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O CORPO COMO SUPORTE

Raquel Cardoso 2018


MATERIALIDADES DA ARTE
SUPORTE FERRAMENTA MEIOS
Yves Klein, Antropometria,
ANT 130, 1961 Impressão Anthropometries of the Blue Period
artística
o corpo sabe
o corpo quer
o corpo diz:
- fala palavra!!!
palavracorpo corpopalavra

Chacal, Palavra Corpo


Túmulo de Nakht, o escriba, no cemitério Sheikh Abd al-Qurnah
Túmulo de Nakht, o escriba, no cemitério Sheikh Abd al-Qurnah
GRÉCIA
▪ Origem divina da música: Apolo – LIRA
e Dioniso - AULO.
▪ Inteiramente improvisada, inseparável
do texto.
▪ Caráter mágico: curar doenças,
purificar o corpo e o espírito.
▪ Doutrina do ethos: música afeta o
caráter. Efeitos diferentes para cada
tipo de música.
PLATÃO
Só os modos dórico e
ARISTÓTELES
frígio são admitidos,
Música é mimesis,
pois promovem as
imita os estados da
virtudes da coragem
alma.
e temperança.

Parece ter havido para a poesia em geral duas


causas, causas essa naturais. Uma é que imitar
PITÁGORAS é natural nos homens desde a infância e nisto
Música como diferem dos outros animais, pois o homem é o
um que tem mais capacidade de imitar e é pela
microcosmos: imitação que adquire os seus primeiros
sistema de tons conhecimentos; a outra é que todos sentem
e ritmos regidos prazer na imitação.
ARISTÓTELES, Poética. Lisboa: Edição Gulbenkian,
pelas mesmas
2004, p.42.
leis matemáticas
que operam no
cosmos.
Escola de Atenas, afresco de Rafael Sanzio,1509-1510, museu do Vaticano, Roma
Drama – Pessoas em cena.

Origem: Auge no século V a.C

• Performances e cantos corais nos festivais a


Dioniso.
• Cantos fálicos: procissões solenes em que se
escoltava um falo, símbolo da fecundidade e
da fertilização da terra.
• Farsas Dóricas: humor grosseiro.
The fall, performance da companhia da bailarina alemã Pina Baush
COMÉDIA Muthus Aristotélico TRAGÉDIA
(arte de compor intrigas): É a “expressão desesperada do
Personagens: falhas Unidade de ação, tempo e lugar. homem que luta contra todas as
cômicas Peripécia e reconhecimento. adversidades, mas não consegue
(ciúme, a trapaça, a evitar a desgraça”.
alcovitagem, o Ser um todo é ter princípio, meio e fim.
Princípio é aquilo que, em si mesmo, não
pedantismo, a avareza, o Polarização
sucede necessariamente a outra coisa, mas
a hipocondria, a inveja, depois do qual aparece naturalmente algo que o Planos humanos e
a usura). existe ou virá a existir. Pelo contrário, fim é divinos.
aquilo que aparece depois de outra coisa,
necessariamente ou na maior parte dos casos, ao Luta contra um destino
que não se segue nada. Meio é aquilo que é inflexível, determinado
antecedido por um e seguido por outro. pelos deuses.
“os caracteres quase Portanto, é necessário que os enredos bem
sempre se distribuem estruturados não comecem nem acabem aoo Erro trágico: responsável
por estas acaso, mas sim apliquem os princípios pela falência do herói.
características, isto é, anteriormente expostos ARISTÓTELES, Poética.
todos distinguem os Op cit, p.51. Catarse das emoções:
caracteres pelo vício e processo educativo,
pela virtude” compaixão, piedade e
horror.
Espetáculos públicos.
Jogos cênicos – atores,
músicos e dançarinos.
Circo.

O Coliseu, Roma, 80 d.C., anfiteatro romano.


