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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS

ESCOLA NORMAL SUPERIOR


LICENCIATURA EM LETRAS - LINGUA PORTUGUESA
PROFESSORA: JEIVIANE JUSTINIANO

ANÁLISE ENTRE AS GRAMÁTICAS DE CEGALLA E BECHARA

MANAUS - 2019
DOUGLAS DUARTE

ROSSÍNIO DE JESUS

VINICIUS DE MORAES

ANÁLISE ENTRE AS GRAMÁTICAS DE CEGALLA E BECHARA

Trabalho apresentado junto à


disciplina de Sintaxe sob a
orientação da Profa. Jeiviane
Justiniano para obtenção de nota
parcial do quinto período.

MANAUS - 2019
Podemos perceber que a Novíssima Gramatica da Língua Portuguesa, escrita por
Domingos Paschoal Cegalla, opta por apresentar primeiramente o conceito dos assuntos
tratados. Como podemos ver aqui no tema complemento nominal: Complemento nominal
é o termo complementar reclamado pela significação transitiva, incompleta, de certos
substantivos, adjetivos e advérbios. Vem sempre regido de preposição.

Em seguida, o autor traz os exemplos deste termo para o melhor entendimento dos
mesmos. Sobre os exemplos tratados na Novíssima Gramatica da Língua Portuguesa,
Cegalla prefere trazer, para explanar os temas tratados, frases bem elaboradas, destacando
o termo em questão. Apenas frases, tanto nos exemplos quanto nos exercícios.

Ao final, o autor faz observações importantes à identificação do termo integrante,


por exemplo, “o complemento nominal representa o recebedor, o paciente, alvo da ação
declarada expressa por um nome. Vem sempre regido de preposição”.

O mesmo procedimento de organização é seguido quando se refere ao Adjunto


Adnominal, ou seja, conceito, exemplos e observações. Porém, como pede o termo, o
autor traz as formas ou as classes de palavras em que aparecem os ADN’s: adjetivo,
artigo, locução adjetiva, pronome e numeral. Assim se apresenta: Adjunto Adnominal
é o termo que caracteriza ou determina os substantivos. Exemplo:

Meu irmão veste roupas vistosas. Meu determina o substantivo irmão: é um adjunto
adnominal.

Cegalla não utiliza frases da linguagem coloquial em suas explanações, prefere


frases mais bem elaboradas e da literatura clássica brasileira, esta última, vale observar,
está presente somente quando trabalha o Complemento Nominal. Exemplos: “A luta
contra o mal. ”; “atencioso para com todos”. Por isso, no decorrer de sua gramatica
notamos autores como: Rui Barbosa, Cabral do Nascimento, Luís Carlos Lisboa,
Machado de Assis (Ex: “Pois bem, nada me abala relativamente ao Rubião”). Assim
também não há comparações, por meio de exemplos, do português europeu com o
português brasileiro.

Na Novíssima Gramatica da Língua Portuguesa é importante notar também, as


informações que o autor traz em forma de itens de observação, no qual mostra as
diferenças entre o termo e semelhantes, e ainda, exceções e outros casos, não comuns,
que podem ocorrer, informações extras que ajudam no entendimento do assunto.
Em relação apenas ao conteúdo de sintaxe na gramatica de Cegalla não há relação
deste com outros conteúdos gramaticais, o autor não opta por traçar semelhanças ou fazer
comparações entre o conteúdo sintático e outros, apenas faz relação com outros termos
integrantes, como objeto indireto e adjunto adnominal, este último com o complemento
nominal, etc. isto para ilustrar as diferenças.

Na gramatica de Evanildo Bechara o autor cita os adjuntos e complementos


nominais pela primeira vez quando inicia a explicação sobre sujeito. Classifica-os como
determinantes, que seriam termos com a função de dizer algo acerca de algo com signos
da língua. Ao adentrar no tema ‘determinantes’, apresenta os determinantes
circunstanciais ou adverbiais, trazendo os diversos tipos de adjuntos adverbiais. Em
seguida, fala sobre os adjuntos nominais, também chamados determinantes nominais.

