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No processo de cromagem de ABS, que é um plástico que possui aplicações como emblemas automotivos, metais

sanitários, entre outros, grande quantidade d epeças refugadas é gerada devido a falta de controle durante o
processo. Porém, essas peças ainda possuem valor agregado e não devem ser descartadas. Para que se faça a
reciclagem dessas peças, as industrias galvânicas utilizam ácido clorídrico e nítrico, e o ácido nítrico ataca a superfície
do polímero, afetando suas propriedades e assim dificultando seu reprocessamento e também aplicação. Assim,
fomos atrás de uma nova solução decapante que não ataque tanto o ABS, com o objetivo de aumentar a sua
reutilização. A solução foi escolhida de acorod com tabelas de resistência química do ABS.

Então a metodologia consistiu na decapagem de peças com defeitos, como manchas, camada incompleta, bolhas.
Moagem em um moinho de facas e desumidificação para que elas possam ser injetadas. Daí foi realizada a injeção, e
as peças foram submetidas à análises de FTIR, TGA, DSC e tração. A possibilidade de cromagem dessas peças
também foi avaliada utilizando teste de adesão corte cruzado.

Resultados

Aqui temos uma imagem das peças imersas na solução preparada e aqui as peças injetadas, o ABS virgem 5% de ABS
decapado e 10% de ABS decapado. Nessa imagem é observado que as peças com material reciclado apresentaram
um leve amarelamento com relação ao ABS virgem, e isso é explicado devido à oxidação do butadieno. Porém,
quando a gente comparou a coloração dessas peças com estudos que empregaram o ácido nítrico, as peças
decapadas com essa solução não sofreram quase mudança nenhuma.

Aqui temos os espectros FTIR, onde foi observado a diminuição de picos relacionado com a fase do butadieno,
comprovando a degradação mostrada na mudança de coloração. Porém, não houve aparecimento de carbonilas,
ésteres e outros produtos de degradação.

As curvas de TGA/DTG estão mostradas aqui, e foi verificado que o reprocessamento não causou mudanças na
estabilidade térmica do material, pois todas as amostras iniciação a decomposição na mesma temperatura (350°C),
com pico máximo em 420.

A temperatura de transição vítrea das amostras decapadas sofreu um aumento de aproximadamente 3°C com
relação ao ABS virgem, pequena diferença, que pode ser atribuída à resíduos da solução decapante.

No ensaio de tração foi observado que a tensão máxima e de escoamento praticamente não sofreram alterações,
apesar da degradação do butadieno. Isso pode ser explicado devido à um balanço entre as quebras das cadeias
dessa fase e também a reticulação da mesma. Já o alongamento na ruptura aumentou, e devido às nossas pesquisas,
isso é atribuído à uma maior dispersão da fase borrachosa do butadieno quando as peças são trituradas e
novamente processadas.

Aqui temos uma imagem das peças cromadas, que não apresentaram nenhum defeito e aqui uma peça após o teste
de adesão corte cruzado, onde não ocorreu descascamentos e assim as amostras foram aprovadas.

Concluindo, a nova solução decapante causou menos degradação no ABS quando comparada com estudos que
empregaram o ácido nítrico, entretanto, mudanças nas propriedades como cor e oxidação do butadieno foram
observadas, assim, ao se utilizar peças recicladas deve-se levar em consideração a aplicação que elas vão ter.

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