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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 4
1. 42
2. 42
2.1 42
2.1.1 Identificação do paciente 5
2.1.2 Queixa principal e diagnóstico médico 5
2.1.3 História da doença pregressa 6
2.1.4 História da doença atual 6
2.1.5 História familiar e social 6
2.2 CONCEITO E EPIDEMIOLOGIA DA DOENÇA 6
2.2.1 Fisiopatologia da doença 7
2.3 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 8
2.3.1 Avaliação Física 8
2.3.2 Avaliação antropométrica 8
2.3.3 Avaliação bioquímica 10
2.3.4 História alimentar 12
2.4 DIAGNÓSTICO CLÍNICO NUTRICIONAL 13
2.5 TRATAMENTOS REALIZADOS 13
2.5.1 Tratamento medicamentoso e interação fármaco-nutriente 13
2.6 NECESSIDADES NUTRICIONAIS 15
2.7 TERAPIA NUTRICIONAL PROPOSTA PELO HOSPITAL, CARACTERÍSTICA DA DIETA E
ADEQUAÇÃO 17
2.8 EVOLUÇÃO CLÍNICA E DIETOTERAPICA 21
2.9 CONDUTA NUTRICIONAL PROPOSTA PELO ESTAGIÁRIO 22
2.10 ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS 25
3 OUTRAS ATIVIDADES 26
CONCLUSÃO 27
REFERÊNCIAS 28
APÊNDICES 29

40
INTRODUÇÃO

O estágio supervisionado de Nutrição Clínica em Adulto foi realizado no Hospital e


Pronto Socorro Dr. João Lúcio Pereira Machado, localizado na cidade de Manaus /AM,
situado na Alameda Cosme Ferreira, nº 3937, Bairro São José Operário, Zona leste,
durante o período de 10 de outubro á 21 de novembro de 2017, totalizando 100 horas,
sob a supervisão da preceptora e Nutricionista Camila Cristina Nascimento de Holanda.
É comum em nosso dia a dia conviver com problemas relacionados à saúde típica
de países desenvolvidos, como a obesidade e doenças crônicas degenerativas, advindas
agora de forma mais intensa, devido à longevidade da população mundial, e ainda não
resolvemos problemas básicos de nações subdesenvolvidas ou emergentes como a
desnutrição e as carências nutricionais (CHEMIM/2000). No segmento da nutrição clínica,
o nutricionista é peça fundamental para o tratamento de pacientes hospitalizados, com o
objetivo de garantir a alimentação equilibrada e a oferta de macro e micronutrientes
essenciais ao bom estado nutricional, ainda a aplicação de métodos como a avaliação
nutricional, o que será determinante para um diagnóstico preciso, evolução clínica e
recuperação do paciente no âmbito hospitalar (PEREIRA/2012).
O estágio torna-se importante ao acadêmico no ponto em que, possibilita o
encontro entre o saber teórico visto em sala de aula com a prática vivenciada diariamente
no âmbito hospitalar, além de proporcionar o desenvolvimento de habilidades e
competências que serão de extrema importância para a formação profissional e
aperfeiçoamento técnico do mesmo.
O objetivo do estágio está em aplicar todos os conhecimentos e técnicas inerentes
ao aluno, com o intuito de prestar assistência dietoterápica aos indivíduos hospitalizados
e através de algumas atividades como, avaliação nutricional, anamnese alimentar e
orientações nutricionais, podendo contribuir para um diagnóstico preciso, o que
certamente contribuirá positivamente para a recuperação ou manutenção do estado
nutricional e de saúde do paciente contribuindo para a aprendizagem do aluno.

41
1. HISTÓRICO DO LOCAL DE ESTÁGIO

O Hospital e Pronto Socorro Dr. João Lúcio Pereira Machado foi fundado em
24/09/1998, com números significativos no atendimento que registra 600 atendimentos
diários, com uma média de 6 mil atendimentos e de 18 mil exames laboratoriais ao mês,
fora os exames de imagem, cujos principais são o Raio-X e a tomografia
computadorizada, é referência em cirurgias para o trauma em 14 especialidades médicas,
incluindo neurologia, cabeça, pescoço e cirurgia vascular.
A unidade hospitalar, vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (Susam),
contabilizou, em 12 meses de setembro de 2013 a agosto de 2014, 173,4 mil consultas
médicas, 104,8 mil internações e 7 mil cirurgias em diferentes especialidades. Outras
especialidades disponíveis na unidade hospitalar são: Cirurgia geral, clínica médica,
medicina intensiva, além de enfermagem intensiva e fisioterapia. A pediatria também está
presente na unidade, que o hospital tem como anexo o Pronto-Socorro da Criança da
Zona Leste, popularmente conhecido como Joãozinho, que atende casos de crianças com
idade até 14 anos de auxílio à atenção infantil.
Acesso em 15 de Outubro de 2017.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 RELATO DE CASO CLÍNICO

2.1.1 Identificação do paciente

Paciente L.G.N, 71 anos, nascido no dia 07/10/1946, gênero masculino, raça


pardo, natural de Manacapuru/AM, brasileiro, aposentado, solteiro.

2.1.2 Queixa principal e diagnóstico médico

O paciente procurou assistência médica em um Hospital da Zona Norte após sentir


fraqueza, dispneia, dores torácicas e palidez, onde foi transferido para o Hospital e Pronto
Socorro Dr. João Lúcio no dia 29.09.2017 para cuidados médicos. Após a internação
passou por exames onde o mesmo foi diagnosticado com Insuficiência Cardíaca.

42
2.1.3 História da doença pregressa

Segundo relato do paciente, o mesmo é portador de HAS (Hipertensão Arterial


Sistêmica) faz uso de medicamentos e DM (Diabetes Mellitus). O quadro de DM só foi
descoberto quando o paciente deu entrada no Hospital e Pronto Socorro Dr. João Lúcio.

2.1.4 História da doença atual

Em agosto do ano vigente, o paciente relatou que vinha sentindo fortes dores
torácicas, mais que se recusava a procurar um atendimento hospitalar, evoluindo seu
quadro para um Infarto Agudo do Miocárdio, onde foi submetido a realizar uma
Angioplastia Coronariana no Hospital Francisca Mendes, no intervalo de um mês retornou
a sua casa onde permaneceu queixando-se de fortes dores torácica, retornou para o
Hospital da Zona Norte onde foi submetido a um procedimento de Cateterismo Cardíaco
no dia 17.10.2017, logo após foi transferido para o Hospital e Pronto Socorro Dr. João
Lúcio para cuidados médico e recuperação do quadro clínico.

