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APOSENTADORIA
EM PERIGO
Clube dos Poupadores

Leandro Ávila

Versão 1 / 2017

www.clubedospoupadores.com

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Copyright © 2017 Leandro Ávila

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9610 de 19/02/1998.


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empregados, sejam eletrônicos, fotográficos, mecânicos, gravação ou quaisquer outros
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O conteúdo desta obra ampara-se no direito fundamental à manifestação do pensamento,


previsto nos arts. 5º, IV e 220 da Constituição Federal de 1988. Vale-se do “animus
narrandi”, protegido pela lei e pela jurisprudência (conferir AI nº 505.595, STF).

Site Oficial: http://www.clubedospoupadores.com

A958l Ávila, Leandro


Aposentadoria em perigo,
Leandro Ávila. –- Fortaleza, CE : Ed do Autor, 2017.

1. Aposentadoria. 2. Educação Financeira .

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Sumário
Tudo irá mudar.................................................................... 7
O sistema já estava dando pistas ........................................ 8
O governo não se importa com a sua opinião .................. 10
Pão, farinha ou trigo?........................................................ 12
É direito ou é um fardo? ................................................... 15
Benefícios ou malefícios?.................................................. 16
Você é a minoria mais rica? .............................................. 17
Com o FGTS é a mesma coisa: .......................................... 21
Quanto você teria se tivesse o controle? ..................... 22
Percebeu a diferença? ...................................................... 26
Quebrando suas pernas .................................................... 27
Vamos nos adaptar para sobreviver ................................. 28
Perigos da Previdência Privada ......................................... 30
Uma opção qualquer não é a solução .............................. 31
Os três maiores defeitos ................................................... 32
O que acontece se a empresa quebrar? ........................... 35
97% dos fundos fazem você perder dinheiro ................... 38
Como avaliar sua previdência privada .............................. 40
Faça suas próprias simulações .......................................... 45
Recomendações dos melhores fundos ............................. 45

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Errar custa caro ................................................................. 46
Risco Brasil ........................................................................ 47
Títulos Públicos ................................................................. 49
Diferença entre credor e contribuinte:............................. 51
Conheça os credores do Brasil: ......................................... 54
Todo seu dinheiro já está com o governo......................... 57
Calote da dívida pública .................................................... 59
Segurança ao extremo ...................................................... 60
Investimento de risco zero................................................ 62
Sentimento de culpa: ........................................................ 65
Investindo por conta própria ............................................ 67
Melhores títulos para sua aposentadoria ......................... 72
Motivação: 5 vezes mais rico ............................................ 73
Motivação: 12 vezes mais rico: ......................................... 77
Se o investimento fosse agora: ......................................... 79
Investimentos mensais para ficar com a média: .............. 83
Só invista depois de entender isso.................................... 86
Durante a sua aposentadoria............................................ 87
Ouviram os pequenos ....................................................... 89
Enquanto isso... na televisão ............................................ 90
Faça parte do Clube .......................................................... 96
Continue estudando.......................................................... 97

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“Existe apenas um bem, o saber,
e apenas um mal, a ignorância.”

Sócrates (469-399 a.C)

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Tudo irá mudar

Se você está acompanhando os últimos acontecimentos, já


deve ter percebido que o governo enfrentará sérios
problemas no futuro para pagar a aposentadoria de quem
já está aposentado e de quem ainda irá se aposentar.

As regras do jogo irão mudar novamente e devem


continuar mudando nos próximos anos. É impossível
prever quais mudanças teremos no futuro, mas a única
certeza que você deve ter é que precisa depender cada vez
menos do INSS para garantir um futuro mais seguro e
digno.

Neste livro, não quero entrar em questões partidárias.


Pouco nos importa a briga entre os políticos, pois cada dia
que passa, acredito que eles só brigam na frente das
câmeras. Por trás, são todos amigos, parceiros, sócios e
aliados independentemente da cor adotada por seus
partidos. Tudo que fazem é movido por interesses
pessoais, até quando tentam mostrar que estão
defendendo nossos interesses.

Quero falar sobre questões que irão influenciar o seu


futuro nas próximas décadas.

As decisões que você tomará hoje sobre a maneira que


ganha, gasta e investe o seu dinheiro é que irão ditar se no
futuro você será:

• Um idoso, ou idosa, pedindo esmolas nas ruas;

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• Um idoso dependente do assistencialismo do
governo, dos seus filhos e amigos;
• Um idoso independente, fazendo o que gosta,
viajando e curtindo merecidamente a vida que você
irá construir, sem depender da ajuda de ninguém.

Diante dessas opções, tenho certeza que todos nós somos


parecidos. Queremos um futuro independente e próspero.
O que nos difere é aquilo que cada um está fazendo no
presente para construir esse futuro.

O sistema já estava dando pistas

A grande verdade é que o modelo de previdência que


existe no Brasil sempre foi uma grande farsa, criada por
políticos que gostam de prometer coisas que não podem
cumprir utilizando o dinheiro da sociedade.

Antes que você saia por aí defendendo o sistema, vou


mostrar que ele sempre nos deu pistas de que era
insustentável. Isso que estamos vivendo hoje sempre
aconteceu e vai continuar acontecendo.

A primeira grande reforma da previdência aconteceu em


1998, apenas 8 anos depois da criação do INSS da forma
que conhecemos hoje. Naquele tempo os políticos já
sabiam que o modelo era insustentável. Seria apenas uma
questão de tempo para que novos remendos fossem
necessários. Foi exatamente isso que aconteceu nos
últimos anos.

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Esses “remendos” foram aprovados em 1998 (fonte), 1999
(fonte), 2003 (fonte), 2005 (fonte) e 2012 (fonte), durante
os governos de centro-esquerda e de esquerda que o país
já teve.

Muitos outros remendos estão por vir, não tenha nenhuma


dúvida com relação a isso. Todas essas mudanças, em tão
pouco tempo, reforçam o fato de que o sistema é
economicamente insustentável desde a sua concepção.

Em 1998, eu estava começando a minha vida profissional.


Quando vi o governo mudando as regras do jogo,
estabelecendo a aposentadoria por tempo de contribuição
e não mais por tempo de serviço, exigindo-se, assim, trinta
e cinco anos de contribuição do homem e trinta da mulher,
entendi que aquilo era só o começo. Vi que não fazia
sentido permitir que meu futuro ficasse dependente de um
sistema instável, que muda as regras do jogo
constantemente e sempre para pior.

Se hoje, o sistema é ou não deficitário, isso é o que menos


importa. O importante é o que você irá fazer na sua vida
pessoal para garantir um futuro melhor para você e sua
família, sem depender do governo.

Foi esse tipo de preocupação que tive desde o início da


minha vida profissional e posso garantir que não existe
nada melhor do que você ter o seu próprio projeto de
aposentadoria sem depender do INSS ou de qualquer
outra entidade que prometa cuidar do seu dinheiro melhor
do que você mesmo.

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O governo não se importa com a sua opinião

O governo não liga se você concorda ou não com as novas


reformas da previdência. Ele vai mudar as regras do jogo
novamente, da mesma forma que já fez no passado e que
continuará fazendo no futuro.

Eu vejo todas as "reformas da previdência" como um


choque de realidade para reparar a enganação que sempre
foi esse tipo de sistema que lembra um esquema de
pirâmide financeira.

Essas mudanças não ocorrem somente no Brasil. Em todo


mundo os governos estão mudando as regras para dar
uma sobrevida a este modelo insustentável. Clique aqui e
veja exemplos em países com a Grécia. Em 2010 a França
sofreu uma forte onda de greves gerais e protestos contra
as reformas feitas na previdência deles (veja aqui).

Mesmo com os protestos os governos do mudam as regras


do jogo a todo momento e ponto final.

Melhor do que ficar resmungando e defendendo um


sistema falho é trabalhar agora para eliminar sua
dependência dele.

Aumente seus esforços para ser cada vez menos


dependente do sistema de serviços e assistencialismo do
governo (saúde, educação, previdência, etc.). Isso é o
melhor que cada um pode fazer no contexto da sua vida
pessoal.

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Tirando o foco do pessoal e olhando para a coletividade,
melhor que participar de protestos de utilidade
duvidosa, seria participar de projetos de conscientização e
educação das pessoas.

É no silêncio que as grandes mudanças acontecem, só que


elas demoram muito, pois precisamos mudar cabeça por
cabeça, como você pode observar nesse desenho animado
(clique).

Defender sua dependência do sistema ou se tornar


independente do sistema será sempre uma questão de
escolha.

"Você deve entender que


a maior parte dessas pessoas
não está pronta para acordar
e muitos são tão inertes,
tão dependentes do sistema
que vão lutar para protegê-lo.”

Morpheus, Matrix

No Brasil, toda a confusão sobre esse tema nem começou


ainda. Se as regras do jogo mudarem, teremos
reclamações e protestos. Se não mudarem, também
teremos reclamações e protestos depois das
consequências.

A situação mais preocupante é a possibilidade de a


população eleger novos políticos que irão prometer coisas
que não podem cumprir para garantir mais benefícios,

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mais dinheiro e mais recursos sem dizerem de onde irão
tirar o dinheiro.

A população ainda não entendeu que o governo não


produz riquezas. Ele tira uma parte das riquezas geradas
pela sociedade e devolve apenas uma parte do que tirou,
graças a ineficiência do sistema.

Quando tive meu primeiro choque de realidade sobre a


previdência em 1998, lembro que fiquei cheio de dúvidas.

Minha grande dúvida era: será que não seria melhor criar
o meu próprio projeto de aposentadoria para não
depender do governo no futuro?

Vamos refletir sobre esse tema no decorrer deste livro,


mas antes, vamos descobrir onde estamos e para onde
estamos indo. Precisamos primeiro entender o problema
no lugar de reclamar do problema.

Pão, farinha ou trigo?

Até aqui, já vimos que não adianta ficar perdendo tempo e


energia reclamando do problema. Você só precisa
entender o problema e depois partir para a solução,
dentro das suas possibilidades e realidade.

Você não deve se comprometer com o problema. O seu


comprometimento, seus esforços e tempo devem estar
focados na solução.

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Isso vale para todos os problemas que enfrentamos na
vida. Para que você possa entender a diferença entre focar
no problema e focar na solução vou contar uma história
que tive acesso recentemente.

Era uma vez um comerciante muito


generoso, dono de uma grande padaria. A
cidade onde ele vivia passava por uma
grave crise econômica. Todos os dias
apareciam pessoas pedindo ajuda na
padaria. Naquele dia, logo na abertura da
padaria, três homens apareceram e
relataram o mesmo problema. Estavam
passando por sérios problemas financeiros.

O dono da padaria sabia que existiam


pessoas comprometidas com o problema e
outras comprometidas com a solução do
problema. Cada um vai exigir um tipo de
ajuda diferente para se sentir feliz e
satisfeito. Por este motivo, ele ofereceu três
alternativas diferentes para os três homens.
Colocou sobre a mesa um cesto de pães, um
saco de farinha e um saco de sementes de
trigo e pediu para que escolhessem qual
gostariam de levar.

Quando ele deu as três opções, um dos


homens agarrou o cesto de pães e disse:
"Muito obrigado senhor! Resolvi meu
problema e agora minha família terá pães
para comer".

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O segundo homem agarrou o saco de
farinha e disse: "Não tenho os pães, mas
com essa farinha meu problema estará
resolvido, vou fazer muitos pães para minha
família. Muito obrigado!"

O terceiro homem pegou o saco de sementes


de trigo com lagrimas nos olhos. Eram
lágrimas de felicidade. Ele disse: "Fiquei
com a melhor das três oferendas. Serei o
único que nunca mais precisará retornar
aqui para pedir pão ou farinha para o
senhor. Meu problema está definitivamente
resolvido. Muito obrigado."

Com qual dos três personagens você se identifica mais?

Se você estiver comprometido com o problema, vai


encontrar uma forma de remediar sua dificuldade no curto
prazo.

Não faltam pessoas oferecendo pães para gerar


dependência. Se você estiver focado na solução, vai
encontrar a saída que te levará para uma vida mais livre e
independente do pão dos outros.

Remediar é mais rápido e fácil. Resolver o problema, exige


esforço, trabalho e sacrifício de curto prazo.

A maioria das pessoas que vejo reclamando da


previdência, estão agarradas ao cesto de pão. Elas estão
brigando por mais pães. Nenhuma percebeu que o

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problema não será resolvido com mais pães. O problema
só será resolvido quando elas forem menos dependentes
do pão distribuído pelo governo. Depender menos da
previdência e do governo significa trabalhar e estudar para
resolver o seu problema de uma vez por todas.

