POESÍA Y POÉTICA E N ALFONSO R E Y E S

Mas queda otro sendero todavía

que purga la codicia y la miseria:
la ruta vertical, la poesía.

A L F O N S O R E Y E S , "Materialismo histórico"

Pocos escritores de H i s p a n o a m é r i c a h a n sido t a n aplastados b a j o

el peso asfixiante de u n a f a m a i n s t i t u c i o n a l i z a d a y o f i c i a l , c o m o
l o h a sido A l f o n s o Reyes. L e h a tocado l a peor suerte q u e p u e d e
t e n e r u n escritor: ser poco l e í d o . M á s q u e r e v e l a r , los c o n o c i d o s
r ó t u l o s — e l m e x i c a n o u n i v e r s a l , e l h u m a n i s t a generoso, el estu-
dioso de e r u d i c i ó n e n c i c l o p é d i c a — sólo parecen h a b e r servido p a r a
o c u l t a r y e n m a s c a r a r a l escritor y su o b r a . N o es q u e los r ó t u l o s
sean equivocados sino sobre t o d o desgastados, aceptados a u t o m á -
t i c a y a c r í t i c a m e n t e , s i n pensar e n su s i g n i f i c a d o r e a l .
E f e c t i v a m e n t e l a vasta o b r a m u l t i f a c é t i c a de Reyes e n c a r n a
la tentativa p o r abarcarlo todo: crítica literaria, p o e s í a , c r ó n i c a ,
t e o r í a l i t e r a r i a , n a r r a t i v a , ensayos l i t e r a r i o s y c u l t u r a l e s , a r t í c u -
los, t r a t a d o s , r e t r a t o s , m e m o r i a s y c r í t i c a c i n e m a t o g r á f i c a , p a r a
m e n c i o n a r a l g u n o s de los g é n e r o s ensayados. A t o d o esto h a b r í a
q u e a g r e g a r las t r a d u c c i o n e s y o t r o t e r r i t o r i o i n m e n s o q u e ape-
nas se v a r e v e l a n d o e n todas sus d i m e n s i o n e s : el e p i s t o l a r i o q u e
R e y e s sostuvo c o n m u c h a s d e las grandes figuras l i t e r a r i a s de su
tiempo.
A u n q u e l a d i v e r s i d a d d e intereses y de cauces de e x p r e s i ó n
parece sugerir d i s p e r s i ó n , n a d a h a y m á s alejado de l a v e r d a d . E x i s -
te u n a p r o f u n d a coherencia e n l a e s c r i t u r a d e l m e x i c a n o , u n a u n i -
d a d s u b y a c e n t e q u e se cifra e n el d e s m e s u r a d o p r o y e c t o de a p r o -

NRFH, X X X V I I (1989), núm. 2, 621-642

622 ANTHONY STANTON NRFH, XXXVII

p i a r s e de l a c u l t u r a o c c i d e n t a l , a s i m i l a r l a y r e c r e a r l a p a r a p r o -
v e e r las bases de u n a c u l t u r a a u t é n t i c a m e n t e a m e r i c a n a . O b r a de
f u n d a c i ó n c u l t u r a l q u e p o s t u l a l a necesidad de q u e el i n t e l e c t u a l
n o sea el r e c e p t o r p a s i v o sino u n sujeto a c t i v o q u e selecciona y
s i n t e t i z a p o r derecho p r o p i o . E s t a a c t i t u d es el m o d e l o m o d e r n o
m á s i m p o r t a n t e p a r a las tareas paralelas de J o r g e L u i s Borges y
O c t a v i o P a z . H a y q u e agregar, p o r supuesto, q u e este esfuerzo
f u n d a d o r e x i g i ó l a t r a n s f o r m a c i ó n de l a prosa castellana e n u n ins-
t r u m e n t o flexible, d i n á m i c o y á g i l . Es b i e n c o n o c i d a l a o p i n i ó n
de B o r g e s e n el sentido de q u e Reyes es el c r e a d o r de " l a p r o s a
1
m á s a d m i r a b l e de l a l e n g u a c a s t e l l a n a " .
P e r o e n t r e todas las facetas de Reyes, u n a de las menos c o n o -
cidas y m e n o s v a l o r a d a s es l a de Reyes poeta. Se s e ñ a l a c o n fre-
c u e n c i a q u e l a m e j o r p o e s í a d e l a u t o r e s t á e n su p r o s a . Este j u s t o
elogio esconde sin e m b a r g o u n a subrepticia d e s c a l i f i c a c i ó n del poe-
t a e n verso. D e h e c h o , desde m u y t e m p r a n o e m p i e z a l a p o l é m i c a
en c u a n t o a l v e r d a d e r o estatuto de Reyes c o m o p o e t a . " A l fin
— e s c r i b i ó P e d r o H e n r í q u e z U r e ñ a e n 1927— el p ú b l i c o se c o n -
2
vence de q u e A l f o n s o Reyes, ante t o d o , es p o e t a " . D e s g r a c i a -
d a m e n t e , n i entonces n i a h o r a h a e x i s t i d o el consenso a n h e l a d o
p o r el c o m p a ñ e r o a t e n e í s t a .
E n 1923, p o r e j e m p l o , el j o v e n X a v i e r V i l l a u r r u t i a p u b l i c ó
u n a r e c e n s i ó n , poco c o n o c i d a h o y , de Huellas, el p r i m e r l i b r o de
versos de Reyes. L a n o t a , b e n é v o l a m e n t e calificada a ñ o s m á s tarde
3
p o r Reyes c o m o " a l g o r e t i c e n t e " , resulta ser, a l c o n t r a r i o , agre-
sivamente explícita:

N o es Alfonso Reyes u n gran poeta; no lo fue tampoco en sus

a ñ o s mejores; sus poemas de entonces, repetidos en antologías y re-
vistas, nos s e r v í a n para recordar y amar al otro Alfonso Reyes que
escribía ensayos perfectos y animados, que disertaba con u n a flui-
dez no acostumbrada sobre motivos helenos, como glosaba letras
latinas y sajonas, antiguos y modernos [ . . . ]
Literato de todas las horas no puede dejar de ser u n poeta cere-

1
J O R G E L U I S B O R G E S , " C ó m o conocí a Alfonso R e y e s " , Sábado, supl. de
Unomásuno, 17 de junio de 1989, p. 2.
2
P E D R O H E N R Í Q U E Z U R E Ñ A , Seis ensayos en busca de nuestra expresión, en Obra
crítica, ed. E m m a Susana Speratti-Piñero, pról. de Jorge L u i s Borges, F C E ,
M é x i c o , 1960, p. 292.
3
ALFONSO REYES, " H i s t o r i a documental de mis libros. X I I I . E l a ñ o de
1922 ( c o n t i n u a c i ó n ) " , UMex, 12 (1957), p. 16.
NRFH, XXXVII POESÍA Y P O É T I C A E N R E Y E S 623

bral. Su clasicismo carece de la inquietud r o m á n t i c a que requiere

el artista moderno [ . . . ] • .

L a s c r í t i c a s de V i l l a u r r u t i a —bastante petulantes e injustas

si se piensa q u e se t r a t a b a del p r i m e r l i b r o de versos de R e y e s -
5
h a n sido repetidas d e s p u é s p o r v a r i o s c r í t i c o s y escritores . P e r o
frente a estas d u d a s o descalificaciones existe o t r o p u n t o de v i s t a ,
i n a u g u r a d o p o r H e n r í q u e z U r e ñ a y r e i t e r a d o c o n p a s i ó n e n 1948
p o r F r a n c i s c o G i n e r de los R í o s :

Su poesía [. . . ] es algo así como el centro de la esencia ú l t i m a de

su obra [. . . ] sí creo que Reyes es ante todo poeta, y que todo lo
suyo [. . . ] está informado directamente por su inteligencia p o é t i c a
6
y precisamente por ella .

M á s r e c i e n t e m e n t e , O c t a v i o Paz h a expresado l a necesidad de re-

7
leer y r e d e s c u b r i r a Reyes c o m o p o e t a .
C o n v i e n e , pues, p l a n t e a r algunas p r e g u n t a s : ¿ p o r q u é es difí-
c i l leer a Reyes c o m o poeta?, ¿ c u á l e s son las causas de las r e t i c e n -
cias, d u d a s y reservas de sus detractores? C r e o que h a y v a r i a s r a -
zones. E n p r i m e r l u g a r existe u n a d i f i c u l t a d de t i p o p u r a m e n t e
c o n v e n c i o n a l : l a p o e s í a de Reyes n o cabe d e n t r o de n i n g ú n m o -
v i m i e n t o , tendencia o escuela. Si b i e n coincide en ciertos m o m e n t o s
c o n u n a t e n d e n c i a d o m i n a n t e , n o se puede d e c i r q u e pertenezca
8
o r g á n i c a m e n t e n i al m o d e r n i s m o n i a.la v a n g u a r d i a . Es m á s : n o

