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Do Rigor às Aplicações
1 Sequências Numéricas 7
1.1 Conceitos e Propriedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.2 Operações com Limites de Sequências . . . . . . . . . . . . . 10
1.3 A Regra de L’Hospital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.4 Sequências Limitadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.5 Sequências Monótonas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.6 O Axioma da Completude e Consequências . . . . . . . . . . . 21
1.7 O Número e . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
1.8 Teste da Razão Para Sequências e Limites Especiais . . . . . 25
1.9 A Notação Somatório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
1.10 Exercícios Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
1.11 Exercícios Selecionados e Resolvidos . . . . . . . . . . . . . . 42
2 Séries Numéricas 44
2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
2.2 Conceitos Preliminares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
2.3 A Série Harmônica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
2.4 A Série Geométrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
2.5 As Séries do Tipo Telescópicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
2.6 O Teste da Divergência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
2.7 O Teste da Integral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
2.8 O Teste da Comparação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
2.9 O Teste da Comparação de Limite . . . . . . . . . . . . . . . . 63
2.10 O Teste Para Séries Alternadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
2.11 Convergência Absoluta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
2.12 O Teste da Razão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
2.13 O Teste da Raiz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
2.14 Exercícios Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
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Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
3 Séries de Potências 77
3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
3.2 Exercícios Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
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Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
6
Capítulo 1
Sequências Numéricas
a : N −→ R
n 7−→ a(n) = an
b) {2n}+∞
n=1
{ }+∞
1
c)
n n=1
a) 1, −1, 1, −1, 1
b) 2, 4, 6, 8, 10
c) 1, 1/2, 1/3, 1/4, 1/5
7
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
se para todo ϵ > 0, existe N ∈ N tal que se n > N , então |an − L| < ϵ.
Uma sequência que converge para algum limite é chamada de sequência
convergente.
Teorema 1.1 (Unicidade do Limite) Se an → L quando n → +∞, então L
é único.
Demonstração: Sejam L1 ̸= L2 . Suponhamos que an → L1 e an → L2
quando n → ∞ e seja ϵ = |L2 − L1 | > 0. Assim, existem N1 ∈ N tais que
|an − L1 | < ϵ/2 para todo n > N1 e N2 ∈ N tais que |an − L2 | < ϵ/2 para
todo n > N2 . Tomando N = max{N1 , N2 }, se n > N , temos:
ϵ ϵ
|L2 − L1 | = |(an − L1 ) − (an − L2 )| ≤ |an − L1 | + |an − L2 | < + = ϵ
2 2
Absurdo!
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lim an = +∞
n→+∞
se para todo número M > 0, existe N ∈ N tal que an > M para todo n > N .
lim an = −∞
n→+∞
se para todo número M < 0, existe N ∈ N tal que an < M para todo n > N .
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Demonstração:
M > 0, existe N ∈ N tal que se n > N , então
Note que para todo √
np > M . Tomando N > p M segue o resultado.
1
Corolário 1.1 Se p > 0, então lim = 0.
n→+∞ np
an lim an L
n→+∞
iv) lim = = , desde que M ̸= 0.
n→+∞ bn lim bn M
n→+∞
Demonstração:
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ϵ
|an − L| <
|c|
Assim, se n > N1 ,
1 1
0 < |M + 1| < |bn | ⇒ < (1.5)
|bn | |M + 1|
Por outro lado, sendo {an }+∞ n=1 e {bn }n=1 sequências convergentes, pelo
+∞
Teor. (1.7), existem P1 , P2 > 0 tais que |an | < P1 e |bn | < P2 para todo
n ∈ N. Dado ϵ > 0, devemos exibir N ∈ N tal que
an L
bn − M < ϵ se n > N
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Resolução:
( )
n+1 1 1
a) lim = lim 1 + = lim 1 + lim =1+0=0
n→+∞ n n→+∞ n n→+∞ n→+∞ n
1 1 1
b) lim = lim · lim =0·0=0
n→+∞ n2 n→+∞ n n→+∞ n
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Teorema 1.5 Seja {an }+∞ n=1 uma sequência de números reais. Se an → L
quando n → +∞ e se f for uma função contínua em L e definida para todo
an , então f (an ) → f (L) quando n → +∞.
b) e1/n → e0 quando n → +∞
( )
1
c) sin → sin 0 quando n → +∞
n
√
pois as funções f (x) = x, g(x) = ex e h(x) = sin x são contínuas em
x = 0.
Teorema 1.6 Suponha que f (x) seja uma função definida para todo x ≥
N0 , N0 ∈ N e que {an }∞ n=1 seja uma sequência de números reais tal que
an = f (n) para n ≥ N . Então,
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n2 + 3n
a) lim
n→+∞ 4 − n2
√
b) lim n n
n→+∞
Resolução:
x2 + 3x
a) Seja f (x) = para x ≥ 3. Note que an = f (n) para n ≥ 3.
4 − x2
Como
( )
x2 + 3x L′ H 2x + 3 3
lim f (x) = lim = lim = lim −1− = −1
x→+∞ x→+∞ 4 − x2 x→+∞ −2x x→+∞ 2x
n2 + 3n
Logo, lim = −1.
n→+∞ 4 − n2
√
b) Seja f (x) = x x = x1/x para x ≥ 1. Seja L = lim x1/x . Aplicando
x→+∞
logaritmo natural em ambos os lados, segue que
( )
1/x ln x
ln L = ln lim x = lim ln(x1/x ) = lim
x→+∞ x→+∞ x→+∞ x
L′ H 1/x
= lim = 0 ⇒ L = e0 = 1
x→+∞ 1
√
Logo, lim n n = 1.
n→+∞
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{(−1)n }+∞
n=1
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Exercício Resolvido 1.8 Como 2n+1 > 2n para todo n ∈ N, segue que a se-
quência {2n }+∞
n=0 é crescente e consequentemente, a sequência {1/2 }n=0
n +∞
é decrescente.