Se você entender isso estará pronto para ler as próximas


páginas.

É direito ou é um fardo?

Você acredita que a sua aposentadoria, através da


previdência social, é um direito conquistado pelos
trabalhadores?

É exatamente isso que os governos e os políticos do mundo


todo querem que as pessoas acreditem. Na prática, não é
assim que as coisas funcionam.

Aquelas "contribuições" para o INSS que você e seu


empregador fazem todos os meses, na verdade são
impostos, só que com uma roupagem de benefício social.

O sistema de "benefícios" oferecido pelo governo só tem


uma finalidade real que é retirar mais dinheiro da renda
das pessoas, transferindo esses recursos para dentro da
máquina do governo, onde ele será desperdiçado das mais
variadas formas, sejam elas lícitas ou ilícitas.

O governo já fica com uma boa parte da sua renda, usando


como desculpa a oferta de serviços públicos de

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qualidade na saúde, educação, justiça, etc. Quando ele te
obriga a contribuir com o INSS, usa a desculpa de que irá
prover os recursos que você irá precisar para ter uma boa
aposentadoria no futuro. O INSS funciona como uma
seguradora pública.

Na prática, já sabemos que o governo cobra caro por


serviços de péssima qualidade, sem oferecer qualquer
garantia de que serão prestados para você. Todos são
obrigados por lei a pagar por estes serviços.

Como já falei, desde a criação do INSS, as regras do jogo


foram modificadas inúmeras vezes e tudo indica que vão
continuar mudando até o dia que pagar o INSS será tão
inútil quanto pagar qualquer outro imposto.

Benefícios ou malefícios?

O governo fica com boa parte da renda dos mais pobres,


através de descontos para cobrir "benefícios" retirados dos
salários e impostos sobre o consumo de produtos e
serviços. Isso reduz a renda das famílias e inviabiliza a
contratação de serviços privados que poderiam substituir
os serviços públicos inexistentes ou de baixa qualidade.

As famílias de classe média também pagam pelos serviços


públicos, mas conseguem alguma sobra para contratar
escolas e hospitais particulares. Na prática, as famílias
pagam duas vezes pelo mesmo serviço.

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Parece estranho, mas os impostos e contribuições que são
retirados da população, com a desculpa de que serão
usados para promover igualdade, acaba gerando
exatamente o contrário. Os mais pobres não possuem
renda suficiente para pagar duas vezes pelos mesmos
serviços.

Se o sistema criado para combater a desigualdade não


existisse, pelo menos as pessoas teriam acesso a todos os
recursos gerados pelo seu trabalho. Elas poderiam tomar
decisões melhores que o governo sobre o que fazer com o
próprio dinheiro. Quando o governo assume esse papel,
ele tira a liberdade das pessoas. O que deveria ser um
benefício se torna um malefício.

Você é a minoria mais rica?

Com base em um outro artigo que li recentemente no site


"Administradores", indicado por um leitor aqui do Clube,
resolvi refazer as contas que o autor publicou, adicionando
o efeito dos juros.

A ideia é entender o impacto negativo da poupança


forçada que a sociedade faz ao "contribuir" com o INSS e
FGTS. Como seria se esse dinheiro fosse controlado por
você e não pelo governo?

Vamos imaginar que você ganha um salário de apenas R$


1.000,00 por mês.

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Se você acha pouco, saiba que a renda média, por pessoa,
dos brasileiros é de apenas R$ 1.113,00, segundo o
IBGE (fonte). Se na sua casa, a renda da família dividida
pelo número de pessoas é maior que isso, saiba que você
faz parte de uma "elite de privilegiados". Você compõe a
minoria dos mais ricos.

Vamos simular. Seu salário é de R$ 1000,00 e a empresa


onde você trabalha descontaria 8% do seu salário (R$ 80)
e ainda pagaria 20% (R$ 200) ao entregar R$ 280
mensalmente nas mãos do governo referente ao que
precisa ser pago para a previdência social.

Antes de continuar, peço sua atenção para um fato. Esses


R$ 200 que o empregador pagará para o governo, é fruto
do seu trabalho e não sai do bolso do empregador, como
muitos imaginam. Para a empresa, o custo da sua
contratação é a soma de tudo que ela precisa desembolsar
para manter você empregado. Para que o seu emprego se
torne economicamente viável para o empresário, é
necessário que você trabalhe o suficiente para que todos
esses custos e exigências do governo possam compensar.
Quando não compensa, o resultado é a sua demissão ou
sua não contratação.

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A tabela acima, gerada através desta planilha aqui (que
encontrei na internet),serve apenas para que você tenha
consciência de quanto você precisa trabalhar mensalmente
para pagar o governo e tudo que você acha que são direitos
e benefícios recebidos "de graça". Nada é de graça.

Veja que para receber um salário de R$ 1.000,00 você


seria obrigado(a) a trabalhar para pagar R$ 2.254,10
referente a todos os custos que a sua contratação geraria,
sem falar nos custos operacionais da empresa e o lucro do
seu empregador, pois sem a possibilidade de lucro o seu
empregador não empreenderia.

Aquilo que você recebe da empresa e do governo, achando


que está "ganhando" alguma coisa, é pago pelo seu
trabalho, centavo por centavo. O empregador e o governo
só devolvem parte das riquezas que você gerou onde o
primeiro fica com uma parte que chama de lucro e o outro
chama de impostos, taxas e contribuições.

No decorrer das últimas décadas, políticos diferentes


criaram os mais variados tipos de "direitos e benefícios".
Eles fizeram você acreditar que são mais inteligentes,
competentes e hábeis nos cuidados com o dinheiro da sua
aposentadoria. Os governantes supõem que você é inapto
para cuidar, poupar e investir seu dinheiro pensando no
futuro.

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Com o FGTS é a mesma coisa:

O mesmo acontece com suas reservas no caso de uma


demissão. Para o governo, você é incapaz de fazer uma
reserva de emergência poupando uma parte do seu salário.
Eles criaram o FGTS para "salvar" o seu dinheiro de você
mesmo.

No lugar de estimular a educação financeira para que as


pessoas cuidem do próprio dinheiro, o governo escolheu
cuidar do seu dinheiro para você.

Seguindo o nosso exemplo inicial, se você ganhasse R$


1.000,00 por mês, seu empregador seria obrigado a
transferir R$ 80, daquilo que você produziu no mês, para
a sua conta no FTGS.

O governo fará o que bem entender com o seu dinheiro e,


no final, pagará uma remuneração de apenas 3% de juros
por ano + TR. A poupança, que é um dos investimentos
menos rentáveis, faria seu dinheiro render o dobro.

Um exemplo de uso do seu dinheiro ocorre quando o


governo empresta seus recursos para os bancos públicos.
Seu FGTS é uma fonte de dinheiro barato (mal
remunerado) para financiar obras realizadas por
consórcios de empreiteiras (amigas do governo que
monopolizam o mercado) e que estão envolvidas em
escândalos de corrupção investigados pela polícia (fonte).

Somando os pagamentos de INSS (R$ 80 + R$ 200 = R$


280) e FGTS (R$ 80) podemos afirmar que o governo está

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obrigando você a produzir R$ 360 a mais, para que o seu
empregador possa pagar o seu salário de R$ 1.000,00 e
ainda repassar outros R$ 360 para o governo, sem que
isso torne sua contratação desvantajosa.

Esse dinheiro será controlado pelo governo por várias


décadas, até o dia da sua aposentadoria ou demissão. Você
até poderá antecipar o recebimento do seu FGTS, mas
para isso, terá que se enquadrar em uma das 1001 regras e
exceções que eles criam a todo momento para dificultar
seu acesso ao seu dinheiro.

Quanto você teria se tivesse o controle?

Vamos imaginar um mundo fantasioso onde todas as


pessoas receberam uma boa educação financeira na escola
e aprenderam como ganhar, poupar e investir o próprio
dinheiro pensando no futuro.

Imagine que essas pessoas financeiramente educadas


conseguiram votar em políticos que mudaram as regras do
jogo pela última vez. Agora, as pessoas terão o direito de
tomar decisões sobre onde e como investir os recursos da
sua aposentadoria e FGTS.

Imagine que você vive neste mundo fantasioso e que entre


os 22 e 65 anos recebeu esses R$ 360 (do INSS e FGTS)
mensalmente em uma conta para investimentos que seria
livre de taxas e imposto sobre o rendimento.

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Durante esses 43 anos você investiu esses R$ 360 mensais
em aplicações financeiras que renderam 6% ao ano acima
da inflação ou 0,5% ao mês. Isso é o que você conseguiria
se pudesse investir o seu dinheiro em um título público
como o Tesouro IPCA oferecido através do Tesouro
Direto para qualquer cidadão nos dias de hoje. Para
aprender mais sobre investimentos leia esses livros aqui.

Agora vamos descobrir quanto você teria no futuro através


do nosso simulador de juros compostos, onde você pode
simular este ou outros valores. Veja a foto que tirei da
simulação que fiz:

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Durante os 43 anos poupando R$ 360 você teria
acumulado R$ 185.760,00 fruto do seu trabalho. Os outros
R$ 686.345,14 seriam gerados através do efeito dos juros
compostos (juros sobre juros).

No gráfico, podemos observar que no meio da sua


trajetória, os juros mensais do seu investimento (linha
amarela) já seriam maiores que o valor investido
mensalmente (linha vermelha). Isso significa que o seu
investimento se tornaria um gerador de renda passiva que
cresceria exponencialmente.

Como falei, esses 0,5% seriam acima da inflação através de


um investimento como o Tesouro IPCA. As próprias
prestações de R$ 360 por mês deveriam ser reajustadas
pela inflação, pois seu salário certamente seria. Isso
garantiria que no final do processo de investimento você
tivesse um valor futuro com o mesmo poder de compra de
R$ 872 mil nos dias de hoje.

Ao completar seus 65 anos esses 872 mil, rentabilizados


com 0,5% ao mês, produziriam uma renda de R$ 4.360,52
(0,5% ao mês) acima da inflação e sem a necessidade de
gastar o valor principal. Se a sua rentabilidade fosse de 1%,
a sua renda mensal seria de R$ 8.720,00.

Sua rentabilidade no mundo dos investimentos


dependeria apenas do seu nível de conhecimento sobre
investir seu dinheiro aproveitando as oportunidades que o
próprio mercado oferece para aqueles que já sabem
investir.

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Se você optasse por gastar os juros e uma parte do valor
principal, para não deixar herança para seus familiares,
seu padrão de vida seria ainda maior. Qualquer pessoa
pode aprender a investir (livros que recomendo).

Você ainda deve considerar que não passaria a vida toda


ganhando o equivalente a R$ 1.000,00. Teoricamente as
pessoas buscam mais conhecimento, experiência e
qualificação profissional para ganhar mais com o passar
do tempo.

Durante seus 43 anos de carreira, sua renda mensal


atingiria valores maiores e a suas contribuições para a
aposentadoria também seriam maiores. Isso significa que
no final de 43 anos você teria acumulado um valor muitas
vezes maior do que esse apresentado na nossa simulação.

Você também poderia optar por contribuir mais, por um


tempo mais curto, para se aposentar antecipadamente.

Quando você tem pouco dinheiro investido as opções de


investimentos disponíveis são limitadas. Com o passar do
tempo, e aumento do volume investido, você passa a ter
acesso a investimentos que exigem valores maiores para
que você tenha acesso.

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Percebeu a diferença?

Agora você consegue perceber que jamais o INSS será


capaz de garantir uma aposentadoria de R$ 8.720,00 para
alguém que passou a vida toda recebendo um salário
equivalente a R$ 1.000,00?

O dinheiro que você está "contribuindo" nunca vai gerar os


benefícios que seria capaz de gerar se você estivesse no
controle dos seus investimentos.

Se as pessoas fossem preparadas para lidar com o próprio


dinheiro e tivessem a liberdade de cuidar dos frutos do seu
trabalho, o futuro seria bem diferente.

Infelizmente vendem a ideia de que as contribuições para


o INSS e FGTS são direitos adquiridos, quando na verdade
são obrigações que geram resultados ineficientes ou nulos
como qualquer imposto.

Uma poupança forçada não é um direito. O verdadeiro


direito, que o Estado tira das pessoas a todo momento, é o
direito de ter liberdade sobre os frutos do seu trabalho e
das suas iniciativas empreendedoras.