4
X A V I E R V I L L A U R R U T I A , "Huellas de Alfonso R e y e s " , La Falange, julio de
1923, p. 249.
5
V é a s e , por ejemplo, A . S I L V A V I L L A L O B O S , " U n a obra p o é t i c a " , Metá-
fora, M é x i c o , 1955, n ú m . 5, 6-10. E l autor se muestra singularmente hostil
en sus opiniones acerca de la poesía de Reyes: "Ante nosotros está el versifica-
dor quien confunde, casi siempre, el oficio de medir y rimar versos con el de
hacer p o e s í a " , p. 7. M á s adelante agrega: " E s difícil analizar p o é t i c a m e n t e
una obra que no es capaz de conmover a n i n g ú n sentimiento interior profun-
do", p. 9.
6
FRANCISCO G I N E R DELOS RÍOS, " I n v i t a c i ó n a la p o e s í a de Alfonso Re-
yes", CuA, 42 (1948), 252-253.
7
" D e Octavio P a z " [fragmento de una entrevista], La Nación, Buenos
a
Aires, Sección 4 (Letras/Artes/Ciencia), 21 de mayo de 1989, p. 1. Refirién-
dose a Reyes, Paz opina: " F u e un verdadero poeta y le debemos algunos poe-
mas de verdad excepcionales. Entre ellos un gran texto en la tradición de Ma¬
llarmé y Valéry: IJigenia cruel. L a crítica de nuestra lengua ha ignorado al R e -
yes poeta. A l poeta en verso y al poeta en prosa. G r a n pecado, m i o p í a
imperdonable. Entre los poetas de su generación no fue inferior ni a L ó p e z
Velarde ni a Gabriela Mistral".
8
E n lo que sigue siendo el mejor artículo dedicado exclusivamente a la
624 ANTHONY STANTON NRFH, XXXVII

parece tener n i antecesores n i sucesores d i r e c t o s e n l a p o e s í a m e -

x i c a n a , c o m o l o h a n observado los autores de l a a n t o l o g í a Poesía
9
en movimiento . A d e m á s , el p r o p i o escritor s e ñ a l ó , e n u n a c a r t a a
T o m á s N a v a r r o , su i n c o n f o r m i d a d c o n l a c l a s i f i c a c i ó n de su poe-
sía dentro del m o d e r n i s m o :

Y o comprendo la necesidad de clasificar por é p o c a s . Pero, en cuan-

to a la tendencia estética y poética, ¿ a c o m o d o yo dentro del moder-
nismo, contra el cual quise reaccionar desde mis primeros versos?
Y o entiendo que en la Métrica se llama modernismo a una é p o c a
y no a una escuela. Porque yo creo que no tengo escuela. Hasta
1 0
eso ha hecho que m i poesía no sea m u y bien entendida [. . . ] .

P a r a los q u e n o b u s c a n e n t e n d e r sino encasillar, Reyes — c o m o

t o d o a u t é n t i c o poeta— resulta ser i n a s i b l e . T a m b i é n se h a l a m e n -
t a d o l a falta de u n a o b r a m a e s t r a , sin fijarse e n el e x t r a ñ o esplen-
d o r de Ifigenia cruel, a m b i c i o s o p o e m a d r a m á t i c o q u e c o n s t i t u y e ,
1 1
e n p a l a b r a s de O c t a v i o Paz, " s u o b r a p o é t i c a m á s p e r f e c t a " .
E n t r e las d u d a s m á s c o m p r e n s i b l e s , destaco l a a p a r e n t e i n d i -
ferencia de Reyes ante las v a n g u a r d i a s d e l siglo x x . Esta reserva
p r o v i e n e de u n a p o s t u r a clasicista q u e parece, a todas luces, ana-
c r ó n i c a e n n u e s t r o siglo. Reyes n o cree e n las d o c t r i n a s de l a r u p -
t u r a , n i en la r e d u c c i ó n del poema a la m e t á f o r a ; no tienen gran

poesía de Reyes, E U G E N I O F L O R I T traza los puntos de contacto entre el mexi-

cano y diferentes tendencias estéticas, tales como el modernismo, el vanguar-
dismo, el negrismo, el barroquismo y rasgos de lo tradicional, "Alfonso R e -
yes: vida y obra. I I . L a obra p o é t i c a " , RHM, 22 (1956), 224-248.
9
V é a s e Poesía en movimiento. México, 1915-1966, sel. y notas de Octavio
Paz, A l í Chumacero, J o s é Emilio Pacheco y Homero Aridjis, pról. de Octavio
Paz, Siglo X X I , M é x i c o , 1966, p. 412.
1 0
Fragmento de una carta de Reyes a T o m á s Navarro, incluido en el
A p é n d i c e a C O N C H A M E L É N D E Z , Moradas de poesía en Alfonso Reyes [1973], en
Obras completas, t. 5, Instituto de Cultura Puertorriqueña, San J u a n de Puerto
R i c o , 1974, pp. 650-651. Reyes se refiere, en su carta, al clásico manual de
T O M Á S N A V A R R O , Métrica española; reseña histórica y descriptiva, Syracuse Univer¬
sity Press, Syracuse, N Y , 1956. Navarro había clasificado a Reyes bajo el r u -
bro del modernismo, b a s á n d o s e en el criterio de la versificación y las formas
métricas empleadas.
1 1
O C T A V I O P A Z , " E l jinete del aire" [1960], en Puertas al campo [1966],
Seix Barral, Barcelona, 1972, p. 51. Entre los críticos que lamentan la falta
de una obra maestra, destaco a E N R I Q U E A N D E R S O N I M B E R T , quien se refiere
a Reyes como " u n clásico de nuestra historia literaria que, sin embargo, no
dejó grandes libros o r g á n i c o s " (Historia de la literatura hispanoamericana, F C E ,
M é x i c o , 1954, t. 2, p. 141).
NRFH, XXXVII POESÍA Y P O É T I C A E N R E Y E S 625

i m p o r t a n c i a en su p o e s í a l a p r o b l e m a t i z a c i ó n d e l l e n g u a j e , n i el
c u e s t i o n a m i e n t o del p o d e r s i g n i f i c a t i v o de las palabras ( y esto a
pesar de ser u n á v i d o l e c t o r y c r í t i c o de M a l l a r m é , u n o de los pa-
1 2
dres de l a v a n g u a r d i a e x p e r i m e n t a l ) . E n s u m a , b r i l l a p o r su
ausencia u n o de los rasgos centrales de l a t r a d i c i ó n p o é t i c a m o -
d e r n a desde B l a k e y los r o m á n t i c o s , p a s a n d o p o r R i m b a u d y los
poetas m a l d i t o s , hasta l l e g a r a l a v a n g u a r d i a : m e refiero a l a n o -
c i ó n de l a p o e s í a c o m o d e s m e s u r a , c o m o t r a n s g r e s i ó n v i o l e n t a de
las n o r m a s establecidas, c o m o i n t e n t o u t ó p i c o de f u n d a r u n o r -
den nuevo a t r a v é s del arte.
I n ú t i l b u s c a r e n Reyes esta i d e a de l a p o e s í a c o m o a v e n t u r a ,
a c c i ó n o t r a n s g r e s i ó n . C o m o lo ha observado m u y b i e n G a b r i e l
Z a i d , los lectores m o d e r n o s , a l leer a Reyes, n o e n c o n t r a m o s a l -
g o q u e b u s c a m o s , algo q u e f o r m a p a r t e de nuestras p r e c o n c e p -
ciones y expectativas, q u e s i g u e n siendo f u n d a m e n t a l m e n t e r o -
1 3
m á n t i c a s . Se f r u s t r a l a esperanza de u n a e x p l o r a c i ó n de las ca-
pas p r o f u n d a s y ocultas d e l ser, l a esperanza de t o p a r n o s c o n u n a
i n t e n s i d a d d e s t r u c t i v a . H a y q u e reconocer q u e l a t e m p e r a t u r a de
l a p o e s í a d e l m e x i c a n o es m u c h o m á s b a j a .
Su a c t i t u d ante las tradiciones anteriores n o es p o l é m i c a n i c o m -
b a t i v a sino de i n t e g r a c i ó n e i n c o r p o r a c i ó n . U b i c a d a s y a en l a pers-
p e c t i v a de l a d i s t a n c i a h i s t ó r i c a las conquistas d e l v a n g u a r d i s m o ,
l a a c t i t u d ante l a t r a d i c i ó n e n Reyes surge c o m o u n a p o s t u r a sa-
l u d a b l e p o r q u e busca r e c u p e r a r y recrear t r a d i c i o n e s a n t e r i o r e s ,
ocultas u o l v i d a d a s . Sabemos a h o r a q u e el a n t a g o n i s m o v a n g u a r -
d i s t a h a c i a el pasado e n b l o q u e , casi n u n c a p a s ó de ser u n a p o s i -
c i ó n p r o g r a m á t i c a y , de hecho, v a r i o s de los m o v i m i e n t o s de r u p -
t u r a p r o m o v i e r o n a c t i v a m e n t e l a r e c u p e r a c i ó n de t r a d i c i o n e s ale-
j a d a s o despreciadas. A n t e s que l a G e n e r a c i ó n de 1927 e n E s p a ñ a ,
R e y e s h a b í a sido u n o de los i n i c i a d o r e s —desde 1910— de l a re-
1 4
v a l o r a c i ó n de G ó n g o r a .