Demonstração: Suponhamos que {an }+∞ n=1 seja uma sequência não-decres-
cente. Mostraremos que a1 ≤ an para qualquer n ∈ N. Por definição,
ak+1 − ak ≥ 0 para todo k = 2, 3, 4, . . .. Assim,
∑
n
0≤ (ak − ak−1 ) = an − a1 ⇒ a1 ≤ an ∀n∈N
k=2
∑
n
0≥ (ak − ak−1 ) = an − a1 ⇒ a1 ≥ an ∀n∈N
k=2
Demonstração: Suponhamos que existe uma sequência {an }+∞ n=1 decres-
cente. Seja A = {an | n ∈ N} o conjunto dos termos da sequência. Sendo
A um conjunto de números naturais, pelo princípio da boa ordenação, existe
o menor elemento de A, ou seja, existe N0 ∈ N tal que aN0 é mínimo, porém
como a sequência é estritamente decrescente, então aN0 > aN0 +1 . Absurdo.
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∞
Definição 1.10 Dizemos que {bk }+∞
k=1 é uma subsequência de {an }n=1 se
existe uma sequência {nk }k=1 ⊂ N estritamente crescente tal que bk = ank
+∞
para todo k ∈ N.
Teorema 1.10 (Teste da subsequência) Uma sequência {an }+∞ n=1 converge
para a se e somente se, toda subsequência de {an }+∞
n=1 converge para a.
lim an = lim cn = L
n→+∞ n→+∞
então lim bn = L.
n→+∞
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−ϵ < an − L ≤ bn − L ≤ cn − L < ϵ
ou seja,
−ϵ < bn − L < ϵ se n > N
Logo, bn → L quando n → +∞.
√ √
Exercício Resolvido 1.11 Mostre que lim ( n + 1 − n) = 0.
n→+∞
1 √
Como lim √ = 0, segue do teorema do sanduiche que lim ( n + 1 −
n→+∞ 2 n n→+∞
√
n) = 0.
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Resolução:
(−1)n 1
De fato, 2 = 2 converge para zero, portanto, a sequência dada
n n
também converge para zero.
lim an bn = 0
n→+∞
sin(n)
Resolução: De fato, basta provar que lim = 0. Para isso, sejam
n→+∞ en
1
an = sin(n) e bn = n Note que a sequência {sin(n)}+∞
n=0 é limitada e que
e
1
lim = 0. Logo, do Teor. (1.13), segue que
n→+∞ en
sin(n)
lim an bn = lim =0
n→+∞ n→+∞ en
Teorema 1.14 (A Desigualdade de Bernoulli) Dados x ∈ R com x > −1 e
n ∈ N. Então
(1 + x)n ≥ 1 + nx (1.8)
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Demonstração:
i) Sendo x > 1, fazemos x = 1 + y, sendo y > 0. Assim,
+∞ = lim (1 + ny) ≤ lim (1 + y)n = lim xn
n→+∞ n→+∞ n→+∞
n
ou seja, lim x = +∞.
n→+∞
1 1 1
ii) Seja y = − 1. Note que y > 0 e y + 1 = de modo que x = .
x x 1+y
Para n ≥ 1, temos
1 1 1
xn = ≤ <
(1 + y)n 1 + ny ny
Assim,
1
0 ≤ lim xn ≤ lim =0
n→+∞ n→+∞ny
Pelo Teor. do Sanduiche segue o resultado.
iii) Sendo −1 < x < 0, então 0 < −x < 1. Assim, xn = [(−1)(−x)]n =
(−1)n (−x)n . Observe que a sequência an = (−1)n é limitada e bn =
(−x)n → 0 quando n → +∞. Logo, pelo Teor. (1.13), xn → 0 quando
n → +∞.
Observação 1.2 Pelos ítens ii) e iii) do teorema anterior, podemos afirmar
que se |x| < 1, então lim |x|n = 0.
n→+∞
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Demonstração: Suponha que {an }+∞ n=1 seja uma sequência crescente.
Desde que {an }+∞n=1 é limitada, o conjunto S = {an : n ≥ 1} tem um limi-
tante superior. Pelo Axioma da Completude, este conjunto possui o menor
limitante superior que denotaremos por L. Dado ϵ > 0, L − ϵ não é um lim-
itante superior para S, desde que L é o menor limitante superior. Portanto,
aN > L − ϵ para algum N ∈ N. Mas esta sequência é crescente, de modo
que an ≥ aN para todo n > N . Portanto, se n > N , temos an > L − ϵ. Logo,
uma subsequência limitada. Assim, pelo Teor. (1.11), {an }n=1 é uma se-
+∞
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1.7 O Número e
O número e também conhecido por constante de Euler é a base dos logarit-
mos naturais ou neperianos em homenagem a John Napier inventor dos log-
aritmos no início do século XV II. No entanto em sua tabela do logaritmos
publicada em , há apenas indícios sobre o número e. A primeira indicação
da constante foi descoberta por Jakob Bernoulli quando estudava um prob-
lema relacionado a juros compostos. Nesta seção, veremos uma definição
concisa para esta constante baseada no conceito de limite de sequências
numéricas.
Para definir o número e , consideremos a sequência
( )n
1
en = 1 + (1.12)
n
para n ∈ N∗ .
Leonhard Euler que foi aluno de Jakob Bernoulli provou que a sequência
{en }+∞
n=1 converge para um número finito, o qual ele chamou de e.
( )n
1
lim 1 + =e (1.13)
n→+∞ n
Deve ser dito que Euler não provou rigorosamente a existência do limite
acima. Ele apresentou outras formulações para o número irracional
e = 2, 718281828459045 . . .
Para estabelecer o limite (1.13) usaremos alguns lemas e o Teor. (1.16).
