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CULTURA
Tipo I – Identificar no conjunto variado de equipamentos disponíveis em contexto profissional, os que
são igualmente mobilizados na produção de bens culturais e artísticos.
Tipo II – Compreender que os diversos equipamentos técnicos – e também o seu eventual uso
combinado – estão relacionados com expressões culturais e artísticas dotadas de diferentes níveis de
complexidade.
Tipo III – Explorar o desenvolvimento de interesses e disposições criativas no âmbito de iniciativas de
sensibilização para as artes e cultura, como é o caso, designadamente, das atividades desenvolvidas
pelos serviços educativos de entidades culturais e artísticas (museus, centros de arte, cineteatros, entre
outras).
LÍNGUA
Tipo I – Identificar as unidades de significação necessárias à compreensão de textos, do domínio
profissional, relacionados com a resolução de problemas da vida profissional, em particular no
manuseamento de equipamentos.
Tipo II – Compreender os sentidos dos textos, tendo em atenção as realizações linguísticas usadas
para exprimir instruções, incluindo uso de desenhos e diagramas.
Tipo III – Intervir, interagindo oralmente e por escrito, com a finalidade de resolver problemas relativos
à montagem e uso de equipamentos profissionais.
COMUNICAÇÃO
Tipo I – Identificar com precisão as caraterísticas dos equipamentos de comunicação para uso
profissional.
Tipo II - Compreender e fazer a análise de informação em suportes diversos, relacionada com as
vantagens da aquisição e uso de diferentes equipamentos profissionais na área da comunicação.
Tipo III – Interagir, utilizando informação adequada aos efeitos pretendidos, em matéria de
equipamentos de uso profissional.
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1. O frigorífico fez parte dos equipamentos com que trabalhou em contexto
profissional? Se sim, fale da sua experiência oralmente e sintetize por
escrito.
2. Observe os dois frigoríficos abaixo apresentados (fig. 1-3) e o texto que se
segue e diga que comentários lhe suscitam.
Figura 2 -
Figura 1 - Frigorífico
Figura 3 –
Durham usa a colagem de objetos oriundos do quotidiano ou joga tanto com objetos da
natureza como com objetos de fabricação industrial para relacionar o eu e o outro, e acaba
por denunciar as exclusões da sociedade.
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No caso de Saint Frigo (fig. 2-3), Durham usou as pedras como elemento fulcral para
esculpir a obra, alterando-a e moldando-a ao apedrejá-las. O facto de o frigorífico ser um
objeto inanimado, impotente perante qualquer ataque “violento”, fez com que se intitulasse
desta forma, estabelecendo conexões com o sacrifício dos santos tão frequentemente tratado
na cultura ocidental.
Joana Adelaide Souto Mateus, Do objeto impessoal ao objeto auto-referencial. MESTRADO EM PINTURA 2010,
pp. 48-49.
Figura 4 -
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Figura 5 -
Figura 6 -
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Figura 7 - Jimmie Durham. Ainda tranquilidade, 2008. Avião, pedra 150 × 860 × 860 cm. Pury & Luxembourg, Zurich.
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Figura 8 - Jardim em Odivelas
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Figura 9 - Why the trial between Jesus and Pilate lasted only two minutes, 1996 by Wolf Vostell,
Cáceres
A maior parte das imagens acima apresentadas foram retiradas do estudo de José
Teixeira, Monumentalidade, Eletrodomésticos e Contra-cultura, Faculdade de Belas-
Artes, Universidade de Lisboa.
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José Saramago, Cadernos de Lanzarote
6.1. Em que medida este texto pode ajudar-nos a compreender a mensagem
transmitida pelas imagens de Jimmie Durham que temos estado a
apreciar?
6.2. Que ligação existe entre Jimmie Durham e Saramago na crítica de Ruth
Rosengarten?
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A
Ode Triunfal
(…)
Ó tramways, funiculares, metropolitanos,
Roçai-vos por mim até ao espasmo!
Hilla! hilla! hilla-hô!
Dai-me gargalhadas em plena cara,
Ó automóveis apinhados de pândegos e de...,
(…)
Álvaro de Campos, in "Poemas", Heterónimo de Fernando Pessoa
B
Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra
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Que sigo, e que mais haverá em seguir senão não parar mas seguir?
Vou passar a noite a Sintra por não poder passá-la em Lisboa,
Mas, quando chegar a Sintra, terei pena de não ter ficado em Lisboa.
Sempre esta inquietação sem propósito, sem nexo, sem consequência,
Sempre, sempre, sempre,
Esta angústia excessiva do espírito por coisa nenhuma,
Na estrada de Sintra, ou na estrada do sonho, ou na estrada da vida...
(…)
Deixarei sonhos atrás de mim, ou é o automóvel que os deixa?
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PROPOSTA DE CORREÇÃO
1. O frigorífico fez parte dos equipamentos com que trabalhou em contexto
profissional? Se sim, fale da sua experiência oralmente e sintetize por escrito.
Resposta pessoal.
2. Observe os dois frigoríficos abaixo apresentados e o texto que se segue e diga que
comentários lhe suscitam.
A figura 1 representa um frigorífico, equipamento essencial ao nosso quotidiano atual tanto
pessoal como profissional. Custar-nos-á a compreender a vida sem ele, mas há ainda hoje
muitas pessoas que não contam com as vantagens deste equipamento.
As figuras 2 e 3, incluídas na mesma performance, chocam-nos por ser exposto o
apedrejamento de um frigorífico e o resultado desta “agressão” deste símbolo da vida
contemporânea. A mensagem ganha ainda um maior poder de denúncia das desigualdades
quando associada ao título, onde em vez de “frigorífico” se fala em “São Frigorífico”,
associando o gesto ao martírio de muitos santos no contexto ocidental e árabe.
3. Observe ainda mais um conjunto de intervenção do mesmo autor e analise-o,
explicando o simbolismo dos vários elementos que o mesmo reúne.
Nesta imagem o frigorífico é apresentado intacto, mas amarrado por uma corda
a uma estátua clássica – Atena, deusa grega da sabedoria, da guerra, das artes,
da estratégia e da justiça.
O corpo era o elemento base da escultura clássica, enquanto muitos
modernistas o substituem por elementos do quotidiano, como o frigorífico.
Durham une estas duas conceções de arte de forma crítica e provocadora,
através da corda.
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