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EMPRESAS BRASILEIRAS
Mestrado em Administração
(COPPEAD/UFRJ)
Rio de Janeiro
2009
ii
EMPRESAS BRASILEIRAS
Aprovada por:
______________________________________________ Orientadora
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
Rio de Janeiro
2009
iii
100 f.:il
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
A meus professores do COPPEAD, por terem expandido tanto os meus limites, por
A meus pais, por apoiar o filho adulto que à casa tornou, e especialmente à minha
mãe pela ajuda com nossa língua madre, apoio logístico, revisões, e pelo exemplo;
À Ana Paula, pela ajuda na revisão, pelas ligações telefônicas, pelo carinho e
compreensão.
vi
RESUMO
trabalhar com seus fornecedores de forma a buscar não somente qualidade, mas a
mais relevantes.
ABSTRACT
Supply management has evolved over the last years. From a perspective mainly
focused on cost reduction and buffer techniques the area is becoming more
proactive. Buying companies seek to work with their suppliers not only in order to
reach better quality but also to reduce the risks to the company’s operations. At the
same time the importance of supply has grown to meet the needs of the increasing
A survey was conducted with professionals from the procurement area in Brazilian
companies. Results show that supply professionals perceive great risk and make
wide use of supply management tools. A correlation was verified between the use of
between the use of outcome-based tools and any of the risks surveyed.
viii
ÍNDICE DE FIGURAS
Comportamento......................................................................................................... 77
.................................................................................................................................. 77
ÍNDICE DE TABELAS
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 2 - Fontes de Risco e Ferramentas Utilizadas para a gestão do risco ......... 41
1. INTRODUÇÃO
1.1. OBJETIVO
(PRALAHAD e HAMEL, 1990), buscam investir nos recursos que as diferenciam das
demais e terceirizar aqueles que fogem de seu foco (KRAUSE, 1999). De fato, os
(ZSIDISIN, MELNYK e RAGATZ, 2005), com o risco se tornando um fator cada vez
3
mais importante. Zsidisin, Melnyk e Ragatz (2005) observam que técnicas como six
sigma, just in time, Qualidade Total e competição baseada em tempo têm obtido
última análise foi causada por falhas no suprimento de energia para fornecedores
no Brasil1.
Christopher e Lee (2004) também notam que muitas companhias têm experimentado
uma mudança no seu perfil de risco de fornecimento com, por exemplo, a adoção de
1
Folha de São Paulo, acessado em 22/04/2008
4
Compras de grandes empresas, 85% indicaram que com a crise econômica global
fornecedores.
definindo que esses devem direcionar o esforço gerencial a itens com maior impacto
postulam que uma equipe altamente qualificada, que adote ferramentas de redução
ZSIDISIN, 2001).
não apenas contribuir para a literatura de Compras, mas servir de suporte aos
futuros.
7
2. REVISÃO DE LITERATURA
nesta sessão. Além da teoria de custos de transação, mais utilizada, são também
“Nossa tarefa é tentar descobrir por que uma empresa se organiza, [produzindo seus próprios
ganhos mútuos.
Os custos de transação vão além dos custos dos produtos comprados. Aqueles se
A Teoria do Custo de Transação prevê que quanto mais específicos forem esses
Theory)
dependência de recursos, Smeltzer e Siferd (1998) postulam que quanto mais uma
9
A Teoria de Agência estuda a relação em que uma parte, o principal, delega trabalho
para outra parte, o agente. O principal não consegue fiscalizar o trabalho do agente
por ser difícil ou caro, e ambos têm objetivos, desejos, ou comportamento ante a
1989). Dadas as diferenças entre principal e agente, a teoria busca estudar a melhor
pessoas buscam seu interesse próprio, com racionalidade limitada, aversão ao risco
“Porque o agente não possui os mesmos objetivos do principal e porque ele está mais
familiarizado com os detalhes de sua tarefa, ele pode ter o motivo e a oportunidade para se
Ainda segundo Eisenhardt (1989), duas formas desse contrato são possíveis para
são também estudadas por Lassar e Kerr (1996), em um trabalho sobre a relação
10
custo de monitoração.
Uma implicação da gestão de risco, postulada por Zsidisin (2001), é que quando a
presença da incerteza.