2.1.5 História familiar e social

De acordo com relatos do paciente e do acompanhante a família é hígida, não


apresentando casos de DCNT.
Em relação à história social, o paciente reside em casa própria de madeira, mora
com três sobrinhos, a esposa de um dos sobrinhos e a filha da mesma. Possui o ensino
fundamental incompleto, utiliza água de poço artesiano e filtrada, energia elétrica, coleta
de lixo e esgoto. É aposentado, com renda mensal de 2 salários mínimos, ex tabagista e
etilista.

2.2 CONCEITO E EPIDEMIOLOGIA DA DOENÇA

A insuficiência cardíaca é uma disfunção do coração que perde a capacidade de


bombear sangue adequadamente para atender as necessidades metabólicas dos órgãos
e tecidos. Existem diversos fatores que influenciam no desenvolvimento da insuficiência
cardíaca, tanto herdada geneticamente como desenvolvidos ao longo do tempo, estes

43
intimamente estão relacionados ao estilo de vida, aos quais se dá especial ênfase por sua
influência. A IC continua sendo uma síndrome de característica maligna, com alto índice
de mortalidade nas formas avançadas, pode ocorrer como consequência de qualquer
doença que afete o coração tendo uma prevalência bastante elevada em pacientes com
hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes melittus (DM), e a doença arterial
coronariana (DAC) (GUYTON, 2011).
No Brasil, no ano de 2007 as doenças cardiovasculares (DCV) representaram a
principal causa de mortalidade no país e a terceira causa de internação, sendo a IC a
principal condição cardíaca que leva à internação, sendo responsável por 2,6% das
internações do país nesse ano e por 6% dos óbitos. Mais de 2/3 das internações por IC
ocorrem em pacientes acima de 60 anos (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA,
2012).

2.2.1 Fisiopatologia da doença

No que tange a fisiopatologia da Insuficiência cárdica é quanto ao mecanismo, que


é dividido em sistólica e diastólica. A insuficiência sistólica caracteriza-se por uma
diminuição da fração de ejeção e da dilatação da cavidade pela deterioração da função de
sofrer contrações, geralmente do ventrículo esquerdo (infarto agudo do miocárdio – IAM),
a insuficiência diastólica é determinada pela diminuição da complacência cardíaca, onde o
coração não consegue distender adequadamente para receber o sangue a ser bombeado
mantendo uma fração de ejeção preservada. (GUYTON, 2011)
Pode ser classificada a insuficiência cardíaca em aguda (IAM extenso e miocardite
aguda) ou crônica (miocardiopatia dilatada, hipertensão arterial, valvopatias, IAM).
Também pode ser dividida em sobrecarga de pressão, que provoca uma hipertrofia
concêntrica do músculo cardíaco, onde o aumento da massa muscular acaba impedindo o
correto enchimento do ventrículo. (GUYTON, 2011)
A Insuficiência Cardíaca promove a ativação do sistema imunológico e liberação de
mediadores referentes à resposta inflamatória, envolvendo as alterações que promovem
estes mediadores somados, levam à hipertrofia e remodelamento ventricular
característico. A IC faz com que ocorra disfunção de diversos sistemas do organismo
(cardiovascular, musculoesquelético, renal, neuroendócrino, hemostático, imunológico e

44
inflamatório) onde demonstra a complexidade com que se articula no seu
desenvolvimento (GUYTON, 2011).
2.3 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

Na prática clínica é necessário escolher as avaliações nutricionais mais


apropriadas à condição clínica dos indivíduos, com a utilização do maior número de
métodos possíveis. Assim, pode-se estabelecer um diagnóstico nutricional confiável,
fundamental para que a conduta nutricional seja adequada e, consequentemente,
contribua para a recuperação nutricional e clínica do indivíduo. (HINKELMANN, 2015)
Segundo Cuppari (2014), avaliação nutricional do paciente idoso é de suma
importância para avaliar o processo sistemático que envolve a anamnese, exame físico,
história dietética, exames laboratoriais e dados antropométricos, com a finalidade de
identificar e tratar as alterações do estado nutricional.

2.3.1 Avaliação Física

Foram observadas durante a avaliação física do paciente as seguintes situações,


cabelos secos, sem brilho, fino, despigmentado, fácil de arrancar, probabilidade de uma
deficiência de ferro e zinco. Mancha de bitot nos olhos e pele com sinal de xerose,
possivelmente uma deficiência de vitamina A. Esmalte dos dentes manchados e dentição
incompleta, uma possível carência de cálcio. Unhas coiloníquia, desencadeado
principalmente por deficiência de vitamina A, B12 (cobalamina) e ferro. Em seguida foi
verificado o abdome do mesmo que se encontrava distendido devido a um possível
edema.
Em relação aos hábitos intestinais do paciente, o mesmo relatou que suas fezes
encontram-se pastosa com frequência de duas vezes ao dia, seu hábito urinário encontra-
se normal com cor amarelo claro.

2.3.2 Avaliação antropométrica

Por meios de indicadores antropométricos, é possível estudar e acompanhar o


processo de crescimento e desenvolvimento, de acordo com a faixa etária e sexo, avaliar
a massa corpórea total, a distribuição de gordura e a composição corporal, permitindo
assim identificar indivíduos com problemas de saúde, nutricionais e em risco de doenças.

45
Além disso, a antropométrica é importante no monitoramento do estado nutricional, sendo
utilizada em pesquisas epidemiológicas e na prática clínica. (SAMPAIO, 2012)
Segundo (SAMPAIO 2012), suas vantagens são justificadas pelo fato de ser um
método de baixo custo e pouco invasivo, pela obtenção rápida dos resultados e
fidedignidade do método, sendo largamente aplicada no âmbito individual ou coletivo,
ainda segundo o autor mesmo com todas essas vantagens deve-se considerar algumas
situações em que os indicadores antropométricos tornam-se limitantes, como,
impossibilidade de se identificar deficiências nutricionais específicas e alterações recentes
na composição e distribuição corporal.
No dia 19/10/2017, foram coletados os dados das medidas importantes para avaliar
o estado nutricional do paciente. Os parâmetros que são importantes e de mais relevância
para faixa etário e estado nutricional do mesmo é peso atual, IMC e estatura, em relação
aos resultados dos parâmetros encontrados apresenta inadequados, pois o paciente
encontra-se sobrepeso.

