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Índice

Objetivos e conteúdos ...................................................................................................................... 2

Entrada e acolhimento das crianças / famílias ................................................................................. 3

Atividades pedagógicas na sala e no exterior ................................................................................ 11

Serviço e acompanhamento das refeições ................................................................................… 21

Sesta, higiene e saída .................................................................................................................... 23

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Objetivos:

 Planificar, desenvolver e acompanhar as atividades pedagógicas das crianças com

necessidades específicas de educação.

Conteúdos:

 Entrada e acolhimento das crianças / famílias

 Atividades pedagógicas na sala e no exterior

 Serviço e acompanhamento das refeições

 Sesta, higiene e saída

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Entrada e acolhimento das crianças / famílias


O processo de adaptação carateriza-se pelo período durante o qual a criança com NEE se
separa do seu ambiente familiar e é inserida num novo ambiente com o qual ela nunca
interagiu, onde passa muitas horas do seu dia com rotinas que exigirão uma grande capacidade
de adaptação.

O jardim-de-infância tem o papel de favorecer a criança com NEE e o novo ambiente, para que a
criança adquira mecanismos positivos frente a novas situações e se possa adaptar
favoravelmente. O educador organiza o ambiente tendo em conta as singularidades das
crianças, oferecendo-lhe condições para que desenvolva a sua autonomia, identidade, espírito
de cooperação e solidariedade. O educador estabelece vínculos afetivos e de confiança com as
crianças e com a família.
A adaptação da criança é realizada em diferentes fases:

Com as novas crianças e com os novos adultos:

 Conhecimento e respeito mútuo;

 Reconhecer e apreciar as suas capacidades e as dos outros;

 Cooperação mútua.

Com a nova sala:

 Conhecimento da sala e do seu funcionamento;

 Conhecimento das regras e hábitos.

Com as rotinas:

 Respeitar as rotinas;

 Aquisição de regras, comportamento, postura pessoal e em grupo, promoção da


autonomia.
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O que os pais devem fazer ajudar na integração dos seus filhos no jardim-de-infância?

É importante que lhes deem a conhecer o espaço onde vai passar a estar no dia-a-dia,
nomeadamente a sala, espaço refeições, casas de banho, recreio e outros locais vai utilizar.
Devem falar com a educadora na presença da criança. Quando chegar a casa devem falar com os
filhos, de forma entusiástica, dos bonitos espaços que viu, onde vai aprender e onde vai brincar.

É importante referir sempre o facto de ir ter tantos meninos e meninas com quem vai brincar,
como vai pintar, fazer jogos, apelando especialmente às coisas de que ele gosta.

No primeiro dia é importante que os pais passem algum tempo com os seus filhos, pelo que não
devem ir a correr deixá-lo à porta do infantário. Devem sim, fazer as coisas com alguma calma. Na
primeira semana, apesar da vida nem sempre permitir, será bom que façam o esforço.

Devem estacionar o carro, e ir com a criança até à sala, falar com a educadora, com outros pais
que ali também possam estar. Devem fazer sentir à criança que aquele espaço é dele, mas que
está lá para o apoiar. Se os pais tiverem disponibilidade de horário, devem ir buscar a criança
antes do fim do dia e perguntar-lhe o que ela fez. Essa partilha vai permitir que a criança se sinta
mais confiante.

Os pais devem estar presentes mas não devem ser demasiados protetores, não é isso que se
pretende. A criança tem que ir conquistando a sua autonomia e confiança. Deve-se ajudar a
ultrapassar os problemas, mas não os retirar do caminho.

Os benefícios para uma integração no jardim-de-infância regular de crianças com


Necessidades Educativas Especiais (NEE) são vários, tanto para com as diferentes crianças
como até para com os adultos. Do ponto de vista da criança com NEE o facto de estar integrada
num ambiente de grupo em que haja outras crianças na sala da sua idade e adultos atentos e
sensíveis permite-lhe oportunidades de interação múltiplas que num ambiente segregado não
tem; no fundo é estar incluída na “vida real”, indo aos poucos adaptando-se também às regras,
rotinas, etc. Em relação às outras crianças também recolhem os seus benefícios,
nomeadamente em termos de valores como a solidariedade, a compreensão do outro e a
aceitação da diferença.
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As crianças com NEE devem ter uma relação de companheirismo com o educador de infância.
Estes devem apoiar as crianças nas suas atividades, encorajá-las a aproveitar, a desenvolver
as suas capacidades e encontrar soluções para os seus problemas. Devem discutir as situações
com as crianças e integrá-las no planeamento e construção das atividades.

O educador é um elemento privilegiado no desenvolvimento da relação entre a escola e a


família. Deve incentivar e promover uma relação sólida baseada num profundo conhecimento
da família para que esta se envolva na vida quotidiana do jardim-de-infância e se torne parceira
ativa na educação da criança com NEE. Para incentivar à participação da família o educador pode
promover várias atividades, como por exemplo, encontros, convites, participação direta nas
atividades, tanto em casa como no jardim-de-infância. Quando se sentem integrados, os familiares
tornam-se muito disponíveis, expressam as suas preocupações, sentem-se ativos na educação
das crianças. O sucesso desta relação permite à criança sentir-se mais segura, valorizada,
participativa, motivada e confiante.

Na creche e no jardim-de-infância trabalha uma equipa de profissionais que têm uma grande
influência na qualidade das práticas de cuidados e educação das crianças com NEE.

