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MESTRE FINEZAS, DE MANUEL DA FONSECA

I - INTERPRETAÇÃO

1. De acordo com o texto, serão as seguintes afirmações Manuel da Fonseca


(1911-1993)- Escritor
verdadeiras ou falsas? português, nascido
em Santiago do
Cacém. Concluiu os
a. O narrador é também personagem. estudos secundários
em Lisboa.
b. O protagonista é o narrador. Colaborou com
c. Só existem duas personagens neste conto. revistas literárias e fez
parte do grupo do
d. A ação decorre num tempo único. Novo Cancioneiro.
Poeta e ficcionista,
e. O teatro é o espaço com maior destaque ao longo do conto. aderiu à corrente do
neo-realismo, o qual
assentava na
1.1. Agora, corrige as afirmações falsas. vontade de
participar na
construção de uma
2. Diz qual das dimensões temporais, passado e presente, é sociedade nova,
apostando na
introduzida na narrativa pelas seguintes passagens: apresentação do
movimento próprio
 “Agora entro, sento-me de perna cruzada …”
do mundo social e
 “Lembro-me muito bem de como tudo se passava.” no contacto
permanente com os
 “Passaram anos. Um dia, parti para os estudos. Voltei homem.” homens, seus
problemas e
aspirações, pelo que
3. Parece-te haver coincidência entre a ordem real ou ao escritor caberia a
missão de se
cronológica e a ordem textual dos acontecimentos? Porquê? solidarizar com os
fenómenos ao seu
redor.
4. Refere os espaços físicos presentes no texto.

5. Caracteriza o espaço social do conto.


5.1. Que diferenças encontras no conto ao nível do passado
e do presente desse espaço?

6. Observando agora a relação entre as duas personagens


destacadas no texto, refere-te à sua evolução em termos de
sentimentos e formas de tratamento entre ambas.
6.1. Que características as aproximam no presente?
6.2. Explica o facto de, no fim da ação, as duas
personagens permanecerem unidas.

7. Faz o retrato físico da personagem principal, de acordo com as


informações dadas no texto quanto ao seu passado e presente.

8. Retira do conto um exemplo para cada modo de


representação do discurso:
a. narração;
b. descrição;
c. diálogo.

II - GRAMÁTICA

1. Indica os advérbios e a locução adverbial utilizados nas seguintes passagens e a


subclasse a que pertencem:
a. “Agora … sento-me de perna cruzada.”
b. “Nesse tempo tinha-lhe medo.”
c. “… mestre Finezas morreu logo …”

2. “Uma melodia suave saía da loja e enchia a vila de tristeza.”. Divide e classifica as
orações desta frase.
2.1. Classifica agora o sujeito de cada oração.
2.2. Transforma sucessivamente a frase, de modo a conter orações coordenadas:
2.2.1. adversativas ;
2.2.2. disjuntivas;
2.2.3. conclusivas.

3. Diz que figura de estilo encontras no enunciado que se segue:


“Via-lhe os braços compridos, arqueados como duas garras sobre a minha cabeça.
Lembrava uma aranha.”

4. Refere a função sintática desempenhada pelos enunciados sublinhados:


a. “Eu saía de casa, rente à parede, sentindo que aquilo era pior que ir para a escola.”
b. “A tesoura tinia e cortava junto das minhas orelhas.”
c. “Por entre as madeixas caídas para os olhos via-lhe, no espelho, as pernas esguias …”
d. “A admiração vinha das récitas dos amadores dramáticos da vila.”

5. Agora, partindo das frases do exercício anterior, indica a classe e subclasse das
palavras que se seguem:
6. saía à pior tesoura minhas lhe esguias vila
Proposta de correção
I
1. a. V; b. F; c. F; d. F; e. V

1.1. b- O narrador é homodiegético, ou seja, participa na história, mas não é o protagonista. O


protagonista é o Mestre Finezas.
c- Neste conto surgem várias personagens. Além do narrador, Carlos, e de Mestre Finezas, temos
ainda a mãe e o pai do narrador e o doutor delegado.
d- A ação atravessa vários anos pois o narrador, por vezes, recorda a sua infância.

2.
 Presente
 Passado
 Passado

3. Não existe essa coincidência, uma vez que o narrador recorre várias vezes a analepses, isto é, a
narrativa recua temporalmente até épocas passadas para relembrar acontecimentos que o marcaram
e que estão vivos na sua memória.

4. Este conto passa-se entre dois espaços físicos muito marcantes para o narrador: a barbearia do
mestre Finezas e o teatro.

5.1. Este conto passa-se numa vila e nota-se que existem algumas alterações entre o passado
e o presente, principalmente na forma como as pessoas veem a arte. Anteriormente, os habitantes da
vila vibravam com as peças de teatro amador que se iam fazendo por pessoas da terra e até vestiam
os seus melhores fatos para irem assistir. Mas hoje em dia “Esta gente não pensa noutra coisa que não
seja o negócio, a lavoura”, pois o dinheiro é considerado mais importante que a arte.

6.1 Aproxima-os o facto de nem um nem outro terem conseguido realizar os seus sonhos, ou seja, o
Mestre Finezas desejava ter sido um grande artista a trabalhar na capital e nunca saiu daquela vila. Já o
narrador falhou o curso e ambos eram ignorados pelos outros habitantes.

6.2. No fim, as duas personagens acabam por permanecer unidas porque sentiam-se distanciadas
das outras pessoas da vila, por terem interesses diferentes. Apenas o narrador sentia pela arte o mesmo
amor que Mestre Finezas sentia.

7.Mestre Finezas tinha “o carão severo de magro, o corpo alto, curvado”. Era uma “figura alta e
seca”. As pontas dos dedos eram duras, os cabelos “escorridos e brancos”.

8. a. “Nesse tempo tinha-lhe medo.”


b. “o carão severo de magro, o corpo alto, curvado”
c. “― Estou um velho, Carlinhos…”

II
1. “agora”, “nesse tempo” e “logo”- advérbios de predicado com valor de tempo.

2.2.1.Uma melodia suave saía da loja, mas enchia a vila de tristeza.


2.2.2. Ou uma melodia suave saía da loja, ou enchia a vila de tristeza.
2.2.3. Uma melodia suave saía da loja, logo enchia a vila de tristeza.

2. Comparação.

4. a. complemento oblíquo; modificador do grupo verbal; sujeito.


b. predicado; predicado.
c. complemento indireto; complemento direto.
d. complemento oblíquo.

5. saía (verbo);
à (contração da preposição “a” + determinante artigo definido “a”);
pior (adjetivo “mau” no grau comparativo de superioridade);
tesoura (nome comum contável);
minhas (determinante possessivo); lhe (pronome pessoal de complemento indireto);
esguias (adjetivo qualificativo); vila (nome comum contável).

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