Os dados na avaliação antropométrica estão descritos na tabela 1.


AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

TABELA 1 (21 dias)

DADOS CLASSIFICAÇÃ
RESULTADO ADEQUAÇÃO
ANTROPOMETRICOS O

Data: 19/10/2017 - - -

Estatura (m) 1,64 m - -

Peso atual (kg) 75,6 kg - -

Peso usual (kg) 80 kg - -

AJ (cm) - Acamado 44 cm - -

IMC (kg/m2) 28,2 kg/m2 Sobrepeso 24,0 – 27,0 kg/m2

(indica eutrofia)

% Perda de peso 5.5 % Dentro da 3 meses até (7,5)


normalidade

46
Panturrilha (cm) 38 cm Sem perda de >31 cm
massa magra

CB (cm) 112 % Sobrepeso 90 – 110 %

(Eutrofia)

CC (cm) 98 cm Risco aumentado < 94 cm


de síndrome
metabólica

MAN 13 pontos 12 pontos ou 12 pontos ou mais


mais
desnecessário
continuar a
avaliação

(GOTTSCHALL, et al. (2012).


2.3.3 Avaliação bioquímica

Os indicadores bioquímicos fornecem medidas objetivas da alteração do estado


nutricional, tendo como principais vantagens à confirmação das deficiências nutricionais,
identificação precoce de problemas nutricionais antes de qualquer sinal ou sintoma clínico
nutricional de deficiência ou excesso de nutrientes seja percebido pelo indivíduo ou
nutricionista. (SAMPAIO, 2012)

47
Exames Bioquímicos

Exames 29/09/2017 02/10/2017 Referência Interpretação do


Laboratorial Exame

Leucócitos 9.890 mm3 8.440 mm3 5.000 – 8.000 Leucocitose é


mm3 devido à
alteração dos
leucócitos, que
sinaliza infecção
bacteriana ou
virótica.

Hemácias 4.63 mm3 4.68 mm3 4.50 – 6.10 mm3 Sem alteração

Hemoglobina 12.5 g/dL 12,7 g/dL 13.5 – 18.0 g/dL Sinalizou anemia
discreta.

Hematocrito 38.4 % 39.0 % 40 – 54 % Indicador de


anemia,
Deficiência de
Ferro, B12.

Plaquetas 185 mm3 168 mm3 130 - 450 mm3 Sem alteração

Linfócitos 21.0 % 21.6 % 20 – 30 % Sem alteração

Monócitos 2.7 % 4.5 % 2 – 10 % Sem alteração

Eosinófilos 3,4 % 2,6 % 2-4% Sem alteração

Ureia 32 mg/dL 35 mg/dL 10 - 45 mg/dL Sem alteração

Creatinina 0.9 mg/dL 0.8 mg/dL 0.6 – 1.1 mg/dL Sem alteração

Glicose 144 mq/L 137 mq/L 110 – 125 mq/L O aumento

48
persistente da
glicose no
sangue indica
(hiperglicemia)
que é o indicador
de diabetes
mellitus.

Basófilos 1% 1% 0-1% Sem alteração

Magnésio 2.0 mg 1,2 mg/dL 1.7 – 2.6 mg/dL Sem alteração

CK (Creatina 2.188 u/L 163.6 u/L 35 - 232 u/L Os valores


quinase) aumentado de
CK indica que
houve alguma
lesão no
coração,
insuficiência
cardíaca.

CKMB (marcador 165,7 u/L 161,0 u/L 5,0 ng/mL Com os valores
do miocárdio (os valores aumentados
estabelece o máximos são confirma o infarto
infarto agudo do verificados agudo do
miocárdio) miocárdio.
cerca de 12
horas após o
infarto)

(NEMER, 2010)

Os achados bioquímicos dos exames laboratoriais hemograma apontam que o


paciente apresenta uma anemia discreta, deficiência de ferro e vitamina B12
(cobalamina), uma alteração nos leucócitos sinaliza uma infecção virótica ou bacteriana.
Sua glicose encontra-se alterada indicando a hiperglicemia (diabetes mellitus), e o exame
CK (creatina quinase) e CKMB ocorreu alterações no exame onde sinalizou uma lesão no
coração (insuficiência cardíaca).

2.3.4 História alimentar

49
Paciente relata consumir habitualmente no café da manhã uma unidade de pão
(massa grossa) ou tapioca, e como bebida normalmente café preto. Faz colação que é
frutas normalmente banana, abacaxi ou melancia, no almoço costuma consumir, carne
bovina, frango e peixe assado ou cozido, arroz, feijão, macarrão, farinha. No lanche da
tarde gosta de café preto, acompanhada geralmente por tapioca ou pão massa grossa.
No jantar semelhante ao almoço retirando em algumas ocasiões o feijão, em outras relata
consumir sopa de carne, não faz ceia. Costuma adicionar açúcar e sal nas preparações já
prontas. Ainda em relação aos hábitos alimentares, em suas próprias palavras relatou
gostar de praticamente tudo, tendo aversão apenas por carne e frango, costuma tomar
água regularmente.
Pode-se observar que os alimentos acima devido à forma que estão sendo
consumindo pelo paciente não estão suprindo as necessidades nutricionais, causando
assim deficiência de vitaminas e minerais, o consumo de carboidratos simples esta
indicando o alto índice glicêmico, e possivelmente levando ao seu quadro nutricional e
clinico que se encontra.

2.4 DIAGNÓSTICO CLÍNICO NUTRICIONAL

O diagnóstico do estado clínico e nutricional do paciente envolveu os resultados da


avaliação nutricional que incluíram a avaliação antropométrica, exame físico, dados
bioquímicos e a história alimentar.
Paciente encontra-se sobrepeso segundo todos os parâmetros antropométricos
analisados, o mesmo apresenta carências nutricionais de vitaminas e minerais detectadas
pelo exame físico e com uma anemia discreta comprovados pelos exames bioquímicos,
provavelmente, devido a seus hábitos alimentares e estado patológico em que se
encontrava.

2.5 TRATAMENTOS REALIZADOS

Paciente faz atualmente tratamento medicamentoso e dietoterápico.


O tratamento medicamentoso se dá quando o comportamento do paciente
coincide com as orientações para controlar ou curar a sua doença e o dietoterápico é para

50
a identificação dos distúrbios nutricionais, possibilitando uma intervenção adequada de
forma a auxiliar na recuperação e manutenção do estado de saúde do paciente.