11
Com base na tipologia de quatro tipos de itens, Krajlic recomendou que os esforços
Monopólio ou Oligopólio;
Barreiras de Entrada;
Custos Logísticos;
Complexidade logística.
fornecedor como um todo. O resultado desses incidentes significa que a firma compradora se
pode não ter capacidade para, no curto prazo, suprir totalmente esse pedido. Esse
13
aumento, no entanto, pode não ser decorrência de um aumento nas vendas. Lee,
“efeito chicote”, indicando que a variância dos pedidos de uma empresa a seus
fornecedores pode ser muito superior à sua variância de vendas. Ademais, esse
cadeia de suprimentos.
final.
comprador. Esse fenômeno pode não ter efeitos imediatos, mas pode se tornar um
2008).
14
Hartley, Greer e Park (2002) estudaram o caso da Chrysler, que com seu programa
SCORE2 atuou junto a sua base de fornecedores para reduzir seus custos, não só
no presente, mas também para reduzir a chance de que seus custos aumentassem
um produto, desde o seu pedido até sua entrega. Handfield (1993) estuda a
fornecedores se tornou mais crítico para o tempo de resposta total das empresas
Christopher e Lee (2004) também vislumbram o tempo de resposta alto como uma
Christopher e Lee citam dois principais fatores que, juntos, definem se o risco será
2
Supplier Cost Reduction Effort – Esforço de redução de custo de fornecedores
15
a quantidade a ser comprada, não tem a visão total de como anda a previsão de
seu fornecedor. Este mesmo fornecedor pode também não receber esse tipo de
falta de visibilidade seria a adoção de proteções passivas, por exemplo sob a forma
de estoques de segurança.
controle. Se, por exemplo, os ciclos de resposta dos fornecedores forem muito
devem se manter atentos aos parâmetros operacionais e emitir alertas sempre que
16
situações fora do controle forem alcançadas. Deve-se tomar cuidado para que esses
alertas não sejam por demais disparados ou para que não sejam sensíveis à
2.3.4. Desastres
Lee (2004) aponta a importância para uma cadeia de suprimentos de ser não só de
baixo custo ou rápida, mas também de estar preparada para eventuais interrupções
apontado por Norrman e Jansson (2004), que citam o caso da Ericsson, atingida por
interrupção, foram de cerca de 400 milhões de dólares, tendo em vista que, segundo
de suprimento.
17
e chama cada vez mais a atenção da alta direção. Walton, Handfield e Melnyk
(1998) sugerem que a área de fornecimento das empresas tem função importante
para garantir que seu desempenho ambiental não traga problemas à operação.
riscos.
região amazônica listem todos os seus fornecedores, como uma forma de controlar
que estas não estejam estimulando o desmatamento ilegal. O governo pretende co-
produtiva.(PIMENTEL, 2009)
produção. A empresa compradora pode até mesmo colaborar para essa situação de
do subprime.
Zsidisin (2001) aponta que problemas de qualidade também podem ser provenientes
do manuseio dos suprimentos pela empresa que faz a entrega dos produtos. O
esse risco. Ferramentas de TQM3, revistas na próxima sessão, são importantes para
sistemas JIT. Theodorakioglou (2006) nota que as empresas cada vez mais
3
Total Quality Management – Gestão de Qualidade Total
19
COURT, 1996). Wanke (2006) adiciona que esses riscos serão maiores para a
empresa compradora se esta lidar com produtos de alto valor agregado ou alta
perecibilidade.
2001). Essas questões podem levar anos para serem resolvidas, afetar o custo dos
outros fornecedores para o mesmo produto. O perigo aqui não é que o produto se
torne obsoleto, mas sim que seu processo produtivo perca sua competitividade em
longos em relação às novas tecnologias), seja pelo custo relativo elevado. Esse
pelo fornecedor, feitas por concorrentes, que o tornem obsoleto. Neste caso, pode
produtos são mais uma fonte de risco para a entrega precisa dos produtos
problemas que podem ocorrer (ZSIDISIN, 2001). Prater, Biehl e Smith (2001) notam
O efeito chicote mostra que quanto mais perto uma empresa estiver do início da
cadeia de suprimentos. Esse efeito ainda pode ser amplificado por estoques de
atividades de fornecimento, embora em alguns casos possam não ser utilizadas com
trabalho ativo junto aos fornecedores buscando a redução das fontes de risco.
aquelas em que o principal age ativamente para que o agente não tome decisões
outro lado, Terziovski, Samson e Dow (1997) não encontraram correlação estatística
efetiva.
