Penhane BOLETIM OFICIAL DA ASSOCIAÇÃO DE APOIO E ASSISTÊNCIA JURÍDICA AS COMUNIDADES
Director Executivo: Rui Vasconcelos* Sede: AAAJC* Telefone: 20030252*Cidade de Tete* Bairro Chingodzi* Editado em Português e Inglês
Procuradora de Changara vai aplicar a lei contra apatia de fiscais florestais
A Procuradora Distrital de Changara em Tete,
Maria de Lurdes Paúnde disse na reunião do Fó-
rum Nacional de Florestas, ocorrida Semana fin-
da, que apesar de a lei estar clara quanto a inter-
dição de exploração de certas espécies florestais,
a exemplo de nkula, os fiscais florestais naquele
distrito não procedem a detecção nem apreensão
de camiões que transportam madeira ilegal. Não
há actividade nenhuma dos fiscais nos postos de
fiscalização, que não seja a de assistir a madeira
em toros e semi-processada em trânsito dos lo-
cais de corte aos portos de exportação. Segundo
disse, vai aplicar a lei, porque é inadmissível que
o processo tenha chegado a estes níveis. Até por-
que a alegação desses fiscais, como disse, é uma
desculpa da orientação qualquer de nível local
ou distrital, que como orienta a legislação, é sem-
pre infundada quando existir um decreto ou di-
ploma ministerial. A procuradora está aborreci-
da com o facto e já desenhou medidas sobre a
situação, faltando apenas a sua acção, que segun-
Chineses tem “apadrinhamento” político
A discrepância é de 189.615 m3, constituída quase
inteiramente de madeira em toros contrabandea-
da por empresas chinesas, e provavelmente com-
posta primariamente por espécies de primeira
classe, as quais são proibidas de serem exportadas
em toro, facto que deve mesmo preocupar os ma-
gistrados do Ministério Público, enquanto garan-
tes da legalidade e promotores da acção penal no
país. Aliás, a Procuradora de Changara levanta
este assunto com preocupação, porquanto, daque-
le estudo ainda chama-se atenção ao facto de, se
contabilizado o facto de que a China importa 90%
de toda madeira exportada de Moçambique, e não
todas as exportações globais de Moçambique, se
pode inferir que 215.654 m3, ou 48% de todas as
importações da China em 2012, não foram regista-
dos como exportações pelas autoridades de Mo-
Quem somos? Associação de Apoio e Assistência Jurídica as Comunidades (AAAJC), é uma organização da Sociedade Civil Moçambicana, não-governamental, sem fins lucrativos, de âmbito
nacional, fundada em 2008 e com os seus estatutos legalmente publicados em 2010 no Boletim da República nº. 2, III serie, 4º suplemento de 19 de Janeiro. A sede é na cidade de Tete.
do promete, é para já. A preocupação da Procura-
dora de Changara tem razão de ser, pois, é por
actos destes e não só que estudos da Environmen-
tal Investigation Agency (EIA) (2013), e outros
anteriores a este, denunciaram que mesmo previs-
to na Lei de Florestas e Fauna Bravia, a proibição
de exportação da madeira em toros de espécies da
primeira classe, o comércio ilegal de madeira com
a China está a debilitar os esforços do governo de
Moçambique na aplicação das leis correspon-
dentes, estimulando também a corrupção. É um
estudo na posse da AAAJC e que defende que um
claro padrão de corte ilegal e de contrabando de
madeira, é visível na análise dos dados do comér-
cio madeireiro sino-moçambicano feita pela EIA
(2013), onde constatou-se que em 2012, o governo
de Moçambique registou exportações de 260.385
m3 de madeira em toro e serrada ao mundo, in-
cluindo a China, enquanto a China registou im-
portações de 450.000 m3 de madeira em toros e
serrada de Moçambique.
çambique. A constatação deste estudo é de que do cres-
cimento do volume de madeira comercializado entre
China e Moçambique, é possível identificar como o con-
trabando que abastece a demanda chinesa está directa-
mente contribuindo ao corte ilegal de madeira em Mo-
çambique. Mas mais do que isso, para explicar o contra-
bando de madeira para China, o estudo da EIA (2013),
revela que várias empresas florestais chinesas contam
com um forte “apadrinhamento” político, o que faz com
que as mesmas infrinjam as leis moçambicanas de ma-
neira insolente, protegidos por aliados políticos de alto
nível.
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 Penhane OFICIAL REPORT CARD OF THE ASSOCIATION FOR SUPPORT AND LEGAL ASSISTANCE TO COMUNITIES