2.5.1 Tratamento medicamentoso e interação fármaco-nutriente

Tabela 2- INTERAÇÃO FÁRMACO/NUTRIENTE

FÁRMACO AÇÃO DO INTERAÇÃO/REAÇÕES REAÇÕES


FÁRMACO COM ALIMENTO ADVERSAS
Fondaparinux É um fármaco Não há indícios de Náuseas, vômito e
antitrombótico. interação alimentar para dor abdominal.
este medicamento.
Losartan Indicado para o Não há indícios de Tontura, fadiga e
tratamento de interação alimentar para vertigem.
hipertensão e este medicamento.
insuficiência
cardíaca.
Hidroclorotiazida Tratamento da A ingestão concomitante Anorexia,
hipertensão de alimentos aumenta desconforto
arterial, sua absorção. gástrico, náuseas e
insuficiência vômitos.
cardíaca, e efeito
diurético.
Anlodipino Tratamento da Não há indícios de Dor de cabeça,
isquemia interação alimentar para fadiga, sonolência,
miocárdica, este medicamento. dor abdominal e
insuficiência tontura.
cardíaca e
hipertensão.
Carvedilol Tratamento da Administrado com Tontura, cefaleia e
pressão arterial, alimentos reduz a fadiga.
insuficiência velocidade de absorção
cardíaca e controle e diminui a incidência de
das crises de efeitos ortostáticos.
angina no peito.
Clopidogrel Antiagregante Pode ser administrado Dor de cabeça,
plaquetario, usado com alimento ou sem náuseas, vômitos e
no tratamento e alimento, não tendo fadiga.
prevenção da alterações.
trombose.
AAS (ácido Antitérmico, Administração após as Irritação da mucosa
acetilsalicílico) analgésico e refeições aumenta sua
gástrica, sobretudo
antiflamatório. absorção.
em dose alta e
tratamento

51
prolongado.

Sinvastatina Indicado para Não há indícios de Dor muscular,


redução do interação alimentar para insônia,
colesterol. este medicamento. constipação e
emagrecimento.
Ranitidina Tratamento de Não ingerir alimentos Náuseas, vômitos
úlcera duodenal e ricos em vitamina B12 dor abdominal
úlcera gástrica junto ou próximo à cefaleia e
benigna. administração do constipação.
medicamento, diminui a
absorção da vitamina
B12.
Glicose 50% Usado no Não há indícios de Dor no local e
tratamento da interação alimentar para irritação na veia.
hipoglicemia este medicamento.
insulínica.
Dipirona Analgésico Não há dados Ardor urticaria,
disponíveis até o inchaço, dispneia e
momento sobre a sintomas
interação entre gastrointestinais.
alimentos e dipirona.
Metoclopramida É um antagonista Não há indícios de Dor de cabeça,
da dopamina, seu interação alimentar para diarreia e
mecanismo de este medicamento. depressão.
ação é
desconhecido.
Captopril É indicada para o Ingestão com alimento Cefaleia, alteração
tratamento da diminui sua absorção. no paladar,
hipertensão, diminuição do
insuficiência peso, náuseas,
cardíaca, infarto do vômitos e diarreia.
miocárdio, e
nefropatia
diabética.
Isordil Prevenção da dor Não há indícios de Náuseas, vômito,
isquêmica interação alimentar para fraqueza, palidez e
cardíaca e da este medicamento. insônia.
insuficiência
cardíaca.

(MEDICINANET, 2016; LEILA, 2003)

2.6 NECESSIDADES NUTRICIONAIS

52
O estabelecimento das necessidades nutricionais do indivíduo enfermo constitui
ainda grande desafio para o nutricionista, visto que ainda não há consenso de
recomendações nutricionais específicas para todas as doenças ou situações clínicas
encontradas na prática. Além disso, o enfermo frequentemente apresenta várias
comorbidades associadas à doença base, e cada um responde de forma diferenciada a
terapêutica nutricional. Assim, o profissional deve utilizar o máximo de informações acerca
da história clínica, bioquímica e nutricional do paciente, para definir a conduta nutricional
mais adequada, sendo de suma importância o acompanhamento sistemático, para que
sejam feitas as adequações das recomendações às necessidades do indivíduo.
(HINKELMANN, 2015)
Para cálculo do gasto energético basal e valor energético total do paciente utilizou-
se a fórmula de Harris e Benedict 1919, para o cálculo do gasto energético total foi
utilizado o fator atividade de 1,3 especifico para pacientes deambulando e o valor de 1,5
que representa o fator injuria para indivíduos em quadro de insuficiência cardíaca. Para
distribuição dos macronutrientes foi usado como parâmetro os valores de referência da
AMDR para indivíduos do gênero masculino >70 anos. Aos micronutrientes como
referência para adequação da conduta alimentar proposta usou-se os valores das DRIS
para a mesma faixa etária e idade já citados acima, e para as necessidades hídricas
utilizou-se a fórmula Holliday-Segar, (1957).

TABELA DE NECESSIDADES NUTRICIONAIS

TMB= 1.329 Kcal/dia

VET= 2.592 Kcal/dia

MACRONUTRIENTES NECESSIDADES

Carboidratos 45 % 65 %

1.166,4 Kcal 1.685 Kcal

292 g 421,2 g

53
Proteínas 10 % 35 %

259,2 Kcal 907,2 Kcal

65 g 227 g

Lipídios 20 % 35 %

518,4 Kcal 907,2 Kcal

58 g 101 g

Ingestão hídrica 2.268 ml/dia

Holliday-Segar, (1957).

(CUPPARI, 2014.( DRI, 2011)

TABELA DE NECESSIDADES PARA MICRONUTRIENTES


MICRONUTRIENTES VALOR DE VALOR DE
REFERÊNCIA
RDA REFERÊNCIA UL

(>70 anos) (>70 anos)

Cálcio (Ca) 1.200mg 2.500mg

Ferro (Fe) 8mg 45mg

Magnésio (Mg) 420mg 350mg

Selênio (Se) 55ug 400ug

Sódio (Na) 1,2g 2,3g

Zinco (Zn) 11mg 40mg

Vitamina A 900ug 300ug

54
Vitamina B12 2,4ug ND

Vitamina C 90mg 2.000mg

Vitamina E 15mg 1.000mg

Fibras 30g ND

(PADOVANI,2006; CUPPARI, 2014)

2.7 TERAPIA NUTRICIONAL PROPOSTA PELO HOSPITAL, CARACTERÍSTICA DA


DIETA E ADEQUAÇÃO

É oferecido para o paciente, como parte da conduta nutricional do hospital, uma


dieta oral, livre, com restrição hipossódica, característica normocalorica, hiperproteica,
hipolipídica e hipoglícidica, com fracionamento de 6 refeições ao dia de 3/3 horas,
conforme prescrito no prontuário do mesmo. A conduta proposta pelo hospital torna-se
fundamental ao paciente em função de seu estado nutricional atual, pois trata-se de um
paciente portador de Insuficiência Cardíaca, Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes.
Dado a situação, é necessário oferecer ao mesmo um cardápio quantitativo e
qualitativamente adequado as suas necessidades individuais por ser um paciente que
encontra-se sobrepeso, de maneira que contribua para a recuperação de seu estado
nutricional e evolução clínica de sua doença. Os micronutrientes encontram-se em níveis

55
alterados e baixos podendo causar deficiências, inflamação, constipação e declínio da
imunidade dificultando a melhora do seu quadro clínico.