O pior é que, movidos pela ignorância financeira, milhões


de pessoas perdem tempo e energia defendendo a
existência e ampliação de sistemas como esse.

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Quebrando suas pernas

Dizem que o governo é especialista em quebrar as


suas pernas, para depois te "dar" uma cadeira de rodas.
Essa cadeira será comprada com o dinheiro dos impostos
que você trabalhou para pagar. O governo ainda te fará
acreditar que andar é um direito conquistado, um
benefício que só é possível graças ele. Você vai acreditar,
vai votar e defender os políticos que "trabalham" para
garantir o seu "direito" de andar e o "benefício" de ter uma
cadeira de rodas "grátis".

Infelizmente é isso que acontece com a previdência social e


outras formas de retirar dinheiro das pessoas utilizando
desculpas de que são direitos e benefícios.

Quanto maior for a transferência de dinheiro da população


para um sistema ineficiente, mais o país elevará seus
índices de pobreza.

Lutar contra a ignorância financeira, econômica e política


de centenas de milhões de brasileiros é uma tarefa difícil e
demorada.

Enquanto as pessoas continuarem exigindo direitos,


benefícios e privilégios dos políticos, achando que estão
resolvendo seus problemas, teremos cada vez mais
recursos saindo do bolso da sociedade e desaparecendo no
buraco negro de ineficiência do sistema público.

Um país rico é aquele formado por pessoas que sabem


cuidar do seu próprio dinheiro, para que um dia possam se

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tornar pessoas ricas graças aos frutos do próprio trabalho,
da poupança e dos investimentos produtivos feitos com
inteligência.

Um país pobre é aquele que possui um governo que tiram


cada vez mais dinheiro e liberdade das pessoas para
garantir direitos e benefícios através de um sistema
ineficiente e corrupto de "distribuição de pão". A ideia
central deles é gerar cada vez mais dependência e não
liberdade.

As pessoas precisam ter mais liberdade para construir o


próprio futuro.

Vamos nos adaptar para sobreviver

Já que mudar um povo pode demorar décadas ou séculos,


o Brasil continuará sendo um país de juros reais elevados e
inflação elevada. Ficar reclamando não resolve o seu
problema. Você precisa se adaptar ao sistema para poder
sobreviver e garantir um futuro melhor para você durante
sua aposentadoria.

Por este motivo, você precisa iniciar uma estratégia para


garantir a sua aposentadoria utilizando as regras do jogo
vigentes e mantendo o máximo de controle sobre seus
recursos para que possa se adaptar sempre que as regras
do jogo mudarem no futuro.

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Não tenha dúvidas de que as regras do jogo sempre serão
modificadas. Sempre foram e por este motivo, sempre
serão.

Basta olhar todas as medidas políticas e econômicas


envolvendo investimentos, previdência privada e pública,
impostos e tudo que envolve seu dinheiro nos últimos 30
anos. Se mudanças aconteceram inúmeras vezes no
passado, tudo indica que o padrão vai se repetir nas
próximas décadas.

O mais importante só depende de você. Será a sua


capacidade de adaptação e seu conhecimento, pois a única
certeza que temos é que nada será certeza por muito
tempo. Não importa se você tem 20, 30, 40, 50 ou 60 anos
de idade. É uma questão de sobrevivência ter um projeto
pessoal para aqueles dias que você não terá mais a
disposição, tempo e vitalidade para trabalhar como nos
dias de hoje.

Se a ciência diz que viveremos por mais de 100 anos, que


possamos planejar nossa vida com dignidade, sem
depender dos governos, sem depender de favores dos
filhos, parentes e amigos. Você só pode depender de você
mesmo. O seu futuro depende daquilo que você irá
começar a fazer agora.

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Perigos da Previdência Privada

Você precisa ter muito cuidado com os planos previdência


privada. Essa é a constatação que a maioria chega quando
olha detalhadamente a rentabilidade e os custos dos
planos de previdência privada mais populares oferecidos
pelos grandes bancos. O arrependimento de investir
errado nesta modalidade custa caro.

Previdência social e privada são duas formas de transferir,


para terceiros, a responsabilidade de cuidar do seu
dinheiro para a sua aposentadoria. Se pelo menos esses
terceiros fossem capazes de fazer o seu dinheiro render
mais do que você faria, a ideia seria boa.

Veremos que os números mostram o contrário. Os


resultados apresentados pelos fundos de previdência
privada são piores do que aquilo que você conseguiria
obter se fizesse seus investimentos por conta própria,
mesmo sendo um iniciante seguindo estratégias
conservadores.

Já mostrei que a previdência social, oferecida pelo


governo, custa caro, é ineficiente e não oferece garantias
de que o governo irá entregar aquilo que prometeu quando
você começou a contribuir com o sistema.

Vimos que o sistema funciona como uma pirâmide


financeira e as suas regras precisam mudar a todo
momento para que não quebre. Cada vez que a regra
muda, o sistema fica menos vantajoso para o trabalhador,
indicando que é um sistema falho desde a sua concepção.

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Hoje, veremos que as vantagens oferecidas pelos bancos
quando tentam vender planos de previdência privada
escondem taxas muito elevadas que inviabilizam qualquer
vantagem atribuída a esses planos.

Continue lendo para entenda por qual motivo você deveria


assumir a responsabilidade por investir o dinheiro da sua
aposentadoria no lugar de transferir essa responsabilidade
para outras instituições, pagando muito caro por isso.

Uma opção qualquer não é a solução

Sempre que o governo anuncia mudanças na previdência


social, as pessoas aumentam os recursos investidos em
planos de previdência privada como se isso fosse uma
solução ou a melhor das opções.

Você verá nessa reportagem que até professores de


finanças de instituições conceituadas afirmam que a
previdência privada é uma opção para quem tem
"pouca intimidade com produtos financeiros".

No meu entendimento, essa afirmação seria a mesma coisa


de um nutricionista declarar que fazer suas refeições nas
lanchonetes do tipo fast-food é uma opção para quem tem
"pouca intimidade com a cozinha" ou pouca intimidade
com os conhecimentos necessários para fazer uma
alimentação saudável e equilibrada.

Entendo que fast-food não deveria ser uma solução para


quem não entende de nutrição ou não sabe cozinhar, da

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mesma forma que planos de previdência privada não
deveria ser uma solução para quem não sabe investir.

Opção boa para quem não sabe alguma coisa é aprender.

Solução para quem não tem intimidade com produtos


financeiros é adquirir os conhecimentos necessários para
que esses produtos financeiros façam parte da sua
intimidade, de tal forma que você nunca mais tenha que
fazer papel de bobo pagando taxas abusivas, para não
dizer imorais, cobradas por algumas instituições grandes
que oferecem planos de previdência privada populares.

Os três maiores defeitos

Vou comentar os resultados de um estudo que tive acesso


recentemente (este aqui) com números que servem de
alerta para que você avalie o plano de previdência que você
utiliza ou que está planejando contratar.

O fundo de previdência é o segundo tipo de fundo que


mais recebe investimentos dos brasileiros. Eles ganham
dos fundos de ações, fundos multimercado, fundos
cambiais, estruturados e ETFs.

Isso não é o resultado da preferência do brasileiro por este


tipo de investimento. Os números refletem o eficiente
trabalho dos gerentes de banco e funcionários de
seguradoras que são treinados pelas instituições onde
trabalham e recompensados quando conseguem convencer

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o maior número possível de clientes a investir em fundos
de investimento e fundos de previdência privada.

Todo investimento é entregue com um pacote de


vantagens e outro de desvantagens. Já mostrei neste outro
artigo que se existisse algum investimento que só tivesse
vantagens, as pessoas já teriam descoberto essa
modalidade e todas as outras possibilidades já teriam
deixado de existir. Já escrevi outros artigos criticando os
planos de previdência privada.

Vou apresentar apenas 3 problemas neste livro:

1. As taxas cobradas de quem investe em fundos de


previdência, especialmente aqueles fundos mais
acessíveis, são tão elevadas que neutraliza qualquer
outra vantagem que tentam apresentar sobre esse
tipo de fundo.

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2. Outro problema é a maneira como o imposto de
renda é cobrado nos fundos de previdência. As
regras são confusas e logo no início do investimento
você precisa tomar uma decisão entre PGBL ou
VGBL, com a tabela regressiva ou progressiva, sem
a possibilidade de mudar de ideia depois. Se você
fizer a escolha errada, poderá ser obrigado(a) a
pagar as maiores alíquotas que são de 35% na
tabela regressiva e 27,5% na tabela progressiva.
Suas escolhas hoje podem ser vantajosas para sua
realidade hoje, mas as circunstâncias da nossa vida
estão sempre mudando. Se você acompanha os
artigos gratuitos do Clube dos Poupadores ou já leu
minha série de livros sobre educação financeira,
sabe que existem investimentos isentos de imposto
de renda, sabe que o imposto de renda dos
investimentos é aplicado apenas sobre o
rendimento (e não sobre todo o valor investido
como alguns fundos de previdência) e que varia
entre 15% e 22,5%. Muitos investimentos são
isentos de taxas.
3. Um problema grave, que poucos percebem, é o que
acontece se a instituição que ofereceu o seu plano
de previdência privada quebrar. Estamos falando de
um investimento de longo prazo onde você colocará
seu dinheiro por muitas décadas. Na fase de
recebimento do benefício, se for vitalício, você
dependerá da saúde financeira da instituição por
muitas décadas.

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O que acontece se a empresa quebrar?

É importante que as pessoas saibam que não existe Fundo


Garantidor de Créditos oferecendo proteção para o caso de
falência da empresa que administra os recursos do seu
plano de previdência privada. Você já deve saber que o
FGC oferece uma proteção para aqueles que fazem
investimentos em CDB, LCI, LCA, RDB, LC, Poupança,
compromissadas ou que simplesmente deixam seu
dinheiro parado na conta corrente.

No caso dos títulos públicos, a garantia de pagamento é do


Tesouro Nacional, que é o lugar para onde vai o dinheiro
dos brasileiros pagadores de impostos. Em último caso, o
governo é a única instituição que tem o poder de imprimir
dinheiro para pagar suas dívidas, mesmo que isso resulte
em inflação. Isso justifica o fato dos países nunca optarem
pelo calote da dívida interna (paga com moeda local)
quando estão em crise.

Devemos lembrar que as empresas que oferecem fundos


de previdência são classificadas como seguradoras.

Quando os bancos oferecem planos de previdência, na


verdade são as seguradoras dos bancos que oferecem os
planos. Essas seguradoras que fazem parte de grandes
bancos certamente são as mais seguras, ou seja, com
menor risco de quebrar ou apresentar problemas
financeiros no futuro.

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Grandes bancos não quebram com frequência. O problema
é que as rentabilidades dos fundos oferecidos por estes
grandes bancos são as piores que existem.

Quando olhamos a rentabilidade dos fundos de


previdência das instituições menores, conseguimos
encontrar alguma vantagem. Talvez você encontre planos
de previdência privada com taxas competitivas, isentos de
taxa de carregamento, saída e com rentabilidade atrativa
nas instituições menores. O problema é que estas
instituições menores não possuem a solidez das maiores.

Considere que estamos falando de investimentos através


de uma instituição que precisa se manter sólida por várias
décadas. Olhe para o passado e veja as turbulências
econômicas e polícias que o Brasil enfrentou nos últimos
10, 20 ou 30 anos. Se o passado foi repleto de crises, o
futuro não será tão diferente.

Será que estas instituições menores se manterão saudáveis


com o passar das décadas? É um risco que você irá
assumir ao colocar todo o seu dinheiro em uma única
instituição. Nessa reportagem aqui é possível observar a
opinião do Prof. Samy Dana sobre os riscos de enfrentar
problemas se a instituição quebrar. Uma alternativa para
aproveitar as condições melhores de instituições menores
seria descentralizar os investimentos, tendo mais de um
fundo de previdência utilizando instituições diferentes.

Vale lembrar que as empresas que oferecem planos de


previdência privada sofrem a supervisão de instituições
como a CNSP e SUSEP.

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Os fundos de previdência coletiva também são
supervisionados por autarquias como a Previc e mesmo
assim, os maiores fundos deste tipo, todos ligados a
estatais, são investigados por desvios de R$ 8 bilhões (leia
a notícia).

Na minha opinião, quanto mais você transferir e


concentrar recursos, fruto do seu trabalho, para a gestão
financeira de terceiros, maior será o seu risco de enfrentar
problemas relacionados com má gestão, falência,
incompetência, má-fé e outros.

