria da anomia de
Merton. O mesmo acontece com o s crimes de motivação política, que
decorrem de uma conduta de rebelião, finalmente o modelo de evasão
explica comportamentos desviantes autodestrutivos como o alcoolismo ou a
toxico dependência. A teoria de Merton não pode, no entanto, explicar
todas as formas de desvio social. A principal crítica que pode ser
lançada à teoria de Merton é que o autor entende as condutas de
inovação, ritualismo, evasão e rebelião, como manifestação de um a
disfunção dentro do sistema social. O autor parte da ideia da existência
de um equilíbrio social e considera o desvio como manifestação
patológica, apesar de reconhecer a contribuição do sistema para a produção do
comportamento anômico.
Atualidade da Anomia
Atualidade da anomia Qual é a importância da problemática da anomia para a
sociologia jurídica moderna? R: Sabadell indica três usos do conceito anomia,
a anomia e a ineficácia do direito, anomia e poder e por último anomia e
pluralismo cultural.
ANOMIA E PODER
A anomia, enquanto falta de normas de referência em determinado
contexto, está relacionada com os conceitos de auto anomia e de heteronomia
(Ferrari, 1999, p. 172). O termo autonomia é composto das palavras gregas
auto = mesmo e nomas = lei, e significa que o indivíduo se rege por suas
próprias leis, por isso é independente, autônomo. O contrário acontece no
caso da heteronomia (héteros = outro), que indica a submissão a leis
estabelecidas por outros. Aqui as normas são estabelecidas pelos
detentores do poder e impostas a todos, independentemente da existência de
consenso. As normas jurídicas são heterônomas. Nesta ótica, o problema
da anomia ganha uma fronteira muito distinta. O grupo que não respeita
as normas jurídicas vivencia muitas vezes um conflito entre suas convicções
e as prescrições do sistema jurídico oficial. Nestes casos, a anomia não
indica a ausência de normas, e sim o conflito entre as normas oficiais e as
normas aceitas por um grupo social.
RITMO DA MUDANÇA
Quanto à cadência das mudanças, há áreas de atuação social, onde é
relativamente fácil introduzir uma mudança e outras onde é mais complicado.
As mudanças se dão de forma mais rápidas na organização do Estado do
que no setor da economia privada, onde há uma maior resistência dos
agentes econômicos, ou no que tange aos costumes e à concepção de família,
devido a influência das religiões.
No setor privado é mais fácil introduzir mudanças de algumas estruturas,
através do direito criando incentivos ao desenvolvimento e à
competitividade (“modernização”). Se disto decorrem benefícios e as
classes dirigentes estão de acordo, e a mudança pode ser rápida e bem
sucedida, Ex: desenvolvimento de “zonas francas”,reformas no direito
tributário, no direito do trabalho e na distribuição de auxílios estatais,
incentiva-se a atividade econômica em determinadas regiões. Porém as
mudanças globais são difíceis no campo econômico, porque isto implica
numa mudança radical na estrutura de classe do país e cria grandes
resistências políticas. Ainda mais improváveis são as tentativas de mudança
que atingem práticas culturais, como as práticas religiosas ou a situação no
âmbito privado da família. Nestes casos as ideologias transmitidas pela
tradição apresentam uma grande resistência. Um último tema relaciona-se
à estratégia que devem adotar os reformadores nas tentativas de
mudança social. Deve ser totalmente abolido o antigo direito (estratégia
de ruptura) ou tentar reformas parciais, através de compromissos táticos,
que deixam em vigor parte do direito antigo, para não colocar em perigo
a reforma? Não há uma receita certa. Tudo dependerá do setor de atuação
e do apoio social concedido ao s propulsores da reforma. Em outras
palavras, a mudança social através do direito é um problema plenamente
e exclusivamente político.