O papel do educador e do assistente de ação educativa cruzam-se no sentido de assegurar o


bem-estar das crianças, a satisfação das necessidades básicas, o desenvolvimento afetivo
e motor, a promoção da socialização, da autonomia e da comunicação. É muito importante
estabelecer laços afetivos com as crianças, estimular, interagir, identificar necessidades e
potencialidades.

O papel do técnico de ação educativa na relação com as crianças com NEE

Ser solidário e zelar pelo desenvolvimento da criança.


Ser paciente.

 Criar um ambiente de confiança e empatia.


 Ser tolerante.
 Ser transmissor de valores.
 Assegurar um ambiente seguro, confortável e desejável.
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 Respeitar a criança como sujeito inserido numa sociedade e com os seus próprios direitos.
 Guardar as informações pessoais das crianças, salvaguardando os seus direitos.
 Promover a autonomia da criança.
 Promover o trabalho e parceria com outros técnicos.
 Assegurar a ligação entre crianças, educadores, pessoal administrativo, e visitantes.
 Saber trabalhar em equipa.
 Apoiar a atividade pedagógica, de ação social escolar e de apoio geral.

A posição da família face à criança com Necessidades Educativas Especiais

Na nossa sociedade é frequente os pais investirem muito, quer em termos materiais quer em
termos emocionais, enquanto esperam o nascimento de um filho. O casal deseja ter um filho
saudável, uma criança robusta, que seja a sua auto imagem e, ao mesmo tempo, que assegura a
continuação do nome e a tradição da família. A par dos sonhos do casal juntam-se,
frequentemente, crenças e receios, pois uma criança que vai nascer é um ser desconhecido. É
evidente que o interior do sistema familiar vai sofrer alterações e a consciência desse facto lança
algumas dúvidas. Desde o início das gestações que se colocam questões, do género “Como será
o meu filho?” ou “Será que é perfeito e saudável?”. O tempo passa e eis que chega o dia tão
esperado: a criança sonhada e idealizada finalmente nasceu! Mas os factos, por vezes, contrariam
os sonhos e os desejos dos pais. O “fantasma” do filho com deficiência torna-se realidade. Dar à
luz um filho com deficiência é um acontecimento inesperado para o qual a família não está
preparada. É um acontecimento na vida dos pais que sempre ficará marcado e produzirá
mudanças no seio familiar. Nesta situação ocorrem questões, tais como:

 “Porque nos aconteceu isto?” ou


 “Que mal fizemos nós para merecer tal castigo?”.

As esperanças dos pais desfazem-se e o futuro avizinha-se cheio de receios, privações e


incertezas.

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O nascimento de uma criança “diferente” coloca os pais diante de um facto que lhes pode
despertar várias reações. Segundo alguns atores, este acontecimento promove três etapas de
adaptação no seio da família, a saber:

 Experimentação de um período de desorganização emocional, incluindo sentimentos de


ira, culpa, depressão, vergonha e fraca auto estima;
 Repulsa pela criança ou superproteção e por último,
 Os pais acabam por aprender a aceitar o seu filho “diferente”.

As famílias com crianças com NEE podem e devem procurar ajuda junto de profissionais
(médicos, psicólogos, educadores e outros técnicos), que devem proporcionar todo o apoio
possível, pois elas necessitam de informação sobre a deficiência e, sobretudo, que as ajudem
a aceitar essas crianças, que lhes demonstrem solidariedade, para que em nenhum momento
se sintam sós, desamparadas e soladas. Os profissionais devem fomentar o vínculo afetivo
entre pais e filhos, de modo a favorecer a harmonia que deve existir entre ambos.
Relativamente à criança “diferente”, é importante sentir-se amada e fazer parte integrante da
família, o que proporcionará equilíbrio e estimulação para o seu desenvolvimento. A família é
uma instituição privilegiada da educação, pois nela começa a existência do Homem e nela
reside o meio natural e mais adequado para o indivíduo se promover como pessoa. O papel que
a família desempenha na educação de crianças com NEE não difere, de forma muito
significativa, da educação dada às outras crianças. Contudo, a participação e a colaboração dos
pais no processo educacional das crianças com NEE é um fator imprescindível para o seu
desenvolvimento.

O papel dos pais na intervenção educativa

A família é uma instituição privilegiada da educação, pois nela começa a existência do


Homem e nela reside o meio natural e mais adequado para o indivíduo se promover como
pessoa.

O papel que a família desempenha na educação de crianças com NEE não difere, de forma
muito significativa, da educação dada às outras crianças. Contudo, a participação e a
colaboração dos pais no processo educacional dos alunos com NEE é um fator
imprescindível para o seu desenvolvimento.
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No que concerne à educação das crianças, sobretudo das crianças com NEE, é fundamental,
portanto, que o jardim-de-infância/escola promova a colaboração dos pais. Os pais são
elementos fundamentais no que diz respeito à planificação, execução e avaliação de programas
de intervenção.

A família como primeiro agente de educação e de socialização de qualquer criança, incluindo


a portadora de deficiência, desenvolve um papel relevante no âmbito da intervenção precoce.
É, muitas vezes, a família (essencialmente a mãe devido a uma maior proximidade com o filho),
que deteta as «diferenças» em relação às crianças com necessidades especiais. Assim, temos
de salientar a importância fundamental da educação no âmbito familiar, especialmente no início
do desenvolvimento da criança. É à família que compete intervir de modo a desenvolver na
criança todas as suas capacidades.