CARDÁPIO PROPOSTO PELO HOSPITAL

REFEIÇÃO ALIMENTO QUANTIDADES

Desjejum Café c/ leite s/ açúcar 1 copo 180 ml


desnatado
(6:00 horas) 2 unidade
Pão integral
1 copo 180 ml
Mingau de arroz integral

Colação Iogurte Desnatado 200 ml

(9:00 horas)

Almoço Frango guisado 2 peito M

(12:00 horas) Arroz integral cozido 2 colher de servir

Feijão carioca cozido 1 concha M

(salada cozida)

Cenoura 1 colher de sopa cheia

Batata 1 colher de sopa cheia

Lanche tarde Esfirra integral de frango 1 unidade M

(15:00 horas) Suco de maracujá 1 copo 180 ml

Jantar Picadinho 2 colher de servir

(18:00 horas) Arroz integral cozido 2 colher de servir

Sopa de carne 1 copo de 250 ml

(salada crua)

Tomate 2 colher de sopa

Pepino 2 colher de sopa

Alface 2 folhas M

56
Ceia Mingau de Mucilon 1 copo 180 ml

(21:00 horas) Suco de goiaba 1 copo 180 ml

Biscoito integral 4 unidades

(Tabela de medidas caseira, 4° e 5° edição, Ana Beatriz; Tabela de medida Caseira


Manoella Pacheco/2009).

TABELA DE ADEQUAÇÃO DA DIETA PROPOSTA PELO HOSPITAL

CARDÁPIO NECESSIDADES VALOR CARACTERÍSTICAS


ENCONTRADO DA DIETA

VET = 2.592 Kcal/dia 2.636 Kcal/dia 102 %

NORMOCALÓRICA

CARBOIDRATOS 45 % 65 %

1.166,4 Kcal 1.685 Kcal 664 Kcal 57 %

HIPOGLICIDICA

292 g 421,2 g

PROTEÍNAS 10 % 35 %

259,2 Kcal 907,2 Kcal 369,2 Kcal 142,4 %

HIPERPROTEICA

65 g 227 g

LIPÍDIOS 20 % 35 %

518,4 Kcal 907,2 Kcal 252 Kcal 49 %

HIPOLIPÍDICA

58 g 101 g

(CUPPARI, 2014; DRI, 2011)

57
MICRONUTRIENTES VALOR VALOR DE VALOR DE
ENCONTRADO REFERÊNCIA ADEQUAÇÃO
REFERÊNCIA
RDA
UL
(>70 anos)
(>70 anos)

Cálcio 568 mg 1.200mg 2.500g Devido ao


nível baixo de
cálcio, causa
hipocalcemia.

Ferro 108mg 8mg 45mg A alteração


causa
cansaço,
fraqueza e dor
abdominal.

Magnésio 234,2mg 420mg 350mg Devido o valor


baixo causa
fraqueza,
fadiga,
pressão alta,
diabetes.

Selênio 60ug 55ug 75ug Adequado

Sódio 1,16g 1,2g 2,3g Adequado

Zinco 4,67mg 11mg 40mg Com baixa


quantidade de
zinco causa,
perda de
cabelo,
compromete o
sistema
imunológico e
causa
inflamações
na pele.

Vitamina A 148,2ug 900ug 300ug Com níveis


baixo de

58
vitamina A
causa
cegueira.

Vitamina B12 0ug 2,4ug ND Adequado

Vitamina C 97,8mg 90mg 2.000mg Adequado

Vitamina E 25mg 15mg 1.000mg Adequado

Fibras 19,5 g 30g ND O baixo nível


de fibra causa
constipação.

(PADOVANI, 2006; DRI’s 2011)

2.8 EVOLUÇÃO CLÍNICA E DIETOTERAPICA

Paciente L.G.N internou no dia 29/09/2017, onde foi acompanhado por


profissionais devido a um quadro de Insuficiência Cardíaca, onde passou por dois
procedimentos cirúrgicos uma angioplastia e um cateterismo cardíaco na unidade
hospitalar Francisca Mendes.
Do dia 19/10/2017 ao dia 01/11/2017 o paciente L.G.N encontra-se LOTE, BEG,
eupnéico, sem queixa de dores, deambulando, e com o trato gastrointestinal funcionante,
apresentando fezes pastosa, frequência de 2 vezes ao dia. Seus hábitos urinários
encontram-se normal com cor amarelo claro. Aceitando bem a dieta que lhe é oferecida,
se recuperando de um procedimento cirúrgico, e aguardando alta hospitalar do
cardiologista da Unidade Hospitalar Francisca Mendes.

2.9 CONDUTA NUTRICIONAL PROPOSTA PELO ESTAGIÁRIO

Em função do estado nutricional do paciente, o mesmo encontra-se com sobrepeso


e diagnosticado com Insuficiência Cardíaca. Propõe-se como conduta de suporte
nutricional uma dieta oral, livre, com plano alimentar contendo as seguintes características
normocalorica, normoglícidica, hiperproteica e normolipidica, com fracionamento de 6
refeições ao dia em 3/3 horas, pois precisa ter uma alimentação adequada e de
qualidade. Em relação aos micronutrientes por exercem funções positivas sobre o
organismo proponho uma alimentação rica e nutritiva em cálcio, magnésio, zinco, vitamina

59
A e fibras para a manutenção do corpo e do seu estado nutricional, além dos efeitos
benéficos sobre a prevenção de anemia, diabetes, hipertensão arterial sistêmica, e para o
restabelecimento da imunidade.