Director Executivo Rui Vasconcelos* Sede: AAAJC* Telefone: 20030252*Cidade de Tete* Bairro Chingodzi* Editado em Português e Inglês
Edition nº80

Changara prosecutor will apply the law against apathy of forest

The Changara district attorney Maria de Lurdes for now. The concern of the Changara Public Pro-
Paúnde said at the meeting of the National Fo- secutor is right, because it is because of these acts
restry Forum, occurred last week in Tete that and not only that studies by the Environmental
although the law is clear about the ban on the ex- Investigation Agency (EIA) (2013), and other stu-
ploitation of some forest species, forest inspectors dies prior to this, denounced that even provided
do not detect or seize trucks transporting illegal for in the Law on Forests and Wildlife, banning
timber. There is no activity of the inspectors in the the export of wood in first-class species logs, ille-
inspection posts, other than to watch wood in gal timber trade with China is undermining the
logs and semi-processed in transit from the cut- efforts of the Mozambican government to enforce
ting sites to the export ports. According to her, the corresponding laws, also stimulating corrup-
she will apply the law, because it is inadmissible tion. It is a study in the possession of the AAAJC
that the process has reached these levels. And be- and that a clear pattern of illegal logging and
cause the prosecutors' allegation, as said, is an smuggling of timber is visible in the analysis of
excuse for any guidance at the local or district le- data from the Sino-Mozambican timber trade
vel, which, as the legislation guides, is always un- conducted by the EIA (2013), where it was found
founded when there is a decree or ministerial de- that in 2012, the Mozambican government recor-
cree. The prosecutor is annoyed by the fact and ded exports of 260,385 m3 of logs and sawn tim-
has already drawn measures on the situation, ber to the world, including China, while China
lacking only his action, which he says promises, is recorded imports of 450,000 m3 of logs and sawn

Chinese have political "patronage"

The discrepancy is 189,615 m3, consisting al- China in 2012, were not recorded as exports
most entirely of wood in logs smuggled by by the Mozambican authorities. But more
Chinese companies, and probably composed than that, to explain the smuggling of wood
primarily of first-class species, which are to China, the study of the EIA (2013) re-
prohibited from being exported in trunk, a veals that a number of Chinese forest enter-
fact that should be of concern to prosecutors, prises have strong political "patronage",
as guarantors of legality and prosecutors in which makes them insolently violate Mo-
the country. In addition, the Changara Public zambican laws protected by high-level poli-
Prosecutor raises this issue with concern, sin- tical allies.
ce the study also draws attention to the fact
that, if China imports 90% of all wood expor-
Partners:
ted from Mozambique, and not all global ex-
ports from Mozambique, it can be inferred
that 215,654 m3, or 48% of all imports from

Who Are We? The Association for Support and Legal Assistance to Communities (AAAJC) is an mozambican Civil Society Organization (CSO) based in Tete province, non-governmental and non proffit, created in 2008 by
a group of Paralegals in natural resources and development law, formed by the Center for Legal and Judicial Training (CFJJ), now Ministry of Justice, who decided to organize themselves based on their knowledge to promote
social and economic development and respect for human rights based on observance of the principles of social justice, equity and sustainability. Its scope of action was limited to the areas of economic development and poverty
reduction in a participatory manner, legal support to communities and citizens, environmental education, conflict resolution, advocacy of public policies and human rights. In 2010, following the implementation of some initiatives
and completing the process of its constitution, the organization was formally legalized with statutes published in the Bulletin of the Republic no. 2, III series, 4th supplement of January 19, 2010.