FARSA: breve peça cômica,
oDramaturga Freira Rosvita
tende para comédia de – reelaboração de textos
costumes e caracteres. clássicos, com fim
Maliciosa, direta, tipos. edificante.
AUTO: peça de curta duração de oEspaço cênico: igrejas e
conteúdo religioso ou profano, praças (Temas sagrados e
sempre moralizante, burlesco e profanos).
alegórico, escrito geralmente em oEstilo: sacro ou profano;
verso.
oPersonagens alegóricos,
LAUDE: procissão, pessoas que tradição oral, união da
caminham cantando, dança, música e teatro;
declamando, ao representar um
TEATRO MEDIEVAL oFARSAS, AUTOS E LAUDES.
assunto de cunho religioso.
Espaço cênico: mansões
(estrutura improvisada)
Auto de Círio
• Um dos maiores cortejos dramáticos
do mundo.
• Evento de rua em Belém do Pará,
organizado pela Escola de Teatro e
Dança da UFPA.
Renascimento italiano:
Commedia dell'arte
• Caráter popular (oposto ao
erudito).
• Itinerante.
• Locais públicos.
• Improvisação e espontaneidade.
• Tradição familiar e artesanal:
Atrizes.
Comédia do improviso (baseada em
jogos cênicos)
Arte burlesca
Personagens de características fixas
Arlequim – criado fofoqueiro
Colombina – bela esperta
Roteiro básico: canovaccio
Teatro Elisabethano
O QUE É
• Significado da palavra + conjunto da pronúncia
TEATRO? + volume + entonação
TEXTO • Teatro gestual: linguagem visual e sonora
• Corpo com vocábulos próprios: gestos, olhares,
DRAMÁTICO X sensibilidades.
ENCENAÇÃO

Saudade em terras d'água - Saudade terres d'eau (2005), Espetáculo de Teatro Gestual sobre a (i)migração causada por
um desastre ecológico.
ROMEU & JULIETA,
GRUPO GALPÃO
Após dois anos de pesquisas
e workshops, o texto clássico
de Willian Shakespeare
Romeu e Julieta, é encenado
pelo grupo de teatro mineiro
“Galpão” sob a direção de
Gabriel Villela. A tragédia de
dois jovens apaixonados é
Grupo mineiro, ligado à tradição do teatro popular e de recriada em 1992, numa
rua. montagem que irá marcar a
Shakespeare + contexto da cultura popular brasileira, trajetória do grupo e do
linguagem inspirada em Guimarães Rosa e no sertão diretor.
mineiro.
Com base no texto, na imagem e
nos conhecimentos sobre teatro,
defina e descreva dois elementos
da linguagem teatral presentes
nessa montagem de Romeu e
Julieta (1992, Grupo Galpão) que
a aproximam da cultura popular
brasileira.

No cenário: automóvel de
veraneio.
Figurino: popular.
Maquiagem: palhaços,
elementos circenses.
Espaço cênico: teatro de rua.
Sonoplastia: sanfona, viola,
música tradicional mineira.
BARROCO ITALIANO
Palco: CUBO CÊNICO
boca de cena arredondada, luzes na
ribalta, cortina que esconde o cenário
Novidade: Ópera (arquitetura, música,
linguagem, vestuário, pintura ilusionista).
Articulação entre diversas formas de
arte, cria efeitos visuais, cênicos e
sensoriais.
MÚSICA: BARROCO FRANCÊS
❖Corte do Rei Luis XVI: 1670.
❖O fidalgo burguês: comédia Ballet
Música + Dança + drama falado
Gênero dramático, musical e coreográfico
5 atos em prosa (interlúdios musicais entre os
atos - versos).
• MÚSICA: Jean Baptiste Lully.
• BALLET: Pierre Beauchamp.
• TEATRO: Jean Baptiste Molière.
Pierre Beauchamp: o
ballet clássico
❖Primeiros nomes na codificação de uma dança
clássica.
❖responsável pela definição das 5 posições básicas do
balé.
❖Academie Royale de Danse, 1661 (Professor +
coreógrafo)