Lema 1.1 Seja n um inteiro positivo. Então
∑
b
xn − y n = (x − y) xn−k y k−1 (1.14)
k=1
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∑
1
(x − y) x1−k y k−1 = (x − y)x1−1 y 1−1 = x − y
k=1
xn+1 − y n+1 = xn x − y n y = xn x − xy n + xy n − y n y
∑ n
= x(xn − y n ) + y n (x − y) = x(x − y) xn−k y k−1 + y n (x − y)
k=1
[ ∑n ]
= (x − y) x xn−k k−1
y +y n
k=1
[∑
n ]
= (x − y) x n+1−k k−1
y +y n+1−1
k=1
∑
n+1
= (x − y) xn+1−k y k−1
k=1
bn − an ∑ n ∑ n ∑ n
= bn−k ak−1 < bn−k bk−1 = bn−1 = nbn−1
b−a
k=1 k=1 k=1
bn+1 − an+1
< (n + 1)bn ⇒ bn+1 − an+1 < (b − a)(n + 1)bn ⇒
b−a
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∑
n
n(n − 1)(n − 2) . . . (n − k + 1)
1 ≤ bn = 2 +
k!nk
k=2
n (
∑ )( ) ( )
1 2 k−1 1
=2+ 1− 1− ... 1 −
n n n k!
k=2
∑n ∞
∑ 1
1 1/2
<2+ <2+ =2+ =3
k! 2k−1 1 − 1/2
k=2 k=2
Portanto, pelo Teor. (1.16), a sequência {en }+∞
n=1 é convergente, cujo
limite que denotaremos por e, representa a segunda constante mais famosa
e importante no reino da Matemática.
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∑
n
ak
k=1
Teorema 1.18 Se lim an = L, então lim = L.
n→+∞ n→+∞ n
1 ∑
N1
ϵ
< |ak − L| +
n 2
k=1
1∑1N
ϵ
Em seguida, tomamos N2 > N1 tal que se n > N2 , temos |ak − L| < .
n 2
k=1
Logo, se n > N2 , então
∑
1 n
ak − L < ϵ
n
k=1
∑
n
ak
k=1
ou seja, lim = L.
n→+∞ n
1∑ k
n
lim =1
n→+∞ n k+1
k=1
n 1
Resolução: De fato, como lim = lim = 1, o resultado
n→+∞ n +1 n→+∞ 1 + 1/n
segue do Teor. (1.18).
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Note que
∑
n ( ) ( ) ( ) ( )
k 1 2 n
ln = ln + ln + . . . + ln
n n n n
k=1
(1.19)
= (ln 1 − ln n) + (ln 2 − ln n) + . . . + (ln n − ln n)
= ln(1 · 2 · . . . · n) − n ln n = ln(n!) − n ln n
1
c) lim √
n
= 0.
n→+∞ n!
Resolução:
28
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a) Seja an = ln n. Como
1
an+1 ln(n + 1) L′ H n + 1 = lim n
lim = lim = lim =1
n→+∞ an n→+∞ ln n n→+∞ 1 n→+∞ n + 1
n
√ √n
segue do Teor. (1.19) que lim n an = lim ln n = 1.
n→+∞ n→+∞
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an
b) Se a > 0, então lim = 0;
n→+∞ n!
n!
c) lim = 0;
n→+∞ nn
np an
d) Se a > 0 e p ∈ N, então lim = 0.
n→+∞ n!
Resolução:
np
a) Seja an = . Note que an > 0 de modo que podemos usar o teste da
an
razão para sequências.
( )p
bn+1 (n + 1)p an n+1 1 1
= = → < 1 quando n → ∞
bn an+1 np n a a
np
Logo, pelo Teor. (1.20), lim an = lim = 0.
n→+∞ n→+∞ an
n
a
b) Seja bn = . Note que
n!
an+1
bn+1 (n + 1)! a
lim = lim n = lim =0<1
n→+∞ bn n→+∞ a n→+∞ n + 1
n!
Logo, pelo Teor. (1.20), segue o resultado.
n!
c) Seja an = > 0. Note que
nn
( )n
an+1 (n + 1)!nn n
lim = lim = lim
n→+∞ an n→+∞ (n + 1)n+1 n! n→+∞ n + 1
( )−n
1 1
= lim 1 + = <1
n→+∞ n e
Logo, pelo Teor. (1.20), segue o resultado.
d) É análogo aos ítens anteriores e será deixado como exercício.
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O índice inferior pode ser qualquer outro número diferente de 1. Além disso,
observe que
∑
1
i) ak = a1
k=1
∑
n ∑
1
ii) ak = ak
k=1 k=n
n 1′ s
∑
n z }| {
iii) 1 =1 + 1 + . . . + 1= n
k=1
∑
5
b) 2j
j=0
∑
4
c) (−1)i
i=0
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∑
5
b) 2j = 20 + 21 + 22 + 23 + 24 + 25 = 1 + 2 + 4 + 8 + 16 + 32 = 63
j=0
∑
4
c) (−1)i = (−1)0 + (−1)1 + (−1)2 + (−1)3 + (−1)4 = 1 − 1 + 1 − 1 = 0
i=0
∑
n ∑
n ∑
n
i) (ak + bk ) = ak + bk
k=1 k=1 k=1
∑
n ∑
n
ii) cak = c ak
k=1 k=1
Demonstração: De fato,
∑
n
(ak + bk ) = (a1 + b1 ) + . . . + (an + bn )
k=1
= (a1 + . . . + an ) + (b1 + . . . + bn )
∑n ∑
n
= ak + bk
k=1 k=1
∑
n ∑
n
cak = ca1 + . . . + can = c(a1 + . . . + an ) = c ak
k=1 k=1
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∑
5
[k 2 + 2(−1)k k]
k=2
∑
5 ∑
5 ∑
5
[k 2 + 2(−1)k k] = k2 + (−1)k · k
k=2 k=2 k=2
= 22 + 32 + 42 + 52 + (−1)2 · 2 + (−1)3 · 3 + (−1)4 · 4 + (−1)5 · 5
= 4 + 9 + 16 + 25 + 2 − 3 + 4 − 5 = 52
∑
n ∑
m ∑
n
ak = (a1 + a2 + . . . + am ) + (am+1 + . . . + an ) = ak + ak
k=1 k=1 k=m+1
Para cálculo de alguns somatórios, o corolário abaixo é muito útil.
∑
n ∑
n ∑
m−1
i) ak = ak − ak
k=m k=1 k=1
∑
n
ii) 1=m−n+1
k=m
Demonstração:
∑
m−1 ∑
n ∑
n
i) Da Prop.(1.3), temos ak + ak = ak donde segue o resultado.
k=1 k=m k=1
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∑
n ∑
n ∑
m−1
1= 1− = n − (m − 1) = n − m + 1
k=m k=1 k=1
A proposição permite calcular o somatório sem a necessidade de somar
termo a termo, sendo portanto, muito útil para calcular os somatórios cujo
limite superior é grande.
