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NOVOS PERCURSOS PROFISSIONAIS • PORTUGUÊS 3 • GUIA DO PROFESSOR • ASA 39

7. FICHAS DE ESCRITA

1. EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA


O texto expositivo tem por finalidade elucidar de forma clara, concisa e objetiva um determinado tema.
Apresenta, por isso, um caráter demonstrativo.

PARA RECORDAR

Atente nas três fases essenciais para a elaboração de uma exposição sobre um tema:
1. Fase preparatória
• selecione os temas/subtemas a contemplar;
• pesquise informação tendo por base fontes credíveis (livros, textos críticos de autores conhe-
cedores do tema, revistas, jornais ou sítios de Internet com credibilidade);
• comprove os factos apresentados, identificando as fontes usadas, assim como datas, esta-
tísticas, dados bibliográficos e outros;
• planifique o texto, organizando a informação selecionada.
2. Fase da redação
• Identifique, na introdução, o assunto a tratar;
• organize sequencialmente as informações a transmitir, utilizando os conectores discursi-
vos de forma adequada;
• indique corretamente as fontes consultadas, assim como as citações, estatísticas ou dados
apresentados;
• utilize uma linguagem própria.
3. Fase da revisão
• corrija eventuais erros de ortografia, pontuação e acentuação;
• verifique a coerência do discurso e a utilização adequada dos conectores (coesão textual);
• certifique-se do cumprimento das marcas específicas deste género textual.

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7. FICHAS DE ESCRITA

PARA PRATICAR

PROPOSTA 1

Certamente, já experienciou recordações do passado motivadas por vivências do presente.


Proceda a uma pesquisa sobre a importância e o papel da memória na construção da identidade do
ser humano. Poderá, para este efeito, consultar os seguintes documentos:
• Cristiana Rodrigues, Luísa Afonso Soares e Fernanda Mota Alves (org), Estudos da memória,
teoria e análise cultural. Lisboa, Ed. Humus, 2016.
• http://visao.sapo.pt/opiniao/josluspeixoto/familia=f723394
Redija um texto expositivo, entre 130 e 170 palavras, sobre o papel da memória na construção da
identidade do ser humano, tendo por base a seguinte planificação:
• Introdução
– Apresentação do tema.
• Desenvolvimento
– Exposição de dois argumentos:
° importância das recordações nas relações afetivas;
° aprendizagem decorrente das situações vividas.
• Conclusão
– Retoma do tema e fecho do texto.
No final, reveja o seu texto, considerando a concisão e a objetividade; a seleção vocabular; a arti-
culação coerente, a correção linguística, sintática e ortográfica.

PROPOSTA 2

Redija um texto expositivo, de 130 a 170 palavras, sobre a importância dos sentidos na vida do ser
humano.
Considere a proposta de planificação que se apresenta e siga as instruções respeitantes à produção
de um texto expositivo:
• Introdução
– Os cinco sentidos: ferramentas essenciais para que o ser humano compreenda o mundo que
o rodeia.
• Desenvolvimento
− A importância de cada um dos sentidos para a compreensão do mundo.
− Relevância das particularidades de alguns dos sentidos.
− Alusão às consequências decorrentes da ausência de um dos sentidos.
• Conclusão
– Reforço da ideia da importância dos sentidos para a compreensão do mundo.

Nota: No seu texto deverá apresentar a explicitação de fontes credíveis que corroborem a informa-
ção acima exposta.

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7. FICHAS DE ESCRITA

2. APRECIAÇÃO CRÍTICA
A apreciação crítica é um género textual que apresenta uma descrição sucinta seguida de um comentário
crítico sobre o objeto tratado (um debate, um livro, um filme, uma peça de teatro ou outra manifestação
cultural). Este género textual deve, portanto,
• apresentar um conteúdo informativo (descrição do objeto);
• incluir apreciações pessoais/comentários críticos;
• recorrer à argumentação e à exemplificação para fundamentar o ponto de vista adotado;
• utilizar uma linguagem valorativa, mas clara.

PARA RECORDAR

Considere as três fases essenciais para a elaboração de uma apreciação crítica:


1. Fase da planificação
• Introdução − descreva de forma sucinta o objeto a apreciar.
• Desenvolvimento − apresente um comentário crítico valorativo (positivo ou negativo), por
tópicos, com os argumentos e com os exemplos que fundamentam o ponto de vista.
• Conclusão − apresente uma síntese do comentário veiculado.

2. Fase da redação
• organize sequencial e coerentemente os tópicos elencados na fase anterior, tendo em
conta a estrutura tripartida proposta;
• explore os argumentos e os exemplos, para que validem e sustentem os comentários
críticos efetuados;
• escolha um vocabulário cuidado e valorativo;
• empregue, de forma diversificada e correta, os conectores discursivos.

