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Tudo começa em 1500, com a carta de Pero Vaz de Caminha:

Sabemos que é melhor compreender os assuntos estudados a decorá-los. No entanto, ter em mente as principais
características e saber a que época histórica as Escolas Literárias estão relacionada pode ajudar você nas
provas. Na origem da produção brasileira está o primeiro documento ‘made in Brazil’, que foi a Carta de Pero
Vaz de Caminha. Ele era o Escrivão português que acompanhava Pedro Álvares Cabral, e fez o relato da
descoberta enviado ao Rei Dom Manuel. Você consegue
entender melhor qual o contexto das obras que estiver
lendo ou que estiverem citadas nas questões das prova
com as informações desta aula, que registram a época e
as características de cada movimento literário. E você
poderá relacionar mais facilmente as obras literárias com
os fatos sociais. Isto costuma ser sobrado nas questões
de Literatura.

O QUINHENTISMO
Início: A Carta de Caminha
Contexto histórico: Os portugueses e dos primeiros jesuítas ao Brasil.
Característica: Literatura documental, histórica, de caráter informativo.
O Quinhentismo serviu de inspiração literária para alguns poetas e escritores do Romantismo (Gonçalves Dias
e José de Alencar) e do Modernismo (Oswald de Andrade). Destacaram-se no Quinhentismo: A Carta de
Caminha é o primeiro documento literário brasileiro. Carta
descritiva com espírito ufanista (patriotismo, enaltecer o próprio
país) e nativista. Foi parodiada de forma satírica por Oswald de
Andrade, poeta modernista. Veja as referências:
– Pero Vaz de Caminha – A Carta de Caminha
– Padre José de Anchieta – escreveu textos religiosos, um
teatro religioso. Tinha devoção ao culto mariano. Recebeu
influência da tradição medieval. Obs.: Não recebeu influência da
poesia lírica de Camões (soneto).
– Padre Manuel da Nóbrega – Foi o chefe da primeira missão dos Jesuítas na América. Escreveu relatos aos
superiores, e que se tornaram textos da Literatura do Quinhentismo.
BARROCO
Início: Prosopopeia – poema épico de Bento Teixeira
Contexto histórico: As invasões holandesas no Brasil e época dos bandeirantes
Frequência das antíteses e paradoxos, fugacidade do tempo e incerteza da vida.
Características: rebuscamento, virtuosismo, ornamentação exagerada, jogo sutil de palavras e ideias, ousadia
de metáforas e associações. Cultismo ou Gongorismo: abuso de metáforas, hipérboles e antíteses. Obsessão
pela linguagem culta, jogo de palavras. Conceptismo (Quevedo): jogo de ideias, pesquisa e essência íntima.
Destacaram-se:
– Gregório de Matos – apelidado de “A Boca do Inferno”. Oscilou
entre o sagrado e o profano. Poeta lírico, satírico, reflexivo,
filosófico, sacro, encomiástico, obsceno. Não foi poeta épico.
– Bento Teixeira
– Padre Antonio Vieira – Expoente máximo da Literatura
Brasileira e da Literatura Portuguesa tambem. Ele representa
os dois países porque durante sua estada em Portugal aderiu a
temas nacionais portugueses, e na época em que viveu no
Brasil produziu intensamente sobre temas das terras recém
ocupadas.
O Padre Antônio Vieira aderiu a temas nacionais brasileiros. Era prosador e não poeta, e conceptista, pois atacou
o cultismo. Escreveu sermões, entre obras que se tornaram clássicas, O Sermão da Sexagésima, e O Sermão
do Bom Ladrão. Nesta obra ele fez duras críticas contra a corrupção dos membros da elite, da Aristocracia da
época e dos administradores por delegação dos reis. Veja só que texto primoroso contra a corrupção:
Trecho de O Sermão do Bom Ladrão:
Suponho finalmente que os ladrões de que falo não são aqueles miseráveis, a quem a pobreza e vileza de sua
fortuna condenou a este gênero de vida, porque a mesma sua miséria, ou escusa, ou alivia o seu pecado, como
diz Salomão. O ladrão que furta para comer, não vai, nem leva ao
inferno; os que não só vão, mas levam, de que eu trato, são outros ladrões, de maior calibre e de mais alta esfera,
os quais debaixo do mesmo nome e do mesmo predicamento, distingue muito bem São Basílio Magno.
Não são só ladrões, diz o santo, os que cortam bolsas ou espreitam os que se vão banhar, para lhes colher a
roupa: os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam
os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com manha, já
com força, roubam e despojam os povos.
— Os outros ladrões roubam um homem: estes roubam cidades e
reinos; os outros furtam debaixo do seu risco: estes sem temor, nem perigo; os outros, se furtam, são enforcados:
estes furtam e enforcam.
ARCADISMO
Início: Publicação de Obras Poéticas, de Cláudio Manuel da Costa, obra inicial do Arcadismo brasileiro.
Contexto histórico: Inconfidência Mineira, Revolução Farroupilha e a vinda da Família Real para o Brasil.