ELLRAM, 2003) e por isso tende a ser uma prática mais difundida em empresas de
Wouters, Jarwaarde, e Groen (2007) citam que o Global Sourcing faz com que
fornecedores para que reduções de custos sejam obtidas (WATTS e HAHN, 1993;
(ZSIDISIN, 2001). Melhorias de qualidade são vistas por Zsidisin (2001), Watts e
Hahn (1993) e Handfield et al. (2000) como estando relacionadas aos programas de
produtos
efeito maior sobre desempenho, qualidade e custo do novo produto (Hartley et al.,
1997).
especificação desejada.
4
Boston Consulting Group.
25
Wynstra, Van Weele e Weggemann (2001) também apontaram que o ESI diminui o
no tempo de resposta.
do comprador.
(1996) nota que muitas vezes os ganhos obtidos com o EDI não são igualmente
tempo de resposta também são citadas por Davenport (1998) e Holland (1995),
sendo que este último observa que a utilização de sistemas de informação traz
e alterações na demanda, o que está em linha com o percebido por Zsidisin (2001),
5
Eletronic Data Interchange – sistema de intercâmbio de informações entre empresas.
6
Enterprise Resource Planning – ferramenta que integra atividades das várias áreas funcionais da
empresa.
27
que relacionou o uso desses sistemas com uma redução no risco proveniente de
uma vez que uma das empresas estudadas em seu trabalho repassava ao
TQM tomam para afetar positivamente a qualidade dos produtos. A primeira, a rota
produtos também é reduzido, o que implica redução dos custos totais e melhoria do
desempenho da empresa.
e tempo de resposta.
28
Target Costing é o processo pelo qual o comprador se reúne com fornecedores para
determinar o custo desejado para os componentes que deverão ser produzidos para
pela compradora para que esta entenda melhor seus direcionadores de custos e sua
estrutura financeira (ELLRAM, 2000). Lockamy III e Smith (2000) ressaltam que os
Cooper e Slagmulder (1999), Ellram (2000), Lockamy III e Smith (2000) e Dekker e
(2000), Lockamy III e Smith (2000) e Dekker e Smidt (2003) relacionaram a política a
Esta ferramenta tem o objetivo de entender melhor os direcionadores dos custos dos
fornecedores, identificar áreas com custos acima do esperado e trabalhar para a sua
redução. Geralmente requer que se tenha acesso a seus livros contábeis, o que
exige alto grau de confiança entre as partes (ZSIDISIN e ELLRAM, 2003). Ellram
(1996) foca sua análise dos custos do fornecedor nos custos indiretos e sugere a
prática.
análise utilizada para identificar e quantificar todos os custos relevantes para uma
processos.
produtos elétricos que dava à qualidade dos produtos comprados cerca de 70% do
suprimentos.
verde é definido como práticas capazes de produzir produtos e serviços que tenham
desempenho ambiental.
31
Min e Galle (1997) defendem que o fornecimento verde pode melhorar a posição
empresa. Zsidisin e Siferd (2001) vêem na prática uma forma de evitar riscos de
ações legais.
A prática ocorre por meio de reuniões que têm o objetivo de balancear oferta e
forma de trabalhar além dos silos funcionais, com visão voltada a negócios, e sua
adoção vem crescendo em empresas brasileiras (Arozo, 2006). Julianelli (2006) cita
equilíbrio oferta x demanda e cita o CPFR como uma forma mais complexa de se
chicote (LEE, PADMANABHAN E WHANG, 1997), que por sua vez implica em risco
Olhager, Rudberg e Wikner (2001) vêem a prática como capaz de reduzir custos e
um todo, mais preparado para alterações de volume e mix. Arozo (2006) também vê
(2003) ainda verificaram o uso dessas práticas em várias empresas. Esta sessão
traz um resumo dessas ferramentas e seu impacto esperado nas fontes de risco, de
fonte primária. Em casos de produtos raros, essa segunda fonte pode não estar
tempo hábil (NEWMAN, HANNA e MAFFEI, 1993). Trata-se de uma política cara
Segundo Tullous e Utecht (1992), o uso de múltiplas fontes pode trazer concorrência
(2007) encontrou casos de uso dessa técnica também para proteger a empresa
de estoques do fornecedor.
serão repassados aos custos dos produtos comprados (LEE e BILLINGTON, 1993;
manter estoques de segurança também estarão lá, assim como nas outras duas
gestão do risco de suprimento, como uma definição mais precisa sobre risco de
O modelo representado na Figura 2 foi proposto por Zsidisin (2001) para nortear a
gestão de risco:
36
Figura 2: Reprodução da Figura “Modelo de Gestão de Risco de Suprimento”, em Zsidisin (2001, p. 172).