∑
n
n(n + 1)
i) k=
2
k=1
∑
n
n(n + 1)(n + 2)
ii) k2 =
6
k=1
∑
n
n2 (n + 1)2
iii) k3 =
4
k=1
Demonstração:
∑
n ∑
1
i) Seja S = k= k. Assim,
k=1 k=n
∑
n
S= k = 1 + 2 + . . . + (n − 1) + n
k=1
∑
1
S= = n + (n − 1) + . . . + 2 + 1
k=n
n parcelas
z }| {
2S =(n + 1) + (n + 1) + . . . + (n + 1) + (n + 1)= n(n + 1)
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Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
∑
1
1(1 + 1)(2 · 1 + 1)
k 2 = 12 = 1 e =1
6
k=1
∑
n+1 ∑
n
n(n + 1)(2n + 1)
k2 = k 2 + (n + 1)2 = + (n + 1)2
6
k=1 k=1
(n + 1)[n(2n + 1) + 6(n + 1)] (n + 1)[n(2n + 4) + 6n + 6 − 3n]
= =
6 6
(n + 1)[2n(n + 2) + 3(n + 2)] (n + 1)(n + 2)(2n + 3)
= =
6 6
∑
1
12 (1 + 1)2
13 = 1 e =1
4
k=1
∑
n+1 ∑
n
n2 (n + 1)2
k3 = k 3 + (n + 1)3 = + (n + 1)3
4
k=1 k=1
n (n + 1)2 + 4(n + 1)3
2
(n + 1)2 [n2 + 4(n + 1)]
= =
4 4
(n + 1)2 (n + 2)
=
4
∑
10
b) (k 2 − 3k + 2)
4
35
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
∑
6
6 · (6 + 1) · (2 · 6 + 1)
k2 = = 91
1
6
b)
∑
10 ∑
10 ∑
10 ∑
10
(k 2 − 3k + 2) = k2 − 3 k+ 2
k=4 k=4 k=4 k=4
∑
10 ∑
3 (∑
10 ∑
3 ) ∑
10
= k2 − k2 − 3 k− k +2 1
k=1 k=1 k=1 k=1 k=4
[ ]
10 · 11 · 21 10 · 11
= − (12 + 22 + 32 ) − 3 − (1 + 2 + 3)
6 2
+ 2(10 − 4 + 1) = 238
rn+1 − 1
rS − S = rn+1 − 1 ⇒ S=
r−1
36
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
∑
n
Observação 1.3 No caso em que r = 1, observe que 1 = n−0+1 =
k=0
n + 1.
∑
10
1
b)
2k
k=6
b)
∑
10 10 ( )k
∑ 10 ( )k
∑ 3 ( )k
∑
1 1 1 1
k
= = −
2 2 2 2
k=6 k=6 k=0 k=0
( 12 )11 − 1 ( 21 )6 − 1 31
= − =
2 −1 2 −1
1 1 1024
Alguns limites expressam somas finitas que podem ser calculados usando a
notação somatório. O exemplo a seguir ilustra esses tipos de limites.
Resolução:
a) Observe que
∑
n ∑
n ∑
n
1+3+5+. . .+2n−1 = (2k −1) = 2 k− 1 = n(n+1)−n = n2
k=1 k=1 k=1
37
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
de modo que
1 + 3 + 5 + . . . + 2n − 1 n2
lim = lim
n→+∞ 4n2 + 1 n→+∞ 4n2 + 1
1 1
= lim =
n→+∞ 4 + 1/n2 4
b) Sendo
∑
n
n2 (n + 1)2 ) n4 + 2n3 + n2
13 + 23 + 33 + . . . + n3 = k3 = =
4 4
k=1
então
n4 n4
lim = lim
n→+∞ 1 + 23 + 33 + . . . + n3 n→+∞ n4 + 2n3 + n2
1
= lim =1
n→+∞ 1 + 2/n + 1/n2
38
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
4 − n2
(b) lim
n→+∞ n
(c) lim (n − 4n)
2
n→+∞
n2 + n
(d) lim
n→+∞ 6n2 − 1
2n+1
(e) lim
n→+∞ 3n
en − e−n
(f) lim n
n→+∞ e + e−n
1
(g) lim √
n→+∞ n + 1 − n
2
√
(h) lim ( n2 + 2 − n)
n→+∞
4
(i) lim √
n→+∞ + n − 2n
4n2
(n + 1)!
(j) lim
n→+∞ (n + 2)!
nn
(k) lim
n→+∞ (2n)!
(n + 3)!
(l) lim
n→+∞ (n + 1)!
√
n n
(m) lim √
n→+∞ 3 + n
4. Use o fato que ( )n
1
lim1+ =e
n→+∞ n
e calcule os limites abaixo:
( )n+3
1
(a) lim 1 +
n→+∞ n
( )2n
3
(b) lim 1 −
n→+∞ n
39
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
( )2n
n+1
(c) lim
n→+∞ n+2
( )n
2
(d) lim 2 +
n→+∞ n
( )n
n
(e) lim
n→+∞ n + 1
6. Assinale (V) para verdadeiro e (F) para falso nas sentenças abaixo.
Justifique através de um contra-exemplo as alternativas falsas.
∑
n
n(n + 1)
1 + 2 + 3 + ... + n = k=
2
k=1
40
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
1 ∑
n
(b) lim (2k + 1)
n→+∞ n2
k=1
1 + 4 + 7 + . . . + 3n − 2
(c) lim
n→+∞ 4n2
2 + 4 + 6 + . . . + 2n
(d) lim
n→+∞ n+1
9. Use o fato que
∑
n
n(n + 1)(2n + 1)
12 + 22 + 32 + . . . + n2 = k=
6
k=1
1 ∑ 2
n
(a) lim k
n→+∞ n3
k=1
∑
n
(k 2 + k)
k=1
(b) lim
n→+∞ (n2 + n)(2n + 1)
10. Uma população estável de 35.000 pássaros vive em três ilhas. Cada
ano, 10 % da população da ilha A migram para a ilha B, 20 % da pop-
ulação da ilha B migram para a ilha C e 5 % da população da ilha C
migram para a ilha A. Denotemos por An , Bn e Cn , respectivamente,
os números de pássaros nas ilhas A, B e C, no ano n antes da ocor-
rência da migração.