Características: Pastoralismo, bucolismo. Ideal de vida simples, junto à natureza. Carpe diem (“aproveite o dia”).
Consciência da fugacidade do tempo. Simplicidade, clareza e equilíbrio. Emprego moderado de figuras de
linguagem. Natureza racional (é vista como um cenário, como uma fotografia, como um pano de fundo.
Pseudônimos. Fingimento / Artificialismo.
Destacaram-se no Arcadismo:
– Tomás Antonio Gonzaga – poeta maior do Arcadismo brasileiro com suas liras Marília de Dirceu. Pseudônimo
como poeta lírico: Dirceu; pseudônimo como poeta satírico: Critilo (Cartas Chilenas). Autores épicos do
Arcadismo brasileiro:
– Cláudio Manuel da Costa – Poeta lírico e épico. Seu pseudônimo é Glaudeste Satúrnio. Seus sonetos são de
imitação Camoniana. Obra: Vila Rica.
– Basílio da Gama – Obra: O Uraguai.
– Santa Rita Durão – Obra: Caramuru. Obs.: O índio antes de José de Alencar aparece nos poemas épicos O
Uraguai e Caramuru. Portanto, o Arcadismo preparou o Romantismo.
O ROMANTISMO
Início: publicação de Suspiros Poéticos, de Gonçalves de Magalhães
Contexto histórico: Surgimento da Imprensa no Brasil. A crise do 2º Reinado e a abolição da escravidão.
Características do Romantismo: Predomínio da emoção, do sentimento (subjetivismo); evasão ou escapismo
(fuga à realidade). Nacionalismo, religiosidade, ilogismo, idealização da mulher, amor platônico. Liberdade de
criação e despreocupação com a forma; predomínio da metáfora.
1ª geração romântica: 1840/50 – indianista ou nacionalista. A temática era o índio, a pátria. Destacou-se:
Gonçalves Dias – Obras: Canção do Exílio e I Juca Pirama.
2ª geração romântica: 1850/60 – byroniana (idealismo e melancolia), mal-do-século, individualista ou
ultrarromântica. A temática era a morte.
Destacou-se: Álvares de Azevedo – poeta da dúvida. Tinha obsessão pela morte. Recebeu influência de Byron
e Shakespeare. Oscila entre a realidade e a fantasia. Obra: Livro de contos Noite na taverna.
3ª geração romântica: 1860/70 – condoreira, social ou hugoana. A temática é a abolição e a república.
Destacaram-se: Poesia: Castro Alves – poeta representante da burguesia liberal. Obras: Espumas Flutuantes, O
Navio Negreiro, Vozes d’África.
Prosa: José de Alencar (representante maior) – defensor do “falar brasileiro” / dá forma ao herói / amalgamando
a sua vida à natureza.
-Joaquim Manuel de Macedo – Obra: A Moreninha.
– Bernardo Guimarães – Obra: A escrava Isaura.
– Manuel Antônio de Almeida – Obra: Memórias de um sargento de milícias.
Modalidades do Romantismo: Romance de folhetim – Teixeira e Sousa, O filho do pescador.
Romance urbano – Joaquim Manuel de Macedo, A Moreninha.
Romance regionalista: Bernardo Guimarães, O ermitão de Muquém.
Romance indianista e histórico – José de Alencar, O Guarani.
REALISMO – NATURALISMO – PARNASIANISMO
Ocorreram simultaneamente, tendo como contexto histórico a Proclamação da República e A Primeira
República.
REALISMO
Início: Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, publicado em 1881.
Características: Literatura de combate social, crítica à burguesia, ao adultério e ao clero. Análise psicológica
dos personagens. Objetividade, temas contemporâneos.
Destacou-se: Machado de Assis – trilogia: Memórias Póstumas de Brás Cubas (narrado em 1ª pessoa); Quincas
Borba (“ao vencedor as batatas”); Dom Casmurro (narrado em 1ª pessoa – enigma de traição)
NATURALISMO
Início: O Mulato, de Aluísio Azevedo
Características: Desdobramento do Realismo. Escritores naturalistas retratam pessoas marginalizadas pela
sociedade. O Naturalismo é fruto da experiência. Análise biológica e patológica das personagens. Determinismo
acentuado. As personagens são compradas aos animais (zoomorfismo).
Destacaram-se: – Aluísio Azevedo – Obras: O Mulato; O Cortiço (romance social, personagem principal do
romance é o próprio cortiço).
– Raul Pompéia – Obra: O Ateneu.
O PARNASIANISMO
Início: Fanfarras, de Teófilo Dias
Contexto histórico: Contemporâneo do Realismo – Naturalismo
Características: Estilo especificamente poético, desenvolveu-se junto com o Realismo – Naturalismo. A maior
preocupação dos poetas parnasianos é com o fazer poético. Arte pela arte. Poesia descritiva sem conteúdo;
vocabulário nobre; objetividade. Os poetas parnasianos são considerados “os mestres do passado”. Por suas
manias de precisão foram criticados severamente pelos poetas do 1º Tempo Modernista.
Destacou-se: Olavo Bilac (poeta representante) – Profissão de Fé.
O SIMBOLISMO
Início: Missal e Broquéis, de Cruz e Souza
Contexto histórico: Fundação da Academia Brasileira
de Letras
Origem: a poesia de Baudelaire.
Características: desmistificação da poesia,
sinestesia, musicalidade, preferência pela cor branca,
sensualismo, dor e revolta.
Destacou-se: Cruz e Souza (poeta representante) –
Obra: Missal e Broquéis.