A ajuda direta aos filhos quando estes têm dificuldades é muito importante. O incentivo é
relevante pois, transmite aos filhos, a importância atribuída à frequência na escola. Por outro lado,
os filhos sentem-se mais motivados quando testemunham o interesse dos pais pela sua atividade
escolar.

Os pais sentem-se implicados no processo educativo quando participam diretamente na


atividade escolar dos filhos. Aumentando as suas expectativas quanto ao percurso escolar dos
filhos, aumentarão, naturalmente, as expectativas destas em relação ao seu próprio percurso,
assim como a sua autoconfiança, a auto estima e o seu auto conceito académico, que
culminarão, certamente, em bons resultados escolares e afetivos.

Por outro lado, a participação dos pais aumenta a expectativa dos professores.
Estes veem a presença dos pais na escola como manifestação de interesse em relação à
educação escolar dos filhos, acontecendo o contrário em relação aos que raramente aparecem.

Com o aparecimento dos educadores de apoio educativo ligados à educação especial parece
surgir uma ligação mais “estreita” entre os pais de crianças com NEE e os educadores no
jardim-de-infância. Estes Educadores de Apoio Educativo, sendo, alguns possuidores de
especializações em Educação Especial, trabalham diretamente com as crianças com NEE tendo
em conta as suas dificuldades e ajudando-as a ultrapassá-las dentro das suas possibilidades;
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além disso também colaboram com o educador da sala de forma a facilitar a integração e a
aquisição de aprendizagens destas crianças. Muitas vezes, apoiam também as famílias
ajudando-as a descobrir quais os seus direitos e orientando-os na melhor forma de poderem
ajudar os seus filhos.

No caso de crianças com NEE, a relação pais/educadores/professores deverá, na medida do


possível, ser mais familiar. É necessário estabelecer uma relação de confiança de parte a
parte para que esta relação seja frutífera e possa ajudar de alguma forma a criança em causa e
a sua família.
A família é o primeiro e o mais importante contexto para o crescimento físico e psicológico
da criança. As famílias são consideradas as primeiras instituições educativas das crianças, visto
que é no seio delas que se inicia o processo de socialização.

Logo, cabe à família integrar a criança na sociedade, funcionando, também, como meio cultural
de crescimento e bem – estar.

Nesta fase inicial da vida de uma criança, principalmente quando vai para a creche, há sempre
um adulto na sala com quem a criança irá criar laços afetivos mais fortes. Esta vinculação vai
dar/trazer à criança uma maior segurança, que vai fazer com que esta se sinta protegida e
consiga então, transmitir aos pais que está bem, serena e tranquila sempre que vai para a creche.
A criança vai criando novos ritmos e aprendendo a fazer da sala o seu espaço.

As atividades e os objetos existentes neste espaço tornam possível a adaptação da criança à


creche que passa por um envolvimento dos pais, da educadora e auxiliares, que devem
proporcionar à criança um clima de segurança que lhe permitirá ultrapassar as dificuldades da
adaptação.

A firmeza dos pais tem um papel extremamente importante nesta hora, pois há que explicar aos
filhos com todo o carinho e amor que os vão buscar ao final do dia, porque apesar de gostarem
muito deles têm de ir trabalhar. Neste período de ansiedade de separação e angústia a criança
pode mostrar relutância em deixar a mãe, rabugenta e difícil de consolar, contudo este
comportamento da criança acabara por desaparecer.

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Para a criança, o desvinculamento do seio da mãe poderá desencadear sintomas de angústia e


mal-estar porque, a entrada na creche, onde a criança passará a maior parte do seu dia, faz com
que exista uma quebra no processo de afetividade que vem a ser construído entre ambos.

A integração da criança na creche, que exige a socialização com outras crianças, com
educadores e com auxiliares, é uma nova etapa no processo deformação da sua personalidade.
Para o desenvolvimento da criança é necessário um meio socio emocional, afetivo, monitor e
cognitivo.
As emoções são uma forma de comunicação, especialmente no bebé, porque é a maneira que
este tem de se relacionar, usando-a para expressar os seus sentimentos a criança utiliza
intensamente a linguagem emocional, a expressão corporal, o choro.

A creche deve oferecer um ambiente que evite angústia e mal estar e promover o
desenvolvimento da criança através da entre relação entre os sentimentos e os afetos.

A educação afetiva condiciona o comportamento, o caráter e a atividade cognitiva da criança e a


criança deve ser pensada como um todo formado de emoções e sensações, sendo necessário
proporcionar-lhe bem-estar psicológico, físico e cognitivo.

A afetividade forma um elo na relação entre o educador e a criança, tornando mais estreita a
relação entre ambos. Esta relação passa pela promoção do desenvolvimento de competências
emocionais, confiança, curiosidade, intencionalidade, autocontrole, capacidades de
relacionamento, capacidades de comunicação e de cooperação.

As atitudes do(a) educador(a):

 Criação de um clima de segurança afetiva individual e coletiva.


 Atenção individualizada, mas não exclusiva, sobretudo nos momentos quotidianos de:
chegadas, despedidas, refeições; compreendendo como momentos de grande importância
para a relação individual e afetiva com a criança (tratando de evitar a pressa, agonia,
nervosismo, etc.).
 Conhecimento da criança através de: entrevista com ao pais, observação da criança e das
suas reações diante situações quotidianas da escola.