CARDÁPIO PROPOSTO PELO ESTAGIÁRIO

Em relação o que foi ofertado para o paciente através de uma dieta oral, livre
proposta, foi visando um cardápio nutritivo, quantitativo e qualitativo, rico em vitaminas
para a manutenção do organismo e recuperação do mesmo (GOMES, 2013).

REFEIÇÃO ALIMENTO QUANTIDADES

Desjejum Café com leite desnatado 1 copo de 180 ml

(06:00 horas) Cará cozido 2 fatias M

Omelete simples 1 ovo

Melancia 1 fatia M

Colação Iogurte natural 1 unidade 200 ml

(09:00 horas) Abacaxi 3 fatias M

Almoço Carne guisada 2 unidades M

(12:00 horas) Arroz parbonizado 2 colheres de servir

Feijão cozido 1 concha M

(salada crua)

Tomate 1 colher de servir

Pepino 1 colher de servir

Alface 3 folhas M

60
Suco de maracujá 1 copo de 180 ml

Lanche (vitaminada)

(15:00 horas) Abacate 1 copo de 180 ml (cubos


pequenos)

1 Copo de 180 ml
Leite desnatado
4 unidades
Torrada com ervas

Jantar Frango desfiado com legumes 1 peito M

(18:00 horas) Arroz parbonizado 2 colheres de servir

Purê de batata doce 1 colheres de servir

Couve refogado 1 folha M

Azeite extra virgem 1 colher de sobremesa

Sopa de carne 1 copo de 200 ml

Ceia Leite desnatado 1 copo de 180 ml

(21:00 horas) Torrada integral 4 unidades

(Tabela de Medidas Caseira, 4° e 5°edição, Ana Beatriz; tabela de medida caseira


Maniella Pacheco/2009).

TABELA DE ADEQUAÇÃO DA CONDUTA PROPOSTA PELO ESTÁGIARIO

VALOR VALOR CARACTERÍSTICAS


RECOMENDADO ENCONTRADO

VET 2.592 Kcal/dia 2.672,3 Kcal/dia 103 %

NORMOCALORICA

61
CARBOIDRATOS 45 % 65 %

1.166,4 1.058,2 Kcal


Kcal 1.685
Kcal 91 %

NORMOGLICÍDICA
292 g
421,2 g

PROTEÍNAS 10 % 35 %

259,2 286,1 Kcal


Kcal 907,2
Kcal 110,3 %

HIPERPROTEICA
65 g
227 g

LIPÍDIOS 20 % 35 %

518,4 907,2 484 Kcal 93,3 %


Kcal Kcal NORMOLIPIDICA
58 g 101 g

(CUPPARI, 2014; DRI, 2011)

ADEQUAÇÃO DOS MICRONUTRIENTES

MICRONUTRIENTES VALOR RDA UL ADEQUAÇÃO


ENCONTRADO
(>70 (>70
anos) anos)

Cálcio (Ca) 1.401mg 1.200m 2.500mg Adequado


g

Ferro (Fe) 35mg 8mg 45mg Adequado

62
Magnésio (Mg) 412mg 420mg 350mg Adequado

Selênio (Se) 62ug 55ug 75ug Adequado

Sódio (Na) 2g 1,2g 2,3g Adequado

Zinco (Zn) 36mg 11mg 40mg Adequado

Vitamina A 517ug 900ug 300ug Adequado

Vitamina B12 2,3ug 2,4ug ND Adequado

Vitamina C 1.000mg 90mg 2.000mg Adequado

Vitamina E 803mg 15mg 1.000mg Adequado

Fibras 30,1g 30g ND Adequado

(PADOVANI, 2006; DRI’s 2011).

2.10 ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS


Orientações gerais:

● É recomendado comer devagar, mastigando bem os alimentos.


● Realizar as refeições em horários regulares de 6 refeições ao dia em 3/3 horas.
● A noite fazer apenas refeições leves.
● Variar os alimentos, mudar tipos e cores para melhor distribuir os nutrientes.
● Praticar exercícios físicos.
● Não fumar.
Alimentos a preferir:

● Consumir carnes magras, frango sem pele e peixe.


● Substituir o sal por temperos naturais (ervas, salsa, cebolinha, alecrim).
● Consumir hortaliças, saladas e legumes.
● Nos intervalos das refeições, consumir frutas, de preferência in natura.
● Substituir o leite integral e os iogurtes pelo desnatado. (tem baixo valor calórico)
● Consumir leguminosas (feijão, lentilha).
Alimentos a evitar:

● Alimentos enlatados, embutidos. (salsicha, calabresa, batata frita, molhos)


● Frituras.
● Evitar consumir alimentos ricos em carboidrato simples. (doces em geral,
refrigerantes).
● Devem ser evitados: chocolate, biscoitos doces, bolos, suco de fruta
industrializado.

63
● Bebidas alcoólicas.
● Não adicionar sal nas refeições prontas.

3 OUTRAS ATIVIDADES

Durante o período de estágio foram realizadas em ocasiões variadas, tais como


visita aos leitos hospitalares, com triagem nutricional com o intuito de verificar o consumo
alimentar dos pacientes, avaliação antropométrica para verificarmos o estado nutricional
dos mesmos, aceitação da dieta proposta pelo hospital e possíveis patologias, onde de
acordo com as situações encontradas verificava-se a possibilidade de alteração da
conduta, levando sempre em consideração a atualização diária do prontuário médico.
Houve ainda períodos de discussão dos casos clínicos abordados pelos estagiários, com
debates idealizados pela preceptora de estágio, no intuito de fixar conhecimento e
esclarecimento de dúvidas, o que se tornou uma ferramenta importante no
aperfeiçoamento da aluna referente ao seu caso clínico.

CONCLUSÃO

O estágio curricular supervisionado em nutrição clínica foi de grande importância,


no ponto que proporcionou o contato com situações e vivências do cotidiano hospitalar,
vale salientar que o conteúdo visto em sala de aula forneceu os subsídios necessários
para que este presente relatório pudesse ser confeccionado.
Apesar dos percalços e dificuldades enfrentadas todas as atividades propostas
foram executadas, evidentemente o auxílio recebido por parte da preceptora de estágio foi
um ponto chave para que os objetivos pudessem ser alcançados, já que a mesma sempre
esteve solicita no esclarecimento de dúvidas e questionamentos levantados pelos alunos.
Concluindo, de modo geral o período de estágio foi extremamente satisfatório, poder
contribuir através da nutrição com a recuperação ou manutenção do estado de saúde e
nutricional dos indivíduos hospitalizados, foi o combustível para que a aluna pudesse
extrair o melhor de si em benefício do próximo.