A concepção do modelo é que quanto maior o risco percebido pelos gestores, mais
empreenderão esforço gerencial para lidar com esse risco. Quanto menor o risco,
maneira pouco formal. Esses esforços visavam identificar e avaliar possíveis fontes
37
7
E1, E2 e E3 se referem às empresas estudadas por Gomide. Seus nomes reais não estão
disponíveis no trabalho como forma de preservar informações confidenciais.
38
suprimentos que opera com riscos muito elevados perde a eficiência. Os autores
Figura 3 - Reprodução da Figura “Espiral do Risco de Fornecimento”, em Christopher e Lee (2004, p. 390).
ataque à causa dessas fontes de risco. Com isso, definem uma metodologia para
maior esforço.
Figura 4 - Reprodução da Figura “Abordagens de Gestão de Risco”, em Giunipero e Eltantawy (2004, p. 700).
- Percepção dos
Compradores
- Grau de Tecnologia
dos produtos
- Necessidades de
Segurança
- Importância Relativa
dos Fornecedores
fornecimento deve ser uma atividade conjunta entre os vários elos da cadeia de
produtos comprados;
importância do fornecedor;
40
fornecedores.
custo de oportunidade de se deixar de trabalhar com outros que poderiam vir a ser
fornecedor de sua base declinar da relação, o que seria menos danoso se houvesse
relações com mais de um fornecedor. Por fim, concluem que a política ideal de
à prática corrente.
8
Para mais informações sobre a Knowledge-Based-Theory, consultar Grant (1996).
41
Tempo de Resposta Gomide (2007) Watts e Hahn (1993) Zsidisin (2001) Lambert, Davenport (1998)
Zsidisin (2001) Gomide (2007) O’Neal (1993) Emmelhainz e Gunasekaran e Ngai
Dowlatshahi (1998) Gardner (1996) (2004)
Wynstra, Van Weele e Holland (1995)
Weggemann (2001) Gomide (2007)
Desempenho
Ambiental
Saúde Financeira Sroufe e Curkovic Gomide (2007) Gomide (2007)
(2007)
Corbett, Montes-
Sancho e Kirsch
(2005)
Gomide (2007)
Transporte de
Suprimentos
Gestão de Estoques Gomide (2007)
Passivos Legais Dowlatshahi (1998)
Tec. de processo Zsidisin (2001) Gomide (2007) Gomide (2007)
Handfield et al. (2000)
Tec. de produto Gomide (2007) Gomide (2007)
Qualidade Larson e Kulchitsky Zsidisin (2001) O’Neal (1993) McCutcheon e Holland (1995)
(1998) Watts e Hahn (1993) Dowlatshahi (1998) Stuart (1999)
Zsidisin (2001) Handfield et al. (2000)
Gomide (2007) Gomide (2007)
Inex. Quant. Expedida Watts e Hahn (1993)
Mudanças de Mix e Lambert, Zsidisin (2001)
Volume Emmelhainz e Davenport (1998)
Gardner (1996) Holland (1995)
42
Ferramentas Gestão de Qualidade Target Costing Análise da estrutura Custo Total de Green Puchasing
de custos do Propriedade
Fontes fornecedor
Restrição de
Capacidade
Cap. de Redução de Kaynack (2003) Cooper e Slagmulder Min e Galle (1997)
Custos Sousa e Voss (2002) (1999)
Ellram (2000)
Lockamy III & Smith
(2000)
Dekker e Smidt (2003)
Tempo de Resposta Kaynack (2003) Ferrin e Plank (2002)
Bhutta e Huq (2002)
Desempenho Ferrin e Plank (2002) Min e Galle (1997)
Ambiental Carter e Carter (1998)
Saúde Financeira Ellram (2000) Zsidisin (2003b)
Ellram (1996)
Transporte de Bhutta e Huq (2002)
Suprimentos Degraeve e
Roodhooft (1999b)
Zsidisin (2001)
Gestão de Estoques Kaynack (2003)
Passivos Legais Ferrin e Plank (2002) Min e Galle (1997)
Tec. de processo
Tec. de produto Ferrin e Plank (2002)
Qualidade Kaynack (2003) Ellram (2000) Bhutta e Huq (2002)
Sousa e Voss (2002) Lockamy III e Smith Degraeve e
Choi e Liker (1995) (2000) Roodhooft (1999a)
Gomide (2007) Dekker e Smidt (2003)
Inex. Quant. Expedida
Mudanças de Mix e
Volume
43
3. METODOLOGIA DE PESQUISA
empresas brasileiras?
para mitigação dos riscos foi considerado para a escolha das variáveis da pesquisa.
compras as mesmas variáveis estudadas por Zsidisin e Ellram (2003), para facilitar a
Para as ferramentas de mitigação do risco foi feita uma seleção a partir das
Quanto aos meios, a pesquisa pode ser classificada como um estudo de campo,
ferramentas utilizadas.