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 Convite aos pais para entrarem na sala estando presentes sempre que possam, desta
forma, sentir-se-ão mais confiantes pois podem observar e participar nas atividades e
rotinas da sala.
 Reunir o máximo de informação sobre os hábitos da criança.

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Atividades Pedagógicas na Sala e no Exterior


Os objetivos do jardim-de-infância são vários:

 Estimular as capacidades de cada criança e favorecer a sua formação e o


desenvolvimento equilibrado de todas as suas potencialidades;
 Contribuir para a estabilidade e segurança afetivas da criança;
 Favorecer a observação e a compreensão do meio natural e humano para melhor
integração e participação da criança;
 Desenvolver a formação moral da criança e o sentido da responsabilidade, associado ao
da liberdade;
 Fomentar a integração da criança em grupos sociais diversos, complementares da família,
tendo em vista o desenvolvimento da sociabilidade;
 Desenvolver as capacidades de expressão e comunicação da criança, assim como a
imaginação criativa;
 Estimular a atividade lúdica, incutir hábitos de higiene e de defesa da saúde pessoal e
coletiva;
 Proceder à despistagem de inadaptações, deficiências ou precocidades;
 Promover a melhor orientação e encaminhamento da criança.
 Desenvolver pedagogicamente a expressão e a comunicação através da utilização de
linguagens múltiplas como meios de relação, de informação, de sensibilização estética e
de compreensão do mundo;
 Despertar a curiosidade e o pensamento crítico;
 Incentivar a participação das famílias no processo educativo e estabelecer relações e
efetiva colaboração com a comunidade.

Um dos problemas com que os profissionais de educação, se confrontam quando se deparam


com crianças com NEE na sala de aula é, para além da necessidade de se terem que inteirar da
problemática específica de cada caso, que tipo de atividades lhe pode proporcionar, por forma
a desenvolver o seu potencial de forma inclusiva e integradora.

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Nesse sentido, é essencial adequar estratégias para promover o desenvolvimento integral da


criança com NEE. Como tal, descreve-se uma série de possíveis estratégias de ensino para as
diferentes áreas de intervenção, que poderão ser adaptadas de acordo com as necessidades
individuais de cada criança com NEE.

Estratégias para elevar a socialização

 Facilitar o contacto com diferentes alunos, promovendo o convívio entre os mesmos: na


sala de aula, no recreio, no bar, no ginásio, etc.
 Visitar outras escolas, assim como outros locais onde se propicie o contacto com
diferentes pares.
 Deixar o aluno explorar objetos, alimentos e pessoas.
 Organizar atividades que desenvolvam o contacto e o convívio.
 Integrar os alunos multideficientes nas saídas ao exterior, nomeadamente: visitas de
estudo, visitas de carácter recreativo e cultural.
 Proporcionar atividades que facilitem o alargamento de experiências, em diferentes
ambientes, tais como: visitar locais da comunidade, ir às compras, café, mercado, etc.
 Ter um adulto dentro da sala de aula, a fim de facilitar a participação/interação do aluno
multideficiente no grupo.
 Ensinar/ estimular a criança a aproximar-se e a tocar nos outros.
 Realizar atividades práticas/ funcionais na comunidade, tais como: ir à biblioteca, levar
uma carta ao correio, pagar a água, etc.
 Organizar atividades em que haja a participação de diferentes adultos ou crianças nas
atividades do grupo.
 Envolver encarregados de educação e as famílias neste processo, convidando-os a
organizar atividades, a colaborar no processo ensino-aprendizagem do aluno, cooperar
nas deslocações, auxiliar na organização das atividades, etc.
 Reduzir os tempos e duração de algumas atividades, de forma a aumentar o nível de
participação dos alunos.
 Construir rotinas de apoio de modo a que os colegas possam colaborar e participar na
adaptação do aluno multideficiente às atividades na sala de aula.
 Realizar intercâmbios com outras escolas, instituições e outras entidades, a fim de
promover a interação com diferentes pessoas e diferentes ambientes.

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 Utilizar os meios de comunicação pessoal para promover a socialização, como a


Internet, telefone, correios, etc.

Estratégias para desenvolver a comunicação

 Criar atividades diversificadas que propiciem a informação e originem a necessidade de


comunicar - variando os espaços, as atividades, falar de temas de acordo com os seus
interesses, etc.
 Identificar os parceiros com quem comunica através dos nomes, dum gesto ou de um
objeto de referência - apresentar as crianças umas às outras, colocar questões ao grupo
acerca das presenças e ausências, estabelecer uma rotina clara e com consequências das
ações, dizer o nome da crianças para obter a sua atenção, etc.
 Estruturar as ações no tempo de forma sistemática - lavar as mãos antes de comer,
vestir o casaco antes de ir para casa, etc.
 Organizar o calendário do tempo onde se indiquem as ações diárias e a sua sequência,
utilizado desenhos, objetos e escrita, de acordo com as capacidades do aluno.
 Utilizar switch sonoros.
 Ter formas de comunicação variadas de acordo com as capacidades do aluno e para que
todos os presentes entendam - representar a mesma atividade de diversas formas, colocar
a mão da criança sobre a sua para que esta sinta o que está a realizar e se sinta motivada
para imitar, etc.
 Construir tabuleiros com diferentes texturas (para usar como calendários, por ex.).
 Tomar atenção às formas de resposta do aluno (como: movimentos corporais, expressões,
posturas, respirações, etc.).
 Dar tempo para que a criança responda às iniciativas propostas.
 Responder ao aluno de acordo com a situação, uma vez que determinados gestos são
repetidos, mas dependendo da hora, da situação e do contexto nem sempre querem dizer
o mesmo - apontar para a rua de manhã pode significar ir passear, se for ao final do dia,
pode significar que está a chegar alguém para o levar a casa, por ex.
 Diversificar os contextos e parceiros de comunicação - levá-lo à sala de aula, ao
recreio, etc.
 Levar o aluno a pedir materiais em função das atividades propostas, estimulando
assim a comunicação - ao almoço não lhe dar o copo com água, não colocar o talher, etc.