64
REFERÊNCIAS

Manual de solicitação e interpretação de exames laboratoriais / Aline Silva de Aguiar Nemer


– Rio de Janeiro: Revinter, 2010.

Manual de nutrição clinica: para atendimento ambulatorial do adulto / Leila Sicupira Carneiro
de Souza Leão – Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.

NEPA – UNICAMP. Tabela brasileira de composição de alimentos / - 4. ed. rev. e


ampl.. -- Campinas: NEPA UNICAMP, 2011.

Tabela para avaliação de consumo alimentar em medidas caseiras/ Ana Beatriz


Pinheiro: 4° Edição, São Paulo, 2008.

Universidade Federal do Piauí Centro de Ciências da Saúde Departamento de


Bioquímica e Farmacologia / Fernanda Ibiapina Correa, 2010.

65
CHEMIN, S. Formação dos profissionais de nutrição e da versatilidade que o
nutricionista brasileiro tem adquirido. Rev. Nutrinews , São Paulo. Edição 198. Agosto.
2000. p. 21-22
CUPARI, L. Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar. Nutrição Clínica no Adulto.
2ª ed. São Paulo: Manole; 2005.
CUPPARI, LILIAN. Guia de nutrição: clínica no adulto, 3. Ed, Manole, Barueri, 2014.
DE PAULA, PAULO. Avaliação nutricional de adultos e idosos, FANOR, Fortaleza,
2016
LOPES, EVERTON. DE CARVALHO, RUMÃO, FREITAS, RIVELILSON. Análise das
possíveis interações entre medicamentos e alimento/nutrientes em pacientes
hospitalizados, Piauí, 2010.

LOPES, EVERTON. OLIVEIRA, EDINA. LIMA, LUISA. FORMIGA, LAURA. FREITAS,


RIVELILSON. Interações fármaco-alimento/nutriente potenciais em pacientes
pediátricos hospitalizados, Piauí, 2013.
MELO, ANA. et al. Métodos de estimativa de peso corporal e altura em adultos
hospitalizados: uma análise comparativa, Florianópolis, 2014.
PACHECO, MANUELA. Tabela de Equivalentes, Medidas Caseiras e Composição
Química dos Alimentos, Rubio, 2. Ed., Rio de janeiro, 2011.

APÊNDICES

CÁLCULOS DA AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

DADOS ANTROPOMETRICOS RESULTADO CLASSIFICAÇÃO


IMC (kg/m²) IMC= P 75.6 75.6 = 28,2Kg/m2 Sobrepeso
2
ALT = 1,64 x 1,64= 2.68

Peso ideal IMC ideal x A2= 24,5 x 2,68= 67 kg 67 kg

Adequação do peso (%) Peso atual x 100 75,6 x 100= 7560=113% Sobrepeso
Peso ideal 67 67

Perda de peso (%) Peso usual – peso atual x 100 80 – 75,6 x 100 = Dentro da
Peso usual 80 normalidade

4.4 x 100= 440= 5.5%


80 80

66
NECESSIDADES NUTRICIONAIS

TMB (Herris e Benedict 1919)


TMB=66,5+13,8 x P + 5 x ALT – 6,8 x ID
TMB= 66,5 + 13,8 x 67 + 5 x 164 – 6,8 x 71
TMB= 66,5 + 925 + 820 – 483
TMB= 1.329 Kcal/dia
GET= TMB x FA x FI
1.329 x 1,3 x 1,5
VET= 2.592 Kcal/dia

INGESTÃO HIDRICA (Idoso 55-75 anos = 30)


PA x 30
75,6 x 30= 2.268ml/dia

DISTRIBUIÇÃO DOS MACRONUTRIENTES

CHO 45% CHO 65% PTN 10% PTN 35%


2592 100% 2592 100% 2592 100% 2592 100%
X 45% X 65% X 10% X 35%
X= 1.166,4 Kcal ÷ 4= X= 1.685 Kcal ÷ 4= 421,2g X= 259,2 Kcal ÷4= X= 907,2 Kcal ÷ 4=
292g
65g 227g

LIP 20% LIP 35%


2592 100% 2592 100%
X 20% X 35%
X= 518,4 Kcal ÷ 9= X= 907,2 Kcal ÷ 9= 101g
58g

67
TABELA DE ADEQUAÇÃO DA DIETA PROPOSTA PELO HOSPITAL

CARDÁPIO NECESSIDADES VALOR CARACTERÍSTICAS


ENCONTRADO DA DIETA

VET = 2.592 Kcal/dia 2.636 Kcal/dia 102 %

NORMOCALÓRICA

CARBOIDRATOS 45 % 65 %

1.166,4 Kcal 1.685 Kcal 664 Kcal 57 %

HIPOGLICIDICA

292 g 421,2 g

PROTEÍNAS 10 % 35 %

68
259,2 Kcal 907,2 Kcal 369,2 Kcal 142,4 %

HIPERPROTEICA

65 g 227 g

LIPÍDIOS 20 % 35 %

518,4 Kcal 907,2 Kcal 252 Kcal 49 %

HIPOLIPÍDICA

58 g 101 g

(CUPPARI, 2014; DRI, 2011)

TABELA DE ADEQUAÇÃO DA CONDUTA PROPOSTA PELO ESTÁGIARIO

VALOR VALOR CARACTERÍSTICAS


RECOMENDADO ENCONTRADO

VET 2.592 Kcal/dia 2.672,3 Kcal/dia 103 %

NORMOCALORICA

CARBOIDRATOS 45 % 65 %

1.166,4 1.058,2 Kcal


Kcal 1.685
Kcal 91 %

NORMOGLICÍDICA
292 g
421,2 g

69
PROTEÍNAS 10 % 35 %

259,2 286,1 Kcal


Kcal 907,2
Kcal 110,3 %

HIPERPROTEICA
65 g
227 g

LIPÍDIOS 20 % 35 %

518,4 907,2 484 Kcal 93,3 %


Kcal Kcal NORMOLIPIDICA
58 g 101 g

(CUPPARI, 2014; DRI, 2011)