1 2
Sobre esta aparente falta de correspondencia entre las predilecciones del
crítico y la práctica del poeta, M A X A U B opinó: " L o curioso es que Reyes,
tan al corriente y en la corriente, no refleja en su obra poética el gusto por
la poesía que defiende y define en prosa: M a l l a r m é , V a l é r y y G ó n g o r a , el de
las Soledades" ("Alfonso Reyes, s e g ú n su p o e s í a " [1953], en Páginas sobre Alfon-
so Reyes, {1946-1957), Universidad de Nuevo L e ó n , Monterrey, 1957, t. 2, p.
278).
1 3
G A B R I E L Z A I D , "Dudas sobre el poeta Alfonso R e y e s " , en Leer poesía,
a
2 ed., corr. y a u m . , J . Mortiz, M é x i c o , 1976, pp. 9-10.
1 4
E l primer ensayo de Reyes sobre el poeta barroco se titula "Sobre la
estética de G ó n g o r a " . Fue, originalmente, una conferencia leída en una se-
sión del "Ateneo de la J u v e n t u d " , el 26 de enero de 1910. E l autor lo recogió
626 ANTHONY STANTON NRFH, XXXVII

C r e o q u e l o a n t e r i o r nos l l e v a a u n a c o m p r e n s i ó n de l a e s t é t i -
ca clasicista de Reyes. L a s fuentes de esta e s t é t i c a e s t á n e n l a for-
m a c i ó n i n t e l e c t u a l del a u t o r . H e n r í q u e z U r e ñ a , de n u e v o , p o n e
el d e d o e n l a l l a g a al n o t a r q u e l a c u l t u r a de Reyes era u n c o m -
p r o m i s o e n t r e el p o s i t i v i s m o , del c u a l a c e p t ó l a d i s c i p l i n a y el r i -
gor p e r o r e c h a z ó l a filosofía, y las filosofías de l a i n t u i c i ó n , acep-
tadas c r í t i c a m e n t e y a las cuales opuso su f o r m a c i ó n p o s i t i v i s t a :
" r e s i s t i ó m e j o r q u e otros a l a f a s c i n a c i ó n d e l i r r a c i o n a l i s m o . E l
i m p u l s o y el i n s t i n t o , e n é l , l l a m a n a l a r a z ó n p a r a q u e o r d e n e ,
1 5
encauce y c o n d u z c a a t é r m i n o f e l i z " .
M u y lejos d e l clasicismo p o l é m i c o de J o r g e Cuesta, el clasi-
c i s m o de Reyes v a m á s a l l á de l a a f i c i ó n h e l é n i c a y l a e r u d i c i ó n
del h u m a n i s t a para convertirse en u n a a u t é n t i c a visión del m u n -
d o : u n a filosofía, u n a e s t é t i c a y u n a m o r a l . ¿ C u á l es esta v i s i ó n
d e l m u n d o ? E n el u n i v e r s o h a y d i s c o r d i a y caos, p e r o a t r a v é s
d e l arte el h o m b r e p u e d e restablecer, p o r u n i n s t a n t e e t e r n o , " e l
16
e q u i l i b r i o esencial de las c o s a s " . O c t a v i o Paz h a identificado las
p a l a b r a s clave de esta v i s i ó n c o m o p a c t o , a c u e r d o , m e s u r a , p r o -
p o r c i ó n , acorde, c o n c o r d i a : " E n u n a é p o c a de d i s c o r d i a y u n i -
f o r m i d a d —dos caras de l a m i s m a m e d a l l a — Reyes p o s t u l a u n a
v o l u n t a d de c o n c i e r t o , es d e c i r , u n o r d e n q u e n o e x c l u y a l a sin-
1 7
g u l a r i d a d de las p a r t e s " .
E n l a p o e s í a de Reyes se p a l p a este e q u i l i b r i o e n t r e r a z ó n e
i n t u i c i ó n , cerebro y p a s i ó n , intelecto y sentimiento. H a y siempre
u n p r i n c i p i o de i n t e g r a c i ó n s u p e r i o r , u n a a c t i t u d q u e l i m i t a t o d o
exceso. A l reconocer el l í m i t e de l a m e d i d a , el poeta n o s ó l o re-
c o n s t r u y e el o r d e n n a t u r a l sino q u e descubre su p r o p i o l u g a r en
el t o d o y c o m p r e n d e q u e su l i b e r t a d es l a l i b r e a c e p t a c i ó n de u n a
fatalidad.
P a r a el t e m p e r a m e n t o c l á s i c o n o h a y emociones q u e a m e n a -
z a n c o n r o m p e r los diques de l a f o r m a y desbordarse p o r su fuer-
za i n t e r n a , sino q u e t o d o e n c u e n t r a su j u s t a m e d i d a : l a f o r m a es
s i e m p r e c e ñ i d a , m e s u r a d a y e q u i l i b r a d a . Y n o es q u e le falte pa-
s i ó n sino q u e l o e m o t i v o e s t á c o n t r o l a d o y o r d e n a d o p o r l a r a z ó n
y el i n t e l e c t o h a s t a q u e t o d o cuaje e n l a p e r f e c c i ó n de l a f o r m a .
¿ N o h a y t e n s i ó n , entonces, en l a p o e s í a de Reyes? E n el sentido

en su primer libro, Cuestiones estéticas [ 1 9 1 1 ] , y se puede consultar hoy en AROC,

t. 1, pp. 61-85.
1 5
P . H E N R Í Q U E Z U R E Ñ A , op. cit., pp. 298-299.
1 6
Ibid., p. 2 9 8 .
1 7
O . P A Z , " E l jinete del aire", p. 5 7 .
NRFH, XXXVII POESÍA Y P O É T I C A E N R E Y E S 627

de u n a o p o s i c i ó n v i o l e n t a e n t r e t é r m i n o s i r r e c o n c i l i a b l e s , n o l a
h a y , p e r o sí h a y u n a t e n s i ó n resuelta e n l a f o r m a : u n a catarsis
e s t é t i c a y v i t a l . L a e s t é t i c a se c o n f u n d e a q u í c o n u n a é t i c a , m i e n -
tras q u e el r i g o r desemboca de f o r m a n a t u r a l en u n ascetismo m o -
r a l . A s í l o expresa Reyes:

Escribir es como la respiración de m i alma, la v á l v u l a de m i m o r a l .

Siempre he confiado a la p l u m a la tarea de consolarme o devolver-
me el equilibrio, que el envite de las impresiones exteriores amena-
za todos los d í a s . Escribo porque v i v o . Y nunca he creído que escri-
b i r sea otra cosa que disciplinar todos los ó r d e n e s de la actividad
espiritual, y, por consecuencia, depurar de paso todos los motivos
18
de la conducta .

A d e m á s , hay que s e ñ a l a r que como concepto crítico, la ten-

s i ó n es o t r a i n v e n c i ó n de n u e s t r a m o d e r n i d a d . A u n q u e el c o n -
cepto fue p r o c l a m a d o c o m o esencial a t o d a p o e s í a p o r l a n u e v a
c r í t i c a a n g l o a m e r i c a n a , apenas es necesario r e c o r d a r que d u r a n -
te l a r g o s p e r i o d o s y e n diferentes c u l t u r a s , h a e x i s t i d o u n a p o e s í a
e x e n t a de t e n s i ó n y de conflictos i r r e c o n c i l i a b l e s .
H a y dos elementos m á s en l a p o é t i c a de Reyes q u e s u g i e r e n
el c a r á c t e r a n a c r ó n i c o de su p r o p i a o b r a e n verso. L a p r i m e r a idea
e s t á r e s u m i d a m u y b i e n p o r el a u t o r en u n a c a r t a a E m i r R o d r í -
guez M o n e g a l : " Q u i e r o q u e l a l i t e r a t u r a sea u n a cabal explicita-
1 9
ción[. . . ] " . L a i m p r e c i s i ó n se ve s i e m p r e , e n Reyes, c o m o v a -
g u e d a d r e t ó r i c a . A s í , e n el ensayo " J a c o b o idea de l a p o e s í a " ,
el p o e t a d e s d o b l a d o e n c r í t i c o escribe:

T o d a i m p r e c i s i ó n es u n estado de á n i m o anterior a la poética [. . . ]

el poeta debe ser preciso en las expresiones de lo impreciso. Nada
se puede dejar a la casualidad. E l arte es una continua victoria de
20
la conciencia sobre el caos de las realidades exteriores .

P e r o si t o d o es p r e c i s i ó n , c l a r i d a d y t r a n s p a r e n c i a , el l e c t o r ac-
t u a l se p r e g u n t a r á ¿ d ó n d e q u e d a n l a a m b i g ü e d a d y l a p o l i s e m i a ,

1 8
"Alfonso R e y e s " , en E M M A N U E L C A R B A L L O , Protagonistas de la literatura
mexicana [1965], Ediciones del E r m i t a ñ o - S E P , 1986, p. 142.
1 9
Fragmento de una carta a E m i r R o d r í g u e z Monegal, fechada el 31 de
agosto de 1953, incluido por Reyes en la "Justificación" a Romances sordos,
en Constancia poética, AROC, t. 10, p. 463. E n adelante, todas las referencias
que se dan en el texto entre paréntesis serán a esta edición.
2 0
A L F O N S O R E Y E S , "Jacob o idea de la p o e s í a " [1933], en La experiencia
literaria [1942], recogido en AROC, t. 14, p. 103.
628 ANTHONY STANTON NRFH, XXXVII