41
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
2 2
an+1 = an + 2
3 3an
√
3
mostre que L = 2.
Resolução: Aplicando o limite na equação dada, temos:
( )
2 2 2L 2 2
lim an+1 = lim an + 2 ⇒ L= +
n→+∞ n→+∞ 3 3an 3 3L
√
Resolvendo esta equação segue que L = 3 2.
3. (Taylor) Calcule os limites abaixo:
( )4
1
1− 1−
n
(a) lim
n→+∞
( )3
1
1− 1−
n
42
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
√ √ √
(b) lim n( n + 1 − n).
n→+∞
Resolução:
Logo,
( )4 ( )[ ( )2 ]
1 1 1
1− 1− 2− 1+ 1−
n n n 4
lim ( )3 = n→+∞
lim ( )2 =
n→+∞ 1 1 1 3
1− 1− 2− + 1−
n n n
(b)
√ √ √ √ √
√ √ √ n( n + 1 − n)( n + 1 + n)
lim n( n + 1 − n) = lim √ √
n→+∞ n→+∞ n+1+ n
√
n
= lim √ √
n→+∞ n+1+ n
1 1
= lim √ =
n→+∞ 1 2
1+ +1
n
43
Capítulo 2
Séries Numéricas
2.1 Introdução
Em muitas áreas da Matemática, surgem problemas relacionados a somas
infinitas, ou seja, somas que possuem um número infinito de parcelas. Por
exemplo, considere um segmento de 1 m de comprimento. Divindo-o ao
meio, teremos dois segmentos de comprimento iguais a 1/2 m, dividindo-o
novamente, teremos 4 segmentos de comprimento igual a 1/4 m. Observe
que podemos continuar este processo indefinidamente. Uma pergunta inte-
ressante é saber o comprimento total da soma de cada um dos segmentos
distintos, ou seja, qual o valor de:
1 1 1
1+ + + + ...
2 4 8
Durante séculos, a ideia de somar infinitas parcelas desconcertou as me-
lhores mentes matemáticas. O assunto intensificou durante o século XV II
e várias expressões com infinitos termos surgiram sem um formalismo ad-
equado. Um caso que confundiu os matemáticos do século XV III foi a
soma
1 − 1 + 1 − 1 + 1 − 1 + ...
Alguns matemáticos diziam esta soma é igual a 0, outros diziam que era
igual a 1. Teve uma corrente que afirmava que esta soma era igual a 1/2
baseado na série geométrica amplamente conhecida na época. O que fal-
tava para estes matemáticos é o conceito de convergência que foi desen-
volvido no século XIX. Além disso, conforme desenvolvemos uma teoria
sobre sequências e séries infinitas, uma aplicação importante nos fornece
44
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
a1 , a2 , a3 , . . . , an , . . . ou {an }+∞
n=1
A expressão
∑
+∞
a1 + a2 + a3 + . . . + an + . . . = an (2.1)
n=1
Definição 2.2 A soma dos n primeiros termos da série chama-se soma par-
cial Sn , isto é,
∑n
Sn = ak (2.2)
k=1
Desta forma,
S1 = a1 , S2 = a1 + a2 , S3 = a1 + a2 + a3 , ... Sn = a1 + a2 + . . . + an
45
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46
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
∑
n0
onde S ′ = an .
k=1
∑
+∞
Suponhamos agora que a série an diverge. Mostraremos que a série
n=1
∑
+∞ ∑
+∞
an também diverge. Suponhamos por absurdo que an = S.
n=n0 +1 n=n0 +1
Assim,
∑
+∞ ∑
n0 ∑
+∞
an = an + = S ′ + S < +∞
n=1 n=1 n=n0 +1
Absurdo!
47
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
∑ ∑
Teorema 2.2 Sejam as séries numéricas convergentes an e bn cujas
somas são a e b respectivamente. Então
∑
i) A série can é convergente e sua soma é ca, para todo c ∈ R;
∑
ii) A série (an + bn ) é convergente e sua soma é a + b.
Demonstração:
i) Se c = 0 o resultado
∑ é imediato. Desta forma suponhamos c ̸= 0.
Sendo a série an convergente, dado ϵ > 0, existe N ∈ N tal que se
n > N, ∑
n
a − a< ϵ
n |c|
k=1
Assim, se n > N ,
∑ ∑
n n ϵ
can − ca = |c| · an − a < |c| · =ϵ
|c|
k=1 k=1
48
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Resolução:
49
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
1 1 1 ∑
+∞
1
1 + + + ... + + ... = (2.7)
2 3 n n=1
n
50
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
∑
+∞
1
b)
n=3
2n
Resolução:
∑
+∞
1 1 1 1
= + + ... + + ...
n=3
2n 2·3 2·4 2n
∑
+∞ ∑
+∞
a + aq + aq 2 + . . . + aq n−1 + . . . = aq n−1 = aq n (2.9)
n=1 n=0
51
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
Demonstração:
Sn = a + aq + aq 2 + . . . + aq n−1 + aq n (2.11)
qSn = aq + aq 2 + aq 3 + . . . + aq n + aq n+1
(2.12)
= −a + (a + aq + aq 2 + aq 3 + . . . + aq n ) + aq n+1
52
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
∑
+∞
3
a) n
n=0
4
∑
+∞
b) (−1)n 2n
n=0
∑
+∞ n
2 + 3n
c)
n=1
6n
Resolução:
53
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
( )n
3 1 1 1
a) Note que an = n = 3 n = 3 , de modo que a razão q = < 1.
4 4 4 4
Assim, esta série geométrica é convergente. Sendo o primeiro termo
a = 3, segue que
a 3
S= = =4
1−q 1
1−
4
b) Sendo an = (−1)n 2n = (−2)n , então q = −2, de modo que |q| =
| − 2| = 2 > 1 e a série geométrica dada é divergente.