3. Fase da revisão
• certifique-se de que cumpriu a extensão indicada e a estrutura da planificação;
• assegure-se de que usou corretamente a ortografia, a sintaxe e a pontuação;
• verifique o uso adequado dos mecanismos de coesão textual e da articulação lógica das
ideias (coerência);
• valide o cumprimento das marcas específicas deste género textual.

PARA PRATICAR

Elabore uma apreciação crítica, entre 150 a 250 palavras, de uma obra que tenha lido e que
recomendaria a um amigo.

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7. FICHAS DE ESCRITA

3. TEXTO DE OPINIÃO
O texto de opinião explicita um ponto de vista relativamente a um determinado tema. O autor, servindo-
-se de argumentos e de exemplos, pretende atingir o objetivo de persuadir o leitor da validade das suas
opiniões, que são apresentadas de forma clara e pertinente, através de um discurso valorativo.

PARA RECORDAR

A redação de um texto de opinião requer uma planificação prévia, que engloba:


1. Fase preparatória
• defina a tese a ser defendida relativamente ao tema em análise;
• pesquise sobre o tema;
• liste e organize os argumentos (e contra-argumentos), e respetivos exemplos ilustrativos
(para fundamentação do ponto de vista/tese);
• planifique o texto, de acordo com a seguinte sugestão:
− apresentação e enquadramento do tema e da tese a defender (introdução);
− apresentação de argumentos e de exemplos justificativos, com recurso a citações e/ou a dados
estatísticos que permitam confirmar a tese defendida (desenvolvimento);
− reforço das ideias defendidas em jeito de síntese, e apresentação de eventuais sugestões
(conclusão).

2. Fase da redação
• organize sequencialmente os tópicos elencados na fase anterior;
• faça uso da primeira pessoa e de expressões valorativas;
• atente na indicação correta das citações e/ou das fontes;
• avalie a diversificação e a adequação dos conectores discursivos e do vocabulário a usar.

3. Fase da revisão
• certifique-se do cumprimento da extensão indicada, reveja o uso da ortografia, da sintaxe e
da pontuação;
• verifique a adequação dos mecanismos de coesão textual e da articulação lógica das ideias.
• valide o cumprimento das marcas específicas deste género textual.

PARA PRATICAR

PROPOSTA 1
Escreva um texto de opinião, de 150 a 250 palavras, no qual defenda um ponto de vista sobre o
modo como o ser humano usa os conhecimentos e os avanços tecnológicos na sociedade.

PROPOSTA 2
Ao contrário do que seria de supor, a utilização das redes sociais tem vindo a acentuar a timidez,
o isolamento e a solidão entre as pessoas, sobretudo as mais jovens.
Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de 150 e um máximo de 250 palavras,
apresente o seu ponto de vista sobre o tema/problema enunciado.

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4. SÍNTESE
A síntese é um género textual que pressupõe a redução de um texto ao essencial da informação por
seleção crítica das ideias-chave, mobilizando-se, portanto, informação seletiva e utilizando-se
criteriosamente conectores, de forma a garantir a integridade das ideias expressas no texto de partida.

PARA RECORDAR

Considere as três fases essenciais para a elaboração de uma síntese:

1. Fase preparatória
• leia o texto de partida para apreender a sua estrutura e o seu sentido global;
• sublinhe as ideias/os factos subjacentes à progressão textual (eliminando pormenores,
repetições, exemplificações, …);
• selecione vocabulário ou expressões-chave;
• assinale os conectores ou os articuladores que ligam frases ou parágrafos entre si,
estabelecendo relações de semelhança, de contraste/oposição, de posteridade, de
anterioridade, de causa, …;
• registe, à margem do texto, a ideia central de cada parágrafo.

2. Fase da redação
• utilize uma linguagem própria;
• respeite as ideias do texto, não obrigatoriamente pela ordem da apresentação;
• evite a colagem ao texto de partida;
• elimine pormenores desnecessários;
• substitua sequências textuais por outras mais económicas.

3. Fase da revisão
• verifique a articulação lógica das ideias (coerência) e a gramaticalidade da escrita (coesão);
• corrija falhas ao nível da ortografia, da acentuação, da pontuação, da sintaxe e da seleção do
vocabulário;
• verifique a adequação dos mecanismos de coesão textual e da articulação lógica das ideias
(coerência);
• respeite a extensão textual indicada, normalmente correspondente a um quarto do texto de
partida;
• avalie o cumprimento das marcas específicas deste género textual.

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7. FICHAS DE ESCRITA

PARA PRATICAR

PROPOSTA 1
Proceda à síntese do texto “Odiar nas redes sociais”, reduzindo-o a cerca de um quarto (85 a 95
palavras) da sua atual extensão.
Leia atentamente o texto e siga as instruções expostas na página anterior.