c a r a c t e r í s t i c a s esenciales de n u e s t r a p o é t i c a m o d e r n a ?
A h o r a b i e n , d e l j u s t i f i c a d o escepticismo del a u t o r e n c u a n t o
a l a l i b e r t a d t o t a l en el a r t e , y de su saludable n o c i ó n de q u e l a
d i s c i p l i n a , lejos de ser u n a c á r c e l de constricciones y de reglas i n -
q u e b r a n t a b l e s , c o n s t i t u y e u n c o n j u n t o de e s t í m u l o s p o s i t i v o s q u e
p e r m i t e n l a s u p e r a c i ó n y l a p e r f e c c i ó n , se d e s p r e n d e n consecuen-
cias duales. P o r u n l a d o , se destaca el efecto p o s i t i v o de s u b r a y a r
q u e e n arte es i m p o s i b l e p r e s c i n d i r de t o d a n o r m a y q u e l a a u t é n -
t i c a l i b e r t a d i m p l i c a el r e c o n o c i m i e n t o de los l í m i t e s : " e l v e r d a -
d e r o a r t i s t a es el q u e se esclaviza a las m á s fuertes d i s c i p l i n a s , pa-
2 1
r a d o m i n a r l a s e i r sacando de l a necesidad v i r t u d " . Pero el co-
r o l a r i o n e g a t i v o de esta d o c t r i n a de l a c o n t e n c i ó n y el c o n t r o l , es
q u e d i f í c i l m e n t e p e r m i t e u n a e x p l o r a c i ó n de aquellas zonas de l a
e x p e r i e n c i a h u m a n a q u e n o se d e j a n someter a u n r é g i m e n de cla-
r i d a d y e x p l i c i t a c i ó n . L a p o é t i c a de Reyes parece e x c l u i r l a p o s i -
b i l i d a d de u n a p o e s í a de buceos o n í r i c o s o p s i c o l ó g i c o s . S u des-
c o n f i a n z a e n los poderes i r r a c i o n a l e s desemboca e n u n a a u t o m u -
tilación.
L a segunda idea, expresada v a r i a s veces p o r el poeta, t r a t a
d e l c a r á c t e r a u t o b i o g r á f i c o de t o d a p o e s í a . R e c o r d a n d o a su a d -
m i r a d o G o e t h e , Reyes a f i r m ó q u e " t o d a p o e s í a es p o e s í a de oca-
2 2
s i ó n " y , e n o t r o l u g a r , r e c a l c ó : " p o r m i p a r t e , n o d i s t i n g o en-
tre m i v i d a y mis l e t r a s " (p. 463). Incluso llegó a decir: " M i m o -
desta o b r a l í r i c a , p o r e j e m p l o , s e r í a falseada si n o se l a a p r e c i a
2 3
e n r e l a c i ó n c o n l a fecha de cada p o e m a " . R e c o r d e m o s t a m b i é n
el c u i d a d o q u e s i e m p r e t u v o Reyes p o r precisar el l u g a r y l a fecha
de cada u n a de sus c o m p o s i c i o n e s . Sabemos q u e e n casi todas las
culturas la p o e s í a ha d e s e m p e ñ a d o por m u c h o t i e m p o u n papel
f u n c i o n a l o i n s t r u m e n t a l ( " a n c i l a r " d i r í a Reyes): p o e s í a r i t u a l o
p o e s í a de circunstancias. L a n o c i ó n del p o e m a como universo auto-

2 1
Ibid., p. 101. Vale la pena agregar que esta concepción del proceso de
creación como algo inconcebible sin la disciplina y el rigor de la parte racional
y lúcida del ser, explica la violenta oposición de Reyes a la doctrina surrealista
de la escritura automática, que el autor ridiculiza sin nombrarla explícitamen-
te: " Y aun hay malos instantes en que la obra poética pretende arrogarse las
funciones de la escritura m e d i u m n í m i c a o sonambúlica; en que el poema usurpa
la categoría de documento psicoanalítico o confesión abierta sobre el chorro,
a grifo suelto, de las asociaciones verbales, para uso de los curanderos del Sub-
consciente", Ibid., p. 100.
2 2
A L F O N S O R E Y E S , "Historia documental de mis libros. V I . E l a ñ o de
1917", UMex, 1955, n ú m . 9, p. 12.
2 3
" L a poesía desde afuera", en Al yunque, recogido en AROC, t. 21,
p. 322.
NRFH, XXXVII POESÍA Y P O É T I C A E N R E Y E S 629

suficiente es bastante reciente. T o m a n d o e n c u e n t a este a p a r e n t e

rechazo de l a a u t o n o m í a d e l p o e m a , se p u e d e a p r e c i a r l a i n j u s t i -
cia de los q u e acusan a Reyes de frío f o r m a l i s m o . P e r o h a y c i e r t a
a m b i g ü e d a d e n l a p o s i c i ó n d e l a u t o r . A veces, parece estar m u y
cerca de l a p o e s í a p u r a ; otras veces, se aleja de esta t e n d e n c i a q u e
sí i n t e n t ó e x p u l s a r d e l p o e m a t o d o l o q u e n o fuera esencia i n t r í n -
seca. P e r o si el m e x i c a n o puede apelar a u n a l a r g a t r a d i c i ó n p a r a
j u s t i f i c a r l a i d e n t i f i c a c i ó n entre p o e s í a y a u t o b i o g r a f í a , los lectores
m o d e r n o s t e n e m o s d e r e c h o a p e d i r l e algo m á s al p o e m a , p e d i r l e
q u e sea algo m á s q u e l a h u e l l a de u n a c i r c u n s t a n c i a . S e n t i m o s
q u e el p o e m a debe t e n e r u n a i n t e n s a m o t i v a c i ó n i n t e r i o r en l u g a r
de ser s i m p l e m e n t e l a respuesta a u n d i l u i d o e s t í m u l o e x t e r i o r .
A u n q u e u n a p a r t e c o n s i d e r a b l e de los versos de Reyes se ex-
p o n e a esta c r í t i c a ( v a r i o s poemas q u e él l l a m a " s o c i a l e s " y q u e
a p a r e c e n e n l a s e c c i ó n " C o r t e s í a " en Constancia poética), creo q u e
h a y m u c h o s m o m e n t o s de su p o e s í a q u e t r a s c i e n d e n las c i r c u n s -
tancias exteriores p a r a c o b r a r a u t é n t i c o v a l o r p o é t i c o en el m á s
e x i g e n t e de los sentidos. E l t e ó r i c o q u e fue Reyes n o s i e m p r e le
hizo j u s t i c i a al poeta.
Q u i s i e r a s e ñ a l a r u n a ú l t i m a consecuencia de las ideas del a u t o r
sobre l a p o e s í a . U n a p o é t i c a q u e t i e n d e a sostener q u e t o d o poe-
m a es c o p i a i m p e r f e c t a de u n a r q u e t i p o e t e r n o , d i f í c i l m e n t e p u e -
de a d m i t i r l a i d e a de e v o l u c i ó n t e m p o r a l . D e a h í q u e n o se p u e d a
h a b l a r r e a l m e n t e de d e s a r r o l l o e n l a p o e s í a de R e y e s , si excep-
t u a m o s t a l vez los resabios de l a r e t ó r i c a p a r n a s i a n o - m o d e r n i s t a
en su p r i m e r l i b r o de 1922. E l l e c t o r a c o s t u m b r a d o al m o d e l o r o -
m á n t i c o d e l l i b r o c o m o m a d u r a c i ó n o r g á n i c a de u n a persona, co-
m o b i o g r a f í a espiritual c o n sus sucesivas fases, q u e d a perplejo ante
u n a p o e s í a q u e se c o n c i b e fuera d e l t i e m p o y e n l a c u a l todas las
f o r m a s , los tonos y las p r e o c u p a c i o n e s esenciales e s t á n l o m i s m o
en el p r i m e r l i b r o q u e en el ú l t i m o . Se v u e l v e a presentar a q u í
l a m i s m a d i c o t o m í a n o t a d a antes: p o r u n l a d o , l a p o e s í a se c o n -
f u n d e c o n l a v i d a y el p o e m a n o necesita m á s v a l i d e z q u e l a de
ser u n t e s t i m o n i o a u t o b i o g r á f i c o ; p o r o t r o l a d o , l a idea de q u e
2 4
t o d a p o e s í a aspira h a c i a u n a p u r e z a a t e m p o r a l . A u n q u e n o ne-

2 4
E n El deslinde [1944] (AROC, t. 14), Reyes distingue entre los diferen-
tes grados de historicidad en la poesía, desde la relativa indiferenciación de
p o e s í a e historia en los orígenes de todas las culturas, hasta la anhelada sepa-
ración de las dos en la poesía pura. L a obra poética de Reyes se despliega en-
tre estos dos extremos, sin identificarse con ninguno. Cuando sostiene que en-
tre vida y obra hay una relación de interdependencia, de influencia y fertiliza-
ción recíprocas, parece rechazar las dos posiciones extremas: por un lado, se
630 ANTHONY STANTON NRFH, XXXVII

cesariamente i r r e c o n c i l i a b l e s , estas dos nociones i m p l i c a n dos

visiones e n c o n t r a d a s q u e s ó l o se l o g r a n r e c o n c i l i a r e n m o m e n t o s
p r i v i l e g i a d o s , m o m e n t o s c u a n d o el p o e m a e n c a r n a e n u n a a r q u i -
t e c t u r a i n s t a n t á n e a p a r a v o l v e r s e , en p a l a b r a s de Reyes, " u n a
2 5
e s c u l t u r a de a i r e " . Es d e c i r : u n a u t é n t i c o p o e m a debe t e n e r l a
solidez p e r m a n e n t e de l a f o r m a c e ñ i d a y m e s u r a d a ( " e s c u l t u r a " ) ,
p e r o t a m b i é n l a v o l a t i l i d a d d i n á m i c a y e t é r e a de l a sustancia de
l a v i d a ( " a i r e " ) . A f o r t u n a d a m e n t e , estos m o m e n t o s n o son i n -
frecuentes en su p o e s í a . P e r o i n s i s t o : esta p o é t i c a i n m ó v i l de l a
t r a d i c i ó n eterna esconde u n a f a s c i n a c i ó n precisamente p o r ser ex-
t e m p o r á n e a y ajena. A l leer a Reyes leemos t o d a u n a t r a d i c i ó n
p o é t i c a , actualizada y revitalizada.
Se d i r á q u e el clasicismo de Reyes es u n a n a c r o n i s m o e n el
siglo x x , p e r o h a b r í a q u e agregar q u e t a m b i é n l o es el clasicismo
de u n E l i o t , u n V a l é r y o u n B o r g e s . P r e c i s a m e n t e p o r ser u n a
e s t é t i c a de l a e t e r n i d a d e n u n a é p o c a obsesionada p o r l a t e m p o -
r a l i d a d , p o r ser u n a " r u t a v e r t i c a l " q u e a s p i r a a elevarse y l i b e -
rarse de l a c a d e n a h o r i z o n t a l y l i n e a l de l a h i s t o r i a , p o r ser u n a
v i s i ó n a r m o n i o s a e n u n a é p o c a de d i s c o r d i a , el clasicismo de R e -
yes a s u m e sus p a r a d ó j i c a s d i m e n s i o n e s c o m o u n a desmesura, u n a
heterodoxia.