70
TABELA DO CARDÁPIO PROPOSTO PELO HOSPITAL

Refeição/ Alimento Qtde. Kcal CHO PTN LIP FIB Fe Ca Mg Se Na


Horário /Medida (g) (g) (g) (g) (mg) (mg) (mg) (mcg) (mg)
caseira
Desjejum Café 1 copo 79,2 3,67 2,61 2,13 0 19,58 16,34 0 0 0,48 0
06:00 hrs c/leite de 180
desnatado ml
Pão 2 141 14,38 2,35 0,38 2,3 0,90 12,25 0 0 0 0
integral unidade
55
Mingau 1 copo 340 22,70 3,60 3,40 0 0 0 0 0 0 0
de arroz c/ 250ml
integral
TOTAL 560,2 40,75 8,56 5,91 2,3 20,48 28,59 0 0 0,48 0
Colação I Iogurte 1 copo 86 11,84 7,95 0 0 0 157 12 0 60 0,
09:00 hrs desnatado de
200ml
TOTAL 86 11,84 7,95 0 0 0 157 12 0 60 0,
Almoço Frango 2 peito 436 0 36,60 7,74 0 0,3 6 14 0 36 0,
guisado M
Arroz 2 col. 103 9,19 0,97 1,19 1,8 1,20 15,73 59 0 1 0,
integral Servir
cozido
Feijão 2 169,4 9,76 3,52 0,24 8,5 1,3 27 42 0 2 0,
carioca Concha
cozido M
Cenoura 1 Colher 13,5 2,91 0,33 0,06 0 0,21 11,73 14 0 8 0,
cozida servir
Batata 1 Colher 25,5 5,73 0,60 0,03 1,3 0,21 3,30 5 0 2 0,
cozida servir
TOTAL 747,4 27,59 45,02 9,26 11,6 3,22 63,76 134 0 49 2,
Colação II Esfiha de 1 203,2 29,49 11,32 4,41 0 1,65 40,13 0 0 0 0
frango unidade
M
Suco de 1 Copo 52,2 5,04 0,48 0,24 0 34 50 0,2 0 0 0
maracujá 180ml
TOTAL 255,4 34,53 11,8 4,65 0 35,65 90,13 0,2 0 0 0
Jantar Picadinho 2 colher 98 0,46 5,45 2,80 0 15,18 128,79 0 0 0,21 0,
servir
Arroz 2 colher 103 9,76 3,52 0,24 1,8 1,20 15,73 59 0 1 0,
integral servir
cozido
Sopa de 1 copo 193 7,97 7,96 4,03 0 29,58 3,80 0 0 0 0
carne 250ml
Tomate 2 colher 14,4 1,38 0,24 0,09 0 0,2 7 11 0 1 0,
sopa
Pepino 2 colher 7,2 0,61 0,13 0,02 0 0,60 10 9 0 0 0,
sopa
Alface 2 folhas 3,8 0,29 0,13 0,02 2,3 0,60 28 9 0 4 0,
M
TOTAL 419,4 20,47 17,43 7,2 4,1 47,36 193,32 88 0 6,21 1,

71
Ceia Mingau 1 copo 342 2,55 0,23 0 0 0,16 12,38 0 0 0 3
de 250ml
mucilon
Suco de 1 copo 77,4 24,38 0,65 0,29 0 0,50 15,84 0 0 0
goiaba 180ml
Biscoito 4 148 3,51 0,67 0,67 1,5 0,20 6,97 0 0 0
integral unidades
TOTAL 567,4 30,44 1,55 0,96 1,5 0,86 35,19 0 0 0 3

VALORES DO CARDÁPIO 2.636 kcal 664 369,24 252 19,5 107,57 568 234,2 0 4,67 15

72
CARDÁPIO PROPOSTO PELO ESTAGIÁRIO
Refeição/ Alimento Qtde. Kcal CHO PTN LIP FIB Fe Ca Mg Se Na
Horário /Medida (g) (g) (g) (g) (mg) (mg) (mg) (mcg) (mg)
caseira
Desjejum Café c/ leite 1 copo 128 26,5 5,2 20,0 0 0,79 10 0,5 0,4 0,5
desnatado 180ml
Cará cozido 2 fatias 197 40,72 1,6 20,0
M
Omelete 1 ovo 110,5 19,3 2 16,0 0 0,21 123 26,04 0,43 44,85
65g
Melancia 1 fatia M 45 98,0 0,91 10,0 0 0,72 24,5 5 15,4 63
Colação Iogurte 1 120 25 10,5 15,1 0 4,2 560 80 11 100
natural unidade
200 ml
Abacaxi 3 fatias 58 120,4 0,6 17 1 0,2 4 13 0 0
M
Almoço Carne guisada 2 229,6 55,3 98 30 0,2 0,7 6,2 4,5 2,45 137,9
unidades
M
Arroz 1 colher 244 42,4 2,4 30,0 5,47 1,50 43,88 33 0,86 386,6
parboilizado servir
Feijão carioca 1 concha 150 41,4 5 25,0 0 1,95 657 76,5 0 111
cozido M
Tomate 1 colher 7,20 15 0,24 10 10,8 7,2 162 - - 0
sevir
Pepino 1 colher 3,06 10 0,13 10
servir
Alface 3 folhas 5,7 15,4 0,13 12 0,56 0,16 3,2 4,6 0 15,6
M
Suco de 1 copo 120 42 1,34 25 0,52 0,1 5,4 3 0,22 7
maracujá 180ml
Lanche Abacate 1 copo 62 20 0,6 32,0 0 0 0 0 0 0 0
picado
130g
Leite 1 copo 120 33,2 15 20 1,43 0,36 3,85 13,65 0 3,5
desnatado 250ml
Torrada c/ 4 89,2 45 3 10 0 0 225 0 0 0
ervas unidades
Jantar Frango 1 peito 228,6 50,1 109,2 40 2,96 3,76 65,77 60,06 18,2 200
desfiado c/ M
legumes

Purê de batata 1 colher 123 140,2 2 42,2 10,8 7,2 162 - - 0


doce servir
Couve 1 folha 51,10 25,4 1,7 10
refogada M
Azeite extra 1 colher 60 46,2 5 20
virgem sopa rasa
Arroz 1 colher 244 42,4 2,4 30,1
parboilizado servir

73
Sopa de 1 copo 67,17 26,1 1,2 10
legumes 200ml
Ceia Leite 1 copo 120 33,2 15 20,0 0 4,2 560 80 11 100
desnatado 180ml
Torrada 4 89,2 45 3 10,0
integral unidades

VALORES DO CARDÁPIO 2.672,3 1.058,2 286,1 484 39,32 33,33 2740,8 417,85 61,61 1162,95

74
75

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