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 Responder de forma positiva a todas as formas e tentativas de comunicação -


incentivar, dar pistas.
 Dar informação verbal acerca da atividade que a criança realiza, utilizando sempre a
fala em conjugação com outras formas de comunicação.
 Mediar a quantidade de informação e a forma como é transmitida à criança, uma vez
que muita informação e mal estruturada podem ser motivo de confusão e mesmo de
desmotivação para a criança.

Estratégias para desenvolver a autonomia

 Promover a participação dos alunos de forma parcial, ou seja, dar a possibilidade ao


aluno de realizar alguns passos da tarefa, com ou sem ajuda, na ausência da capacidade
de realização da mesma.
 Comer sozinho (ou com pouca ajuda).
 Diversificar os ambientes de realização das tarefas.
 Realizar as atividades de higiene, como lavar a cara, as mãos, tomar banho, lavar os
dentes, fazer a barba.
 Ter formas de comunicação que lhes permitam chamar a atenção, pedir ajuda, recusar
ou pedir mais.
 Deslocar-se com pouca ajuda em espaços da sua rotina diária.
 Conhecer os espaços onde se desloca e move, assim como as pessoas que os
compõem, com a escola, casa e comunidade.
 Trabalhar a independência no uso da casa de banho (ser o mais independente possível
e pedir ajuda quando não consegue ser autónomo).
 Visitar espaços da comunidade envolvente a fim de os conhecer e relacionar.
 Proporcionar atividades que facilitem o alargamento de experiências, em diferentes
ambientes, como: visitar locais da comunidade, ir às compras, café, mercado, ir à
biblioteca, levar a carta ao correio, pagar a água.
 Utilizar meios de comunicação pessoal para promover o desenvolvimento da
autonomia, como Internet, telefone, correios, etc.

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Estratégias de estimulação sensorial

 Proporcionar área de segurança para a aprendizagem e para a brincadeira.


 Criar um ambiente controlado e pouco confuso onde o aluno possa aprender e
concentrar-se nas atividades propostas.
 Utlizar landmarks e cores com texturas para auxiliar a orientação e organização do aluno.
 Arrumar os materiais e objetos em locais próprios, desenvolvendo a orientação e a
consistência ambiental.
 Utilizar materiais/ objetos de diferentes texturas, tamanhos, formas, pesos, etc
 Aplicar objetos da vida diária.
 Usar little room ou pequenos ginásios onde o aluno possa desenvolver as suas
capacidades e habilidades.
 Empregar materiais que ativem e desenvolvam os sentidos: visual, auditivo, olfativo,
táctil e gustativo do aluno (como o uso de objetos produtores de vibrações, ressonâncias,
ritmos, pesos e temperaturas para desenvolver estes sistemas sensoriais).
 Utilizar switch sonoros.
 Aplicar pistas sonoras e tácteis que permitam encontrar objetos ou explicação para
algumas situações.
 Usar texturas secas, húmidas e molhadas.
 Realizar atividades de estimulação sensorial em ambientes controlados e mudá-los
gradualmente para ambientes naturais.
 Organizar atividades rotineiras a fim de proporcionar experiências sensoriais e encorajar
a sua utilização em situações específicas.
 Deixar o aluno explorar objetos, alimentos e pessoas.
 Tocar primeiro a mão do aluno antes de apresentar o objeto.
 Apresentar primeiro as texturas nas costas da mão do aluno e só depois na palma da
mão.
 Apresentar objetos/ materiais nas partes do corpo da criança menos sensíveis (joelhos,
cotovelos e ombros).
 Ensinar/ estimular o uso das mãos como ferramentas de exploração e experimentação.
 Permitir que os objetos estejam ao alcance do aluno.
 Efetuar a estimulação sensorial de forma cuidada, sistemática e gradual (para não criar
confusão ao aluno).
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 Explorar objetos/ materiais em conjunto com o aluno (mostrar como se segura, utiliza e
explora os objetos).
 Ensinar/ estimular a criança a aproximar-se e a tocar nos outros.

Estratégias para desenvolver a cognição

 Utilização do jogo como instrumento de desenvolvimento da cognição: esconder objetos