niega a ver al arte como reflejo directo e inmediato de la vida (véase " L a bio-
grafía oculta", en La experiencia literaria, recogido en AROC, t. 14, pp. 120¬
122), e insiste con frecuencia en la distinción mallarmeana entre estado de al-
m a (ideas) y poesía (un artefacto de palabras); por el otro, encuentra deficien-
te e inecesariamente empobrecedora la doctrina "purista" de la poesía como
esencia destilada que resulta de la expulsión de todo lo relacionado con la vi-
da, ya que toda obra literaria acarrea inevitablemente un " m í n i m o de reali-
d a d " ( " L a poesía desde afuera", p. 321). Sabemos incluso que frente al con-
cepto de la poesía pura, "Alfonso Reyes propuso al final de su vida el de la
«poesía total»" ( A L F O N S O R A N G E L G U E R R A , Las ideas literarias de Alfonso Reyes,
E l Colegio de M é x i c o , M é x i c o , 1989, p. 265). R e c i é n terminado el presente
trabajo, me llega a las manos el libro de Rangel G u e r r a , en el cual hay una
minuciosa reconstrucción y exposición de la teoría literaria de Reyes. Para una
sucinta descripción de la visión de la poesía y del proceso de creación en la
teoría literaria de Reyes, véanse especialmente las pp. 169-194 y 262-265.
2 5
L a frase aparece en " C o m p á s p o é t i c o " , una breve descripción de la
poesía de Enrique G o n z á l e z M a r t í n e z , recogida en Ancorajes, libro que forma
parte del t. 21 de AROC, p. 49.
NRFH, XXXVII POESÍA Y P O É T I C A E N R E Y E S 631

II

U n a l e c t u r a atenta de Constancia poética, el t o m o 10 de las Obras

completas, revela l a asombrosa r i q u e z a y v a r i e d a d de f o r m a s , m e -
t r o s , acentos y temas p r a c t i c a d o s p o r Reyes. E n t r e los g é n e r o s
p o é t i c o s se destacan p o e s í a c í v i c a , é p i c a , h e r o i c a , a m o r o s a , b u -
cólica o pastoril, d r a m á t i c a , religiosa ( p a r a d ó j i c a m e n t e , ya que
R e y e s n o es u n a u t o r de t e m p l e c r i s t i a n o ) , p o e s í a de c i r c u n s t a n -
cias, y p o e s í a p a r a n i ñ o s . A esta r i q u e z a g e n é r i c a h a y que agre-
gar l a d i v e r s i d a d de f o r m a s p o é t i c a s —odas, e l e g í a s , sonetos, r o -
mances, coplas, c a n c i o n c i l l a s , d é c i m a s , e p i g r a m a s , glosas, segui-
d i l l a s , f o r m a s q u e se acercan al h a i k ú , y otras l ú d i c a s c o m o el
a c r ó s t i c o y l a a d i v i n a n z a — y de diversas m o d a l i d a d e s m é t r i c a s
desde el arte m e n o r hasta el arte m a y o r , siendo las m á s p r e f e r i -
das el o c t o s í l a b o d e l r o m a n c e y el e n d e c a s í l a b o d e l soneto. H a y
t a m b i é n v a r i o s e x p e r i m e n t o s l o g r a d o s c o n el verso l i b r e .
Si existe r i q u e z a f o r m a l en esta p o e s í a , n o son m e n o s v a r i a -
dos los temas y los acentos. E n l o t e m á t i c o : el p a í s n a t a l , l a c i u -
d a d n a t a l , l a i n f a n c i a , l a f a m i l i a , l a g e o g r a f í a de M é x i c o y de A m é -
r i c a , el a m o r (desde l a i d e a l i z a c i ó n p l a t ó n i c a hasta l a sensualidad
2 6
sensorial y el t í m i d o e r o t i s m o ) , l a m u e r t e y l a p o e s í a m i s m a .
L o s t o n o s , en u n a a u t é n t i c a i n t e r p e n e t r a c i ó n de l o p o p u l a r y l o
c u l t o , a b a r c a n v a r i o s e x t r e m o s : seriedad y h u m o r ; s o l e m n i d a d y
burla; refinamiento y coloquialismo; lo público y lo privado; arti-
ficio y sencillez; c o r t e s í a y p a r o d i a . S i l a a b u n d a n c i a a c a r r e a el
riesgo de c i e r t a m o n o t o n í a , esta saludable v a r i e d a d f u n c i o n a co-
m o b u e n a n t í d o t o . L a i m a g e n d o c t a y e r u d i t a del h u m a n i s t a e n -
c u e n t r a su m e j o r contrapeso en l a i n c o r p o r a c i ó n de elementos h u -
m o r í s t i c o s y p o p u l a r e s y en el frecuente descenso h a c i a l o t r i v i a l .
D e n t r o de esta m u l t i p l i c i d a d de temas y acentos, he d e c i d i d o
o c u p a r m e de u n e l e m e n t o c e n t r a l y o r d e n a d o r : l a p o é t i c a c o m o
t e m a de l a p o e s í a . H a y v a r i o s p o e m a s q u e t i e n e n c o m o t e m a ex-
plícito a la poesía. A q u í , no me propongo u n análisis exhaustivo
de todos estos poemas sino u n a v i s i ó n c r í t i c a de a l g u n o s de los
m á s s i g n i f i c a t i v o s . U n o de los m á s conocidos es " T e o r í a p r o s a i -
c a " , escrita en 1 9 3 1 . C o n s t a de tres partes desiguales. E n l a p r i -
m e r a se c o m p a r a n p r á c t i c a s r ú s t i c a s y p o p u l a r e s de M é x i c o y de
A r g e n t i n a . L o s giros coloquiales y a l g u n o s r e g i o n a l i s m o s se c o m -
b i n a n c o n referencias cultas, estableciendo a s í el t o n o y el t e m a

26
T o d o s estos temas, con la extraña e x c e p c i ó n de la poesía misma, están
comentados en F L O R I T , art. cit., pp. 240-248.
632 ANTHONY STANTON NRFH, XXXVII

d e l p o e m a . L a segunda p a r t e c o n t i e n e u n a d e c l a r a c i ó n e x p l í c i t a :

¡Y decir que los poetas,

aunque aflojan las sujetas
cuerdas de la preceptiva,
huyen de la historia viva,
de nada quieren hablar,
sino sólo frecuentar
la vaguedad pura!
Y o prefiero promiscuar
en literatura.
N o todo ha de ser igual
al sistema decimal:
m i d o a veces con a l m u d ,
con vara y con c u a r t e r ó n .
Guardo mejor la salud
alternando lo r a m p l ó n
con lo fino,
y j u n t o en el alquitara
—como yo s é —
el romance paladino
del vecino
con la quintaesencia rara
de G ó n g o r a y M a l l a r m é .
(pp. 131-132)

A l i a n z a e n t r e l o p o p u l a r y l o c u l t o , giros coloquiales y a r c a í s m o s ,
p e r o t o d o d e s t i l a d o h a s t a alcanzar u n e q u i l i b r i o entre los polos
opuestos, r e c o n c i l i a d o s e n el p o e m a . F o r m a l m e n t e el p o e m a ex-
presa esta a l t e r n a n c i a e n sus vaivenes e n t r e u n a m e d i d a m é t r i c a
r e g u l a r (el o c t o s í l a b o c o n r i m a s consonantes) y las bruscas r u p t u -
ras de esta r e g u l a r i d a d e n los pies q u e b r a d o s . L a sonrisa i r ó n i c a
y b u r l o n a d a a l p o e m a u n t o n o u n i f i c a d o y en l a u l t i m a p a r t e l a
m e t á f o r a c u l t a de l a d e s t i l a c i ó n se t r a n s f o r m a e n l a m á s terrestre
de l a f u n d i c i ó n :

y el habla vulgar fundida

con el metal
del habla m á s escogida
— a s í entre cristiano y m o r o — ,
hoy por hoy no cuadran m a l :
así va la vida
y no lo deploro.
(p. 132)
NRFH, XXXVII POESÍA Y P O É T I C A E N R E Y E S 633

E n el p r ó l o g o al l i b r o Otra voz, d o n d e p o r p r i m e r a vez apare-

c i ó este p o e m a , Reyes describe sus metas:

Estos poemas no v a n afinados en u n solo tono de voz, pero en la

mescolanza está el toque, el toque n e u r á l g i c o , el toque de reacción
[. . . ] a veces me asusto de que pueda llegar la hora de la cristaliza-
ción. Entonces, para sentirme vivo, hago versos a contrapelo, fuera
de m i estilo habitual y u n poco al sabor de la c o n v e r s a c i ó n , a modo
de estrujón contra la estética (p. 4 9 7 ) .