∑
+∞
1 ∑
+∞
1
n
e n
n=1
3 n=1
2
∑
+∞ n +∞ (
∑ ) ∑+∞ ∑
+∞
2 + 3n 1 1 1 1
n
= n
+ n
= n
+
n=1
6 n=1
3 2 n=1
3 n=1
2n
1/3 1/2 3
= + =
1 − 1/3 1 − 1/2 2
54
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
escrita na forma:
∑ n ( )
1 ∑
n
1 1 1
= − (2.14)
(pk + a)(pk + b) b−a pk + a pk + b
k=1 k=1
Mas, ∫ 1
1
= xpk+a−1 dx (2.17)
pk + a 0
e ∫ 1
1
= xpk+b−1 dx (2.18)
pk + b 0
Substituindo (2.17), (2.18) em (2.16), segue que
∑
+∞ [∫ 1 ∑
+∞ ∫ 1 ∑
+∞ ]
1 1
= x a−1
x dx −
pk b−1
x pk
x dx
(pk + a)(pk + b) b−a 0 0
k=0 k=0 k=0
[∫ 1 a−1 ∫ 1 ]
1 x xb−1
= dx − dx
b−a 0 1 − xp 0 1 − xp
∫
1 1
xa−1 − xb−1
= dx
b−a 0 1 − xp
55
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
∑
+∞
Demonstração: Seja S = an . Sendo lim Sn = S, então,
n→+∞
n=1
Observação 2.4 Pelo argumento lógico da contra-positiva, podemos afir-
mar que se lim an ̸= 0 ou se lim an não existir, a série diverge. Esta
n→+∞ n→+∞
segunda versão do Teor. (2.5), é chamada de teste da divergência.
Este teste não diz nada à respeito da convergência de uma série numérica.
Assim, se lim an = 0, a série pode convergir ou divergir e uma análise adi-
n→∞
cional faz-se necessário.
Exercício Resolvido 2.7 Use o teste da divergência e estude as séries numéri-
cas abaixo:
∑
+∞
n
a) ;
n=1
n+1
∑
+∞
1
b) .
n=1
n
Resolução:
n
a) Note que an = . Sendo
n+1
n 1
lim an = lim = lim = 1 ̸= 0
n→∞ n→+∞ n + 1 n→+∞ 1
1+
n
a série dada diverge.
56
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
1
b) Como lim = 0, o teste é inconclusivo, ou seja, o teste falha.
n→+∞ n
∫ +∞ ∑
+∞
i) Se f (x)dx converge, então an converge;
N n=1
∫ +∞ ∑
+∞
ii) Se f (x)dx diverge, então an diverge.
N n=1
Demonstração: Seja
57
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
58
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
∑
+∞
n
b) n
n=1
e
Resolução:
Definição 2.9 Seja p > 0. Chama-se série-p a série numérica dada por:
∑
+∞
1
p
(2.23)
n=1
n
∑
+∞
1
i) Se 0 < p ≤ 1, a série numérica diverge;
n=1
np
59
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
∑
+∞
1
ii) Se p > 1, a série numérica p
converge.
n=1
n
Demonstração:
1
Considere a função f (x) = para x ∈ [1, +∞). Note que f (x) é positiva
xp
p
nesse intervalo. Como f ′ (x) = − p+1 < 0 se x ≥ 1, então f é uma função
x
não-crescente para x ∈ [1, +∞). Deste modo, f satisfaz as hipóteses do
Teor. (2.6).
i) Se 0 < p < 1, então
∫ +∞ ∫ +∞ ∫ r
1
f (x)dx = p
dx = lim x−p dx
x r→+∞
1 1
r 1
( 1−p )
x−p+1 r 1
= lim = lim − = +∞
r→+∞ −p + 1 r→+∞ 1 − p 1−p
1
No caso em que p = 1,
∫ +∞ ∫ +∞ ∫ r
1 1
f (x)dx = dx = lim dx = lim ln r = +∞
1 1 x r→+∞ 1 x r→+∞
60
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
Resolução:
2 2
a) Sendo an = √ = 3/2 . Esta é uma série p com p = 3/2 > 1. Logo,
n n n
esta série converge.
b) Sendo
(√ )2 ( )2
4
n 1 1
√
an = 3 = = 1/6
n n1/3−1/4 n
esta é uma série p com p = 1/6 < 1. Logo, esta série diverge.
∑
+∞ ∑
+∞
ii) Se a série bn converge, então a série an converge.
n=1 n=1
∑n ∑n
Demonstração: Sejam Sn = ak e Tn = bk as somas parciais da
∑ ∑ k=1 k=1
séries an e bn . Da hipótese segue que
∑
n ∑
n
0≤ ak ≤ bk , ou seja, 0 ≤ S n ≤ Tn (2.24)
k=1 k=1
∑
+∞
i) Se a série an diverge, então lim Sn = +∞ e da expressão (2.24),
n→+∞
n=1
∑
+∞
segue que lim Tn = +∞, ou seja, a série bn diverge.
n→+∞
n=1
61
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
ii) Sendo {Tn }+∞n=1 uma sequência convergente, ela é limitada superior-
mente, de modo que existe uma constante M > 0 tal que Tn ≤ M
para todo n ∈ N∗ . Portanto, Sn ≤ M para todo n ∈ N∗ , ou seja, a se-
quência {Sn }+∞n=1 é limitada superiormente. Desde que an ≥ 0, então
Sn+1 = Sn + an ≥ Sn , de modo que {Sn }+∞ n=1 é crescente. Logo, pelo
Teor. (1.16), esta sequência é convergente.
Observação 2.5 As conclusões do Teor. (2.7) continuam válidas se 0 ≤
an ≤ bn para algum N ∈ N.