Quanto aos fins, pode ser classificada como uma pesquisa descritiva, pois coletou
mitigá-lo.
50
1. A partir da lista das 1000 maiores empresas publicada pelo jornal Valor
telefônico três vezes para solicitar a resposta de cada uma das empresas que
de resposta de 19%.
Diretor 3
Gerente 28
Coordenador 27
Analista 11
Total 69
Para a coleta de dados da pesquisa, utilizou-se o site Survey Monkey9, onde foi
9
www.surveymonkey.com
52
O formulário da pesquisa foi projetado de forma a não permitir que respostas fossem
estatística dos fatores. Optou-se, então, por supor a agregação, nos moldes do
em Baixo, Médio e Alto para melhorar a análise. No entanto, a técnica não auxiliou
variáveis e calcula um índice que mede o grau de dependência das relações, contra-
de dependência entre as variáveis, ele não identifica a forma dessa relação. Para
Spearman é uma medida não paramétrica, que não supõe uma linearidade da
relação e não requer a utilização de intervalos de classe, podendo ser utilizado para
testadas.
A amostra de pesquisa foi obtida do ranking das 1000 maiores empresas do Brasil,
fornecido pelo jornal Valor Econômico em 2006. Empresas que não participassem
Também, grandes empresas que estivessem no ranking, mas que não tenham
realmente o sejam.
Também pode ter havido diferença na dificuldade que as empresas tiveram para
casos, foi enviado um questionário em formato Excel por email. No entanto, não há
como garantir que todos aqueles com dificuldades tenham entrado em contato com
os pesquisadores.
55
profissionais de Compras. Não foi feita nenhuma análise adicional para verificar se o
percebido, mas apenas correlações. Nesse sentido, também não se testou a relação
4. RESULTADOS
pesquisa.
Setores de atuação
empresas focadas em serviços pode não ter envolvimento tão amplo em questões
ELLRAM, 2003).
Plásticos e Borracha 2
Petróleo e Gás 2
Farmacêutica e Cosméticos 2
Mineração 2
Comércio Atacadista 2
Construção e Engenharia 2
Comércio Varejista 2
Mat. de Constr. e Decoração 2
Açúcar e Álcool 2
Bebidas e Fumo 1
Eletroeletrônica 1
Serviços 1
Mídia 1
Total 69
500 funcionários10. Isso indica que a amostra pesquisada contém empresas com
10
Segundo a classificação do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia Estatística, empresas grandes
são aquelas com mais de 500 funcionários.
59
estratégicas ficou em 62% dos itens comprados, com uma grande concentração na
de importância.
Risco de fornecimento
ZSIDISIN e
Brasil ELLRAM Valores Observados
Risco Percebido (2003)
Média DP Média DP 1 2 3 4 5
reflexões.
1 – Discordo
2 – Discordo Parcialmente
4 – Concordo Parcialmente
61
5 – Concordo Totalmente
Capacidade do fornecedor para atender aos Capacidade do fornecedor para atender aos
1º
requisitos e especificações de qualidade requisitos e especificações de qualidade
exatidão no prazo de entrega. Preços são no Brasil uma preocupação maior do que
tecnológicas mostra-se menos relevante, talvez pelo maior caráter de longo prazo
são muito reduzidas, o que impede que essa ordenação tenha significância
estatística.
62
de ferramentas de fornecimento.
porte, o que talvez ajude a explicar a ênfase dada a esta ferramenta pelos
por Zsidisin (2001), Watts e Hahn (1993), Handfield et al. (2000) e Gomide (2007).
63
Desenvolvimento de
1.046 59 86% 4,79
Fornecedores
Estoques de produtos
977 41 59% 4,66
acabados
Nota-se que algumas ferramentas são mais utilizadas em empresas de maior porte,
A pesquisa testou duas hipóteses básicas, que foram subdivididas para a análise:
fornecimento.