Esta i n t r o d u c c i ó n d e l p r o s a í s m o y el c o l o q u i a l i s m o , d e l h u -
m o r y l a i r o n í a , le d a n a Reyes p l e n o derecho a figurar en l a his-
t o r i a de l a a n t i p o e s í a e n H i s p a n o a m é r i c a . N o fue el p r i m e r o , y a
q u e e n 1925, s i g u i e n d o el m o d e l o d e l p o e t a n i c a r a g ü e n s e Salo-
m ó n de l a Selva, guiados ambos p o r P e d r o H e n r í q u e z U r e ñ a , Sal-
27
v a d o r N o v o h a b í a i n t r o d u c i d o estos tonos e n sus XXpoemas .
Si " T e o r í a p r o s a i c a " representa d e n t r o de l a o b r a de Reyes
el p o l o poroso de l a " p r o m i s c u i d a d " y el p r i n c i p i o de mestizaje
t e m á t i c o y f o r m a l , e n " A r t e p o é t i c a " , u n p o e m a escrito en P a r í s
seis a ñ o s antes, se p u e d e a p r e c i a r el o t r o e x t r e m o de l a p o é t i c a
d e l a u t o r , el p o l o de l a p u r e z a q u e h u y e de las c o n t a m i n a c i o n e s
de l a v i d a :

1
Asustadiza gracia del poema:
flor temerosa, recatada en yema.

2
Y se cierra, como la sensitiva,
si la llega a tocar la mano viva.
(p. 113)

E n " C o n s a g r a c i ó n " , u n p o e m a m e n o s c o n o c i d o q u e los dos

a n t e r i o r e s y escrito e n 1934, el t o n o i r ó n i c a m e n t e solemne es el
i n s t r u m e n t o de l a d e s a c r a l i z a c i ó n y l a p r o f a n a c i ó n i r r e v e r e n t e d e l
r e c i n t o sagrado de l a p o e s í a , presente e n el p o e m a e n l a f o r m a
de l a d e s t i n a t a r i a f e m e n i n a — m u s a o D i o s a :

C o n tres compases de santa,

de santa sin resplandor,

27
S o b r e los papeles de H e n r í q u e z U r e ñ a , De la Selva y Novo como fun-
dadores de lo que se llamaría después " a n t i p o e s í a " , véase J O S É E M I L I O P A -
C H E C O , "Nota sobre la otra vanguardia", Revlb, 45 (1979), 327-334.
 634 ANTHONY STANTON NRFH, XXXVII

bajaste de l a p e a n a ,
que es el m i l a g r o m a y o r .

H o y te a d o r a n las sandalias
que aplastas c o n el t a l ó n ;
te a d o r a n los candeleros
que t i e m b l a n en el s a l ó n ,

y h a s t a l a f o r m a del aire,
en el hueco que dejaste,
donde se c u a j ó tu v i d a
para siempre.

Y a no corres n i te vas:
te m a t a m o s , te m a t é .
(p. 134)

A n t i c i p a c i ó n de l a a n t i p o e s í a de N i c a n o r P a r r a , este p o e m a es u n a
p a r a d ó j i c a a f i r m a c i ó n de l a e t e r n i d a d d e l arte ( " p a r a s i e m p r e " ) ,
p e r o l a p e r d u r a c i ó n de l a f o r m a fija ( " q u e te hice de c r i s t a l " ) de-
p e n d e de u n u l t r a j e . L a e t e r n a v i d a de l a p o e s í a ( l u g a r c o m ú n
de l a t r a d i c i ó n ) exige l a d e s t r u c c i ó n de los s í m b o l o s y d e l l é x i c o
t r a d i c i o n a l e s . L a i n n o v a c i ó n y l a r u p t u r a se c o n v i e r t e n a s í e n los
c ó m p l i c e s h e t e r o d o x o s de l a t r a d i c i ó n . L o s nuevos a c ó l i t o s de l a
d i v i n i d a d p o é t i c a son l a n u e v a t e m á t i c a m u n d a n a ( " s a n d a l i a s "
y " c a n d e l e r o s " ) . E l p o e m a es u n h o m e n a j e y , s i m u l t á n e a m e n t e ,
u n a p r o f a n a c i ó n : para dar nueva vida a la poesía hay que matar-
l a e i n m o v i l i z a r l a en el p o e m a . A s í , el asesinato de l a m u s a t r a d i -
c i o n a l es s i n ó n i m o d e l acto de fijar el p o e m a , a b s t r a y é n d o l o d e l
f l u j o t e m p o r a l . V i c t o r i a de l o m o d e r n o sobre l a t r a d i c i ó n , p e r o
t a m b i é n r e a f i r m a c i ó n de l a t r a d i c i ó n .
E n otros poemas, sin e m b a r g o , desaparecen el h u m o r y l a i r o -
n í a . D o m i n a a q u í u n a voz m e s u r a d a y r í t m i c a m e n t e h i p n ó t i c a
q u e se d i r i g e a l arte a t r a v é s del s í m b o l o t r a d i c i o n a l de l a rosa,
p e r f e c t a e n su f r a g i l i d a d fugaz:

N ú m e r o soy de tu c u e n t a ,
d a n z a de tu m o v i m i e n t o ,
y a l a v e z que tu r e m o l q u e ,
á m b i t o soy de tu vuelo.
(p. 209)

E l m o v i m i e n t o r í t m i c o de estos e s p l é n d i d o s o c t o s í l a b o s e j e m p l i f i -
ca el e q u i l i b r i o d i a l é c t i c o e n t r e l o fijo y l o d i n á m i c o , e n t r e d e s t i n o
NRFH, XXXVII POESÍA Y P O É T I C A E N R E Y E S 635

y l i b e r t a d , entre v u e l o y c o n t e n c i ó n . L a b a l a n z a se expresa e n l a
perfecta s í n t e s i s entre el g r a n m o v i m i e n t o i n t e r i o r — a c e n t u a c i ó n
r í t m i c a d a c t i l i c a p e r o c o n c i e r t a v a r i a c i ó n , e n los versos segundo
y t e r c e r o , e n t r e los acentos fijos e n l a p r i m e r a y s é p t i m a s í l a b a s —
y el o c t o s í l a b o d e l r o m a n c e , l a m e d i d a m é t r i c a q u e l i m i t a el m o -
v i m i e n t o sin s u p r i m i r l o .
E n l a d a n z a d e l r i t m o , el p o e t a asume su c o n d i c i ó n a m b i g u a
c o m o cifra y espacio de e n c a r n a c i ó n de l a p o e s í a . N o es q u e el
y o p o é t i c o se c o n v i e r t a en o b j e t o de l a c o r r i e n t e p o é t i c a sino q u e
d e n t r o de los l í m i t e s q u e fijan las leyes de l a f o r m a , él e n c u e n t r a
su espacio de l i b e r t a d :

M a s yo que tus leyes sigo

y en tus aires me gobierno. . .
(p. 209)

H a y c o n c o r d i a y e q u i l i b r i o p o r q u e l a rosa de l a p o e s í a es " m a e s -
t r a en ajustar / l a v o z c o n el p e n s a m i e n t o " ( p . 2 0 9 ) . Pero l a ac-
c i ó n de e q u i l i b r a r n o es u n proceso e x c l u s i v a m e n t e r a c i o n a l : na-
ce de u n a b r ú j u l a i n t e r i o r , u n i n s t i n t o p o é t i c o que n o d i s t i n g u e
entre " m e d i r " y " s e n t i r " :

Perfecta rosa que adoro:

para implorarte no encuentro
sino medir las palabras
con los latidos del pecho.
(p. 210)

Esta b a l a n z a entre cerebro y p a s i ó n e n c u e n t r a u n a f o r m u l a -

c i ó n de i n t e r c a m b i a b i l i d a d m u t u a e n el ú l t i m o terceto de u n so-
neto dedicado a Eugenio Florit:

Es que el poeta cumple el mandamiento:

hacer razones con el sentimiento
y dar en sentimiento las razones.
(p. 459)

E l i d e a l de u n a d e p u r a c i ó n esencial se expresa m u y b i e n e n
" S i l e n c i o " . C a b e n o t a r que, lejos de las d o c t r i n a s puristas, el cen-
t r o de d e p u r a c i ó n a n h e l a d o a q u í es u n p u n t o de r e c o n c i l i a c i ó n
entre poesía ( " v e r s o " ) , vida ( " l a t i d o " ) y naturaleza ( " u n i v e r -
s o " ) , u n p u n t o d o n d e c o n v i v e n l o fugaz y l o e t e r n o :
636 ANTHONY STANTON NRFH, XXXVII

C a d a vez menos palabras;

y c a d a p a l a b r a , u n verso;
c a d a p o e m a , u n latido;
c a d a latido, u n i v e r s o .
Esfera ya reducida
a l a n o r m a de su centro,
es i n m o r t a l el instante
y lo fugitivo eterno.
(p. 214)

L a s perfectas figuras g e o m é t r i c a s q u e a b u n d a n en esta p o e s í a

p u e d e n d a r l a i m p r e s i ó n de fría r a c i o n a l i d a d h e l é n i c a , p e r o n o
es a s í . E n el soneto " L a v e r d a d de A q u i l e s " , p o r e j e m p l o , es sig-
n i f i c a t i v o q u e el poeta h a b l e de " u n a e s p i r i t u a l g e o m e t r í a " ( p .
4 1 7 ) . P o r o t r o l a d o , el c o m i e n z o de " C o n s e j o p o é t i c o " sugiere
q u e n ú m e r o , cifra y m e d i d a son las perfectas f o r m a s p l a t ó n i c a s
( a r q u e t i p o s eternos):

L a cifra propongo; y y a
casi tengo el artificio,
c u a n d o se abre el precipicio
de l a p a l a b r a v u l g a r .
L a s sirtes del b i e n y el m a l ,
l a torpe m e l a n c o l í a ,
toda l a g u a r d a r r o p í a
de l a v i d a p e r s o n a l ,
a l é j a l a s , si p r o c u r a s
a t r a p a r las formas p u r a s .
(p. 215)

P e r o l a s e g u n d a (casi) d é c i m a d e l p o e m a nos l l e v a de esta p u r e z a

p l a t ó n i c a ( c o n su i d e a l d e l arte c o m o esencia l i b r e de las c o n t a m i -
naciones de l a v i d a y l o s e n t i m e n t a l ) hasta u n p i t a g o r i s m o en el
cual la estructura m a t e m á t i c o - m u s i c a l del universo acomoda lo
e m o t i v o d e n t r o de u n a a r m o n í a m á s vasta:

¿ L a e m o c i ó n ? P í d e l a al n ú m e r o
que m u e v e y gobierna al m u n d o .
T e m p l a el sagrado i n s t r u m e n t o
m á s a l l á del sentimiento.
(p. 215)

Se ve q u e l a " e s p i r i t u a l g e o m e t r í a " n o es el d i c t a d o de l a r a z ó n
s i n o u n acorde c ó s m i c o .
NRFH, XXXVII POESÍA Y P O É T I C A E N R E Y E S 637

E n v a r i o s p o e m a s h a y u n a a p e l a c i ó n a l a v o z de l a c o n t e n c i ó n
p a r a c o r r e g i r u n d e s e q u i l i b r i o y restablecer l a a r m o n í a p e r d i d a .
" O t o ñ a d a " t e r m i n a e n u n a r e p r i m e n d a a los excesos s e n t i m e n -
tales de l a v o z l í r i c a :

( C a n c i ó n : esta vez divagas.