pode ensinar à criança que os objetos permanecem; despejar o conteúdo de uma caixa
pode aprender a relação causa-efeito; empilhar peças pode aprender a relacionar forma,
tamanho, etc.
 Utilizar as rotinas diárias significativas para a criança como momento de aprendizagem.
 Proporcionar à criança experiências significativas, organizadas e diversificadas.
 Proporcionar atividades onde o princípio, meio e fim sejam claros e onde ambos (aluno/
professor) possam realizá-la em conjunto.
 Proporcionar espaços seguros para a aprendizagem e para a atividade lúdica.
 Dar oportunidade ao aluno de experimentar várias situações onde tenha controlo sobre
o seu ambiente, de forma a generalizar skills aprendidos.
 Garantir a generalização das aprendizagens realizadas com todas as situações
significativas.
 Criar um ambiente controlado e pouco confuso, onde o aluno possa aprender, praticar e
concentrar-se nas atividades propostas.
 Aplicar jogos/ objetos/ materiais que propiciem o desenvolvimento da cognição.
 Definir dentro do ambiente do aluno diferentes áreas de realização de atividades.
 Arrumar os materiais e objetos em locais próprios, desenvolvendo a orientação e a
consistência ambiental.
 Utilizar materiais/ objetos de diferentes texturas, tamanhos, formas, cores, pesos, etc.
 Deixar o aluno explorar objetos, alimentos e pessoas.
 Permitir que os objetos/ materiais estejam ao alcance do aluno.
 Use objetos simples de forma a facilitar a sua exploração por parte da criança e que
sejam significativos para ela.
 Garantir que a informação fornecida e as competências a desenvolver sejam úteis e
contribuam para aumentar a sua independência na vida futura.

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 Motivar o aluno para a aprendizagem e saber qual o tipo de esforço mais efetivo para a
criança (prémio social, comida, brinquedo preferido...).
 Conhecer as condições para a criança aprender, assim como as estratégias que esta
utiliza para explorar o seu ambiente.

Estratégias para desenvolver a motricidade

 Aplicar materiais/ objetos surpresa durante as atividades para auxiliar no


desenvolvimento de skills.
 Realizar atividades variando os espaços de realização das mesmas.
 Aproveitar materiais/ equipamentos que permitam o trabalho de habilidades motoras,
como: puxar, largar objetos.
 Utilizar materiais estimuladores e diversificados.
 Realizar atividades que promovam e desenvolvam a consciência do próprio corpo, a
lateralidade, coordenação geral, o equilíbrio, organização do esquema corporal e
organização espacial.
 Trabalhar skills que promovam o desenvolvimento global da criança com multideficiência
no sentido de lhe proporcionar uma melhor qualidade de vida.
 Realizar atividades que auxiliem o desenvolvimento da motricidade fina e grosseira.
 Ter em conta os posicionamentos da criança (recorrer à ajuda de um terapeuta
ocupacional ou fisioterapeuta, se necessário).
 Realizar atividades de carácter individual e em grupos.
 Planificar atividades tendo em conta as capacidades e as limitações do aluno, realizando
as devidas adaptações, assim como as progressões pedagógicas.

Atividades e jogos pedagógicos

Dominó das cores

 Facilitam a nomeação das cores, as peças são grandes e para facilitar o manuseio, o
material pode ser higienizado, pois é confecionado com tinta lavável.

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 Descrição: Material feito em madeira, medindo 4 cm de comprimento, 9 cm de largura e 1


cm de espessura. Cada peça possui duas cores. Uso de tinta lavável.

Jogo da memória

 Desenvolve a memória visual e atenção concentrada, pode ser trabalhada com figuras que
contenham meios de transporte, relação entre quantidade e numeral ou qualquer outro
assunto trabalhado em sala de aula. O material é de simples manuseio, pode ser
manuseado com pinças laterais, em dois ou mais dedos ou ambas as mãos para empurrar
e virar as peças.

 Descrição: Jogo elaborado com tampas de maionese ou qualquer outro tipo de tampa do
tipo médio a grande, colados sobre pares de figuras.

Quadro agarradinho

 Disponibiliza à criança uma alternativa de comunicação. Desenvolvido para alfabetização


de alunos com paralisia cerebral.

 Descrição: Material confecionado com lâmina de compensado, forrado com espuma fina e
encapado com tecido emborrachado. Quatro faixas de velcron que permitem unir
saquinhos cheios de areia ou arroz. Nesses saquinhos são colados letras ou formas
geométricas. O quadro mede 70 cm de comprimento por 50 cm de largura, tamanho
ajustável à necessidade da criança.

Multiplicação em pizza

 Material confecionado para crianças com dificuldades em manusear lápis e papel.


Permite a multiplicação entre os números apenas trocando o multiplicador central.

 Descrição: Em madeira de forma circular, com diâmetro de 35 cm e espessura de 2 cm,


no centro possui uma abertura também em forma de círculo, na qual os multiplicadores
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podem ser trocados. Recurso acompanhado de toquinhos de madeiras em forma de


quadrados com os numerais inscritos, que serão utilizados para exibir o resultado da
operação aritmética.

Atividades de recorte

A criança com deficiência física não pode participar de atividades de recorte e colagem a
menos que a tesoura seja adaptada, temos que analisar qual é o tipo de habilidade (fechar ou
bater a mão) dessa criança e assim construirmos uma tesoura adaptada.

Se a criança não consegue usar a tesoura e segurar o papel devemos passar a atividade que era
individual para coletiva, uma criança segura o papel, a outra recorta e um próximo passa a cola,
assim podem participar na atividade todos juntos.

Atividades de desenho e pintura

Para as atividades de desenho e pintura podemos desenvolver algumas adaptações, podemos


fixar a folha com fita adesiva na classe, adaptar o lápis de colorir com espuma macia enrolada na
volta do lápis para aumentar a superfície de contato, adaptar uma bola de borracha encontrada
em farmácias e utilizada como “sugador de leite” no lápis, são algumas possibilidades para
melhorar a posição da mão.

Área da expressão plástica

Nesta área a criança experimenta vários materiais e suportes, realiza artefactos com materiais
reutilizáveis, realiza colagens, pinturas, desenhos com variadas técnicas, manuseia tesouras,
agulhas, colas, experimenta e treina noções de espaço relativos ao suporte que nele se inscreve.