A situação ideal seria você adquirir o conhecimento


necessário para fazer seus próprios investimentos, como se
estivesse gerindo o seu próprio fundo de investimentos
pessoal.

Como educador financeiro, autor de livros sobre o assunto,


posso afirmar que o investimento mais importante que
você pode fazer é na sua educação financeira.

Nesta situação você teria a liberdade de diversificar seus


investimentos para evitar o risco de ter todo o seu dinheiro
concentrado em um único banco, única corretora ou única
modalidade de investimento.

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97% dos fundos fazem você perder dinheiro

Não tenho dúvida nenhuma que qualquer pessoa com


conhecimentos básicos, consegue diversificar seus
investimentos, mantendo as garantidas do FGC, com
resultados próximos ou melhores que a taxa básica de
juros (Taxa Selic) ou a taxa DI (CDI) que é a referência
para os investimentos mais conservadores de renda fixa.

Mostrarei agora que, apesar de cobrarem caro para cuidar


do seu dinheiro, são raros os fundos de previdência que
conseguem entregar uma rentabilidade maior que o CDI.

O estudo que me referi no início do artigo (este aqui)


analisou 1008 fundos de previdência de um universo de
1565 fundos que existem atualmente. Eles classificaram os
fundos como sendo de renda fixa, conservador, moderado
e agressivo. Os de renda fixa são os fundos de previdência
que investem o dinheiro dos seus participantes em títulos
públicos e títulos privados de renda fixa.

Entre os 375 fundos previdenciários de renda fixa, apenas


68 conseguiram superar a taxa DI (CDI) nos últimos 12
meses. Isso significa dizer que 307 fundos ou 81% dos
fundos perderam para o CDI. Você não precisa pagar
ninguém para fazer investimentos de renda fixa para
perder do CDI. Qualquer um perde do CDI deixando o
dinheiro parado na Poupança, sem pagar qualquer taxa ou
imposto.

Quando observamos prazos maiores que 48 meses, os


resultados são ainda piores. O estudo concluiu que apenas

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2,9% dos fundos conseguiram bater o CDI. Isso significa
que 97% dos fundos de previdência fizeram seus clientes
perder dinheiro. Imagine essas perdas multiplicadas pelas
centenas de bilhões de reais que os brasileiros possuem
nesses fundos.

O responsável pelo estudo ainda brincou dizendo que um


macaco, fazendo uma prova de múltipla escolha de 5
opções, conseguiria uma taxa de sucesso de 20%, muito
maior que o resultado obtido por toda a indústria dos
fundos de previdência do Brasil.

Quando estamos falando de fundos de renda fixa, que só


precisam investir seu dinheiro em títulos conservadores,
não existe nada de especial para ser feito pelos gestores do
fundo. São as taxas absurdas que eles cobram que fazem
os clientes do fundo terem baixa rentabilidade.

Os gestores desses fundos literalmente "parasitam" as suas


economias para a sua aposentadoria, pois nada fazem
além daquilo que você mesmo(a) poderia fazer com o
conhecimento mínimo de educação financeira e
investimentos, como aqueles que podem ser encontrados
em livros sobre o assunto.

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Como avaliar sua previdência privada

Quando escrevo este tipo de conteúdo, os leitores tendem


a escrever enormes comentários detalhando seus planos
de previdência privada e me pedindo para avaliar se são
bons ou ruins. Como educador, esse não é o meu
propósito.

Não quero que você fique dependente de ninguém para


avaliar o que fazer com o seu dinheiro. Meu objetivo como
educador é fazer você andar com suas próprias pernas.

É fundamental que você aprenda a localizar as


informações do seu fundo para comparar aquilo que estão
entregando com aquilo que você poderia ganhar se já
soubesse investir seu próprio dinheiro. Vou mostrar uma
forma simples de fazer comparações.

Existem diversos sites na internet que permitem comparar


os resultados dos fundos de previdência com a taxa DI
(CDI). A taxa DI é o que você receberia se investisse seu
dinheiro por conta própria, através de bons CDB, LCI e
LCA, que pagam próximo de 100% do CDI, e títulos
públicos como o Tesouro Selic (que segue a taxa Selic que
costuma ser um pouco maior que a taxa DI).

Como preciso dar um exemplo, vamos avaliar algum fundo


de previdência popular de algum banco. Nesta página
aqui você encontrará a lista de todos os fundos de
previdência oferecidos por um determinado banco. Cada
banco tem sua página onde lista os dados dos seus fundos
de previdência.

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Vamos pegar um dos fundos mais antigos exibidos na
página do banco e que faça investimentos conservadores
que deveriam superar, ou render pelo menos próximo,
da taxa DI (CDI).

Esse fundo que vamos usar no nosso exemplo se chama


"BRASILPREV RT FIX FIC FI RENDA FIXA".
Pesquisando através do site "Infofundos" encontrei o
gráfico que faz a comparação nesta página aqui.

Se as pessoas que investiram juntas mais de R$ 4,7 bilhões


neste fundo, que cobra 3,4% ao ano de taxa, tivessem feito
investimentos capazes de render o equivalente a 100% do
CDI (basta aprender a investir), elas teriam uma
rentabilidade bruta de 267% (linha vermelha) no lugar de

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159% (linha azul) entre 12/04/2005 e 12/12/2016. É uma
diferença de 108 pontos percentuais. Se a pessoa tivesse
R$ 100.000,00 investidos, essa diferença significaria
ganhar R$ 267.000,00 de juros no lugar de R$
159.000,00 para garantir a sua aposentadoria. O preço da
ignorância financeira seria de R$ 108 mil.

No site "MelhoresFundos" (veja aqui) é possível observar a


rentabilidade mensal do fundo e constatar, em um
pequeno relatório no final da página, que em 132 meses o
fundo perdeu do CDI 127 vezes.

Durante 4 meses diferentes chegou a registrar


rentabilidade negativa (fazendo as pessoas perderem
dinheiro) durante o ano de 2013.

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Outro lugar que você pode utilizar para investigar dados
sobre seu fundo de previdência é através da página da
CVM (http://sistemas.cvm.gov.br/?fundosreg). Basta
digitar o nome do fundo e o número que aparece na figura
da lateral direita para conseguir pesquisar.

Até a composição da carteira de investimentos pode ser


consultada. No caso específico deste nosso exemplo, foi
possível observar que se trata de um fundo que investe em
outros fundos. O dinheiro dos investidores é investido em
seis outros fundos geridos pelo mesmo banco. Observando
esses fundos pude constatar que investem em títulos
públicos, os mesmos títulos que qualquer pessoa poderia
investir através do Tesouro Direto com uma taxa de
apenas 0,3% ao ano da BM&FBOVESPA.

Vamos pegar o exemplo do primeiro gráfico e simular o


que teria ocorrido se alguém tivesse investido R$ 100 mil
na poupança em 12/04/2005. Como você pode ver na
simulação abaixo, a rentabilidade seria de 132%. A pessoa
receberia R$ 132.773,23 de juros se tivesse R$ 100 mil
investidos. Você pode fazer simulações como a figura
abaixo visitando aqui.

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Para fazer simulações baseadas na rentabilidade de
investimentos que seguem a taxa DI (CDI) você deve ler as
orientações de uso do simulador nesta outra página
aqui. Para fazer simulações com base na taxa Selic visite
aqui

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Faça suas próprias simulações

Mostrei um roteiro simples para motivar você a investigar


os resultados do fundo de previdência onde você já investe
ou dos fundos que você está planejando investir.

Quanto mais modalidades de investimento você conhecer,


maior será a sua capacidade de comparar os resultados
dos fundos onde você investe com os resultados que teria
se estivesse em outras possibilidades.

Recomendações dos melhores fundos

Não cometa o erro de sair por aí procurando aquelas listas


dos melhores fundos de previdência com base nos
resultados dos últimos meses ou anos. Todos os estudos
que já vi sobre o desempenho de fundos mostram que
aqueles que conseguem boa rentabilidade, só o fazem no
curto prazo. Não conseguem manter bons números por
muito tempo.

Quando você compara o resultado de vários anos, a


quantidade de fundos que consegue superar indicadores
como o CDI é muito pequena. No caso dos fundos de
ações, são poucos os que superam o índice Bovespa por
muito tempo. A maneira como os fundos aparecem e
desaparecem das listas dos melhores fundos dá a entender
que essas listas são baseadas na sorte ou no azar e não
na competência dos seus gestores.

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Vale lembrar que os gestores desses grandes fundos
cobram suas taxas sem nenhuma preocupação com o
retorno que geram para você. Tanto faz se o fundo
conseguiu ou não atingir seu objetivo, que seria entregar
uma rentabilidade maior do que aquela que seria possível
para uma pessoa leiga atingir.

Após convencer você a investir no fundo de previdência,


eles sabem que custa muito caro sair, pois o sistema
tributário foi arquitetado para penalizar aqueles que saem
dos fundos de previdência. As pessoas simplesmente
esquecem de avaliar os resultados dos fundos de
previdência. Os aportes são automáticos, com débitos
mensais na conta corrente. Os gestores também sabem
que são raras as pessoas que gastam tempo pesquisando
outros fundos com o objetivo de fazer a portabilidade.

Errar custa caro

Se você pretende fazer um plano de previdência privada,


faça uma boa pesquisa. Não fique limitado aos fundos de
previdência do grande banco onde você possui conta. Já
existem corretoras que oferecem fundos de diversas
instituições.

No meio de milhares de fundos ruins, é possível encontrar


alguns bons fundos, pelo menos são temporariamente
bons. É difícil, para não dizer impossível, ter a certeza de
que um bom fundo de previdência se manterá bom por
várias décadas.

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O grande problema de uma decisão errada é que custará
muito caro desistir no meio do caminho. Os impostos e
taxas são elevados quando você desiste.

Se você tomar a decisão de investir em fundos de


previdência, faça isso como um investimento
complementar e não como o investimento principal para a
sua aposentadoria. Diversifique em mais de uma
instituição para não concentrar os recursos.

Risco Brasil

Na minha opinião, é fundamental acompanhar seu


patrimônio de perto pelo simples fato de vivermos no
Brasil. Nosso país sempre foi economicamente instável,
politicamente problemático e moralmente deficiente.
Constatar isso é simples.

Na nossa história recente, já temos dois presidentes


impeachmados por terem cometido crimes (fonte 1 e fonte
2) e um ex-presidente indiciado por corrupção e lavagem
de dinheiro (fonte).

Um ex-presidente da câmara está preso (fonte) e o do


senado está indiciado por corrupção ativa e lavagem de
dinheiro (fonte).

Um dos últimos ministros da Fazenda chegou a ser preso


(fonte) e aquele que estava no poder antes dele continua
preso (fonte).

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Que relação tudo isso tem com o seu dinheiro? Foram
essas pessoas que um dia tomaram as decisões sobre a
criação, mudança e aplicação de leis que interferiram
diretamente na maneira como você investe o seu dinheiro.

É esse tipo de gente que as pessoas estão elegendo todos


os anos para os cargos mais importantes do país.

Foram elas que escolheram as pessoas que iriam ocupar a


direção de todos os órgãos importantes do sistema
financeiro. Você consegue perceber a gravidade disso?

Grandes instituições financeiras como o maior (fonte) e o


segundo maior (fonte) banco do país são investigados por
crimes.

Os bancos onde milhões de brasileiros colocam suas


economias são suspeitos de pagarem propina a
funcionários públicos para se livrarem de multas impostas
pela Receita.

Se os grandes fazem isso para garantir suas margens de


lucro, você colocaria a sua mão no fogo pelas pequenas
instituições?

Isso mostra que não podemos concentrar nossos recursos


em apenas uma instituição, mesmo que sejam as maiores.
Também não podemos investir e depois esquecer o
dinheiro sem acompanhar os resultados regularmente.

Diante de tudo isso, na minha opinião, concentrar seus


recursos em um único investimento de previdência

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privada ou em uma única instituição financeira representa
elevar o risco de problemas futuros. Ao distribuir seus
recursos em investimentos diferentes e em instituições
diferentes você dilui o risco de concentrar tudo em um
único lugar.

Títulos Públicos

Hoje vou mostrar motivos para que você invista em títulos


públicos como um complemento para o seu projeto de
aposentadoria, reduzindo sua dependência pelos recursos
do INSS e de planos de previdência privada.

Já vimos que transferir toda a responsabilidade de gerir os


recursos da sua aposentadoria para terceiros não é uma
boa ideia. Creio que todos precisam ter um "plano B" para
o caso desses terceiros falharem no futuro.