O PRÉ-MODERNISMO
Início: Os Sertões, Euclides da Cunha; Canaã, Graça Aranha
Contexto histórico: Guerra do Contestado. A Revolta dos 18 do Forte de Copacabana. A revolta da Vacina.
Características: Convivem juntas duas tendências: 1. Conservadora: sobrevivência da mentalidade positivista,
agnóstica e liberal.
Destacou-se: Euclides da Cunha – Obra: Os Sertões (miséria e subdesenvolvimento nordestino).
2. Renovadora: incorporação de aspectos da realidade brasileira.
Destacaram-se: – Lima Barreto, Triste Fim de Policarpo Quaresma (a vida urbana e as transformações de início
de século).
– Monteiro Lobato – livro de contos Urupês (a miséria do caboclo, a decadência da cultura cafeeira). Obs.: Foi
Monteiro Lobato quem criticou a exposição da pintora Anita Malfatti, chamando-a de “Paranoia ou Mistificação”.
– Graça Aranha, Canaã (imigração além do Espírito Santo).
Poeta representante: Augusto dos Anjos – Obra: Eu e outras poesias.
Veja na imagem aula gratuita completa sobre o Primeiro Momento Modernista no Brasil:
O MODERNISMO
PRIMEIRA FASE
Início: Semana de Arte Moderna
Contexto histórico: Fundação do Partido Comunista Brasileiro. A Revolução de 1930
Características: Poesia nacionalista. Espírito irreverente, polêmico e destruidor, movimento contra. Anarquismo,
luta contra o tradicionalismo; paródia, humor. Liberdade de estética. Verso livre sem uso da métrica. Linguagem
coloquial.
Destacaram-se: – Mário de Andrade – Obra: Pauliceia desvairada (Prefácio Interessantíssimo)
– Oswald de Andrade – Obra: Manifesto antropofágico / Pau-Brasil
– Manuel Bandeira – Obra: Libertinagem
SEGUNDA FASE
Contexto histórico: A Era Vargas. Lampião e o cangaço no sertão
Características: Destaca-se a prosa regionalista nordestina (prosa neorrealista e neo-naturalista).
Representantes: – Graciliano Ramos – representante maior, criador do romance psicológico nordestino – Obras:
Vidas Secas; São Bernardo.
– Jorge Amado – Obras: Mar Morto; Capitães da Areia.
– José Lins do Rego – Obras: Menino de Engenho; Fogo Morto.
– Rachel de Queiroz – Obra: O Quinze.
– José Américo de Almeida – Obra: A Bagaceira
Poesia 30/45 – ruma para o universal.
Carlos Drummond de Andrade faz poesia de tensão ideológica.
Fases de Drummond: – Eu maior que o mundo – poema, humor, piada.
– Eu menor que o mundo – poesia de ação.
– Eu igual ao mundo – poesia metafísica.
Poetas espiritualistas: – Cecília Meireles – herdeira do Simbolismo.
– Jorge de Lima – Invenção de Orpheu.
– Vinícius de Moraes – Soneto da Fidelidade.
Dica: Carlos Drummond de Andrade é o autor que mais cai no Enem e nos Vestibulares. É o autor do clássico ‘No
meio do Caminho tinha uma pedra / Tinha uma pedra no meio do caminho.‘ Veja na imagem aula completa sobre
a poesia de Drummond.
TERCEIRA FASE DO MODERNISMO
Contexto histórico: A Redemocratização do Brasil. A ditadura militar no Brasil. Continua predominando a prosa.
Representantes: – Guimarães Rosa – Neologismo – Obra: Sagarana.
– Clarice Lispector – Introspectiva – Obra: Laços de Família, onde a autora procura retratar o cotidiano monótono
e sufocante da família burguesa brasileira.
Poesia concreta: – João Cabral de Melo Neto – poeta de poucas palavras. Obra de maior relevância literária:
Morte e Vida Severina. Tem intertextualidade com o teatro Vicentino.
É muito importante estar atento ao contexto histórico em que a obra está inserida. A literatura nada mais é que
um registro social de uma época. Reflete suas características e anseios. Por isso cada Escola Literária está
envolta por aspectos exclusivos.
Escolas Características Autores e Obras