Teste Qui-Quadrado
Correlação de Spearman
65
Teste Qui-Quadrado
Qui
Risco de Preço 13,998
Quadrado
Graus de
3
Liberdade
12
Sig. ,003( ,a,b)
a Mais de 20% das células tem valores esperados menores do que 5, o que pode tornar o valor de Qui-
Quadrado inválido.
11
Significante, considerando um nível de significância de 5%
12
Significante, considerando um nível de significância de 5%
66
b O menor dos valores esperados na tabela é menor do que um, o que pode tornar o valor de Qui-quadrado
inválido.
Correlação de Spearman
Teste Qui-Quadrado
Correlação de Spearman
Teste Qui-Quadrado
13
Significante, considerando um nível de significância de 5%
68
2 1 0 0 0
3 0 0 1 0
4 1 1 2 6
5 0 8 16 32
Correlação de Spearman
14
Significante, considerando um nível de significância de 5%
69
Teste Qui-Quadrado
Correlação de Spearman
15
* - Significante, considerando um nível de significância de 5%
70
Teste Qui-Quadrado
Correlação de Spearman
Teste Qui-Quadrado
Correlação de Spearman
Teste Qui-Quadrado
Correlação de Spearman
Teste Qui-Quadrado
Correlação de Spearman
Teste Qui-Quadrado
Correlação de Spearman
4.3. RESUMO
Risco Percebido
Qui-
40,654 39,463 13,998 5,836 15,852
Quadrado
Ferramentas
Baseadas em Graus de
12 6 3 9 3
Comportamento Liberdade
Qui-
14,821 10,486 2,687 14,492 6,507
Quadrado
Ferramentas
Baseadas em Graus de
Resultado 20 10 5 15 5
Liberdade
Risco Percebido
Volume Prazo Preço Tecnologia Qualidade
Ferramentas Correlação 0,114 0,114 0,100 0,296*
0,175
Baseadas em
Comportamento
Significância 0,352 0,352 0,412 0,014* 0,151
entre as variáveis.
dos fornecedores..
16
V – Hipótese Confirmada, X – Hipótese não confirmada
17
V – Hipótese Confirmada, X – Hipótese não confirmada
78
18
/ – Hipótese Parcialmente Confirmada, X – Hipótese não confirmada
79
FUTURAS
5.1. Resumo
5.2. Conclusão
baseada em resultado.
dos fornecedores para que estes consigam atingir as especificações das empresas
compradoras. Este resultado parece estar em linha com a grande preocupação dos
encontrada por Zsidisin (2001), Watts e Hahn (1993), Handfield et al. (2000) e
Gomide (2007). No entanto, por se tratar de uma ferramenta que pode ter grandes
torne obsoleto. Nesse caso, a empresa compradora passa a não mais contar com
A relação detectada por Zsidisin e Ellram (2003) em seu estudo com empresas
Assim como no estudo de Zsidisin e Ellram (2003), não foi possível verificar a
entanto, vale notar que o teste de qui-quadrado apontou que as variáveis não são
independentes. Talvez em uma amostra maior seja possível inferir alguma relação
entre as variáveis.
Assim como ocorreu com Zsidisin e Ellram (2003), não foi possível detectar uma
segurança teria o efeito de aumentar o tamanho dos pedidos feitos pelos elos da
cadeia de suprimentos. Isso, por sua vez, levaria a um aumento no tamanho dos
estoques de segurança, que são uma função daquele dos pedidos recebidos. Este
apontado como muito grande, e que o uso de ferramentas de proteção também foi
bastante verificado.
mais elaboradas.
mudanças tecnológicas nas suas operações não foi confirmada. Aqui, chegou-se ao
Da mesma forma que em Zsidisin e Ellram (2003), também não se encontrou relação
competitivos.
Novamente da mesma forma que Zsidisin e Ellram (2003), também não se observou
Assim, não foi verificada relação entre nenhum dos riscos percebidos pelos
utilizam).
muitas vezes trazem efeitos contrários aos desejados pela empresa, como o maior
tragam esses efeitos nocivos, mas que permitam que a causa dos riscos seja
tratada.
87
exclusivos à prática, mas sim que seus profissionais de compras dedicassem parte
de seu tempo a essas atividades. Não cabe aqui uma crítica a essa prática, dado
amplamente utilizadas.
Espera-se que o presente trabalho tenha contribuído para deixar mais claros os
cadeia de suprimentos.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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8. ANEXOS