Vimos que a previdência social é um sistema insustentável


e que os planos de previdência oferecidos pelos grandes
bancos são apenas fundos de investimento
ruins disfarçados de uma "solução" privada para a sua
aposentadoria.

Agora, veremos onde os bancos, fundos de pensão, fundos


de previdência e similares investem o dinheiro das
pessoas.

Você verá que é possível reduzir a participação desses


intermediários do seu projeto de aposentadoria, sem

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elevar riscos, pois você poderá fazer os mesmos
investimentos que eles fazem, só que sem remunerá-los
por isso. Você não precisa pagar uma instituição que irá
parasitar os recursos da sua aposentadoria por décadas.

Dificilmente você encontrará especialistas na imprensa


defendendo que devemos cuidar do nosso próprio
dinheiro, especialmente quando estamos falando de
aposentadoria.

Muitos educadores financeiros renomados se limitam a


recomendar que as pessoas paguem o INSS e um plano de
previdência privada. Isso ocorre porque só você lucra
quando toma a decisão de se reeducar financeiramente
para tornar-se capaz de assumir o controle dos seus
investimentos.

Existe uma indústria bilionária de instituições e


profissionais dispostos a cuidar do seu dinheiro. Muitos
educadores financeiros, defendem planos de previdência
por serem pagos para palestrar sobre o assunto. São raros
os educadores que falam aquilo que as pessoas deveriam
saber, pois temem perder a renda de suas palestras e dos
seus programas de treinamento sobre planejamento para
aposentadoria.

Tanto o governo, quanto as instituições financeiras,


lucram fortunas quando você acredita que eles serão
capazes de cuidar do seu dinheiro melhor do que você
mesmo.

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Diferença entre credor e contribuinte:

Você já deve ter percebido que o governo trata credores e


contribuintes de maneira diferente.

O contribuinte é aquele que passa a vida toda pagando


impostos, taxas e contribuições, com a esperança de que o
governo oferecerá algum serviço público ou benefícios em
troca. Exemplos: saúde, educação, segurança, justiça e
uma boa aposentadoria. Infelizmente, você já deve ter
percebido, não existe nenhuma garantia e nenhum
comprometimento dos políticos de que o seu dinheiro
retornará para você na forma de bons serviços.

O credor é aquela instituição ou pessoa, que empresta o


seu dinheiro para o governo por livre e espontânea
vontade. Esse empréstimo é feito através da compra de
títulos públicos emitidos pelo Tesouro. O governo garante
a recompra desses títulos, com juros, no futuro.
Infelizmente, os trilhões que o governo retira da população
todos os anos através dos impostos são insuficientes para
investir em saúde, educação, infraestrutura, etc. Para não
fechar no vermelho, governos de todo mundo emitem
títulos públicos.

Você já deve ter percebido que quando o governo dá um


"calote" nos contribuintes (os pagadores de impostos),
nada acontece. Quantas vezes você já viu notícias sobre o
mau uso do dinheiro dos nossos impostos? O governo
arrecada, gasta o dinheiro da pior forma possível e fica por
isso mesmo. Muitas vezes, o dinheiro simplesmente é
roubado por criminosos que se tornam políticos ou

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funcionários públicos. Para completar essa tragédia, de
quatro em quatro anos, os contribuintes, que também são
eleitores, votam nos mesmos políticos que fizeram mau
uso dos recursos públicos.

No caso dos credores, a situação é totalmente diferente.


Eles não perdoam, não esquecem, não deixam qualquer
deslize passar em branco. Isso ocorre porque os grandes
credores dos governos não são os contribuintes, pelo
menos, não diretamente. Os grandes credores de um país
são outros países e instituições financeiras poderosas
como grandes bancos, fundos de pensão e fundos de
investimentos de atuação global.

Talvez você não saiba, mas o Brasil é o quarto maior


detentor de títulos públicos da dívida dos EUA. Só
perdemos para a China (que está em primeiro lugar),
Japão e Bélgica (fonte). Da mesma forma que temos
títulos da dívida de outros países, existem países, grandes
bancos e instituições nacionais e internacionais que são os
grandes credores do Brasil através da compra dos títulos
públicos que o governo emite.

Você provavelmente já ouviu falar nas agências de


classificação risco. São instituições independentes que
avaliam as contas do governo e suas políticas econômicas
para atribuir uma nota de risco aos títulos emitidos por
esses países. Os investidores usam esses dados para
avaliar qual taxa de juros o governo deveria oferecer para
que o risco do investimento em títulos compense.

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Isso significa que o governo só consegue dinheiro
emprestado, com taxas de juros baixas, se ele não
conseguir transmitir credibilidade e segurança para os
investidores. Os próprios bancos e demais instituições
possuem profissionais que estão monitorando as contas
públicas, as decisões políticas e econômica que possam
elevar ou reduzir o risco de emprestar dinheiro para o
governo. Isso impacta as taxas de juros pagas pelos títulos
públicos diariamente. Essa situação justifica a constante
preocupação do governo em divulgar medidas que
melhores as expectativas dos investidores (seus credores)
com relação ao futuro da nossa economia.

É fácil observar que o nível de exigência dos credores é


bem maior que o nível de exigência dos contribuintes. Os
dois estão fazendo a mesma coisa, estão dando dinheiro
para o governo esperando alguma coisa em troca.

O primeiro recebe juros. O segundo recebe serviços


públicos. O primeiro monitora o governo de perto. O
segundo vota e depois esquece em quem votou. O primeiro
avalia riscos e exige juros maiores se perceber que o
governo não está fazendo o que prometeu. O segundo,
deixa-se enganar por políticos populistas e depois de
quatro anos volta a reeleger as mesmas pessoas que nada
fizeram no passado.

A maneira como credores e contribuintes tomam suas


decisões resulta em um tratamento diferenciado do
governo. As principais diferenças entre credores e
contribuintes estão no nível de educação financeira,
econômica e política que eles possuem. Não espere que o

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governo faça alguma coisa para que você saia da sua
ignorância financeira, muito menos que os grandes
credores (bancos, fundos, etc) façam alguma coisa por
você com relação a isso, pois, veremos, que eles
transformam a sua ignorância em oportunidade de
negócio.

Conheça os credores do Brasil:

Regularmente o Tesouro Nacional emite um relatório


chamado "Relatório Mensal da Dívida Pública" onde
podemos observar quem são os maiores compradores de
títulos públicos.

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No gráfico acima podemos ver que os maiores credores do
governo são instituições de previdência (24,6%) como
os fundos de previdência privada, fundos de pensão e
RPPS (Regime de Previdência dos Servidores Públicos).

Em segundo lugar estão as instituições financeiras (23,1%)


representadas por bancos comerciais, de investimentos,
nacionais e estrangeiros, corretoras, bancos estatais e o
BNDES.

Em terceiro lugar temos os fundos de investimento


(22,1%), que são os mesmos fundos que os bancos
oferecem para seus clientes cobrando elevadas taxas
administrativas.

Os não-residentes aparecem em quarto lugar (14,9%). São


considerados investidores não-residentes as pessoas
físicas ou jurídicas e os fundos ou outras entidades de
investimento coletivo com residência, sede ou domicílio no
exterior.

O próprio governo fica em quinto lugar entre os que mais


compram títulos públicos emitidos pelo Tesouro. Essa
categoria é representada por fundos e recursos
administrados pela União tais como FAT, FGTS, fundos
extramercado, fundo soberano, fundos garantidores, etc.

Em penúltimo lugar estão os "outros" (5,2%). Nessa


categoria estão títulos públicos vendidos através do
Tesouro Direto e títulos comprados por sociedades de
capitalização (títulos de capitalização). Todos os títulos já
vendidos pelo Tesouro Direto para pessoas físicas somam

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apenas R$ 38 bilhões (fonte), que é muito pouco diante de
todos os títulos da dívida pública que somam R$ 2,9
trilhões.

Em último lugar temos as seguradoras (4,6%). Quando


você faz um seguro de vida, seguro de carro ou até um
seguro para sua saúde (planos de saúde) as seguradoras
guardam uma parte do dinheiro e ficam recebendo juros
até que alguma coisa ruim aconteça com você ou com seu
patrimônio.

Os dados acima foram retirados deste relatório e do anexo


2,7 desta planilha disponíveis nesta outra página. Na
figura abaixo podemos ver a evolução desses credores.

Os valores estão em bilhões. Os títulos públicos vendidos


pelo Tesouro Direto representam apenas 1,3% da dívida
pública e aparecem somados a outros agentes na categoria
"outros".

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Todo seu dinheiro já está com o governo

Observando as instituições que mais compram títulos


públicos é possível constatar que todo o seu dinheiro já
está nas mãos do governo. O problema é que esqueceram
de dizer isso para você.

Sempre recebo mensagens e comentários de leitores do


Clube dos Poupadores com medo de tirar dinheiro dos
bancos, dos fundos de investimento e dos planos de
previdência para investir em títulos públicos. Essas
pessoas não sabem que grande parte do dinheiro que elas
possuem nessas instituições já estão investidos em títulos

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públicos há muito tempo, só que propositalmente
ninguém as informou sobre isso.

Você consegue perceber que essas instituições lucram


bilhões todos os anos se colocando como intermediárias
entre você e o governo? Você consegue perceber que todo
o dinheiro que os bancos usam para comprar títulos
públicos é dinheiro dos clientes do banco? O banco lucra
com seu dinheiro e você ainda paga todo tipo de taxa ao
banco.

Você percebe que os fundos de pensão e de previdência


são os maiores detentores da dívida pública porque estão
investindo o seu dinheiro em títulos públicos? Os fundos
cobram taxas administrativas caras por isso.

Você percebeu que uma boa parte do dinheiro do seu


FGTS é investido em títulos públicos? Eles só te
remuneram com 3% de juros + TR.

Até o dinheiro que você paga quando faz um seguro do seu


carro ou um seguro de vida são investidos em títulos
públicos esperando o dia que você irá precisar do seguro.

Você um dia achou que todas essas instituições


mantinham o seu dinheiro trancado dentro de cofres? Não
é isso que acontece! Essas instituições não deixam o seu
dinheiro parado nem por um único dia. Ele sempre está
rendendo alguma coisa ao ser emprestado para terceiros
(empresas e pessoas) ou emprestado para o governo
através dos títulos públicos.

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Calote da dívida pública

Após observar quem são os detentores da dívida pública


interna e de quem é o dinheiro que eles investem, você
consegue compreender que um calote da dívida pública
não faz qualquer sentido?

O governo pode até dar um calote nos contribuintes, ao


cobrar impostos e não devolver serviços públicos de
qualidade, mas o calote dos credores é algo que nem
mesmos os países com os políticos mais extremistas
cogitam fazer.

O calote da dívida interna não costuma ser praticado em


nenhuma parte do mundo pelo simples fato de não fazer
sentido nenhum.

Imaginar que um calote seria uma boa solução para um


problema econômico seria como um médico recomendar a
morte do paciente como solução para eliminar os sintomas
de uma doença.

Um Estado produz muitos sintomas negativos na


sociedade quando toma a decisão de se endividar para
continuar gastando mais do que arrecada. Alguns efeitos
são a inflação, juros elevados, impostos elevados, etc.

A "cura" está no equilíbrio das contas públicas, ou seja,


fazer o governo gastar apenas aquilo que arrecada. Você
deve entender que o calote da dívida interna seria uma
tentativa de resolver os problemas matando o Estado e sua
economia.

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O dinheiro que as instituições financeiras, fundos de
pensão, previdência, seguradoras e o próprio governo
(FGTS) utiliza para comprar títulos públicos é o dinheiro
da população.

Um calote da dívida pública interna significaria um calote


em cada brasileiro, incluindo aqueles que por ignorância
não compreendem que até o valor do dinheiro que
carregam no bolso depende da credibilidade do governo
perante os seus credores.

Segurança ao extremo

Alguns leitores me escrevem solicitando uma opção de


investimento para o caso de um calote da dívida pública.

Alguns fazem esse tipo de pergunta por não entenderem


tudo isso que expliquei até aqui.

Só que temos alguns leitores que buscas a segurança


extrema. Eles sabem tudo isso que falei, mesmo assim,
querem saber o que podem fazer para manter um nível de
segurança extrema contra um catastrófico calote.

Para níveis extremos de segurança, você vai precisar


adotar estratégias extremas de sobrevivência.

Para eles eu recomendo três coisas.