 Pero Vaz de Caminha


- Carta de Pero Vaz de
Caminha a el-rei D. Manuel
Quinhentismo Textos de caráter informativo e de caráter
 Gândavo - Tratado da Terra
(1500 - 1601) pedagógico.
do Brasil
 José de Anchieta - Poema à
Virgem

 Gregório de Matos - Triste


Bahia
Caracteriza-se pelos detalhes, pelo exagero
Barroco
e pelo rebuscamento. Nele destaca-se o  Bento Teixeira - Prosopopeia
(1601 - 1768)
cultismo e o conceptismo.
 Botelho de Oliveira - Música
do Parnaso

 Cláudio Manuel da Costa


Exaltação da natureza e linguagem simples. - Obras Poéticas
Arcadismo Este período literário é marcado
 Santa Rita Durão - Caramuru
(1768 - 1808) principalmente pela simplicidade dos temas
abordados.  Tomás Antônio Gonzaga
- Marília de Dirceu

Entre os anos 1808 e 1836 há uma fase de transição.


Escolas da Era Nacional
As escolas da era nacional caracterizam-se pela autonomia da literatura brasileira, cujo país, nesse momento, já
é independente.

Escolas Características Autores e Obras

 1.ª fase: Gonçalves Dias


Cada uma das fases do Romantismo - Canção do Exílio
apresenta características distintas:
 2.ª fase: Álvares de
Romantismo 1.ª fase: nacionalismo e indianismo Azevedo - Lira dos Vinte
(1836 - 1881)
2.ª fase: egocentrismo e pessimismo Anos

3.ª fase: liberdade  3.ª fase: Castro Alves - O


Navio Negreiro

 Realismo: Machado de
Realismo: objetividade, temática social, Assis - Memórias Póstumas
Realismo linguagem objetiva de Brás Cubas
Naturalismo
Naturalismo: linguagem mais próxima da  Naturalismo: Aluísio de
Parnasianismo
coloquial, temática polêmica Azevedo - O Mulato
(1881 - 1893)
Parnasianismo: arte pela arte, culto à forma  Parnasianismo: Olavo Bilac
- Tratado de Versificação
Escolas Características Autores e Obras

 Cruz e Sousa - Tropos e


Fantasias
Subjetivismo, espiritualidade e misticismo
Simbolismo
são características que refletem o estilo desta  Alphonsus de Guimarães
(1893 - 1910)
escola. - Kyriale
 Augusto dos Anjos - Eu

 Euclides da Cunha - Os
Sertões
O Pré-Modernismo rompe com o
Pré-Modernismo
academicismo, além do que é marcado pela  Lima Barreto - Triste Fim de
(1910 - 1922)
marginalidade das suas personagens. Policarpo Quaresma
 Graça Aranha - Canaã

O Modernismo se divide em três fases,  1.ª fase: Manuel Bandeira


caracterizadas por: - Libertinagem
Modernismo 1.ª fase: renovação estética, radicalismo  2.ª fase: Graciliano Ramos
(1922 - 1950) 2.ª fase: temáticas nacionalistas - Vidas Secas

3.ª fase: inovações linguísticas e  3.ª fase: Clarice Lispector


experimentações artísticas - A Legião Estrangeira

 Ariano Suassuna - Auto da


Compadecida
Espontaneidade, liberdade artística,
Pós-Modernismo multiplicidade de estilos e combinação de  Millôr Fernandes - Millôr
(1950 - até hoje) tendências são as principais marcas dessa Definitivo: A Bíblia do Caos
escola literária.
 Paulo Leminski - Agora é
que são Elas

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