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deiro em outros corpos distintos do corpo dos números reais) Assim, há uma
correspondência biunívoca entre funções polinomiais reais e polinômios reais e
não há necessidade de fazer distinção entre eles.
A seção 7.2, Denindo um Polinômio a Partir de seus Valores, também
trata de um fato já abordado na Unidade 10 para o caso particular de funções
quadráticas, a saber,
dados n + 1 números reais x0 , . . . , xn , dois a dois distintos, e n + 1 números
reais y0 , . . . , yn , quaisquer, existe um único polinômio p, de grau ≤ n, tal que
p(xk ) = yk , ∀k = 0, . . . , n.
A unicidade de tal polinômio decorre do fato de que um polinômio de grau
n só pode ter no máximo n raízes. Para a existência, são apresentados dois
argumentos. O primeiro deles se baseia na análise das soluções de um sistema
linear. Nesse sistema, observe que os números x0 , . . . , xn e y0 , . . . , yn são
conhecidos e os coecientes a0 , . . . , an são as incógnitas.
Na seção 7.3, Grácos de Polinômios, são apresentados alguns fatos im-
portantes envolvendo o comportamento assintótico de funções polinomiais, isto
é, seu comportamento quando x tende a ±∞. Essencialmente, podemos dizer
que o comportamento assintótico de uma função polinomial é determinado pelo
seu termo de maior grau, pois para |x| sucientemente grande os demais termos
tornam-se desprezíveis
Ainda na Seção 4, é apresentado o método de Newton, que é um método
numérico para o cálculo de raízes, isto é, um método de cálculo de valores
aproximados de raízes. Para o ensino médio, o método de Newton pode não
ser adequado, pois envolve o conceito de derivada. Entretanto, o cálculo apro-
ximado de raízes de polinômios pode ser desenvolvido por meio de métodos
mais simples. Por exemplo, o método da bisseção é acessível ao ensino médio,
com a ajuda de uma calculadora de bolso simples, como descrevemos a seguir.
Se encontramos dois números x1 e x2 tais que p(x1 ) e p(x2 ) possuem sinais
distintos, digamos p(x1 ) < 0 e p(x2 ) > 0, podemos ter certeza de que existe
(pelo menos) uma raiz de p no intervalo ]x1 , x2 [ (isto é um resultado que de-
corre da continuidade das funções polinomiais, conceito que será estudado na
disciplina Fundamentos do Cálculo). Tomamos então um número qualquer x3
nesse intervalo. Se p(x3 ) = 0, temos a sorte de ter encontrado nossa raiz. Se
p(x3 ) > 0, existe (pelo menos) uma raiz no intervalo ]x1 , x3 [. Se p(x3 ) < 0,
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existe (pelo menos) uma raiz no intervalo ]x3 , x2 [. Podemos assim continuar
o processo indenidamente. O cálculo aproximado de raízes é importante e
acessível para aprofundar a ideia de raiz no ensino médio, bem como a de apro-
ximação, complementando e ampliando os métodos convencionais, que muitas
vezes são memorizados sem compreensão adequada.
Referências Bibliográcas
[1] Figueiredo, Djairo G. Análise I Rio de Janeiro: LTC, 1996.
[2] Lima, Elon Lages. Curso de Análise, Vol. 1. Rio de Janeiro: SBM,
Projeto Euclides, 1976.