1. Compre um bom terreno. Precisa ser grande o


suficiente para que consiga plantar todos os

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alimentos que você e a sua família precisam
consumir para sobreviver. A terra precisa ser fértil e
será necessário uma fonte de água potável.
2. Invista em cursos que ensinem a plantar e criar
animais. Faça um treinamento de sobrevivência na
selva ou assista os programas do Bear Grylls.
3. Aprenda a produzir seus utensílios domésticos e
suas próprias armas. Elas serão necessárias, já que
nem todo mundo terá terra, água e alimentos como
você. O Estado não terá recursos para garantir sua
segurança. No canal do Youtube chamado Primitive
Technology, existem dicas preciosas para que você
aprenda aquilo que nossos ancestrais sabiam fazer,
antes da invenção do dinheiro, comércio e sistema
financeiro.

Parece dramático? Basta imaginar o que aconteceria se de


um dia para o outro todo o dinheiro das pessoas
perdessem o seu valor e todos os serviços públicos fossem
paralisados. O resultado seria o mais completo caos, pelo
menos no primeiro momento.

Um calote da dívida pública interna quebraria todo o


sistema financeiro. O dinheiro que você possui no bolso se
transformaria em papel sujo que só teria utilidade no
momento de acender a sua próxima fogueira.

Sua única preocupação seria encontrar o que comer na


próxima refeição. Com sorte, alguém poderia trocar
comida por alguma coisa de valor que você possui na sua
casa. Certamente as facas da sua cozinha teriam mais valor
do que o seu smartphone. Sem dinheiro, todos voltariam a

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praticar o escambo, até que uma nova moeda fosse criada
ou eleita pelas pessoas.

Investimento de risco zero

Todas as instituições financeiras preferem emprestar


dinheiro para o governo do que emprestar dinheiro para
você ou para qualquer outra empresa por um fato simples
de entender.

O risco de calote é considerado zero, graças a uma coisa


que somente o governo possui. Essa coisa é a máquina de
imprimir dinheiro.

Talvez você nunca tenha pensado nisso, mas o governo


tem o monopólio da impressão do dinheiro. Ele também
tem a capacidade de criar dinheiro a partir do nada, ou
seja, sem a necessidade de ter gerado qualquer riqueza que
possa lastrear esse dinheiro.

Por muito tempo, isso foi uma prática comum. De onde


você acha que presidentes como Juscelino Kubitschek
tiravam dinheiro para as obras que ele realizou, quando
prometeu que iria fazer o Brasil crescer 50 anos em 5?

Nos governos militares e durante o governo Sarney, a


situação não foi diferente. Dinheiro não era problema
enquanto existisse papel e tinta disponíveis.

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A consequência da impressão do dinheiro é o aumento da
inflação, ou seja, a desvalorização do dinheiro de toda a
população. Entender por qual motivo o dinheiro
desvaloriza quando você imprimir dinheiro, sem ter
gerado nada de valor, é simples.

Imagine que você fez uma feijoada para você e sua família.
Inesperadamente você recebe a visita de um amigo,
justamente no horário do almoço, acompanhado de todos
os seus familiares.

O que você faz? Você pode colocar água na feijoada. Você


vai conseguir aumentar a quantidade de feijoada
disponível, mas isso vai enfraquecer a feijoada que já
estava pronta. Será necessário comer uma quantidade
maior de feijoada para saciar a fome. A solução correta
seria colocar mais feijão para cozinhar. Com isso as
pessoas iriam precisar da mesma quantidade de feijoada
para matar a fome.

Imprimir dinheiro sem a sociedade ter gerado riquezas


que justifiquem essa produção de dinheiro é o mesmo que
colocar água no feijão. A demanda por produtos e serviços
será maior que a quantidade de produtos e serviços que
foram fabricados. A lei da oferta e procura faz os preços
subirem automaticamente.

Por este motivo, alguns chamam a inflação de imposto


(imposto inflacionário), pois é uma maneira do governo se
apropriar do valor do dinheiro das pessoas sem precisar
produzir nada para isso. É mais uma forma de aproveitar a

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ignorância das pessoas com relação ao funcionamento do
dinheiro.

Os bancos e outras instituições não se preocupam quando


emprestam dinheiro para o governo por saberem que o
Tesouro Nacional, que emite os títulos, é o caixa do
governo, ou seja, lugar para onde vai todo o dinheiro dos
impostos que ele arrecada.

Se faltar dinheiro, o governo aumenta impostos, pois a


garantia do Tesouro Nacional é o seu bolso (o bolso dos
contribuintes).

Se por algum motivo o governo não conseguir aumentar


impostos, ele simplesmente imprime dinheiro ou adota
práticas equivalentes gerando mais inflação.

Quando a inflação já está muito elevada e o governo não


consegue aumentar impostos por falta de apoio político,
ele simplesmente começa a cortar despesas, verbas para
obras e serviços públicos.

Para o governo é sempre importante sinalizar para os seus


credores que as contas públicas estão controladas. Os
credores possuem prioridade sobre os contribuintes.

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Sentimento de culpa:

Já vi alguns leitores do Clube relatando que sentem


remorso por terem emprestado dinheiro para o governo
através da compra de títulos públicos. Dizem que se
sentem culpados pela alta do endividamento público e
suas consequências.

Além de não perceberem que já estão emprestando


dinheiro para o governo através dos intermediários,
remunerados para fazer isso (bancos, seguradoras, planos
de previdência, fundos de pensão, fundos de investimento,
FGTS, etc.), essas pessoas não percebem um pequeno
grande detalhe.

Os juros que você recebe quando investe em títulos


públicos são pagos por você mesmo.

Não é o governo que está pagando juros. Lembre-se que o


governo não gera riqueza, ele só parasita as riquezas que
você gera através do seu trabalho e que são recolhidas
pelos impostos que você paga sempre que ganha, gasta ou
investe seu dinheiro.

Quando você paga seus impostos, você está oferecendo os


recursos que serão usados para pagar os juros dos títulos
públicos que você comprou. Isso também vale para os
juros que você recebe quando faz investimentos através
dos intermediários que investem seu dinheiro em títulos
públicos (bancos, fundos, etc).

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Com certeza você paga mais impostos por ano do que
recebe juros quando investe em títulos públicos. Além do
imposto de renda (de até 27,5%) você paga imposto
sempre que gasta o seu dinheiro.

Para ter o direito de tomar uma cerveja, você é obrigado a


pagar 55,6% a mais em forma de impostos. O direito de
usar a energia elétrica custa 48,28% de impostos. O preço
da gasolina é 56,09% composto por impostos. Sempre que
você toma banho paga o equivalente a 29,57%
de impostos. Se for água para beber são 37,88% de
impostos (veja a lista completa)

Será mesmo que você precisa sentir algum mal-estar ao


ser remunerado por emprestar parte das suas economias
para o governo?

A única coisa que o governo vai realmente fazer, será


devolver uma pequena parte de todos os impostos que
você paga pelo simples fato de estar vivo e ter nascido no
Brasil.

Além de você pagar seus impostos (coisa que nem todo


mundo faz), você ainda está abrindo mão de consumir o
fruto do seu trabalho imediatamente, para financiar os
investimentos do seu país, esperando que esse esforço seja
reconhecido através do justo pagamento de juros que nada
mais são do que o custo do dinheiro no tempo.

Se o governo faz mau uso dos recursos que você


emprestou, isso foge da sua competência. Cabe a você,
apenas, fazer boas escolhas no dia das eleições, pagar seus

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impostos e voluntariamente, se achar compensador, abrir
mão do seu consumo imediato para emprestar seu
dinheiro para o seu país.

Como já mostrei, mesmo que você não queira emprestar


seu dinheiro de uma forma direta (através do Tesouro
Direto), você estará emprestando através dos bancos,
fundos de pensão, previdência privada, fundos de
investimento, seguradoras, FGTS, que continuarão
transferindo seu dinheiro para o governo, goste você disso
ou não.

O problema é que ao permitir que esses terceiros invistam


seu dinheiro, você perde uma boa parte da rentabilidade,
ajudando esses agentes a prosperarem às custas do seu
trabalho e, principalmente, às custas da sua falta de
educação financeira.

Investindo por conta própria

Já vimos que os planos de previdência privada, fundos de


pensão e instituições de previdência geridas pelo setor
privado e público, investem grande parte do dinheiro das
pessoas em títulos públicos.

Elas lucram quando fazem o papel de "ponte" entre o seu


dinheiro e os cofres do governo. Como todas as
instituições cobram taxas administrativas, você será
obrigado(a) a pagar um "pedágio" elevado para investir
seu dinheiro em títulos públicos emitidos pelo governo.

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Vimos que existem planos de previdência oferecidos por
grandes bancos que cobram taxas administrativas acima
de 3,4% ao ano.

Pagar 3,4% ao ano em um investimento que rende por


volta de 10% significa jogar um terço da sua rentabilidade
anual pela janela.

Certamente ninguém joga dinheiro fora de maneira


consciente. Essas taxas abusivas são um sintoma da
ignorância financeira das pessoas. Não seriam praticadas
se as pessoas soubessem o que estão fazendo.

Neste artigo veremos que existem formas de investir nos


mesmos títulos públicos, com taxas 10 vezes menores,
através do Tesouro Direto.

No ano de 2002, o Tesouro Nacional fez uma parceria com


a BM&FBOVESPA (bolsa de valores) para criar o Tesouro
Direto. A ideia era permitir que pessoas físicas pudessem
comprar títulos públicos através da internet, com custos
menores.

Antes da criação do Tesouro Direto a única forma possível


de investir em títulos públicos era de forma indireta. Um
exemplo eram os fundos de investimento (como os fundos
DI e de renda fixa) oferecidos por bancos e instituições
financeiras que cobram taxas administrativas
elevadíssimas nas suas modalidades mais acessíveis e
populares.

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O Tesouro Direto não é tão direto assim. Ele é
operacionalizado pela BM&FBOVESPA que, por sua vez,
depende das corretoras de valores que ficam na linha de
frente atendendo o grande público.

Por este motivo, da mesma forma que você não pode


comprar ações na bolsa de valores diretamente, pois
depende das corretoras, não é possível investir em títulos
públicos pelo Tesouro Direto sem ter uma conta em
alguma corretora.

Mesmo fazendo a compra no site do Tesouro Direto (como


ensinei nos meus livros) é necessário que você abra uma
conta em uma corretora.

As corretoras são responsáveis por cadastrar novos


investidores no Tesouro Direto. São elas que oferecem
suporte e atendimento aos investidores. São elas que
oferecem a conta de onde o seu dinheiro sairá e para onde
retornará quando comprar ou vender títulos públicos.

A corretora também é a responsável por recolher o


imposto de renda sobre a rentabilidade dos títulos e de
fornecer dados para que você preencha seu imposto de
renda (caso você seja obrigado a declarar imposto de
renda anualmente).

As corretoras funcionam como intermediadoras pelo


simples fato do Tesouro Nacional e a própria
BM&FBOVESPA não realizarem o atendimento direto ao
público.

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A BM&FBOVESPA não trabalha de graça. Ela cobra uma
taxa anual de 0,3% sobre o valor dos seus títulos pelo
serviço de custódia, ou seja, pelo serviço de manter os seus
títulos guardados e vinculados ao seu nome em um lugar
seguro. Não é muito diferente de quando você compra
ações e elas ficam custodiadas na BM&FBOVESPA,
vinculadas ao seu nome.

É por este motivo que ao acessar o


endereço https://cei.bmfbovespa.com.br/ os investidores
podem consultar as ações que possuem, seus títulos
públicos e seus fundos imobiliários. É por este motivo que
a compra de títulos públicos pode ser feita pelo site da
BM&FBOVESPA no
endereço https://tesourodireto.bmfbovespa.com.br/Portal
Investidor/ sem a necessidade de você acessar a página da
sua corretora, embora seja obrigado a indicar a corretora
que usará no momento da compra do título.

Além desta taxa anual de 0,3% (metade disso cobrada no


início do ano e a outra metade no meio), algumas
corretoras também cobram uma taxa anual. Já existem
grandes corretoras que isentam seus clientes destas taxas.

As corretoras também não trabalham de graça, mas usam


a taxa zero como estratégia de marketing. Ao atrair muitos
clientes elas podem oferecer outros produtos financeiros
como o investimento em ações, fundos imobiliários,
fundos de investimento e até títulos privados como CDB,
LCI, LCA e debêntures. Todos eles geram alguma
remuneração para a corretora.

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Já os grandes bancos são os que cobram as maiores taxas
para que você invista no Tesouro Direto através das
corretoras dos bancos. Todo grande banco possui sua
corretora. Para ver a tabela de taxas visite aqui.