A expressão plástica é um dos modos mais caraterísticos que a criança/jovem tem, não só de
observar e manipular a matéria, deforma criativa, como, também, de comunicar ao exterior a sua
particular visão do meio, sua aquisição permanente de noções e a necessidade de compartilhar
com os outros o seu estado emocional.

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A criatividade, e a expressão na criança/jovem, implicam amadurecimento, capacidade de


comunicação, nível percetivo e motor, grau de motivação e, desde logo, conhecimentos da
aplicabilidade de certas técnicas no seu trabalho criativo.

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Serviço e Acompanhamento das Refeições

Como objetivos da educação alimentar destinada às crianças em idade pré-escolar, podem


identificar-se os seguintes:

 Criar atitudes positivas face aos alimentos e à alimentação;


 Encorajar a aceitação da necessidade de uma alimentação saudável e diversificada;
 Promover a compreensão da relação entre a alimentação e a saúde;
 Promover o desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis.

Nem sempre os adultos dão a devida atenção à rotina da alimentação, partindo do princípio que o
fundamental é alimentar, e se a criança é saudável. Apesar de ser importante, pois é na infância
que a alimentação influência o amadurecimento tanto físico como psicológico das crianças,
e como tal tem de haver um equilíbrio nutricional das refeições que são dadas.

Contudo também é importante a postura que o adulto adota durante as refeições. Como se sabe o
adulto é o ponto de referência da criança, sendo um modelo para ela.

As refeições devem ser vistas como algo que constitui uma oportunidade diária de fortalecer
relações com as crianças, apoiando-as na conversação, na exploração e na repetição,
proporcionando assim, uma aprendizagem e uma autonomia, fazendo com que a criança se torne
independente e se consiga alimentar sem a ajuda do adulto.

É importante que o adulto tenha as mesmas horas de refeição que a criança e que possam
desfrutar de um momento em família.

No jardim-de-infância é servido o almoço, lanche e complementos no intervalo das refeições


(sempre que se justifique). O almoço normalmente é servido às 12:00 horas na sala de atividades
pelas respetivas educadoras e auxiliares educativas, sendo a ementa adaptada às indicações
médicas para cada criança. A ementa do almoço é composta por: uma sopa, um prato

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principal (carne e peixe em dias alternados acompanhados de legumes) e fruta ou sobremesa


(uma vez por semana).

Às 15:30 é servido o lanche, sendo normalmente composto por pão com manteiga ou queijo e
leite simples e iogurte natural em dias alternados.

As crianças portadoras de necessidades especiais precisam de hidratação constante, ainda


mais quando consomem produtos industrializados ou fórmulas especiais.

As que utilizam sonda de alimentação acabam por consumir água de forma involuntária. Por
isso, é importante que o profissional que as acompanha calcule as quantidades de água utilizadas
na limpeza do utensílio, após as refeições, para que não exceda a conta.

As dificuldades na ingestão de água são habituais. Por isso, é importante ter algumas
precauções:

 Dar água apenas na colher aos que se engasgam com muita facilidade, ou aos que não
estão acostumados com ela (a água, e a colher também).
 Dar em pequenas quantidades também aos que se alimentam apenas por sonda.
 Dar frutas frescas suculentas e macias, ao menos 3 vezes ao dia.
 Comprar uma redinha de alimentação ou colocar pedaços de alimentos macios enrolados
numa gaze. Encostar nos dentes superiores do canto da boca e ajudar com suas mãos a
exercitar a mastigação e movimentação da língua e outros músculos da face.

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Sesta, Higiene e Saída

As crianças vivem cada mais vez segundo os horários dos pais. Há uns anos atrás, a maior parte
das mães estavam em casa e podiam gerir o dia-a-dia de acordo com as necessidades dos mais
pequenos, hoje essa organização é praticamente impossível.

Consequentemente, para que as crianças possam passar algum tempo na companhia dos pais,
acabam por ir para a cama muito mais tarde do que o recomendável.

Desta forma, cada vez mais é necessário este tempo de descanso no fim de almoço. Todos
nós conhecemos as consequências da falta da sesta: irritabilidade, birras, atividade fora do
normal e até sonolência à hora do jantar.

Quando dorme, sonha, e esse sono "recarrega" as baterias do sistema nervoso. O


descanso é fundamental para o equilíbrio da criança.

É normal que a criança diga que não quer dormir, tentando resistir. No entanto, o educador deve
insistir neste hábito e proporcionar um ambiente propício ao descanso: tranquilidade,
temperatura agradável e conforto. Para que a criança consiga dormir melhor poderá colocar-se
uma música calma ou deixá-la dormir com um boneco. Mesmo ao fim de semana as rotinas
devem ser mantidas.

No entanto, há que ter em conta que nem todas as crianças têm as mesmas necessidades: há
crianças que precisam de dormir durante mais horas do que outras e enquanto há crianças que
aos cinco anos ainda necessitam da sesta, outras já não têm esta necessidade. É bastante
importante respeitar o ritmo de cada um.

Em suma, dormir é uma necessidade fisiológica. O sono tem como função:

 A reorganização funcional do sistema nervoso central;


 A reparação do cansaço físico;

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 Agilização da memória e a aprendizagem que ajudam a criança a desenvolver-se


saudavelmente;
 Permite que o cérebro trabalhe no sentido de consolidar as mudanças motivacionais do
sistema nervoso central.