o Ballet Clássico: Lógica discursiva dos espetáculo,


o Narrativas associadas a contos de fadas,
o Verticalidade dos movimentos (pontas de pés,
coque),
o Padrão estético: magros, altos, pernas longas.
o ETÉREO, DIVINO, ALÉM DO HUMANO
The Nutcracker – The Waltz of the Snowflakes (The Royal Ballet), 2012
O PRIMITIVO NA DANÇA
NIJINSKY – O PÁSSARO DE FOGO: o Sem leveza, figurinos feios.
Figura histórica lendária. Audácia, desafio.
❑A Sagração da primavera – o Pés em paralelo: An deduns.
Stravinsky, coreografia de
Nijinsky.
• CHÃO: rolamentos, giros, quedas,
recuperação. Sexualidade.
1935 – O teatro e o seu
duplo, Antonin Artaud

• Teatro da crueldade: alquímico, metafísico,


surrealista.
• Despertar respostas inconscientes no
público e no artista.
• Busca a total imersão do espectador na peça
(como um ritual): sons altos, luz brilhantes,
sem separação palco e plateia
• Grito, a respiração e o corpo do homem
como lugar primordial do ato teatral
• Rejeita a supremacia da palavra, o teatro
baseado exclusivamente na experiência
consciente.
MODERNIZAÇÃO
TEARO BRASILEIRO
• NELSON RODRIGUES: VESTIDO
DE NOIVA
• Perspectiva não linear que se
desenrola em três atos, cuja
relação não é cronológica.
• A peça mostra ações
simultâneas em três planos: da
realidade, da alucinação e da
memória.
Bertolt Brecht: Teatro épico com
postura crítica do público

oQuebra da quarta parede: resgate desse


diálogo com o público.
oEspectador deve conservar-se
intelectualmente ativo, capaz de assumir
diante do que lhe é mostrado a única atitude
cientificamente correta - a postura crítica...
oÉpico (na Definição Clássica): Épico é tudo
aquilo que diz respeito à Epopéia: relato
poético, narrativo, de aventuras grandiosas
de um ou vários heróis. Não tem unidade de
tempo nem de ação.
O rei da vela – (1967)
❑Peça escrita em 1933 por Oswald
Andrade e dirigida em 1967 por José
Celso Martinez Corrêa.
❑Humor que retrata a aliança da
aristocracia decadente com a
burguesia.
❑Atraso X modernidade;
❑Agrarismo X industrialismo;
❑Periferia x centro.
TEATRO ARENA
▪ Principal liderança: Augusto Boal.
❑TEATRO DO ORPIMIDO: TRANSFORMAÇÃO
SOCIAL
❑Democratizar os meios de produção teatral
❑Dar acesso ao universo teatral às camadas sociais
menos favorecidas
❑Transformar a realidade por meio do diálogo e da
representação teatral.
❑Desmecanização física e intelectual do ator:
improvisação, texto fora do contexto, teatro
imagem.
Ballet contemporâneo

❑Isadora Ducan – Dança resulta de movimento interno,


expressão da vida pessoal: andar, correr, saltar. Descalça
com túnica esvoaçante.

❑Merce Cunnighn: colaborou com John Cage. Movimentos


naurais. Dança sem finalidade específica, sem lógica,
movimentos fornecidos pelo acaso.
✓Vanguarda artística do pós guerra.
✓Aleatoriedade: “indeterminação”,
“acaso”. Utiliza sorteio no
processo de composição. “Chance
composition”.
✓Precursor do HAPPENING –forma
de arte irreptível, estrutura
flexível, sem começo, meio e fim.
✓Instrumentos não convencionais,
bem como do uso não
convencional de instrumentos
convencionais.
✓Filosofia indiana e zen budismo.
MÚSICA ALEATÓRIA 1960: 4’33’’ – Paisagem sonora. diferentes sons que

John Cage compõem um determinado ambiente (físico


ou virtual), sejam esses sons de origem
natural, humana, industrial ou tecnológica.
TEATRO
CONTEMPORÂNEO
❖Quebra da quarta parede
(interação com o público);
❖Caráter Antinarrativo;
❖Economia dos recursos
cênicos.

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