A grande verdade é que os grandes bancos lucram fortunas


quando convencem você a investir em fundos de
investimento, planos de previdência e títulos de
capitalização. Em todas essas modalidades eles cobram
taxas muito elevadas e rentabilizam seu dinheiro
investindo em títulos públicos.

Não faz sentido para um grande banco motivar ou ensinar


você a investir em títulos públicos, pois seria o mesmo que
entregar a "galinha dos ovos de ouro".

Não espere que o gerente do seu banco fale sobre títulos


públicos com você. Provavelmente ele nem recebeu
treinamento para isso. A maneira mais barata de investir
em títulos públicos é através das corretoras independentes
(desvinculadas de bancos). Para aprender como escolher
uma corretora, veja qui.

Para que você se torne um investidor de verdade é


fundamental perder o medo de investir através das
corretoras.

Tenha certeza que as grandes fortunas do Brasil


movimentam bilhões todos os dias através das corretoras.
Somente os pequenos investidores e os mais leigos
continuam investindo tudo que possuem através dos

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grandes bancos, para alegria dos sócios dos bancos.
Escrevi um artigo para que você perca o medo de investir.

Melhores títulos para sua aposentadoria

Existem diversos tipos de títulos públicos, mas dois deles


são os mais importantes quando pensamos em acumular
recursos para a aposentadoria. O primeiro é o Tesouro
Selic e o outro é o Tesouro IPCA.

No Clube dos Poupadores você encontrará artigos


gratuitos onde ensino a investir nestes títulos.

Também ensino sobre esses e todos os outros


investimentos na minha série de livros sobre reeducação
financeira e investimento (clique aqui). Pode ficar
despreocupado. Eu já fiz a parte mais difícil que foi
estudar todo o material técnico e disponibilizar tudo que
você precisa saber de uma forma didática e fácil de
entender. Você ficará com a parte mais fácil que é dedicar
um pouco de tempo e atenção para aprender a se tornar
um investidor de verdade.

Se falta alguma motivação para dedicar mais do seu tempo


para se transformar em um investidor de verdade, fiz
algumas simulações com fortes motivos. Você pode usar
essas simulações e ferramentas para fazer seus próprios
testes. Veja como fazer:

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Motivação: 5 vezes mais rico

Vamos imaginar que no ano de 2005 (11/08/2005) você


fez um investimento pensando na sua aposentadoria.

Naquele ano o governo começou a vender um título


público que se chamava NTN-B Principal e que hoje se
chama Tesouro IPCA.

Através das planilhas com o histórico dos preços dos


títulos (neste endereço aqui) podemos saber que o preço
de compra do título Tesouro IPCA que vence em 2024 era
de apenas R$ 310,05.

Imagine que naquele tempo você tomou a decisão de


comprar 100 títulos de R$ 310,05 totalizando um
investimento de R$ 31.005,00. Seu objetivo era esperar o
vencimento do título em 2024 com foco na sua
aposentadoria, podendo reinvestir o dinheiro por mais
tempo ou não.

Quando o título foi comprado a promessa do Tesouro era


pagar uma taxa de 8,90% de juros ao ano + IPCA (inflação
oficial calculada pelo IBGE). Para os padrões de hoje, era
uma taxa excelente que criou uma janela de oportunidade
fantástica para os poucos brasileiros que já tinham
dedicado tempo aprendendo a investir em títulos públicos.

Neste simulador aqui podemos descobrir que a inflação


medida pelo IPCA entre a compra do seu título em
08/2005 e 08/2016 foi de 90,93% (90,9324600%) em 11
anos ou 132 meses. Transformando isso em uma taxa

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anual equivalente teríamos 6,06% ao ano de inflação
(6,0557002%). A fórmula do Excel para descobrir essa
taxa equivalente seria "=POTÊNCIA(1 + 90,93%; 1/11) -
1". Para saber mais sobre taxas equivalentes visite aqui.

Isso significa que reajustando os R$ 31.005,00 que você


investiu apenas pela inflação, seu saldo até 08/2016 seria
de R$ 59.198,61.

Só que você ainda receberia 8,90% de juros ao ano acima


desta inflação. Como já sabemos que a inflação média em
11 anos foi de 6,06% podemos fazer simulações sobre o
futuro através do próprio tesouro direto neste endereço
aqui. Veja uma simulação que fiz para exemplificar uma
venda antecipada do título:

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No primeiro campo informei que o investimento foi feito
no Tesouro IPCA+. Na data de compra informei
11/08/2005 que foi o dia que compramos o título dentro
do nosso exemplo. A data de vencimento do título Tesouro
IPCA 2024 aparece nesta página aqui.

No nosso exemplo compramos 100 títulos que em


11/08/2005 custava R$ 310,05 com taxa de 8,90% como
foi possível ver nesta tabela.

Por este motivo preenchi 31.005,00 no campo "valor do


investimento" e 8,90 no campo "taxa do papel". A taxa de
administração é 0,0% levando em consideração que você
está utilizando uma corretora que não cobra taxas. A
inflação média do passado, como já mostrei
anteriormente, foi de 6,06%.

Clicando em "simulação avançada" foi possível preencher


o campo "data de venda" e "taxa do papel na venda" com
dados que retirei desta outra tabela.

O resultado da simulação mostra que se em 11/08/2016


você resolvesse vender antecipadamente os 100 títulos que
você comprou por R$ 31.005,00 em 11/08/2005,
receberia R$ 161.813,71 do governo. Este valor é líquido,
ou seja, está livre da taxa de 0,3% ao ano da
BM&FBOVESPA e do imposto de renda sobre os
rendimentos que seria de 15%.

A simulação diz que sua rentabilidade média anual líquida


seria de 16,27% que é o resultado dos 8,90% fixos que você
recebeu ao ano + IPCA que é a inflação. Em 11 anos os R$

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31.005,00 que você investiu renderia 521,8%, ou seja, seu
patrimônio teria se multiplicado por 5. Isso seria o
resultado de um investimento de apenas 11 anos. Um
jovem de 25 anos que tem planos para se aposentar com
65 passaria 40 anos fazendo investimentos em títulos
públicos e os resultados seriam muito expressivos. Vamos
ver na próxima simulação o que aconteceria se você
esperasse o vencimento do título em 2024 completando 19
anos de investimento.

Motivação: 12 vezes mais rico:

Veja como fica a simulação sem venda antecipada do


título, ou seja, onde você irá esperar o vencimento do
título que só ocorrerá em 2024.

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Na simulação anterior, com venda antecipada do título em
11/08/2016 foi possível informar a inflação média que foi
registrada em 2005 e 2016.

Nesta nova simulação estamos supondo que a inflação


média, medida pelo IPCA, entre 2005 e 2024 será de
6,06%. Como não temos meios de saber a inflação do
futuro, neste tipo de simulação com previsões sobre o
futuro será necessário chutar uma inflação média futura.

Dessa forma, o valor de R$ 31.005,00 investido em 2005


se transformaria em R$ 395.707,02 depois de 19 anos de
investimento. Dividindo um valor pelo outro e
multiplicando por 100 temos 1238% =
(395.707,02/31.005,00)*100. Podemos afirmar que em 19
anos seu patrimônio se multiplicaria por 12,7 vezes.

Se você for otimista com o futuro da nossa inflação poderá


simular taxas menores. Simulei com a taxa média de 5%,
que exigiria uma inflação futura dentro da meta, e o
resultado foi R$ 327 mil (mais de 10 vezes o valor que você
investiu).

Se o investimento fosse agora:

Agora vamos simular a compra de um Tesouro IPCA que


vence em 2035 adquirido em 26/12/2016 (quando iniciei a
escrita deste artigo) por R$ 1.038,97 e taxa de 5,87%.
Vamos imaginar que você comprou os mesmos 100 títulos
totalizando um investimento de R$ 103.897,00 para sua

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aposentadoria. Na simulação abaixo podemos ter uma
ideia de quanto você terá em 2035 (19 anos de
investimento). Para isso precisamos chutar uma inflação
média para o futuro. Nos últimos 5 anos a inflação média
foi de 7,32%. Nos últimos 10 anos a média foi de 6,02%.
Nos últimos 20 anos a média foi 6,79%. Vamos chutar
uma média de 6% ao ano para a inflação entre 2016 e
2035.

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Seu patrimônio passaria de R$ 103 mil para R$ 718 mil
entre 2016 e 2035. Ele ficaria 6,9 vezes maior, o que
também é uma ótima forma de multiplicar seu patrimônio
com o passar do tempo.

Comparando com as primeiras simulações que fizemos


utilizando as taxas oferecidas pelo Tesouro IPCA 2024,
que era de 8,90%, podemos perceber que no momento em
que as taxas estão maiores temos janelas de oportunidade
para fazer investimentos de longo prazo no Tesouro IPCA.
Quem estava preparado para investir em 2005 aproveitou
uma boa oportunidade.

Quem se preparou em 2015 também encontrou ótimas


oportunidades quando as taxas ficaram entre 7% e 8%. É
por este motivo que dizem que sorte é aquilo que acontece
quando a oportunidade aparece no momento que você
estava preparado. Sem preparo, não existe sorte.

Para fazer simulações considerando apenas os juros reais


(acima da inflação) basta simular informando uma
inflação zero.

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Investimentos mensais para ficar com a média:

Quando investimos pensando na nossa aposentadoria é


natural que o investimento seja feito mensalmente ou
anualmente.

Os valores mensais certamente serão menores que os


apresentados nas simulações acima. No Tesouro Direto,
tanto faz se você tem apenas R$ 100,00 por mês ou R$
10.000,00. As taxas e condições de investimento são as
mesmas, não importando se você fará investimentos
pequenos ou grandes.

O mesmo não acontece quando você investe em títulos


privados como CDB, LCI e LCA, pois os bancos só
oferecem boas taxas quando o valor investido é maior. O
mesmo vale para os fundos de investimento e planos de
previdência que cobram taxas menores quando o
investimento é muito elevado.

Quando você comprar títulos mensalmente, cada compra


terá uma taxa de rentabilidade diferente. Você verá que as
taxas mudam todos os dias.

Essas variações refletem as expectativas do mercado com


relação a nossa economia no futuro. Nos momentos de
maior crise, quando o mercado acredita que a situação da
economia irá piorar no futuro, as taxas de juros tendem a
aumentar.

Quando as expectativas sobre o futuro são mais otimistas,


as taxas tendem a cair. O mercado nada mais é do que o

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conjunto de todos os investidores e isso inclui eu, você,
seus amigos, parentes e os outros.

Nos momentos de crise o número de pessoas com dinheiro


disponível para investir cai. Os poucos que possuem
dinheiro para investir ficam com receio imobilizar o
dinheiro que possuem quando as expectativas sobre o
futuro da economia são negativas.

Isso naturalmente faz as taxas de juros futuras


aumentarem e isso reflete nas taxas que o Tesouro oferece
nos títulos Tesouro IPCA e Tesouro Prefixado.

É natural que as taxas fiquem subindo e descendo todos os


dias. Também será natural comprar títulos com taxas
maiores e menores todos os meses.

Você deve considerar que no final de vários anos você terá


uma média dessas variações. Não é necessário ter muita
preocupação com as taxas se você tomar a decisão de fazer
pequenos investimentos regulares.

Em alguns momentos você terá taxas dentro da média, em


alguns momentos raros terá taxas acima ou abaixo da
médica como podemos ver no próximo gráfico.

Taxas boas tendem a compensar as taxas ruins e no final


de vários anos você ficará com a média.

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O gráfico acima foi gerado aqui. Esse gráfico mostra a
variação da taxa de juros de um título chamado NTN-B
que o Tesouro oferece para bancos e instituições
financeiras. O equivalente a esse título no Tesouro Direto,
disponível para pessoas físicas, é o Tesouro IPCA 2035.

Observe que nos últimos 10 anos a taxa flutuou entre 5,5%


e 6,9% na maior parte do tempo. Foram raros os
momentos em que a taxa ficou acima de 7% ou abaixo de
5,5%.

Esses momentos fora do padrão foram marcados por


crises. Um exemplo foi esse pico ocorrido entre 2008 e
2009 durante a última crise econômica mundial. Entre
2012 e 2013 tivemos outro problema grave, era a gestação
da crise econômica que estourou em 2014 e 2015 quando o
governo baixou os juros na base da “canetada”, mantendo
gastos públicos elevados e fazendo a inflação disparar.

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Observe que em "condições normais" a taxa do Tesouro
IPCA gravita em torno de 6% ao ano e diante de crises
econômicas e políticas elas podem sair deste padrão por
algum tempo.