T e n cuenta con lo que dices.)
(p. 212)

Estos dos ú l t i m o s versos se d i s t i n g u e n de los d e m á s versos del poe-

m a p o r el recurso del p a r é n t e s i s , q u e f u n c i o n a a q u í c o m o u n a m a -
n e r a de i n t r o d u c i r o t r o discurso d e n t r o d e l discurso o r i g i n a l .
E n " U n d í a " , u n c o n j u n t o de c u a t r o v a r i a c i o n e s q u e s i g u e n
l a p r o g r e s i ó n del d í a (noche - * m a ñ a n a mediodía - crepúsculo),
se p r o c u r a expresar l a a r m o n í a esencial de las cosas. A l final, l a
v o z p o é t i c a c o n f í a l a c o m u n i c a c i ó n del m i s t e r i o a los sentidos y
al silencio p e r o el p o e m a t e r m i n a c o n u n a i n v o c a c i ó n a l a v o z re-
f l e x i v a , l a v o z de l a s a b i d u r í a p o é t i c a :

Y o no lo puedo decir,
sé m u y poco, no sé nada:
es mejor que lo confíe
a las sombras sosegadas,
a las antenas del tacto,
al silencio, a la mirada.
¡ V u e l a , pensamiento, y díle
que calle y no diga nada!
(pp. 180-181)

E l i n s t i n t o p o é t i c o de c o n c i l i a c i ó n se presenta a veces c o m o
u n a b r ú j u l a interior, equivalente a la " e s p i r i t u a l g e o m e t r í a " que
restablece el e q u i l i b r i o :

y no dejé que los goces

alteraran mis medidas.
Porque, entre los torbellinos
y las sirtes enemigas
nunca me e n g a ñ ó la b r ú j u l a
que en el c o r a z ó n t r a í a .

L o que me hurtaba el dolor,

la p l u m a lo devolvía.
(p. 465)
638 ANTHONY STANTON NRFH, XXXVII

La necesidad de dar forma a lo informe, de encauzar el mate-

rial emotivo, constituye el tema de varias composiciones. El im-
pulso vital de los sentimientos es ahora la loca carrera del caballo
desenfrenado, pero el poeta es el jinete que toma las riendas, con-
trola y orienta el libre vuelo, inmovilizando la pujanza dinámica:

Pasa el jinete del aire

montado en su yegua fresca,
y no pasa: está en la sombra
repicando sus espuelas.
(p. 387)

O, como en este otro ejemplo, menos logrado por ser más explícito:

Me hacían jinete y versero

el buen trote y sus octosílabos
y el galope de arte mayor,
mientras las espuelas y el freno
me iban enseñando a medir el valor.
(p. 154)

En otros poemas se articula la misma idea de dar forma a lo

informe y lo potencialmente caótico mediante la metáfora de un
poderoso río que hay que encauzar:

Ceñí las aguas del bullente río

como por duro cauce bien labrado,
y pasmo fue si cada desvarío
halló la ley del oportuno vado.
(p. 446)

Los sólidos endecasílabos del soneto —con sus rimas consonantes

que ejemplifican en el nivel formal la coherencia y la estabilidad
de la soldadura poética— se repiten en otro poema menos logra-
do, tal vez por su tono de preceptiva didáctica:

Había que buscar la ruta cierta

y ceñir el desborde con el dique.
(p. 456)

Como sucede con frecuencia en Reyes, los endecasílabos del so-

neto tienen cierta rigidez si se comparan con el libre vuelo y la
gran riqueza rítmica del arte menor de los romances. Indudable-
NRFH, XXXVII POESÍA Y P O É T I C A E N R E Y E S 639

m e n t e , se siente m á s l i b r e e n el r o m a n c e , p o r ser é s t a u n a f o r m a
de h o n d a r a i g a m b r e p o p u l a r , u n a f o r m a " p o r o s a " q u e acepta sin
d i s c r i m i n a c i ó n elementos n a r r a t i v o s y l í r i c o s , y que se a d a p t a c o n
i d é n t i c a s o l t u r a al r e f i n a m i e n t o c u l t o o a l a b u r l a p o p u l a r . " N o
h a y a s u n t o h u m i l d e p a r a el p o e t a " , e s c r i b i ó Reyes en o t r o l u -
2 8
g a r . A s i m i s m o , en unas notas a los Romances del Río de Enero,
apunta:

El romance nos transporta a la mejor é p o c a de la lengua, trae evo-

caciones tónicas; la lengua, desperezada, ofrece sola sus recursos.
A d e m á s - v e n t a j a para aprovecharla ahora m i s m o - el romance
deja entrar en la voz cierto tono coloquial, cierto p r o s a í s m o que se
nos ha pegado en esta época, al volver a las evidencias (p. 401).

Si el arte p o é t i c o es el arte de d a r f o r m a a l o q u e a m e n a z a
c o n desbordarse y salirse del o r d e n del p o e m a , en unas pocas c o m -
posiciones Reyes i n t e n t a — c o n escasa f o r t u n a — expresar el u n i -
verso c a ó t i c o d o n d e se r o m p e t o d a n o c i ó n de e q u i l i b r i o y p r o -
porción:

¡ H o r r o r de la palabra ya vacía,
a b e r r a c i ó n del acto sin oriente,
la b r ú j u l a sin norte, a n o m a l í a
de ver rodar la mole sin la mente!

Y el alma, que se queda a t r á s , no fía

ya n i en las normas, n i en las estructuras
n i en la a r m o n í a , n i en la j e r a r q u í a .
(pp. 451-452)

Y d i g o q u e n o se l o g r a expresar el caos p o r q u e l a f o r m a m é t r i c a
sigue siendo el e n d e c a s í l a b o c o n sus r i m a s convencionales. Es cierto
q u e los dos encabalgamientos y las disrupciones de l a sintaxis fluida
a y u d a n e n p a r t e a t r a n s m i t i r l a s e n s a c i ó n de d e s o r d e n , p e r o este
d e s o r d e n e s t á i n s e r t a d o d e n t r o de u n m o l d e f o r m a l de o r d e n . S i n
e m b a r g o , estos son m o m e n t o s m u y aislados en l a o b r a de Reyes
y c o n s t i t u y e n s i e m p r e u n a " a n o m a l í a " , c o m o se dice en los v e r -
sos citados.
L a p o s i c i ó n m á s c a r a c t e r í s t i c a e n Reyes es p e r m i t i r u n a ex-

"Fragmentos del arte p o é t i c a " , en Ancorajes, ed. cit., p. 5 7 .

 640 ANTHONY STANTON NRFH, XXXVII

p l o r a c i ó n de l o m i s t e r i o s o y l o desconocido p e r o con arte, c o m o se

dice al final de u n soneto:

y despacio y con arte, a v e r si exploras

esa z o n a h e c h i z a d a que l i m i t a
l a inefable c o r t i n a de las horas.
(p. 448)