Bechara começa relembrando a primeira menção ao assunto, indicando a página em


que se encontra e reforçando a necessidade da compreensão do assunto exposto até o
momento para que se possa continuar o aprofundamento do conteúdo. Segue com o
conceito e função dos ADN’s: são determinantes que têm por missão acrescer ideia
acidental complementar ao significado do substantivo nuclear. Continua com a descrição
das propriedades dos determinantes nominais: 1) sua presença na frase resulta numa
expansão da expressão nominal que por sua vez resulta num grupo unitário sintagmático
nominal; 2) estas expansões não alteram a relação gramatical do núcleo, mas somente
aludem a aspectos diferentes da realidade do conteúdo significativo do substantivo ou da
expressão nominal. Daí o autor traz exemplos:

José estuda. Sujeito: José.

O meu primo José estuda. Sujeito: O meu primo José.

Na sequência, Bechara enumera e explica os vários tipos de grupos sintagmáticos


nominais. Procede da seguinte forma:

1) apresenta o tipo de grupo sintagmático nominal;

2) apresenta as suas particularidades;

3) exemplifica.

Exemplo:

Os que podem ocorrer à esquerda ou à direita do substantivo + adjetivo


Os determinantes estão, em geral, representados pelas seguintes classes de palavras:
adjetivo, artigo, e pronome demonstrativo ou equivalentes de adjetivos:

Noites claras prenunciam bom tempo.

O livro está esgotado.

Quanto ao CN, começa aludindo a uma nova tradição gramatical que ‘‘leva em
consideração a realidade comunicada e os diversos sentidos em que se interpretam as
expansões de substantivo’’. Segue apresentando exemplos e classificando os CN’s em
cada um deles: em resolução do diretor equivalente a o diretor resolveu, do diretor é
‘‘complemento nominal subjetivo’’; em prisão do criminoso, equivalente a o criminoso
foi preso, teremos ‘‘complemento nominal subjetivo passivo’’; etc.

Segue comparando CN e ADN e apontando as similaridades e diferenças entre os


dois termos. Procede sempre da mesma forma: apresentando as informações e seguindo
com exemplos.

Bechara utiliza frases isoladas para exemplificar os seus conceitos, como:

Os professores gostam de alunos estudiosos.

Os seus livros não estavam na estante.

A casa dos vizinhos é espaçosa.

O autor, portanto, não utiliza frases ou textos da literatura. Também não traz
exemplos de frases próprias do falar cotidiano e informal, não refletindo sobre essa
questão.

Na descrição dos ADNs e CNs, o autor deteve-se à sintaxe, não estabelecendo


nenhuma relação com outros conteúdos gramaticais. Durante a explanação dos termos
ADN e CN, o autor expande o assunto através de observações inseridas como textos à
parte. Nessas observações, o autor procura esclarecer possíveis dúvidas dos leitores,
evitando confusões e equívocos. Por exemplo, quanto ao apagamento do complemento
nominal e a permanência (ou não) do sentido da frase:

OBSERVAÇÃO: Cabe não confundir casos de impossibilidade de apagamento


com outros em que o nosso saber sobre as coisas do mundo impede, por incoerentes,
construções do tipo: Conheci um homem de pernas, João tem uma voz, uma vez que nossa
experiência concebe todo homem com pernas, ou com voz.
Apesar de ser mais recente, a Novíssima Gramática de Língua Portuguesa de
Cegalla apresenta um modelo mais tradicional de apresentação do conteúdo. Pois
enquanto esta preocupa-se com a conceituação e exemplificação, a Moderna Gramática
Portuguesa de Bechara traz o assunto de forma mais expandida, sem a preocupação de
ser sintético. Isto pode ser observado no fato de este autor começar a explicar os ADN’s
e CN’s quando trabalha o sujeito, ou seja, faz uma descrição mais desenvolvida e
relacionada com outros termos.

Por fim, a Moderna Gramática Portuguesa se mostra mais completa e rica por
apresentar um arcabouço teórico maior em relação à gramática de Cegalla. Bechara, traz
à discussão muitos fatos gramaticais possíveis de acontecer, bem como a questão de
nomenclatura e esquematização do conteúdo, sempre fazendo uma reflexão linguística
aprofundada e ampliada.
REFERÊCIAS

BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001.

CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. 48. Ed.


São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009.

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