Só invista depois de entender isso

Antes de investir no Tesouro IPCA é fundamental que você


compreenda por qual motivo o preço do título aumenta
quando as taxas caem e abaixa quando as taxas sobem.

Tenho artigos sobre isso no Clube dos Poupadores e falo


de uma forma detalhada nos meus livros.

De forma bem simplificada e didática posso resumir o


conceito da seguinte forma. Na data de vencimento de
2035, todos os títulos Tesouro IPCA 2035 terão
exatamente o mesmo preço. Não importa a data que você
comprou o título, não importa a taxa oferecida naquele
momento e não importa quanto você pagou pelo título.
Todos os títulos Tesouro IPCA 2035 terão exatamente o
mesmo preço em 2035.

É por este motivo que o preço sofrerá variação até 2035


sempre que a taxa de rentabilidade for modificada. Se hoje
o governo oferece uma taxa de 10% acima da inflação para
o título e amanhã, por algum motivo, ele resolve oferecer
apenas 5%, para que isso seja possível o preço do título
precisa ser menor quando a taxa era 10% e maior quanto a
taxa era 5%. Por isto que o aumento das taxas faz o preço

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do título cair e a redução da taxa faz o preço do título
subir. Isso pode gerar oportunidade de ganhos ou de
perdas no caso de venda antecipada.

Se não entendeu bem leia este artigo ou este outro


artigo. Para quem está iniciando do zero eu recomendo
reservar um tempo diário para estudar contando com
a ajuda da minha série de livros.

Por este motivo o melhor título para os iniciantes é o


Tesouro Selic. Por ser totalmente pós-fixado ele vai seguir
a taxa Selic, sem variações bruscas no seu preço até a data
de vencimento. Para quem quer aprender a investir em
títulos públicos eu recomendo começar pelo Tesouro Selic.

Para quem vai entrar no mundo dos investimentos agora


eu recomendo começar pela sua reserva de
emergência. Invista primeiro no seu conhecimento.

Durante a sua aposentadoria

Podemos dividir o seu projeto de aposentadoria em duas


grandes etapas. A primeira é a fase de acumulação de
recursos e a segunda é a fase de uso dos recursos.

Quando você estiver aposentado deverá focar em


investimentos que permitam fazer uso da renda que eles
geram mensalmente.

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Existe um tipo de título público chamado "Tesouro IPCA
com juros semestrais" que permite receber juros
semestralmente. Existe uma estratégia que você pode
adotar para receber juros trimestrais ou bimestrais no
lugar dos juros semestrais. Vou mostrar como funciona.

Observe que existem títulos com vencimento em anos


pares e com vencimento em anos impares. Títulos com
vencimento em ano par, como o Tesouro IPCA+ com juros
semestrais 2026 e 2050, pagam os juros semestralmente
nos meses de fevereiro (mês 2) e agosto (mês 8). Já os
títulos com vencimento em ano ímpar, como o Tesouro
IPCA+ com juros semestrais 2035, pagam os juros
semestrais nos meses de maio (mês 5) e novembro (mês
11).

Isto significa que se você investir parte do seu dinheiro em


um título que vence em ano par e outra parte em título que
vence em ano ímpar é possível receber juros
trimestralmente nos meses 02, 05, 08 e 11 de cada ano.

Você também pode investir parte do seu dinheiro em


Tesouro Prefixado com juros semestrais (NTN-F) que tem
uma rentabilidade prefixada, não é corrigida pelo IPCA,
sendo muito parecida com a Tesouro Prefixado (LTN), só
que paga juros semestrais em janeiro (mês 1) e julho (mês
7).

Diversificando seus investimentos usando a estratégia


acima, você poderá receber os juros dos seus
investimentos nos meses de janeiro, fevereiro, maio, julho,
agosto e novembro. Isso significa que você terá uma renda

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bimestral baseada no recebimento dos juros dos seus
investimentos em títulos públicos. Nada impediria que
você adotasse a mesma estratégia ao investir em títulos
privados como CDB, LCI e LCA de diversos bancos com
datas de vencimento diferentes.

Ouviram os pequenos

Recentemente uma pessoa entrou em contato comigo por


e-mail dizendo que estava fazendo um trabalho de
consultoria para a Secretaria do Tesouro Nacional e queria
saber minha opinião sobre alguns pontos do Tesouro
Direto. Veja o primeiro e-mail que recebi.

Uma das sugestões que enviei foi sobre a variedade de


vencimentos dos títulos. Na minha opinião o Tesouro
poderia oferecer mais títulos com um número maior de
datas de vencimento. Hoje temos títulos com prazos muito
longos entre um e o outro. No caso do Tesouro IPCA temos
um que vence em 2024 e outro em 2035. Seria muito
interessante se existissem títulos entre essas duas datas.
No caso do Tesouro IPCA com juros semestrais, eles
vencem 2026, 2035 e 2050. Seria ótimo se existissem
títulos com vencimentos entre esses títulos. No caso dos
títulos com pagamentos de juros semestrais seria muito
importante, para a estratégia que acabei de te ensinar, ter

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títulos suficientes para que um aposentado pudesse
diversificar seus investimentos para receber juros todos os
meses.

Eles gostaram do longo e-mail que enviei com todas as


minhas críticas e sugestões. Espero que eles consigam
implementar alguma coisa. Ficarei feliz se alguma coisa
dita por mim puder ajudar a vida dos pequenos
investidores brasileiros.

Enquanto isso... na televisão

Um leitor aqui do Clube me enviou o link de uma de


muitas reportagens que aparecem todos os dias na
televisão estimulando a população a planejar a
aposentadoria através de planos de previdência privada.

O que mais chamou a atenção do leitor nesta reportagem


foi a simulação que a emissora apresentou e que foi feita
por algum "especialista".

Já falei em outras oportunidades que quando os "istas"


(especialistas, jornalistas, economistas, analistas, etc) se
unem para dizer onde você deve por seu dinheiro, o
resultado não costuma ser muito bom.

A televisão está cheia de gente falando, de forma


superficial, o que a população leiga deveria fazer, quando o
correto seria motivar a educação financeira das pessoas de

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forma que pudessem saber o que fazer sem depender dos
"istas".

O Pai da Fernanda (assista a reportagem primeiro para


entender), que aparece na reportagem, achou que estava
fazendo um ótimo investimento deixando uma previdência
privada para sua filha. Provavelmente durante o processo,
ele jogou muito dinheiro pela janela sem saber o que
estava fazendo.

A Fernanda, que certamente não recebeu a educação


financeira que deveria ter recebido, vai iniciar sua vida
achando que é um ótimo negócio transferir 5% da sua
renda, pelo resto da sua vida profissional, para alguma
empresa gerir os recursos da sua aposentadoria.

Veja o tamanho da catástrofe provocada pela ignorância


financeira que passa de pai para filho. Aqui temos a
simulação que apareceu na reportagem:

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A Fernanda, mais uma vítima da ignorância
financeira, terminou a reportagem (assista aqui), dizendo
quais são seus planos quando se aposentar através da sua
previdência privada.

Com o rosto cheio de alegria e esperança, ela disse que


pretende usar o dinheiro para morar em uma casa no
campo em algum país da Europa. Ela ainda diz que
pretende transmitir tudo isso que sabe sobre
investimentos para seus filhos, que certamente serão
novas vítimas da ignorância financeira transmitida de
geração em geração.

Na simulação apresentada na reportagem, se a


Fernanda investir R$ 250 por mês entre os 20 e 65 anos
(45 anos ou 540 meses de investimento) o resultado será

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uma renda mensal de R$ 2.000 até o fim da vida ou um
saldo de R$ 360 mil que poderá ser sacado. Com essa
renda de R$ 2000 da previdência privada ou menos de
600 euros por mês, a Fernanda não vai conseguir viver em
uma casa de campo em algum país europeu.

Talvez consiga sobreviver, e não viver, como muitas


famílias refugiadas na Europa depois de fugirem de países
em guerra ou em crise humanitária. Possivelmente será
uma crise humanitária que teremos no futuro se os
brasileiros não se educarem financeiramente nas próximas
décadas.

Vamos imaginar que a Fernanda resolveu investir seus R$


250 na Poupança, que atualmente é um dos piores
investimentos que temos no Brasil com relação a sua
rentabilidade. Vamos usar nosso simulador de juros
compostos para simular R$ 250 por mês durante 45 anos
com uma taxa de 0,65% ao mês considerando a taxa de
remuneração da poupança de 0,5% ao mês e uma TR de
0,15% média por mês. Para entender a remuneração da
poupança visite aqui.

Veja o resultado:

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Os R$ 250 por mês investidos por 45 anos resultariam em
R$ 1.2 milhões na poupança. Parece muito? Faça suas
próprias simulações aqui. É claro que antes de atingir R$
1,2 milhões a Fernanda perceberia que existem outros
investimentos com taxas de juros maiores e no final de 45
anos a sua rentabilidade mensal seria muito maior que
apenas 0,65% ao ano. Mesmo com a rentabilidade de
0,65% ao mês a Fernanda receberia R$ 7.952,62 de juros
por mês e não os R$ 2000,00 prometidos pelo banco que
ofereceu sua previdência privada.

Adivinha quem vai ficar com toda essa diferença? Isso


explica o fato dos bancos brasileiros serem os mais
lucrativos do mundo e ao mesmo tempo serem os mais
ineficientes (fonte).

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A origem do problema está na ignorância financeira das
pessoas. Os bancos só transformam isso em oportunidade
de negócio pelo fato de não serem instituições de educação
e nem instituições de caridade. Precisamos assumir a
responsabilidade sobre a nossa própria ignorância.

Independente da inflação futura, das taxas de juros futuras


e da nossa situação econômica e política, é impossível
negar que ter o conhecimento para investir o próprio
dinheiro é a principal riqueza que alguém pode adquirir
durante a vida.

Esse conhecimento é que vai te permitir tomar as


melhores decisões diante de todas as possibilidades que os
futuro nos reserva.

Se a Fernanda não perceber essa realidade o quanto antes,


no lugar de passar a vida no interior da Europa ela passará
o resto da vida no interior de um quarto escuro, nos
fundos da casa de um dos seus filhos. Com sorte, seus
filhos terão educação financeira suficiente e terão recursos
para cuidar da mãe que durante a vida foi vítima da
própria ignorância financeira.

Invista na sua educação financeira ainda hoje.

O tempo não estará a seu favor enquanto você não souber


investir o seu próprio dinheiro para planejar o futuro que
você sonha ter.

Existem centenas de artigos gratuitos aqui no Clube dos


Poupadores esperando você. Para receber os artigos que

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escrevo semanalmente no seu e-mail basta cadastrar seu
endereço através deste formulário.

Para aprender rapidamente invista na série de livros que


escrevi com tudo que você precisa saber para assumir o
controle da sua vida financeira sem depender do governo e
sem depender das instituições de previdência.

Comece a construir o seu futuro agora!

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Acredito que a Educação Financeira pode transformar sua vida.


Muitos dos problemas que você vive se originam de hábitos e
crenças equivocadas sobre o dinheiro, o trabalho, o consumo e o
investimento.

São milhões de pessoas na mesma situação, perdendo a melhor


parte da vida em busca do que não é importante. Existem muitas
instituições que se beneficiam estimulando a formação de
crenças e hábitos que prejudicam sua vida financeira. O Clube
dos Poupadores é um projeto de Educação Financeira Gratuita,
criado para ajudar pessoas como você.

Meu nome é Leandro Ávila e cuido pessoalmente deste projeto


porque defendo esta causa, luto por ela e pelas pessoas que
podem ser ajudadas.

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Por ano, mais de 2 milhões de pessoas diferentes visitam o
Clube dos Poupadores onde encontram centenas de artigos que
são verdadeiras aulas.

Este livro foi o resultado de uma série de artigos publicados


sobre aposentadoria, no site Clube dos Poupadores, com o
objetivo de transformar o futuro de milhões de brasileiros que
estão neste momento condenados a colher os frutos impostos
pela falta de educação financeira que possuem.

Muitos desses brasileiros são pessoas que você conhece. Ajude


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Quanto mais pessoas tiverem acesso a este tipo de informação,
mais útil ela será e maior será o impacto positivo no futuro
daqueles que gostamos e de toda a sociedade.

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que mais precisam de educação financeira.

Invista na sua educação financeira para que você possa


transformar a sua vida em um bom exemplo. Bons exemplos são
melhores que críticas. Seus filhos, netos e bisnetos serão
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