C u a n d o esta p o e s í a se p e r m i t e el r a r o p r i v i l e g i o de n a v e g a r
en las oscuras aguas del s u e ñ o , se m a n t i e n e e n u n estado de des-
v e l a d a v i g i l a n c i a p a r a n o ceder a l a t e n t a c i ó n de perderse. Esta
resistencia se expresa en u n soneto n e o b a r r o c o , i n s p i r a d o en u n
verso de G ó n g o r a : " L a b r ú j u l a d e l s u e ñ o v i g i l a n t e " . A b u n d a n
a q u í varias marcas estilísticas del b a r r o q u i s m o (antítesis, o x í m o -
% r o n y p a r a d o j a ) , y h a y u n verso q u e p o d r í a ser de X a v i e r V i l l a u -
r r u t i a , el " d o r m i d o d e s p i e r t o " q u e e m p l e ó v a r i o s recursos r e t ó -
ricos de l a p o e s í a b a r r o c a e n su o b r a , p e r o es u n verso c a r a c t e r í s -
t i c o de l a p o s t u r a e s t é t i c a de Reyes: " y v o y despierto c u a n d o m á s
d o r m i d o " (p. 447).
E n todas estas m u e s t r a s de l a p o é t i c a c o m o t e m a de l a p o e s í a ,
l a v i s i ó n e s t é t i c a a s p i r a a fijar u n m o m e n t á n e o e q u i l i b r i o de per-
f e c c i ó n , u n i n s t a n t e s u s p e n d i d o d e l desgaste t e m p o r a l , c o m o si
f u e r a u n c e n t r o a u t o s u f i c i e n t e sostenido e n el aire p o r el í m p e t u
c e n t r í p e t o de l a f o r m a . E l m o v i m i e n t o detenido sugiere u n a e t e r n i -
d a d fugaz, u n r i t m o i n m o v i l i z a d o p o r l a a r m o n í a de sus p r o p o r -
ciones y m e d i d a s . L o s mejores poemas d e l a u t o r l o g r a n a r t i c u l a r
m a r a v i l l o s a m e n t e b i e n l o q u e Reyes c o n c e b í a c o m o el d e b e r d e l
poeta: " e t e r n i z a r cada instante, expresando esa p r o p o r c i ó n de l u z
2 9
y s o m b r a p o r l a q u e cada i n s t a n t e a t r a v i e s a " .
A l e m p r e n d e r u n a v a l o r a c i ó n de l a p o e s í a de Reyes, nos en-
f r e n t a m o s c o n el p r o b l e m a de l a a b u n d a n c i a . Sabemos que el a u t o r
e s t u v o opuesto al sentido a n t o l ó g i c o p e r o su p o s i c i ó n fue a m b i -
g u a puesto q u e Constancia poética es y a u n p r i m e r i n t e n t o t í m i d o
de hacer l a a n t o l o g í a q u e t a n t o necesitamos. U n a de las m o t i v a -
ciones d e l t o m o fue descrito p o r el p o e t a e n el p r ó l o g o c o m o " e l
i n t e n t a r u n a p r i m e r a s e l e c c i ó n " ( p . 9 ) . A h o r a , a 30 a ñ o s de dis-
t a n c i a de l a p r i m e r a e d i c i ó n , es preciso p r o c e d e r a u n a d e p u r a -
c i ó n m u c h o m á s r a d i c a l p a r a b e n e f i c i o d e l p r o p i o poeta y , sobre
3 0
t o d o , de los lectores m o d e r n o s .

2 9
" L a poesía desde afuera", p. 322.
3 0
P o r otra parte, se sabe que el propio poeta se dio cuenta, en los ú l t i m o s
a ñ o s de su vida, de la necesidad de ofrecer breves selecciones de su poesía.
NRFH, XXXVII POESÍA Y P O É T I C A E N R E Y E S 641

Reyes c r e í a q u e su o b r a estaba a n i m a d a p o r el solo p r o p ó s i t o

de expresar " l a t o t a l m a n i f e s t a c i ó n de u n a e x i s t e n c i a " , p e r o n o
todos los aspectos de esa existencia son de i g u a l i n t e r é s o r e l e v a n -
cia p a r a u n l e c t o r de p o e s í a . H a y m u c h a s c o m p o s i c i o n e s de l a ex-
tensa s e c c i ó n l l a m a d a " C o r t e s í a " , q u e a g r u p a l a p o e s í a de c i r -
cunstancias o p o e m a s " s o c i a l e s " d e l a u t o r , q u e n o s o b r e v i v i r í a n
la p r u e b a de u n a c r i b a a n t o l ó g i c a . V a r i o s de estos poemas n o tras-
3 1
c i e n d e n las c i r c u n s t a n c i a s de su c o m p o s i c i ó n . A l g u n o s d i r á n
q u e r e v e l a n u n aspecto i m p o r t a n t e y n a d a deleznable de l a perso-
n a de Reyes: su b o n d a d o s a c o r d i a l i d a d y su generosa c o r t e s í a .
Es c i e r t o , p e r o creo q u e el t o m o se b e n e f i c i a r í a si n o t u v i e r a q u e
c a r g a r c o n t a n t o m a t e r i a l de m o t i v a c i ó n e x t r í n s e c a o a n e c d ó t i c a .
U n a b u e n a s e l e c c i ó n d e l t o m o Constancia poética r e s u l t a r í a e n
u n l i b r o m e n o s v o l u m i n o s o , m e n o s r e p e t i t i v o p e r o m á s esencial
y m á s c o n v i n c e n t e . Se v e r í a , entonces, q u e esta p o e s í a n o carece
de riesgos sino q u e a s u m e c o m o su riesgo m a y o r el alcanzar l a
p e r f e c c i ó n q u e ella m i s m a se exige. Se a p r e c i a r í a t a m b i é n q u e l a
p r e c i s i ó n y l a n i t i d e z , si b i e n n o p e r m i t e n e x p l o r a r el l a d o o c u l t o
y o s c u r o d e l ser, sí l o g r a n e v i t a r , e n c a m b i o , t o d a a m p u l o s i d a d
y v a g u e d a d r e t ó r i c a s . N o se e q u i v o c a b a el a u t o r al h a b l a r de l a
t e m p r a n a i n f l u e n c i a p a r n a s i a n a e n sus versos: " E l l a r e c t i f i c ó el
r o m a n t i c i s m o a m o r f o de l a a d o l e s c e n c i a " ( p . 11). L e e r al m e j o r
R e y e s significa, e n p a l a b r a s de Paz, " u n a l e c c i ó n de c l a r i d a d y
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t r a n s p a r e n c i a " . Es, sobre t o d o , u n b u e n ejercicio de cuestiona-
m i e n t o de nuestras l i m i t a d a s preconcepciones m o d e r n a s .

V é a s e el " P r o p ó s i t o " que Reyes escribió en 1957 para el proyectado libro Re-
cordación poética, breve antología que podemos leer hoy en A L F O N S O R E Y E S , An-
tología personal, ed., palinodia y notas de Ernesto M e j í a S á n c h e z , M a r t í n C a s i -
llas Editores, M é x i c o , 1983, pp. 23-46. E n el " P r ó l o g o " a Obra poética (1952),
reproducido en Constancia poética (1959), el autor ya había reconocido la nece-
sidad de una antología, pero se mostró renuente a hacerla él mismo: " A ú n
no me atrevo a proponer mi verdadera antología. T a l vez ello, si ha de ser
a l g ú n día, ni siquiera me corresponda. E l criterio del autor y el del lector nun-
ca pueden confundirse del todo. Y confieso que la sola palabra «antología» me
amedrenta, y la hallo poco recomendable para aplicada a la obra propia. ¿Quién
puede estar cierto de ofrecer flores y no espinas, antología y no a c a n t o l o g í a ? "
(p. 9).
3 1
Vale la pena subrayar, sin embargo, que unos cuantos poemas de la sec-
ción " C o r t e s í a " se cuentan entre los mejores del autor. V é a n s e , por ejemplo,
"Candombe porteño" y " P a r a un mordisco", en Constancia poética, pp. 248-249
y 276-277.
3 2 a
O C T A V I O P A Z , El laberinto de la soledad, 2 ed., rev. y a u m . , F C E , M é -
xico, 1959, p. 146.
642 ANTHONY STANTON NRFH, XXXVII

P o r su d i v e r s i d a d t e m á t i c a , f o r m a l y a c e n t u a l , p o r el acceso
q u e nos p e r m i t e a t o d a u n a t r a d i c i ó n p o é t i c a , r e v i t a l i z a d a y ac-
t u a l i z a d a , l a p o e s í a de A l f o n s o Reyes merece u n l u g a r destacado
e n el á m b i t o de l a p o e s í a m o d e r n a en l e n g u a e s p a ñ o l a . V a l e l a
p e n a detenerse en las c a r a c t e r í s t i c a s que atraviesan su p o e s í a p o r -
q u e n o son t a n comunes en l a l i t e r a t u r a m e x i c a n a o h i s p a n o a m e r i -
cana. Son cualidades que sólo se r e ú n e n en los m á s grandes: gracia,
sensualidad, d o n a i r e , n a t u r a l i d a d , h u m o r , a g i l i d a d , frescura, j u e -
go, f r a g i l i d a d , encanto d i á f a n o y l a sorpresa de l o inesperado. Exis-
te t a m b i é n e n Reyes u n o í d o fino, atento a l a m a t e r i a l i d a d d e l
s i g n i f i c a n t e , a l o q u e él m i s m o d e n o m i n ó " l a belleza física de las
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p a l a b r a s " . E n estos t i e m p o s de r e d e s c u b r i m i e n t o de l a o r a l i d a d
c o m o f e n ó m e n o a r t í s t i c o , l a i m p r e s i ó n o r a l de sus poemas — u n a
o r a l i d a d q u e es f r u t o de l a f u s i ó n de l o p o p u l a r y l o c u l t o — es
u n a saludable r e a c c i ó n e n c o n t r a del concepto m á s i n t e l e c t u a l , v i -
sual y espacial de " e s c r i t u r a " . M á s q u e e s c r i t u r a , l a p o e s í a , p a r a
R e y e s , es h a b l a r e g i d a p o r r i t m o y m u s i c a l i d a d .
Si se lee n o s e g ú n nuestras estrechas expectativas c o n t e m p o -
r á n e a s , c o m o l o h a hecho g r a n p a r t e de l a c r í t i c a , sino p o r l o q u e
ella m i s m a ofrece, entonces se v e r á q u e l a p o e s í a de A l f o n s o R e -
yes sigue p r o p o r c i o n a n d o , e n sus mejores m o m e n t o s , u n a v e r d a -
d e r a e x p e r i e n c i a e s t é t i c a : sigue siendo, c o m o él m i s m o q u e r í a , " l a
3 4
ruta vertical" .

ANTHONY STANTON
E l Colegio de M é x i c o

3 3
Citado en F L O R I T , art. cit., p. 227.
3 4
U n a versión m á s breve de este texto se leyó en la mesa redonda " A l -
fonso Reyes: entre la literatura y la crítica" el 31 de mayo de 1989 en E l Cole-
gio de M é x i c o . Agradezco las oportunas observaciones de mi colega Rose C o -
rral, quien revisó la primera versión de este texto.