Exercício Resolvido 2.10 Use o teste da comparação e estude a convergên-
cia das séries abaixo:
∑
+∞
1
a)
n=1
2n +1
∑
+∞
1
b) n
n=1
n2
∑
+∞
1
c)
n=2
ln n
∑
+∞
1
d)
n=1
n(n + 1)2
Resolução:
a) Observe que 2n + 1 < 2n + 2 para todo n ∈ N, de modo que
1 1
> para todo n∈N
2n + 1 2n + 2
Assim,
∑
+∞
1 ∑
+∞
1 ∑
+∞
1
>2 =2 = +∞
n=1
2n + 1 n=1
n + 1 n=2
n
Logo, a série diverge.
b) Neste caso, observe que n2n > n · n = n2 para todo n ∈ N∗ , de modo
1 1 ∑
+∞
1
∗
que < para n ∈ N . A série é a série-p com p = 2 e
n2n n2 n=1
n 2
62
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
1 1 ∑
+∞
1 ∑
+∞
1
2
< 3 ⇒ 2
< < +∞
n(n + 1) n n=1
n(n + 1) n=1
n3
63
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
Observação 2.6 Para usar este teste na análise de convergência de uma
série, assim como para usar o teste da comparação, temos que procurar
uma série para comparação. Em geral, essa série é obtida à partir da série
dada.
Exercício Resolvido 2.11 Use o teste da comparação de limite e estude a
convergência das séries abaixo:
∑
+∞
1
a)
n=1
3n −n
∑
+∞
1
b)
n=1
2n +1
√
∑
+∞
n+1
c) √
n 4+1
n=1
Resolução:
∑
+∞
1
a) Considere a série numérica geométrica n
. Sendo r = 1/3 < 1,
n=1
3
1 1
essa série é convergente. Sendo an = n e bn = n , então
3 −n 3
1
an 3n−n 3n 1
lim = lim = lim n = lim n =1
n→+∞ bn 1 n→+∞ 3 − n
n→+∞ n→+∞
1− n
3n 3
Logo, a série dada converge.
∑
+∞
1 1
b) Considere a série harmônica , de modo que bn = . Como
n=1
n n
1
an n 1
lim = lim 2n + 1 = lim =
n→+∞ bn n→+∞ 1 n→+∞ 2n + 1 2
n
Logo, a série dada diverge.
c)
64
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
i) lim an = 0;
n→∞
65
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
e
≥0 ≥0 ≥0
z }| { z }| { z }| {
S2n = a1 − (a2 − a3 ) − (a4 − a5 ) − . . . − (a2n−1 − a2n )≤ a1
de modo que 0 ≤ S2n ≤ a1 . Logo, existe L1 = lim S2n .
n→+∞
≥0 ≥0 ≥0
z }| { z }| { z }| {
S2n+1 =(a1 − a2 ) + (a2 − a3 ) + . . . + (a2n−1 − a2n ) +a2n+1 ≥ 0
e
≥0 ≥0 ≥0
z }| { z }| { z }| {
S2n+1 = a1 − (a2 − a3 ) − (a4 − a5 ) − . . . − (a2n − a2n+1 )≤ a1
de modo que 0 ≤ S2n+1 ≤ a1 . Logo, existe L2 = lim S2n+1 . Para finalizar
n→+∞
a demonstração, mostraremos que L1 = L2 . Para isso, note que S2n+1 =
S2n + a2n+1 de modo que
∑
+∞
(−1)n
a)
n=0
n+1
∑
+∞
(−1)n n2
b)
n=1
n2 + 5
Resolução:
66
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
1
a) Note que os termos da sequência an = são positivos e {an } é
n+1
1 1
decrescente, pois an+1 = < = an . Como lim an = 0,
n+2 n+1 n→+∞
∑ (−1)n
+∞
segue do Teor. (2.9) que a série numérica converge.
n=1
n+1
b) Como
n2 1
lim an = lim = lim =1
n→+∞ n→+∞ n2 + 1 n→+∞ 1 + 1/n2
∑
+∞ ∑
+∞
Teorema 2.10 Se a série |an | converge, então a série an converge.
n=1 n=1
Demonstração: Note que para qualquer número real −|x| ≤ x ≤ |x|. As-
sim, para qualquer n, −|an | ≤ an ≤ |an |, de modo que
0 ≤ |an | + an ≤ 2|an | (2.26)
∑
+∞
Por hipótese, a série |an | converge, então a série
n=1
∑
+∞ ∑
+∞
2|an | = 2 |an | < +∞
n=1 n=1
∑
+∞ ∑
+∞
(|an | + an − |an |) = an
n=1 n=1
67
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
converge.
∑
+∞
cos n
Exercício Resolvido 2.13 Estude a convergência da série numérica
n=1
n3
cos n | cos n| 1
Resolução: Sendo an = , então |an | = ≤ 3 . A série
n3 n3 n
∑
+∞
1
numérica é uma série-p com p = 3 > 1 e portanto convergente.
n=1
n3
Assim,
∑
+∞
cos n ∑ | cos n| ∑ 1
+∞ +∞
≤ ≤ < +∞
n=1
n3 n=1
n3 n=1
n3
Demonstração:
i) Suponha
que L < 1. Então existe um número r com L < r < 1. Como
an+1
lim = L, existe N ∈ N tal que an+1 < r para todo n ≥ N .
n→+∞ an an
Desta forma,
68
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Logo,
∑
+∞ ∑
N ∑
+∞ ∑
N
|aN |r
|ak | = |ak | + |ak | = |ak | + < +∞
1−r
k=1 k=1 k=N +1 k=1
ii) Suponha
que L > 1. Então existe um número
r com 1 < r < L. Como
an+1 an+1
lim
= L, existe N ∈ N tal que > r para todo n ≥ N .
n→+∞ an an
Desta forma,
e assim por diante. De modo que |aN +k | > rk |aN | e desde que r > 1,
isso implica que lim |aN +k | ̸= 0. Consequentemente, lim an ̸= 0 e
k→+∞ n→+∞
pelo teste da divergência, segue que a série dada converge.
∑
+∞
1 an+1 n+1
iii) A série harmônica diverge e lim = lim = 1. Por
n=1
n n→+∞ an n→+∞ n
∑
+∞
1
outro lado, a série numérica converge (série-p com p = 2) e
n=1
n2
an+1 (n + 1)2
lim = lim = 1.
n→+∞ an n→+∞ n2
∑
+∞
1
b)
n=2
ln n
∑
+∞
(−1)n (4n)!
c)
n=0
(n!)2
Resolução:
69
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3n 3n+1
a) Nesse caso, an = , de modo que an+1 = . Sendo
n! (n + 1)!
