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José Esteves Evagelidis

RESENHA AULA DE 02/05/2019


METODOLOGIA DA PESQUISA EM COMUNICAÇÃO

LOPES, Maria Immacolata V. (2014). Pesquisa em comunicação. 12 ed. São Paulo:


Loyola, p. 128-133.

LOPES, Maria Immacolata V. (2010). Reflexidade e relacionismo como questões


epistemológicas na pesquisa empírica em Comunicação. In: BRAGA, J.L.; LOPES,
M.I.V.; MARTINO, L.C. (orgs.). Pesquisa empírica em comunicação. São Paulo:
Paulus, p. 27-49.

THIOLLENT, Michel (1980). Crítica metodológica, investigação social e enquete


operária. São Paulo: Polis, caps. I e II, p. 31-77.

Palavras-chave: Pesquisa em Comunicação, Metodologia de Pesquisa em


Comunicação; Epistemologia; Comunicação Social; Ciências Sociais.

Introdução

Sobre a instância técnica nas pesquisas em Comunicação, Lopes (2014) nos


lembra que este é lugar da construção dos dados ou do objeto empírico. É colocada
nesta instância da pesquisa uma série de procedimentos a fim de adequar o campo
doxológico, do cotidiano, com o campo teórico, o da formulação dos fatos científicos
(p. 128).

No artigo Reflexidade e relacionismo... Lopes (2010) toma como objeto de


reflexão a pesquisa empírica em Comunicação e pontua questões de ordem
metodológica e epistemológica, concebidas na própria prática da pesquisa, que é,
segundo a autora, essencialmente uma prática metodológica (p. 27).

No capítulo I da obra Crítica metodológica, investigação social e enquete


operária, Thiollent (1980) define sucintamente as diferentes técnicas de investigação e
os diferentes tipos de objetivos e de distorções tais como são apresentados na
metodologia convencional (p. 31). Já no capítulo II o autor apresenta aspectos amplos
de uma crítica metodológica cuja temática é baseada nos trabalhos de Pierre Bourdieu
(p. 41).
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Objetivos

No sexto capítulo de Pesquisa em Comunicação (p.128-133), Lopes (2014)


busca definir a instância técnica da pesquisa em Comunicação. Para a autora, o
momento técnico é o da observação, do relatório dos fatos, enquanto o teórico é o
momento da interpretação e da explicação desses fatos (p.129).

Em seu artigo, Lopes (2010) afirma que a reflexividade tem sido entendida como
crítica da ciência, ou ciência da ciência. Essa reflexividade cultivada por parte do
pesquisador tende a internalizar-se e constituir-se em habitus científico. Assim, a autora
pretende demonstrar que esse habitus é de natureza híbrida, combinando relações de
objetivação e subjetivação do pesquisador na construção de seu objeto de estudo (p. 30).

No capítulo I de Crítica metodológica... Thiollent (1980) estabelece uma


demarcação entre pesquisa sociológica e pesquisa de opinião, diferenciando
racionalidade e cientifidade dos procedimentos (p.38). No capítulo II da obra, o autor
centra sua crítica na falsa neutralidade das técnicas de enquete por sondagens e
questionários tais como são concebidas e aplicadas nos contextos da sociologia empírica
e da pesquisa de opinião (p. 42).

Análise dos textos e articulação entre os autores

Para Lopes (2014), as observações marxistas de nível microssocial devem


considerar a perspectiva da totalidade e o processo histórico dos fenômenos, bem como
fazer a distinção entre o morfológico (aparência) e o estrutural (essência). Há que haver,
ainda, uma redefinição constante de conceitos, categorias, variáveis e indicadores a
partir do contexto histórico-social que se quer estudar (p. 132).
No artigo Reflexidade e relacionismo... Lopes (2010) entende a prática da
pesquisa como prática epistêmica sobredeterminada pelas condições sociais de sua
produção, que são as que regem o funcionamento do campo científico ou intelectual
dentro de uma sociedade numa dada época (p. 28).
Thiollent (1980) nos alerta que é preciso uma crítica metodológica rigorosa para
mostrar que atrás do bom senso dos questionários e entrevistas há certos mecanismos
ideológicos envolvidos na concepção e na utilização das investigações sociais, sejam
elas utilitárias ou acadêmicas (p. 77).
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Conclusões

Lopes (2014) defende uma combinação de diferentes técnicas na pesquisa em


Comunicação: quantitativas (questionário, análise quantitativa de conteúdo,
amostragem) e qualitativas (entrevistas, observação participante, análise qualitativa de
conteúdo), como forma de reconhecer suas vantagens metodológicas e limites
epistemológicos (p. 133).
Em seu artigo, Lopes (2010) conclui que a justificativa de uma pesquisa já
deveria trazer a marca do compromisso do investigador com os problemas que
necessitam ser pesquisados. Assim, as razões da globalização devem incitar os
pesquisadores a fazer aquelas perguntas-problema que têm relação vital com sua
existência social, contexto a partir do qual toda investigação deve começar e com ela
manter relações de compreensão e de superação (p. 47).
Thiollent (1980) conclui que para se limitar o poder doxocrático dos institutos de
sondagens diversas exigências poderiam ser feitas, como por exemplo a divulgação dos
critérios de amostragem, dos níveis de informação ou desinformação, da lista de
perguntas etc. Essas recomendações, lembra o autor, se respeitadas, não devem ser de
natureza a modificar as condições de produção de conhecimento social (p. 77).

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