ODIAR NAS REDES SOCIAIS


No mundo virtual, opiniões e comporta-
mentos espontâneos tornam-se fósforos que
acendem rastilhos de polémica. As redes
sociais prestam-se ao protesto rápido e fácil.
5 A facilidade da crítica na Internet e a
ideologia dos trolls – pessoas que agem com
o único propósito de provocar – prolifera nas
redes sociais. As duas coisas fazem parte
daquilo que agora se começa a chamar de
10 cultura do ódio na Internet. É como se fosse
um rastilho, embebido de sentimentos, que
se vai alimentando de opiniões e atitudes no
mundo virtual até explodir no real.
Tudo o que se publica nas redes sociais
15 está hoje amplificado perante uma audiência maior. E com ela vem um julgamento também maior, feito,
muitas vezes, em grupo. O que faz aumentar o ódio e, já agora, o amor por quem escreve.
O julgamento de palavras e ações é também mais rápido. Antigamente, se alguém discordasse de uma
crónica de, por exemplo, João Miguel Tavares, no Público, teria de escrever uma carta ao diretor e não
descarregar a discordância numa caixa de comentários mesmo em baixo do texto. O que levaria a parar
20 para pensar no que ia escrever. Teria de começar com uma saudação – meu caro, por exemplo −, o que
levaria a humanizá-lo. Era uma distância de tempo que se criava entre o ódio e a vontade de fazer acender
o rastilho de uma bomba para explodir na cara de quem se discorda. Esse espaço temporal é como se
alguém fosse deitando um pano de água em cima do tal rastilho, impedindo-o de explodir.
Agora é tudo mais direto e imediato. A barreira entre crítica e quem é criticado começou a diluir-se até
25 desaparecer com as redes sociais.
É um novo espaço público que se forma, com fraca mediação e em autorregulação. Os cidadãos têm
de aprender a conviver dentro dele. As empresas que o possibilitam terão de conseguir estabelecer regras.
“É o espaço público por excelência da sociedade em que vivemos. As pessoas precisam de ser educadas,
estamos a aprender o que é aceitável e o que não é.”, frisa Paulo Peixoto. O desafio fica lançado.

[354 palavras]
Carolina Reis, in revista E – Expresso, edição n.˚ 2296, 29 de outubro de 2016 (com supressões).

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7. FICHAS DE ESCRITA

PROPOSTA 2
Proceda à síntese do texto “Os perigos das dietas da moda”, reduzindo-o a cerca de um quarto da sua
extensão (80 a 90 palavras)
Leia atentamente o texto e siga as orientações expostas na página 50.

OS PERIGOS DAS DIETAS DA MODA

“Terrorismo nutricional.” A expressão é


da endocrinologista franco-brasileira Sophie
Deram, que a criou para se manifestar contra
os regimes que proíbem um grupo alimentar
5 importante: “Colocar uma população inteira
sem açúcar, sem glúten ou sem lactose é
uma loucura!”. Mas essa pressão existe de
forma cada vez mais premente – ora tira daqui,
que este faz mal, ora tira dali, que isso já não
10 é como antigamente –, o que faz com que
cada vez mais pessoas não saibam o que
servir no prato.
A variedade, sempre se disse, é a chave
da alimentação saudável. Não devem existir
15 proibições, mas sim a ingestão de todos os grupos alimentares com moderação e, de preferência,
preparados em casa. Mas se esta teoria fosse assim tão fácil de pôr em prática não teríamos mais de
metade da população com doenças relacionadas com a alimentação desadequada, nem os gurus das
dietas da moda estariam tão ricos.
Alcançar o “ponto E”, esse sacrossanto equilíbrio na nossa relação com a comida, implica mudar a forma
20 como a olhamos e o papel que ela tem na nossa vida. Exige mudanças comportamentais profundas, só
possíveis com uma séria aposta na educação alimentar, para que possamos comer sem culpa e com
consciência.
Sophie Deram, que tem alcançado grande sucesso no Brasil com o seu programa de “transformação
alimentar”, resume de forma clara este paradoxo. “Se voltássemos a comer alimentos verdadeiros, para
25 os quais fomos adaptados, não haveria tanta preocupação com a contagem de calorias, com o engordar.
O que teríamos era uma consciência maior de como nos estamos a sentir. Estou com fome? Vou comer.
Estou sem fome? Vou parar de comer!”
A defesa do “com conta, peso e medida” tem-se propagado por oposição aos extremismos e ao
movimento free from (lactose ou glúten). A evidência científica tem vindo a demonstrar que, para quem
30 não tem alergia ou intolerância, retirar uma substância a um produto alimentar raramente o torna mais
saudável.
[323 palavras]

Luísa Oliveira, in revista Visão, edição online de 2/12/2017 (texto com supressões).

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