3n+1
an+1 (n + 1)! 3
lim
= lim = lim =0<1
n→+∞ an n→+∞ 3n n→+∞ n + 1
n!
Logo, a série converge.
1 1
b) Nesse caso, an = , de modo que an+1 = . Sendo
ln n ln(n + 1)
1
an+1 ln(n + 1)
lim
= lim
n→+∞ an n→+∞ 1
ln n
ln n L′ H 1/n n+1
= lim = lim = lim =1
n→+∞ ln(n + 1) n→+∞ 1/(n + 1) n→+∞ n
Logo, o teste da razão falha.
(−1)n (4n)! (−1)n+1 [4(n + 1)]!
c) Nesse caso, an = 2
, de modo que an+1 = .
(n!) [(n + 1)!]2
Mas,
(−1)n+1 [4(n + 1)]!
an+1 [(n + 1)!]2 2
= (4n + 4)! · (n!)
an = n
(−1) (4n)! (n + 1)2 (n!)2 (4n)!
(n!)2
70
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∑
ii) Se L > 1, a série an diverge;
Demonstração:
+∞ ( )n
∑ 3
b) n
n=1
5
∑
+∞ n
n
c)
n=0
n!
Resolução:
∑
+∞
1
2. Considere a série numérica n
.
n=1
4
71
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∑
+∞ n
2
(b)
n=1
3n
+∞ (
∑ )n
1
(c) 1−
n=1
n
∑
+∞ 2
n
(d)
n=2
en
∑
+∞
(e) n sin(1/n)
n=1
∑
+∞
1
(f) 2
n=1
n
∑
+∞
3n + 1
(g)
n=0
4n + 2
72
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+∞ (
∑ )
4 2
(e) − n
n=2
2n 3
6. Uma bola cai de uma altura de 12 m. Cada vez que ela bate no chão,
sobe a uma altura de três quartos da altura da queda anterior. Deter-
mine a distância percorrida pela bola até o repouso.
7. Encontre ( )
1 1 1 1
lim 1+ + 4 + 6 + . . . + 2n
n→+∞ 32 3 3 3
8. Expresse cada um dos números abaixo como uma fração.
(a) 0, 6666 . . .
(b) 0, 232323 . . .
(c) 0, 01111 . . .
9. Use o Teor. (2.1) e estude a convergência das séries abaixo:
∑
+∞
1
(a)
n=0
n + 3
∑
+∞
1
(b)
n=1
(n + 2)(n + 4)
∑
+∞
1
(c)
n=4
n3
∑
+∞
1
12. Ache a soma da série numérica .
n=0
(n + 2)(n + 4)
13. Use o teste da integral Teor. (2.6) e estude a convergência das séries
abaixo:
73
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∑
+∞
1
(a) √
n=1
2n + 1
∑
+∞
(b) ne−2n
n=1
∑
+∞
4
(c)
n=0
2n +1
∑
+∞
n
(d) 2+1
n=2
n
∑
+∞
5
(e)
n=1
5n −1
∑
+∞
ln n
(f)
n=2
n2
∑
+∞
ln n
n=2
n2
lnx
Sugestão: Use o fato que a função g(x) = é decrescente para
x
x > e, e, portanto, tende a zero para x → +∞.
74
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∑
+∞
1
(e) 3−
√
n=2
n n
75
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
76
Capítulo 3
Séries de Potências
3.1 Introdução
A terceira parte sobre séries infinitas é o estudo das séries de potências o
qual possui muitas aplicações na Matemática e em outras ciências. Nos
primeiros anos de seus estudos, Isaac Newton (1642 - 1727) percebeu
através de um processo laborioso de quadratura, que o o binômio (x + y)n
também era válido para expoentes negativos e fracionários. Em notação
moderna, Newton descobriu a seguinte expansão:
x2 x3
(1 + x)n = 1 + nx + n(n − 1) + n(n − 1)(n − 2) + . . . (3.1)
2! 3!
É interessante observar que se n = m ∈ N a série binomial (3.1) reduz-se
a um polinômio de grau m.
Resolução:
a) (1 + x)2 = 1 + 2x + x2
77
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
c)
x2
(1 + x)−1 = 1 + (−1)x + (−1)(−1 − 1) +
2!
x3
+ (−1)(−1 − 1)(−1 − 2) + . . . = 1 − x + x2 − x3 + . . .
3!
d)
x2
(1 + x)1/2 = 1 + (1/2)x + (1/2)(1/2 − 1) +
2!
x3 x x2 x3
(1/2)(1/2 − 1)(1/2 − 2) + . . . = 1 + − + − ...
3! 2 8 16
78
Capítulo 4
79
Capítulo 5
Segue dessa definição que |x| ≥ 0 para todo x ∈ R e que x ≤ |x|. Além
disso, temos as seguintes propriedades dadas na proposição a seguir.
80
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
v) De fato,
2 ( )2 √ 2 √
x x
x2 |x|2 = |x| = √|x| = |x|
2
= x = = ⇒
y y y2 |y|2 y |y|2 |y|2 |y|
vi) De fato,
|x| = |y| ⇒ |x|2 = |y|2 ⇒ x2 = y 2 ⇒ x = ±y
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82
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
83
Sequências Numéricas e Séries Paulo Sérgio C. Lino
(a) converge
(b) converge
(c) diverge
(d) diverge
(e) converge
16. 16
(a) diverge
(b) converge
(c) diverge
(d) converge
(e) diverge
17. (a) converge
(b) converge
18. (a) converge
(b) converge
(c) diverge
(d) o teste falha
19. (a) converge
(b) converge
(c) diverge
(d) diverge
20. (a) diverge
(b) diverge
(c) converge
(d) converge
(e) diverge
(f) converge
(g) diverge
(h) diverge
(i) diverge
84
Índice Remissivo
85
Referências Bibliográficas
86