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As escolas antropológicas

A Escola Americana de Antropologia ou Culturalismo

Enquanto o evolucionismo florescia na antropologia inglesa em meados do Século XIX, embora tenha também
tido expoentes americanos como Morgan, na América começava a se formar desse momento foi o geógrafo e
físico alemão Franz Boas, que após fazer pesquisa com o povo esquimó, onde sua preocupação era com
questões relacionadas ao determinismo geográfico, mais foi nessa viagem de campo, que se transformará na
sua conversão em antropólogo, que reconhece a importância da cultura no processo de adaptação dos grupos
sociais ao meio ambiente.
Boas sempre se perguntava pela diversidade e pela mudança cultural e pontou em uma de suas obras “As
limitações do método comparativo da antropologia” que a maior importância fundamental da cultura são as
diferenças e não das semelhanças. A explicação de Boas de que o objeto da pesquisa antropológica tem que
ser o estudo dos processos pelos quais certos estágios culturais se desenvolvem.
Embora existam historiadores da antropologia que afirmam que Franz Boas não criou uma tradição
antropológica, mas que ajudou a organizar institucionalmente a antropologia americana. Olhando esses
ensinamentos de Franz Boas, encontramos as quatro diferentes áreas em que foi estruturada a antropologia
americana.
1. Antropologia Social;
2. Antropologia Biológica;
3. Antropologia Arqueológica;
4. Antropologia Linguística.
Em 1999, aparece a pessoa do estudioso Denis Cuche que define a idéia de que existem três correntes no
culturalismo americano, onde diferencia esses culturalismos pela posição que os discípulos do mestre Boas.
1. Os boasianos estritos; (Spier, Lowie)
2. Os boasianos evoluídos; (Benedict e Mead)
3. Os boasianos rebeldes; (Sapir e Kroeber).
O discípulo Alfred Kroeber foi um dos expoentes fundamentais da linha histórico cultural, onde seu interesse
está nos processos de difusão e distribuição dos elementos culturais no espaço, trazendo como conceitos para
esse culturalismo seriam o de área cultural e traço cultural.
A segunda linha importante do culturalismo foi a Escola de cultura e personalidade, o interesse desse grupo
estava nos processos de socialização; em outras palavras, como cultura incorporada e vivida, sendo assim os
estudiosos Ralph Iinton e Abram Kardiner, cada cultura forma um tipo básico de personalidade que vai
caracterizar os indivíduos. Já para Ruth Benedict desenvolve a idéia de que, no nível da cultura, o tipo básico
de personalidade se manifesta como um padrão cultural, ou seja, cada cultura teria seu estilo.
Para não estendermos demasiado a análise dos diferentes autores que formam os herdeiros diretos ou não
de Boas, podemos mencionar que existem pontos de convergência e divergência entre eles. Um dos pontos
que mostra uma diferença interna entre os autores é o modo como entendiam a cultura: no caso da Ruth
Benedict e Kroeber, mais cristalizada e reificada, e no caso de sapir, por exemplo, mais fluida e não
essencializada.
Um dos pontos, de convergência é que nessas primeiras três décadas do Século XX a antropologia americana
compartilhada uma perspectiva crítica em relação à cultura americana.
Finalmente, uma das contribuições mais importantes da escola antropológicas americana foi introduzir a
perspectiva do relativismo cultural na antropologia. No pensamento de Franz Boas, a idéia do relativismo
cultural, ou seja, cada cultura segue seu caminho, e teríamos assim várias histórias e não apenas uma.
Essa perspectiva relativista foi fundamental para passar de uma visão da cultural singular para a cultura no
plural, vale ressaltar que para Franz Boas essa perspectiva relativista era metodologia, ao estudar cultura
particular temos que abordá-la sem preconceitos, sendo assim encerramos com os dizeres do estudioso Denis
Cuch “relativizar o relativismo cultural e algo que se impõe”, e volta ao uso original, que diz respeito ao
princípio metodológico.

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