O repouso ajuda as crianças a ficarem com a sua boa disposição de volta, possibilita às
crianças a oportunidade de recarregarem energias físicas e emocionais para a parte do dia
que se segue.

Os hábitos de higiene por parte da criança são adquiridos ao longo do seu processo de
desenvolvimento, por isso são os pais que têm um papel fundamental para que a criança
consiga interiorizar a importância desses hábitos.

É importante que os pais apoiem e ensinem a criança a responsabilizar-se pela sua própria
higiene, criando desde cedo rotinas e promovendo, gradualmente, a autonomia nos seus
cuidados pessoais e gosto pela imagem. A falta de higiene não é apenas um problema que pode
interferir com a saúde pois está paralelamente relacionada com a autoestima e o bem-estar,
podendo causar nos jovens dificuldades de relacionamento entre os seus pares.

A higiene pessoal da criança inclui:

 Tomar banho,
 Limpar os ouvidos e nariz,
 Pentear o cabelo
 Lavar os dentes

O banho diário pode ser uma das melhores formas de promover a saúde. Deverá transmitir à
criança as várias razões da importância do banho diário, tais como: a limpeza da pele, a
prevenção de infeções, a estimulação da circulação sanguínea, o relaxamento da tensão muscular
e, naturalmente, a melhoria da imagem perante os outros (muito importante na adolescência) e o
bem-estar.

Deve-se explicar sobre a importância da mudança de roupa após o banho, pelo menos da roupa
interior, pois ao estar mais em contacto com o nosso corpo, requer uma maior atenção. O cabelo

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também precisa de ser lavado, pois acumula poeira e suor e para que cresça saudável e forte,
também deve ser cortado e escovado com regularidade.
A lavagem das mãos é algo de extrema importância, e por isso mesmo tem de ser incutido nas
crianças logo desde cedo. O simples ato de lavar as mãos faz com que se remova bactérias,
células descamativas, suor, sujidade (que nas crianças é muito frequente devido à sua
atividade de exploração do meio envolvente) e oleosidade da pele.

A lavagem das mãos é um comportamento aprendido. Para ser efetiva, uma correta lavagem das
mãos deve ser ensinada, com tempo e calma. É bom que, para além da aprendizagem das regras
de lavagem, se faça também ver às crianças que não se trata de um “frete” a fazer mas sim de
uma rotina que deve prolongar-se ao longo da vida.

Uma lavagem correta das mãos deve incluir os seguintes passos:

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Quando se deve lavar as mãos?

 Antes de preparar uma refeição ou de comer;


 Após ida à casa de banho;
 Após mudar as fraldas ou limpar uma criança que foi à casa de banho;
 Depois e antes de estabelecer contacto direto com pessoas doentes;
 Depois de assoar, tossir ou espirrar;
 Depois de mexer num animal;
 Depois de mexer no lixo;
 Depois e antes de tratar de um corte ou ferida;
 Após a chegada ao trabalho/escola;
 Depois e antes de dar medicação.

É muito importante lavar as mãos depois de comer, especialmente as crianças que comem com
as mãos, de modo a diminuir a quantidade de saliva nas mãos, a qual pode conter
microrganismos.

Até aos 2 anos de idade ou enquanto a criança não for autónoma, a lavagem das mãos nos
momentos apropriados está dependente dos educadores.

Limpar os ouvidos e o nariz

Os ouvidos
A presença de cera nos ouvidos não é sinal de sujidade mas de que o canal auditivo externo está
a funcionar. Por esta razão, não se deve limpar os ouvidos com cotonetes porque só servirá para
empurrar as secreções para locais mais fundos do canal auditivo.
Quanto muito, poder-se-á limpar a parte de fora do ouvido com muito cuidado. Cotonetes com
proteção redonda maior devem ser preferidos para limpar a orelha.

O nariz
Deve ser limpo cuidadosamente, pelo menos uma vez por dia de forma completa.
Assoar-se e não fungar. São palavras de ordem que têm de ser repetidas até à exaustão,
sobretudo a partir dos 2 anos e meio de idade, altura em que já é possível uma criança assoar-se.
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Uma criança desta idade não tem ainda responsabilidade suficiente para se assoar quando
precisa, como tal, é preciso que os pais e educadores andem constantemente a lembrar ou então
associem o assoar-se com outro momento que faça parte da rotina, como por exemplo, as idas à
casa de banho. Pode ser boa ideia insistir que, para além da lavagem das mãos, também peguem
num papel e se assoem, mesmo que não tenham muito ranho.

Higiene oral

Como prevenir e evitar o aparecimento de cáries?


 Limpar diariamente os dentes da criança;
 Não deixar que adormeça com o biberão com sumo ou leite;
 Não deixar que chuche por longos períodos de tempo no biberão;
 Dar apenas água se tiver sede à noite;
 Não molhar a chupeta em mel ou outros líquidos doces;
 Ir regularmente com a criança ao médico dentista;
 Pensar que o fator tempo é muito importante: quanto mais tempo o dente for exposto a um
produto açucarado, maior é o risco de cárie.

Para que a criança se interesse pelos cuidados com a higiene oral, o momento da escovagem
dos dentes deve tornar-se divertido e não ser visto como uma obrigação ou castigo.

Um copo com água


Uma escova e pasta
Para lavar os dentes
É o que me basta
Esfrego, esfrego, esfrego
Com muito cuidadinho
Com os dentes lavados
Que rico cheirinho

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